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Il. A difusão do método internacional 1.

Waller Gropius & Architect's Colabo


rative. Harkness Commons Residence,
Universidade de Harvard, 1948-1950.

Conforme foi mencionado na introdução, a desenvolvimento das formulações meto 1 Emesto Nathan Ro
Difusão do estilo internacional
partir de 1930 aproximadamente e até o dológicas do Movimento Moderno falare-
nos países desenvolvidos
gers,Continurta o cn
Sis? em Casabella-
final dos anos cinqüenta, dois grandes mos neste capítulo. Intitula-se «A
difusãoD Continuitá. n.° 215.
caminhos de qualidade convivem na do método internacional» em
intenacional: a continuidade
função
que partimos da premissa de que o
de Após a Segunda Guerra Mundial predomi- abril-maio 1957. Milão.
arquitetura na o desenvolvimento do Estilo Interna A certeza de Rogers de
relacionada às propostas do Movimento Movimento Moderno não é identificável que o Movimento Mo
cional, ou seja, de uma arquitetura elabora- demo posSibilta um me
Modeno -no que se refere a linguagem, somente com o «Estilo Internacional», da a partir de propostas racionalistas. Isto todo e no somente um
ao uso de tecnologia avançada, aos senão que consideramos, como Ernesto estilo, e este provém, lo-
se manifesta tanto na produção mais quali-
principios urbanisticos- e o paulatino Nathan Rogers, que o Movimento Moderno gicamente, de Water
ficada dos mestres da arquitetura modema
surgimento de novas revisões de arquite é a «expressão de um método Gropius.
que tentou como na produção quantitativa dos paises
tos que se afastam da ortodoxia, ou que, estabelecer novas e mais claras relações desenvolvidos: França, Alemanha, Ingla
simplesmente, desenvolvem com
rigor as entre os conteúdos e as formas, entre a
terra, Holanda, Japão e Estados Unidos.
vias mais marginais dos anos vinte: o fenomenologia de um processo histórico- A continuidade da ortodoxia é defendida
organicismo, o expressionismo, a sobre pragmático, sempre aberto, que na medida nos Estados Unidos por Walter Gropius &
vivência do classicismo, etc. que exclui todo apriorismo na determi Architect's Collaborative, que constroem
Portanto, ao mesmo tempo em que ocor nação, considerando aquelas relações, não0 obras como a Residência Harkness Com
rerá, especialmente nos anos cinqüenta, pode ser julgado com esquemas.»' mons, na Universidade de Harvard (1948
uma verdadeira explosão de novas pro- De fato, ao longo dos anos cinqüenta, oo 1950) e a Torre da Companhia Pan-Am,
postas fomais -das que tratarão os capí que predomina -inclusive entre os espe- em Nova lorque (1963, com a colaboração
tulos seguintes e que ao longo do tempo cialistas-é a difusa idéia de continuidade de
marcarão uma crise mais profunda da da arquitetura moderna. Só
Emery Roth & Sons e Pietro Belluschi)
alguns, espe- Também Philip Johnson, admiradore
tradição moderna nos anos sessenta- cialmente sensíveis à realidade como colaborador de Mies, defendeu em suass
porém seguirà predominando o método e Ernesto N. Rogers, começaram a explici primeiras obras um estrito estilo intema-
o estilo internacional. Desta continuidade, tar esta dualidade entre a continuidade ea cional, como na Casa de Vidro em New
ou seja, da difusão deste estilo e do renovação ou crise. Canaan, Connecticut (1949-1951). Na sua

19
Gropius & Architect's Colla-
2 Walter
borative. Belluschi, Emery and sons. Pan
Am building, Nova lorque, 1963.

2. Sobre a arquitetura intervenção posterior no Lincoln Center de


realizada nos anos qua-
renta. consulte os se.
Nova lorque (1962-1965), junto a muitos
guintes livros: J. M Outros arquitetos, é quando esta arquitetu-
Richards, IntroducCIon a ra modema começa a recobrir-se de certa
la Arquitectura Moder-
na (1940-1944). Edicio
recuperação neoclassicista na composição
nes Infinito. Buenos geral e de certo decorativismo nos luxuo-
Aires. 1957, Bruno E. SOS e representativos interiores.
Wemer. La Nueva Ar Skidmore, Owings e Merril, com a Lever
quitectura en Alemania.
Editora . Bruckmann.
Munique. 1952 Jurgen
Joedicke. Treinta años
de arquitectura 1930-60
(1958). Ediciones 3.
House, em Nova lorque (1951-1952).
definiram um novo modelo de arranha-céus
com um corpo horizontal na base e outro
vertical como culminação. Isso expressava
PANAING
Buenos Aires. 1962: R. a definitiva integração dos volumes
puros
Blystra. La arquitectura da arquitetura moderna dentro da cidade.
holandesa después de Na Gra-Bretanha destaca-se a con
1900. P. N. van Kampen
& Zoon N. V., Amster tinuidade desenvo ida por arquitetos
dã, 1966. como sir Leslie Martin, com obras como o
Royal Festival Hall, de Londres (1951).
No caso da Alemanha, o aumento da
construção demorou mais para começar
devido ao problema de limpeza dos escom-
bros e reconstrução das cidades destruídas
pela guerra. E como em outros países, é
adoptada a continuidade do Estilo Inter
nacional. As obras que nos anos poste-
riores a 1945 realizaram arquitetos
ale
mães como Paul Seitz, Adolf Bayer, Otto
Bartning, Gottfried Böhm, Hans Mauer,
Egon Eiermann, Alexander von Branca e
Hans Sharoun, entre outros, relacionada a
arquitetura dos anos vinte, se destacam
pela: agilidade (com formas menos rígidass
e
puristas), variedade de materiais (voltando
a introduzir materiais
tradicionais comno
pedra e madeira), recorrência a formas cur
vas (em
alguns casos com ressonâncias
aaltianas) e uma maior adaptabilidade ao
meio. Assim mesmo, elas
seguem sendo:
estritamente funcionais, transparentes,
baseadas na repetição e estrita
dade, compostas por simplici
livres e alguns edificios grandes espaçoos
são pensados a
partir do interior2
Também na Espanha a
emismo e folclorismo na superaço do acad-
ugnada pelo governo arquitetura
de Francoé
prop
realizada a partir de uma
ração do método racionalistaprimeira recupe
e da lin-
guagem internacional na obra de
de la Sota, Francisco
Javier
Alejandro
José Antônio Coderch, Saenz de Oíza,
Sostres e outros.
Josep Maria
Conscientes da sua
necessária revisão, este Estilo Interna
cional é superado
imediatamente.
5. Skidmore, Owings & Merill. Lever
Casa de Vidro, New House, Nova lorque, 1951-1952.
Johnson
3 Philp
Canaan. Connecticut. 1949.1951
6. Leslie Martin e outros. Royal Festival
Abramowitz. E. Saai Hall, Londres, 1951.
4. Ph. Johnson. M. Bellushchi, etc
SOM. Harrison.
nen.
lorque. 1962-1965.
Lincoln Center. Nova

7fT

EFFE

B am

wwwoe e ceA.
21
linois
7. Mies van Conjunto do
der Rohe.
1938
Institute of Technology. Chicago,
1958.
8. Mies van der Rohe. Neue National
galerie, Berlim, 1962-1968.

