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DICAS DE OURO PARA A

ELABORAÇÃO DE UMA
PROVA EFICIENTE
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I O
Á R 19
A prova eficiente
X

M
Ensino adaptativo

S U 22
21 regras de ouro
para a elaboração
uma prova eficiente

28 Bibliografia

03
Introdução

29
Prova Fácil

06
Por que as provas
continuam as mesmas
se tanta coisa mudou
na educação? 30 Escola dos Professores

10
A prova eficiente!

A prova eficiente
16 X
Fracasso escolar
INTRODUÇÃO
Professor, professora, quantas reuniões na sua escola
você já participou para debater a prova?

Já parou para pensar que a prova, um dos principais


instrumentos da avaliação escolar, é pouco debatida
nas escolas? E que a falta deste debate pode
comprometer o sucesso escolar? Talvez, esteja aí uma
das raízes dos problemas do baixo desempenho escolar.

As salas de aulas estão repletas de estudantes que


não conseguem se adaptar ao processo de avaliação
escolar, e as recuperações são comuns entre os alunos.
Ao contrário de depositar o baixo desempenho escolar
nas costas dos estudantes, nosso questionamento é se
não a medida da aprendizagem estaria equivocada.

No recente estudo Prova: de instrumento de controle


à ferramenta formativa, a professora Dirce Aparecida
Foletto de Morais, da Universidade Estadual de Londrina
(UEL), observou que “a prova ainda é o instrumento
mais usado para avaliar e documentar e comprovar as
aprendizagens dos alunos”.

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Neste contexto, também deve ser onde são
encontrados os maiores equívocos com relação
à avaliação escolar. Um dos motivos, inclusive, é a
expectativa da memorização por parte dos alunos. O
resultado, já conhecemos: pérolas que se propagam
nas redes sociais.
Na prova de Geografia a professora pergunta: “O que
é depressão?”
E o aluno inocentemente responde: “É aquela doença
que minha mãe tem e precisa tomar remédio”.

Como recurso principal da avaliação escolar, a prova


quase sempre é elaborada sem os pré-requisitos
necessários para se configurar como um bom
instrumento de avaliação. Se cabe um trocadilho,
a prova a esta afirmativa pode estar na formação
docente. São raros os cursos de licenciatura que
disponibilizam disciplinas para instruir a elaboração
destes instrumentos.

Prova deve cobrar conteúdos que precisam ser


memorizados, mas também propor situações problema.

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A prova é um tema muito pouco estudado, tanto
nos programas acadêmicos quanto nos ambientes
educacionais e cursos de formação continuada
de professores. Assim, os poucos especialistas
que se dedicam ao tema concluem que a falta de
conhecimento aprofundado em relação à avaliação
da aprendizagem e de preparo do professor
contribuem para que a prova, na quase totalidade das
vezes, continue sendo utilizada como instrumento
burocrático e classificatório, praticada sem nenhuma
função pedagógica.

“É preciso lembrar que esta não é mesmo uma questão


simples, e o professor precisa ser preparado para saber
avaliar”
Tadeu da Ponte

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1.
Por que as provas continuam
as mesmas se tanta coisa
mudou na educação?
Voltar ao
Sumário

O professor Cipriano Luckesi, Universidade Federal da Bahia


(UFBA), uma das referências no assunto conta que a prova
surgiu na Europa, no século XVI, para coleta de dados sobre
o desempenho do aprendiz, e já naquela época recebeu o
nome de ’’prova’’. É sem sombra de dúvida o instrumento
mais usado em sala de aula e seu sucesso pode ser explicado
pela sua eficácia, pois é capaz de reunir muitas informações
sobre um grande conjunto de alunos.

O mesmo professor ainda conta que na Idade Média não


havia necessidade de testes escritos, devido ao pouco
número de aprendizes: “O mestre convivia diretamente com
todos, podia observá-los, conversar, observar diretamente
seu desempenho”. Com o tempo, tornou-se necessário o
ensino para muitos e a demanda por um recurso eficiente
para que o professor pudesse conhecer o desempenho de
todos. Assim, nasceu a prova.

