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São Paulo
2019
JULIANA DE ALMEIDA VILELA
São Paulo
2019
V699e Vilela, Juliana de Almeida.
Estudo dos projetos de cozinhas profissionais: a discussão da
sustentabilidade / Juliana de Almeida Vilela.
193 f.: il.; 30cm.
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2019.
Orientadora: Gilda Collet Bruna.
Bibliografia: f. 174 - 193.
CDD728
JULIANA DE ALMEIDA VILELA
Aprovada em
BANCA EXAMINADORA
Prd
1
.ª Dr.ª Gilda Collet Bruna
Univer dade Presbiteriana Mackenzie
���#/4��
Prof. br. Ene6 Áfves da Silva Junior
Central de Diagnósticos Laboratoriais - CDL
Aos meus grandes amores, Natália,
Peixoto e Letícia.
AGRADECIMENTOS
Ao meu amado e doce Jesus Cristo que, em todo tempo, demonstra Seu amor, Sua
fidelidade e Seu poder constante em minha vida. Obrigada, meu querido Amigo,
obrigada por satisfazer os desejos do meu coração!!!
Aos professores Dr.ª Gilda, Dr.ª Célia e Dr. Eneo. Após uma árdua jornada, nosso
trabalho está pronto! E que trabalho, não é mesmo?! Uma pessoa sozinha pode ser
vencida, mas duas ou mais conseguem apoiar-se. Um cordão de três dobras não se
rompe com facilidade!
Agradeço a Deus [...]
[...] por trazer-me ao mundo, em uma família em que fui instruída em Seus caminhos,
recebi amor e aprendi o valor da educação.
[...] por ter colocado em meu caminho a Prof.ª Dr.ª Gilda Collet Bruna, uma orientadora
exemplo de competência e companheirismo, que em toda caminhada transmitiu
segurança, enriquecedores conhecimentos e experiências. Você professora, foi
fundamental nesta caminhada!
[...] pelo encontro com a Prof.ª Dr.ª Célia Regina Moretti Meirelles, professora
habilidosa, humana e companheira, que ao longo desta jornada contribuiu com seus
ricos conhecimentos. A senhora professora, também foi imprescindível nesta
caminhada!
[...] pela vida do Dr. Eneo Alves da Silva Junior, que de forma desprendida me
agraciou com toda sua instrução a respeito da microbiologia, assunto tão distante e
fora da realidade de uma simples arquiteta. Muito muito obrigada, de coração!!
[...] pela vida do Prof. Dr. Abílio Guerra, que de forma pronta me auxiliou na conclusão
da APO (Atividades Programadas Obrigatórias).
[...] pela vida do amigo e irmão Aramis de Barros, que por meio de um estudo pode
me apresentar o verdadeiro significado do termo “sustentabilidade”.
[...] pelo John (João Carlos Faias), amigo de todas as horas.
[...] pela oportunidade que esta pesquisa me deu de reencontrar, 15 anos depois, o
Prof.º Dr. Álvaro Bisol Serafini e sua amada Lú. Amigos de longa data e que
conheceram e acompanharam de perto o grande amor que minha querida mãe tecia
pela docência e pela microbiologia.
[...] pela vida da Jú (Juliana Rodarte), por sua amizade, acolhimento e amor, e por ser
parte da minha família aqui, tão distante da nossa terra natal. Sem você amiga,
certamente não teria nem iniciado esta jornada!!
[...] pela vida da Malia (Maria Aparecida Castro), por seu apoio, presença familiar
constante e pelas inúmeras orações!! Você foi certamente atalaia de Deus neste
período.
[...] pela vida da Tia Neli Freitas, professora dos meus tempos de colégio no Instituto
Presbiteriano de Educação (IPE – Goiânia/Go) e do tio Calé (Dr. Carlos Hassel
Mendes), que foram instrumentos de Deus na concretização deste plano do Senhor
na minha vida.
[...] pela vida da Pombinha (Fátima Freitas e companhia limitada), você e sua clã me
acolheram e me deram colo nos momentos mais árduos desta caminhada.
[...] pelas amizades compartilhadas neste tempo. E que bons tempos! Roberta, Maria
Clara, Mahayana, Miriã, Baroni, Arthur, Mylena, Talita, Carol, Matheus. Foi muito bom
conhecer vocês!!!
[...] por colocar nesta jornada a agora amiga Priscila Catherine, que em momentos
difíceis me trouxe a direção desta pesquisa.
[...] por trazer a Tia Alice Morais (minha professora de alfabetização) a fazer parte
novamente da minha vida, e através dela conhecer a Soraya Abdulhamid, a grande
responsável pela correção deste trabalho. Muito obrigada!!
[...] por me presentear com a vida dos amigos Frank e Deda (Frank e Delza Cabral),
instrumentos do Senhor na minha vida!!
[...] pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seus colaboradores, professores,
mestres e funcionários, e, em especial, ao Departamento de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo, no qual tive a oportunidade de realizar este curso.
[...] por ter aberto todas as portas, desde a entrada neste programa até o
desenvolvimento da pesquisa e a conclusão da dissertação.
[...] por ser minha rocha em quem posso confiar.
The present research arises from the conceptual distortion regarding sustainability
when applied to the elaboration of projects for professional kitchens, aiming to promote
a synthetic analysis, from an exploratory fashion and of qualitative orientation of those
same concepts of sustainability. A wide bibliographic base of dissertations, theses,
Internet sites and books was set up, some of them even before the importance turn in
the discussions of sustainability in architecture and gastronomy, which undoubtedly
made the investigation more laborious, given the scarcity of specific information within
this theme, but not less instigating, since I seek to bring an understanding about the
application or not of the concepts of sustainability when designing architectural projects
and how these concepts are perceived and considered nowadays. For this, the
theoretical apparatus of some scholars was used, thus delimiting the more important
concepts within sustainability to advocate its application in the elaboration of the
projects of professional kitchens, where one observes the feasibility of the sustainable
parameters in order to promote an increment in designs based on this integrative vision
between architecture and sustainable gastronomy, which is also presented here to
promote a broad and diverse understanding on sustainability. At the end of the
research it was observed that the use of such guidelines promotes the formation of
multidisciplinary groups and fosters communication between departments involved in
the design process, providing less data loss, consequently less time and more quality
in the arranging of space, as well, of the relationship between project and sustainability,
where aspects such as operational flows, composition of layout, use of new operating
technologies and well-trained employees make up the sustainable basis for the good
performance of a professional kitchen.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16
1.1 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................... 24
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................... 25
1.3 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS ................................................................. 25
2 CONSTRUÇÃO, PROJETO E SUSTENTABILIDADE ........................................ 27
2.1 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ............ 27
2.2 PRINCÍPIOS PARA UMA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ........................ 36
2.2.1 Sustentabilidade Ambiental ................................................................... 37
2.2.2 Sustentabilidade Social ......................................................................... 39
2.2.3 Sustentabilidade Econômica ................................................................. 41
2.2.4 Sustentabilidade Política ....................................................................... 43
2.2.5 Sustentabilidade Cultural ....................................................................... 45
2.3 PRINCÍPIOS PARA PROJETOS DE ARQUITETURA SUSTENTÁVEL ...... 46
2.3.1 Conceito de Projeto Simultâneo ............................................................ 48
3 ALIMENTAÇÃO, GASTRONOMIA E SUSTENTABILIDADE .............................. 54
3.1 CONCEITO DE ECOGASTRONOMIA ......................................................... 54
3.2 CADEIA DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL ................................................. 57
3.2.1 Agricultura Orgânica .............................................................................. 58
3.2.2 Compra Consciente ............................................................................... 60
3.2.3 Processo de Produtivo ........................................................................... 61
3.2.4 Vendas .................................................................................................. 62
3.2.5 Gestão de Resíduos .............................................................................. 62
3.3 MOVIMENTO GASTRONÔMICO SLOW FOOD ......................................... 63
3.4 TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL PARA A PRODUÇÃO DE ALIMENTO:
SISTEMA COOK CHILL ......................................................................................... 66
3.4.1 Etapas do Processo............................................................................... 71
3.4.2 Vantagens da Utilização do Sistema Cook Chill .................................... 73
4 COZINHAS PROFISSIONAIS, PROJETO E SUSTENTABILIDADE .................. 76
4.1 SERVIÇOS PROFISSIONAIS DE ALIMENTAÇÃO: BREVE HISTÓRICO .. 76
4.1.1 Pré-História ............................................................................................ 76
4.1.2 Idade Antiga .......................................................................................... 78
4.1.3 Idade Média ........................................................................................... 80
4.1.4 Idade Moderna....................................................................................... 83
4.1.5 Idade Contemporânea ........................................................................... 88
4.2 CRITÉRIOS PARA PROJETOS DE COZINHAS PROFISSIONAIS........... 102
4.2.1 Contaminação Cruzada e os Fluxos Operacionais .............................. 106
4.2.2 Área de Trabalhos e suas Composições de Layout ............................ 115
4.2.3 Conceito de Segurança Alimentar e as Legislações para Serviços de
Alimentação ...................................................................................................... 133
4.2.4 Equipamentos ...................................................................................... 138
5 DIRETRIZES PARA PROJETO DE COZINHAS PROFISSIONAIS
SUSTENTÁVEIS ..................................................................................................... 144
5.1 CRITÉRIOS FUNDAMENTAIS PARA PROJETOS DE COZINHAS
PROFISSIONAIS SUSTENTÁVEIS ..................................................................... 144
5.1.1 Avaliação do Ciclo de Vida – ACV ....................................................... 145
5.1.2 Uso Racional da Água ......................................................................... 152
5.1.3 Eficiência Energética ........................................................................... 157
5.1.4 Gestão de Resíduos ............................................................................ 162
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 171
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 174
16
1 INTRODUÇÃO
1
Microbiologia é o estudo dos microrganismos. E microrganismos são as formas de vida que,
originalmente, só poderiam ser vistas com o auxílio do microscópio óptico (posteriormente, com o
microscópio eletrônico). Elas incluem Bactérias, Fungos, Vírus, Protozoários, Algas unicelulares,
Viróides e Prions. Disponível em:
< http://www.microbiologia.vet.br/Oqueemicrobiologia.htm >. Acesso em: 30 nov. 2018.