3. Extraído de Franz O exemplo de Mies van der Rohe


Schulze. Mies van der
de
Rohe. Una biografia Entre os mestres, o exemplo mais claro
critica (1985). Hemann continuidade do método internacional está
Blume. Madri, 1986.
formado pela obra desenvolvida por Mies
van der Rohe. Ao longo de sua experiën-
cia americana seguirá insistindo nos seus
tipos arquitetônicos preferidos:
o
dois
pavilhão eo arranha-céus transparente.
Os paradigmas do primeiro tipo são con
cretizados incialmente no pavilhão da
Alemanha para a Exposição de Barcelona

(1929), e na casa Tungendhat, em Brno,


República Checa (1928-1930), posterior
e
mente na casa Farnsworth (1945-1950),
culmina nos pavilhões do llinois Institute
of Technology(1938-1958) e, tardiamente
na Neue Nationalgalerie de Berlim (1962
-1968).
O segundo tipo foi desenvolvido a partir
das premissas plásticas de seus projetos
não realizados em Berlim -como o arra-
nha-céus de planta poligonal projetado eem
1919 e o de superficies curvas de 1920-
-1921-e culminou nos edificios construí-
dos na América do Norte e Canadá, tais
como os Apartamentos Lake Shore Drive,
em Chicago (1950-1951). No entanto, a

experiéncia americana transforma clara-


mente estes protótipos arquitetônicos. Os
pavilhões perdem Sua transparência, filui-
dez e flexibilidade para converter-se em

rígidas caixas de vidro. Os arranha-céus


de formaS cristalinas, orgánicas e livres
tornam-se prismas estritos que celebram
Sua própria autonomia. As diferenças pro-
duzidas entre os protótipos e as cons-
truções são o resultado da evolução
tecnológica.
Esta insistência no conceito de «espaço
universal» -ou seja, uma estrutura espa
cial como o pavilhão capaz de aceitar
quase todo tipo de função- é, paradoxal-
mente, antifuncionalista. Revela o divórcio
entre forma e função, a crise dentro da mente, Phyllis Lambert, filha de Samuel esbelto paralelepipedo que se eleva trinta
ortodoxia do Movimento Moderno da pre- Bronfman, presidente da Joseph E. e nove andares, evita a tipica forma piram-
missa de que a forma deve seguir a Seagram Corporation- buscaram entre os dal e se desloca uns metros do alinhamen
função. Ao contrário, a função se amolda arquitetos de mais prestigio -Gropius- to da Park Avenue. Com isto Mies con
a uma forma dada. Breuer, Harrison & Abramovitz, Eero e
Analisemos uma de suas obras mais para- Saarinen, Yamasaki, Wright, Le Corbusier,
seguia outorgar maior monumentalidade
ampla vista para a sua torre de escritórios.
digmáticas, o Seagram Building, em Nova Kahn e outros-aquele que pudesse outor- A devoção que Mies sentia pela simplic
lorque (1954-1958). Antes de Mies receber gar uma nova imagem a um edifício de dade da forma descartava qualquer relaçao
o encargo do que seria seu arranha-céus escritórios no coração de Manhattan.3 Fi- com o modelo piramidal. Mies queria um
mais pefeito, os clientes e, especial nalmente escolheram Mies, que propôs um prisma perfeito.
Lake
9. Mies van der Rohe. Apartamentos
Shore Drive. Chicago. 1950-1951

O volume principal é compensado na


parte
posterior por dois corpos mais baixos e por
uma espinha dorsal traseira de uma estru-
tura que se eleva trinta e nove andares.
Seu monolitismo e homogeneidade estão
suavemente matizados pela planta baixa
aberta e pelo coroamento que abriga as
instalações mecânicas, tecido com outro
ritmo.
A fachada construida com aquele perfeito
tecido que Mies definiu, recordando a Gotf-
fried Semper, por meio de uma malha de
finos montantes de aço e låminas de vidro.
Um eixo perpendicular ao eixo principal
define duas entradas laterais que se si-
tuam entre a torre e os dois volumes baixoS
da parte posterior. O volume de quatro
andares é um restaurante de luxo -o Four
Seasons-e o de dez andares serve para
criar andares mais amplos para escritórios.
Os corpos das circulações verticais variam
de acordo com as plantas e a organização
do espaço. E quando existe um eixo cen-
tral que une o volume da torre com o corpo
posterior, os elevadores centrais são
acessiveis nos primeiros andares. O aces
so ao resto da torre é feito pela bateria de
elevadores que favorecem a circulação
perimetral. Phillip Johnson colaborou com
Mies nesta obra, mas ao longo dela proli-
feraram uma série de desentendimentos
entre eles que culminaram em ruptura.
Johnson já estava começando a aban-
donar nos seus próprios encargos a doutr-
na minimalista e estrutural de Mies em
favor de certo neoclassicismo e formalis-
mo. No entanto, Mies também utiliza noo
Seagram o recurs0 antifuncionalista de
cobrir com a mesma rede de montantes,
vigas mestras e vidro, usados no resto daS
fachadas, as paredes transversais cegas
nas faces norte e sul da espinha dorsal
necessários estruturalmente.
No sereno espaço do vestibulo, entre a
rua e o interior do edificio, a onipresente
axialidade, os planos puros do volume de
elevadores recobertos de travertino
romano, as pilastras revestidas de bron-
ze- prismáticos e alinhados- o teto aca-
bado com mosaico cinza vitriticado, o piso
AA pavimentado com granito, a clara ordem
Compositiva e a transparência dos para
mentos produzem a sensação de estar
ante uma reinterpretação do espaço clás-
10-12. Mies van der Rohe. Seagram
Building. Nova lorque, 1954-1958.

LE
13 Lucio Costa e Oscar Niemeyer
Ministéno da Educaçao no Rio de Janero,
1936-1945.

sico do átrio do Panteão. Na área


horizon- 4
Extraido de
tal do lobby. Mies configura uma
ordenada Spaeth, Mies vanDavder
ilha platônica no meio do caos urbano Rohe Ed Gustavo G
de
Manhattan. Desde a avenida, o espaço SA, Barcelona. 1986
axial definido pelos dois blocos e subli
nhado pela marquise, recorda a
praça que
Schinkel desenhou como ante-sala do Al
tes Museum, de Berim. Trata-se,
portanto
de sua obra mais clássica e com maiores
pretensões de se tornar modélica e univer
sal. Mies havia declarado: «No
Iho em absoluto a idéia de que
comparti
um edificio
concreto deva ter caráter particular. Acho
que deve exibir um caráter universal de-
terminado pelo problema global que a
arquitetura deve lutar para resolver

A contribuição da América Latina


De fato, os dois grandes contextos onde o
método de arquitetura modema se desen-
volveu de maneira mais completa foi na
América Latina e nos países do Leste.
Nos países da Amérca Latina, a partir de
1945 com os novos estados -o Brasil de
Kubitschek, o México do PRI, etc.- se
adota uma visão própria da arquitetura
moderna: exuberante, monumental, de
alarde estrutural e integradora das artes.
Esta época de desevolvimento gera fgu-
ras transcendentais da arquitetura intema-
cional: Oscar Niemeyer, Lúcio Costae Lina
Bo Bardi, no Brasi; Emilio Duhart, no Chile
Luis Baragán e o espanhol Félix Candela
no México; Carlas Raúl Vilanueva, na Ve
nezuela; e Clorindo Testa, na Argentina
Mas não é possível dizer com precisão se
houve uma influência univoca das van-
guardas européias, de que a arquitetura
modema da América Latina tenha sido uma
Consequência direta da européia. A mes-
ma arquitetura modema -com as viagens
de Le Corbusier, por exemplo- foi en-
Contrada na Aménca com buscas, expen
mentos e ambições semelhantes. Na
América Latina, o sistema Beaux-Arts im
portado da Europa tinha se esgotado por
ele mesmo e os mais avançadas arquitetos
latino-americanos estavam buscando por
conta própria a superação de um sistema
antiquado. A demonstração mais clara da
existência de un caminho latino-americano
próprio para a modemidade são as teonas

25
14. Lúcio Costa e Oscar
Niemeyer.
Pavilhão brasileiro da Feira Mundial de
Nova lorque, 1939.

