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António Carlos Gaspar chuva

António Magumo Augusto

Bernadete Francelino Alberto Chapo

Elsa Armando Vilanculos

José Paulino Sande

Virgílio Damião Insana

Primeiro Trabalho da Cadeira de Necessidades Educativas Especiais

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM,


COMPORTAMENTAIS E INTELECTUAIS E SENSORIAIS

5º: Grupo

Licenciatura em ensino de Química

Universidade Licungo

Beira

2021
António Carlos Gaspar chuva

António Magumo Augusto

Bernadete Francelino Alberto Chapo

Elsa Armando Vilanculos

José Paulino Sande

Virgílio Damião Insana

Primeiro Trabalho da Cadeira de Necesidades Educativas Especiais

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM,


COMPORTAMENTAIS E INTELECTUAIS E SENSORIAIS

5º: Grupo

Licenciatura em ensino de Química

Docente: Odília de Lurdes Vilanculos Mussuei

Universidade Licungo

Beira

2021
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3

NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM,


COMPORTAMENTAL E INTELECTUAL E SENSORIAL ......................................... 4

1. NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM .......................... 4

2.NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DO TIPO COMPORTAMENTAIS E


INTELECTUAIS .............................................................................................................. 7

3. NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DO TIPO SENSORIAL ................ 11

3.1. Necessidades Educativas Especiais do tipo Auditivo.............................................. 11

3.2. Necessidades Educativas Especiais do tipo Visual ................................................. 14

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 18

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 19
INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda um tema que fala sobre as necessidades especiais da linguagem e
com necessidades educativas especiais. Este trabalho surge no âmbito da cadeira de
Necessidades Educativas Especiais na qual procura esclarecer as necessidades educativas
especiais de linguagem, comportamentais e intelectuais e sensoriais.

O trabalho esta estruturado em índice onde constam todos assuntos abordados neste trabalho,
desenvolvimento, conclusão e referencias bibliográficas que foram usadas para a concretização
da pesquisa.

Dentre várias metodologias, para a realização deste trabalho foram essenciais a revisão
bibliográfica compilação de dados e análise critica realizadas a partir de debates do grupo.

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NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM,
COMPORTAMENTAIS E INTELECTUAIS E SENSORIAIS

1. NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DE LINGUAGEM

Segundo ALMEIDA (2009), refere que são várias as alterações da fala. Mas para tal, o grupo
vai referir-se das seguintes: dislexia e disfemia.

a) Dislexia

A Dislexia é uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração, que pode também ser
acompanhada de outras dificuldades, como, por exemplo, na distinção entre esquerda e direita,
na percepção de dimensões (distâncias, espaços, tamanhos, valores), na realização de operações
aritméticas (discalculia) e no funcionamento da memória de curta duração.

A dislexia costuma ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum
provocar uma defasagem inicial de aprendizado. É uma doença que dificulta a parte escolar em
que a pessoa precisa aprender, mas que é dislexico não consegue por causa da dificuldade.

b) Disfemias

São perturbações intermitentes na emissão das palavras, sem que existam alterações dos órgãos
da expressão. Neste grupo de transtornos da linguagem o distúrbio mais importante é a gagueira
(tartamudez).

A Disfemia é uma desordem da comunicação humana que vem despertando a curiosidade de


fonoaudiólogos, foniatras, psicólogos, psiquiatras e outros profissionais afins, além de leigos
que lidam com indivíduos portadores de gagueira. Caracteriza-se por hesitação, silabação,
precedida ou intercalada dos fonemas qui, que, ga, gue. A gagueira revela a tendência de
aumentar ou diminuir sob a influência da emoção. No entanto, gaguejar é falar com repetições,
pronunciar as palavras com hesitação e sem clareza de sons mas, na realidade, a gagueira está
muito além do simples ato de falar com bloqueios e/ou repetições.

