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Projeto “Apoio aos Diálogos Setoriais EU-Brasil, Fase II”

Ação “Controle e Regulação de Químicos”

Sectoral Dialogues on Control and Regulation of Chemicals

Diálogo: Dimensão Ambiental do Desenvolvimento Sustentável

Instituição Brasileira Responsável: Ministério do Meio Ambiente - MMA

Instituição Europeia Responsável: DG Ambiente

Produto 2 - Relatório contendo a contextualização da


realização do Seminário, do seu programa, participantes, relato
das apresentações e discussões, identificação dos principais
temas discutidos e dos itens objeto de consenso e dissenso,
identificação dos desafios e oportunidades para o
aprimoramento da gestão de químicos no Brasil, sugerindo
propostas e estratégias mais adequadas ao modelo brasileiro,
tendo em vista as discussões realizadas no Seminário e as
características socioeconômicas, territoriais, ambientais e
geopolíticas do país

(no âmbito das atividades previstas no Contrato celebrado com CESO CI Internacional, S.A.)

Perito: Gilson S. Spanemberg


Tipo: Sênior Local

São Paulo, Junho de 2013


1. Apresentação

O objetivo central deste relatório é sistematizar e contextualizar os principais resultados


gerados por ocasião da realização do Seminário “Diálogos Setoriais sobre Controle e Regulação
de Substâncias Químicas”, realizado em Brasília nos dias 22 e 23 de maio de 2013, como
atividade do Projeto “Apoio aos Diálogos Setoriais EU-Brasil, Fase II - Ação Controle e
Regulação de Químicos”.

A ação consiste no intercâmbio de conhecimento e experiências entre o Brasil e as


agências europeias especializadas na regulação de substâncias químicas, com ênfase na
prevenção de riscos, mecanismos de controle e arranjos institucionais para a gestão destes
químicos e de seu comércio internacional.

A União Europeia possui um sólido sistema de gestão das substâncias químicas, do qual se
destacam dois regulamentos: o EC 1907/2006, que instituiu o REACH e disciplina o Registro, a
Avaliação, a Autorização e a Restrição de Substâncias Químicas, bem como o Regulamento CLP
(EC 1272/2008), que cuida da Classificação, Rotulagem e Embalagem das substâncias.

Com o intuito de avançar rumo ao estabelecimento de um regulamento que amplie o


arcabouço normativo para o controle preventivo de danos à saúde e ao meio ambiente
decorrentes do uso de substâncias químicas, é de especial interesse para o Brasil ampliar os
canais de diálogo com a União Europeia no sentido de promover o intercâmbio de conhecimento
e a troca de experiências sobre a regulação dessas substâncias.

2. Objetivos do seminário

A promoção do seminário contribuiu com o debate nacional acerca da gestão de


substâncias químicas, ampliando e difundindo o diálogo, a partir do acesso a informações sobre
políticas e regulamentos adotados na União Europeia e outros países que estão colocando em
prática regulamentos direcionados ao controle de substâncias químicas. As discussões geradas
também auxiliaram na construção de consensos sobre os desafios para o contínuo
aperfeiçoamento e consolidação de uma política de segurança química no Brasil.

O propósito central do seminário foi consolidar a troca de experiências entre especialistas,


sociedade civil e representantes de órgãos de governo do Brasil e da União Europeia, visando
contribuir para a discussão a respeito da institucionalização do controle de substâncias químicas
no país.

O programa do seminário (Anexo 1) foi estruturado de maneira que os seguintes objetivos


específicos também pudessem ter sido atingidos:

- Conhecer o arcabouço legal, as políticas públicas e os instrumentos adotados pela União


Européia (EU) e por países membros para a gestão de substâncias químicas;

- Conhecer o processo de elaboração do Inventário de Substâncias Químicas da EU;

- Conhecer o processo de tomada de decisão da EU para estabelecer medidas de controle


de riscos de substâncias químicas;

- Entender os processos de registro e autorização de substâncias químicas no âmbito da


EU;

- Entender como se dá a fiscalização do cumprimento das decisões de proibição e restrição


de uso de substâncias;

- Conhecer as atividades de implementação do GHS europeu (CLP);


- Ampliar a base de diálogo institucional acerca da gestão segura e saudável de
substâncias químicas;

- Estimular e fortalecer a constituição de alianças estratégicas, assim como parcerias


nacionais e internacionais para a promoção da segurança química no Brasil.

