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Amazônia
imensidão do rio e a imensidão do mar, de coisa, de gente e por fim todo o tipo de
cidade ribeirinha no estado do Amazonas, aprendi, com o passar dos anos, a lidar
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minha, tão gigantescas, que não deixavam homogeneizantes, uma fotografia que
o olhar repousar sobre o horizonte, foi uma realize um universo fotográfico diverso e
grandeza vertical, que me inspirou sonhos constitutivo de subjetivações não
de voo (BACHELARD, 2001) programadas, no entanto:
Em busca desses sonhos passei a Não é necessário imaginar um não
dito ou um impensado que percorre
me envolver com o que chamo hoje de e entrelaça o mundo com todas as
suas formas e todos os seus
Arte Independente em Belém, cena que acontecimentos, o qual teríamos de
articular, ou, finalmente, pensar. Os
conheci participando de foto-varais pela discursos devem ser tratados como
cidade no ano de 2008, quando trabalhava práticas descontínuas que se
cruzam, que às vezes se justapõem,
como fotógrafa em um estúdio da cidade e mas que também se ignoram ou se
excluem. (FOUCAULT, 2012,
também cursava graduação em Artes p.14)
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autogestionados, muitos deles organizados O cenário cultural e artístico
em circuitos interconectados de ações constituído por casas de artistas, espaços
colaborativas. Espaços estes que surgem privados abertos ao público, coletivos e
como alternativa à falta de incentivo do movimentos de ocupação de espaços
governo e suas instituições oficiais à arte e públicos e/ou urbanos, configuraram um
cultura locais. Por falta de espaços território de arte diferenciado em suas
suficientes, ou suficientemente abrangentes proposições, que no entanto não
para abarcar toda uma geração crescente de substituem ou são de modo algum
criativos, artistas e produtores culturais, substituído pelos espaços públicos
que não se enquadram ou não desejam se institucionais de arte, porém apresentam
enquadrar nas possibilidades dos espaços em seu próprio modo de existir e de fazer
institucionais, patrocínios e editais de arte uma proposição política de resistência
multinacionais e bancos, forma mais a constante programação das
tradicional de financiamento para a arte e o subjetividades pelo capital e pelo Estado,
artista hoje. representantes do poder que se reforçam.
Esses lugares independentes que se Na Amazônia, uma paisagem
mantêm em posição de resistência frente as diferenciada, onde a natureza e a ação
dificuldades de viver de arte e de cultura humana se fazem desmedidas – a
no Brasil, principalmente no Norte e mais fotografia das últimas décadas no Pará é
especificamente no Pará; muitas vezes sem permeada por uma “identidade particular”
nenhuma fonte de renda, além daquelas da produção local contemporânea. É nesse
geradas pelo trabalho coletivo e/ou sentido que compreendo apropriado falar
colaborativo de seus integrantes, sobre uma “moderna tradição amazônica”,
participantes e frequentadores; tem discutida por Fábio Castro (2011) em seu
construído um cenário independente livro “Entre o Mito e a Fronteira”, dotada
organizado e declaradamente político, de um sentir específico que influencia até
mostrando a potência da arte em coletivos, hoje a produção fotográfica local. Assim
iniciativas coletivas e espaços essa cartografia do Casulo Cultural,
autogestionados (PAIM, 2012). É nessa emerge de um discurso construído a partir
cena também, que o Casulo Cultural, casa de um profundo envolvimento com a
de artista aberta ao público, onde vivi e região e um nomadismo estruturado no
atuei como agitadora cultural durante três senso de comprometimento com as
anos, esteve inserida. vivências e lugares compartilhados com
pessoas e afetos, em idas e vindas em uma
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estrutura de documentação poética da molecular, hipnotizaram-no com a
falta de atenção, entediaram-no com
relação de fotógrafa/artista radicada na a civilização e todas as suas
emoções mesquinhas.