Causas da Dislexia e disfemia

A origem da Dislexia e disfemia, segundo Thereza Cristina dos Santos, está no eixo corporal,
na base psicomotora, cujo desenvolvimento é anterior à escrita. Para aprender a ler, a criança
precisa ter consciência de seu eixo corporal, lado direito, lado esquerdo, etc. O disléxico não
tem essa noção de lateralidade e vai confundir eternamente direita e esquerda. O seu diagnóstico
é muito semelhante ao do de outros distúrbios de aprendizagem. Por isso, é preciso muito
cuidado para não rotular toda e qualquer alteração de leitura como Dislexia. (ALMEIDA, 2009).
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Esta tem sempre como causa primária a relação espacial alterada, fazendo com que a criança
não consiga decifrar satisfatoriamente os códigos da escrita. O diagnóstico da Dislexia exige
quase sempre uma equipe multidisciplinar, formada por neurologista, psicólogo, psiquiatra e
psicopedagogo. Esta equipe tem a função básica de eliminar outras causas responsáveis pelas
trocas de letras e outras alterações de linguagem. (IDEM, 2009).

Tratamento da Dislexia

Apesar de haver variações em função da especificidade de cada paciente, de uma maneira geral
o tratamento da dislexia faz uso de estratégias que busquem desenvolver a competência na
leitura e na escrita. Entre estas estratégias estão os trabalhos com: processamento visual,
processamento auditivo, processamento da linguagem, atenção, memória, organização e
motivação. Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, melhores serão os resultados.

Identificação e intervenção no contexto escolar

A intervenção na dislexia tem sido feita principalmente por meio de dois métodos de
alfabetização, o multissensorial e o fónico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado
para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fónico é
indicado para crianças mais jovens e preferencialmente ser introduzido logo no início da
alfabetização.

Apesar de não existir cura para a dislexia, a Ciência já sabe indicar o que deve ser feito para
conduzir a criança com esse tipo de problema às actividades normais. Assim destacam-se:

Escolas especiais: as escolas especiais tem aulas especiais de apoio para crianças com dislexia,
embora haja, muitas vezes, dificuldade em identificar.

Professores particulares: Para atender às necessidades dos educandos com dislexias é


importante que a escola tenha professores qualificado para o ensino da língua materna. Os
professores precisam conhecer a fonologia aplicada à alfabetização e ter conhecimentos
linguísticos e metalinguísticos aplicados aos processos de leitura e escrita.

Aprendizado de palavras difíceis: Todas pessoas têm dificuldades diferentes no aprendizado


de diferentes palavras, pois existem muitos factores que influenciam a facilidade ou dificuldade
no reconhecimento de palavras.

Dentre os factores mais importantes para escrever uma palavra correctamente estão: tamanho
da palavra; presença de hiatos, ditongos, dígrafos e trígrafos; familiaridade com a palavra;
frequência que ela é usada; idade com a qual ela foi aprendida; repetição do uso dessa palavra;

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Significado dessa palavra; contexto no qual ela é utilizada; similaridade entre a forma escrita e
a forma falada; interacção dessa palavra com outras.

Linguagem escrita

A linguagem escrita, como uma das formas de expressão do pensamento, pode apresentar
alterações significativas. A agrafia é a manifestação escrita das alterações afásicas na linguagem
oral. Ainda que exista uma dissociação entre a possibilidade de denominar por escrito e
verbalmente, a ausência da palavra existe tanto na linguagem escrita como na linguagem oral.

A redução da linguagem e o agramatismo apresentam o seu equivalente escrito; o mesmo para


o jargão e para as parafasias, cuja escrita constitui, às vezes, um modo de facilitação
privilegiada, da mesma forma que ela fornece numerosos exemplos de dissintaxia. Mesmo que
seja corrigida as manifestações gráficas da Afasia, persistirá para sempre uma disortografia
rebelde. Portanto, nos escritos dos pacientes afásicos é possível encontrar quase todas as
alterações estudadas na linguagem oral.

