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Dicas de ouro para a

elaboração de uma
prova eficiente!
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I O
R
A prova eficiente
21
Á
X
Ensino adaptativo

U M
S 25 21 regras de ouro
para a elaboração
uma prova eficiente

31 Bibliografia

03 Introdução

Por que as provas con-


32 Prova Fácil

06 tinuam as mesmas se

34
tanta coisa mudou na Escola dos Professores
educação?

11 A prova eficiente!

17
A prova eficiente
X
Fracasso escolar
INTRODUÇÃO
Professor, professora, quantas reuniões na sua
escola você já participou para debater a prova?
Já parou para pensar que a prova, um dos principais
instrumentos da avaliação escolar, é pouco debatida
nas escolas? E que a falta deste debate pode
comprometer o sucesso escolar? Talvez, esteja aí
uma das raízes dos problemas do baixo desempenho
escolar.

As salas de aulas estão repletas de estudantes


que não conseguem se adaptar ao processo de
avaliação escolar, e as recuperações são comuns
entre os alunos. Ao contrário de depositar o baixo
desempenho escolar nas costas dos estudantes,
nosso questionamento é se não a medida da
aprendizagem estaria equivocada.

No recente estudo Prova: de instrumento de


controle à ferramenta formativa, a professora
Dirce Aparecida Foletto de Morais, da Universidade
Estadual de Londrina (UEL), observou que “a prova
ainda é o instrumento mais usado para avaliar e
documentar e comprovar as aprendizagens dos
alunos”.

3
No recente estudo Prova: de instrumento de
controle à ferramenta formativa, a professora
Dirce Aparecida Foletto de Morais, da Universidade
Estadual de Londrina (UEL), observou que “a prova
ainda é o instrumento mais usado para avaliar e
documentar e comprovar as aprendizagens dos
alunos”. Neste contexto, também deve ser onde são
encontrados os maiores equívocos com relação à
avaliação escolar. Um dos motivos, inclusive, é a
expectativa da memorização por parte dos alunos. O
resultado, já conhecemos: pérolas que se propagam
nas redes sociais.

Na prova de Geografia a professora pergunta: _ “O que


é depressão?” E o aluno inocentemente responde: _
“É aquela doença que minha mãe tem e precisa tomar
remédio”.

Como recurso principal da avaliação escolar, a prova


quase sempre é elaborada sem os pré-requisitos
necessários para se configurar como um bom
instrumento de avaliação. Se cabe um trocadilho,
a prova a esta afirmativa pode estar na formação
docente. São raros os cursos de licenciatura que
disponibilizam disciplinas para instruir a elaboração
destes instrumentos.

4
Prova deve cobrar conteúdos que precisam ser
memorizados,mastambémproporsituações-problema.

A prova é um tema muito pouco estudado, tanto


nos programas acadêmicos quanto nos ambientes
educacionais e cursos de formação continuada
de professores. Assim, os poucos especialistas
que se dedicam ao tema concluem que a falta
de conhecimento aprofundado em relação à
avaliação da aprendizagem e de preparo do
professor contribuem para que a prova, na quase
totalidade das vezes, continue sendo utilizada como
instrumento burocrático e classificatório, praticada
sem nenhuma função pedagógica.

5
1.
Por que as provas con-
tinuam as mesmas se
tanta coisa mudou na
educação?
Voltar ao
Sumário

O professor Cipriano Luckesi, Universidade


Federal da Bahia (UFBA), uma das referências
no assunto conta que a prova surgiu na Europa,
no século XVI, para coleta de dados sobre o
desempenho do aprendiz, e já naquela época
recebeu o nome de ‘’’prova’’’ . É sem sombra
de dúvida o instrumento mais usado em sala
de aula e seu sucesso pode ser explicado pela
sua eficácia, pois é capaz de reunir muitas
informações sobre um grande conjunto de
alunos.

O mesmo professor ainda conta que na Idade Média não havia


necessidade de testes escritos, devido ao pouco número de
aprendizes: “O mestre convivia diretamente com todos, podia
observá-los, conversar, observar diretamente seu desempenho”.