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A pesquisadora Dirce de Moraes, também apresenta outros
fatores para o longo período de existência da prova, tais como:
a possibilidade de documentação, a possível comprovação do
conhecimento e a representação numérica. Ela comenta que a
grande maioria dos professores não consegue abrir mão da prova
apesar de buscarem outros caminhos e que a prova ainda é um
instrumento comprobatório para muitos mestres.

Há tanto tempo em uso no processo de ensino e aprendizagem torna


impossível negar que a prova possua um papel social. O estudante
vive a prova como um fim do processo de aprendizagem. Em casa,
sempre é cobrado: Como foi na prova? É por meio da prova que se
consegue ou não entrar na universidade, ou num outro concurso,
por exemplo. E todo esse processo começa desde muito cedo na
escola.

Em sua pesquisa Dirce de Morais observa a prova como um


instrumento de status, pois, em salas de aulas, a nota da prova
seleciona os estudantes.

A nota da prova leva a distinções entre melhores e piores, entre


aqueles que têm potencial e os que seguem para o fracasso”.

Dirce de Morais

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1) Porque existe um envolvimento já enraizado do papel da prova
no contexto da avaliação escolar e um abandono a este instrumento
poderia causar descrédito da escola perante pais e responsáveis.

2) Porque ela carrega um caráter de controle disciplinar ou do poder


do professor sobre o aluno, certamente um uso inadequado do
instrumento, mas que é visivelmente usado nas diversas salas de aula.

Pesquisadores são unânimes em afirmar que a prova em si não tem


capacidade de avaliar, e esta afirmação pode ser confirmada com
a Teoria da Resposta ao Item (TRI), utilizada nas provas do ENEM
e avaliações institucionais dos governos estaduais para mensurar
proeficiência dos alunos.

Avaliar é tudo que acontece durante o processo de aprendizagem


antes da nota final, diz Cipriano Luckesi. Porém, não se pode dizer
que a prova seja um instrumento totalmente equivocado e deva
ser eximado! Mas este instrumento precisa ser adequado, bem
elaborado, para que possa cumprir com eficiência seu papel.

Luckesi ainda comenta que, no contexto da avaliação escolar, a


preocupação com aprovação ou reprovação afasta o professor e os
demais agentes escolares do que efetivamente uma prova, teste ou
exame procura ao propor, ou seja, encontrar dados para tomar as
decisões que podem influenciar o futuro dos estudantes no que se
refere à aprendizagem.

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2.
A PROVA
EFICIENTE
Alguns teóricos apontam para várias questões interessantes sobre
a elaboração do que hoje chamo de prova eficiente. Tadeu da
Ponte, por exemplo, sugere o professor, antes de elaborar a prova
deve se perguntar: “O que queremos que o aluno tenha de fato
aprendido?” O professor deve entender que a prova é um indicador,
um instrumento de informação e, portanto, deve ser interpretada e
não somente corrigida.

Antes de elaborar a avaliação é necessário:

» Definir que a questão da prova precisa indicar algo.


» Planejar e descrever conteúdos, habilidades e competências que
se pretende avaliar.

» Definir a estrutura, tipos de questões, valor da prova e


tamanho.

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ITENS DE PROVA
O ponto chave na elaboração das provas escolares são as questões
ou itens de prova. A falta de uma definição clara do que é relevante
ser cobrado afeta diretamente a coerência textual. Desta forma,
muito do que se pergunta compromete o entendimento do aluno
e, obviamente, o resultado. Muitas vezes o estudante erra por não
entender a pergunta. O professor Vasco Moretto, em seu livro Prova:
um momento privilegiado de estudo, afirma que “Com frequência,
a linguagem utilizada não é clara e precisa, deixando o aluno em
dúvida sobre o que o professor realmente quer como resposta”.

• Clareza
Um dos atributos de uma boa prova é a clareza das questões ou item.
Neste item, deve-se considerar a adequação do vocabulário à faixa
etária e a objetividade textual. “Muitas vezes, o professor faz uma
questão com quatro ou cinco temas embutidos, porque acha que
poderia ser bom perguntar também isso e aquilo. Isso, no entanto,
só dificulta a análise posterior”, afirma Tadeu da Ponte.