Dificuldades mais Frequentes (Dislexia e Disgrafia)

Dislexia

Dislexia é um distúrbio específico da linguagem caracterizado pela dificuldade em descodificar


(compreender) palavras. Resumidamente podemos entender a Dislexia como uma alteração de
leitura.

Apesar da criança disléxica ter dificuldade em descodificar certas letras, não o fazem devido a
algum problema de défice cognitivo. Normalmente esses pacientes apresentam um QI
perfeitamente compatível com a idade.

Disgrafia

Nos diferentes aspectos da Dislexia, a Disgrafia é caracterizada por problemas com a


Linguagem Escrita, que dificulta a comunicação de ideias e de conhecimentos através desse
específico canal de comunicação. Há disléxicos sem problemas de coordenação psicomotora,
com uma linguagem corporal harmónica e um traçado livre e espontâneo em sua escrita,
embora, até, possam ter dificuldades com Leitura e/ou com a interpretação da Linguagem
Escrita. (MARTINS, 2003).

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2.NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DO TIPO
COMPORTAMENTAIS E INTELECTUAIS
Um aluno detém uma Necessidade Educativas Especial comportamental quando apresenta
algum problema de aprendizagem no decorrer da sua escolarização, necessitando de uma
atenção específica e de mais ou diferentes recursos educativos do que os seus pares.

Conceito

Segundo MECB (1994: 13), alunos com NEE comportamentais são aqueles que apresentam
manifestações de comportamentos típicos, portadores de síndromes e quadros psicológicos,
neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no
relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado.

Para LIMA (2008: 14), alunos com NEE comportamentais são aqueles que têm
comprometimentos acentuados no funcionamento intelectual e comportamento adaptativo
(deficiência mental) que lhes origina problemas na aprendizagem, académica ou social.

Em função das duas definições acima conclui-se que alunos com NEE comportamentais são
aqueles que apresentam problemas comportamentais na sua aprendizagem, quer seja
psicológicos, neurológicos e psiquiátricos.

Sinais de alerta

As crianças ditas normais, que representam a maioria das pessoas, e através destas temos
medidas desempenhos, que são então e por isso, considerados a norma padrão, logo, aqueles
que se desviem dessa norma, quer por excesso quer por defeito, são aqueles que não são normais
e enquadráveis nesta categoria: a deficiência mental (aqueles que apresentam resultados
inferiores á média) e, os sobredotados ou dotados que apresentam resultados acima da média)
(CORREIA, 1997 apud LIMA, 2008: 14).

Causas

CORREIA (2008) apud FIGUEIREDO & MIRANDA (s/d: 28), aponta as seguintes causas:

 Causas orgânicas: factores pré-natais (Ex.: Factores teratogénicos (que provocam o


desenvolvimento de anomalias durante a gestação, ou seja, crescimento anormal ou
malformação do feto) como, por exemplo, o álcool, cocaína e chumbo); Factores pré-natais
(Ex.: Anoxias; uso de fórceps; prematuridade); Factores pós-natais (Ex.: Traumatismo
craniano; meningites; encefalites; diabetes) Factores hereditários (Hereditariedade ou
transmissão genética – estudos com gémeos monozigóticos e dizigóticos tendo por base os
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problemas na leitura; familialidade – tendência de ocorrência de um problema numa família
como, por exemplo, uma dislexia);
 Causas educacionais: Atrasos de maturação (Maturação lenta dos processos visual, motor,
de linguagem e de atenção que constituem a base do desenvolvimento cognitivo/Igualar o
currículo ao nível de prontidão da criança) Estilos cognitivos (Forma como um indivíduo
percebe, recorda e resolve problemas ao interagir e estar no mundo/Adequar estratégias aos
estilos de aprendizagem da criança);
 Causas ambientais: estas causas assentam em teorias que advogam que há factores
ambientais que contribuem para o aparecimento de DA em crianças tidas como “normais”,
ou para o agravamento dos défices que elas possuem, considerando-os como “forças,
condições ou estímulos externos” que colidem com a criança afectando-lhe a sua
capacidades de realização escolar;
 Mal nutrição e estimulação deficitária;
 Diferenças socioculturais;
 Clima emocional adverso;
 Tóxicos ambientais;
 Dispedagogias / Ensino inadequado.

