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Sumário
Introdução
Epidemiologia
Curso e evolução
Etiopatogenia
Quadro clínico e diagnóstico
Classificação e critérios diagnósticos
Distimia
Transtorno misto de ansiedade e depressão
Subtipos depressivos
Diagnóstico diferencial
Exames complementares
Tratamento
Considerações finais
Para aprofundamento
Vinheta clínica
Referências bibliográficas
INTRODUÇÃO
O termo depressão designa várias condições, inclusive um sentimento normal como a tristeza. Neste
capítulo será abordada a forma patológica, caracterizada por um conjunto de sintomas: humor depressivo,
alterações afetivas, cognitivas e comportamentais, além de distúrbios dos ritmos biológicos. A depressão
apresenta elevadas taxas de morbidade e mortalidade pela natureza recorrente e sintomatologia persistente,
levando a diferentes graus de sofrimento, incapacitação e risco de suicídio (Tabela 1)1,2. Dependendo do país,
a depressão vem sendo a principal ou a segunda maior causa de anos perdidos por incapacitação e morte
prematura (DALY, do inglês disability-adjusted life years)2. Na 11ª edição da Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) da Organização Mundial da Saúde3,
ela seguirá sendo classificada como um transtorno do humor, junto dos transtornos bipolares e relacionados,
ao passo que na 5ª edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, da Associação
Psiquiátrica Americana (DSM-5), ela passou a ser classificada em separado do transtorno bipolar, na
categoria transtornos depressivos (TD)4 (vide Classificação e critérios diagnósticos).
Pontos-chave
O transtorno depressivo maior é um problema de saúde pública e figura como a principal ou segunda maior
causa de incapacitação mundialmente.
A distimia é um transtorno depressivo leve crônico que dura pelo menos 2 anos e causa incapacitação
significativa.
Os principais sintomas da depressão são humor depressivo/falta de motivação, anedonia, prejuízos cognitivos,
pensamentos/sentimentos negativos, lentificação/agitação psicomotoras e alterações em ritmos biológicos, como
sono e apetite.
A depressão bipolar é o principal diagnóstico diferencial. Fatores de risco e tratamento são distintos.
O tratamento requer uso de antidepressivos, tanto na fase aguda como na manutenção em casos recidivantes.
EPIDEMIOLOGIA
Um grande levantamento em adultos da população geral estimou prevalências durante a vida e nos 12
últimos meses do transtorno depressivo maior (TDM) em 10 países desenvolvidos e 8 em desenvolvimento
(Tabela 1)1,5. Chama a atenção a prevalência semelhante em vários países desenvolvidos e em
desenvolvimento, sugerindo que o TDM não seja decorrente do estilo de vida moderno6. Foi incluído o
estudo Megacity da grande São Paulo, no qual as taxas de depressão durante a vida e nos 12 últimos meses se
situaram entre as maiores do mundo, 18,4 e 10,4%, respectivamente (Tabela 1)1,5. Quando se separou os que
tinham sintomas maníacos proeminentes durante a vida de indivíduos diagnosticados como TDM, a
prevalência caiu para 5%, elevando a do transtorno bipolar (TB) para mais de 5%7. A prevalência-vida da
distimia, uma depressão crônica de intensidade leve, foi estimada em uma média mundial de 1,55%, sendo
1,82% em mulheres e 1,29% em homens8.
Tabela 1 Características epidemiológicas e clínicas da depressão maior em 89.750 adultos da população geral de 18
países*, desenvolvidos e em desenvolvimento
Países Países em
Características Brasil
desenvolvidos desenvolvimento
Prevalência 12 meses (%) 5,5 5,9 10,4
Prevalência-vida (%) 14,6 11,1 18,4
Idade média de início (anos) 28,9 27,2 24,3
N. médio de episódios na vida (n) 14,8 10,9
Persistência e gravidade em 12 meses
Duração média (semanas) 27,0 26,0
Clinicamente grave (%) 33,9 41,8
Comprometimento ocupacional 65,8 49,3
grave (%)
Média de dias incapacitado (n) 48,3 25,3
*18 países: 10 classificados pelo Banco Mundial como desenvolvidos (n = 52.485): Bélgica, França, Alemanha, Israel,
Itália, Japão, Holanda, Nova Zelândia, Espanha e Estados Unidos; 8 em desenvolvimento (n = 37.265): Brasil (São Paulo
Megacity Study), Colômbia, Índia, Líbano, México, África do Sul, Ucrânia e Shenzhen (China). Fonte: Estudos do World
Mental Health Survey. Kessler et al., 20101.
