Interrogatório por videoconferência

Lei 11.900/2009
Interrogatório
Interrogatório é o ato processual que permite ao acusado se dirigir diretamente
ao juiz, apresentando sua versão e defendendo-se dos fatos pelos quais foi
responsabilizado pela acusação. O acusado pode, no interrogatório: indicar meios de
prova, confessar ou se manter em silêncio.
Existem três formas de se interrogar o réu preso:
a) Mediante comparecimento do acusado perante a autoridade, ou seja, o réu
preso é conduzido para a audiência, a ser realizada no fórum;
b) Pessoalmente, dentro do presídio. Todas as pessoas envolvidas deslocam-se
até o estabelecimento penal onde o réu está detido;
c) Por videoconferência, permitindo que o juiz e os demais sujeitos processuais
encontrem-se nas dependências do fórum, enquanto o acusado permanece no
estabelecimento prisional.

Interrogatório por vídeoconferência

A videoconferência permite que pessoas conversem e se vejam mesmo estando
em locais diferentes, foi criada para facilitar a comunicação entre as pessoas,
viabilizando uma interação rápida, fácil, e dinâmica, pois tem por objetivo colocar em
contato, através de um sistema de vídeo e áudio, duas ou mais pessoas separadas
geograficamente (FIOREZE,2007. p. 52.).
Para realização do interrogatório por videoconferência são posicionados câmeras
e monitores nas salas onde se encontra, juízes e detentos, permitindo que todos
possam se comunicar como se estivessem presentes na mesma sala. O réu pode ser
interrompido pelo juiz a qualquer momento para esclarecer dúvidas.
A utilização da videoconferência nos processos criminais surgiu de uma
necessidade extrema, provocada pelos seguintes problemas:
• Custos com escolta e deslocamento;
• Risco de fugas e
• Risco de resgates.

O acusado é sujeito a inúmeros deslocamentos entre o estabelecimento penal e o

fórum no curso de cada processo a que responde, se o réu responde a vários
processos e perante juízes vinculados a tribunais diferentes, o poder público precisará
providenciar transporte interestadual para o preso acompanhar todas as audiências.
No deslocamento dos presos até o fórum, para participação nas audiências, é grande
o número de viaturas e policiais utilizados exclusivamente na escolta e transporte dos
detentos. No Estado de São Paulo, por exemplo, gasta-se em média, R$ 17,5 milhões
por semana com deslocamentos de presos para audiências em tribunais. Em um ano,
isso representa R$ 840 milhões (dados de 2008).
A Lei nº 10.792/2003 acrescentou o § 1º ao art. 185 Código de Processo Penal,
determinou que o interrogatório do acusado preso, deveria ocorrer no esbelecimento
penal desde que a segurança dos presentes fosse garantida. Entretanto os
estabelecimentos penais no Brasil, muitas vezes têm péssima estrutura e o número
de policiais e agentes penitenciários é insuficiente para garantir a segurança do juiz,
promotor, advogado e dos serventuários que participam do ato processual.
Outro problema grave são as fugas e a tentativas de resgate de presos que
deixam os presídios para serem transportados e escoltados até os fóruns:
Em novembro de 2007 bandidos surpreenderam a polícia no litoral de São
Paulo em uma emboscada. O carro foi cercado por criminosos que libertaram os
detentos e metralharam o carro da polícia. Os detentos resgatados prestado
depoimento pouco antes, no fórum, e voltavam para o centro de Detenção Provisória
de São Vicente.
Em Maio de 2009 um homem invadiu o fórum armado e tentou libertar um preso
que estava no local para participar de uma audiência criminal em São José dos
Pinhais, o homem conseguiu render um dos policiais que fazia a escolta o outro
policial reagiu e houve uma troca de tiros que causou a morte do criminoso.

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