Classificação

Segundo CORREIA (2008) apud FIGUEIREDO & MIRANDA (s/d: 02), classifica os alunos
com necessidades especiais em 2 grupos:

Risco educacional: os alunos em risco educacional são aqueles que, devido a um conjunto de
factores tal como o álcool, drogas, gravidez na adolescência, negligência, abusos, ambientes
socioeconómicos e sócio-emocionais mais desfavoráveis, entre outros, podem vir a
experimentar insucesso escolar. Estes factores, que de uma maneira geral não resultam de
imediato numa “discapacidade” ou problemas de aprendizagem, caso não mudem ou sejam
atendidos através de uma intervenção adequada, podem constituir um sério risco para o aluno,
em termos académicos e sociais.

Sobredotação: as crianças e os adolescentes sobredotados são aqueles identificados por


pessoas qualificadas profissionalmente que, devido a um conjunto de aptidões excepcionais,
são capazes de atingir um alto rendimento. Essas crianças e adolescentes requerem programas
e/ou serviços educativos específicos, dentro da designada “Educação para a sobredotação”,
diferentes daqueles que os programas escolares normais proporcionam, para que lhes seja

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possível maximizar o seu potencial no sentido de virem a prestar uma contribuição significativa,
quer em relação a si mesmos, quer em relação à sociedade em que se inserem.

RENZULLI (1979) apud CORREIA (2008: 03) afirma que a sobredotação deve congregar pelo
menos 3 factores essenciais:

 Uma capacidade mental superior à média;


 Uma grande força de vontade traduzida por um superior envolvimento na tarefa
(motivação);
 Uma capacidade criativa elevada que permita ao indivíduo produzir, visualizar, dramatizar
ou ilustrar superiormente uma ideia.

As dificuldades de conduta e a relação do comportamento

Alunos com necessidades educacionais especiais ressaltam que se utiliza o termo “condutas
típicas”para evitar termos utilizados antigamente, como transtornos de conduta,distúrbios de
comportamento, desajuste social, distúrbios emocionais, queacabavam desqualificando a
pessoa que era acometida por esses problemas.

Segundo outro documento do MECB (1994: 33) há condutas relacionadas a quadros


psicológicos temporários, assim como condutas relacionadas a quadros neurológicos,
psicológicos complexos e psiquiátricos persistentes. Para nós, educadores (as),é importante a
atenção a alguns comportamentos específicos que podem sinalizar que criança pode ter um
quadro de condutas típicas que acaba por dificultar ou mesmo impedi-la de aprender. Citaremos
alguns deles: medos; automutilação; alheamento do contexto externo; timidez; recusa em
verbalizar e em manter contacto visual; agredir; gritar; falar compulsivamente; movimentar-se
constantemente; dar atenção a estímulos sem relevância, entre outros.

Para MECB (1994: 33) as condutas típicas que aparecem com maior frequência, portanto que
são mais detectadas em nossa sociedade e que, por isso, são mais fáceis de serem descritas são:

Distúrbios da atenção: encontramos crianças que apresentam dificuldades em atender a


estímulos corriqueiros, distraindo-se com qualquer outro estímulo – um barulho do lado de fora
da sala, o cabelo da colega do lado, uma mosca passando. Geralmente, são crianças que se
movimentam com muita frequência. Outras crianças podem conseguir prestar atenção ao (à)
professor(a), mas por um curto espaço de tempo, apresentando dificuldades em concentrar-se
para realizar suas actividades. Há ainda crianças com distúrbios de atenção que seleccionam e
respondem a alguns aspectos da realidade, por exemplo crianças que não respondem a nenhuma
pergunta, mas sempre que há um colega conversando, informam ao (à) professor(a).
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Hiperactividade – Geralmente, uma criança hiperactiva não consegue controlar seu
comportamento motor, movimentando-se, agitando-se e dificultando seu envolvimento com
certa acção ou tarefa.