3. Instituições participantes

O Seminário foi composto por membros da Comissão Nacional de Segurança Química


(CONASQ); representantes de associações de indústria, entidades de classe, sindicatos e
organizações não governamentais; laboratórios; universidades; pesquisadores e demais órgãos
governamentais e não governamentais interessados na discussão dos instrumentos de controle e
regulação de substâncias químicas.

4. Resultados

O Seminário foi organizado em sessões envolvendo todos os atores e segmentos sociais,


levando em consideração diversas informações no âmbito do controle e regulação de
substâncias químicas que possam fornecer subsídios, idéias e recomendações indispensáveis
para a construção de um modelo regulador que seja viável para o Brasil. Nesse sentido, foram
convidados representantes nacionais e internacionais de diversas instituições, com reconhecida
vivência e compromisso ético na questão da segurança química, para que pudessem expressar
sua visão, expectativa e contribuição, como partes envolvidas nesse amplo processo de
articulação.

As informações a seguir descrevem os principais resultados obtidos nos dois dias de


debates.

4.1. Solenidade de abertura

A solenidade de abertura foi composta pelo Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente


Urbano (Ministério do Meio Ambiente - MMA), pelo Diretor Nacional do Projeto Apoio aos
Diálogos Setoriais UE Brasil (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG) e pelo
representante da Delegação da União Europeia no Brasil (DELBRA). Na ocasião, os
representantes tiveram a oportunidade de manifestar suas palavras iniciais sobre a importância
da questão da regulação de substâncias químicas no Brasil.

4.2 Painel Projeto “Diálogos Setoriais Brasil – União Europeia”

O representante do MPOG, Sr. Samuel Antunes Antero, informou aos participantes que o
projeto existe em outros países, e cuja idéia não é impor o modelo vigente na União Europeia,
mas trocar experiências e ampliar a base de diálogo. O projeto tem durações diferenciadas, de
acordo com as necessidades, e compreendem ações como governança, gestão ambiental,
direitos humanos, ciência e tecnologia, desenvolvimento regional, micro e pequenas empresas,
entre outros. O MPOG apóia cerca de 17 projetos no âmbito dos diálogos setoriais, embora mais
de 29 já tenham sido mapeados. Sob o ponto de vista financeiro, o projeto prevê recursos para a
contratação de consultores externos e nacionais, despesas com transporte, logística de eventos,
palestrantes, etc. Qualquer ministério ou agência do governo federal brasileiro é elegível à
participação no projeto, assim como instituições da União Europeia. A gestão do projeto é
atribuída ao MPOG, DELBRA, prestadores de serviços, parceiros institucionais (beneficiários
diretos) e comitê consultivo. Pretende-se concluir 45 ações de diálogo em 2013, de 14 entidades
federais, sendo deste total 09 ações de responsabilidade do MMA, a exemplo de controle e
regulação de químicos e planejamento em emergências com produtos químicos perigosos.
Finalmente, informou que de agosto a dezembro de 2013 ocorrerá a assinatura da nova fase do
projeto, assim como o lançamento da nova convocatória do mesmo.

A representante do Ministério do Meio Ambiente e Diretora do Departamento de Qualidade


Ambiental, Sra. Letícia Reis de Carvalho, informou que o MMA tem interesse particular na
discussão do tema das substâncias químicas, além de contextualizar a problemática das
mesmas no âmbito dos diálogos setoriais. Salientou que os referenciais internacionais para
atuação nesta agenda estão amplamente presentes no capítulo 19 da Agenda 21, na Declaração
da Bahia sobre Segurança Química, na Conferência Rio+10, na estratégia do SAICM e nas
convenções internacionais de Basiléia, Roterdã, Estocolmo e Minamata. Informou, ainda, que a
presente ação teve suas discussões e estudos iniciados em 2012, a partir de entendimentos
entre MMA e IBAMA.

Em seguida, a técnica do MMA, Sra. Marília de Almeida, apresentou um relato da missão


técnica do MMA às instituições e agência reguladoras de substâncias químicas de União
Europeia, cujo objetivo foi gerar intercâmbio de conhecimentos e experiências entre Brasil e as
agências europeias especializadas em gestão de substâncias químicas, como parte das
atividades no âmbito deste projeto de diálogo de ação. As visitas incluíram a DG Environment, a
BaUA (Federal Institute for Occupational Safety and Health), a KEMI (Agência Sueca de
Químicos) e a ECHA (Agência Europeia de Substâncias Químicas).

