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e Esportivas:
Esportes Individuais
Esportes Individuais de Combate
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Esportes Individuais de Combate
• Intodução;
• Caracterização dos Esportes de Luta e Combate;
• Implementação de Possibilidades Didático-Pedagógicas;
• Planos de Trabalho;
• Por que e como Treinar Jogos Situacionais?
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Mapear os esportes individuais de combate e sua história;
• Traçar planos de trabalho, jogos de esportes de combate e implementação de possibilidades
didático-pedagógicas.
UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Intodução
Há relatos sobre o uso de lutas corporais desde a pré-história. As lutas corporais
foram usadas como método de sobrevivência e principalmente como supremacia mili-
tar. Dominar técnicas de enfrentamento corporal era uma forma importante de poder.
Entretanto, com a chegada da pólvora na Europa no século XVI e, assim, com o avanço
das tecnologias de guerra, a luta corporal passou a ser secundária. Atualmente, a luta
corporal é utilizada como forma lazer (exercício físico), formação educacional (imersão
da cultura corporal) e esporte de alto rendimento, perdendo assim muitas das suas ca-
racterísticas de origem, como as técnicas fatais. No entanto, ainda tem serventia militar,
pois ainda é utilizada para treinamento policial e defesa pessoal.
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Brasil). Essa informação é importante para os professores de educação física, ou seja, o en-
sino de lutas aqui no Brasil pode sofrer algumas resistências nas aulas de educação física em
que os alunos irão preferir a prática do futebol. Em inúmeras academias de lutas corporais
e em aulas de educação física escolar, geralmente ensinam a arte marcial de uma única mo-
dalidade (ou seja, especialização em uma modalidade, e isso em crianças que não conhecem
a cultura relacionada à arte marcial), o levará a uma alta taxa de abandono da modalidade e
pouca aderência à prática. Isso não diz respeito somente ao ensino de artes marciais, mas a
qualquer esporte em que a criança não esteja submersa na cultura. O que vemos na prática é
que as artes marciais e lutas ensinadas são específicas, por exemplo, só soco (boxe), técnicas
de chute (taekwondo) ou técnica de luta no chão (jiu-jitsu), ou somente lutas de curta distân-
cia (jiu-jitsu e judô), média distância (boxe, kick boxe), ou longa distância (esgrima e kendô).
Atualmente, a literatura do esporte com bola (esporte individual ou coletivo) tem proposto
que a iniciação esportiva deve ser generalista, ou seja, é necessário que o iniciante entenda o
mecanismo do esporte (com bola ou de lutas) no qual está sendo inserido, por exemplo, das
demandas de coordenação motora e de habilidade e táticas (isso é importante, porque, para
ser uma especialista em resolver problemas dentro da modalidade, só é possível com uma
vivência generalista na iniciação esportiva). Como abordado anteriormente, essa conduta do
ensino de lutas é uma estratégia para formar um atleta habilidoso, autônomo e motivado
para a prática na qual está sendo inserido.
Trocando Ideias
Atualmente, estamos na febre do MMA e o que a prática tem mostrado é que o atleta
mais completo (com conhecimento generalizado em lutas) é o que sobressai nessa mo-
dalidade. Não é objetivo desta unidade preparar atletas para o MMA, o objetivo desta
unidade é demonstrar como podemos iniciar crianças e adultos na modalidade de lutas
sem necessariamente ficarmos presos somente em uma modalidade (ou seja, limitando
o aluno). Entretanto, o fato do atleta de MMA estar inserido em diferente modalidade
(que exige diferentes técnicas e táticas) lhe oferece uma maior capacidade de solucionar
problemas dentro desse esporte de combate.
Atualmente, como o esporte de luta faz parte do currículo escolar (para formação social
(ou seja, formação a nível físico, psicomotor, social, ético). De fato, o que é proposto a ser
ensinado são as artes marciais modernas que são em geral artes marciais orientais com in-
fluência ocidental. Essa prática envolve o desenvolvimento da saúde moral e física dos seus
praticantes em detrimento da preparação para o combate, objetivando a performance fí-
sica, espiritual, psicológico, técnico e estratégico para o combate. A arte marcial moderna
também prega a vitória. Como discutimos anteriormente, existe um grande problema em
trabalhar num contexto de supervalorização da vitória: você, como professor de educação
física, é responsável por escolher em passar essa cultura da competição.
