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O Transtorno Psicótico Induzido Pelo Álcool (TPIA) é uma complicação rara do abuso

de álcool que requer diferenciação clínica de outros transtornos psiquiátricos, particularmente


delírio por abstinência de álcool e esquizofrenia, pois o manejo e o prognóstico desses
distúrbios diferem do TPIA. (Soyka 2008a, b). O TPIA ocorre quando os sintomas psicóticos
começam durante ou no período de 48 horas após o uso de álcool. Os sintomas geralmente
desaparecem dentro de uma semana, mas podem se tornar crônicos, especialmente na
presença de abuso contínuo de álcool, em grande parte se resolvem um mês e completamente
em seis meses. [1]Os sintomas psicóticos (ou seja, alucinações e delírios no contexto do uso de
álcool) podem ocorrer durante a intoxicação, abstinência e delirium tremens ou como uma
manifestação de uma síndrome psicótica reversível atribuível ao uso excessivo. A prevalência
ao longo da vida na população em geral variam de 0,4% a 12 %.[2] [3] Ainda, 50% dos
indivíduos com primeiro episódio de psicose (PEP) atendem aos critérios para o uso
concomitante de álcool.[8]

Pacientes com TPIA têm níveis mais altos de ansiedade, depressão e suicídio em
comparação com pacientes que têm transtorno por uso de álcool sem sintomas psicóticos[4].
Além disso, mais da metade dos pacientes com TPIA apresentam recorrência/reinternação, e
alguns pacientes podem desenvolver uma doença demencial. [5] As alucinações auditivas são
geralmente de natureza depreciativa ou transmitem mensagens desagradáveis. [6]

A abstinência de álcool e o tratamento com antipsicóticos (haloperidol, risperidona e


olanzapina) foram associados a bons resultados em relatos e séries de casos. Em um número
muito pequeno de casos, a ECT e a estimulação transcraniana por corrente contínua
pareceram ser tratamentos eficazes. [7]

Em estudo com amostra de base comunitária foi encontrada uma alta comorbidade
com outros transtornos mentais e taxa de risco 1,85 de maior mortalidade em pacientes cm
TPIA [29].[9]

[1] G. P. Jordaan, J. M. Warwick, D. G. Nel, R. Hewlett, and R. Emsley, “Alcohol-induced


psychotic disorder: Brain perfusion and psychopathology - Before and after anti-
psychotic treatment,” Metab. Brain Dis., vol. 27, no. 1, pp. 67–77, 2012.
[2] J. Perälä et al., “Alcohol-induced psychotic disorder and delirium in the general
population,” Br. J. Psychiatry, vol. 197, no. 3, pp. 200–206, 2010.
[3] “Soyka, M. P revalence of alcohol-induced psychotic disorders. E urop. A rch. Psychiat. C
lin. Neurosci. 258: 317-318, 2008.”
[4] “Jordaan, G. P., Nel, D. G., Hewlett, R. H., & Emsley, R. (2009). Alcohol-induced
psychotic disorder: A comparative study on the clinical characteristics of patients with
alcohol dependence and schizophrenia. Journal of Studies on Alcohol and Drugs,
70(6),.”
[5] “Soyka, M., Helten, B., Cleves, M., & Schmidt, P. (2013). High rehospitalization rate in
alcohol-induced psychotic disorder. European Archives of Psychiatry and Clinical
Neuroscience, 263(4), 309–313. doi:10.1007/s00406-012- 0374-z.”
[6] V. L. Narasimha, R. Patley, L. Shukla, V. Benegal, and A. Kandasamy, “Phenomenology
and Course of Alcoholic Hallucinosis,” J. Dual Diagn., vol. 15, no. 3, pp. 172–176, 2019.
[7] “Soyka M (2008a) Pharmacological treatment of alcohol hallucinosis. Alcohol Alcohol
43(6):719–720.”
[8] O. Oluwoye et al., “Impact of tobacco, alcohol and cannabis use on treatment
outcomes among patients experiencing first episode psychosis: Data from the national
RAISE-ETP study,” Early Interv. Psychiatry, vol. 13, no. 1, pp. 142–146, 2019.
[9] M. Soyka, B. Helten, M. Cleves, and P. Schmidt, “High rehospitalization rate in alcohol-
induced psychotic disorder,” Eur. Arch. Psychiatry Clin. Neurosci., vol. 263, no. 4, pp.
309–313, 2013.

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