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• Revisão
A dinâmica escolar, na qual professores cotidianamente estão
inseridos, favorece a repetição de equívocos nas provas, muitas
vezes só percebidos depois que as provas foram reproduzidas. Tudo
porque as provas saem das mãos dos professores e vão diretamente
para a reprografia. Por este motivo, toda instituição deve construir um
protocolo de elaboração das provas, que deve iniciar com a leitura
crítica da prova, para identificar erros ortográficos, de coerência
e clareza, entre outros. Depois desta fase, a prova deve ser toda
respondida por um grupo de avaliação a fim de identificar possíveis
dúvidas e dificuldades surgidas neste processo, considerando o
perfil do estudante que será submetido ao instrumento. Como se
verifica, seguindo este protocolo, a prova ainda deveria passar pelas
mãos dos coordenadores pedagógicos para uma nova avaliação.

Todo este cuidado se deve ao fato de que além da prova ser um


instrumento responsável pela nota do estudante, ela é o único
documento que sai da sala de aula, já que pais e outros profissionais
da educação podem ser acesso a este documento. Imagine que os
erros identificados podem desacreditar o instrumento e desmoralizar
o professor diante da turma ou da escola, por exemplo.

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• Objetividade
A objetividade também deve ser um parâmetro de qualidade das
questões da prova, pois permite melhores resultados. Por este motivo,
a cada leitura que o professor faz das questões que elaborou, deve-se
perguntar: É possível escrever esta questão ou pergunta de outra forma?
Com menos palavras?

• Contextualização
Outro atributo é a contextualização. Preocupados com a adequação
às provas de alguns vestibulares e, recentemente, às provas do ENEM,
a contextualização vem sendo um outro ponto chave a se considerar
na elaboração das provas escolares. Originalmente estas ideias se
relacionam com as do psicólogo norte-americano David Ausubel
sobre a concepção de aprendizagem significativa. O conceito remete à
necessidade de estabelecer relações entre as aprendizagens prévias e a
busca de conexões com a realidade do aluno.

O professor Vasco Moretto, apresenta “a boa prova” ou “a prova


operatória” que seria a prova que apresenta as questões com
capacidade de estimular a aprendizagem significativa, o que requer a
contextualização do que está sendo perguntado, por exemplo, por meio
de um texto anterior. Questões que “fazem pensar”! “A contextualização
não implica sempre que a questão deve ter a ver com a vida do aluno,
mas que ele será provocado a pensar para resolver o problema, talvez
de uma forma a que não está habituado”, Tadeu da Ponte.

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• Memorização
Vale dizer que a memorização, por vezes considerada um
método ultrapassado de aprendizagem, não pode ser esquecida
e nem desconsiderada. Alguns estudos americanos também
a consideram como modelo eficaz de aprendizagem. Entretanto,
contextualizar a prova não é um desafio simples, no entanto,
possível para tornar a prova interessante. Nela, é possível oferecer
situações-problema que levem o aluno a se apropriar de conteúdos
que foram memorizados, tendo a oportunidade de ser capaz de pen-
sar e agir de forma diferente, é eficaz.

Jeffrey Karpicke, da Universidade de Purdue, Indiana, realizou uma


pesquisa e observou que estudantes que exercitaram a memória
em vez de estudar com o texto a sua frente apresentaram resultado
50% superior em provas aplicadas. Segundo o estudo, a memorização
ajudou os alunos a responder questões que exigiam deduções mais
complexas e cruzamento de informações. Para este pesquisador o
processo de relembrar não envolve apenas o resgate de informações
arquivadas no cérebro, mas também de reconstruir, reorganizar o
assunto e priorizar determinados tópicos.

“Não podemos nos levar por preconceitos. Há, de fato, conhecimentos


que precisam ser memorizados. Por outro lado, devemos procurar
oferecer situações-problema que levem o aluno a se apropriar desses
conteúdos, tornando-se capaz de pensar de forma diferente, conforme
os contextos que se apresentam”.
Tadeu da Ponte.

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3.
A PROVA EFICIENTE
X
O FRACASSO ESCOLAR
Não precisamos sair da escola para perceber que os professores estão
desamparados e desorientados sobre o tema elaboração da prova
na escola! Qualquer professor sente na pele todo este despreparo
que como uma roda viva não para! Em sua ampla pesquisa Dirce
de Moraes, reúne relatos destes profissionais. A autora comenta
em seu estudo que não havia qualquer orientação em relação à
elaboração das provas, à correção e às tomadas de decisão após
os resultados. “Cada professor fazia da forma como achava certo”.
Em muitos casos, nas provas analisadas, ela encontrou questões
retiradas de livros que enfatizavam somente a memorização, sem
contextualização, somente havendo perguntas soltas.

