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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

DE BOM DESPACHO

LETÍCIA DE SOUZA ABREU

RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO ENVELHESCÊNCIA

BOM DESPACHO
2020
LETÍCIA DE SOUZA ABREU

RESENHA CRÍTICA DO DOCUMENTÁRIO ENVELHESCÊNCIA

Resenha crítica apresentada à disciplina Psicologia da


Vida Adulta e Velhice do curso de Psicologia da
Faculdade UNA de Bom Despacho, como requisito a
obtenção de pontuação.

Profº.: Felipe Viegas Tameirão

BOM DESPACHO
2020
FIANDANESE, Ruggero; MARTINEZ, Gabriel. Envelhescência. São Paulo. 2015.

Resenha Crítica:

ENVELHESCÊNCIA
Inicialmente, notamos que o documentário não traz muitas informações a respeito dos
autores, o que sabemos é que a obra é dirigida por Gabriel Martinez e conta com argumento de
Ruggero Fiandanese.
Nesse sentido, é válido pontuar que o documentário “Envelhescência” tem por objetivo
abordar aspectos do processo de envelhecimento atualmente, por meio de depoimentos de
participantes que conseguiram reinventar-se nessa etapa da vida mantendo não só a vitalidade,
mas também aventurando em novos projetos. Além do mais, o filme dispõe da opinião de
especialistas.
Assim, tem-se a presença de Alexandre Kalache: médico gerontólogo (indivíduo que
estuda o processo de envelhecimento) e presidente do Centro Internacional de Longevidade
Brasil. Seguidamente, temos também a antropóloga Mirian Goldenberg e o filósofo Mário
Sergio Cortella com concepções e considerações acerca da questão do envelhecimento.
Ademais, o documentário também é separado por depoimentos de diferentes idosos:
Oswaldo Silveira com 84 anos, Edmea Correa com 67 anos, Luiz Schirmer com 76 anos, Ono
Sensei com 89 anos, Edson Gambuggi com 87 anos e Judith Caggiano com 83 anos.
Diante disso, percebemos que a obra proporciona grande impacto e riqueza ao inovar
trazendo uma nova abordagem a um tema que muitas vezes não é bem trabalhado. Assim, os
depoimentos trazidos no filme nos permite ter uma nova perspectiva a respeito do
envelhecimento, quebrando tabus e crenças acerca desse processo.
Nesse sentido, observamos com o documentário e com os participantes que a velhice
tem sido cada vez mais caracterizada pela longevidade, fazendo com que os indivíduos que
estão vivendo essa etapa precisem fazer uma importante ressignificação e adaptação. Assim,
podemos comparar essa ideia com a concepção de Jung (2013, p. 25), onde é nessa fase que:
“Emergem processos de revisão de vida, busca de autoconhecimento e autoaceitação”.
Dessa forma, iremos nos esbarrar com 6 depoimentos ao longo do filme.
Incialmente, um dos participantes que chama atenção é Oswaldo Silveira com 84 anos,
que conta de uma infância difícil e de como precisou superar todas dificuldades. O personagem
conta da paixão pelos esportes e que a corrida tornou-se uma das suas grandes paixões, que
permitiu a melhora dos movimentos, respiração, além de trazer sensação de satisfação. Portanto,
aprendemos com Oswaldo que o importante é continuar e não se entregar.
Seguidamente, temos a personagem Edmea Correa com 67 anos, que nos emociona ao
nos contar a história no surfe. Logo, Edmea conta que começou no surfe aos 58 anos através de
um projeto e que não achava possível aquela atividade para alguém da idade dela, mas que se
apaixonou na primeira aula. Desse modo, a participante permite entendermos a importância de
tentarmos, antes de julgarmos impossível, mostrando que muitas vezes o que limita na verdade
é a insegurança, o medo ou o constrangimento. Assim, o surfe demonstrou possibilitar mais
autoestima e leveza para vida de Edmea.
Nesse contexto, outro participante marcante é Luiz Schirmer, um paraquedista de 76
anos, que salta desde que iniciou no processo militar aos 17 anos. E é visível que o estilo de