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Com o tempo, tornou-se necessário o ensino para muitos e a
demanda por um recurso eficiente para que o professor pudesse
conhecer o desempenho de todos. Assim, nasceu a prova.
A pesquisadora Dirce de Moraes, também apresenta outros
fatores para o longo período de existência da prova, tais como:
a possibilidade de documentação, a possível comprovação do
conhecimento e a representação numérica. Ela comenta que a
grande maioria dos professores não consegue abrir mão da prova
apesar de buscarem outros caminhos e que a prova ainda é um
instrumento comprobatório para muitos mestres.
Há tanto tempo em uso no processo de ensino e aprendizagem
torna impossível negar que a prova possua um papel social.
O estudante vive a prova como um fim do processo de
aprendizagem. Em casa, sempre é cobrado: Como foi na prova? É
por meio da prova que se consegue ou não entrar na universidade,
ou num outro concurso, por exemplo. E todo esse processo
começa desde muito cedo na escola.
Em sua pesquisa Dirce de Morais observa a prova como um
instrumento de status, pois, em salas de aulas, a nota da prova
seleciona os estudantes.

Anotadaprovalevaadistinçõesentremelhoresepiores,entreaqueles
que têm potencial e os que seguem para o fracasso”.
Dirce de Morais

8
Porque existe um envolvimento já enraizado do
papeldaprovanocontextodaavaliaçãoescolare
umabandonoaesteinstrumentopoderiacausar
descréditodaescolaperantepaiseresponsáveis.

Porque ela carrega um caráter de controle


disciplinaroudopoderdoprofessorsobreoaluno,
certamenteumusoinadequadodoinstrumento,
masqueévisivelmenteusadonasdiversassalas
de aula.

Pesquisadores são unânimes em afirmar que a prova em si não tem


capacidade de avaliar, e esta afirmação pode ser confirmada com
a Teoria da Resposta ao Item (TRI), utilizada nas provas do ENEM
e avaliações institucionais dos governos estaduais para mensurar
proeficiência dos alunos.

Avaliar é tudo que acontece durante o processo de aprendizagem


antes da nota final, diz Cipriano Luckesi. Porém, não se pode dizer
que a prova seja um instrumento totalmente equivocado e deva
ser eximado! Mas este instrumento precisa ser adequado, bem
elaborado, para que possa cumprir com eficiência seu papel.

9
Luckesi ainda comenta que, no contexto da avaliação escolar, a
preocupação com aprovação ou reprovação afasta o professor e
os demais agentes escolares do que efetivamente uma prova, teste
ou exame procura ao propor, ou seja, encontrar dados para tomar
as decisões que podem influenciar o futuro dos estudantes no que
se refere à aprendizagem.

10
A PROVA
2.
EFICIENTE !
Alguns teóricos apontam para várias questões interessantes sobre
a elabor>»»ação do que hoje chamo de prova eficiente. Tadeu
da Ponte, por exemplo, sugere o professor, antes de elaborar
a prova deve se perguntar: “O que queremos que o aluno tenha
de fato aprendido?” O professor deve entender que a prova é um
indicador, um instrumento de informação e, portanto, deve ser
interpretada e não somente corrigida.

Antes de elaborar a avaliação é necessário:

» Definir que a questão da prova precisa indicar algo


» Planejar e descrever conteúdos, habilidades e competências que
se pretende avaliar.

» Definir a estrutura, tipos de questões, valor da prova e


tamanho

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ITENS DE PROVA
O ponto chave na elaboração das provas escolares são as questões
ou itens de prova. A falta de uma definição clara do que é
relevante ser cobrado afeta diretamente a coerência textual. Desta
forma, muito do que se pergunta compromete o entendimento do
aluno e, obviamente, o resultado. Muitas vezes o estudante erra
por não entender a pergunta. O professor Vasco Moretto, em seu
livro Prova: um momento privilegiado de estudo, afirma que “Com
frequência, a linguagem utilizada não é clara e precisa, deixando
o aluno em dúvida sobre o que o professor realmente quer como
resposta”.

• CLAREZA
Um dos atributos de uma boa prova é a clareza das questões ou
item. Neste item, deve-se considerar a adequação do vocabulário
à faixa etária e a objetividade textual. “Muitas vezes, o professor faz
uma questão com quatro ou cinco temas embutidos, porque acha
que poderia ser bom perguntar também isso e aquilo. Isso, no
entanto, só dificulta a análise posterior”, afirma Tadeu da Ponte.