Amazônia. Hakin Bay
1. LIVROS, PISTAS E MAPAS Expor (-se) um ser dissidente é um
primeiro passo para se iniciar um trabalho espaço surgiu entre amigos, em conversas,
acadêmico que aponta a arte como fonte de em mesas de bar, corredores de galerias e
conhecimento, entendendo o papel do na rua. A cidade de Belém ainda hoje não
artista/pesquisador como um sujeito que olha tem tantos espaços e na época menos
para a metodologia e busca constituir um estar ainda, que trabalhassem ou deixassem
no mundo dentro de uma perspectiva formal e trabalhar com arte num lugar amplo como
artística. Arte e vida, vida e arte, no método
o que nós encontramos naquela casa. A
cartográfico é possível acompanhar processos
ideia era ter um espaço onde nós
que ainda estão ocorrendo, situações e
pudéssemos trabalhar e morar juntas, um
acontecimentos em curso do qual sou parte
espaço de produção, de arte e vida.
inserida, e que é percebido a partir de uma
vivência que não pode ser descolada da Logo depois da inauguração, que
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morando sozinha, a partir de março de construídos por um afeto onde antes havia
2015. Desde então a administração da casa, o vazio.
as curadorias, e os trabalhos que realizei no Esse “vazio de lei” é o lugar das
Casulo Cultural foram sendo permeados construções, gestação dos indivíduos,
pelas relações de afeto que se construíram alteridades individuais que articulam entre
até ali e a partir de lá. Assim quem si uma poética política do possível, uma
participou da construção desse espaço produção artística que resiste a
foram amigos, companheiros, pessoas instrumentalizações da vida e a elitização
próximas, amores, família, gente que da arte, se constituindo na articulação entre
estava colada a mim e àquela casa por uma os diversos sujeitos e se fortalecendo na
liga, que principalmente afetiva, era colaboração, onde a moeda de troca, se é
também de amor à arte em suas justo assim dizer, se dá nas experiências,
potencialidades políticas transformadoras. cenas articuladas, movimentos agenciados,
saberes produzidos, construindo e sendo
O amor é como a relação entre um
peixe e uma bicicleta, posto que
nem um nem outra podem calcular
aquilo que os une: o amor é a força
do antiutilitário na vida. O que
existe entre o peixe e a bicicleta é o
vazio, o ‘nada em comum’, que
deverá fazer-se comum a cada vez.
Sobre esse vazio, os amantes são
construídos pelo amor [...] o
comum se constrói sobre um vazio
de lei. (NAVARRO et al., 2005, p.
113)
Esse foi o lugar das construções, construídos por um afeto onde antes havia
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protegido, esse nosso lugar de construção e Apesar de ao longo do tempo ter
criação, havia um outro universo que nos observado de perto o crescimento do
hostiliza, um mundo com um pensamento Movimento Feminista Negro na cidade,
retrógrado nos rodeando, a nossa volta nos por conta de amigas e manas negras
cercam poderes ditando normas, cerceando ligadas ao movimento, eu não tinha um
liberdades, disciplinando formas de existir, entendimento tão objetivo quanto o que
então fortalecemos nosso discurso político vivenciei no primeiro debate que tivemos
quando percebemos que a nossa existência em 2015, o Casulo Debate Feminismo
não é aceita pela norma, não é Negro na Amazônia, dentro da exposição
compreendida pelo padrão, quando nos ParÁfrica da Ana Carla Oliveira e da Aíssa
damos conta que para exercer direitos de Mattos, projeto de fotografia que elas
liberdade, como cidadãs que somos, é desenvolvem junto a população negra
preciso lutar por isso, porque apesar de paraense em quilombos, comunidades do
serem direitos, eles não são entregues a Estado e na própria cidade de Belém.
nós, eles precisam ser conquistados. Essa Imagem 2: Casulo Debate Feminismo Negro na
Amazônia
conquista se dá na luta pela nossa
(r)existência.
Eu percebia inicialmente como meu
território de luta o movimento feminista e
LGBT+, como mulher LGBT que sou.
