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USJT

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II

SILICONE NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
SELANTE A BASE DE SILICONE

ARTUR GONZALBO RA-200807945

EDMUR FREITAS RIBEIRO RA-199911012

FABIANA SOARES RA-200707613

SERGIO NEVES RA-200912345


Sumário
Objetivo ......................................................................................................................................... 3
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Origem do silicone......................................................................................................................... 3
Propriedades do silicone ............................................................................................................... 3
Tipos de silicone para construção civil .......................................................................................... 5
Hidrofugantes............................................................................................................................ 5
Aditivos...................................................................................................................................... 6
Selantes ..................................................................................................................................... 6
Propriedades dos selantes a base de silicone ............................................................................... 7
Tipos de silicone selante ............................................................................................................... 8
Selantes Acéticos....................................................................................................................... 8
Produto A: ............................................................................................................................. 8
Produto B: ............................................................................................................................. 8
Produto C: ............................................................................................................................. 9
Selantes Neutros ....................................................................................................................... 9
Produto D: ............................................................................................................................. 9
Produto E:............................................................................................................................ 10
Produto F: ............................................................................................................................ 10
Emprego do selante de silicone em juntas de dilatação ............................................................. 12
Características dos selantes para juntas de dilatação............................................................. 12
Aplicação dos selantes em juntas de dilatação ....................................................................... 13
Falhas em juntas de dilatação ................................................................................................. 14
Conclusão .................................................................................................................................... 15
Bibliografia .................................................................................................................................. 15

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Objetivo
Estudar a função de selantes a base de silicone em juntas de dilatação para edificações.

Introdução
Neste trabalho visitamos uma empresa responsável
respon pela fabricação de alguns tipos de silicones
onde percebemos a grande variação de produtos e aplicações que o silicone apresenta. No que
segue vamos explorar a parte do silicone voltada para a construção civil, mais precisamente os
selantes, responsáveis por vedações e por juntas de dilatação no qual daremos ênfase.
ênfase

Origem do silicone
A primeira síntese registrada foi feita em 1900 pelo cientista alemão Wöhler, começando a ser
explorado industrialmente a partir da 2ª Guerra Mundial, quando foram construídas as
primeiras fabricas na Alemanha e nos Estados Unidos. No Brasil, o silicone começou a ser
usado a partir da década de 50 e a primeira fabrica de mistura foi construída na década de 60,
no município de Duque de Caxias no Rio de Janeiro. Atualmente
Atualm estima-se
se que os silicones são
utilizados em mais de 5000 produtos.

Figura 1 – História do silicone no Brasil

Propriedades do silicone
Silicones são polímeros compostos basicamente por silício e oxigênio intercalados que contem
também grupos orgânicos na sua estrutura. Na reação do processo de fabricação, a areia (SiO2)
misturada com carbono dá origem a sílica mineral, que por sua vez misturada aos grupos
orgânicos e depois passando por hidrolise, dá origem ao produto final,, o silicone:

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Figura 2 – Reações do processo de fabricação

A cadeia final apresenta em sua cadeia linear, átomos de silício e oxigênio alternados, com
ramificações orgânicas CH3. A quantidade dessas ramificações pode variar na molécula
gerando uma grande variedade de silicones existentes no mercado.

O tamanho da molécula influencia na sua forma física, variando entre líquido, viscoso ou sólido
(semelhante a borracha). O silicone formado por moléculas menores possui um aspecto oleoso
e é utilizado como impermeabilizantes de superfícies, graxas lubrificantes, cera de polimento,
etc. Formado por moléculas intermediarias, os silicones são mais pastosos e são utilizados na
fabricação de adesivos e selantes. Em moléculas maiores, as ligações se cruzam e o silicone
assume o aspecto de elastômero, passando a ter alta resistência e é aplicado em
equipamentos industriais, peças de automóveis, etc.

Uma das principais características é a longetividade e compatibilidade com os meios de


produção. Por ser inerte, não traz malefícios para o meio ambiente, não contamina o solo,
nem a água, nem o ar. Além disso, não existem registros de que tenha provocado algum tipo
de reação alérgica a seres humanos, podendo assim ser manipulados com segurança, sem
riscos a saúde. Muitos silicones são recicláveis e outros são de simples disposição, sem
agressão ao meio ambiente. Os silicones resistem à decomposição pelo calor e suportam
temperaturas que variam entre -65°C a 400°C. Em suas propriedades gerais, os silicones
apresentam:

• Alta estabilidade química;


• Grande resistência elétrica;
• Compatibilidade biológica;
• Alta resistência térmica;
• Resistência ao intemperismo;
• Baixa tensão superficial;
• Boa lubricidade.