2
Não se tem conhecimento até o momento de nenhuma disciplina nas grades dos cursos superiores
de Arquitetura e Urbanismo que abordem o referido assunto.
3
Homo sapiens sapiens é o nome usado para denominar a subespécie humana que caracteriza o
homem moderno, cujo significado é “homem que sabe o que sabe”, fazendo referência a sua
característica mais marcante: o cérebro desenvolvido. Uma das características da evolução do Homo
sapiens sapiens foi o aprendizado de produção do seu próprio alimento, o que levou ao surgimento e
evolução da agricultura e das sociedades. Disponível em:
https://www.significados.com.br/homosapiens-sapiens/. Acesso em: 30 nov. 2018.
17
4
Cucurbitaceae é uma família de plantas eudicotiledôneas fabídeas, de haste rastejante, rupícolas ou
terrícolas, frequentemente com gavinhas de sustentação, que reúne cerca de mil espécies entre as
quais várias domesticadas e de grande importância econômica tais como abóbora, melão, melancia,
bucha, cabaça (cuia), abobrinha, pepino etc. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cucurbitaceae
Acesso em: 15/01/2019.
18
1782, ainda em Paris, Antoine Beauvilliers fundou o primeiro restaurante nos moldes
semelhantes aos que temos hoje. Seu estabelecimento, o “La Grande Taverne de
Londres” popularizou estes estabelecimentos chamados restaurantes que antes
atendiam à nobreza, dando início a disseminação do ato de comer fora de casa, ou
seja, de se comer em restaurantes.
Mesmo com todo este percurso histórico, os espaços destinados a alimentação
fora do lar só foram pensados tecnicamente a partir da observação de Auguste
Escoffier. Considerado como um dos maiores cozinheiros da virada do século XX,
Escoffier revolucionou as técnicas da cozinha francesa, dando um olhar diferenciado
às cozinhas profissionais. Considerado o precursor do processo de produção de
alimentação em larga escala, como conhecida atualmente. Escoffier planejou,
organizou e sistematizou a cozinha profissional, dividindo-a em praças (estações de
trabalho) capazes de diminuir o tempo de confecção de pratos, mantendo a higiene e
a qualidade final do alimento. Desta forma, é relevante entender que Auguste Escoffier
deu a devida importância aos espaços de manipulação de alimentos. A partir de então,
ocorre uma mudança, a cozinha, anteriormente tida como um ambiente marginalizado,
torna-se objeto de estudo, na qual os espaços físicos, higiene e fluxos de operação
passam a ser considerados e contemplados na concepção arquitetônica. Iniciou-se
com isso a elaboração dos projetos de arquitetura destinados à produção de alimento.
Por consequência, originou-se o conceito de planejamento e projeto de cozinhas
profissionais. Décadas depois, no Brasil, segundo BRUNA (1993, apud SILVA, 1998),
foi a nutricionista Olga Lascani, a primeira a se dedicar cientificamente ao assunto e
a introduzir seriedade aos projetos de cozinhas profissionais.
Trabalho complexo, projetar uma cozinha profissional requer do projetista
conhecimentos relacionados à nutrição e à arquitetura. A delimitação dos espaços
está diretamente ligada aos equipamentos que nele serão dispostos, sendo que a
escolha do maquinário está relacionada ao volume e tipo de alimento a ser produzido.
O arquiteto, mesmo que domine questões especiais, desconhece informações
relacionadas à alimentação, e o procedimento contrário acontece com o nutricionista,
que, mesmo contemplando em sua formação acadêmica conhecimentos básicos na
elaboração de layouts, nem sempre sabe utilizar conceitos espaciais na concepção
deste ambiente. A larga quantidade de equipamentos, a multiplicidade de operações,
os tipos de trabalho e as várias relações entre espaço, número de funcionários,
volume de refeições e quantidade de equipamentos exigem do projetista um
21
água e energia nas diferentes etapas do processo produtivo. Logo, far-se-á uma
observação sobre os principais sistemas de uma cozinha profissional, a partir da
matéria-prima utilizada, da produção e do espaço físico, sendo todos observados sob
a ótica da sustentabilidade.
Percebeu-se no desenrolar da pesquisa que a sustentabilidade muitas vezes é
considerada por parte dos envolvidos em todo o processo de projeto, construção e
operação como um diferencial comercial e de marketing agregado ao serviço de
alimentação, não sendo algo intrínseco a todas as etapas e os profissionais envolvidos
nos processos de concepção e utilização do espaço. Lamentavelmente a equipe
multiprofissional, composta por nutricionistas, cozinheiros, engenheiros civis,
arquitetos, engenheiros eletricistas e hidráulicos, entre outros, está desinformada e
impotente no que tange à aplicabilidade dos conceitos sustentáveis para este tipo
arquitetônico, sendo esse um problema recorrente. Observa-se que as poucas
referências específicas sobre o assunto se encontram desatualizadas, onde os termos
sustentável, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável não são considerados.
Observa-se que as atuais bibliografias se compõem por assuntos referentes
estritamente à área de arquitetura ou à área de alimentos, não dispondo de nada
direcionado ao tripé de conformação de uma cozinha profissional (matéria-prima –
manipulação – estrutura física).
Dessa forma, a importância desta pesquisa é conhecer os princípios de
sustentabilidade aplicados à arquitetura, construção civil e à alimentação, adequando-
os à realidade do ambiente estudado. Assim, será possível a elaboração de dados e
registros de informações que poderão nortear o trabalho da equipe multiprofissional,
cuja equipe é responsável pelo desenvolvimento dos projetos de arquitetura para a
operação de uma cozinha profissional.
Esta pesquisa tem como objetivo geral realizar uma análise sintética dos
principais critérios de sustentabilidade recomendados para projetos e espaços
destinados à produção de alimentos, denominados como cozinhas profissionais e
como tais critérios são considerados. Desta forma, para alcançar tal objetivo, são
propostos os seguintes objetivos específicos:
25
5
KEELER, op. cit., p. 32.
6
Organização das Nações Unidas (ONU), ou simplesmente Nações Unidas, é uma organização
intergovernamental criada para promover a cooperação internacional. Seis órgãos principais compõem
as Nações Unidas: a Assembleia Geral (assembleia deliberativa principal); o Conselho de Segurança
(para decidir determinadas resoluções de paz e segurança); o Conselho Econômico e Social (para
auxiliar na promoção da cooperação econômica e social internacional e desenvolvimento); o Conselho
de Direitos Humanos (para promover e fiscalizar a proteção dos direitos humanos e propor tratados
internacionais sobre esse tema); o Secretariado (para fornecimento de estudos, informações e
facilidades necessárias para a ONU) e o Tribunal Internacional de Justiça (o órgão judicial principal).
Além desses, há órgãos complementares de todas as outras agências do Sistema das Nações Unidas,
como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Disponível em: < https://nacoesunidas.org/ >. Acesso em 25
nov. 2018.
30
7
A União Internacional para Conservação da Natureza (em suas línguas oficiais, inglês e francês,
respectivamente International Union for Conservation of Nature e Union internationale pour la
conservation de la nature), também conhecida pelas siglas UICN e IUCN, é uma organização civil
dedicada à conservação da natureza. A missão da UICN é influenciar, encorajar e assistir sociedades
de todo o mundo para a conservação da natureza, e assegurar que todo e qualquer uso dos recursos
naturais seja equitativo e ecologicamente sustentável. Disponível em:
< https://www.iucn.org/es/acerca-de-la-uicn >. Acesso em: 25 nov. 2018.
8
WWF é a sigla para World Wide Fund for Nature, que significa Fundo Mundial para a Vida Selvagem
e Natureza, é uma organização não governamental (ONG) internacional com o objetivo de conservar,
investigar e recuperar o meio ambiente. Com a sede na Suíça, a WWF se tornou referência mundial na
preservação e defesa do meio-ambiente, mas conta com representações nos principais países do
mundo. Disponível em: < https://www.wwf.org.br/wwf_brasil/wwf_mundo/wwf/ >. Acesso em: 25 nov.
2018.
31
do Ecodesenvolvimento foi a base para que anos mais tarde surgisse um novo
conceito, o conceito de Desenvolvimento Sustentável (SOBRINHO, 2008).