O risco de desenvolver depressão foi duas a três vezes maior em mulheres que em homens,
principalmente na idade fértil. Diferenças hormonais, estressores psicossociais e parto poderiam justificar tal
disparidade9. A idade de início da depressão foi precoce, em média 24 anos: 40% dos indivíduos tiveram o
primeiro episódio antes dos 20 anos de idade, 50% entre 20 e 50 anos, e 10% após os 50 anos1. Adultos de 18
a 34 anos têm 3-5,5 vezes mais risco de desenvolver TDM que indivíduos acima de 65 anos10. A incidência
da distimia aumenta até os 20 anos de idade e se mantém estável até os 80 anos8. O diagnóstico diferencial da
depressão do transtorno bipolar e do transtorno depressivo é fundamental (vide “Diagnóstico diferencial”) e
uma das distinções entre depressão do TB e TDM foi a diferença na idade média de início, 20 e 30 anos,
respectivamente11. Portanto, depressões de início na infância/adolescência devem levantar a suspeita de
primeiro episódio de TB.
Praticamente todos os fatores sociodemográficos investigados apresentaram diferenças significativas
comparando com controles normais nos 18 países estudados10. Independentemente do sexo, indivíduos de
países desenvolvidos apresentaram risco 4 a 8 vezes maior de desenvolver TDM que da população geral se
fossem solteiros ou separados e nos países em desenvolvimento, o risco foi maior em divorciados e viúvos.
Baixa renda mensal dobrou o risco de depressão somente em países desenvolvidos. Em razão do impacto
precoce na vida dos jovens, a depressão elevou em 60% o risco de não terminar os estudos. Conforme o
esperado, houve maiores taxas de desemprego e incapacitação quando da ocorrência de depressão à época da
escolarização, principalmente nos países desenvolvidos. As consequências incluíram significativamente mais
faltas ao trabalho e queda na produtividade e na renda, e se estenderam ao comprometimento da capacidade
de cuidar dos filhos, especialmente quando menores10.
CURSO E EVOLUÇÃO
Além da alta prevalência e do impacto sociodemográfico, a morbidade das depressões se agrava pelas
recorrências, cronicidade e incapacitação (Tabela 1)1,10. O início da depressão pode ser abrupto, mas costuma
ser insidioso. Em torno de 80% apresentam mais de um episódio na vida6. O curso é episódico, mas muito
variável de um paciente a outro, e não se pode prever sua recorrência, o número de episódios e a duração
deles ao longo da vida. Quando tratada adequadamente com medicações, a depressão melhora em 3 a 6
meses e depois de 12 meses a maioria se recuperou, ao menos nos pacientes da atenção primária. As chances
de recuperação diminuem progressivamente, principalmente se houver sintomas ansiosos concomitantes, e
caem para 60% depois de 2 anos e 30% ao cabo de 6 anos12. Depois de 2 anos, 21% das depressões se
cronificaram, e depois de 6 anos as taxas atingem 55%, principalmente com sintomas ansiosos e
hipomaníacos associados12. A cada novo episódio, aumenta a probabilidade de recorrências e o prognóstico é
pior com idade de início avançada6. À medida que a doença progride, o intervalo entre os episódios se
encurta e a gravidade aumenta. Uma parcela significativa oscila com sintomas de gravidade e duração
variáveis (Tabela 1). Um terço permanece parcial ou totalmente sintomático, os demais se recuperam e 5 a
10% desenvolvem mania ou estado misto13. Dentre as depressões crônicas e recorrentes, metade apresenta
sintomas hipomaníacos durante o episódio depressivo, o que está associado a depressões de mais longa
duração e pior resposta a antidepressivos14, além de dobrar o risco de tentativas de suicídio durante a vida15.
Todos os achados relacionados à má evolução das depressões sugerem que a cronificação ou piora do
prognóstico se deveram ao diagnóstico impreciso ou a comorbidades não tratadas. No caso da distimia, a
resposta ao tratamento é mais lenta que na depressão maior, mas 50% se recuperaram depois de 1 ano e
70,8% depois de 3 anos16. Por fim, deve-se ter em mente que a depressão é potencialmente letal e a
terapêutica é fundamental para a prevenção do suicídio, estimado em 6,67% dos pacientes17,18.