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São resistentes à água e à oxidação também. O silicone, por suas propriedades e por sua
grande variabilidade de produtos finais é utilizado em diversas industrias como estética, têxtil,
eletro-eletrônica, alimentícia,, etc.

Figura 3 – Segmento do mercado brasileiro

Na construção civil, o silicone pode ser aplicado em três linhas básicas: selantes, hidrofugantes
e aditivos. No Brasil, as indústrias importam o polímero base e produzem os produtos finais,
com exceção dos hidrofugantes,
hidrofugantes que são produzidos no exterior.

Tipos de silicone para construção civil

Hidrofugantes
A hidrofugação é a característica de repulsão da água em superfícies de substratos. O silicone é
utilizado a fim de impedir a penetração de água pela superfície, ou seja, s como
impermeabilizante.

Devido à baixa tensão superficial da molécula do silicone, quando aplicado, ele penetra
profundamente no poro do substrato, não deixando que a água e outros contaminantes se
depositem na superfície do substrato.

Isso acontece porque


orque a origem mineral do silicone faz com que ele se alinhe com o substrato
inclusive com a superfície interna dos poros, fazendo com que ele se torne hidrorrepelente.

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Essa característica é utilizada em materiais impermeabilizantes e antiaderentes
(desmoldantes).

Figura 4 – Silicone como hidrofugante

Aditivos
Aditivos a base de silicone é usado em concentrações mínimas, em tintas, resinas, vernizes,
esmaltes a fim de corrigir imperfeições como, por exemplo:

• Melhoria do espalhamento da película, evitando problemas de estriamento;


• Melhoria na dispersão do pigmento, evitando a formação do “olho de peixe”,
flutuação e precipitação dos pigmentos;
• Melhoram a aderência, resistem a fissuras e são ótimos niveladores;
• Melhoram muito a resistência a riscos e abrasões.

Selantes
O selante por definição é uma composição elastômera e é utilizada para calafetação, colagem
ou isolação de dois substratos. Para tal definição precisam existir certas características como:

• Elasticidade, que é a capacidade de resistir a movimentos de alongamento e


compressão nos trabalhos da junta;
• Aderência, que é a capacidade de unir os materiais realizando a fixação ou vedação;
• Compatibilidade, onde os compostos químicos do selante não podem agredir os
compostos químicos do substrato;
• Durabilidade, que é a capacidade de manter suas características por um longo tempo e
resistir a agentes climáticos.

No caso, os selantes de silicone, suas ligas são muito fortes, tornando-os muito resistentes à
água e altamente resistentes ao ultravioleta e intemperismo (resiste a altas ou baixas
temperaturas, em geral entre -45°C a 145°C). Tem sua capacidade de movimentação
diferenciada e perfeita adesão a maioria dos substratos sem a necessidade de aplicação de

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primer. São utilizados em vedações de caixilhos, de peças sanitárias, rejunte de pias, de box,
de banheiras, de azulejo, de piso, de pias de cozinha, de juntas de dilatação e etc.

Figura 5 – Aplicação do selante de silicone

Propriedades dos selantes a base de silicone


Os selantes de silicone podem ser especificados considerando-se:

• Capacidade de movimentação (Módulo);


• Tipo de cura.

Em relação ao módulo os selantes podem ser classificados em três tipos:

• Alto módulo: até +ou- 25% de deformação;


• Médio módulo: até +ou- 50% de deformação;
• Baixo módulo: entre -50% e 100% de deformação.

Ou seja, se tivermos uma junta de 1,0cm de largura no caso do médio módulo, o selante
poderá se distender até 1,50cm ou comprimir até 0,50cm.

Em relação ao tipo de cura, que é a passagem do estado pastoso para o estado de borracha de
silicone depois do contato com a umidade do ar, podem ser classificados em:

• Cura Acética, onde durante o processo de cura, liberam odores acéticos;


• Cura Neutra, onde durante o processo de cura, liberam vapores neutros e se
classificam em alcoólicos, amídicos ou oxímicos (dependendo da substancia liberada);
• A Base d’Água, onde não liberam substancias químicas durante a cura.