4.3. Mesa Redonda A Regulação de Químicos no Brasil: percepções

Inicialmente, a gerente de assuntos regulatórios da Abiquim, Sra. Nícia Fusaro Mourão,


manifestou que a indústria química é essencial para a melhoria do nível da qualidade de vida da
população. A Abiquim agrega cerca de 130 empresas químicas associadas, além de 70
empresas parceiras, sendo estas responsáveis por cerca de 85% do faturamento em termos de
volume e produção no país. Através do Pacto Nacional da Indústria Química, a Abiquim tem o
objetivo de posicionar o Brasil como líder em química verde nos próximos anos. Abordou, ainda,
o Programa Atuação Responsável da Indústria Química e os princípios orientadores em
advocacy de produtos químicos. Finalmente, apresentou o mecanismo do GPS, conhecido como
Estratégia Global de Produtos, como uma importante ferramenta de avaliação e comunicação de
riscos da indústria química.

O representante da Confederação Nacional do Ramo Químico CNQ-CUT, Sr. Itamar


Sanches, descreveu em sua apresentação as ações que estão sendo desenvolvidas e discutidas
pela CNQ em relação aos produtos químicos, com foco no uso de produtos seguros e prevenção
de geração de resíduos tóxicos. Questionou qual o papel que o Brasil pretende no cenário e
problemática das substâncias químicas: “ser um mero produtos de produtos químicos e
exportador de petróleo, ou desenvolver tecnicamente a cadeia de produtos químicos?”.
Salientou, ainda, que considerando os avanços da indústria química, ainda há muitas questões
de segurança e exposição de trabalhadores que necessitam ser enfrentadas e resolvidas.

O representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais FBOMS, Sr. André


Fenner, iniciou sua apresentação manifestando que a estrutura e arcabouço legal de substâncias
químicas no Brasil são extremamente fragmentados, devido ao modelo de desenvolvimento do
país. A cooptação de representantes dos movimentos sociais para atuarem nas estruturas de
governo colabora para a fragmentação de legislações. Outra questão que impede o avanço para
uma melhor gestão de substâncias químicas no Brasil diz respeito aos preconceitos em relação
dos representantes dos movimentos sociais, considerados, muitas vezes, carentes de informação
e conhecimento. É necessário que sejam criados meios mais legítimos para que os atores sociais
possam ter melhor representatividade e participação nos fóruns de discussão, além de estímulos
ao financiamento. Por fim, destacou a falta de transparência em relação à apresentação de
estudos e dados dos órgãos de governo à sociedade civil.
Por fim, a representante do IBAMA, Sra. Karina Cham, apresentou as principais situações
vivenciadas pelo órgão e os desafios a serem superados no âmbito da gestão de substâncias
químicas no país.

4.4 Painel Visão Geral da Regulação de Químicos no Brasil

O perito nacional do projeto, Eng. Químico Gilson Spanemberg, comentou sobre a


disponibilidade de informações qualitativas e quantitativas de substâncias químicas no Brasil,
afirmando que estas são insuficientes, assistemáticas, não dispõem de mecanismos de
intercâmbio e encontram-se disseminadas em diversas instituições, sendo geradas em
duplicidade ou com características contraditórias. Fez uma análise de evolução da segurança
química na linha do tempo, e que embora o arcabouço legal possa ser considerado vasto, na
prática não se mostra factível, devido à falta de uma política integradora, transparente,
abrangente e participativa. Para finalizar, apresentou as principais ações dos diversos órgãos
reguladores de substâncias químicas no Brasil.

4.5. Painel Caracterização de Modelos de Referência para a Gestão de Substâncias


Químicas

Neste Painel, a consultora externa, Sra. Catherine Ganzleben, do Instituto MILIEU,


apresentou informações referentes ao modelo de controle e gestão de substâncias químicas da
União Europeia, assim como o registro e processo decisório para adoção de medidas de controle
de substâncias químicas no âmbito do regulamento REACH. Abordou questões como atores
chave, avaliação de risco químico, segurança e saúde ocupacional, controle de emissões,
padrões de qualidade ambiental, acesso público à informação, entre outros. Descreveu com certo
nível de detalhe o regulamento europeu REACH, o papel do público, a ECHA, etc.