Uma outra pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC),


Bernadete Gatti, em seu livro Professores do Brasil: Impasses e
Desafios comprova o despreparo dos professores até mesmo em
sua formação. Gatti analisou currículos de cursos de pedagogia
em todo o país e faz uma importante análise afirmando que muitas
vezes o docente reproduz práticas que encontrou na graduação, ou
antes dela, repetindo os métodos que seus professores aplicaram à
época de sua formação. O problema é que as consequências desse
despreparo remetem diretamente a questões graves da educação
brasileira, como o fracasso escolar.

“Um trabalho sistemático com a orientação dos professores, a forma-


ção continuada e conscientização sobre a responsabilidade de cada
um no processo colaboram significativamente com o sucesso do alu-
no, distanciando-o do fracasso escolar”.
Bernadete Gatti

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Dados estatísticos têm sido analisados em alguns centros
acadêmicos com a USP. Ricardo Madeira, da Faculdade de Economia
e Administração (FEA), comparou as notas do Sistema de Avaliação
do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), as quais são
elaboradas adotando as bases da TRI, com as as atribuídas pelos
professores em sala de aula. O pesquisador encontrou distorções
reveladoras e interessantes. No Saresp as notas distribuem-se em
forma de um sino, ou seja, mais ou menos igual; nas salas, tendem
a se aglutinar.

“O professor tende a dar nomes iguais para alunos diferentes”.


Ricardo Madeira

A pesquisa sob este enfoque revela o que já se percebe no ambiente


escolar, provas que ranqueiam os alunos para baixo podem desmotivar
e causar o abandono. A prova pode favorecer o fracasso escolar e
até mesmo o pessoal ! Madeira afirma, “a prova traz uma influência
importante sobre a decisão dos alunos”.

Teoricamente, professores reconhecem que a prova está longe de


ser um instrumento perfeito e que é necessário usar vários instrumentos
na avaliação escolar, porém, nada se costuma fazer sobre os resultados
das provas escolares. Quais análises estes resultados poderiam
revelar ao docente frente aos dados possíveis de observação, além
do boletim escolar, ou do registro no diário?

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A PROVA EFICIENTE
X
ENSINO ADAPTATIVO
Neste contexto, a prova pode ser o primeiro passo para o processo
da avaliação na escola, contudo, não para a avaliação do estudante,
na qual é comprovadamente ineficaz. Cipriano Luckesi aponta que
a simples atribuição de valores numéricos não significa que houve
um processo de avaliação formativa, ou seja, que produza reflexos
sobre a aprendizagem.

A avaliação tem como objetivo a aprendizagem, sendo assim, há


muito a ser feito, como identificar e trabalhar com as turmas sobre
pontos que se mostraram difíceis, ou como lançar um olhar mais
individual para o desenvolvimento de cada aluno.

“O feedback possibilita que ele se situe em relação às aprendizagens,


tenha condições de entender e não apenas constatar seus erros e
acertos. É preciso refletir, propor situações em que o aluno possa
compreender o que fez e o que deixou de fazer em relação ao que foi
proposto”
Dirce de Moraes
Diante da dinâmica escolar das salas de aulas pode ser inviável
tratá-los individualmente e avaliá-los, nesta perspectiva. Porém,
é fundamental trabalhar as dificuldades em diferentes situações, o
que favorece o avanço escolar.

Na salas de aulas, o tratamento individualizado na avaliação pode


ser inviável dado ao grande números de aluno por sala. Porém,
é imprescindível corrigir o equívoco gerado por uma avaliação
ineficiente. Neste sentido devemos propor diferentes situações
para que os alunos possam trabalhar na superação das dificuldades
observadas e promover o avanço da aprendizagem.

