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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO 17ª VARA

CRIMINAL DA CAPITAL - RJ

PROCESSO Nº 0235690-35.2022.8.19.0001

WAGNER LUCAS ABRANTES SILVA, já devidamente qualificado nos


autos do processo em epígrafe, movido por MINISTÉRIO PÚBLICO, vem, à
presença de Vossa Excelência, através de seu procurador abaixo assinado,
oportuno e respeitosamente, requerer a juntada das alegações vem como vista
do processo.

A denúncia bem como as alegações finais do MINISTÉRIO PÚBLICO de


folhas não merece prosperar, vez que, a prova testemunhal, não confere certeza,
do que os autores do roubo, entre ele estaria WAGNER LUCAS ABRANTES
SILVA

Como podemos verificar, a denúncia relata o seguinte:

No dia 26 de agosto de 2022, por volta das 15h, na Avenida Brasil, altura de Realengo, nesta
Comarca, os denunciados, livres e conscientemente, em comunhão de ações e desígnios entre si,
subtraíram para si ou para outrem, mediante grave ameaça, exercida através do emprego de uma
arma de fogo, coisas alheias e móveis, a saber: aparelho celular da marca Samsung e modelo A32,
um casaco e o veículo da marca Jeep, modelo Renegade, cor prata e placa RJT1C80, tudo de
propriedade de AMADEU PEREIRA DA SILVA SERRANO, idoso de 81 anos.

Veja bem, navegando no mar probatório, logo no início, no dia da audiência


foi ouvido a vítima sr. AMADEU PEREIRA DA SILVA SERRANO.

A vítima AMADEU PEREIRA DA SILVA SERRANO declarou: Que se recorda dos fatos; que são
verdadeiros; que estava dirigindo em direção a Água Branca, quando abriu o sinal, eles fecharam o
carro, estavam armados, mandaram entregar o carro; que eram pelo menos duas pessoas, que uma
levou o carro e a outra estava com outro carro; que não sabe se tinha mais gente, não conseguiu ver
a fisionomia das pessoas; que não levaram o telefone celular; que foi para perto do hotel, para o
ponto de taxi e para Realengo, chegou um policial que não sabe quem era, o policial perguntou:
“quem é que perdeu um carro assim, assim?” Que falou: fui eu; que o policial falou teria que ir para
a 34ª DP, que acharam o carro batido; que o carro foi encontrado no mesmo dia; que não sabe dizer
se alguém foi encontrado no carro; que pediram para fazer o reconhecimento dos réus na 33ª DP e
34ª DP, mas não conseguiu reconhecer; que entre o roubo e a chegada na DP demorou mais de uma
hora, que foi nesse momento que chegou a informação de que o carro foi localizado. Versão: 0.6.3

Verifica-se que a vítima em seu depoimento, declarou que não tinha certeza


quanto ao reconhecimento.
É notório que os fatos relatados pela vítima contêm duvidas, bem como as
informações trazidas em juízo, uma das testemunhas afirma não ter perdido de
vista nenhum segundo e olha testemunha informa ter visto o veículo de
imediato.

Salienta-se não haver confissão do acusado em juízo e nem identificação


idônea e concreta por parte da vítima. Assim, não se pode aceitar, data vênia,
que o acusado seja condenado por um delito, em que não há, nos autos, provas
que demonstre ser ele o autor do crime, tendo em vista que uma sentença
condenatória somente é possível se existir um juízo de certeza.
Insta frisar que, em juízo, em tese, foi produzida apenas uma única prova,
sendo ela a palavra da vítima que narrou não ter plena certeza.

De fato, a doutrina e jurisprudência, passaram a conferir um papel fundamental


à palavra da vítima como meio de prova hábil a demonstrar a autoria nos
crimes contra o patrimônio. Todavia, as declarações do ofendido não deixam
de ser consideradas como meio indireto de prova (indícios), necessitando,
assim, serem corroboradas pelos fatos e pelo conjunto probatório.

É sabido que o depoimento da vítima, mesmo em crimes patrimoniais, como


prova isolada, sem amparo em outras provas, não pode ser apto a embasar
eventual condenação.

Tendo em vista que não houve prova testemunhal por parte da vítima, e ambas
testemunhas alegam ter visto o veículo de imediato.

O que a defesa quer sustentar, é que houve uma tentativa de roubou ou


receptação, a característica oriunda do possível dolo eventual- uma vez que não
usufruiu do veículo e sim teve posse em conduzi-lo.
Essa possibilidade foi sustentada em relação somente ao crime de receptação,
entretanto, evidentemente incabível e, relação ás demais tentativas, preferiu o
MINISTÉRIO PÚBLICO requerer a pronuncia pelo crime capitulado no
art.157, §2º, II, §2º-A, I, c/c art. 61, inciso II, “h”, e art. 329, caput, na
forma do art. 69, todos do Código Penal.

(Art. 157) O roubo se caracteriza pela subtração de coisa alheia somada à


violência ou grave ameaça, vez que, a própria vítima não identificou o acusado
WAGNER LUCAS ABRANTES SILVA como roubador. (Art.14 § II) E há
tentativa quando, iniciada a execução, o fato não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente. (Art.180 § I). Se uma pessoa adquire
um objeto roubado e ou depois transporta-o de um local a outro, comete crime
único de receptação. ” 

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para


outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
§ 2º-I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego
de arma de fogo; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209,


de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma
por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984).

Art.180 § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir,


ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto
de crime:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Firme no conjunto probatório colacionado aos autos, requer o Apelante seja
reformada a decisão para:

1). Seja reformada a respeitável sentença primeva, por tudo o quanto foi dito e
mais o que dos presentes autos, se puder extrair, invocando ainda, os
suplementos jurídicos de vossas excelências, espera serenamente o Apelante
seja julgada improcedente a r. sentença condenatória, para absolve-lo das
injustas acusações contra si irrogadas, por ser medida de cristalina JUSTIÇA!;

2). Em derradeiro, seja reformada a respeitável sentença no que concerne ao


regime inicial para cumprimento da pena, fixando-se o regime aberto;

Termos em que
Espera deferimento.

Rio de Janeiro, 02 de março de 2023.


JOSÉ HENRIQUE MACHADO E SILVA
OAB/RJ 83265
Tentativa e resistência
Não temos dúvida que houve resistência
Monoporta
Se nos entendemos que a declaração do primeot deve

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