Não temos que transformar crianças em competidores. Na verdade, isso pode afastá-la da prá-
tica de atividade física como lazer ou como meio de adquirir saúde e qualidade de vida – por
que você acha que as meninas e até meninos menos habilidosos em modalidades esportivas
em geral tentam fugir das aulas de educação física? Não seria por causa da cultura competitiva?
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Ainda estamos presos em um grande dogma nas lutas, pelo fato de muitas delas te-
rem idades milenares, ou seja, serem anteriores à era do conhecimento em que estamos.
Ainda hoje em lutas, há um método de ensinamento deficiente: as aulas são treinamen-
tos em que o aluno reproduz ação do professor tanto para crianças quanto para adultos,
sem um planejamento sistemático e pensado em como manter o atleta engajado e torná-
-lo autônomo e competente. Como disse, estamos na era do conhecimento (temos um
profundo conhecimento em práticas didática, pedagógica e de condicionamento físico)
para ensinar o aluno a aprender a aprender, mantê-lo engajado e torná-lo extremamente
competente (cognitivamente e motoramente) na sua prática e não ser apenas um repro-
dutor de ações motoras em uma determinada situação (aquele lutador que só sabe lutar
no chão ou em pé; ou aquele lutador que só sabe lutar agarrado ou de longe). Esses
lutadores são frutos de uma abordagem pobre, que não foi capaz de formar um lutador
relativamente autônomo (que sabe corrigir suas próprias deficiências) e pouco habilidoso
(que não teve uma vivência motora planejada como condicionar e conciliar as ações
motoras aos esquemas táticos para solucionar problemas em lutas – situação: agarrado
ou de “trocação”). Segundo Cirino, Pereira e Scaglia (2013), isso ocorre pelo fato de
os treinadores não terem uma formação acadêmica (como conhecimento de estratégias
pedagógicas e didáticas voltadas a crianças ou adultos).
Perceba que esta unidade é a continuação de unidades anteriores. Portanto, para esta
unidade ser significativa, é importante que você tenha em mente que, anteriormente,
foram dadas diretrizes de como ensinar o aluno a ser autônomo e a desenvolver com-
petências (saber executar, saber aprender a aprender e saber para que servem as ativi-
dades) e como inserir isso em um plano de aula e num programa. Nesta unidade, não
serão ensinadas lutas como judô, karatê, boxe etc., mas daremos diretrizes relacionadas
ao processo de ensino-aprendizagem, ou seja, iremos abordar e integrar os elementos
comuns que caracterizam os esportes de combate (iniciação em lutas, que é a base para
desenvolver um atleta de alto nível). Também não será dado o passo a passo de técnicas
(por exemplo, projeções, comandos, golpes de perna ou punho). As sugestões de livros
com execução de tais técnicas são dadas na seção Material Complementar, onde tam-
bém há sugestão de como realizar preparação física e composição corporal para espor-
tes de combate. Portanto, o objetivo aqui é que você saiba passar para os seus alunos de
forma segura e efetiva (por meio de estratégia pedagógica e didática), como desenvolver
as habilidades técnicas, táticas associadas ao desenvolvimento das capacidades motoras
exigidas nas modalidades de lutas.
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Caracterização dos
Esportes de Luta e Combate
Saber lutar é a habilidade dos atletas de resolver diversas situações que ocorrem
durante o combate, isso é independente dos modelos de execução das técnicas que
caracterizam as diferentes modalidades de lutas. Para que o atleta de luta seja hábil em
resolver problemas (habilidoso), deve entender quais ações motoras são necessárias em
determinadas situação. Portanto, o atleta deve entender o mecanismo que envolve os
esportes de luta e combate.
As lutas têm uma estrutura lógica em comum (que também pode ser aplicada no
esporte de combate). Entender essa estrutura é importante para ensinar qualquer mo-
dalidade de luta de forma efetiva. Por exemplo, entender quais são as ações motoras
exigida na modalidade relacionada a diferentes tipos de enfrentamento (veja a Tabela 1).