Impulsividade – A criança impulsiva não tem a preocupação de parar para reflectir, analisar,
tomar decisões, dando respostas instantâneas perante a situação em que se encontra. Muitas
vezes, a hiperactividade e a impulsividade conjugam-se e a criança apresenta estes dois tipos
de comportamento.

Alheamento – Característica de crianças que não se envolvem com o meio social, recusando-
se a manter contacto com as pessoas, seja físico, verbal ou afectivo.

Agressividade física e/ou verbal – Caracteriza-se por xingamentos, ameaças, utilização de


linguagem e acções destrutivas, como bater, beliscar, dentre outros comportamentos agressivos
físicos ou verbais. Ocorrem com frequência e são dirigidos a si próprio ou a uma outra pessoa
ou a objectos.

Particularidades dos alunos com NEE comportamentais

A presença de alunos com NEE em sala de aula é um factor determinante para o


redimensionamento das práticas avaliativas, especialmente quando suas limitações são muito
específicas, como no caso de alunos com problemas comportamentais. Segundo MECB (1994:
34), aponta as seguintes particularidades no comportamento do aluno:

 Corpo rígido ao ler ou olhar para um objecto distante;


 Inclinar a cabeça para a frente ou para trás ao olhar para objectos distantes;
 Giro da cabeça para usar um só olho;
 Inclinação lateral da cabeça;
 Colocação da cabeça muito próximo do livro ao ler ou escrever, manter o material muito
perto ou muito longe;
 Franzir constantemente as sobrancelhas ao ler ou escrever;
 Piscar os olhos em excesso;
 Esfregar excessivamente os olhos;
 Fechar, cobrir uma vista ou inclinar a cabeça;
 Falta de gosto pela leitura ou falta de atenção;
 Fadiga incomum ao terminar uma tarefa visual;
 Uso do dedo ou lápis como guia;

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 Não gosta, evita, pestaneja muito, tem dificuldade em actividades que requerem a utilização
da visão;

Educação integrada

Para se trabalhar com estas crianças, o professor precisa criar algumas estratégias que facilite o
processo:

Na sala de aula, os limites devem ser muito bem explicados e lembrados sempre que necessário.
É preciso que as regras para se viver no colectivo sejam claras. Algumas vezes será necessário
que o trabalho seja individualizado, respondendo-se pedagogicamente às necessidades
educacionais dos alunos.

É importante que a sala de aula seja um ambiente desafiador para a criança. Contudo, algumas
crianças precisam ser esclarecidas sobre os passos que deverão seguir, quais as actividades que
ocorrerão durante o dia, pois esta explicação diminui a ansiedade, permitindo que ela
acompanhe a aula com mais tranquilidade. Devido a isso, sem deixar de entender a planificação
como algo flexível, é importante ter uma certa estruturação do tempo, do espaço, dos materiais
e da realização das actividades, propiciando a estas crianças acompanhar o quotidiano
pedagógico com menor ansiedade.

3. NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS DO TIPO SENSORIAL

As Necessidades Educativas Especiais do tipo sensorial emgloba todas necessidades que estão
relacionadas com os sentidos humanos, como necessidades educativas especiais do tipo
Auditivo e as necessidades educativas especiais do tipo visual.

3.1. Necessidades Educativas Especiais do tipo Auditivo


Conceito

Necessidade educativa especial do tipo auditivo e a diminuição ou perda parcial da acuidade


auditiva, pode ir desde mínimas anormalidades até a perda com incapacidades sociais.

Ou seja, a deficiência auditiva, trivialmente conhecida como surdez, consiste na perda parcial
ou total da capacidade de ouvir, isto é, um indivíduo que apresente um problema auditivo.

Sinais de alerta

A audição é a via habitual para adquirir a linguagem que permite a comunicação a distancia e
permite uma participação decisiva no desenvolvimento da sociedade e de suas numerosas
culturas.