A partir deste momento, novas discussões foram realizadas nesse âmbito. A
pedido da Assembleia Geral da ONU, em 1982 uma nova comissão foi criada para
refletir sobre os problemas ambientais: a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. Durante cinco anos, a comissão realizou seus trabalhos e, em
1987, lança o relatório Nosso Futuro Comum (Relatório Bruntland), que trouxe dentro
de si mesmo o conceito de desenvolvimento sustentável e um novo comportamento
para o assunto do meio ambiente, deslocando as discussões para uma abordagem
mais estruturada. Segundo Giansanti (1998 apud SERRADOR, 2008, p. 25), o ápice
do Relatório Bruntland foi o reconhecimento de uma crise social e ambiental em
grandeza mundial, com o incremento de princípios como democracia e igualdade
social. Além disso, a definição de desenvolvimento sustentável, em sua inspiração
econômica, refere-se à competência de as sociedades sustentarem-se de forma
soberana, produzindo riquezas e bem-estar a partir de seus recursos particulares e
potenciais. Tendo em vista sempre de preservar os recursos e o patrimônio natural
das diversas nacionalidades.
década de 1980 na Europa. Ao longo dos anos 1980 e 1990, arquitetos como Norman
Foster, Jean Nouvel, Renzo Piano e Nicolas Grinshaw, autores de obras conhecidas
como High Tech9 realizaram projetos que, para além da adequação tecnológica,
tiravam partido das questões de eficiência energética para uma arquitetura inovadora.
Esse conceito se aprimora, e, no final do século XX, surge o conceito do ecotec, que
abarca a precisão da engenharia, da computação e da ecologia, fazendo edifícios que
são em parte móveis e se adaptam às diferentes condições ambientais. Serrador
(2008, p. 27) complementa que:
9
Tendência arquitetônica iniciada a partir dos anos 70, sendo o mais expressivo movimento do
chamado modernismo tardio ocorrido nas últimas décadas do século XX. Adotam os mesmos princípios
teóricos e conceituais dos modernistas, só que adaptados ao potencial tecnológico do mundo
contemporâneo, sendo centrada no emprego de materiais de tecnologia avançada nas construções.
Caracterizada pelo uso de estruturas aparentes, de aço ou de outros materiais, instalações aparentes,
como dutos de ar-condicionado e condutores, elemento de vedação leve, frequentemente o vidro, e
descompartimentação interna.
35
Continua
10
O conceito de consciência coletiva foi criado pelo sociólogo francês Émile Durkheim e é definido
como o conjunto de características e conhecimentos comuns de uma sociedade, que faz com que os
indivíduos pensem e ajam de forma minimamente semelhante. Corresponde às normas e às práticas,
aos códigos culturais, como a etiqueta, a moral e as representações coletivas. Disponível em:
< https://www.infoescola.com/sociologia/consciencia-coletiva/ >. Acesso em: 5 abr. 2018.
Continuação
36
11
A definição de justiça social como é conhecida hoje foi formulada no século XIX pelos “tomistas”, ou
seguidores das ideias de São Tomás de Aquino, padre e filósofo nascido no século XIII. São Tomás de
Aquino pregava que a fé e a razão não podem ser contraditórias e, de acordo com esse pensamento,
o conceito de justiça social foi desenvolvido. Ele previa que em uma sociedade democrática, todos os
serem humanos são dignos e têm a mesma importância. Por isso, possuem direitos e deveres iguais
não apenas em aspectos econômicos, mas também relativos à saúde, educação, trabalho, direito à
justiça e manifestação cultural. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2010/01/justica-social >. Acesso em: 10 abr. 2018.
41
Mobilizar recursos para apoiar pesquisas, mudanças tecnológicas e estudos de adequação para a
produção e comercialização de novos materiais e tecnologias:
- Conciliar recursos públicos com recursos privados e setor acadêmico para promover
iniciativas;
- Realizar parcerias para pesquisa entre países para reduzir custos e tempo.
Continua
Continuação 43
- Combater a corrupção
Demandar sustentabilidade:
- Estabelecer critérios de sustentabilidade para aquisição de produtos também nas grandes
empresas e governo.
Monitorar e avaliar:
- Desenvolver e adotar relatório de responsabilidade social corporativa;
- Participar de processos de certificação;
- Coletar informação para monitoramento e avaliação.
Reavaliar o tradicional:
- Resgatar a capacidade de trabalho em mutirão;
- Adequar materiais e técnicas tradicionais ao contexto contemporâneo.
Internalizar a sustentabilidade:
- Abandonar a ideia de que a sustentabilidade é apenas uma “variável positiva a mais” nos
empreendimentos;
- Aumentar a percepção dos usuários para as questões de sustentabilidade.
Nesse contexto, ainda que não seja possível atender todos os quesitos, as
edificações sustentáveis, e consequentemente seus projetos devem contemplar
quesitos capazes de minimizar seus efeitos negativos. Sejam espaços destinados à
produção de alimentos ou não, projeto e edificação devem seguir o seguinte roteiro:
Tratar das questões de demolição no terreno e de resíduos da construção, bem
como dos resíduos gerados pelos seus usuários;
Buscar a eficiência na utilização dos recursos.
Minimizar o impacto da mineração e do extrativismo na produção de materiais
e contribuir para a recuperação dos recursos naturais.
Reduzir o consumo de solo, água e energia durante a manufatura dos
materiais, a construção da edificação e a utilização por seus usuários.
Planejar uma baixa energia incorporada durante o transporte dos materiais ao
terreno.
Buscar a conservação de energia e projetar visando o consumo eficiente de
energia na alimentação dos sistemas de calefação, refrigeração, iluminação e
força. Já que a construção de edificações está entre os principais emissores de
dióxido de carbono (CO2), planejar a redução de tais emissões é um grande
desafio e logo se tornará uma obrigação social e política inegociável.
Oferecer um ambiente interno saudável:
Evitar o uso de materiais de construção e limpeza que emitam
compostos orgânicos voláteis (VOC’s) e suas interações
sinergísticas.
Evitar o uso de equipamentos que não controlem ou não filtrem de
maneira adequada a entrada ou a produção de particulados.
Controlar a entrada de poluentes externos por meio de filtragem do
ar, ventilação e capachos adequados; o mesmo se aplica aos
contaminantes usados pelos usuários, como em produtos de higiene
pessoal.
“Projetar uma conexão com o exterior que forneça ventilação natural,
iluminação diurna e vistas para o exterior”. (KEELER; BURKE, 2010,
p. 49-50.).
48
Definição:
É um princípio organizador do trabalho defendido por Frederick Winslow
Taylor, que objetiva a produtividade. Na opinião de Taylor, a tarefa da
gerência era determinar a melhor maneira do funcionário fazer seu trabalho
e fornecer ferramentas, treinamento adequados e incentivos para um bom
TAYLORISMO desempenho.
Características:
- Divisão do trabalho em tarefas específicas;
- Aumento da produtividade;
Definição:
O fordismo é um princípio organizador do trabalho desenvolvido por Henry
Ford em 1908, sendo uma evolução do Taylorismo, mantendo-se o
mecanismo de produção e adicionando a esteira rolante, ditando um novo
ritmo de trabalho. Essa filosofia de fabricação também se baseava na
produção industrial em massa e visava alcançar uma maior produtividade
padronizando a produção e dividindo o trabalho em tarefas menores, em que
FORDISMO cada funcionário é responsável por uma etapa.
Características:
- Padronização dos produtos;
- Produção em grande escala;
- Uso de linhas de montagem;
- Divisão do trabalho em pequenas tarefas.
Definição:
O Toyotismo é um princípio de organização do trabalho desenvolvido por
Taiichi Ono em 1962. Essa organização define-se por dois princípios
principais:
- Princípio just in time (JIT): consiste em minimizar estoques produzindo de
acordo com a demanda;
- Princípio de cinco zeros: zero de atraso, zero defeitos, zero de estoque,
zero panes e zero papéis.
No Toyotismo, o trabalho em equipe é um fator importante, com grupos que
TOYOTISMO organizam e controlam seu próprio trabalho, de forma a obter um
melhoramento contínuo. Surgiu assim uma organização de trabalho
horizontal, com objetivo de um melhor acabamento dos produtos.
Características:
- Produção diversificada;
- Eliminação de desperdício;
- Autonomia;
- Trabalhadores com múltiplas tarefas.
Fonte: https://www.diferenca.com/taylorismo-fordismo-e-toyotismo/ acesso: 27/08/2018
Adaptado pela Autora
com limitada relação com os demais projetistas e com a obra, corroborando com a
alta porcentagem de desperdício na construção civil. Segundo Alves (2010), de 30 a
35% do montante investido se perde no processo construtivo, isto é, que para cada
metro quadrado de área construída estaremos gastando 1,3 metros quadrados ou,
ainda, para cada três unidades residenciais, comerciais ou industriais, estaremos
jogando fora a quarta. Vale ressaltar que no caso da construção civil, os desperdícios,
frequentemente são associados apenas às perdas de materiais. No entanto, é
importante destacar que os desperdícios vão além desse conceito, incluindo qualquer
ineficiência no uso de equipamentos, mão de obra e investimentos superiores ao
necessário para a obra (NASCIMENTO, 2014).
Segundo Fabrício (2018), no processo de projeto, a adoção de conceitos de
engenharia simultânea contribui para um melhor resultado do projeto, considerando
as interações entre os diversos agentes atuantes do processo. Além disso, o projeto
simultâneo é um modelo de gestão que busca a convergência dos interesses dos
diversos agentes participantes do ciclo de vida do empreendimento, considerando
precoce e globalmente as repercussões das decisões de projeto na eficiência dos
sistemas de produção e na qualidade dos produtos gerados. Uma vez posicionada a
certificação verde como parte do processo de projeto, a gestão do mesmo através de
conceitos de projeto simultâneo contribuirá para o resultado da certificação. No caso
do projeto simultâneo, devem-se buscar ferramentas de execução de projetos que
facilitem a execução coordenada e paralela dos mesmos, buscando um resultado que
represente o objetivo comum do projeto: a sustentabilidade.