vida de Luiz garantiu uma boa saúde, momentos de prazer e uma velhice melhor.
Desse modo, é válido ressaltar também o integrante Ono Sensei, que mesmo aos 89
anos e tendo feito uma cirurgia no fêmur não deixou de dar aulas de luta, além de citar que
apesar de ser idoso não se sente velho. Logo, pontuamos que o tempo nessa etapa é curto e que
quando se tem um objetivo os outros fatores tornam-se secundários.
Em sequência, a história de Edson Gamburggy - 87 anos, nos traz comoção ao mostrar
que o médico não desistiu dos seus sonhos prestando vestibular de medicina aos 76 anos, e
depois se formando. Desse modo, esse participante permite vermos algo imprescindível que é
a necessidade de manter ou criar novos projetos na velhice, já que isso traz sentido e motivação
para a vida do indivíduo
Seguidamente, a personagem Judith Caggiano, com 83 anos, conta que viveu a vida
sempre reprimida pelo marido e que após ficar viúva fez uma viagem, conheceu novas pessoas,
fez tatuagens e se libertou. Nesse sentido, a personagem começou um novo estilo de vida que
trouxe mais alegria, significado e a perca do medo dos julgamentos, que permitiu mais
felicidade para Judith.
Ademais, temos a participação de três especialistas: o médico gerontólogo Alexandre
Kalache, a antropóloga Mirian Goldenberg, e o filósofo Mário Cortella.
Diante disso, conseguimos perceber a grande contribuição de Alexandre Kalache ao
demonstrar que a expectativa de vida tem aumentado e que as pessoas precisam se preparar
para lidar com isso, já que é um fenômeno social que afeta todos. Logo, notamos com isso que
a ideia de se colar na defensiva não contribui para um bom envelhecimento, sendo necessário
enfrentar os desafios que são postos, pois a forma de encarar a vida faz toda diferença.
Já Mirian Goldenberg permite observarmos e entendermos as revoluções e as
modificações que os idosos têm feito no estilo de vida, uma vez que é uma adaptação que muitas
vezes se torna necessária. Outro aspecto possível de verificarmos é que nessa fase por não se
ter mais tanto tempo de vida, o tempo passa a ser um capital valorizado. Assim, também é
pontuado algumas diferenças de gênero que explica no caso das mulheres uma possível maior
liberdade após os 50 anos, além de reforçar a necessidade de um projeto de vida para se ter uma
boa velhice.
Em seguida, Mário Cortella trabalha algumas ideias acerca do assunto, como: a
maneira que a pessoa viveu seus anos de vida irá impactar em sua velhice e uma pessoa que
pratica atividades que geram mais adrenalina, por exemplo, possivelmente tem mais vitalidade.
Além disso, o participante traz diferenciações entre termos como barreira e fronteira, sendo a
primeira intransponível, um impedimento.
Por fim, pode-se dizer que o documentário utiliza de diferentes recursos interativos e
exemplificações reais, permitindo um novo entendimento sobre o tema do envelhecimento,
além de trazer questionamentos significativos para construção de conhecimento e informação
de quem se propõe a assistir.
Dessa forma, a obra é recomendada principalmente para quem está passando pelo
processo de envelhecimento, uma vez que o filme pode trazer significado para o idoso que está
vendo e ajuda-lo a enfrentar melhor esse processo. Ademais, pode ser recomendada para
especialistas na área, estudantes e demais pessoas que se interessam ou lidam com essa temática
em seu cotidiano.
Portanto, é um filme que pode contribuir marcantemente em diferentes maneiras,
contextos e ambientes.

Palavras-chave: Envelhecimento. Obra. Documentário.

REFERÊNCIAS
NERI, Anita Liberalesso. Conceitos e teorias sobre o envelhecimento. Neuropsicologia do
Envelhecimento: Uma abordagem multidimensional. [S.l.: s.n.]. p. 17-42. 2013.

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