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Faculdade de ciências humanas – ESUDA

Disciplina: Sociedade, cultura e contemporaneidade


Professora: Betânia Maciel de Araújo
Aluna: Letícia Gomes Cavalcanti Barretto
Arquitetura - 1° período manhã

Resenha do filme: Brincando nos campos do Senhor

INTRODUÇÃO:

Um casal de missionários e seu filho pequeno embrenham-se na selva Amazônica


Brasileira para catequizar uma tribo indígena ainda arredios à noção de Deus.
Martin Quarrier é sociólogo e termina sendo motivado pelas experiências de outro
casal, os Huben. E são forçados a bombardear a aldeia dos nativos.
As intenções religiosas e a harmonia entre brancos e índios no local ficam instáveis
devido à presença de Lewis Moon, um mercenário descendente dos índios
americanos.

DESENVOLVIMENTO:

Um pequeno avião, utilizado para pequenos combates e demolições, aterrissa em


Mãe de Deus, vilarejo remoto na floresta Amazônica. O avião é pilotado por Lewis
Moon e Wolf. São recebidos pelo funcionário do governo, Comandante Guzman,
que recusa o pedido de gasolina formulado pelos pilotos e confisca seus
passaportes e os documentos do avião. Coloca-se então a questão que irá permear
toda a narrativa do filme: a devolução dos passaportes e o combustível para que os
dois pudessem seguir viagem só seria possível por meio de uma troca de serviços.
Aos pilotos caberia a tarefa de bombardear os Niarunas, tribo indígena cujas terras
são almejadas pelo comandante Guzman por razões econômicas. A esses
personagens soma-se um casal de missionários: Leslie Huben e sua mulher, Andy
Huben. Entre os dois é colocada, para o espectador, uma contradição: em oposição
à rigidez do marido, Andy, mais flexível, demonstra oposição ideológica aguda em
relação à igreja católica, representada pelo padre Xantes. Completando o quadro
dos personagens, é introduzida na narrativa a chegada ao vilarejo de outro casal de
missionários norte-americanos, os Quarrier, com seu filho, que vêm encontrar os
Huben em sua missão evangélica. Martin Quarrier é, igualmente, um personagem
com contradições profundas: ao mesmo tempo em que acredita no seu sentimento
religioso e quer promover a palavra de Deus, possui uma admiração pela civilização
indígena, provocada pelo seu interesse pela cultura e língua Niaruna, as quais se
constituem o objeto de seus estudos e pesquisa.
O filme aborda questões recorrentes ao longo de sua narrativa. Tais questões
podem ser divididas em grupos, como por exemplo, a questão de territórios, a
questão das identidades e a questão ideológica que, na narrativa, é sempre
permeada pela matriz ocidental do pensamento único. A questão do território
torna-se complexa porque envolve direitos e riquezas do ponto de vista da
sociedade ocidental.

CONCLUSÃO:

Lewis Moon, dividido na sua identidade norte-americana, resultado de um hibridismo


entre sua origem indígena, contraposta à de Wolf, no qual a vida, pela
caracterização do personagem, não parece dividida. Para ele é simples:
bombardear a aldeia dos Niarunas, pegar o avião e partir desse lugar “perdido e
sem atrativos”. Esse esquema de conflitos internos se aplica também aos outros
personagens ou situações que adquirem um caráter mais social e de direitos
étnicos.
Tal genocídio é demonstrado no filme pelo fato de que a cultura ocidental traz
consigo a destruição da cultura indígena, contamina biologicamente as populações
com vírus e bactérias inexistentes nesses sistemas e reivindica a exploração de
minérios das terras de propriedade dos niarunas. A contaminação pelo vírus da
gripe pela aldeia demonstra dramaticamente esse fato.
O filme nos sugere uma busca de origem, de identidade, de explicação de mundo
tipicamente moderna.

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