ETIOPATOGENIA
Apesar dos grandes avanços nos últimos anos sobre a compreensão do TDM, sua etiopatogenia
permanece não totalmente conhecida, mas sabe-se que múltiplos fatores contribuem para seu risco,
desenvolvimento e agravamento. O TDM tem sido associado a maior risco de declínio cognitivo19, atrofia
cerebral20, doenças relacionadas ao envelhecimento20 e, acima de tudo, maior mortalidade21,22. Estudos
sugerem a existência de um envelhecimento biológico mais acelerado em vários sistemas do organismo
humano no TDM. Tais evidências se originam de estudos mostrando comprimento telomérico menor23, maior
envelhecimento epigenético24, e envelhecimento cerebral avançado25. Pode-se especular que tal desgaste
acelerado seria um dos mecanismos fisiopatológicos para a ocorrência de tantas comorbidades no TDM.
Múltiplos sistemas distintos já foram identificados como participando das complexas mudanças
biológicas que antecedem o aparecimento do TDM26. Dentre eles, destacam-se alterações estruturais27,28 e
funcionais29 do cérebro, alterações em neurometabólitos cerebrais30, alterações imunológicas31, de ritmo
circadiano32, hormonais26, genéticas33, do trato gastrointestinal34,35 e alterações nos sistemas de fatores
neurotróficos36 e estresse oxidativo37.
Diversas evidências sugerem que no TDM ocorre a ativação de vias inflamatórias, por meio de um
aumento nos níveis de citocinas inflamatórias, como as interleucinas IL-1β, IL-2, IL-6, interferon-gama, fator
de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) e cortisol38. Nesse sentido, a inflamação apresenta um possível papel no
TDM em decorrência de alterações no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) neuroendócrino39, sendo o
cortisol o regulador da atividade desse eixo40. O HHA está diretamente relacionado com o sistema
inflamatório, regulando os processos de neuroplasticidade de estruturas cerebrais39. As citocinas, cujo papel é
crucial na inflamação, podem ativar o eixo HHA e suprimir o funcionamento dos receptores glicocorticoides,
os quais são essenciais para regular os processos inflamatórios41. A IL-1-beta e o TNF-alfa induzem uma
regulação positiva de transportadores de serotonina, levando a uma maior receptação de serotonina, o que
poderia levar a uma depleção desse neurotransmissor na fenda sináptica e, consequentemente, intensificar
sintomas depressivos39. Estudos prospectivos que buscavam algum marcador que pudesse predizer o risco de
desenvolver depressão indicam que o cortisol salivar elevado estaria associado ao desenvolvimento
subsequente de depressão26. Mais recentemente, a Associação Americana de Cardiologia reconheceu que a
presença de sintomas depressivos não tratados piora a evolução de pacientes com cardiopatia isquêmica,
provavelmente por seu impacto nas vias inflamatórias, e recomenda que o tratamento do TDM é tão
importante quanto o uso de estatinas ou medicações para hipertensão arterial sistêmica nesses pacientes42,43.
Estudos de neuroimagem cortical utilizando ressonância magnética cerebral, resumidos em metanálises,
indicam no TDM alterações volumétricas corticais na região paralímbica, córtex pré-frontal dorsomedial,
córtex orbitofrontal e rostral, além do cíngulo anterior, apesar da grande variabilidade entre os estudos28,44-46.
Entretanto, ressalta-se que diferenças metodológicas, variações no status medicamentoso e idade dos sujeitos
dificultam o achado de resultados mais consistentes. Em relação a estudos de estruturas subcorticais no
TDM, existe um achado bem replicado de menor volume de hipocampo, principalmente na depressão de
maior cronicidade47,48, mas com ideações suicidas49.
O glutamato, o principal neurometabólito excitatório cerebral, mais recentemente tem sido muito
associado à fisiopatologia do TDM, pois descobriu-se que antagonistas dos receptores de glutamato NMDA,
como a quetamina, apresentam efeito antidepressivo rápido50-54. Além disso, níveis elevados de glutamato
foram reportados perifericamente no plasma55 e em tecidos cerebrais post mortem de sujeitos com depressão
maior unipolar56. Estudos que mediram glutamato cerebral in vivo via espectroscopia de prótons (1H-MRS)
relatam uma tendência a pacientes com depressão terem menores níveis de glutamato e glutamina (Glx) no
cíngulo anterior e córtex medial frontal quando comparados a controles57,58. Adicionalmente, foi
demonstrado que o tratamento da depressão com antidepressivos, eletroconvulsoterapia e até mesmo
quetamina leva ao aumento do Glx no córtex pré-frontal medial59,60.