Essas foram pautas que me trouxe muito
Fonte: arquivo Casulo Cultural
aprendizado dentro da vivência do Casulo
Cultural, como casa de artista aberta ao Realizamos a exposição fotográfica
público e disposta a agenciar debates e desse projeto que constrói uma cartografia
casa que tive contato com o Feminismo fotográfico, já o tinha visto em foto-varais
Negro, onde me ocorreram diversas pela cidade de Belém, mas ainda não em
atingiam e por isso mesmo eu não as partir dessa aproximação com a cena
mulher negra, que sofre pelo racismo e fez durante essa exposição no Casulo
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atenção para esse acontece, o fato de que situação racista pela qual passou na
as relações de gênero são também universidade e eu comecei a me dar conta
atravessadas pelas questões de classe e de de que eu não sei o que é isso, e percebi ali
cor. o quanto era cruel que isso aconteça pelo
Imagem 3: Abertura da exposição ParÁfrica simples fato de ela ser negra e eu sendo
branca não conhecer a opressão do racismo
que se constrói de mãos dadas com o
patriarcado. Desde então o Casulo tem sido
um espaço parceiro do Feminismo Negro.
Essa casa foi um imenso
aprendizado para mim, perspectivas,
pontos de vista, lugares que vão se
Fonte: arquivo Casulo Cultural
instalando aqui nesse espaço e me
Angela Davis explica em seu livro
construindo, construindo o que foi o
“Mulheres, raça e classe” que “Racismo e
discurso dessa casa durante três anos, e
sexismo frequentemente convergem”
construindo também uma nova consciência
(2016, p. 71), no entanto as pautas e
de mundo, de humanidade e arte para mim,
reinvindicações negras tem sido muitas
que estava sempre aqui mediando e
vezes ao longo da história subalternizadas
registrando essas atividades.
por mulheres brancas, inclusive as
O Casulo Cultural era também a
feministas, especialmente no que diz
minha casa. Como artista e fotógrafa abri
respeito ao trabalho doméstico, direito à
as portas e acabei me tornando produtora e
voto e afetividade, assim, com esse novo
curadora de uma proposta de criar diálogos
entendimento que me veio talvez um
entre diferentes linguagens em torno das
pouco tarde, decidi colaborar mais
temáticas poético-políticas em
diretamente com as manas negras nessa
exposições/ocupações de Arte. No
luta que nos une, mas não nos unifica, já
percurso da casa o Casulo Cultural atuou
que como mulher branca conheço a
principalmente como galeria de arte e
opressão do machismo, mas não a do
realizou entre os anos de 2014 e 2017
racismo, que só pude imaginar pelos
quatorze exposições: Cidades Íntimas,
relatos de experiências das Feministas
Zimba, Alguém mora dentro de mim,
Negras que comecei a conhecer naquele
EntreRuas, Inspirando Sonhos,
dia. Foi uma fala da Marinéia que mais me
Literalmente, O self é a vida, SPAM
afetou nesse dia, ela fez um relato de uma
Xumucuís, Tupiniqueers, Universo de Si,
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ParÁFRICA, Cuir, Transações, Facebook como plataforma principal de
Encantarias da Ilha, que de maneira direta difusão e conexão com artistas,
ou tangencial abordavam questões colaboradores e público, alcançando em
referentes a arte, cultura popular, 2015 também à mídia tradicional no jornal
movimentos negros, feminismos e O Liberal, TV Liberal, TV Cultura e Jornal
principalmente LGBTQIs. Diário do Pará, através da colaboração de
O salão da galeria e estúdio assessoria de imprensa da jornalista Yvana
experimental foi ainda lugar de ocupação Crizanto, hoje integrante do coletivo.
para diversas atividades ligadas à arte, Assim, o Casulo Cultural passou a
educação, cultura popular, direitos ser símbolo de um espaço de resistência e
humanos, política e sociedade com as luta na cidade de Belém, Bairro da
pautas regulares do Casulo Debate que Campina3, esquina da Travessa Frutuoso
teve como temas: Feminismo Negro na Guimarães com a Rua Riachuelo,
Amazônia, Descriminação LGBT, conhecido ponto de prostituição, venda e
Identidade de Gênero e Violência, consumo de drogas, em contraste com os
Bioconstrução, carimbó e surf, Imagens, tradicionais moradores remanescente da
Colagens, clichês e imagens redy-mades, Belle Époque4 e ainda artistas, coletivos e
Arte e identidade, História da Montação e galerias de arte, atraídos pelos casarões
Maquiagens Transgressoras; com oficinas históricos e alugueis baratos, que se
e/ou cursos regulares como Universo de misturam e tencionam constantemente,
si: canto e fotografia, Iniciação ao Stiletto, num ativismo que se dá a partir da arte e se
Dança Afrocontemporânea, Desenho com expande para territórios múltiplos, fazendo
Modelo Vivo, Nós na Mídia, Pinhole pensar sobre as instabilidades das
digital e parcerias com projetos, espaços fronteiras entre meios de comunicação de
culturais e instituições públicas ou privadas massa, principalmente a fotografia, que
como Cartografia Ecossistema Tropical além de registrar os acontecimentos e criar
2.0, NoiteSuja, Desapego das Manas, Rede novas obras a partir destes, é também
de Mulheres Negras, Cia Varisteiros de nosso principal meio de apresentação dos
Teatro, Égua do Bazar, Xibé com pandeiro,
Circular Campina Cidade-Velha,
3
Universidade da Amazônia, Da Tribu, Bairro que constitui o Centro Histórico da
quadricentenária cidade de Belém.