A Tabela 1 acima apresenta as “unidades motoras básicas” (que iremos chamar de ha-
bilidades) das modalidades de lutas (que devem ser consideradas numa iniciação esportivas
em lutas). Essas “unidades motoras básicas” ainda podem ser divididas em unidade moto-
ras primárias (que são as ações de agarrar e empurrar) e unidades motoras secundárias:
que são a base para os esportes de combate (puxar, empurrar, imobilizar, jogar/derrubar,
rolar, cair, tocar, empunhar, defender e esquivar). É importante perceber que as unidades
motoras mencionadas aqui não são os fundamentos específicos (técnicas) das modalida-
des, porém, elas serão elementos necessários para a construção das técnicas dos esportes
de combate (golpes/toques, jogar/derrubar, imobilizações, luxações e estrangula-
mentos: essas técnicas de lutas de combate buscam a finalização).
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Importante!
Com crianças: criar brincadeiras (jogos com ludicidade) para ensinamento das técnicas
é de extrema importância para tornar as aulas atrativas e mantê-las na prática. Usar
estratégias tecnicistas (como reprodução de movimento) não é proibido, mas o excesso
dessa estratégia deixa a aula extremamente maçante.
Outro aspecto do mecanismo de luta é o papel a ser assumido na luta (ser ofensivo
ou defensivo). A Tabela 2 abaixo descreve as ações estratégicas/táticas a serem seguidas
dependendo do papel assumido na luta.
...de armas Achar o alvo no corpo do adversário Evitar ser tocado pela arma do adversário.
Fonte: Adaptado de AVELAR; FIGUEIREDO, 2009
Em muitos casos, em lutas, a defesa pode ser entendida como uma condição de
passividade. Entretanto, é importante ensinar para o aluno (criar estratégias para isso,
como jogos de defesa e ataque, contra-ataque) que a situação de defesa em muitos casos
pode ser utilizada estrategicamente para realizar ações de contra-ataque (defesa ativa).
Por outro lado, a ação de ataque requer abandono da guarda e cria um desequilíbrio
após o deslocamento o que pode levar à falha (abertura para o contra-ataque do adver-
sário), por isso é importante treinar com o atleta o melhor momento para a atividade de
golpear ou tocar o adversário. Isso é treinamento de tática e requer um direcionamento
teórico para esse conteúdo (discutiremos no item a seguir: “Implementação de possibi-
lidades didático-pedagógicas”).
A fase de ataque e defesa tem interação com a fase de guarda (momento em que o
lutador teoricamente está em espera para a ação de ataque ou defesa). A fase de guarda,
em prática, é o momento em que não há ataque ou defesa, mas o lutador deve estar
atento para assumir um dos papéis dependendo da demanda do combate (Figura 1).
Posições de guarda devem ser ensinadas de acordo com a necessidade da modalidade e
do momento do combate. Por exemplo, as fases de transição da guarda para as ações
ofensivas ou defensivas (momentos de transição – contra-ataque) precisam ser treinadas.
Essas ações são caracterizadas como intenções táticas (ou seja, tentativa de atingir o
objetivo do combate) e precisam ser treinadas com atividades de coordenação motora e
habilidade (no item a seguir, iremos dar direção de como treinar técnica, tática e coorde-
nação motora, simultaneamente).
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Lutador em Lutador em
ação ofensiva ação defensiva
Lutador
em guarda
A ação de guarda não necessariamente precisa ficar entre a ação defensiva e ofensiva,
em muitos casos, o lutador passa da defensiva para ofensiva e vice-versa.
Implementação de Possibilidades
Didático-Pedagógicas
No processo de ensino-aprendizagem, como professor, temos que criar situações de
aprendizagem idênticas, se não comparáveis, às lutas ou esportes de combate.
Do ponto de vista didático, as “unidades motoras básicas” devem ser usadas como in-
trodução aos esportes de lutas com crianças (ou até mesmo na iniciação esportivas com
adultos). O ensino de atividades primárias (ações motoras que não têm um componente
técnico-esportivo específico, mas servem como base para o início dos esportes de lutas)
deve ser utilizado para o desenvolvimento motor e cognição tática (entender os mecanismos
das lutas). Portanto, devemos abordar atividades com base nas estruturas abordadas acima
(habilidades básicas da Tabela 1 e tático da Tabela 2) para iniciação em lutas e não numa
modalidade específica. Quando você limita a possibilidade de somente uma modalidade, o
aluno fica impedido de entender o mecanismo do esporte de combate e isso irá prejudicar
até mesmo o entendimento e desenvolvimento do mecanismo da própria modalidade.