Deste modo, a falta de conhecimento do professor sobre a avaliação


faz com que o docente utilize a prova como um instrumento
meramente classificatório, com baixa função pedagógica e, neste
quesito, os pesquisadores são unânimes em afirmar que a prova
não pode apenas retratar em uma nota a competência ou a
incompetência do aluno. Tratar a prova apenas como a nota para a
aprovação é como ignorar que pessoas podem superar obstáculos
e aprender com os mesmos.

21
21
Regras de ouro para a
elaboração de uma
prova eficiente
Uma boa prova, pode ter parâmetros de qualidade previamente
estabelecidos. A maioria desses foram pontuados a partir da premissa
de que a prova pode e deve ser um momento de aprendizagem.

1. Nível de dificuldade: A prova deve estar adequada ao nível dos


alunos e apresentar um equilíbrio entre questões fáceis, médias e
difíceis.

2. Clareza do objetivo: Em cada questão deve estar claro o objetivo


que o professor deseja que o aluno alcance. Antes de produzir a
questão, selecione o conteúdo que será abordado e o objetivo
educacional que se pretende avaliar.

3. Contextualização: É recomendável a contextualização da questão


para provocar o raciocínio do aluno e evitar respostas memorizadas.

4. Sensatez: Cada questão deve ser elaborada com relevância. Não


deve conter nenhum tipo de “pegadinha”. A questão deve ter um
tema predominante e devem ser evitados extremos: nem tão geral,
nem tão específico.

5. Clareza textual: O uso da linguagem deve ser claro, conciso.


Evitar perguntas genéricas e o uso de negativa.

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6. Coerência: Cada questão deve ter coerência com as estratégias
utilizadas nas aulas, evite elaborar questões que não foram
trabalhadas em sala de aula. Afinal, você não pode cobrar na prova
aquilo que não ensinou.

7. Tamanho: Evite alternativas e enunciados exaustivos que


demandam muito tempo de realização, numa prova escolar o
que se pretende observar é o aprendizado e não a resistência.

8. Antecedência: A prova deve ser elaborada com


antecedência para que o professor tenha tempo para
reler as questões, refazê-las e depurá-las e até mesmo
adequar os assuntos cobrados com os ensinados em sala.

9. Objetividade: A escolha do tipo de questão deve se adequar ao


objetivo. Questões de múltipla escolha podem ser utilizadas com
três, quatro ou cinco opções. Recomenda-se o uso de três ou quatro
alternativas para o Ensino Fundamental.

10. Detalhamento: Cuidado com a correção gramatical e com o uso


de gráficos e imagens que podem ser prejudicados na reprodução.

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11. Formatação: Na seleção do texto (quando utilizado), procure
adequá-lo ao tema da prova. Observe se ele está no nível de
compreensão de seus alunos, você pode também fazer adaptações
textuais, neste caso, basta fazer menção ao original.

12. Referência 01: Ao selecionar textos, dê preferência a fontes


primárias e sem adaptações. Não se esqueça de citar a fonte dos
textos (livros, revistas, sites, etc.).

13. Referência 02: Os textos retirados da Internet devem ser de um


site confiável. Copie e cole o texto em um editor (como o Word), para
que possa ser lido e corrigido (ortografia, concordância, coerência,
formatação de acordo com as normas da ABNT e outros elementos).

14. Adequabilidade: Os textos selecionados para as questões devem,


preferencialmente, abordar textos atuais e adequados ao público
alvo. Textos muito extensos e temas polêmicos devem ser evitados.

15. Evitar o uso de: • palavras negativas: “falso”, “exceto”, “incorreto”,


“não”, “errado”; • termos absolutos: “sempre”, “nunca”, ”todo”, “total”
termos absolutos: mente”, “absolutamente”, “completamente”,
“somente” etc.; • sentenças iniciadas por: “Pode-se afirmar que”, “É
sentenças iniciadas por: “É correto afirmar que”.

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16. O uso de termos como : “todas as anteriores” ou “nenhuma das
anteriores” e repetições de muitas palavras do enunciado devem ser
evitadas nas alternativas de múltipla escolha.

17. Em questões de múltipla escolha, as questões devem ser


organizadas em uma sequência narrativa, em forma crescente ou
decrescente.

18. Uso de Imagem: Cuidado com o uso de gráficos e ilustrações


coloridas. Belas imagens que vão ser reproduzidas em máquinas
que imprimem em preto e branco sem condições de definição
de visualização ou em formato pequeno, que não favorecem a
compreensão da questão ou somente com função ilustrativa,
podem confundir o estudante. Neste caso, melhor não inserir.