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• Revisão
A dinâmica escolar, na qual professores cotidianamente estão
inseridos, favorece a repetição de equívocos nas provas, muitas
vezes só percebidos depois que as provas foram reproduzidas.
Tudo porque as provas saem das mãos dos professores e vão
diretamente para a reprografia. Por este motivo, toda instituição
deve construir um protocolo de elaboração das provas, que
deve iniciar com a leitura crítica da prova, para identificar erros
ortográficos, de coerência e clareza, entre outros. Depois desta
fase, a prova deve ser toda respondida por um grupo de avaliação
a fim de identificar possíveis dúvidas e dificuldades surgidas neste
processo, considerando o perfil do estudante que será submetido
ao instrumento. Como se verifica, seguindo este protocolo,
a prova ainda deveria passar pelas mãos dos coordenadores
pedagógicos para uma nova avaliação.

Todo este cuidado se deve ao fato de que além da prova ser


um instrumento responsável pela nota do estudante, ela é o
único documento que sai da sala de aula, já que pais e outros
profissionais da educação podem ser acesso a este documento.
Imagine que os erros identificados podem desacreditar o
instrumento e desmoralizar o professor diante da turma ou da
escola, por exemplo.

14
• Objetividade
A objetividade também deve ser um parâmetro de qualidade
das questões da prova, pois permite melhores resultados. Por
este motivo, a cada leitura que o professor faz das questões que
elaborou, deve-se perguntar: É possível escrever esta questão ou
pergunta de outra forma? Com menos palavras?

• Contextualização
Outro atributo é a contextualização. Preocupados com a
adequação às provas de alguns vestibulares e, recentemente,
às provas do ENEM, a contextualização vem sendo um
outro ponto chave a se considerar na elaboração das provas
escolares. Originalmente estas ideias se relacionam com as do
psicólogo norte-americano David Ausubel sobre a concepção de
aprendizagem significativa. O conceito remete à necessidade de
estabelecer relações entre as aprendizagens prévias e a busca de
conexões com a realidade do aluno.

15
Jeffrey Karpicke, da Universidade de Purdue, Indiana, realizou
uma pesquisa e observou que estudantes que exercitaram a
memória em vez de estudar com o texto a sua frente apresentaram
resultado 50% superior em provas aplicadas. Segundo o estudo, a
memorização ajudou os alunos a responder questões que exigiam
deduções mais complexas e cruzamento de informações. Para
este pesquisador o processo de relembrar não envolve apenas o
resgate de informações arquivadas no cérebro, mas também de
reconstruir, reorganizar o assunto e priorizar determinados tópicos.

“Não podemos nos levar por preconceitos.


Há, de fato, conhecimentos que precisam ser
memorizados.Poroutrolado,devemosprocurar
oferecersituações-problemaquelevemoaluno
a se apropriar desses conteúdos, tornando-se
capazdepensardeformadiferente,conformeos
contextos que se apresentam”.
Tadeu da Ponte

16
3.
A PROVA EFICIENTE
X
O FRACASSO ESCOLAR
Não precisamos sair da escola para perceber que os professores
estão desamparados e desorientados sobre o tema elaboração
da prova na escola! Qualquer professor sente na pele todo este
despreparo que como uma roda viva não para! Em sua ampla
pesquisa Dirce de Moraes, reúne relatos destes profissionais.
A autora comenta em seu estudo que não havia qualquer
orientação em relação à elaboração das provas, à correção e às
tomadas de decisão após os resultados. “Cada professor fazia
da forma como achava certo”. Em muitos casos, nas provas
analisadas, ela encontrou questões retiradas de livros que
enfatizavam somente a memorização, sem contextualização,
somente havendo perguntas soltas.

Uma outra pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC),


Bernadete Gatti, em seu livro Professores do Brasil: Impasses e
Desafios comprova o despreparo dos professores até mesmo em
sua formação. Gatti analisou currículos de cursos de pedagogia
em todo o país e faz uma importante análise afirmando que muitas
vezes o docente reproduz práticas que encontrou na graduação,
ou antes dela, repetindo os métodos que seus professores
aplicaram à época de sua formação. O problema é que as
consequências desse despreparo remetem diretamente a questões
graves da educação brasileira, como o fracasso escolar.