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O analisador auditivo é constituído por três secções: periférica, condutora e central.

Existe a atresia do meatus, que acontece quando há um desenvolvimento defeituoso do


conduto auditivo. Quando o conduto auditivo externo for desenvolvido com defeito devido a
presença de um processo infeccioso no ouvido médio, constitui um grande perigo, visto que a
puz, não sairá para o exterior, dando assim lugar a dificuldades de condução aérea o que afecta
a percepção de sons graves.

Os tampões de cera podem originar dificuldades na condução aérea. Estes tampões podem ser
causados por:

 Hiperfunsão das glândulas ceruminosas (cera);


 Estreites, incorrecção da curvatura do conduto auditivo externo que não permite a saída da
cera;
 Irregularidades nas propriedades químicas da cera.

O ouvido pode lesionar-se também como consequência da penetração de corpos estranhos (o


perigo maior não está no objecto, mas na tentativa de extraí-lo).

O tímpano pode ser danificado por mudanças bruscas de pressão atmosférica e por explosões
de bombas, minas, granadas, disparos perto do ouvido.

A afectação do tímpano, acaba produzindo uma infecção no ouvido médio.

Causas ou origens

As causas podem ser congénitas ou adquiridas

 Doenças infecciosas e virais com aplicação de ototóxicos;


 Rubéola pré- natal (especialmente no primeiro trimestre);
 Sarampo;
 Varicela;
 Mal formações congénitas;
 Otites crónica;
 Traumas do crânio;
 Tumores;

Classificação das deficiências


Em dependência do grau de afecção, distinguem-se dois tipos de deficiências auditivas:

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Surdez – considerada a perda total da audição (cofosis, anacusia), ou tal grau de diminuição
que impede a comunicação verbal com ajuda do ouvido a aquelas pessoas que dominavam a
linguagem oral no momento da perda auditiva.

A surdez, sendo de origem congénita, é quando se nasce surdo, isto é, não se tem a capacidade
de ouvir nenhum som. Por consequência, surge uma série de dificuldades na aquisição da
linguagem, bem como no desenvolvimento da comunicação

Surdez total não é frequente, pelo geral existem restos auditivos que permitem perceber sons
intensos assim como alguns sons da linguagem, palavras e frases isoladas.

Hipoacusia ou hipoacustica - é uma redução estável da audição mediante a qual é possível de


forma individual desenvolver a linguagem sobre base da função do analisador conservado, é a
perda parcial da audição que dificulta o desenvolvimento da linguagem em seu pleno domínio.

A Hipoacusia é um défice adquirido, ou seja, é quando se nasce com uma audição perfeita e
que, devido a lesões ou doenças, a perde. Nestas situações, na maior parte dos casos, a pessoa
já aprendeu a se comunicar oralmente.

Educação integrada
O professor deverá:
 Sentar o aluno na frente da aula;
 Usar recursos visuais;
 Falar claramente;
 Se o estudante usa língua de sinais, aprender os sinais e estimular outros estudantes a
aprendê-los também.
 Utilizar técnicas e estratégias visuais para apoiar as explicações orais/ apoio na língua
escrita como fonte de informação;
 Assegurar a compreensão da mensagem mediante o uso de pistas visuais: gestos, expressão
facial, recursos gráficos (desenhos e fotografias);
 Estabelecer um plano de actuação entre todos os profissionais e a família para incidir nas
dificuldades de atenção de maneira conjunta;
 Avaliar em que grau os meios de acesso podem afectar a participação: suficiência dos
aparelhos auditivos, qualidade acústica do espaço, necessidade de outros recursos, como
um interprete;
 Avaliar outras barreiras: ritmo rápido de discussão, de participação, numero de falantes,
desordem na estrutura do discurso dos participantes;
 Negociar com os alunos, maneiras de minorar as dificuldades.

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3.2. Necessidades Educativas Especiais do tipo Visual

Conceito

A necessidade educativa especial do tipo é a perda ou redução da capacidade visual em ambos


os olhos, com carácter definitivo, não sendo susceptível de ser melhorada ou corrigida com o
uso de lentes e/ou tratamento clínico ou cirúrgico.