15-16. Cscar Niemeyer. Catedral da


Pampulha, 1943.
5. Heinrich Wölflin.
Conceptos Fundamen de Lúcio Costa
tales de (1902-1998) e a obra da
Arte,
la História del
Espasa-Calpe,
juventude de Oscar Niemeyer (1907). O
Madri, 1985. arquiteto russo Gregori Warchavchik, emi
grado ao Brasil em 1928, introduziu Lúcio
Costa à arquitetura moderna; e este foi o
professor de Niemeyer. Apesar dos pa-
radigmas formais de Le Corbusier estar
presentes em ambos, estes foram tomados
com total liberdade e, inclusive, foram
transformados e pervertidos totalmente.
Isto já se evidencia nas primeiras obras
modemas que projetam Costa e Niemeyer
a sede do Ministério da Educação, no Rio
de Janeiro (1936-1945); e o Pavilhão
Brasileiro, na Feira Mundial de Nova lorque
(1939). Lúcio Costa, com seu ensaio
Razões de uma Nova Arquitetura (1934),
tinha se convertido no teórico da arquite-
tura moderna brasileira. Em seus textos
desprende a vigência do conceito acadêmi
co de caráter explicitado desde Quatre-
mère de Quincy até Julien Guadet. A
arquitetura moderna brasileira se destin-
guira da européia por uma vontade mais
decidida de caracterização de cada edificio,
pela expressão dos traços distintivos de
cada programa mediante o uso imaginativo
do repertório moderno e pela relação com a
paisagem.
Estas duas primeiras obras representativas
de Costa e Niemeyer demostram as formas
de utilização da linguagem lecorbuseriana
de volumes puros, «promenades architectu-
rales, pilotis, «brise-soleils», etc., desde a
exuberância de uma sensibilidade barroca
própria e a preocupação pelo genius loci. A
tendência para a intensidade do prisma
puro e autönomo, para a regularidade, orto
gonalidade e frontalidade na arquiteturaa
maquinista de Le Corbusier corrigida no
Ministério e no Pavilhão pela dispersão e o
contraste de volumes, pelo caráter poroso,
expansivo e transparente dos edifícios, pe-
la posição lateral de entradas que induzem
ao movimento. Definitivamente, os elemen
tos da arquitetura moderna se articulam em
uma composição aberta, oscilante, expan-
siva e obliqua que lembra os traços que
Heinrich Wölfflin outorgou ao barroco.5 Tu-
do isso em busca de uma maior expressivi-
assinalou
dade e caráter. O próprio Costa
severidade dórica do Ministério con
que a
trastava com a elegáncia e a graça jönica
do Pavilhão.
17. Lúcio Costa. Plano Geral de Brasilia,
1956-1963.

A 6. A respeito das bases


dos
arquitetura países compositivas da arquite
14 Leste Europeu tura de Oscar Niemeyer
Consultem os seguintes
Nos paises do Leste Europeu, especial- textos de Carlos Eduar
do Dias Comas: «Una
mente na União Soviética a partir de 1955,
cierta arquitectura mo
depois da morte de Stalin em 1953, o derna brasileña: expe-
processo de produção da arquitetura se riencia en reconOcer
em Proa internacional
32 transforma fortemente. A mudança radical
para a industrialização e funcionalismo n.54, 1987: e «Pro-
totipo, Monumento, Un
G a
durante o mandato de Jrushov conduz à Ministerio. El Min1ste
superação de uma etapa de realismo rio em Fernando Pé-
socialista. A pré-fabricação elimina a frag rez-Oyazun. Le Cor
busier y Sudamerica,
mentação da linguagem clássica com Pontificia Universidad
5
posta por elementos como frontões, pi Católica de Chile, San-
lastras e molduras. lsso levará a arquite tiago, 1991. A resperto
tura dos países do Leste Europeu a se da possível continui
.
entroncar com a tradição mais produtivista dade desta arquitetura
baseada na expressiv
do Movimento Moderno, esquecendo, dade do concreto. que

n 33 WAN
porém, as suas próprias tradições van
guardistas: o constutivismo, suprema
encontra sua maior
expressåo por exemplo,
tismo, o futurismo, etc. na obra da italiana Lina
Bo Bardi, estabelecida
O primeiro elemento básico do encontro no Brasil desde 1947.
com os postulados mais radicais e consulte Jorge Francis
co Liemur, America La
metodológicos do Movimento Modemo se tina. Architettura. gli ut
apoia na aplicação dos princípios da plani- mi ventanni, Electa,
ficação centralizada, que se assemelha Milão. 1990.
por completo à idéia de sociedade socia
lista. Com isto, seguindo os critérioss
O conjunto dedicado ao lazer na Pamn- arquitetura. Sua obra é acima de tudo
pulha, Belo Horizonte (1942-1944), proje- racionalistas, se persegue o controle do
escultórica e expressiva. E no por casua processo de crescimento das estruturass
tado por Oscar Niemeyer, seria uma das lidade sua intervenção em Belo Horizonte
obras mais emblemáticas desta urbanas.
arquitetu foi mal recebida pela ortodoxia européia.do Outra proposta que se converte em básica
ra. O uso de formas curvas na capela de funcionalismo. Niemeyer havia se adianta- a partir dos anos cinqüenta embremos,
São Francisco de Assis, na Pampulha, edi- do, e só a geração posterior aprenderia a
ficadas com abóbadas parabólicas auto- por exemplo, o informe que Malenkov
Sua lição. Suas obras são amostras da apresenta em 1952 ao Comité Central do
portantes que atuam como fechamento e Compreensão precursora de Niemeyer, de PCUS sobre o tema da habitação- é a
cobertura, constitui uma contribuição cru que a maior expressividade da arquitetura
cial-antes da Ronchamp de Le Corbusier importância da habitação massificada,
radica nas coberturas que adotam formas convertida em tema central. Ao mesmo
Ou do terminal da TWA de
Saarinen-. Um escultóricas. tempo se opta paulatinamente pela pré
campanário independente serve de con A obra arquitetônica de Niemeyer ilustra -fabricação pesada. Desta maneira, o setor
traponto vertical. Utilizando os padrões outro tema crucial na configuração do dis da construção passa a ter um
industriais dos hangares de papel estru
Freyssinet, curso arquitetônico: o papel do promotor. tural dentro de toda a economia dos
paí
Niemeyer consegue uma obra cheia de ex A sua obra se desenvolve paralelamente ses socialistas. Assim, a
pressividade e lirismo. O conjunto é fecha- à de um conhecido político -Kubitschek-
criação da arqui-
do com o salão de
tetura da habitaçãão será baseada na
festas/restaurante, de e a um novo setor industrial poderoso -o produção em série, na eliminação da orna
forma primitiva e feminina, o clube de iates da construção de obras em concreto ar
eo
mentação que o realismo socialista havia
cassino, com forma semelhante ao pa- mado-. Em Belo Horizonte, Minas Gerais estendido e no recurso de repetição dass
vilhão aberto, dinâmico
zadoem Nova
e expressivo reali- e Brasília, Niemeyer desenvolve as insti tipologias de blocos e edificios.
lorque. tuições polfticas e sociais de Kubitschek Os edificios públicos, seguindo estes mes-
Niemeyer, imediatamente depois da van- que começa como prefeito, passa a ser mos princípios produtivos e objetivos, ten
guarda, é um dos primeiros
arquitetos que,
desde uma atitude renovadora e
governador e culmina como presidente derão a manifestar o rigor e o alarde do
progres do país. uso de tecnologia e materiais modemos.
SISla, coloca totalmente em dúvida os O sistema de planejamento territorial será
principios do estrito funcionalismo na baseado nos mesmos principios e aplicado