A herdabilidade da depressão é estimada em 37% segundo estudos com gêmeos61, e os fatores ambientais
modulam a atividade de genes (epigenética), que conferem diferentes suscetibilidades à depressão entre
indivíduos33. Estudos genéticos de ampla associação (GWAS, do inglês genome-wide association study) para
TDM com identificação positiva de algum loci são raros, e apenas três estudos tiveram esse sucesso62-64. Essa
dificuldade indica que o TDM apresenta uma arquitetura poligênica ampla e que o risco da doença é
conferido por diversas variantes casuais de pequeno efeito65. Dentre os fatores de risco ambientais, destacam-
se o uso de substâncias psicoativas (álcool, drogas, inibidores de apetite, antidepressivos), alteração dos
ritmos biológicos (privação de sono) e eventos adversos precoces, como perda parental, percepção de falta de
carinho dos pais, baixo suporte social e abuso infantil66.
Nesta parte serão apresentados os critérios diagnósticos dos transtornos depressivos do DSM-5 e os
códigos da CID-113, que entrará em vigor em 2022. As diretrizes diagnósticas de episódio depressivo são dos
poucos lugares da CID-11 nas quais uma contagem de sintomas mínima é necessária74. Um mínimo de 5 de
10 sintomas é necessário, em vez dos 4 de 9 estipulados pela CID-10 da OMS, para aumentar a congruência
com o DSM-5. Os sintomas depressivos são organizados em três grupos: afetivos, cognitivos e
neurovegetativos, para auxiliar o clínico na lembrança da pesquisa de toda a sintomatologia depressiva74.
Para receber o diagnóstico de episódio depressivo, é necessária a presença de humor depressivo ou redução
do interesse em atividades quase todos os dias durante pelo menos duas semanas. Existem diferenças na
classificação dos transtornos depressivos entre DSM-5 e CID-11 (Tabelas 3 e 4).
Os critérios diagnósticos do DSM-5 são utilizados na prática clínica e muito importantes por serem
aceitos internacionalmente nas pesquisas sobre depressão (Quadros 1 e 2). Além disso, facilitam a
identificação pelo clínico por meio de critérios operacionais com os principais sintomas depressivos. Para o
diagnóstico de TDM, um mínimo de 5 de um total de 9 sintomas precisa ser preenchido (Quadro 1). O
diagnóstico de distimia (transtorno depressivo persistente) deve ser feito na presença de 2 sintomas dentre 6,
durante um período depressivo de pelo menos 2 anos de duração (Quadro 2). Os sintomas devem causar
sofrimento significativo e não serem atribuíveis a outras condições médicas gerais ou psiquiátricas.
Nota: não incluir sintomas nitidamente causados por outra condição médica.
1. Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado pelo relato
subjetivo (p. ex., diz sentir-se triste, vazio, sem esperança) ou observações feitas
por terceiros (p. ex., parece choroso). Nota: em crianças e adolescentes, pode ser
humor irritável.
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as
atividades, na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado pelo relato
subjetivo ou observações de terceiros).
3. Perda ou ganho significativo de peso sem estar de dieta (p. ex., alteração de mais
de 5% do peso corporal em 1 mês) ou aumento ou diminuição do apetite quase
todos os dias. Nota: em crianças, considerar a incapacidade de ganhar o peso
esperado.
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis pelos outros, não
apenas sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento).
DISTIMIA
Mais de 95 % dos pacientes com distimia desenvolverá algum episódio depressivo ao longo da vida e não
foi encontrada distinção clínica com a depressão maior4. Por isso, no DSM-5 a distimia passou a ser uma
depressão crônica de qualquer gravidade, chamada transtorno depressivo persistente (TDP) (Quadro 2).
Entretanto, a CID-11 manterá o conceito original de transtorno distímico ou distimia como sendo uma
depressão crônica mais leve que o franco episódio depressivo. A CID-11 excluirá a categoria Transtornos do
humor persistentes da CID-1075, composta por distimia e ciclotimia, e ambos passarão a ser classificados no
transtorno depressivo e no transtorno bipolar, respectivamente. Se o episódio depressivo atual for persistente,
ele pode ser assinalado no item Apresentações sintomáticas e de curso da CID-11 (Tabela 5).
