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METROLOGIA

Incerteza de medição

Prof. Dr. Ramsés Otto Cunha Lima


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Incerteza de medição

TÓPICOS DE AULA

• Introdução;

• Definição de incerteza;

• Fontes de incerteza;

• Por que indicar a incerteza de uma medição;

• Princípios da incerteza de medição.

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INTRODUÇÃO

• Qualquer descrição matemática de um fenômeno físico não é mais do que


uma modelagem teórica de algo com objetivo de permitir sua compreensão.

• Essa modelagem, mesmo realizada com elevado rigor, nunca corresponde


em absoluto ao verdadeiro fenômeno análisado, mesmo que para o
conhecimento científico de determinada época, possa ser considerada como
tal.
 Exemplo: Mecânica Newtoniana X Mecânica Relativista.

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INTRODUÇÃO

• Por outro lado, qualquer medição é efetuada com sistemas físicos (os
instrumentos de medição) com os quais procuramos quantificar determinadas
características de outros sistemas físicos (mensurandos).

• Todos os sistemas físicos reais se afastam em


maior ou menor grau do comportamento “ideal”
previsto pelos modelos matemáticos com os
quais procuramos os descrever.

• Mesmo após a correção de todos os erros


devido aos efeitos (sistemáticos) conhecidos,
permanecem inexatidões em todos os valores
medidos.

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DEFINIÇÃO DE INCERTEZA

• A Incerteza de medição pode ser definida como um parâmetro associado ao


resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que
podem ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando.

• Incertezas têm um papel particularmente importante em ciências da


natureza, já que é essencial a reprodutibilidade de resultados.

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DEFINIÇÃO DE INCERTEZA

• Quando se realiza um experimento para medir alguma grandeza, tenta-se


eliminar todos os erros que podem vir da teoria e/ou do aparato que
utilizamos.

• Porém, é impossível tomar conta de todas as flutuações.

• Sendo assim, precisamos de uma quantidade que nos indique quando uma
medida fora do usual é resultado de um erro na teoria ou na montagem do
experimento e quando é um resultado de flutuações estatísticas aleatórias.

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FONTES DE INCERTEZA

• Algumas razões mais imediatas para sempre existirem incertezas


associadas às medições são indicadas a seguir:

 Efeito das condições ambientais (exemplo: temperatura, humidade,


pressão atmosférica, etc.)

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FONTES DE INCERTEZA

• Algumas razões mais imediatas para sempre existirem incertezas


associadas às medições são indicadas a seguir:

 Efeito das características intrínsecas aos instrumentos de medição


utilizados (exemplo: resolução, estabilidade, sensibilidade, etc).

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FONTES DE INCERTEZA

• Algumas razões mais imediatas para sempre existirem incertezas


associadas às medições são indicadas a seguir:

 Efeito atribuíveis ao operador (exemplo: método de medição


inadequado, erro de leitura, das escalas, utilização incorreta do
instrumento, etc).

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PORQUE INDICAR A INCERTEZA DE UMA MEDIÇÃO

• Muitos dos ensaios, análises, medições que diariamente são realizados em


todo o mundo tem por objetivo garantir que determinados valores-limite
(mínimos ou máximos) não são excedidos.

• Exemplos:
 Potência de frenagem de um veículo;

 Exame antidoping em atletas de alto nível;

 Radar da polícia para avaliar a velocidade instantânea de um


veículo;

 Tolerâncias dimensionais e geométricas em uma peça fabricada;

 Percentual da álcool na gasolina.

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PORQUE INDICAR A INCERTEZA DE UMA MEDIÇÃO

• Sem informação sobre a incerteza da medição, pode parecer muito simples


tomar decisões, porém essas decisões podem estar incorretas.

• Por exemplo:

 Consequências econômicas, ao se rejeitar um produto em vez de


aceitá-lo;

 Consequências judiciais, ao dar um veredicto de culpado em vez de


inocente;

 Consequências médicas, ao se prescrever um tratamento


desnecessário.

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PORQUE INDICAR A INCERTEZA DE UMA MEDIÇÃO

• Com a indicação de uma estimativa realista da incerteza, a informação


contida nos resultados torna-se muito mais útil.

• Observe, graficamente, a influência que poderá ter associar ou não a


incerteza ao resultado de uma medição:

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PORQUE INDICAR A INCERTEZA DE UMA MEDIÇÃO

• Se esse resultado tivesse que ser comparado com uma dada especificação
(por exemplo, com os limites mínimo e máximo de aceitação de um produto),
a inclusão da incerteza permite identificar:

 Se a especificação é
claramente cumprida (caso A);

 Se não é cumprida (caso E);

 Ou se trata da situação de
alguma indefinição (Casos B,
C e D), em que qualquer
decisão implicará assumir um
determinado risco.

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PRINCÍPIOS DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO

• Especificação:
 Escrever com clareza o que está sendo medido, escrevendo relações
entre o mensurando e os parâmetros que ele depende (equações), as
unidades utilizadas.

• Preparação da amostra:
 Efeitos da homogeneização, secagem, moagem, dissolução, extração,
etc.

• Apresentação de Material de Referência Certificado ao sistema de medição:


 Incerteza dos materiais de referência, materiais de referência com
mesma concentração da amostra.

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PRINCÍPIOS DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO

• Calibração do instrumento:
 Precisão do instrumento, faixa de calibração, uso de materiais de
referência certificados.

• Análises:
 Efeitos do operador, interferência de matriz, pureza do reagente,
reagentes dentro do prazo de validade, precisão.

• Processamento dos dados:


 Estatística

• Apresentação e interpretação dos resultados:


 Resultado final, estimativa de incerteza, nível de confiança.
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COMPONENTES DA INCERTEZA

• Incerteza padrão – u(y):


 Incerteza expressa como um desvio-padrão.

• Incerteza padrão combinada – uc(y):


 Estimativa do desvio-padrão combinado, igual à raiz quadrada positiva
da variância total obtida pela combinação de todos os componentes de
incerteza avaliados, usando a lei da propagação de incerteza.

• Incerteza expandida – U:
 Provém do intervalo dentro do qual o valor do mensurando é
acreditado estar com um nível particular de confiança.

• Fator de abrangência – k:
 A escolha do fator k é baseada no nível de confiança desejado.
 Para 95%, k = 2.

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PRINCÍPIOS DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO

• Avaliação do Tipo A:
 Método de avaliação da incerteza pela análise estatística de série de
observações.
 Média;
 Desvio-padrão experimental.

• Avaliação do Tipo B:
 Método de avaliação da incerteza por outros meios que não a análise
estatística de série de observações.
 Dados de medições prévias;
 Especificações do fabricante;
 Dados fornecidos em certificados de calibração e outros;
 Incertezas relacionadas a dados de referência extraídos de
manuais.

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