27
7. Em relação à arquite- a esta grande escala de acordo com a ló
tura e ao urbanismo nos modelo neocapitalista da cidade: facilitam urbano e da primazia do tráfego veicil.
paises do Leste Euro- gica da cadeia de montagem. As escalas o controle, a fragmentação, a segregação, criou uma cidade sem vida espontânea
peu apos a Segunda dos projetos e de
Guerra Mundial reco planejamento se asse a produção em série e a pré-fabricação. habitada somente por setores de maio
melham em grande parte às
menda-se os livros de propostas Definitivamente, permitem que a produção poder aquisitivo.
de Marcello Petngnani, pelos CIAM: dormitóôrio-célula de habita- da cidade entre dentro dos objetivos e mé-
Pianiticazione ed indus ção-unidade residencial-microregião-re- todos da empresa capitalista. A idéia de
trializzazione edilizia gião-cidade. Neste esquema, o conceito A evolução dos CIAM
nellURSS. Antonio Sa- zoneamento impulsionada pelo Movimento
lazano Editore. 1978: racionalista de bairro se subdividiu em Moderno tinha uma lógica intrinseca: a Os
e de Udo duas escalas: a Congressos Internacionais
Kultemann, região e a
sendo este último a peça damicroregião
exploração eo controle de cada área da Arquitetura Moderna -realizados ent
Arquitectura contempo- cadeia de cidade é mais fácil se esta é formada por 1928 e 1956- tambem qualificam
ranea en Europa Onen
tal montagem que define a relação entre este
(1985). Editora Zonas monofuncionais. amplo período de ditusao
los. Barcelona, 1989.Sty- serviços básicos e residência. da arquitetura
Em relaçao à construção de novos bairros
8. Veja Le Corbusier, De fato, conceito moderno de padrão se
o internacional que começou logo após
as
e cidades, que se realiza em toda a
Oeuvre complète, publi- converte no instrumento técnico básico, vanguardas.
cada por Willy Boe Europa, o caso mais típico de aplicação Kenneth Frampton marcou a
singer, Les Editeurs definindo a relação entre existência de
residencias e conformando, serviços
e estrita dos princípios do urbanismo ra três etapas dentro dos dez CIAM
d'Architecture Artemis. realiz-
Zurique. 1970. portanto, a cionalista é o das new towns inglesas. dos. Na primeira etapa, que abrange os
9. Kenneth Frampton hierarquia de serviços. Também é Este híbrido da tradição da
Historia Critica de la instrumento ideológico que garante a
cidade-jardime
do novo urbanismo racionalista se realiza
três primeiros congressos,
predomina a
Arquitectura Modena, igualdade para todas ideologia radical e sOcialista dos
populações. alemães da Neue Sachlichkeit earquitetos
as seguindo um estrito método racionalista do
Editoial Gustavo Gili, S. Padrão se identifica com
A., Barcelona, 1981.
sociedade igualitária.
socialismo, com projeto em equipe, e de acumulação do listas holandeses.
dos rea.
A Conhecimento que cada experiëncia prece Oprimeiro, celebrado em 1928 no
inserção completa da arquitetura dentro dente vai acrescentando.
das leis da indústria,
conduz ao servilismo No terreno das
suíço de La Sarraz, constituiu o castelo
das pautas da indústria propostas urbanas, Le de fundação dos ClAM e congresso
inclui o uso de pesada. Isso Corbusier formula em 1935 o modelo da poderia ser con-
siderado como um dos ápices do
vãos estruturais,
grandes painéis, grandes «Ville Radieuse», a síntese de todo o seu princípio
do período académico da
pré-fabricação
utilização de métodos científicostotal, trabalho teórico e prático sobre a
habitação derna. O arquitetura mo-
cálculo e de projetos, e de e a cidade: desde a
maison dominó e a presidente desta reunião foi o
de blocos e edificios. Aorepetição massiva cidade para três milhões de habitantes até arquiteto Karl Moser
já neste congresso
e
longo do tempo foi proposto como
passou-se da as Unités d'habitation desenvolvidas
após
primordial o Estudo
dos
pré-fabricaço temas do urbanismo desde o
sional
senta.7
àtridimensional, nos bidimen
já anos ses
a guerra, passando pelo Immueble-Villa.
Le Corbusier tentará vista do zoneamento e da ponto de
produção indus-
aplicar seu plano trial, defendida uma política de uso
e
A crise do final
dos anos urbano na urbanização de Saint-Dié do
solo coletiva e metódica. Desde
sociedades e cidades dos oitenta nas (1946), Bogotá (1950) e outras cidades, dios se considerava
os primór-
Leste Europeu será um países do não podendo
realizá-lo até o Plano de que os problemas da
reflexo tardio da arquitetura moderna devem ser
crise da
aplicação estrita dos critérios Chandigarh, na India (1951) dos no contexto do formula
racionalistas de Dentro das urbanismo.
realizações do urbanismo mo-
nação, incapazesplanejamento
O segundo
de dar acessoorde
e
derno e racionalista, a obra congresso, realizado em 1929
mais
mecanismos da crítica e da dúvidaaos ciosa é a fundação da cidade de ambi- na cidade alem de Frankfurt, foi
como nova capital do Brasil.
Brasília por Ernst May, um dos mais dirigido
metodológica, tanto no campo da Continuando lideres destes destacados
sociedade como no do urbanismo.
a
tradição brasileira de fundar novas se
primeiros congressos. Como
cidades no interior, como Goiânia, em sabe, o
congresso foi dedicado ao «ES
tudo da
1957 foi
proposto o concurso inicial do habitação mínima», Em 1930, em
O desenvolvimento do plano piloto, e o projeto de Lúcio Costa
foi
Stuttgart, foi publicado o
ex- resumo do
urbanismo racionalista o vencedor. Em 1960 posto no livro Die Wohnung fur das Exis-
nova grande capita
se
inaugurou esta tenzminimum. Na mesma escala e com o
que segue rigorosa
O modelo do urbanismo mente os
princípios da cidade mesmo critério gráfico foram
exemplos de habitação expostos
di-
racionalista é
desenvolvido essencialmente lista, a Carta de Atenas e raciona- versos
mínima pro-
após a
Radieuse. Curiosamente, esta
a Ville postos
Segunda Guerra na
Europa durante
Mundial, com a
trução das cidades européias e comrecons obra tardia do grande
urbanismo racionalista O terceiro CIAM, realizadoaqueles anos.
em 1930 em
a rea-
lização de novos bairros residenciais moderno, foi construída ao mesmo Bruxelas, foi dedicado à «Divisão racional
periferia das
na
que estes principios temp0 do solo».
Tentava-se realizar o seguinte
nas. Os
grandes aglomerações urba- em crise e a começavam a entrar passo: estabelecer os critérios
princípios da Carta de Atenas são evidenciar Suas grandes os blocos de para situar
especialmente úteis para desenvolver disfunções. Logicamente, a
aplicação habitação na estrutura do
o
rigorosa dos princípios do zoneamento
parcelamento utilizando métodos constru
tivos racionais.
Bonet Casiellana. Plano Sul de
18 Antonm
Buenos Ares, 1949-1956.