4
Associação Fotoativa, Apanhador Só, Ocorreu na Amazônia no final do século XIX e
início do século XX nas cidades de
atividades divulgadas principalmente em Belém e Manaus, o período foi marcado por intensa
modernização de infraestrutura urbana financiada
mídia digital a partir da fanpage no pelo Látex.
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acontecimentos passados e de divulgação violência generalizada que se iniciava, fui
dos futuros. até a rua tentar entender o que havia
Contudo, coexistindo em ocorrido e conversar com os envolvidos,
tensionamentos e sofrendo diversas quando fui ameaçada com arma de fogo
ofensivas machistas, racistas e pelo mesmo homem que havia atirado o
LGBTQIfóbicas, foi no dia 07 de Outubro rojão contra as performers. A polícia foi
de 2017 alvo de um violento ataque, na chamada, mas como instituição
ocasião em que a Casa realizava pelo representante do poder, pouco fez além de
terceiro ano consecutivo a festa drag dispersar o tumulto.
NoiteSuja de bolsa, que celebra a Com medo da crescente violência
diversidade de gênero junto a Festa da dos ataques a casa, na qual era moradora
Chiquita5, dentro das festividades do Círio em tempo integral, e intimidada pelas
de Nazaré6. A festa NoiteSuja de bolsa que represálias de vizinhos e da polícia,
terminava com um cortejo saindo do fortalecidos pelo discurso de ódio a
Casulo Cultural em direção ao Bar do mulheres e LGBTQIs no momento político
Parque7 - porto onde acontece a Festa da do país, resolvi fechar a casa e me mudar,
Chiquita - foi atacada com um rojão fugi.
enquanto as drags se concentravam na rua No entanto, se para Deleuze e
em frente ao casarão para a saída do Guattari “pensar é sempre seguir a linha de
cortejo. Tentando conter a explosão de fuga do voo da bruxa” (1992, p.59), foi no
voo de uma estratégia nômade que o
5
Parte do cenário cultural que compõe o Círio, a Casulo Cultural sobreviveu. Articulando
Festa da Chiquita acontece há mais de 30 anos ao
lado do Bar do Parque, na Avenida Presidente artistas, jornalistas, designer e outros
Vargas, em Belém. Tudo começa após a procissão
da trasladação, que leva a imagem peregrina em profissionais que faziam a casa,
direção à Sé. A festa reúne o público gay,
inventamos o coletivo para criação,
simpatizantes e personalidades da cultura do
Estado. O momento mais esperado da festa é a produção e difusão de arte homônimo.
coroação do “Veado de Ouro”, prêmio dado
geralmente a alguém que se destaca no meio Criamos como ação inaugural da
artístico.
6
O Círio de Nazaré, é uma manifestação religiosa nova forma de (r)existência a publicação
católica em devoção a Nossa Senhora de Nazaré,
que ocorre no município de Belém, no estado independente Casulo, páginas território,
brasileiro do Pará. Celebrado anualmente desde
onde narramos as vivências e afetos de três
1793, no segundo domingo de outubro, reunindo
hoje cerca de dois milhões de pessoas em todos os anos da casa que nos deu origem. Os
cultos e procissões
7
Pequeno bar de arquitetura art nouveau localizado lançamentos do impresso, em junho de
na Praça da República, ao lado do Theatro da Paz,
símbolo dos tempos de auge da extração da 2018, aconteceram no Espaço Cultural
borracha na Amazônia, tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan.