Vale lembrar que o planejamento físico de um serviço profissional de
alimentação é realizado por uma equipe multiprofissional, contemplando o trabalho
simultâneo de arquitetos, engenheiros, nutricionistas, cozinheiros, chefes, dentre
outros. Detalha-se desde o projeto, instalações, aquisição de equipamentos e
organização até a implantação do serviço, envolvendo com isto informações
específicas de cada área, em que suas perdas, no percurso de projeto, comprometem
o bom resultado final, fazendo dessa a principal preocupação dos envolvidos. Por
essa razão, o uso dos conceitos de engenharia simultânea se faz necessários na
elaboração do projeto de uma cozinha profissional.
Paralelo ao entendimento de Engenharia Simultânea, outro suporte à
incorporação de sustentabilidade em projetos de cozinhas profissionais é o conceito
de Projeto Axiomático. Criado por Suh (1990 apud GRAÇA; KOWALTOWSKI;
53
A gastronomia é uma ciência que vai além das práticas culinárias, é formada
por conhecimentos interdisciplinares que abrangem, entre outros, valores científicos,
religiosos, sociais e culturais. Segundo Brillat-Savarin (1995, p. 57), “a gastronomia é
o conhecimento fundamentado de tudo que se refere ao homem, na medida em que
este se alimenta”. Os conceitos de gastronomia e sustentabilidade se fundem em
questões como preservação da vida, processos de produção e de trabalho e culturais,
assim como atividades econômicas e até mesmo políticas (CAMPOLINA; MACHADO,
2015 p. 128). Cunhado por Carlo Petrini (2009), o termo ecogastronomia define-se
como uma atitude capaz de combinar o respeito e o interesse na cultura
enogastronômica com apoio para aqueles que lutam para defender os alimentos e a
biodiversidade agrícola no mundo todo, apoiando um novo modelo de agricultura,
menos intensivo, mais saudável e sustentável, com base no conhecimento de
comunidades locais.
Sendo assim, a ecogastronomia ou gastronomia sustentável é aquela que se
preocupa tanto com técnicas culinárias, pratos e ingredientes quanto com os diversos
processos que os precedem, como a agricultura sustentável, a produção orgânica, a
valorização regional, o uso consciente de recursos naturais e, ainda, com os
processos posteriores, como geração de resíduos, além de fatores legais e
econômicos. A ecogastronomia visa o menor impacto possível ao meio ambiente,
preservando-o para as futuras gerações. Em síntese, nas palavras de Campolina e
Machado (2015, p. 130), “A ecogastronomia se reporta à sustentabilidade na
agricultura, às políticas e práticas que levem ao desenvolvimento rural mais igualitário
e ambientalmente sadio. Isso significa ser ecologicamente equilibrada,
economicamente viável, socialmente justa, humana e adaptativa.” (CAMPOLINA;
MACHADO, 2015 p.130).
Além dos benefícios para o meio ambiente e a sociedade direta ou
indiretamente, a sustentabilidade também pode ser de interesse mercadológico para
empresas do setor de Alimentos e Bebidas. Para Jang, Kim e Bonn (2011), ao se
preocupar com essas práticas verdes a empresa de alimentação agrega valor aos
seus produtos e marca, auxiliando-a na diferenciação quanto aos seus concorrentes.
Para tanto, não apenas compete ao empreendedor adotar práticas ambientalmente
corretas, mas também prezar pelo bem-estar social dos seus fornecedores e
consumidores (MARINHO, 2014, p.10). Segundo a cartilha do SEBRAE para
56
12
Disponível em:
<https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/42ce879ac3e744e01
5e353f2d508c361/$File/5807.pdf >. Acesso em: 12 mar. 2018
57
13
Disponível em:
<http://sustentabilidade.sebrae.com.br/Sustentabilidade/Para%20sua%20empresa/Publica%C3%A7%
C3%B5es/Bares_Rests_ONLINE.pdf >. Acesso em: 28 set. 2018.
58
Continua
14
O assunto “geração de resíduos” será tratado no Capítulo 4.
59
Continuação
SINTOMAS AO
Poluição das águas e degradação do Preservação do solo e das fontes de
MEIO solo (elementos químicos residuais). água.
AMBIENTE
Fonte:< https://www.ecycle.com.br/2069-o-que-e-agricultura-organica >.
Adaptado pela Autora
3.2.4 Vendas
15
Tal assunto será tratado com mais profundidade no Capítulo 4 (Diretrizes para Projeto de Cozinhas
Profissionais Sustentáveis)
63
ambiente e à sociedade. Posto isso, pequenas ações e mudanças nos padrões das
produções gastronômicas e dos serviços prestados podem contribuir para uma melhor
gestão de resíduos, como no exemplo dado por Krause e Bahls (2013):
16
Autor da obra “A Fisiologia do Gosto”, onde sistematiza conhecimentos, práticas e estéticas ligadas
à gastronomia e à função de cozinheiro, constituindo-a como ciência que se liga a diversos campos do
conhecimento.
17
O termo ecogastronomia foi cunhado por Carlo Petrini para denominar a união entre ética e o prazer
da alimentação. É uma atitude capaz de combinar o respeito e interesse na cultura enogastronômica
com apoio para aqueles que lutam para defender os alimentos e a biodiversidade agrícola no mundo
todo e que apoia um novo modelo de agricultura, menos intensivo, mais saudável e sustentável, com
base no conhecimento de comunidades locais. Fonte: Slow Food Brasil 2011. Disponível em:
< http://www.slowfoodbrasil.com/slowfood/o-movimento >. Acesso em: 26 nov. 2018.
65
alimento por não ter sido imediatamente consumido após seu preparo (MORAES,
2013).
No sentido de atender uma alimentação de modo mais rápido e a um maior
número de pessoas, surge a necessidade de se prolongar a vida útil do alimento e de
se reduzir custos operacionais. Logo, junto aos esforços tecnológicos de conservação
de alimentos por grandes períodos, desenvolveram-se, desde a década de 70, uma
série de sistemas de produção de alimentos, que têm sido introduzidos, procurando
manter atuais os níveis de serviço e a um custo reduzido. (Verificar Quadro 10). Estes
sistemas incluem processos como o Cook Freeze, Cook Chill e o Sous Vide.
(MORAES, 2013; AZEVEDO, 2008).
SISTEMA DEFINIÇÃO
Sistema de produção de refeições que consiste na preparação e
COOK CHILL cocção dos alimentos, seguido de imediato porcionamento e
“cozer e resfriar” refrigeração, evitando a proliferação de bactérias, preservando a
aparência, textura, sabor e qualidade nutricional. Conserva-se sob
refrigeração controlada por 5 dias até o momento da sua regeneração
e serviço (AZEVEDO, 2008).
Sistema de produção de refeições semelhante ao Cook Chill, diferindo
COOK FREEZE somente por congelar o alimento a -18°C, garantindo um
“cozer e congelar” armazenamento por um período mais prolongado (SILVA JUNIOR,
2018).
uma cozinha profissional. Deste modo, eleger um destes sistemas significa validar os
conceitos de sustentabilidade no processo de produção do alimento.
Já utilizada pelos fornecedores de alimentação coletiva, principalmente pelas
empresas de catering18 nos Estados Unidos e Europa, desde a década de 70, a
tecnologia Cook Chill (cozinhar e resfriar, em tradução livre) vem ao encontro dessa
necessidade. Diferente do sistema convencional de produção, em que o alimento é
preparado e distribuído para consumo imediato, tal sistema consiste em um método
que promove a pasteurização do alimento pelo seu cozimento seguido de um
resfriamento rápido, estocagem rápida e reaquecimento antes do serviço final; que
prolonga a vida útil de armazenamento, inibindo a multiplicação das bactérias e de
outros microrganismos, desacelerando com isso as reações químicas e enzimáticas
do alimentos. (Verificar Quadro 11). Além disso, o sistema Cook Chill permite a
produção de alimentos com antecedência, o que garante segurança microbiológica,
mantendo as características de um alimento recém preparado (WILLIAMS, 2018;
CASTANHEIRA, 2009).
Continua
18
Empresas especializadas em preparação de alimentação em meios de transporte, com exceção de
navios. Fornecem alimentos para trens, ônibus intermunicipais, interestaduais ou internacionais e
aviões. Fonte: FONSECA, Marcelo Traldi. Tecnologias gerenciais de restaurantes. São Paulo: SENAC,
2001, p.30.
69
Continuação
Desvantagens: Vantagens:
- difícil controle e falta de domínio dos - alta qualidade dos alimentos e
processos; domínio dos processos;
- dificuldade de padronização; - controle e domínio dos processos;
- maior desperdício de matéria prima; - menor desperdício de matéria prima;
- desperdício de sobras de alimento - diminuição de desperdícios de
pronto não consumidos. alimentos prontos não consumidos.
Fonte: Moraes (2013) Adaptado pela autora
19
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216 de 15 de setembro de
2004: Regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. Diário Oficial da União,
Brasília, 2004.