OVI CIAM foi realizado


Segunda Guerra Mundial, emlogo após a 10. Grande parte do
Conteudo destes con
(Grä Bretanha), em 1947, comBridgewater
a colabo- gressos, o de Frankfurt
ração do grupo inglês MARS. O
e o de Bruxelas, foi pu-

predominante, junto à preocupaçãoobjetivo


blicado no texto de
de Le Carlo Aymonino, La
Corbusier pela síntese das artes maiores, vivienda racional, Edi-
foi o de reafirmar os torial Gustavo Gili, SA,
CIAM. E conveniente objetivos básicos dos Barcelona, 1973.
destacar o papel 11. Este texto
primeiro
transcendental que a partir da
Segunda foi publicado em 1943
Guerra Mundial tiveram os de forma anónima, com
COS na
países periféri- uma apresentação de
explosão do Movimento Moderno, Jean Giraudoux e, pos-
especialmente Inglaterra e ltália. Isso se tenomente, em 1957,
manifesta também na eleição dos com a assinatura de Le
de realização dos CIAM, lugares Corbusier (por exemplo,
porém a maioria
dos arquitetos italianos continuam à na versão espanhola
mar- Principios de Urbanismo
gem destes. (La carta de Atenas),
Este VI CIAM tinha sido Ariel, Barcelona, 1971).

il foi
previsto,
principio para 1939 em Liège, no entanto
preciso adiar durante vários anos por
causa da guerra. Durante a
em E Josep Lluís Sert
Como sintese dos con-
ressos IVeV publicará
seu livro Can our cities
guerra, survive?, Harvard Uni-
Giedion, Gropius, Sert, Papadaki e Neutra versity Press, 1942.
mantiveram viva a organizaço e conser 12. A Segunda reu
varam os documentos dos CIAM nos nião preparatória do
Estados Unidos.13 CIRPAC (Comitë Inter
nacional para a Resolu-
A partir do VIl Congresso, realizado emn ão dos Problemas da
1949 em Bérgamo (Itália), entra-se na ter Arquitetura Contempo
ceira etapa dos ClAM, marcada por uma rånea), foi realizada em
1932 em Barcelona,
lenta aparição de conflitos, pela massifi Ocorendo o contato dire
0 presidente deste congresso toi Victor Sa, devido ão talo de que os planos e cação da assistência com a presença de to entre os arquitetos
Bourgeois, e nele cOnMinuavam predom esquemas das 33 adades que seriam numerosos estudantes e o definitivo pr europeus -Le Corbu-
nando os Culenos taCIonais e oDjetivos dos analsadas deviam ser apresentados com sier, Gropius, Van Ees-
anqutetos alemaes, que estudavam aien omesmo metodo de representação.12
dominio dos arquitetos de ideologia liberal.
Este CIAM destaca-se pela confirmação
teren, Giedion, etc.- e
os arquitetos catales
tticameme o isolamento e a distância entre Tanto este congresso como a própria da aplicação da Carta de Atenas em novos Sert, Torres Clavé, etc.
as quadtas As palestias, entre as quais se histona dos CIAM mostram o desenvolvi projetos -por exemplo, o «Plano de .
Neste momento foram
recebidos pelas autori-
sobressau a de Walter Gropus Cons mento de uma concepção racional e cien- Buenos Aires» dirigido pelo arquiteto cata- iades da Generalitat de
truçao Dana, media ou alta?», foiam publi- tihca para tratar a arqutetura, e estabele- lão Antoni Bonet Castellana, interpretação Catalunya, dentro da lI
Republica. Dai surge o
Cadas em Stuttgait com o titulo de cem um novo metodo racional para latino-americana da Carta de Atenas-e pe-
Comparar todas as cidades. Como se la proposta da Gruille ClAM-que permitirá Plano Maciá para Barce
Aatonelle Benaungsweisen, em 1931. ona, elaborado sob
A segunda etapa passa à estar dominada sabe, neste congresso ficaram definitiva comparar os diversos casos de aplicaçãoo nfluëncia direta de Le
mente delimitadas as quatro funções e da Carta de Atenas- preparada pelo Corbusier. Consulte AC/
por Le Cortbusier, junto ao destacado papel GATEPAC 1931-1937,
de Josep Luis Set. que tinha sido presi- areas predominantes da cidade industrial: grupo francês ASCORAL, de clara as- Editorial Gustavo Gili
trabalho, residência, descanso e circu cendência lecorbuseriana. As questões S. A., Barcelona, 1975.
dente dos CIAM durante vanos anos, e de
básicas tratadas neste congresso foram: a 13. Recomenda-se 0
Sigtied Giedion, que atuou como se lação, junto ao tema inquietante do livro de Sigfried Giedion,
cietano e como cronista e critioo oficial das patnimonio histórico da cidade. relação entre a arquitetura e as demais A decade of New Archi-
artes plásticas, a busca da satisfação das
propostas do urbanismo e da arquitetura O CIAM (1937), realizado em Paris, com necessidades espirituais, a formação nass
tecture. Dix ans d'Archi-
tecture Contemporaine,
moderna Durante o IV CIAM, realizado em o titulo«Habitação e lazer», segue com
e sob o
escolas de arquitetura, e as reformas da Editions Girsberger, ZU
1933, a bordo do Patns Il -o congresso o lema de «A cidade funcional» rique, 1954; e Manfredo

nao foi realizado em Moscou por dificul- dominio de Le Corbusier. Dedica-se ao legislação construtiva. Em relação ao ensi- Tafuri e Francesco Dal
com no da arquitetura enfatizou-se o papel
do Co, Arquitectura con
dades com os organizadores soviéticos-, estudo das novas áreas residenciais, temporánea, Aguilar, de
ensino da história.
na rota Marselha-Atenas-Marselha, redi- habitações e serviços comuns, constituin No VIII CIAM, de 1951, novamente realiza
Ediciones, Madri, 1978.
IV CIAM.
do uma nova continuação do tra-
9urse a Carta de Planificação da Cidade O texto Logis et Loisirs será publicado em do na Gr-Bretanha, em Hoddesdon,
SUre otema »A cidade funcional» tam-
L'Architecture
tou-se o tema «Coração da cidade», en
em conhecida como «Carta de Atenas 1937 pela editora parisiense como o centro cívico e
tendendo-0 mais
eparação deste congresso foi trabalho- d'Aujourd'hui.
Primeiro
19. Alison & Peler Smithson.
esboço de um «cluster, 1952

14. Editado representativo da cidade moderna do que


por E. N.
Rogers, J. L. Sert e J. como o centro histórico especificamente.
Tynwhitt, The heart of
the city. Lund Cada área ou bairro necessita um centro
Hum II
phnes, Londres, 1952; Ou núcleo, e cada cidade deve possuir
seu
Cuore della cittá. onde
Milão, 1954. Hoepli. Coração» Ou centro cívico moderno,
a comunidade urbana possa desenvolver
atividades e intercâmbios culturais e co
merciais. Mantendo os critérios de zonea
mento e separação de tráfego de
pedestrese veiculos, Sert sustenta, como
presidente dos CIAM, que a clave da
cidade moderna está apoiada em uma per-
feita solução do coração da cidade que
possa outorgar-lhe uma correta organiza-
ção. Insiste-se novamente no papel da sin-
tese das artes dentro dos centros urbanos,
para expressar a liberdade formal desen-
Volvida depois da Segunda Guerra
Mundial e responder a velha exigência do
Supéfluo, do gratuito e do espontâneo.
Este CIAM foi organizado a partir da inicia-
trva do grupo inglês MARS, e destes anos
e temas surgem dois livros: A Decade of
New Architecture, Dix ans d'architecture
contemporaine (1951) de Sigfried Giedion e
The Heart of the City (1952) -traduzido em
1954 como l cuore della città- de E. N.
Rogers, Jaqueline Tyrwhitt e J. LI. Sert.14
Durante os dois últimos CIAM -o de 1953 massificação dos CIAM -cada vez mais O slogan que propuseram os membros do
em Aix-en-Provence (França) e o de 19565 cheios de jovens arquitetos e estudantes Team 10 no último CIAM, o da ruptura e
em Dubrovnik (lugoslávia)- estruturou-se levaram os mestres a decisão de dissolver dispersão final do CIAM, foi o de encontrar
o desaparecimento dos CIAM e uma certa a experiência singular dos Congressos uma relação precisa entre forma fisica e
continuidade para um grupo com caracte Internacionais de Arquitetura Moderna, necessidade social e psicologica das
risticas muito diferentes, como foio Team 10. pes-
que haviam sido marcados por um espírito soas. Tratava-se de introduzir
conceitos
No IX CIAM, de Aix-en-Provence, os otimista, doutrinário, preocupado pela cida
jovens que permitissem à arquitetura refletir com
arquitetos Alison e Peter Smithson, Aldoo de e baseado em uma metodologia cienti- maior exatidão a diversidade dos modelos
van Eyck, Jacob Bakema, George Candilis, fica de comparação e discussão. Jä esta- sociais e culturais, propondo idéias comoa
Shadrach Woods, John Voelcker, William
Howell e R. Gutmann começaram a criticar
vam longe os primeiros congressos radi- «eidentidade», modelo de associação, vizi-
cais dominados pelos alemes da Neue nhança, etc. Para isto era necessário
o formalismo da Carta de
Atenas, recla- Sachlichkeit (nova objetividade). provocar a crise definitiva dos princípios
mando para resolver o tema do
Congresso
-o «Habitat»- que fosse introduzido
Com os arquitetos da terceira geração, que simplificadores da Carta de Atenas e expor
começam a ter um papel dominante dentro a complexidade da vida urbana.
o conceito de «identidade» e
de acordo com os
investigado da arquitetura dos anos
cinqüenta, se pro
principios estruturais do duzia o passo definitivo ao
arquiteto liberal,
crescimento urbano. A velha tendência o liberal man. Para os
representada por Le Corbusier, Van
Smithson, van Eyck, As vicissitudes do Team 10
Bakema, etc., já não se tratava de manter
Eesteren, Sert, Rogers, Roth, Mayekawa, as velhas pretensões de mudar
Gropius e Giedion propuseram a estes mente o modo de vida das
radical A experiência do Team 10
parte do final
jovens, o futuro Team 10, que preparassem pessoas, o dos anos cinqüenta com a vontade de
o X CIAM, também dedicado ao
modelo de produção ou a estrutura da
pro- tinuar com a nova
con
«Habitat priedade do solo; tratava-se de propor uma tradição moderna. De
humano», este que será o último. utopia do possivel, aceitando os gostos e qualquer forma são introduzidas uma série
Em 1969, Gropius escreveu que «a bata- de mudanças destacáveis. Em
Iha pela unidade agora está quase total-
necessidades das pessoas. Neste
cami primeiro
lugar, o método que será seguido nas
nho se situa a
mente perdida... O cansaço, o repúdio à proposta imediatamente reuniões de trabalho é
OSster de Robert Venturi. pragmático e
empirico, em oposição ao método sis
Smithson. Esquema de
Alison & Peter 1953
20 r e c o n h e c i v e l ,