Desse painel, questões foram trazidas para debate, a exemplo de:

- “o produtor estrangeiro precisa apontar um representante legal (OR) para fazer o registro
de produtos químicos na União Europeia. Essa figura (OR) tem custo elevado para o Brasil e isso
caracteriza uma dificuldade para o exportador brasileiro”;

- “o custo médio de registro de um produto na União Europeia custa entre 1000 e 75.000
euros”;

- “proteção da confidencialidade das informações”, ao que a consultora informou que tudo


deve ser mantido de maneira confidencial.

4.6. Sessão O Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de


Substâncias Químicas

Nesta sessão, o representante do Inmetro, Sr. Eduardo Gadret, fez uma apresentação
rápida de sua instituição, missão e atribuições. Informou que o Inmetro é a área de articulação
internacional e ponto focal do acordo de barreiras técnicas da OMC. Descreveu o histórico de
ações desenvolvidas pelo Inmetro no âmbito do GHS no Brasil e a análise dos principais
resultados dos trabalhos do GT-GHS Brasil durante o período de 2002 a 2011. Considerou como
positivos os ensaios para classificação e rotulagem e a estrutura de laboratórios no país, as boas
práticas de laboratório aplicadas ao REACH e GHS, de acordo com as especificidades da OCDE.
Descreveu que o Inmetro realizou uma missão técnica à ECHA para conhecer as atividades e
estrutura da agência, assim como as mensagens fundamentais passadas pela ECHA ao Inmetro.

Em seguida, a assessora técnica de assuntos regulatórios da Abiquim, Sra. Camila


Barcellos, descreveu as principais atividades coordenadas pela Abiquim no âmbito da NBR
14725 da ABNT. Informou que o GHS é utilizado pela indústria como base de dados em
ferramentas para análise de risco, além das capacitações realizadas pela entidade no âmbito do
GHS, como apoio às empresas químicas e demais atores interessados.

Finalmente, o gerente substituto de segurança química do MMA, Sr. Alberto da Rocha


Neto, apresentou o Programa Econormas, na perspectiva dos avanços para a implementação do
GHS no MERCOSUL, relatando que progressos significativos foram feitos para promover a
adoção de orientações internacionais e fortalecimento de capacidades analíticas locais (infra-
estrutura de laboratórios disponíveis). Salientou que um dos contratos previstos no projeto
objetiva contribuir para a implementação de uma estratégia de comunicação, conscientização e
treinamento, nos quatro países beneficiários, visando cinco atores sociais específicos, entre
esses: público em geral; atores governamentais; empresas, com destaque para as pequenas e
médias empresas (FISPQ); e situações de emergência associada à gestão dos produtos
químicos. A capacitação será feita por meio do desenvolvimento de campanhas de comunicação,
sensibilização e formação e execução peças de comunicação específicas.

Uma importante questão trazida para o debate nesse Painel está descrita a seguir:

- “como o governo vê as questões de capacitação atuarem como gargalo para tratar os


perigos relacionados aos produtos químicos?”

Os debatedores do Painel argumentaram que o Projeto Econormas está levando essa


questão em consideração, especialmente o Uruguai está mais sensível à necessidade de
capacitação e desenvolvimento de informação junto aos atores envolvidos e públicos expostos.
Houve unanimidade dos participantes de que o Brasil deve ampliar os esforços para implementar
e ampliar a capacitação no âmbito do GHS. O setor privado, sobretudo, deve garantir o amplo
treinamento de seus trabalhadores nas questões afetas aos riscos químicos.

4.7. Painel Implementação do REACH na Suécia

A representante da Agência de Químicos da Suécia – KEMI, Sra. Eva Sandberg,


apresentou aos participantes do Seminário a experiência da Suécia na implementação do
REACH, o processo de registro de substâncias naquele país e as principais ações de fiscalização
da Agência no âmbito do cumprimento do regulamento.

4.8 Painel Caracterização de Outros Modelos de Referência para a Gestão de


Substâncias Químicas

A consultora externa, Sra. Catherine Ganzleben, do Instituto MILIEU, trouxe ao debate os


principais requisitos previstos para atendimento e conformidade aos regulamentos adotados na
China e no Canadá, concluindo com uma comparação entre os dois modelos em relação ao
modelo de gestão de substâncias químicas adotado pela União Européia (REACH). Várias
informações específicas de cada modelo foram apresentadas e discutidas, numa tentativa de que
os participantes pudessem compreender as principais características dos modelos de gestão
colocados em prática na China e no Canadá, naturalmente considerando suas particularidades e
realidades geográficas.