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Os jogos de soluções de problemas com tarefas abertas devem ser o foco no proces-
so de ensino aprendizagem, ao invés do foco na execução de técnicas e ações motoras
dos movimentos, ou seja, tarefas fechadas. Nesse sentido, com jogos situacionais que
envolvam atividades com diferentes distâncias (como mencionada na Tabela 1), de toque,
de desequilíbrio, imobilização etc. Claro, que a execução correta dos movimentos deve
ser corrigida usando, em alguns momentos, tarefas fechadas (método tecnicista), porém,
isso se aplica em casos em que o aluno não faz a execução correta em tarefas abertas.
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4. Atividade de táticas esportivas com envolvimento de novos elementos de ha-
bilidades básicas;
5. Atividade de habilidades básicas com envolvimento de novos elementos táticos;
6. Criar jogos situacionais semelhantes ao esporte de combate específico com
aplicação dos elementos de habilidade básica e táticos aprendidos.
Fonte: CIRINO; PEREIRA; SCAGLIA, 2013
Planos de Trabalho
Para desenvolver competência e autonomia no aluno, é necessário aplicar os conte-
údos abordando as dimensões do conteúdo (Tabela 3) e as teorias da autodeterminação
apresentadas anteriormente.
Cirino, Pereira e Scaglia, (2013) propõem um plano de ensino de lutas dos 6 aos 14
anos (para alunos do ensino fundamental) que também pode ser aplicada em escolinhas
de esporte, quando pensada numa formação em longo prazo. Esses autores sugerem que
os esportes de lutas de contato contínuo (ou seja, de distância curta) devem ser ensinados
primeiro. Em seguida, os de média distância (que ele chama de contato intermitente),
seguidos do de longa distância (que eles chamam de lutas de contato com mediação).
Os autores propõem uma formação básica até os 10 anos. Nesse período, o foco maior
deve ser no desenvolvimento das ações básicas e secundárias e coordenação motora.
As ações motoras devem ser abordadas em tarefas fechadas num primeiro momento e
em tarefas abertas (ou seja, criar jogos situacionais para desenvolver a inteligência tática
relacionada aos fundamentos e sua aplicação ao tipo de contexto de luta: curta, média
ou longa distância). A especialização em modalidade pode ocorrer a partir dos 11 anos
de idade (nesse ponto, o aluno deve ter uma boa base motora, momento em que se deve
focar no desenvolvimento tático). Veja o esquema na Tabela 3.
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
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Conteúdos Conteúdo Conteúdo
Conteúdos
Anos Padrão de luta procedimentais procedimentais conceituais de
atitudinais
principais secundários caracterização
Ações defensivas como
bloqueios, posicionamen-
to, pegadas, movimenta-
ção da luta em pé. Ações
Origem e caracteri- Relação dos valores
6ª ANO ofensivas como projeções
zação de lutas tais filosóficos com
(11 anos) induzidas por regras
como: judô; sumô. a realidade.
Jogos situacionais específicas das modalida-
Conteúdo Específicos de curta distância des, disputa de pegadas e
das lutas de curta (contato contínuos) utilização do peso corporal
distância (lutas de e suas variações como ação estratégica.
contato contínuo) ecombinações Ações defensivas como
de contatos. neutralização, retomada
de posições ofensivas. Lutas orientais Consciência crítica do
7ª ANO Ações ofensivas como e ocidentais tais benefício das lutas
(12 anos) imobilizações e movimen- como: greco-ro- no combate
tação da luta de solo por mana; jiu-jitsu. a violência.
meio de regras específicas
das modalidades.
Compreensão da
Jogos situacionais Ações defensivas como história das lutas em
Conteúdo Especí- de contato média esquiva, posicionamento, Lutas orientais relação aos aspectos
ficos das lutas de distância (contato movimentação, neutrali- e ocidentais tais filosóficos e influên-
8ª ANO
média distância intermitente) e zação. Ações ofensivas como: karatê, ta- cia de valores ociden-
(13 anos)
(lutas de contato combinações de aproximação, ante- ekwondo; capoeira tais sobrepondo os
intermitente) de jogos com cipação, sequência de boxe; sambô. orientais, gerando a
contato contínuo. golpes, contragolpes. esportivização
das lutas.
Jogos situacionais Ações defensivas como Relação da história das
Conteúdo Específi- de contato longa esquiva, posicionamento, lutas com a sociedade
9ª ANO cos das lutas longa distância (contato movimentação, neutrali- Esgrima; kendô. atual, no que tange
(14 anos) distância (contato mediado) e com- zação. Ações ofensivas de Lutas indígenas. valores e significados,
com mediação) binações de jogos aproximação, antecipa- que geram o apareci-
de contato. ção, sequência de golpes. mento do MMA.