área
uma

Portanto, falar das idéias do Team 10 é 15. Estes artigos dos


falar das idéias das Smithson, Bakema Can-
quatro equipes mais dilis, Aldo van Eyck e
destacadas, que se mantêm desde o início outros aparecem espe
do grupo. Nos referimos a Jacob B. cialmente nas revistas
Bakema, Georges Candilis, Aldo van Eyck Architectural Design,
e Alison & Peter Carré Bleu, Forum e
Smithson. Estes são os Werk, além de muitas
cinco arquitetos que
eo resto do
compõem o Team 10; Outras como Casabella
grupo é variável, em geral são Continuitá ou L'Archi
amigos arquitetos que simpatizam com tecture d'Aujourd'hui,
seus objetivos propõem contrapontos
ou nos numeros do final
dos anoS cinqüenta e
que são aceitos dentro da diversidade de dos
principio anos
opiniões defendidas. O núcleo inicial do sessenta.
Team 10, formado durante o IX CIAM, 16. De qualquer foma,
emn Os textos que mais se
Aix-en-Provence em 1953, também é aproximam às idéias
constituído por Gutman, John Voelker, expressas nas reuniões
William Howell e Shadrach Woods, Sandy de Team 10são: o Team
van Ginkel e Hovens-Greve, que entram 10 primer, Studio Vista,
Londres, 1968 (editado
no grupo em 1954.18 Imediatamente, e sob ao mesmo tem-p0 por
aaurea dos gestos vanguardistas, The MIT Press
redigiu-
se em 1954 o «Manifesto de Doorn». Massachusetts, 1968):o

AREAS Como foi dito anteriormente, o único texto


programático do grupo insiste espe-
Cialmente em que «para compreender o
padrão das associações humanas temos
que considerar cada comunidade no seu
ambiente ou contexto particular, Antes do
Manual del Team 10,
Ediciones Nueva Visión,
Buenos Aires, 1966; os
textos e compêndios
que editam os Smithson,
especialmente
Structuring, ja que os
Smithson são os que no
Urban

X CIAM que eles organizaram em fundo seguem alimen


tando a idéia de definir
Dubrovnik, foram realizadas diversas reu- uma alternativa para
temático e à vontade de definir uns obje são a somatória das ideias de cada niões prévias, uma delas com Le Corbu- arquitetura contempo
tivos globalizados e universais dos
CIAM. membro. sier, em Paris, em 1954. Após o último rånea além das dis-
Para os membros do Team 10, continuar As tormulações deste grupo se baseiam CIAM de Dubrovnik foi realizada a primeira Cussões e opiniõbes
diversas de suas reu
com o projeto da arquitetura moderna em uma atitude expenimental e empirica reunião com predominância do Team 10, niões; e por último, a
Significa dar uma guinada nas pretensões que se fundamenta na consideração de em Otterlo, em 1959. As sessões foramn Sintese Team 10 mee-
universalistas e positivas dos CIAM. Trata que vivemos em uma realidade mutante e realizadas no Museu Kroller-Muller, que tings 1953-1984, editado
por Alison Smithson,
se de continuar com esta vontade de passageira. Portanto, é necessária uma Van de Velde projetou em 1930. Para Rizzoll, Nova lorque,
se aproximar ao mundo da ciência, da atitude pragmática -baseada nos projetos muitos este é ainda um congresso do 1991.
tecnologia e da produção, mas nâo defi- concretos-, antidogmática estruturada CIAM; para outros é o primeiro congresso 17. O Manifesto de Do-
orn foi publicado tam-
nindo grandes teorias ou projetando protó na aceitação da diversidade de opiniões do Team 10.1 A este assiste uma grande bém no Team 10 prime
tipos, mas sim imitando o método cienti que se apresentam na arquitetura contem- quantidade de convidados e ocorrem op. Cit.
fico experimental e empirico que analisa pornea- e não doutrinána evitandoa sérias confrontações entre arquitetos con- 18. Mais tarde, em 1962,
quando se publica o
caso a caso. Desta maneira, as reu tentação de congelar um processo de temporâneos. Entre os assistentes mais Yeam 10 pimer, o grupo
nioes do Team 10 não se realizam com um debate e crescimento do conhecimento a destacados, além dos membros do grupo, foi formado pelos cita
tema comum e palestras partir de teonas insuficientes-. O Team 10 estão presentes: os italianos Ernesto dos Bakema, Candilis,
especificas Van Eyck, A. & P. Smith-
senão que cada convidado expõe um pro- Nathan Rogers, Ignazio Gardella, Vico
jeto que explica e analisa frente aos
só propôs um manifesto -o de «Doorn son, Woods, além de
em 1954- justo no principio da atividade Magistretti e Giancarlo De Carlo; o por
demaus participantes. Isto quer dizer tuguês Fernando Tavora, introdutor da
Giancarlo De Carlo (que
que do grupo. Imediatamente foi descartada se filiou em 1954), José
Suas reuniðes não arquitetura moderna em Portugal nos anos António Coderch (que
tos ou
geram manifestos, tex qualquer pretensão doutrinária." De qualk
entra também em 1962)
teorias, senão que grande quanti quer forma, a posição do Team 10 expres cinqüenta e mestre de Alvaro Siza; Alfred e Ralph Erskine. Em
dade de opiniðes, fragmentos e breves Roth, André Wogensky (ex-colaborador de
sa a continuidade a respeito do convenci- 1982, quando se produz
ensaios que se unem aos artigos que ca mento de que a arquitetura modena não Le Corbusier), Josic, Kenzo Tange (um dos uma nova edição de
da um de escritos do Team 10, os
seus membros vão
sto publicando. constitui um estlo senão uma maneira de mais destacado ar etd s japo eses
membros sao os s e
provoca uma dificuldade de delimitar raciocinar, de afrontar a resolução dos e personagem ilustre da reunião) e Louis . guintes: Bakema, Can
claramente as propostas do Team 10 em problemas, de projetar. E neste sentido Kahan, que foi reconhecido como um dos dilis, Van Eyck, A. &P
unçao de que mestres da arquitetura contemporánea e é Smithson, Jerzy Soltan,
as idéias deste grupo que se pretende continuar avançando.
Desenho de
21 Alisorn & Peter Smithson
uma rua elovada, 1953