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato
subjetivo ou observação feita por terceiros, pelo período mínimo de 2 anos. Nota:
em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de 1
ano.
O transtorno distímico é caracterizado por um humor depressivo persistente (ou seja, com duração de 2
anos ou mais), durante a maior parte do dia, na maioria dos dias (CID-11). Em crianças e adolescentes, o
humor deprimido pode se manifestar como irritabilidade generalizada. O humor deprimido é acompanhado
por sintomas adicionais, como interesse ou prazer significativamente diminuído em atividades, concentração
e atenção reduzidas ou indecisão, baixa autoestima ou culpa excessiva ou inadequada, desesperança sobre o
futuro, sono perturbado ou aumento do sono, diminuição ou aumento do apetite, ou baixa energia ou fadiga.
Durante os primeiros 2 anos do transtorno, nunca houve um período de 2 semanas durante o qual o número e
a duração dos sintomas foram suficientes para preencher o diagnóstico de Episódio depressivo (CID-11). Não
há história de episódios maníacos, mistos ou hipomaníacos.
Tabela 5 Apresentações sintomáticas e de curso para episódios de humor em transtornos de humor da CID-11
Subtipos de
apresentações
Características do episódio depressivo
sintomáticas e
de curso
6A80.0 Sintomas de ansiedade clinicamente significativos (p. ex., sentir-se
Sintomas de nervoso, ansioso ou no limite, não ser capaz de controlar pensamentos
ansiedade preocupantes, medo de que algo terrível aconteça, ter problemas para
proeminentes relaxar, tensão motora, sintomas autonômicos) durante as últimas 2
em episódios semanas.
de humor
6A80.1 Ataques de pânico recorrentes (≥ 2) durante o último mês,
Ataques do especificamente em resposta a cognições características do episódio
pânico em depressivo que provocam ansiedade.
episódios de
humor
6A80.2 Episódio depressivo durando ≥ 2 anos.
Episódio
depressivo
atual
persistente
6A80.3 Vários dos sintomas estão presentes: anedonia generalizada, ausencia de
Episódio reatividade do humor (humor não melhora mesmo com estímulos
depressivo prazerosos), insônia terminal (despertar ≥ 2 horas mais cedo que o
atual com habitual), piora matinal dos sintomas, acentuada lentificação ou agitação
melancolia psicomotoras, acentuada perda de apetite ou peso.
6A80.4 Padrão Existe um padrão regular de início e término dos episódios em
sazonal de determinada estação e a maioria dos episódios relevantes segue este
início do padrão.
episódio de
humor
O transtorno misto de ansiedade e depressão foi transferido dos transtornos ansiosos na CID-10 para
transtornos depressivos na CID-11 em razão das evidências de superposição com sintomas do humor e sua
importancia na atenção primária74. É caracterizado por sintomas de ansiedade e depressão, que não são
suficientemente graves, numerosos ou persistentes para justificar o diagnóstico de um episódio depressivo,
distimia ou um transtorno de ansiedade ou fóbico-ansioso. O humor deprimido ou o interesse diminuído nas
atividades devem estar presentes, acompanhados de sintomas depressivos adicionais, bem como múltiplos
sintomas de ansiedade. Descartou-se o transtorno bipolar, contudo, nas pesquisas de campo da CID-11, faltou
rastrear sintomas hipomaníacos frequentes na presença de ansiedade e depressão76,77, que podem agravar o
prognóstico pelo uso inadequado de antidepressivos no tratamento78.
SUBTIPOS DEPRESSIVOS
As depressões são condições clínicas heterogêneas, de apresentação clínica e curso variáveis. Os subtipos
depressivos são classificados de acordo com a sintomatologia (melancólica, psicótica, atípica), a polaridade
(bipolar ou unipolar), o curso (recorrente, persistente), fatores desencadeantes (sazonal, puerperal) e
gravidade (leve, moderada ou grave)79. O episódio depressivo atual com melancolia da CID-11 equivale à
depressão com sintomas somáticos da CID-1075. Tanto o TDM quanto a distimia podem ser especificados de
acordo com a apresentação clínica. Ambos os sistemas diagnósticos, CID-11 e DSM-5, definem a gravidade
como segue: depressão leve não incapacita, mas causa sofrimento significativo; depressão moderada afeta
parcialmente as funções do indivíduo e a grave incapacita social e/ou profissionalmente. Na Tabela 6 estão
descritos especificadores da depressão maior do DSM-5, que são os subtipos mais importantes, e sua
correlação com a CID-11. Aplicam-se ao episódio atual ou mais recente, pois o deprimido pode apresentar
diferentes subtipos depressivos ao longo da vida. No DSM-5 foram incluídos os especificadores “com
sofrimento ansioso” e “com características mistas”. A ansiedade é um sintoma frequente nas depressões, que
piora seu prognóstico12,80.