70
Fonte: http://penninha.web7013.uni5.net/2017/11/08/o-que-e-higiene/
Segundo Lyra (2010) além da Resolução RDC n° 216 de 2004, o Food Code
(UNITED STATES, 2003), estabelece princípios básicos para o sistema Cook Chill,
como:
Utilizar matéria prima de boa qualidade microbiológica;
72
Sendo assim, a técnica Cook Chill é composta de várias etapas, dentre elas as
mais significativas ao projeto de uma cozinha profissional sustentável são: cocção,
resfriamento, armazenamento, regeneração e aquecimento dos pratos. (Verificar
Figura 6).
Fonte: http://www.praticabr.com/consultorias.php
73
20
Disponível em: < https://www.aligroup.it/news/invaluable-and-free-guide-to-cook-chill-systems-
williams/ >. Acesso em: 25 ago. 2018.
74
4.1.1 Pré-História
Há cerca de 500 mil anos o gênero humano aprendeu a utilizar o fogo em seu
benefício e passou a alimentar-se de carne e outros alimentos, reunindo-se em torno
de fogueiras pelos mais diversos lugares do mundo (FLANDRIN, 2015).
A partir do momento em que o homem percebeu que o animal abatido em
contato com o fogo restaurava o seu calor natural, acrescentava-lhe sabor e o tornava
mais palatável e mais fácil de mastigar e digerir, deu-se o nascimento da cocção. Os
diversos agrupamentos humanos passaram então a fazer uso do fogo para ingerir
alimentos que quando crus eram desconsiderados ou descartados. Para Flandrin
(2015) as diversas formas de cozinhar os alimentos deram origem às cozinhas
profissionais, “o fogo foi o primeiro tempero descoberto pelo homem, já que o sabor
de uma comida depende da temperatura em que ela é consumida” (LEAL, 2006, p.
17).
77
21
Comensalidade deriva do latim “mensam”, que significa conviver à mesa.
78
22Os egípcios foram os responsáveis pela criação da padaria artística e do pão de ázimo sem fermento.
O pão era a base alimentar de todas as classes sociais a civilização ocidental, que mais tarde foi
substituído pelas carnes que por ser caras era reservada.
79
23
A equipe de profissionais de um restaurante, um hotel ou cozinha profissional é denominada de
brigada, na qual cada um tem sua tarefa bem definida dentro de sua especialidade, (ou seja, a
hierarquia na cozinha), sendo todos supervisionados por um chef.
80
Em razão da decadência dos grandes impérios, a Idade Média foi marcada por
muita ignorância e pelo retorno à vida no campo. Os reis bárbaros doavam grandes
extensões de terras – denominadas feudos – para guerreiros que tinham se destacado
em batalhas. Assim, surgiam os senhores feudais, donos de tudo que havia em seus
domínios, inclusive dos camponeses que ali trabalhavam. Os servos, além das
inúmeras obrigações com os senhores feudais, eram obrigados a pagar impostos para
qualquer tipo de ação, como plantar ou usar o forno, por exemplo, pois a população
em geral recorria aos forneiros para assar o pão amassado em casa, alimento base
da alimentação.
24
Os monges beneditinos, franciscanos e cistercienses compõem parte das ordens religiosas, forma
mais comum de vida consagrada, vivendo em comunidades fechadas (mas muitas vezes não
isoladas), afastadas do mundo, vestem um hábito e, geralmente seguem uma rígida rotina religiosa.
Fonte: http://www.wikiwand.com/pt/Ordem_religiosa
81
[...] Creio que, na mesa, deveria cada um ter seu próprio pano que, uma vez
sujo de limpar neles as mãos e as facas, poderia ser dobrado para não
profanar a imagem da mesa com tal sujeira. Entretanto... que nome darei a
tais panos? E de que maneira eu os apresentarei? (MONTEIRO, 2004, p. 37).
85
Cada vez que se leva uma panela ao fogo deve-se cobri-la com um pano
molhado que precisa ser trocado frequentemente para evitar que a fumaça
se misture com o conteúdo da panela e altere o sabor. Há centenas de anos
que isso é assim. Bem, agora eu me pergunto... Não poderia ser inventada
para as panelas uma cobertura permanente, que fosse tão indestrutível
quanto a panela, estivesse sempre ao alcance da mão e não precisasse ser
trocada a cada momento? Farei um projeto... [...]. De acordo com o bom
Bernardo, com quem falei sobre os meus projetos para tampas de panelas,
as de Meu Senhor, todas elas, já têm tampas. Sempre as tiveram, e elas
agora estão penduradas – apesar dos cozinheiros – amassadas nas paredes
do Castelo, onde se reúnem os ajudantes para golpeá-las fortemente e
dançar ao ritmo disso que chamam de música. Já é suficiente. Cada ajudante
deverá devolver a sua tampa ou não terá mais trabalho nas cozinhas
(MONTEIRO, 2004), 36.
Fonte: http://vamosfalardecomida.com.br/restaurantes-
tudo-comecou-com-uma-sopinha-servida-na-caneca/
Segundo Leal (2006), o primeiro restaurante francês surgiu por volta de 1765.
Em meio à crise do reinado de Luís XVI, em que um pequeno estabelecimento
inaugurado por um vendedor de sopa de sobrenome Boulanger25, conhecido como o
“pai do restaurante moderno”, inaugurou uma nova era na democratização da cozinha
fina, até então privilégio dos poderosos. Boulanger vendia todas as noites sopas
quentes capazes de restaurar as energias, que em francês eram traduzidas por
restaurants. (Verificar Figura 13). Conforme Leal (2006), ao lado do anúncio de suas
sopas Boulanger escrevia: “Vinde a mim; vós que trabalhais, e restaurarei vosso
estômago.” (LEAL, 2006, p. 48).
25
Em francês a palavra boulanger significa padeiro.
87
Fonte: http://vamosfalardecomida.com.br/restaurantes-tudo-
comecou-com-uma-sopinha-servida-na-caneca/
precursoras dos restaurantes, pois serviam apenas refeições rápidas. Outra revolução
da época foi o advento do grande fogão de cozinha, de doze a vinte queimadores. Em
ferro fundido, era aquecido por carvão mineral, substituindo o fogão à lenha e o
braseiro de carvão vegetal, tornando-se possível o cozimento lento ou prolongado
(LEAL, 2006).
A cozinha elaborada passou a ser a preferida para as festas e encontros, pois
dificilmente conseguiria ser executada por amadores em suas residências. Os chefs
antes empregados da aristocracia, empregaram-se com os novos ricos, com
restaurantes ou abriam seu próprio negócio, dando origem a outros restaurantes. A
boa comida passa a ser sinônimo de status e poder. Ter um cozinheiro significava
poder conhecer novos pratos nunca degustados. Somente os que eram ricos, o
suficiente, empregavam as cozinheiras, chamadas de Cordons-Blue26, nome dado
anos depois a uma das mais importantes escolas de gastronomia da França.
26
Cordons-Blue ou roseta de fita azul, foi uma condecoração instituída no tempo de Luís XIV para os
cozinheiros altamente especializados.
89
Fonte: http://www.bu.edu/av/ah/fall2008/ah382/lecture15/
Legenda:
• em branco, as ruas e espaços já existentes
• em negro, as vias criadas durante o Segundo Império (1851/70)
• em quadrícula, os novos bairros
• em hachurado, as áreas verdes
27
Aberta ao público em 1º de Maio de 1851, a Grande Exposição de Londres foi fruto da necessidade
de divulgar e trocar informações, produtos e novas tecnologias surgidas com a Revolução Francesa.
Fonte: PESAVENTO, Sandra Jatahy. Exposições Universais: Espetáculos da Modernidade do
século XIX. Editora Hucitec – São Paulo. 1997
94
28
Henry Ford foi um empresário e inventor americano que revolucionou a indústria automobilística.
Foi fundador da Ford Motor Company, criador do modelo Ford T e do sistema de produção em série,
conhecido como Fordismo, isto é, a produção em massa de um grande número de automóveis baratos
utilizando a linha de montagem.
Fonte: < http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/145-henry-ford >. Acesso em: 17 jan. 2018.
29
Frederick Winslow Taylor foi um engenheiro norte-americano que introduziu o conceito da chamada
Administração Científica, onde defendia que o trabalho deveria ser cientificamente planejado, de modo
que cada tarefa seguisse um método, com a forma correta de executá-la, no tempo estabelecido,
95
Fonte: http://www.cursosonlinesp.com.br/product_downloads/y/gastronomia65566.pdf
97
30
Catharine Esther Beecher foi uma professora e escritora do século XIX que promoveu o acesso
igual à educação para as mulheres e defendeu seus papéis como professores e mães. Abraçando
traços associados à feminilidade como nutrição, Beecher argumentou que as mulheres eram
especialmente adequadas para o desenvolvimento moral e intelectual das crianças, seja como mães
ou como educadoras. Fonte: <https://www.womenshistory.org/education-
resources/biographies/catharine-esther-beecher >.
31
Com o taylorismo embutido em sua mente e o emergente campo da Gestão Científica ganhando
força, Christine Frederick economista doméstica norte-americana, abriu a Applecroft Home Experiment
Station em sua casa em Nova York, por volta de 1912. Era basicamente um laboratório de cozinha
onde testou diferentes aparelhos e métodos de preparação de alimentos, sendo uma busca tayloriana
para encontrar a melhor maneira de realizar uma tarefa particular de cozinha. Frederick incorporou o
tempo de Taylor e estudos de movimento em sua metodologia e, como Beecher antes dela, começou
a defender a ideia simples de superfícies de trabalho de altura consistente.