Ao final dessas apresentações, o debate esteve centrado na questão dos testes em


laboratório que, de acordo com o modelo de gestão da China, devem obrigatoriamente ser
realizados naquele país. Isso representa uma preocupação em relação à qualidade das
informações geradas, especialmente devido à baixa qualidade das técnicas analíticas disponíveis
no país. Além disso, não parece que o trabalho desenvolvido na China para regular seus
produtos químicos esteja, de fato, trazendo resultados que possam proteger a população dos
perigos associados à exposição a essas substâncias.

De maneira geral, o modelo canadense parece estar indo no caminho certo, devido ao seu
comprometimento e imparcialidade ética.
4.9. Sessão Estudos da Fundacentro sobre Proposta de Controle de Substâncias
Químicas no Brasil

A última sessão do seminário, composta pela apresentação do representante da


Fundacentro, Sr. Gilmar Trivelato, abordou aspectos conceituais, de governança atual e
alternativas para a construção de um modelo viável de gestão de substâncias químicas no Brasil.
Ele informou que as primeiras regulações de químicos no país são da época do governo de
Getúlio Vargas, oriundas dos ambientes de trabalho. O apresentador dirigiu algumas críticas às
ações desenvolvidas pelo grupo GT-GHS Brasil, manifestando que grande parte do trabalho
desenvolvido foi interrompido. Salientou a baixa qualidade das informações que estão presentes
nas FISPQs. O dabatedor entende que há algumas necessidades imediatas, a saber: definir e
uniformizar o termo que será utlizado no Brasil para se referir a produtos químicos (numa
referência à palavra chemicals); diferenciar produtos químicos desenvolvidos para uso com
cenários de exposição daqueles que não tem essa função; diferenças entre substância e mistura;
diferença entre perigo e risco; o termo correto a ser utlizado é controle ou gestão de produtos
químicos? Como principais problemas identificados no cenário da gestão de substãncias
químicas, o representante da Fundacentro manifestou que não há política geral, ou seja, falta
uma lógica estruturante, e ainda que as políticas ou regulamentos foram estabelecidas em
função de necessidades. Salientou que existe fragmentações e sobreposições de
responsabilidades de orgãos públicos, além de viés setorial em detrimento da visão abrangente
de gestão. Acredita que o modelo de gestão de substâncias químicas adotado pela União
Europeia é inviável para o Brasil, mas que seria interessante focar nas experiências de países
como Áustria, Coréia e Canadá. O debatedor ainda pontuou que uma proposta interessante ao
país seria um Sistema de Gestão de Produtos Químicos, criado por lei federal e regulamento por
decreto presidencial, onde aspectos como abrangência, princípios, elementos básicos e
implementação deveriam ser definidos.

4.10. Painel de Debate e Encaminhamentos

A sessão final do seminário teve como intuito um livre debate para aprofundamento da
discussão sobre ações e estratégias que possibilitem avançar na identificação e implementação
de mecanismos de controle e regulação de substâncias químicas adequados ao contexto
nacional. Neste sentido, os participantes compreendem que este não é um processo fácil, mas
que o país terá que evoluir no objetivo de gerar o seu modelo de gestão de substâncias
químicas. Foi percebida a ausência de representantes da sociedade civil, especialmente no
segundo dia de debates.

Finalmente, a representante do MMA destacou que as críticas constituem o baseline de


tudo o que se faz. Existe um acúmulo de discussões sobre o assunto da segurança química no
Brasil, mas há a necessidade de abandonar o criticismo gratuito. Não há como trabalhar um tema
complexo sem diálogo e de forma consubstanciada. Fez um chamamento para que todos tenham
uma postura colaborativa e propositiva. As especificidades institucionais existem e sempre
existirão. A mudança imposta pelo modelo europeu não simplesmente uma sistematização, mas
resultado de uma ampla análise do conhecimento adquirido.
ANEXO 1

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL


MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
SECRETARIA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E QUALIDADE AMBIENTAL
DEPARTAMENTO DE QUALIDADE AMBIENTAL NA INDÚSTRIA

Seminário: Diálogos Setoriais sobre Controle e Regulação de Substâncias Químicas


Data: 22 e 23 de maio de 2013
Local: Auditório do prédio do MMA na 505 Norte – Edf. Marie Prendi Cruz, Subsolo