O tipo de substrato onde o selante de silicone será aplicado está diretamente relacionado
com o tipo de cura do selante a ser utilizado. (Cura ácida para superfícies lisas e cura
neutra para superfícies porosas).

Os selantes de silicone devem ser aplicados em superfícies limpas, secas e desengorduradas,


onde esses contaminantes podem comprometer a adesão dos selantes à superfície. É

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recomendado o “método de limpeza de dois panos”, onde primeiro se passa um pano
umedecido em solvente e em seguida passa-se um pano seco.

Tipos de silicone selante


Em nossa visita a fabrica de mistura de produtos de silicone, destacamos alguns selantes a
base de silicone onde destacamos suas características e segmentos no mercado:

Selantes Acéticos
Produto A:
Selante do tipo acético (anti-fungo), com tempo de formação de pele de 8min, resistente a
temperatura variando de -30 a 120°C. Contem agente fungicida que evita o escurecimento da
junta e tem aderência e vedação a vidro comum, não laminados, alumínio comum e
anodizado, cerâmica e azulejo, etc. É recomendado para vedação e adesão de vidros e
alumínios, pequenos reparos em residências (pias e Box) e vedação de caixilho, encanamentos,
etc.

Figura 6 – Vedação em box

Produto B:
Selante do tipo acético (anti-fungo), com tempo de formação de pele de 4 a 10min, resistente
a temperatura variando de -30 a 120°C. Contem agente fungicida que evita o escurecimento
da junta e tem aderência a vidro comum, alumínio anodizado, azulejo, esmalte sintético,
fórmica, granito, resina poliéster, suportes pintados com tintas acrílicas, epóxi e poliuretano. É
recomendado para indústrias de serralherias, recuperação de esquadrias em fachadas,
vidraçarias, indústria de refrigeração e pequenos reparos em residências.

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Figura 7 – Esquadrias de fachadas

Produto C:
Selante do tipo acético, com tempo de formação de pele de 4 a 10min, resistente a
temperatura variando de -50 a 150°C. Tem aderência a vidro comum, alumínio anodizado,
azulejo, esmalte sintético, fórmica, resina poliéster, suportes pintados com tintas acrílicas,
epóxi e poliuretano. Este produto apresenta força suficiente para suportar a pressão da água
em imersão e ambientes com alto nível de salinidade e permite contato indireto com
alimentos. Sue uso é recomendada para aquários, indústria náutica e indústria de alimentos.

Figura 8 - Vedação de aquários

Selantes Neutros
Produto D:
Selante do tipo neutro, com tempo de formação de pele de 7 a 25min, resistente a
temperatura de -50 a 200°C. Esse produto tem como objetivo principal ser utilizado em juntas
de dilatação em concreto, pré-moldados, alvenarias, etc e seu emprego será detalhado em
item logo a seguir.

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Produto E:
Selante do tipo neutro, com tempo de formação de pele de 5 a 10min, resistente a
temperatura variando de -50 a 200°C e é um selante de alto desempenho. Tem aderência a
policarbonato, PVC, alumínio comum e anodizado, aço carbono e inox, metal galvanizado,
azulejo, cerâmica, cobre esmalte sintético, fibro-cimento, fórmica, granito, latão, resina
poliéster, revestimentos pintados com tintas acrílicas, epóxi e poliuretano. É recomendado
para vedação de tubulações e encanamentos, vedação externa de estufas e câmaras frias,
janelas e portas de PVC, pias e cubas de latão, etc.

Figura 9 – Aplicação em tubulações e encanamentos

Produto F:
Selante do tipo neutro, com tempo de formação de pele de 4 a 7min, resistente a temperatura
variando de -50 a 200°C. É um selante utilizado como junta de vedação de materiais como
granito, mármore, concreto, madeiras, metais galvanizados, zincados, vidro comuns e
laminados. É recomendado para utilização em calhas e rufos.

