Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Consta o mesmo direito do réu no art. 185, §4º do CPP, onde o réu poderá presenciar toda a
audiência.
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo
mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução
e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
ORIENTAÇÕES PRÁTICAS:
É possível um advogado na sala de audiência, e outro (sócio) com o cliente no presídio,
durante a audiência. É possível manter o contato com o cliente o tempo todo durante
a audiência. É possível usar canais telefônicos reservados para contato sigiloso com o
cliente durante a audiência.
Caso o juiz negue todos os pedidos acima, o advogado deverá solicitar um
interrogatório presencial, o qual é a regra. Por isso, na petição simples feita antes da
audiência, o advogado deverá formular pedido subsidiário requerendo a presença
física do réu em seu interrogatório. Caso o juiz indefira também esse pedido, fazer
para constar em ata para que seja arguida nulidade do processo posteriormente,
provando-se o prejuízo.
Fundamentos para interrogatório presencial: Resolução nº 105 do CNJ, art. 5º, c/c art.
185, §2º do CPP.
As hipóteses para que o magistrado realize o interrogatório por videoconferência:
incisos I a IV do art. 185, §2º, CPP, os quais deverão ser devidamente fundamentados.
Ficar atento para que a intimação para a audiência seja feita com 10 (dez) dias de
antecedência, como o CPP define:
Art. 185, § 3º: Da decisão que determinar a realização de interrogatório por
videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
O advogado deverá mostrar ao juiz o prejuízo por indeferir provas, durante o
interrogatório do cliente, fazendo a ele perguntas específicas com esse fim.
art. 185, §2º, II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja
relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra
circunstância pessoal; - o advogado pode encaminhar o link (quando for audiência on line)
ao cliente, para que este, mesmo foragido, participe da audiência.
A audiência/interrogatório não pode ser uma “arapuca processual” criada para prender o réu
quando comparecer pessoalmente.
PRESENÇA DO RÉU DURANTE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHA OU VÍTIMA
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou
sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade
do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade
dessa forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença
do seu defensor.
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo
deverá constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.
ORIENTAÇÕES PRÁTICAS:
O réu tem o direito de acompanhar todo o seu processo. Apenas existindo fundado
temor ou sério constrangimento, suficiente para influir o depoente em dizer a
verdade (art. 14, III, “d”, Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU).
Alternativas práticas para resolver isso, de modo que o réu escute o depoimento:
1º pedir ao juiz que ouça a vítima/testemunha por vídeo conferência, para que o réu não saia;
2º pedir ao juiz que estabeleça um canal de comunicação entre o advogado em audiência e o
cliente, em outro local;
3º pedir ao juiz que o cliente fique em outra sala com porta entreaberta para que o réu ouça a
testemunha/vítima;
4º pedir ao juiz que o réu possa assistir ao depoimento da vítima/testemunha após a fala
dessa, para que tenha condições de formular sua autodefesa, bem como pedir que a
testemunha fique reservada e que possa ser inquirida pelo advogado, após conversar com o
réu sobre o referido depoimento.
ARGUIÇÃO DE NULIDADE: se o réu for retirado da sala de audiência, fundamentar no
HC 111.728 STF, com nulidade absoluta.
O advogado poderá criar ligação paralela para que o cliente ouça todos os
depoimentos, sendo a audiência virtual ou presencial.
Resolução nº 329 do CNJ, art. 9º, III – caberá ao ofendido informar, tão logo receba a
intimação, se a visualização da imagem do réu lhe causa humilhação, temor, ou sério
constrangimento, a fim de que possa ser ouvido na forma prevista no art. 217 do CPP.
O advogado poderá fundamentar que cabe à vítima informar que deseja fazer uso de
seu direito e ser ouvida por vídeo conferência, conforme o art. 217 do CPP.
No caso de medida protetiva, o réu não pode ser tolhido do seu direito de acompanhar
as provas produzidas por conta da medida protetiva, podendo o advogado fazer uma
ligação paralela para que o cliente escute os depoimentos.