Os sintomas mistos maníaco-depressivos, que pertenciam ao transtorno bipolar (TB) e integravam a
categoria estado misto, também passaram a ser aplicáveis ao TDM não bipolar no DSM-5, a fim de
identificar deprimidos propensos a desenvolverem TB (Tabela 6). Isso representou um enorme avanço na
classificação dos transtornos do humor, uma vez que o estado misto da CID-10 e do DSM-IV é muito raro e
não reflete a prática clínica, porque exigiam um episódio franco de mania e de depressão presentes
simultaneamente81. Estudos recentes apontam para outra realidade clínica: prevalência de 24% de sintomas
mistos no TDM conforme diferentes critérios e de 70 % no transtorno bipolar82; comparando com deprimidos
sem sintomas maníacos superpostos, apresentaram depressões mais graves e maior risco de suicídio, taxas
superiores de comorbidades com transtornos ansiosos e por abuso/dependência de substâncias e se
confundem mais frequentemente com transtorno de personalidade borderline83,84. Quanto ao tratamento,
recebem significativamente mais antidepressivos e polifarmácia com antipsicóticos e estabilizadores do
humor83. O uso de antidepressivos nessas condições agrava a sintomatologia e aumenta o risco de ciclagem
para hipo/mania, devendo ser evitados em monoterapia78,85. Apesar da elevada prevalência no TDM e no TB,
a CID-11 não incorporou todo o conhecimento científico acumulado na última década sobre a importância
clínica e prognóstica dos sintomas mistos80,82. A impossibilidade de diagnosticar sintomas mistos depressivos
na CID-11 significa que os pacientes receberão outro diagnóstico, possivelmente de transtorno misto de
ansiedade e depressão, e correrão o risco de serem inadequadamente tratados. Os diferentes subtipos de
depressão são importantes na escolha do tratamento antidepressivo mais adequado. A Tabela 6 traz uma
comparação entre DSM-5 e CID-1179.
O item 6A80 “Apresentações sintomáticas e de curso para episódios de humor em transtornos de humor”
da CID-11 apresenta categorias que podem ser aplicadas na descrição da apresentação e características dos
episódios de humor durante um episódio único ou recorrente do transtorno depressivo, transtorno bipolar tipo
I ou transtorno bipolar tipo II (Tabela 5). Essas categorias nunca devem ser usadas no código primário. São
suplementares e se prestam à identificação de características clínicas importantes dos transtornos
depressivos. Tais categorias não são mutuamente exclusivas, e várias podem ser adicionadas caso se
apliquem. No caso do DSM-5, chamam-se especificadores (Tabela 6).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Depressão é diferente de infelicidade ou sintomas de tristeza típicos. O TDM deve representar uma
condição distinta do habitual do indivíduo, uma ruptura ou agravamento importante do padrão prévio de
humor. Sintomas de luto se superpõem aos do TDM, mas se forem graves e persistirem além do período
agudo do luto, deve-se diagnosticar depressão. Se eles forem atribuídos a outro estressor que não a perda de
um ente querido, a alternativa é o transtorno de ajustamento, que se desenvolve em 2 a 3 meses depois do
evento6. Em nenhum dos casos os critérios diagnósticos de TDM devem ter sido preenchidos porque eventos
estressores são comuns no TDM e não o justificam.
No diagnóstico diferencial com a esquizofrenia, é preciso diferenciar resíduos depressivos, que persistem
depois da crise, com depressão pós-esquizofrênica ou embotamento afetivo. Quando a depressão é psicótica,
frequentemente as alterações sensoperceptivas se limitam à sensação de ouvir barulhos ou a ilusões (p. ex.,
impressão de ver vultos). Os sintomas psicóticos são menos floridos e intensos que na esquizofrenia, mas
acontecem em depressões graves, são de conteúdo negativo e associados à falta de crítica e confusão mental.