Programação

22 de Maio/2013 (Quarta-feira)

Horário Sessão Palestrante

09:00 Registro dos participantes


Representante MMA
Representante MPOG
09:30 Solenidade de abertura
Representante do IBAMA

1. Projeto “Diálogos Setoriais Brasil – União Europeia”

MPOG
9:50 Projeto Diálogos Setoriais Brasil – União Europeia

Apresentação da Ação “Controle e Regulação de


10:10 Substâncias Químicas”: Contextualização da MMA
Problemática e escopo do Projeto
Missão Técnica do MMA às Instituições e Agências
10:30 Reguladoras de Substâncias Químicas da União MMA
Europeia

2. A regulação de químicos no Brasil: percepções

Mesa redonda Repres. do IBAMA


Repres. da ABIQUIM
− A visão do governo
Repres. da CNQ
10:50 − A visão da indústria
Repres. do FBOMS
− A visão do trabalhador
Moderação: Consultor Gilson
− A visão da sociedade civil Spanemberg

11:50 Sessão de perguntas e respostas

12:00 Brunch – será servido no local


Continuação:
13:00 Consultor Gilson Spanemberg
Panorama da regulação de químicos no Brasil

3. Caracterização de Modelos de referência para a Gestão de Substâncias Químicas

3.1. O arcabouço legal da UE para o controle e gestão de Substâncias Químicas

- Panorama da legislação relacionada ao controle de


riscos das substâncias químicas
13:30 Consultora Catherine
- O Regulamento Europeu – REACH: estrutura do Ganzleben (MILIEU)
regulamento, da ECHA e aspectos gerais sobre o
registro de substâncias

14:15 Sessão de perguntas e respostas

3.2. O Registro e Processo Decisório para Adoção de Medidas de Controle de Substâncias


Químicas no âmbito do Regulamento REACH

- Registro de Substâncias e Avaliações dos Dossiês

- Avaliação de substâncias: processo de seleção de Consultora Catherine


14:30 substâncias e competências de análise e decisão Ganzleben (MILIEU)

- Autorização e Restrição de Substâncias: processo de


seleção de substâncias e competências de análise e
decisão

15:40 Sessão de perguntas e respostas

16:00 Café com prosa

3.3. O Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Substâncias


Químicas - GHS

Regulamento europeu sobre classificação, rotulagem e


16:15 embalagem de substâncias químicas (CLP) - Representante INMETRO
Notificação e Inventário CLP

A implementação do GHS no Brasil


Representante INMETRO
- Ações do GT GHS -Brasil
Representante ABIQUIM
17:00 - A NBR 14725 da ABNT
Representante MMA
- O Projeto Econormas

17:45 Sessão de perguntas e respostas

18:00 Encerramento do primeiro dia


23 de Maio/2013 (quinta-feira)

Horário Sessão Palestrante

3.4. Implementação do REACH na Suécia

A experiência da Suécia na implementação do REACH, o


Registro sueco e ações de fiscalização do Kemi (Agência Representante do Kemi
9:00
de Químicos da Suécia) no âmbito do cumprimento do (Agência Sueca de Químicos)
REACH

10:00 Sessão de perguntas e respostas

4. Caracterização de Outros Modelos de Referência para a Gestão de Substâncias Químicas

10:10 Requisitos previstos para atendimento e conformidade ao Consultora Catherine


regulamento adotado na China Ganzleben (MILIEU)

Requisitos previstos para atendimento e conformidade ao Consultora Catherine


11:10
regulamento adotado no Canadá Ganzleben (MILIEU)

12:10 Sessão de Perguntas e Respostas

12:30 Brunch – servido no local

Continuação
Comparação dos modelos chinês e canadense com o
modelo de gestão de substâncias químicas da União Consultora Catherine
14:30
Europeia Ganzleben (MILIEU)

15:15 Sessão de Perguntas e Respostas

5. Estudos da Fundacentro sobre proposta de Controle de Substâncias Químicas no Brasil

Dr. Gilmar da Cunha Trivelato


15:30 Título?
(Fundacentro)

16:30 Café com prosa

6. Sessão de Debate e encaminhamentos

16:45 Livre debate para aprofundamento da discussão sobre ações e estratégias que
possibilitem avançar na identificação e implementação de mecanismos de controle e
regulação de substâncias químicas adequados ao contexto nacional.

17:15 Considerações finais e Encerramento

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