Os termos défice visual, visão subnormal, baixa visão, visão residual e outros, referem-se a
uma redução da acuidade visual central ou a uma perda subtotal do campo visual, devida a um
processo patológico ocular ou cerebral. Ou seja, também podemos entender por deficiência
visual a perda total ou parcial da visão.

Sinais de alerta

Os principais sinais de enfermidades dos olhos são:

 Dor, olhos vermelhos, inflamados ou lacrimejantes;


Pálpebras inchadas ou com pus nas pestanas;
 Esfregar os olhos com frequência;
 Fechar ou tapar um dos olhos, sacude a cabeça ou estende-a para a frente;
 Segura os objectos muito perto dos olhos;
 Inclina a cabeça para a frente ou para trás, pisca ou semicerra os olhos para ver os
objectos que estão longe ou perto;
 Quando deixa cair objectos pequenos, precisa de tactear para os encontrar;
 Cansa-se facilmente ou distrai-se ao aplicar a vista muito tempo, etc, imagens distorcidas
(astigmatismo);
 Escurecimento da visão, impossibilidade de distinguir as cores (daltonismo).

Uma das formas mais gerais de afecção visual é a anomalia na refracção, que abarca vários
graus: miopia, hiper-metropia, astigmatismo – miopico e hiper-metropico. Existem também
outras formas de afecção visual: catarata, atrofia do nervo óptico, microftalmia, cegueira
nocturna, movimentos involuntários dos olhos.

Causas ou Origens

As causas podem ser congénitas (a deformação do globo ocular ou do cristalino produzindo a


presbitia ou a miopia – algumas crianças nascem míopes, malformações oculares, glaucoma
congénito, catarata congénita);

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Adquiridas : traumas oculares, catarata, glaucoma, alterações relacionadas à hipertensão arterial
ou diabetes.

Durante a infância, as lesões directas dos olhos são comuns. Durante a velhice, as modificações
degenerativas podem escurecer a visão. Em qualquer idade da vida, os olhos estão expostos a
infecções. O resultado final das lesões e doenças dos olhos, sobretudo quando evoluem sem
tratamento, é a cegueira parcial ou total.

Muitos casos de visão defeituosa resultam da focalização insuficiente causada pela


incapacidade da lente ( cristalino) em transmitir correctamente imagens à retina.

Classificação das deficiências

Crianças cegas/ invisuais e/ou práticos cegos – tem somente a percepção da luz ou que não
tem nenhuma visão, são pessoas que não tem nenhum resíduo visual ou que, tendo-o, apenas
lhe possibilita orientar-se em direcção a luz, perceber volumes, cores e ler grandes títulos, mas
não permite o uso habitual da leitura/escrita, mesmo no negro.

Ambliopes ou débeis Visuais – apresentam uma agudeza visual, apresentam uma possibilidade
visual, são pessoas que apesar de uma redução considerável da sua capacidade visual, possuem
resíduos que possibilitam ler e escrever com tinta, de forma habitual e, inclusive, obter êxito
total em determinadas tarefas da vida.

Estrábicos – apresenta-se na criança quando ocorre um desvio involuntário do eixo visual dum
olho ou ambos em relação a posição real. Este desvio acontece ao dirigir o olhar em qualquer
direcção sempre com o mesmo ângulo. Pode ser permanente ou transitório.

Tipos de estrabismo:

 Absoluto – ocorre sempre nas mesmas condições de observação qualquer que seja a
distância do ponto de fixação;
 Acomodativo – deve-se a um esforço de acomodação excessivo ou deficiente;
 Alternante – afecta em sucessão regular um olho ou outro olho;
 Convergente – o olho afectado desvia-se para dentro;
 Divergente – o olho afectado desvia-se para fora.