18
“Um trabalho sistemático com a orientação
dos professores, a formação continuada e
conscientizaçãosobrearesponsabilidadedecada
um no processo colaboram significativamente
com o sucesso do aluno, distanciando-o do
fracasso escolar”.
Bernadete Gatti

Dados estatísticos têm sido analisados em alguns centros


acadêmicos com a USP. Ricardo Madeira, da Faculdade de
Economia e Administração (FEA), comparou as notas do Sistema
de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo
(Saresp), as quais são elaboradas adotando as bases da TRI, com
as as atribuídas pelos professores em sala de aula. O pesquisador
encontrou distorções reveladoras e interessantes. No Saresp as
notas distribuem-se em forma de um sino, ou seja, mais ou menos
igual; nas salas, tendem a se aglutinar.

“Oprofessortendeadarnomesiguaisparaalunos
diferentes”.
Ricardo Madeira

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A pesquisa sob este enfoque revela o que já se percebe no
ambiente escolar, provas que ranqueiam os alunos para baixo
podem desmotivar e causar o abandono. A prova pode favorecer o
fracasso escolar e até mesmo o pessoal ! Madeira afirma, “a prova
traz uma influência importante sobre a decisão dos alunos”.

Teoricamente, professores reconhecem que a prova está longe


de ser um instrumento perfeito e que é necessário usar vários
instrumentos na avaliação escolar, porém, nada se costuma fazer
sobre os resultados das provas escolares. Quais análises estes
resultados poderiam revelar ao docente frente aos dados possíveis
de observação, além do boletim escolar, ou do registro no diário?

20
A PROVA EFICIENTE
X
ENSINO ADAPTATIVO
Neste contexto, a prova pode ser o primeiro passo para o
processo da avaliação na escola, contudo, não para a avaliação do
estudante, na qual é comprovadamente ineficaz. Cipriano Luckesi
aponta que a simples atribuição de valores numéricos não significa
que houve um processo de avaliação formativa, ou seja, que
produza reflexos sobre a aprendizagem.
A avaliação tem como objetivo a aprendizagem, sendo assim, há
muito a ser feito, como identificar e trabalhar com as turmas sobre
pontos que se mostraram difíceis, ou como lançar um olhar mais
individual para o desenvolvimento de cada aluno.

“Ofeedbackpossibilitaqueelesesitueemrelação
àsaprendizagens,tenhacondiçõesdeentender
e não apenas constatar seus erros e acertos. É
precisorefletir,proporsituaçõesemqueoaluno
possa compreender o que fez e o que deixou de
fazer em relação ao que foi proposto”
Dirce de Moraes

Diante da dinâmica escolar das salas de aulas pode ser inviável


tratá-los individualmente e avaliá-los, nesta perspectiva. Porém, é
fundamental trabalhar as dificuldades em diferentes situações, o
que favorece o avanço escolar.

22
Nas salas de aulas, o tratamento individualizado na avaliação pode
ser inviável dado ao grande números de aluno por sala. Porém,
é imprescindível corrigir o equívoco gerado por uma avaliação
ineficiente. Neste sentido devemos propor diferentes situações
para que os alunos possam trabalhar na superação das dificuldades
observadas e promover o avanço da aprendizagem.

Deste modo, a falta de conhecimento do professor sobre a


avaliação faz com que o docente utilize a prova como um
instrumento meramente classificatório, com baixa função
pedagógica e, neste quesito, os pesquisadores são unânimes em
afirmar que a prova não pode apenas retratar em uma nota a
competência ou a incompetência do aluno. Tratar a prova apenas
como a nota para a aprovação é como ignorar que pessoas
podem superar obstáculos e aprender com os mesmos.

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Neste contexto, a prova pode ser o primeiro passo para o
processo da avaliação na escola, contudo, não para a avaliação do
estudante, na qual é comprovadamente ineficaz. Cipriano Luckesi
aponta que a simples atribuição de valores numéricos não significa
que houve um processo de avaliação formativa, ou seja, que
produza reflexos sobre a aprendizagem.
A avaliação tem como objetivo a aprendizagem, sendo assim, há
muito a ser feito, como identificar e trabalhar com as turmas sobre
pontos que se mostraram difíceis, ou como lançar um olhar mais
individual para o desenvolvimento de cada aluno.