Fonte: < http://nationalhumanitiescenter.org/pds/gilded/progress/text4/frederick.pdf >.
98
sempre 1,90 x 3,40 metros (cerca de 6,00m² com um layout padrão), sendo que sua
inspiração surgiu a partir das cozinhas dos vagões de jantar dos trens. Tal cozinha foi
construída por dois motivos básicos: o primeiro para otimizar o trabalho da cozinha e
reduzir o tempo de preparo (para que as mulheres tivessem mais tempo para trabalhar
nas fábricas) e o segundo para reduzir o custo de construção de cozinhas equipadas
decentemente. Considerada a primeira versão da cozinha planejada, a Cozinha de
Frankfurt traz conceitos, que até hoje, são referência nos projetos de cozinhas
modernas:
a) Isolamento: cozinha separada do espaço vital da casa (estar/ reunir);
b) cozinha como local dedicado somente à preparação de alimentos;
c) facilidade de comunicação com o restante da casa: cozinha ligada à sala;
d) disposição linear do mobiliário e dos equipamentos;
e) utilização total da superfície e da altura da cozinha com armários;
f) utilização de acessórios que compartimentam a armazenagem (SÂMIA, 2008).
Legenda:
1-Fogão
2-Bancada de apoio
3-Engradado
4-Tábua de passar roupa dobrável
5-Armário para alimentos
6-Banco com altura ajustável
7-Mesa
8- Recipiente para lixo
9-Bancada e escorredor de pratos
10-Pia
11-Gaveteiro
12-Armário para panelas
13-Armário de vassouras e lixeira
14-Aquecedor
15-Bancada de apoio recolhível
Fonte: https://www.architektur-aktuell.at/news/buchpraesentation-
margarete-schuette-lihotzky-erinnerungen-aus-dem-widerstand
32
Segundo Fonseca, o termo fast-food é a classificação tipológica de um serviço de alimentação que
tem como principal característica rapidez no serviço. Os produtos são oferecidos de forma simples,
com métodos fáceis e descomplicados. FONSECA, M. T. Tecnologias gerenciais de restaurantes. São
Paulo: SENAC, 2001, p. 26 a 28.
102
33
Nome dado aos funcionários de uma cozinha profissional.
103
FLEXIBILIDADE E MODULARIDADE
34
Um planejamento físico adequado consiste basicamente na elaboração de um projeto pautado nas
legislações vigentes, na observação dos fluxos operacionais, no volume e tipo de cardápio, na
tecnologia dos equipamentos e na especialização da mão-de-obra.
104
SIMPLICIDADE
Construção de espaços bem dimensionados, adotando soluções simples e
eficientes. Deve-se evitar soluções que adotem grandes quantidades de
acessórios para os equipamentos, conexões de chão e rodas em equipamentos
que raramente são movimentados, por exemplo.
Além disto, segundo Kinton, Ceserani e Foskett (1999), outra série de fatores
interferem no planejamento dos serviços de alimentação, entre os quais podemos
citar:
número de refeições diárias por tipo de refeição: desjejum, almoço, jantar, ceia
e lanche;
número e tipo de população ao qual a refeição se destina;
tipos de instalações que serão utilizadas: gás, eletricidade, água e esgoto;
nível de habilidade da mão-de-obra a ser contratada;
capital a ser alocado;
105
35
A RDC 216 de 2004 é o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Esta
RDC foi aprovado pela ANVISA com o objetivo de aperfeiçoamento constante das ações de controle
sanitário na área de alimentos visando sempre a proteção à saúde da população. Fonte: <
http://portal.anvisa.gov.br/ >.
106
36
Significado de Unidade de Alimentação e Nutrição
107
SIGLA DEFINIÇÃO
37
O CDC – Center for Disease Control nos Estados Unidos, define como doença transmitida por
alimentos (surto alimentar), um incidente em que duas ou mais pessoas apresentem os mesmos
sintomas de doença, após ingestão de um mesmo alimento, e as análises epidemiológicas apontem o
alimento como a origem da doença.
Disponível em: http://esac.pt/noronha/manuais/restaura%C3%A7%C3%A3o_VOL_2.pdf. Acesso em:
30 ago. 2018.
38
Organização Mundial da Saúde (OMS).
Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2015/04/1507221-oms-alerta-que-doencas-transmitidas-
por-alimentos-matam-351-mil-por-ano. Acesso em: 30 ago. 2018.
39
Agente etiológico é o agente causador ou responsável por uma doença. Pode ser vírus, bactéria,
fungo, protozoário ou helminto. É sinônimo de “patógeno”.
Fonte: http://www.parasitologia.org.br/estudos_glossario_A.php
109
- cabelo no alimento
FÍSICO - pedra no alimento
- parafuso na embalagem de insumos
40
Com a publicação da Portaria CVS n° 5 em 19/04/2013 (CVS 5/2013) a Portaria CVS 6/99 foi
revogada à partir de então.
115
SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO
COMERCIAL INSTITUCIONAL
(atividade com fins lucrativos) (atividade sem fins lucrativos)
Unidades de Instituições
Hotéis Clubes
Ensino Militares
Catering de
Restaurantes Hospitais Casas de Repouso
Eventos
Concessionária de
Boates Creches
Alimentação
Lojas de Catering de Meios
Empresas
Conveniência de Transporte
Delivery e Take
Bares Presídios
Out
Lanchonetes e
Indústrias
Street Food
Fonte: Adaptação SILVA FILHO, 1996, p.15
01 RECEBIMENTO / Receber, conferir e encaminhar - Principal acesso as dependências gerais da cozinha profissional;
PESAGEM toda matéria-prima para as etapas - Por sua localização e funções realizadas, é considerado como um ambiente de
seguintes. São realizadas análise alto risco de contaminação.
visual, tátil e olfativa dos gêneros
recebidos, verificando temperaturas
e peso da matéria-prima.
02 PRÉ-HIGIENIZAÇÃO / Receber, pré-higienizar e - Em estabelecimentos menores, esta área pode ser única, englobando as
PRÉ-SELEÇÃO acondicionar em recipientes limpos atividades de recebimento, pesagem e pré-higienização;
toda matéria-prima (não é permitida - Por pré-higienizar os gêneros, considera-se que a partir desta área as
a entrada dos gêneros na cozinha possibilidades de contaminação devem ser eliminadas, pois ao passar deste
profissional em suas embalagens ponto os gêneros serão estocados para o processamento ou cocção dentro da
originais). cozinha profissional.
03 ESTOQUE SECO Armazenamento de produtos a - Os gêneros devem ser separados por grupos, apoiados em estrados ou
temperatura ambiente. estantes;
- Conforme legislações vigentes, tanto na área de estocagem como em outras
áreas da cozinha profissional, é proibido o apoio das gêneros diretamente
sobre o piso.
119
04 ESTOQUE EM Armazenamento de produtos a - Para facilitar o acondicionamento correto, Silva Filho (1996) subdivide esta
TEMPERATURA temperaturas controladas. área para alimentos perecíveis, prontos, in natura, elaborados e pré-cozidos;
CONTROLADA
- Temperaturas básicas de armazenamento (seguir critérios de temperatura
(Refrigerado / Resfriado / conforme orientações do fornecedor) (SILVA FILHO, 1996):
Congelado) • Refrigerado: 6°C
• Resfriado: 0 a -3°C
• Congelado: -18°C
05 DESPENSA / ESTOQUE Armazenamento de produtos de - Mesmo possuindo características físicas semelhante ao Estoque Seco, os
DE MATERIAIS DE limpeza a temperatura ambiente. gêneros do DML devem estar sempre separados dos gêneros do Estoque
LIMPEZA – DML Seco. Isto se deve a probabilidade de contaminação química e odores dos
produtos tóxicos do DML para os produtos alimentícios do Estoque Seco.
06 ANTISEPSSIA DE Lavagem das mãos com sabonete - Devem ser instaladas pias de antissepsia, ou seja, lavatórios exclusivos para
MÃOS antisséptico com o intuito de reduzir higiene das mãos nas áreas de processamento de alimentos. Caso não
os microrganismos presentes na apresente esta possibilidade, deve existir pelo menos uma pia para higiene das
(Higienização de Mão) pele em níveis seguros (BRASIL, mãos em posição estratégica em relação ao fluxo de preparação dos alimentos
2004). (SÃO PAULO, 2013).
120
07 PRÉ-PREPARO E Local de manipulação e - Tais áreas devem possuir uma conformação que proporcione ao colaborador
PREPARO processamento dos alimentos “in (funcionário da cozinha) segurança, conforto e equipamentos necessários para
natura”. São caracterizados pelas o perfeito exercício das atividades operacionais;
operações preliminares de - Área com alto risco de contaminação cruzada dos alimentos;
preparação dos alimentos, onde
estes passarão pelos processos de
- Segundo Silva Filho (1996), para o dimensionamento destas áreas, o projeto
deve ponderar:
corte, fracionamento, entre outros.
• os espaços necessários;
• o grau de complexidade do layout;
• os fluxos de serviço;
• a economia de movimentos dos colaborados e transporte de gêneros;
• as multifunções dos elementos disponíveis;
• a mobilidade dos equipamentos.
- Silva Filho (1996) subdivide as áreas de pré-preparo e preparo em:
• Preparo de Carnes;
• Preparo de Verduras e Frutas;
• Preparo de Massas e Sobremesas;
• Demais preparações.