Entretanto, vale ressaltar que um sujeito com diagnóstico primário de esquizofrenia pode sim desenvolver
TDM, o que nessas condições apresenta-se principalmente com melancolia, piora do ânimo e apatia.
O principal diagnóstico diferencial psiquiátrico do TDM é a depressão bipolar, porque os sintomas são os
mesmos, mas esta cursa com episódios de hipomania e/ou mania durante a vida e o tratamento requer
estabilizadores do humor e/ou antipsicóticos, ao passo que antidepressivos em monoterapia agravam o
prognóstico, com desenvolvimento de depressões resistentes à farmacoterapia, sintomas mistos ou ciclagem
para hipo/mania14,80. O deprimido não tem condições de relatar/lembrar de episódios hipo/maníacos do
passado durante um episódio agudo, a não ser que sejam adequada e ativamente pesquisados e isto
requer expertise do profissional. Frequentemente se necessita coletar informação de terceiros para fechar o
diagnóstico e determinar a história familiar de transtornos do humor e TB. Na Tabela 7 estão listadas as
características sugestivas de depressão bipolar, a fim de auxiliar no diagnóstico diferencial. A presença de
sintomas mistos (hipomaníacos) durante o episódio depressivo deve significar um alerta para a possibilidade
de se tratar de um TB ou de que um franco TB esteja em curso4. Depressões mistas apresentam uma
fenomenologia distinta do TDM puro, com base em vários estudos clínicos recentes: hiper-reatividade,
incluindo impulsividade, agressividade, agitação e labilidade do humor80,84,86. Depressões com aumento de
impulsividade (associadas a uso de substâncias, abuso de sedativos, tranquilizantes, aumento de sexo/libido,
compras impulsivas, comer por ansiedade, excesso de internet e jogos etc.) devem levantar a suspeita de
TB79. A presença de ansiedade pode esconder uma depressão com sintomas mistos que na realidade é
bipolar77,80. Sintomas mistos correlacionam-se com aumento do risco de suicídio e de comorbidades com
abuso de álcool/drogas e obesidade, e são confundidos com transtornos de ansiedade e transtorno de
personalidade borderline84,87.
Existem diagnósticos diferenciais com várias condições clínicas e medicações suspeitas de serem
associadas a quadros depressivos, mas nem todas vieram a ser comprovadas em estudos controlados (Quadro
3)67. Na suposição de depressão associada a alguma medicação, é importante notar se há relação cronológica
entre a introdução ou o aumento de dose do fármaco e o início dos sintomas afetivos. Deve-se ter em mente
que existem várias doenças crônicas comórbidas com TDM, inclusive cardiovasculares, artrites, hepatites,
asma, dor lombar, doenças pulmonares crônicas, hipertensão e enxaqueca18. A depressão aumenta em 80% a
mortalidade por causas somáticas, principalmente cardiovasculares, especialmente coronariopatias (81%),
mas também decorrentes de diabetes (60%), hipertensão (42%), AVC (34%), doença de Alzheimer (66%) e
obesidade (58%)88. A depressão é um fator de risco independente de doença cardíaca isquêmica e
mortalidade cardiovascular, inclusive em jovens, e fatores de risco cardiovasculares também estão associados
ao início da depressão na idade avançada18. A depressão de um lado afeta a adesão aos tratamentos e a
prevenção primária, e de outro lado doenças médicas gerais comprometem a qualidade de vida dos
deprimidos e a resposta aos antidepressivos87.
EXAMES COMPLEMENTARES
No TDM os exames complementares deverão ser solicitados sempre que houver comorbidades médicas
ou condições clínicas que estejam associadas a síndromes depressivas. Em casos de TDM, apresentam um
papel importante para o diagnóstico diferencial e a segurança do tratamento antidepressivo em todas as faixas
etárias. Tais exames são importantes na avaliação de sintomas clínicos atípicos e de comorbidades com
outras doenças sistêmicas.