Coderch De Carlo também uma das atrações do congresso.


t rskne, Mantred Schel O momento mais decisivo da 1euniäo loi
dhem Amanco Guedes marcado pelo debate que ocorreu entre
(que entrou em 1962) e
Guilaume Jilkan de la Bakema, 0s Smithson e outros arquitelos
uente (antigo colalbo britânicos nórdicos com Ernesto
ador de le Corbusier)
HA Outros arquitetos, Co Rogers. Nesta discussão, além das
mo Josc que não oons enormes dilerenças que começam a exis
tam como membros do tir entre os diversos contextos nacionais,
grupo, mas particpam ainda que na realidade estejam no cami-
na maiona das reunioes

19 Veja o livro de Oscar nho de buscas semelhantes -revisão for-


Newman (ed ), ClAM'59 mal, continuidade com o Movimento
in Ofterlo Karl Kramer, Moderno, relação com o contexto, atitude
Stuttgart, 1961
20 Nesta época se humanista, reformulação da estrutura
destacam as reunioes urbana, etc.- evidencia-se também que
de Bagnols-sur-Ceze em já não existe um acordo sobre o significa
1960 (visitando a pri
meira
do de conceitos básicos. No fundo, os
grande obra rea
hzada pela equipe Can Smithson -junto a Banham e outros
dilis-Josic-Woods). de têm uma visão da idéia de ética, de esté-
Londres em 1961, de
tica, ou de realidade, muito diversa da
Royaumont em 1962
-na qual participaram que tem Rogers e muitos dos arquitetos Desde a grande reunião de Otterlo, em tade vanguardista de continua inovação e
Kurokawa. Guedes, Stir italianos. Este debate -que ocorre, logi- setembro de 1959, só foi possivel realizar
ling e Saenz de Oiza- camente, em conseqüëncia da explicação outra grande reuniã0 em 1966, em Urbino.
combate, e por outro, a critica aos
de Pans em 1963, e de
aspectos da muitos
Berlhim em 1965. com a de Rogers da Torre Velasca no centro Entre uma e outra aconteceram reuniões arquitetura e ao
urbanismo
intervenção, entre ou de Milão- definirá a não integração da do grupo com a presença de
modernos, em especial naqueles quese
tros, de Oswald Mathias maioria dos arquitetos italianos na diná- alguns convi- esquecem do sentido comum das
Ungers No «larger mee dados.20
ting de Urbino -centro
mica do Team 10 -a exceção de Gian-
Conforme mencionou-se, oideal do Team
soluções tradicionais e da parte
enriquece
historico nde Giancarlo carlo De Carlo-, e mostrará o dora da contribuiçao das pessoas e
De Carlo havia iniCiado nio nórdico entre os
predomí- 10 não era
homogêneo senão que era vida. Aldo van Eyck da
Suas intervençoes urda- ideólogos deste
grupo. De qualquer forma, embora as
composto por uma soma de idéias indivi- de que a
reagiu contra a noção
nas- participaram de
visões
duais de cada membro, idéias em muitos experiência de uma única ge
novo alguns arquitetos sejam contrárias, existe um acordo casos bastante contraditórias. De fato, ração e mesmo de uma unica década
italanos -Ceccareli, Contemporäneo a respeito de quais são fosse suficiente para
Gardella e Valle-, junto os temas
este caráterdemocrático e liberal, que per procurar o conhec
a Coderch, Federico fundamentais para a arquite mitia em teoria a mento e discernimento das
Correa Hertzberger,
tura. A polêmica que em setembro de de idéias
exposição de todo o tipo do homem. necessidades
Por este motivo ele se aprox
1959 havia sobre a arquitetura contemn
Hollein, Kurokawa, Polo começado na reunião de mou decididamente
ny, Joseph Rykwert e O. Otterlo, entre
británicos e os
os poránea, define a essência deste
grupo.
ao terreno da
antro-
M Ungers. Depois acon
tinha umimediato antecedente italianos, Seu texto mais pologia em determinados anos, os sessen
teceram novas reunioes na pol- importante, Team 10
primer, constituído por uma base de cen- ta, quando esta
em Paris em 1967 e em mica que poucos meses antes
haviam
é disciplina teve um
muito destacado no mundo papel
Tou-louse-le-Mirail em mantido as duas revistas mais tenas de artigos, cultural euro-
1970, de novo obra de
tativas de cada contexto: a represen de cada um dos dez comunicações ou cartas peu. Segundo Van Eyck é
Candilis-Josic-Woods. Review e a Architectural Os textos dos Smithson
membros. tivizar a nossa cultura e necessário rela-
na qual se explicavam
de 1orma mais detalhada número 747 da Casabella-Continuitá. O suem um caráter mais
são os que pos civilização; é vital
superar a abstração alienante
Architectural doutrinário e nisso da arquitetu
muitas das idéias defi-
nidas pelos membros do publicou em abril de 1959 um Review se insiste, entre
outros conceitos, na idéia
ra moderna; é básico
reencontrar aquilo
Team 10. Reyner Banham titulado artigo de de comunidade, cujo que é comum às formas
mação à comunidade, objetivo construidas pelo
é a
21. AliSon e Peter retirada italiana da «Neoliberty-A aproxi homem. A arquitetura
moderna
na, claramente hostilarquitetura
suas necessidades, não havia
Srmithson, Urban Struc-
à
moder gostos e aspirações. «Ajudar a sido capaz de
preencher o vazio provoca
turing. Studio Vista Ltd.
norte da ltália de finais arquitetura do a sociedade
conseguir seus objetivos, fazer a vida em do pela
Londres, 1961. No
tulo V será lalado capi
dos cinqüenta. anulação dos sistemas clássicos
Rogers contestou em comunidade o mais rica possivel,
de desenho e
pelo
tinuitá, no número de Casabella-Con-
Com
mais
Smithson
detalhes dos
junho do presente utopia», é o
aspirar
à
vernáculo. Segundo desaparecimento
ele: «oS
do
22 Aldo van Eyck en ano, com Outro
artigo de
mesmo Smithson. Para fazè-lo que propõem os
modernos foram arquitetos
Architectural Design claramente de
defesa, também suporte do novo repertório basearão
se no no que é pisando continuamente
n 12, dezembro de revoluçãoda
confrontação, titulado «A conceitos urbanos de formas e
diferente da nossa época, até
1962 arquitetura (resposta ao expostos ponto que chegaram a
defensor das Urban Structing. 21 em seu livro
é diferente, o que esquecer
o que nao
mos esta geladeiras)». Tratare
polênica detalhadamente O holandês Aldo van é essencialmente
capítulo 7. no Eyck é o arquiteto igual» 22 E necessário olhar
mais inovador e tupos do passado para para os arque
suas idéias se
iconoclasta do grupo. Nas recuperar a dimen
são humana,
misturam, por um lado, von mas
cultural e simbólica das
for
arquitetônicas; e tentar de maneira
Vlad1mir
Bodiansky 23. Georges Candlis, Vladimir Bodiansky
Candis,