08 COCÇÃO Área destinada a confecção do - Área situada estrategicamente entre as áreas de preparos prévios e a
produto final, ou seja, o alimento expedição das preparações;
pronto para o consumo. - Seu dimensionamento está diretamente relacionado ao tipo de Serviço de
Alimentação.
09 EXPEDIÇÃO DAS Área saída das preparações para as - Preferencialmente localizar adjacente à cocção e ao refeitório / salão, sendo
PREPARAÇÕES áreas de distribuição do alimento. uma ponte de ligação e apoio entre tais ambientes.
121
10 HIGIENIZAÇÃO DE Local separado das áreas de - Preferencialmente, tal área deve ser separada das demais por alvenarias,
UTENSÍLIOS preparo e pré-preparo, evitando-se com isto contaminação cruzada;
UTILIZADOS NA contemplando preferencialmente - Deve-se prever, em virtude da sua atividade, um bom sistema de drenagem
OPERAÇÃO abastecimento de água quente e fria com o dimensionamento suficiente de grelhas de piso.
com a função de higienizar louças,
(Copa Suja) panelas e utensílios.
11 HIGIENIZAÇÃO DE Área semelhante à higienização de - Sua localização deve ser adjacente ao refeitório / salão, fazendo sua
UTENSÍLIOS utensílios da operação, sendo comunicação com este ambiente através de um guichê de devolução de pratos;
UTILIZADOS NO exclusiva para higienização de - Por ser um local de trabalho realizado com muita rapidez e em períodos de
REFEITÓRIO / SALÃO louças e utensílios do refeitório / pico, seu dimensionamento deve ser compatível com o tipo de serviço elegido,
salão. estabelecendo equipamentos adequados para a higienização dos utensílios
(Copa Limpa) (Máquina de Lavar Louças).
- Dependendo do projeto e da metragem quadrada, tal ambiente pode localizar
junto a área de higienização dos utensílios da produção. Se possível, separar
as atividades em bancadas distintas.
12 SALA DE Local de supervisão das operações - Em virtude do seu caráter, esta área deve localizar-se em local estratégico,
ADMINISTRAÇÃO / dentro de uma cozinha profissional com visão a todas as etapas da operação para assim supervisioná-las;
SALA DO - Para melhor visualização, deve ser isolada do restante das áreas por meia-
NUTRICIONISTA parede em alvenaria / vidro, facilitando assim a visualização das operações de
processamento.
13 DEPÓSITO DE Local para armazenamento dos - Localizar-se fora da cozinha profissional e em local isento de pragas;
RESÍDUOS resíduos (recicláveis ou orgânicos) - Deve ser uma área fechada, revestida de material de fácil higienização e
oriundos da manipulação dos localizar em área de fácil acesso para remoção dos resíduos.
gêneros.
Fonte: Zompero (2014) Adaptado pela autora (2018)
122
LEGENDA:
1. Recebimento / Pesagem
2. Pré-Seleção / Pré-Higienização
3. Estoque Seco
4. Estoque em Temperatura
Controlada
5. Despensa / Estoque de Materiais de
Limpeza
6. Antissepsia de Mãos
7. Pré-Preparo e Preparo
8. Cocção
9. Expedição Preparações
10. Higienização de Utensílios
Utilizados na Operação
11. Higienização de Utensílios
Utilizados no Refeitório / Salão
12. Sala de Administração / Sala do
Nutricionista
13. Depósito de Resíduos
a. Segurança: se houver algum processo que represente perigo, este deve estar
devidamente assinalado e não acessível às pessoas sem autorização;
c. Clareza de fluxo: todo o fluxo deve ser destacada de forma clara e visível;
124
b) Layout em PARALELO:
Figura 30 Layout em PARALELO
d) Layout em ILHA:
Detalhe Planta
Layout Quero Educação. São José dos Campos, SP.
2018. Projeto: Juliana Vilela
a) Codex Alimentarius
No início do século XX, O Império Austro-Húngaro desenvolveu uma coleção
de normas e descrições de produtos para uma grande variedade de alimentos a quem
deram o nome de Codex Alimentarius Austriacus, que posteriormente daria origem ao
Codex Alimentarius atual (LÚCIO, 2003).
Desenvolvido conjuntamente, nos anos 1960, por duas Organizações das
Nações Unidas: a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação
(Food and Agriculture Organization, FAO) e a Organização Mundial de Saúde (OMS),
135
41
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro – é uma autarquia federal,
vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria
Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro),
colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Sinmetro). Fonte: < http://www.inmetro.gov.br/inmetro/oque.asp >. 22 out.
2018.
136
ITEM RECOMENDAÇÕES
Continua
137
ITEM RECOMENDAÇÕES
Continua
138
Continuação
ITEM RECOMENDAÇÕES
4.2.4 Equipamentos
a) Forno Combinado
O máximo em tecnologia de cocção, os Fornos Combinados mudaram o
conceito de alimentação coletiva. Surgiram na Alemanha, no início da década de 1970
a partir da junção de dois equipamentos: o forno de convecção (calor seco) e o
steamer (calor úmido). Tal combinação possibilitou o preparo de diferentes alimentos
com métodos de cocção que variam desde o cozimento por calor seco (assar, grelhar),
até o cozimento por calor úmido (vapor) (KNIGHT; KOTSCHEVAR, 2005).
Capaz de substituir fogões, caldeirões, frigideiras e fritadeiras, equipamentos
comumente utilizados em uma cozinha profissional, os fornos combinados
concentram o preparo dos alimentos em um único equipamento, ocupando menor
espaço físico e preparando diversos pratos ao mesmo tempo sem que o sabor de um
interfira no outro. Concentrando diversas funções em um único equipamento (Verificar
Quadro 18), garante-se uma produção quantitativamente mais econômica, saudável,
sustentável e eficiente.
140
a) Resfriadores Rápidos
Tal como mencionado anteriormente, o sistema Cook Chill utiliza uma
combinação de tecnologias contribuindo para a inocuidade das refeições previamente
preparadas. Segundo Light e Walker (1990), o resfriamento de alimentos é um método
efetivo para sua preservação. Além de reter de maneira satisfatória atributos de
qualidade organoléptica, detém com isto o crescimento de microrganismos
mesófilos42, limitando com isto alterações químicas no alimento.
Originados na Europa na década de 1970, os resfriadores rápidos, Quick
Chillers ou Blast Chillers, são basicamente refrigeradores com um sistema de injeção
e circulação rápida de ar gelado, que abaixam rapidamente a temperatura dos
alimentos cozidos de 90°C a 3°C no núcleo central do alimento em no máximo 90
minutos. Tal resfriamento brusco tem como objetivo evitar que o alimento já
coccionado fique muito tempo na chamada “temperatura de risco de proliferação
microbiana”, intervalo de temperatura no qual existe a maior possibilidade de
desenvolvimento de bactérias responsáveis pela deterioração e contaminação dos
alimentos.
Segundo Lima e Ferraz (2010), o resfriamento / congelamento no “Blast Chiller”
acontece por convecção de ar frio em alta velocidade, o que reduz rapidamente a
temperatura do alimento em um curto espaço de tempo. A sólida ventilação a
temperaturas muito baixas, utilizando-se do controle da umidade relativa, fazem com
que a água do alimento se cristalize em micropartículas, não danificando assim as
fibras do alimento. Congelamento lento, utilizando-se de equipamentos
convencionais, proporciona a formação de macro cristais, que durante sua expansão
danifica as fibras do alimento, além de provocar a perda de consistência, textura, de
água, sabor e propriedades nutritivas do alimento.
Outro fator importante, intrínseco à queda brusca de temperatura, é a inibição
da multiplicação microbiana, que diminui, desse modo, a degradação do alimento,
preservando com isto suas características organolépticas iniciais após a regeneração
do alimento. (Verificar Figura 38).
42
Um organismo mesófilo desenvolve-se melhor em condições de temperatura moderada, nem
muito quente nem muito frio, entre os 20 e os 45 °C. É um termo aplicado sobretudo a
microrganismos, como fungos e bactérias.
143
SUSTENTÁVEIS
PROFISSIONAIS SUSTENTÁVEIS
43
Fonte: <https://wwf.panda.org/knowledge_hub/all_publications/living_planet_report_2018/ >.
Acesso em: 13 nov. 2018.
147
respondendo por 1/3 do total de emissões de gases de efeito estufa. Nas edificações,
as emissões são prioritariamente provenientes do uso de energia, sendo de 80 a 90%
geradas na etapa de uso e operação (aquecimento, condicionamento de ar,
ventilação, iluminação e equipamentos), e os outros 10 a 20% estão ligados à extração
e ao processamento de matérias-primas, à fabricação de produtos e à etapa de
construção e demolição. No alimento, Jager et al. (2010) afirmam que, em média, 49%
de sua pegada ambiental refere-se ao plantio, cultivo, colheita e/ou processamento;
11% à distribuição; 16% ao resfriamento para conservação; 14% ao preparo; e 10% à
embalagem. Deste percentual, a embalagem primária participa com 7% e a de
transporte com 3%.
Segundo Baldwin, Wilberforce e Kapur (2011), estudos sobre o ciclo de vida de
serviços do setor da alimentação nos Estados Unidos indicaram que, das quatro
categorias avaliadas (aquisição, armazenamento, preparo e distribuição), a etapa de
aquisição dos alimentos é considerada a principal fonte de agressão ao ambiente. Isto
se deve a intensa utilização do solo, sendo que a redução dos impactos poderiam ser
obtidas por meio da adaptação do cardápio, contribuindo na redução do desperdício
de alimentos e no aumento na compra de produtos orgânicos e produzidos próximos
à unidade de consumo.