TRATAMENTO
No TDM, antidepressivos são o tratamento de escolha no episódio agudo e no tratamento de manutenção
em casos que requeiram farmacoterapia para a prevenção de novas recorrências18,89. Uma série de
marcadores clínicos e laboratoriais apontam para maior ou menor probabilidade de resposta89. Entre os
fatores de bom prognóstico estão menor tempo de doença não tratada e tempo de resposta ao antidepressivo
(< 15 dias), ao passo que a presença de comorbidades psiquiátricas e clínicas gerais (dolorosas, neurológicas,
cardiovasculares e cumulativas) indicam má resposta clínica. É fundamental iniciar o tratamento
antidepressivo o quanto antes e as diretrizes de tratamento encontram-se no Volume 3, no Capítulo
“Tratamento dos transtornos depressivos”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Transtornos depressivos afetam mais de 20% da população geral ao longo da vida, incapacitando parcial
ou totalmente as relações pessoais, no trabalho e no lazer, e podem levar ao suicídio. Mulheres são duas a
três vezes mais acometidas.
Metade dos casos tem curso recorrente e o risco de outro episódio aumenta a cada nova recorrência; 20%
cronificam e mantêm sintomas sindrômicos ou residuais.
O quadro clínico se caracteriza por humor depressivo e/ou falta de motivação, anedonia e pensamentos e
sentimentos negativos; sintomas físicos são expressão sintomática comum, além de alterações de
apetite/peso, sono e dos ritmos biológicos.
O diagnóstico diferencial é importante, principalmente com depressão bipolar, porque o tratamento com
antidepressivos pode agravar o prognóstico.
Antidepressivos são o tratamento de escolha e devem ser iniciados o quanto antes para reduzir o ônus.
Vinheta clínica
Identificação: F.R., 44 anos, sexo feminino, solteira, negra, comerciante.
Queixa principal: facilidade para chorar e pensamentos pessimistas frequentes.
História da doença atual: conta que há 4 meses vem gradualmente perdendo o ânimo para fazer atividades
prazerosas de sua rotina, como praticar exercícios e cozinhar. Queixa-se de muita preguiça, demora para levantar da
cama todas as manhãs e procrastinação nas tarefas do dia a dia, já relatando prejuízos no trabalho e na sua
organização caseira. Também informa problemas para manter o foco em atividades simples como assistir televisão e
problemas para se lembrar do nome de objetos, lugares e pessoas. Descreve que nos últimos 30 dias apresenta
pessimismo intenso e intrusivo: está se achando menos capaz e duvidando de si mesma em temas nos quais antes
tinha muita segurança pessoal, como atender seus clientes no trabalho. Tem dificuldade para iniciar o sono na maior
parte das noites, e o sono está fragmentado. Nega pensamentos de morte, mas pensa frequentemente sobre qual é
o objetivo de estar viva. Reconhece que se sente triste e com humor fragilizado a maior parte do tempo, apesar de
não encontrar motivos claros para isso. Nega perda ou ganho de peso ou alteração de apetite.
História médica pregressa: previamente hígida, relata nunca ter se sentido dessa forma antes. No momento não
usa nenhuma medicação de uso contínuo. Ciclo menstrual irregular há pelo menos 3 meses. Sem filhos.
História familiar: na sua família, por parte de ambos pais, apresenta histórico de tios e primos com depressão.
Relata que seus pais nunca receberam diagnóstico psiquiátrico, mas reconhece que sua mãe sempre foi uma pessoa
muito triste e pessimista.
Para aprofundamento
Pacchiarotti I, Kotzalidis GD, Murru A, Mazzarini L, Rapinesi C, Valentí M, et al. Mixed features in depression:
the unmet needs of Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders Fifth Edition. Psychiatr Clin North Am.
2020;43(1):59-68.
Artigo recente que discute os limites do diagnóstico do TDM com o TB, com críticas atuais sobre os
critérios diagnósticos do TDM do DSM-5, que nem sequer farão parte da CID-11. Apresenta detalhes
do quadro clínico e características que apontam para características clínicas do TDM associadas a
ansiedade, gravidade, resistência terapêutica e maior risco de suicídio.
Kennis M, Gerritsen L, van Dalen M, Williams A, Cuijpers P, Bockting C. Prospective biomarkers of major
depressive disorder: a systematic review and meta-analysis. Mol Psychiatry. 2020;25(2):321-338.
Esta metanálise oferece uma abordagem muito completa sobre biomarcadores no transtorno
depressivo.
Kraus C, Kadriu B, Lanzenberger R, Zarate CA Jr, Kasper S. Prognosis and improved outcomes in major
depression: a review. Transl Psychiatry. 2019;9(1):127.
Esta recente revisão merece uma leitura aprofundada, uma vez que traz o estado da arte sobre
marcadores biológicos do TDM, diretrizes de tratamento e novas terapêuticas.
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