19. Parametrização: A pergunta da questão deve estar clara e


demandar exatamente o que se pretende medir. É fundamental
que fique claro quanto vale cada acerto, neste caso fica mais justo
pontuar na hora da correção. Exemplo: Cite duas características dos
protozoários. Se a questão toda valer dois pontos, e o estudante
escrever somente uma característica correta, ele só receberá um
ponto.

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20. Lógica das alternativas de respostas: Construa as alternativas:

• Com paralelismo sintático e semântico, extensão equivalente e


coerência com o enunciado;

• Independentes, não excludentes e que não sejam


semanticamente muito próximas;

• Dispostas de maneira lógica (sequência narrativa, alfabética,


crescente/decrescente, etc.);

• Sem repetição de palavras do enunciado;

• Evite alternativas longas;

• O gabarito não deve ser mais atrativo que os distratores


(alternativas incorretas);

• Distratores (alternativas incorretas) não devem ser absurdos em


relação à situação-problema apresentada.

21. Recomenda-se o uso de termos impessoais: “considere-se”,


“calcula-se”, “argumenta-se”;

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Sumário

Bibliografia
DEPRESBITERIS, Lea. Avaliação da aprendizagem – revendo
conceitos e posições. In: SOUZA, Clarilza Prado (org.). Avaliação do
rendimento escolar. Campinas: Papirus, 1991. p. 51 – 79.

HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho.


Porto Alegre: Mediação, 2001.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 12.
ed. São Paulo: Cortez, 2002.

______. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando


conceitos e recriando a prática. 2. ed. Salvador: Malabares
Comunicação e Eventos, 2005

MORAES, Dirce. A. F. Prova: de instrumento de controle à


ferramenta formativa - www.uel.br/eventos/semanadaeducacao/
pages/arquivos/anais/2012/anais/.../prova.pdf

MORETTO, Vasco Pedro. Prova: Um momento privilegiado de


estudo, não um acerto de contas. 2° edição. Rio de Janeiro:
Lamparina, 2007

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação da Aprendizagem:


práticas de Mudança - por uma práxis transformadora. São Paulo:
Libertad, 1998.

28
SOBRE O
PROVA FÁCIL

O Prova Fácil é uma plataforma gratuita de gestão da rotina dos


professores. Com ela, é possível criar um banco de questões e acessar
itens de professores de todo o país, aplicar exercícios online, criar
provas com diagramação automática, corrigir provas objetivas pelo
aplicativo e gerar estatísticas de erros e acertos dos alunos. O objetivo
do Prova Fácil é proporcionar aos professores o que eles mais precisam:
economia de tempo e conhecimento individual sobre cada aluno.

29
Siland Dib é fundadora da Escola dos Professores, uma
escola voltada para formação continuada de professores. Ela foi
professora de Química por 30 anos e atuou em diversos segmento
da educação. Foi uma das fundadoras do EJA/EAD na Secretaria de
Educação do Distrito Federal; é coautora de 14 livros didáticos de
Química dos quais sete foram distribuídos no PNLD.Possui autoria
de objetos educacionais para uso no computador disponíveis no
Portal do professor do MEC e foi consultora de elaboração de provas
institucionais em órgãos governamentais e escolas particulares.

30
Esta última atividade despertou uma missão como
educadora que, diante de experiências vivenciadas,
relaciona-se com um tema muito delicado e velado no
ambiente escolar: a prova como instrumento da avaliação.
Para Siland, é fundamental refletir sobre a prova escolar e
seu papel no fracasso do estudante. Neste contexto, ela
criou o primeiro curso da Escola dos Professores, “Oficina
de Provas”, totalmente virtual, hoje já ministrado para mais
de 1000 professores de escolas particulares no Distrito
Federal. Nesta nova fase, ela pretende levar este debate
aos mais distantes ambientes educacionais, a fim de expor
os possíveis equívocos que normalmente são promovidos
nestes instrumentos. O curso Oficina de Provas tem como
objetivo desenvolver competências para elaborar provas
escolares com foco na aprendizagem do estudante.

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