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Apoena8, na Associação Fotoativa9 e no Nessa nova forma conseguimos
Porto do Fogo10. construir, junto à Casa Velha e Sibila
Imagem 4: festa de lançamento revista Casulo #00 Filmes, três edições da mostra de cinema
no Espaço Cultural Apoena
de rua Cidade em F(r)estas e a exposição
(R)existimos: corpos políticos do desejo.
A exposição que abriu no dia 13 de
outubro deste ano, marcou a volta do
Casulo Cultural e do NoiteSuja ao Bairro
da Campina, com mais uma edição da festa
NoiteSuja de bolsa, numa articulação com
Fonte: arquivo Casulo Cultural o Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado
Constituímos como marca da nossa
do Pará – GEMPAC, que cedeu seu espaço
metamorfose nesse ano de 2018 a
para nossa ocupação. Sendo sua sede à
ocupação de outros lugares, a constituição
distância de um quarteirão da casa que
de uma máquina de guerra nômade
abrigou o Casulo Cultural.
(DELEUZE e GUATTARI, 1997) Imagem 6: Distância entre a antiga sede do Casulo
interconectada com uma rede de espaços, Cultural e Gempac.
8
brilho e coragem, corpos (r)existentes, que
Espaço de cultura com ambientação, culinária,
música e arte tipicamente paraense. em meio ao clima político de violência e
9
Organização sem fins lucrativos que trabalha com
o processo da fotografia voltada para a construção medo do período eleitoral conturbado do
de exercício da cidadania.
10
Espaço de gastronomia e cultura paraense na Ilha ano de 2018, se expõem em ato poético-
de Mosqueiro
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político de afirmação da arte e de nossas Assim, construindo cartografias
existências que não serão mais silenciadas. afetivas e resgatando memórias emerge um
Imagem 7: Cortejo para a Festa da Chiquita. território de narrativas que de outro modo
ficariam submersas, histórias outras, de
uma outra Amazônia (em chamas). Contra
os perigos da narrativa única à arte
independente e declaradamente política
que o Casulo Cultural constitui em devir.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fonte: arquivo Casulo Cultural
Reunidos novamente todos os BACHELARD, Gaston. O ar e os sonhos:
ensaio sobre a imaginação do movimento.
integrantes do coletivo Casulo Cultural, São Paulo: Martins Fontes, 2001.
quatro meses após o lançamento da revista
Casulo#00, última grande produção BEY, Hakim. TAZ: Zona autônoma
realizado pelo coletivo, potencializamos temporária. Trad. Patrícia Decia & Renato
Resende Digitalização Coletivo
nossa ação, intensificando os afetos e Sabotagem. Disponível em:
ressignificando memórias e <Copylefthttp://www.mom.arq.ufmg.br/m
om/arq_interface/4a_aula/Hakim_Bey_TA
acontecimentos passados. Z.pdf> Acessado em 12 fev. 2017,
23:13:05.
COMCLUSÃO
Todos esses processos complexos, CASTRO, Fabio Fonseca de. Entre o
Mito e a Fronteira: estudo sobre a
linhas de fuga, poéticas-políticas, figuração da Amazônia na produção
potencialidade, múltiplas conexões, artística contemporânea de Belém. Belém:
Edição do Autos, 2011.
fronteiras que se borram, são o desejo de
cumprir o devir-voo de um casulo que se
CERTEAU, Michel de. A invenção do
recusa a expirar, mas que carece de um cotidiano. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
mapa para que possamos realizar seu
“acompanhamento de percursos, DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe.
implicação em processos de produção, São Paulo: Boitempo, 2016.
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FILHO, Kleber Prado e TETIA, Marcela ZIZEK, Slavoj. Acontecimento: uma
Montalvão. Cartografia como método viagem filosófica através de um conceito.
para as ciências humanas e sociais. Santa Rio de Janeiro: Zahar, 2017.
Cruz do Sul, in Barbarói n.38, p.45-59,
jan./jun. 2013. Disponível em <
https://online.unisc.br/seer/index.php/barba
roi/article/view/2471/2743 > Acesso em:
05 ago. 2018, 23:40:05.
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