“Ofeedbackpossibilitaqueelesesitueemrelação
àsaprendizagens,tenhacondiçõesdeentender
e não apenas constatar seus erros e acertos. É
precisorefletir,proporsituaçõesemqueoaluno
possa compreender o que fez e o que deixou de
fazer em relação ao que foi proposto”

Dirce de Moraes

Diante da dinâmica escolar das salas de aulas pode ser inviável


tratá-los individualmente e avaliá-los, nesta perspectiva. Porém, é
fundamental trabalhar as dificuldades em diferentes situações, o
que favorece o avanço escolar.

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21 regras de ouro
para a elaboração
de uma prova
eficiente
Uma boa prova, pode ter parâmetros de qualidade previamente
estabelecidos. A maioria desses foram pontuados a partir da
premissa de que a prova pode e deve ser um momento de
aprendizagem.

1. Nível de dificuldade: A prova deve estar adequada ao nível dos


alunos e apresentar um equilíbrio entre questões fáceis, médias e
difíceis.

2. Clareza do objetivo: Em cada questão deve estar claro o objetivo


que o professor deseja que o aluno alcance. Antes de produzir a
questão, selecione o conteúdo que será abordado e o objetivo
educacional que se pretende avaliar.

3. Contextualização: É recomendável a contextualização da


questão para provocar o raciocínio do aluno e evitar respostas
memorizadas.

4. Sensatez: Cada questão deve ser elaborada com relevância. Não


deve conter nenhum tipo de “pegadinha”. A questão deve ter um
tema predominante e devem ser evitados extremos: nem tão geral,
nem tão específico.

5. Clareza textual: O uso da linguagem deve ser claro, conciso. Evitar


perguntas genéricas e o uso de negativa.

26
6. Coerência: Cada questão deve ter coerência com as estratégias
utilizadas nas aulas, evite elaborar questões que não foram
trabalhadas em sala de aula. Afinal, você não pode cobrar na prova
aquilo que não ensinou.

7. Tamanho: Evite alternativas e enunciados exaustivos que


demandam muito tempo de realização, numa prova escolar o que
se pretende observar é o aprendizado e não a resistência.

8. Antecedência: A prova deve ser elaborada com antecedência para


que o professor tenha tempo para reler as questões, refazê-las e
depurá-las e até mesmo adequar os assuntos cobrados com os
ensinados em sala.

9. Objetividade: A escolha do tipo de questão deve se adequar ao


objetivo. Questões de múltipla escolha podem ser utilizadas com
três, quatro ou cinco opções. Recomenda-se o uso de três ou
quatro alternativas para o Ensino Fundamental.

10. Detalhamento: Cuidado com a correção gramatical e com o uso


de gráficos e imagens que podem ser prejudicados na reprodução.

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11. Formatação: Na seleção do texto (quando utilizado), procure
adequá-lo ao tema da prova. Observe se ele está no nível
de compreensão de seus alunos, você pode também fazer
adaptações textuais, neste caso, basta fazer menção ao original.

12. Referência 01: Ao selecionar textos, dê preferência a fontes


primárias e sem adaptações. Não se esqueça de citar a fonte dos
textos (livros, revistas, sites, etc.).

13. Referência 02: Os textos retirados da Internet devem ser de um


site confiável. Copie e cole o texto em um editor (como o Word),
para que possa ser lido e corrigido (ortografia, concordância,
coerência, formatação de acordo com as normas da ABNT e
outros elementos).

14. Adequabilidade: Os textos selecionados para as questões


devem, preferencialmente, abordar textos atuais e adequados ao
público alvo. Textos muito extensos e temas polêmicos devem ser
evitados.

15. Evitar o uso de: • palavras negativas: “falso”, “exceto”,


“incorreto”, “não”, “errado”; • termos absolutos: “sempre”, “nunca”,
”todo”, “total” termos absolutos: mente”, “absolutamente”,
“completamente”, “somente” etc.; • sentenças iniciadas por: “Pode-
se afirmar que”, “É sentenças iniciadas por: “É correto afirmar que”.

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16. O uso de termos como :``todas as anteriores´´ ou ``nenhuma
das anteriores´´ e repetições de muitas palavras do enunciado
devem ser evitadas nas alternativas de múltipla escolha.

17. Em questões de múltipla escolha, as questões devem ser


organizadas em uma sequência narrativa, em forma crescente ou
decrescente.