Moradas
ATBAT e Shadrach Woods. Universidade Livre de
22
Georges
Woods. Berlim. 1962-1970.
Shadrach
M a r r o c o s , 1 9 5 1 - 1 9 5 6

idealista recriar formas geométricas desa 23 Aldo an Eyck


linhadas, selvagens, desnudas Linteneu du temps
distantes do consurno contemporáneo de
e
puras em Le sens de la vile
Editions du Seul Paris
formas e imagens. Os mestres do Movi 1972 Neste livro m
mento Moderno haviam tido uma formação que também escrgvem

acadêmica que havia sido superada com a François Choay Reayner


Banhan, kenneth Fram
definição de um novo universo formal, mas pton 9 JoSeph RycKwen
as gerações seguintes eram conscientes 9ntre otros Aldo van
de que Ihesfatavam urna base, um back EyCk laz balango de
Suas eperiéncias 9 s t
ground. No era suficiente começar com o dando a cultura do
novo repertório moderno, era necessánio 9spaço da tribo dos
Dogons. Sobre Aido van
ampliar as fontes de legitimação e insp
Eyck consuite tanbem o
ração. Por isso Van Eyck estudouo habitat em 9 do capituioO
de povoados primitivos africanos, por isto
guinte
defendeu o retorno à origem como fonte de 24. Veja Jerzy Sotan
De lo moderno a o
legitimação da arquitetura: «O homem sem- Contemporáneo en Ar
pre soube fazer sua morada neste mundo qutectura em E Cro
desde mil anos. Durante todo este tempo a qUIS, n. 36, Madn. 1988
Sua capacidade natural não aumentou nem Neste numero tambem
se publicam notas bibio
diminuiu. E evidente que esta imensa expe- graficasde Aido van
riência do entormo só poderá ser aproveita Eyck. Sverre Fenn
da no presente se pudemos «precipitar Bekana & Van der
Broek, Alison e Peter
todo o passado: o conjunto do esforço Smithson,. Raipn Ers-
humano. Isto não significa dar mostras de Giancario de
Kine
uma indulgência, nem querer voitar para
. .

trás... Este é o único antidoto contra os his


Carfo. Jom Utzon. erzy
Soitan, Denys Lasdun.

toricismos, os modemismos e as utopismas James StrilingJose


Antonio Codercn
sentimentais; da mesma maneira que é um CandilisJosic Wooas
antidoto para um racionalismo, um fun-
cionalism0 e um regionalismo insipiente» 3
Bakema e Candilis representam a cara
mais pragmática do grupo, assim como as
figuras mais preocupadas com a vertente
sOcial da arquitetura, entendida como um
bem coletivo dentro de uma sociedade
livre e democrática. Bakema confiava na
existëncia de uma vertente humanista da
E O tecnologia, e Candilis defendeu a capac
dade da arquitetura mediante o desejo de
melhorar as qualidades do entomo arqui-
tetônico. Candilis interveio em uma grande
quantidade de planos urbanisticos e con-
residenciais: as residências ATBAT
juntos
no Marrocos (1951-1956) de Woods.
Bodianskye Candilis, a Universidade Livre
de Berlim (1962-1970) e Toulouse-le-Mirail
(1962-1977), estas duas últimas de
Candilis, Josic e Woods.
lado,
O polones Jerzy Soltan, por outro

a vertente mais teórica e


representa
é o que em seus
c histórica do grupo, e

escritos pretende implantar uma visão


con-
mais ampla da situação da arquitetura
Giancarlo De
temporånea.24 Enquanto,

33
24. Georges Candilis, Alexis Josic e
Shadrach Woods.
Tolouse-le-Mirail, 1962
1977.

Carlo mantém uma atitude mais


amblgua,
tentando corrigir as insuficiências da
metodologia de projeto moderno com cer-
tas doses de tecnologia e outras de recu
peração dos edifícios e dos tecidos
urbanos históricos.
De qualquer maneira, por trás desta
diver
sidade de visões existe um laço comum
entre todos estes arquitetos, que se
expressa em sua visão da cidade -tentan-
do recuperar a vida urbana-, da
tradição
-contemplando-a com respeito, mas com
distância, sem nunca fazer citações literais
mas sim através da interpretação-, da
arquitetura -sobre a que se propõe essen-
cialmente uma revisão formal-e do papel
social do arquiteto.
ideológica do arquiteto liberal
A figura

tem como Mart Stam, Alexander Klein ou Hannes giar-se na especialização ou em um inal
obra de arquitetura Meyer-próximos aos princípios da «nova
Se toda das
n e c e s s i d a d e s do cançável estorço por tentar abranger os
resoluçaO
obyetivo a por objetividade» alem , o importante era extremos de uma situação cada vez mais
publico ou privado-,
usuario-seja
existem autores,
entendera arquitetura como um trabalho complexa.
todo o projeto científico, que tende a uma radical indus- Por isto, especialmente nos paises mais
tras de partem de
Estes arquitetoS
projetistas. diversas. A ideo- trialização. Os designers, arquitetos e industrializados -Estados Unidos, Japáo.
determinadas e
posiçoes urbanistas tinham uma tendência a ficar Grã-Bretanha, Alemanha-predorminam os
mudado a medida
arquitetos tem no anonimato da produção industrial, do grandes escritórios de arquitetos, en-gen-
logia dos produtivo foi evoluin-
modelo
trabalho em equipe e da colaboração com heiros e muitos outros espeCialistas.
que o proprio diversos experi-
do. No seculo
XX. após a administração pública. De t das as maneiras, a manutençao do
na autoridade, seja mito do arquiteto criador foi contempo
mentos
baseados
OU
Finalmente foi o modelo de arquiteto libe
comunista
domi- ránea ao fato de que uma parte dos
social-democratica.
Segunda ral que acabou se impondo como
e após a
outros profissionais tenha trabalhado em órgãos
nante, tal como foi defendido por
nacional-socialista,
formulado um modelo como Le públicos. O indicio da influência do setor
Guerra Mundial. é líderes do Movimento Moderno
Grá-Bretanha.
mais liberal e aberto entre o vivo o publico em um pais como a
neocapitalista Corbusier. Tratava-se de manter anos cin
a
entre a s
relação como é marcado pelo fato de que nos
consumo. e portanto
tiveram modelo individualista do arquiteto todas as escolas constru
pessoas e a
oferta de diversidade
criador que tem uma quenta quase de ur
artista singular, como towns, e outros projetos
Neste sentido, a
vai além dos co- das, new
papel predominante. linguagem pessoal que
foram
banização de grandes proporções,
um
pensamento liberal políticas
figura do arquiteto de sensivel ås soli- nhecimentos construtivos
ou das
desenhados nos departamentos
de arqu
man-, mais os
liberal de gestão. a órgãos publicos,
perfeita re- metade tetos pertencentes
do meio, estaria em
segunda anuaimente por
Citações De qualquer forma,
na
necessidades do sis-
da permanência do
quais foram responsáveis total de cons-
açao com as novas do século XX, apesar quase 45%
da produção
sociedades com este teve que a admins
tema produtivo em artista, trabalhavam para
da mito do arquiteto truções; e
tendencia a abunodäncia, no contexto artesão teve dos arquitetos britan
mudar. O velho projetista tração quase 50% c n a - s e na
Situação pÓs-industrial. novo e múltiplo no pós-guerra
enfrentar-se com um cos. De fato,
Isto tambeém significa o triunfo do
modelo que poderosa e comple
mundo no qual já
não são mais aplicáveis Grã-Bretanha a mais
planejamento
do arquiteto como figura singular, defendi de sua
atividade. burocratica de
fórmulas ta máquina
a s velhas
existu
eletrónicos de arquitetónico que
jamais
do por Le Corbusier. Segundo as con- sistemas urbano e
Frente a o s n o v o s do Europa
Ocidental
cepçoes da linha mais radical dos arquite à grande
complexidade
nas
d e m o c r a c i a s da
desenhos e refu-
tos do Movimento Moderno, como Walter tiveram que
mundo da construção,
Gropius, Ludwig Hilberseimer, Emst May,

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