No Brasil, a ACV é abordada nas normas ISO 14000, a qual ajuda as empresas
a alcançar os seus desafios ambientais. Segundo Montes (2005), a ISO (International
Organization for Standardization) é a maior desenvolvedora mundial de standards
técnicos desde 1947, que tem importante repercussão econômica e social, fazendo
uma grande diferença para os fabricantes e para a sociedade em geral. A ISO tem
como objetivo principal aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos,
como normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e
processos. No Brasil, a ISO é representada pela ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas).
A ISO 14000 surgiu nos anos 90, como uma necessidade de normalização das
ferramentas de gestão no domínio ambiental. Nesse contexto, foi criado em 1993 um
comitê (Comitê Técnico TC207) para desenvolver as normas relacionadas com os
seguintes campos ambientais:
Sistemas de gestão ambiental - ISO 14001:2015 - ISO 14004:2018;
Auditorias Ambientais - ISO 14010:1996 - ISO 14011:1996 - ISO 14012:1996,
posteriormente foram substituídas pela ISSO 19011:2002;
148
deverá ser quebrado em elementos que possam ser reabsorvidos pelas indústrias
como matéria-prima de qualidade (os autores condenam o downcycling). Criam-se
assim, novas formas de produção, construção e utilização de recursos naturais e
matérias-primas mais eficazes, econômicas e sustentáveis. Portanto, ao invés de se
pensar em termos de gestão ou redução de resíduos, elimina-se a própria ideia de
lixo. E isso não significa um conceito de racionamento, eficiência e minimização. Pelo
contrário, se produtos, fábricas e cidades são criados de forma inteligente desde o
início, não é necessário pensar em termos de desperdício ou contaminação. Esse
conceito de design integrado propõe um futuro de abundância, e não de escassez.
Dentro desse sistema, materiais são criados e empregados de forma a
diferenciar entre a biosfera e a tecnosfera, criando assim dois ciclos industriais
distintos. Os materiais otimizados para o Ciclo Biológico são biodegradáveis ou
obtidos a partir de matéria vegetal e retornam seu valor como nutrientes biológicos de
forma segura e positiva para os ecossistemas, os quais vêm a alimentar. Já os
materiais otimizados para o Ciclo Técnico são denominados nutrientes técnicos e
utilizados, de modo que, contornem em ciclos industriais fechados, especialmente
aqueles que não são produzidos de forma contínua pela biosfera (não-renováveis),
como metais ou plásticos. Enquanto, no sistema atual de produção esses materiais
são usados apenas uma vez (ou algumas vezes, se reciclados através de técnicas
convencionais) para então serem incinerados ou descartados em aterros sanitários, o
novo sistema propõe que eles alimentem continuamente a geração de novos
produtos. Ou seja, é o conceito de “economia circular”. (Verificar Figura 39).
150
Figura 39 Ciclo Biológico e Ciclo Técnico - a lógica dos sistemas cíclicos de fluxos de materiais
seguros e saudáveis para os seres humanos e para a biodiversidade.
Fonte: https://ideiacircular.com/o-que-e-cradle-to-cradle/
44
Valores gastos para a preparação de alimentos, higienização de utensílios e do ambiente.
155
começar logo na fase de projeto das instalações e na escolha dos equipamentos, com
a opção racional sobre a forma de energia a consumir e a seleção dos meios de
produção que apresentem a maior eficácia energética.
Compostas por estações de trabalho, onde cada uma exerce atividade distinta,
dados da EPA (US Environmental Protection Agency - Agência de Proteção Ambiental
dos EUA), afirmam que as cozinhas profissionais são consideradas usuárias de alta
energia, consumindo cerca de 2,5 vezes mais energia por m² do que qualquer outro
edifício comercial (escritórios, instalações de varejo, comércio em geral etc. (MUDIE
et al., 2013). Atribui-se ao uso dos equipamentos o elevado consumo energético, já
que para a realização dos procedimentos necessários para o bom funcionamento da
cozinha são utilizados equipamentos com funções específicas, que são
indispensáveis numa cozinha profissional, alimentados por corrente elétrica ou gás
(Gás Liquefeito de Petróleo – GLP ou Gás Natural – GN).
Por meio de simulações realizadas por Sousa (2011), foi possível mapear o
consumo energético de um restaurante de coletividade45. Sendo assim, para
quantificar o consumo dos equipamentos da cozinha foram instaladas pinças
amperimétricas46 nos cabos eléctricos dos equipamentos, em que transmissores
recolheram o sinal da pinça e enviaram as informações via wireless a um banco de
dados. Este equipamento possibilitou conhecer o consumo instantâneo de energia
elétrica em kWh, fazendo a identificação e análise das variações de consumo
registradas ao longo do período. Como resultado, Sousa certifica que o grande
consumidor de energia é o setor dos equipamentos de cozinha, sendo este o
responsável por 42,52% do consumo total do edifício. No entanto, por considerar o
sistema de exaustão como parte integrante dos equipamentos de uma cozinha
profissional, além do percentual de equipamentos de cozinha considerados por
Sousa, os percentuais relativos aos sistemas de exaustão serão acrescidos,
resultando em um percentual final de 55,58% (Verificar Quadro 22), dando com isso
mais peso de uso energético aos equipamentos.
45
Refere-se a restaurantes localizados em prédios ou complexos industriais, com a função de
disponibilizar alimentação para os empregados da respectiva empresa. Normalmente atende uma
clientela numerosa e cativa, cardápio balanceado a fim de atender às necessidades nutricionais dos
seus comensais, sendo obrigatória a presença do profissional nutricionista.
Fonte: FONSECA, M. T. Tecnologias gerenciais de restaurantes. São Paulo: SENAC, 2001.
46
Pinça amperimétrica é um aparelho de teste elétrico que combina um voltímetro com um medidor
de corrente tipo pinça. Fonte: < https://www.fluke.com/pt-br/produtos/teste-eletrico/alicates-
amperimetros >.
160
47
Animais sinantrópicos, são aqueles que se adaptaram a viver junto com o ser humano, mesmo contra
a sua vontade. Destacamos dentre os animais sinantrópicos, aqueles que podem transmitir doenças
ou causar agravos à saúde do homem ou a animais domesticados. São classificados como
sinantrópicos ratos, pombos, morcegos, barata, moscas, mosquitos, pulgas, carrapatos, formigas,
escorpiões, aranhas, taturanas, lacraias, abelhas, vespas e marimbondos.
<https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/controle_de_zoonos
es/animais_sinantropicos/index.php?p=4378 >. Acesso em 21 nov. 2018.
163
origem biológica, ou que foi produzida por meios não-naturais, como plásticos,
produtos de metal, vidro, detergentes etc.
Sendo assim, a produção de resíduos sólidos oriundos de cozinhas industriais
constitui-se presente em toda a cadeia de produção da refeição até a distribuição,
dividindo-se em resíduos orgânicos (provenientes de alimentos), resíduos não
recicláveis (papel toalha e guardanapos engordurados) e resíduos recicláveis
(papel/papelão, plástico, lata, vidro). Considera-se, segundo Gardin Alves e Ueno
(2015) três áreas de geração de resíduos, sendo estas compostas por:
a) Área de ESTOQUE: composta pela geração de resíduos orgânicos e resíduos
recicláveis oriundos das atividades relacionadas ao recebimento de
mercadorias, armazenamento de alimentos e guarda de amostras.
b) Área de PROCESSAMENTO DO ALIMENTO: composta pela geração de
resíduos orgânicos oriundos da remoção de partes não comestíveis dos
alimentos; resíduos orgânicos proveniente de sobras, ou seja, corresponde aos
alimentos distribuídos e não consumidos e resíduos recicláveis (papel e
papelão, plásticos e latas).
c) Área de DEVOLUÇÃO: composta pela geração de sobras de alimentos
deixados nos pratos dos comensais (resto ingestão / resto ingesta).
Dos estudos realizados por Gardin Alves e Ueno, conclui-se que uma cozinha
profissional (utilizando-se de processos tradicionais de manipulação) libera em média
o correspondente a 0,18 kg/comensal/dia de resíduos sólidos, sendo a maior parte
proveniente do pré-preparo / preparo dos alimentos conforme apresentado no Quadro
24.
165
48
Corresponde a uma amostra do alimento produzido (constituída da porção ou da embalagem
individual do produto colhidos para fins de análise) cuja porção foi retirada e armazenada com a
finalidade de controle de qualidade. É utilizada em casos de surto, quando da impossibilidade de
obtenção de sobras do alimento consumido. Disponível em:
<http://www.lacen.saude.pr.gov.br/arquivos/File/Manuais/Manual_Envio_Coleta_Amostras_Vigilancia
_Sanitaria_2014.pdf >. Acesso em : 2 nov. 2018.
166
49
Fator de Correção é uma constante para cada alimento, e que se obtém da relação entre Peso
Bruto e seu Peso Líquido. São todas as perdas que ocorrem com o alimento durante o seu preparo.
Esse índice é utilizado para determinar a quantidade certa de alimentos a serem comprados, bem
como avaliar seu preço real. Calcula-se dividindo o Peso Bruto pelo Peso Líquido.
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3206227/mod_resource/content/1/Aula%20Indices%202017.
pdf >. Acesso em : 22 nov. 2018.
171
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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