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Figura 10 – Quadro resumo de características

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Emprego do selante de silicone em juntas de dilatação
As estruturas estão sujeitas a expansão e contração, devido às características de sua
composição: variação de temperatura, umidade, recalques, esforços e retração por secagem
etc. As juntas são espaços destinados a permitir que movimentações decorrentes das
características dos materiais, descritos acima, não comprometam a estrutura. Para que se
garanta a estanqueidade, e impeça a passagem da água na junta, trinca ou fissuras, que se
formam com a deformação da estrutura devida a dilatação térmica, podemos utilizar os
selantes de silicone, também denominados mastique ou vedantes.

Figura 11 – Esforços de uma junta de dilatação

Os selantes são produtos que tem a capacidade de deformar-se e de variar suas dimensões
quando sujeitos a uma tensão mantendo constante seu volume. Quando a estrutura contrai o
selante se alonga, da mesma forma quando a estrutura de expande o selante é comprimido.

Características dos selantes para juntas de dilatação


De forma geral, os selantes devem possuir as seguintes características para ser utilizado em
juntas de dilatação:

• Impermeabilidade a água de percolação, pressão hidrostática ou umidade;


• Impermeabilidade a gases e vapores;
• Resistência aos esforços de tração, compressão, cisalhamento, vibração, torção, etc.;
• Expandir-se e contrair-se sem transmitir ao substrato de base tensões elevadas;
• Resistência aos raios ultravioletas do sol;
• Resistência a produtos químicos ou agentes agressivos tais como óleo, gasolina, etc.;
• Os produtos para vedação de juntas apresentam variedade no desempenho frente às
solicitações impostas acima. Assim sendo, devem ser analisadas as características dos
produtos e a exigência de desempenho para cada tipo de necessidade.

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Aplicação dos selantes em juntas de dilatação
Para aplicação dos selantes a base de silicone em juntas de dilatação deve-se
deve se seguir algumas
recomendações:

• Em superfícies porosas ou para a calafetação de alguns tipos de materiais (vidros,


peças galvanizadas, plásticos, etc.) a utilização de um primer indicado pelo fabricante
pode ser recomendada;
• O selante não deve aderir
aderi às bordas da junta, por isso, coloca-se
coloca um suporte
antiadesivo (fita crepe) para
ara evitar sua aderência ao mastique, que acarretaria
esforços de cisalhamento
mento comprometendo a estrutura, além de um controle estético,
pois assim obteremos um bom acabamento;
acabamento

Figura 12 – Aplicação de fita nas bordas

• Uma
ma leve curvatura de forma côncava na seção de calafetação é recomendada, para
possibilitar quee o alongamento do selante seja direcionado para o ponto médio da
seção. Utiliza-se como base para selantes em juntas cordões de polietileno expandido;

Figura 13 – Aplicação de cordão de polietileno

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• As bordas da junta de concreto podem sofrer quebras, por isso recomenda-se
recomenda
que faça a calafetação ligeiramente abaixo do topo da junta;
• A velocidade de aplicação deve ser controlada para manter uma um quantidade
necessária a aplicação da junta e não acarretar em falha de adesão;
adesão

Figura 14 – Velocidade de aplicação

• A grande maioria dos selantes exige substratos perfeitamente secos para sua
aplicação, devendo também impedir seu contato com água durante o período
recomendado pelo fabricante.

Falhas em juntas de dilatação


Alguns
ns tipos de falhas como de adesão e coesão, que geralmente são vinculadas com a
aplicação, podem ocorre devido a alguns erros como:

• Deficiência de projeto e especificação de juntas;


juntas
• Escolha incorreta do selante;
• Aplicação sobre substrato contaminado;
• Aplicação sobre substrato com umidade acima dos limites admissíveis;
• Não observância da temperatura
temperatura adequada e recomendada para a aplicação;
• Defeitos na preparação das superfícies;
• Falhas na aplicação do selante;
• Falta de utilização de primer quando necessário;
• Ocorrência de movimentações não previstas.

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Figura 15 – Falhas em juntas

Conclusão
O uso cada vez maior de silicone nos mais variados setores de produção sinaliza a importância
deste produto, e a continuidade de pesquisas de desenvolvimento para que novos conceitos
sejam implementados e divulgados.

Estas características
aracterísticas permitem que o silicone seja utilizados com vantagens com grandes
benefícios em todas as áreas da tecnologia atualmente.
atualmente

Bibliografia
Alquimica Industria Quimica

Revista Téchne

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