18. Uso de Imagem: Cuidado com o uso de gráficos e ilustrações


coloridas. Belas imagens que vão ser reproduzidas em máquinas
que imprimem em preto e branco sem condições de definição
de visualização ou em formato pequeno, que não favorecem a
compreensão da questão ou somente com função ilustrativa,
podem confundir o estudante. Neste caso, melhor não inserir.

19. Parametrização: A pergunta da questão deve estar clara e


demandar exatamente o que se pretende medir. É fundamental
que fique claro quanto vale cada acerto, neste caso fica mais justo
pontuar na hora da correção. Exemplo: Cite duas características
dos protozoários. Se a questão toda valer dois pontos, e o
estudante escrever somente uma característica correta, ele só
receberá um ponto.

29
20. Lógica das alternativas de respostas:

Construa as alternativas:

• Com paralelismo sintático e semântico, extensão equivalente e


coerência com o enunciado;

• Independentes, não excludentes e que não sejam


semanticamente muito próximas;

• Dispostas de maneira lógica (sequência narrativa, alfabética,


crescente/decrescente, etc.);

• Sem repetição de palavras do enunciado;

• Evite alternativas longas;

• O gabarito não deve ser mais atrativo que os distratores


(alternativas incorretas);

• Distratores (alternativas incorretas) não devem ser absurdos em


relação à situação-problema apresentada.

21. Recomenda-se o uso de termos impessoais: “considere-se”,


“calcula-se”, “argumenta-se”;

30
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Sumário

Bibliografia
DEPRESBITERIS, Lea. Avaliação da aprendizagem – revendo
conceitos e posições. In: SOUZA, Clarilza Prado (org.). Avaliação do
rendimento escolar. Campinas: Papirus, 1991. p. 51 – 79.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho.


Porto Alegre: Mediação, 2001.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 12.
ed. São Paulo: Cortez, 2002.

______. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando


conceitos e recriando a prática. 2. ed. Salvador: Malabares
Comunicação e Eventos, 2005

MORAES, Dirce. A. F. Prova: de instrumento de controle à


ferramenta formativa - www.uel.br/eventos/semanadaeducacao/
pages/arquivos/anais/2012/anais/.../prova.pdf

MORETTO, Vasco Pedro. Prova: Um momento privilegiado de


estudo, não um acerto de contas. 2° edição. Rio de Janeiro:
Lamparina, 2007

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem:


práticas de Mudança - por uma práxis transformadora. São Paulo:
Libertad, 1998.

31
SOBRE O
PROVA FÁCIL

O Prova Fácil é uma plataforma gratuita de gestão da rotina dos


professores. Com ela, é possível criar um banco de questões e acessar
itens de professores de todo o país, aplicar exercícios online, criar
provas com diagramação automática, corrigir provas objetivas pelo
aplicativo e gerar estatísticas de erros e acertos dos alunos. O objetivo
do Prova Fácil é proporcionar aos professores o que eles mais precisam:
economia de tempo e conhecimento individual sobre cada aluno.

32
Siland Dib é fundadora da Escola dos Professores, uma
escola voltada para formação continuada de professores. Ela foi
professora de Química por 30 anos e atuou em diversos segmento
da educação. Foi uma das fundadoras do EJA/EAD na Secretaria de
Educação do Distrito Federal; é coautora de 14 livros didáticos de
Química dos quais sete foram distribuídos no PNLD.Possui autoria
de objetos educacionais para uso no computador disponíveis no
Portal do professor do MEC e foi consultora de elaboração de provas
institucionais em órgãos governamentais e escolas particulares.

33
Esta última atividade despertou uma missão como
educadora que, diante de experiências vivenciadas,
relaciona-se com um tema muito delicado e velado no
ambiente escolar: a prova como instrumento da avaliação.
Para Siland, é fundamental refletir sobre a prova escolar e
seu papel no fracasso do estudante. Neste contexto, ela
criou o primeiro curso da Escola dos Professores, “Oficina
de Provas”, totalmente virtual, hoje já ministrado para mais
de 1000 professores de escolas particulares no Distrito
Federal. Nesta nova fase, ela pretende levar este debate
aos mais distantes ambientes educacionais, a fim de expor
os possíveis equívocos que normalmente são promovidos
nestes instrumentos. O curso Oficina de Provas tem como
objetivo desenvolver competências para elaborar provas
escolares com foco na aprendizagem do estudante.

34

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