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PROVA EM PROCESSO

PENAL

MODALIDA
DE:
Formação Modular (FM) EFA NS (Profissional)
CURSO: Técnico de Serviços Jurídicos
CÓDIGO
UFCD: Prova em Processo Penal 10348
UFCD:
FORMADOR
João Pedro Lopes DATA: 18/03/2023
/A:
OBJETIVOS
 Estudar, interpretar e resumir os artigos do Código do Processo Penal indicados

Resumo escrito dos artigos 187º a 190º do Código de Processo Penal, para entregar.
Trabalho sobre escutas telefónicas, que se encontra regulada no livro III, título III, capítulo IV do CPP,
nomeadamente nos artigos. 187º a 190º. Trata-se de um meio de obtenção de prova, que consiste na
interceção e gravação de conversações ou comunicações telefónicas (artigo 187º nº, 1, 1ª parte).
As escutas só podem ser realizadas se se reunir um conjunto de condições bastante exigente (como não
poderia deixar de ser pois estas interferem com a vida privada). Assim, só se podem realizar escutas
quando estiverem em causa certo tipo de crimes tais como:
a)Puníveis com pena de prisão superior, no seu máximo, a 3 anos;
b) Relativos ao tráfico de estupefacientes;
c) De detenção de arma proibida e de tráfico de armas;
d) De contrabando;
e) De injúria, de ameaça, de coação, de devassa da vida privada e perturbação da paz e do
sossego, quando cometidos através de telefone;
f) De ameaça com prática de crime ou de abuso e simulação de sinais de perigo; ou
g) De evasão, quando o arguido haja sido condenado por algum dos crimes previstos nas alíneas
anteriores.

De acordo com o número 2 do artigo 187.º CPP pode ser solicitada ao juiz dos lugares onde
eventualmente se puder efetivar a conversação ou comunicação telefónica ou da sede da entidade
competente para a investigação criminal, tratando-se dos seguintes crimes:

a) Terrorismo, criminalidade violenta ou altamente organizada;


b) Sequestro, rapto e tomada de reféns;
c) Contra a identidade cultural e integridade pessoal, previstos no título iii do livro ii do Código
Penal e previstos na Lei Penal Relativa às Violações do Direito Internacional Humanitário;
d) Contra a segurança do Estado previstos no capítulo i do título v do livro ii do Código Penal;
e) Falsificação de moeda ou títulos equiparados a moeda prevista nos artigos 262.º, 264.º, na

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parte em que remete para o artigo 262.º, e 267.º, na parte em que remete para os artigos 262.º e
264.º, do Código Penal;
f) Abrangidos por convenção sobre segurança da navegação aérea ou marítima.

As escutas só são autorizadas se forem indispensáveis para descobrir a verdade ou se fosse impossível
ou muito difícil obter prova de outro modo. A autorização tem de ser dada por despacho fundamentado
do juiz de instrução, após requerimento do Ministério Público, de acordo com o n.º 1 do artigo 187.º do
CPP.
De acordo com o n.º 4 do artigo 187.º do CPP, só se efetuam escutas contra suspeitos e arguidos ou
quem seja seu intermediário. As vítimas de crimes também podem ser escutadas, se o consentirem. De
acordo com o n.º 5 do artigo 187.º do CPP é proibido escutar comunicações entre o arguido e o seu
defensor, salvo se o juiz tiver fundadas razões para crer que as mesmas constituem, elas próprias, objeto
ou elemento de um crime. As escutas são autorizadas pelo prazo máximo de três meses, mas este prazo é
renovável por períodos iguais de acordo com o n. º 6 do artigo 187.º do CPP.
Respeitando o estipulado no artigo 188.º do CPP existem várias formalidades que as operações de escuta
têm de seguir. O órgão de polícia criminal que as realizar deve levar ao conhecimento do Ministério
Público, de 15 em 15 dias, os correspondentes suportes técnicos, autos e relatórios. Por sua vez, o
Ministério Público deve levar esses elementos ao conhecimento do juiz no prazo máximo de 48 horas,
devendo o juiz determinar a destruição imediata de certos elementos manifestamente estranhos ao
processo (incluindo aqueles cuja divulgação possa afetar gravemente os direitos das pessoas). A partir
do encerramento do inquérito, o assistente e o arguido podem examinar os suportes técnicos das
conversações ou comunicações e obter, à sua custa, cópias deles.
Podem valer como prova as conversações e comunicações que o Ministério Público mande transcrever
pelo órgão de polícia criminal que as tenha efetuado e que o próprio Ministério Público indique como
meio de prova na acusação, bem como aquelas que o arguido e/ou o assistente transcreverem a partir das
cópias que obtiverem e juntarem ao processo.
Aplica-se ainda o disposto no artigo 187.º e 188.º às comunicações transmitidas por qualquer outro meio
diferente do telefónico tal como correio eletrónico ou outras formas de transmissão de dados por via
telemática, como descrito no n.º 1 do artigo 189.º do CPP.
O n.º 2, do art.º 189.º do CPP, prevê a admissibilidade da obtenção e junção ao processo de dados sobre
a localização celular e registos de comunicações. É de salientar a identidade de requisitos legais
relativamente às escutas, nomeadamente a exigência de despacho fundamentado do juiz, bem como os
tipos de crimes em que é admitida a utilização desses dados.
Quanto a consequência do não respeito pelos requisitos a lei processual penal diz de forma expressa qual
a sua consequência como podemos verificar pelo disposto no artigo 190.º “Os requisitos e condições
referidos nos artigos187.º, 188.º e 189.º são estabelecidos sob pena de nulidade.”

BOM TRABALHO!!!!
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