De acordo com o carácter da afecção visual, alguns defeitos podem superar-se plenamente
(estrabismo) outros só podem ser corrigidos ( débeis visuais) e outros só podem compensar-
se (cegos).

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Educação Integrada

Aqueles alunos que possuem problemas visuais, além de outras barreiras, necessitam um maior
enfoque interdisciplinar e mais ajuda no desenvolvimento das habilidades necessárias para a
vida quotidiana e de auto-ajuda.

Uma criança com impedimentos visuais não tem motivação suficiente para explorar objectos
interessantes do ambiente e, portanto pode perder oportunidades de experimentar e aprender.

A educação da criança deficiente visual pode se processar por meio de programas diferentes,
desenvolvidos em turmas especiais ou na turma comum, recebendo apoio do professor
especializado;

As crianças necessitam de uma boa educação geral, somada a um tipo de educação compatível
com seus requisitos especiais, fazendo ou não, uso de materiais ou equipamentos de apoio.

A educação do deficiente visual necessita de professores especializados nesta área, métodos e


técnicas específicas de trabalho, instalações e equipamentos especiais, bem como algumas
adaptações ou adições curriculares;

Com isso, na escola o professor deverá:

 Sentar o aluno na frente na sala;


 Repetir conceitos para o estudante gravar e ouvir em casa;
 Usar a dramatização;
 Escrever no quadro negro em letras grandes;
 Se o estudante lê Braille, usar livros em Braille e estimular os outros aprender o Braille;
 Os programas educativos direccionados para os deficientes visuais devem ir ao encontro
das mesmas áreas e actividades que se encontram nos programas regulares (sendo feitas
adaptações consoante as necessidades e dificuldades dos alunos)
 O professor precisa estimular o desenvolvimento da auto-estima e o desenvolvimento da
personalidade, o sentido de pertencimento, o desenvolvimento de atitudes positivas face a
incapacidade e o controlo de respostas emocionais.

Na avaliação o professor deverá:

 Utilizar formas de comunicação que a criança /jovem compreenda;


 Incluir objectos e materiais familiares interessantes;

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 Apresentar esses materiais e objectos de forma contextualizada, baseada numa prendizagem
significativa e estruturada;
 Organizar e provocar situações de aprendizagem estruturada mediante a utilização de
objectos e materiais, apresentados em contextos naturais

Compete ao professor na sala desenvolver os conteúdos correspondentes ao programa e aplica-


los com todas as crianças, incluindo o aluno cego, através das adaptações metodológicas e
materiais que forem necessárias, recorrendo a colaboração do professor especialista. A actuação
do professor especialista na educação destas crianças consistira no ensino específico da leitura
e escrita Braille (sua aprendizagem e aperfeiçoamento), técnicas de orientação e mobilidade,
utilização de instrumentos específicos e na elaboração e adaptação de material e reforço
pedagógico tanto nas técnicas instrumentais como noutros pontos do currículo.

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CONCLUSÃO

O trabalho findo, da cadeira de Necessidades Educativas Especiais, não foi apenas um trabalho
de investigação, mas sim um elemento muito importante de aprendizagem, visto que o mesmo
fez-nos consolidarmos muitos conhecimentos a cerca das necessidades educativas especiais de
linguagem, comportamental e intelectual e sensorial. As necessidades especiais dizem respeito
a um conjunto de fatores, de risco ou de ordem intelectual, emocional e física, que podem afetar
a capacidade de um indivíduo em atingir o seu potencial máximo.

De forma geral, podemos concluir que este trabalho foi um elemento muito importante na
aprendizagem do estudante.

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BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, Vicente. Linguística Aplicada às dificuldades de aprendizagem relacionadas com


a linguagem: dislexia, disgrafia e disortografia. s/l., s/ed., 2009.

LIMA, Carla. Des (inclusão) dos Alunos com NEE. Brasil, 2008.

CORREIA, L. M. Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. 2ªed., Porto Editora, Porto,


2008.

FIGUEIREDO, António & MIRANDA, Paulo. Necessidades Educativas Especiais. s/l,s/d.

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