Fonte: CIRINO; PEREIRA; SCAGLIA, 2013
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Relacionado
Acertar o alvo
ao objetivo
Figura 3
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de combate como o boxe, muay thai, kickboxing etc., o objetivo é o próprio adversário
(portanto, é uma modalidade de intenção direta), cujo alvo é o próprio adversário.
Atividades de acertar o alvo é uma tarefa bem clara nas modalidades de lutas de mé-
dia e longa distância. No entanto, acertar o alvo pode ser um objetivo anterior à tarefa
de superar o adversário (como tentar agarrar a gola do quimono para obter uma situa-
ção de submissão do adversário); ou agarrar as pernas do adversário para projetá-lo ao
solo. Essa exige é uma tarefa de aproximação que parte da situação de média distância
para curta distância. Perceba que acertar o alvo e superar o adversário são tarefas rela-
cionadas a reconhecer as distâncias (e saber se movimentar para a distância escolhida).
Nesse sentido, são aspectos que o aluno deve trabalhar para condicionar as tomadas de
decisões corretas para determinadas situações de lutas.
• Os elementos táticos defensivos basicamente são: evitar que o adversário acerte
o objetivo, dificultar o jogo do adversário, proteger as áreas vitais, que são objetivo do
adversário. Essas atividades são exercitadas paralelamente com os jogos de ataque.
Empunhar x x x
Bater x x x
Tocar x x x
Defender x x
Neutralizar x x
Esquivar x x
Puxar x x
Imobilizar x x
Lançar/derrubar x x
Rolar x x
Cair x x
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Excluir da área x x x
Controlar x x x
Golpear x x x
Aproximação x x x
Movimentar-se x x x
Posicionamento x x
Antecipação x x x x
Sequência de golpes x x x
Contragolpes x x x x
As diretrizes teóricas sugeridas por Kröger, Roth e Memmert (2002) para treinar a
coordenação motora (esquema na Figura 4) têm se demonstrado efetivas para melhora da
coordenação motora. De fato, como apresentado na Figura 4, no contexto esportivo, as
ações motoras (grossas e finas) são executadas a partir de informações recebidas por vias
aferentes. Essa execução motora ocorre sob diferentes exigências coordenativas (pressão):
Elaboração de informação
Eferente Aferente
Óptico, acústico, tátil,
Motricidade grossa e fina
cinestésico, vestibular
Pressão do tempo
Pressão da precisão
Pressão da complexidade
Pressão da organização
Pressão da variabilidade
Pressão da carga
Baixa Alta
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As atividades eferentes (atividade motoras) podem ser elaboradas a partir de estímulos
recebidos pelo meio aferente. Por exemplo, atividades com mudanças de planos (lutas
em pé para deitada ou vice-versa), giros, fintas são executadas a partir de informações
do vestibular. Nesse sentido, é necessário treinar os aspectos em que o aluno se mostra
deficiente na ação eferente.
Pressão de precisão Tarefas coordenativas nas quais é necessária a maior exatidão possível.
Pressão de sequência Tarefas coordenativas nas quais deve ser resolvida uma série de
(ordem de ações) exigências sucessivas, uma atrás da outra.
Unidade motora
básica e secundária
+
Variabilidade (exigência
eferente e aferente)
Treinamento
+ =
de coordenação
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Exercícios/Atividades
Aquecimento Exercícios de alongamento e aquecimento articular.
• Coordenação motora (pressão de complexidade): com
um colega, o aluno deverá fazer um rolamento enquanto
projeta o adversário;
• Habilidade (agarrar): com um colega, treinar o agarrar.
O objetivo da atividade é agarrar o adversário pela gola
do kimono de forma a controlá-lo (relacionada à tática de
Parte principal
superar o adversário);
• Jogos situacionais (evitar ser superado pelo adversá-
rio e superar o adversário): a partir da posição defensiva
(sob constante ataque do adversário), o aluno deverá re-
alizar ações ofensivas de contra-ataque para acertar um
alvo desenhado (pelo professor) no adversário.
Voltar à calma Beber água; roda de conversa.
Observações da aula:
Avaliação:
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
O ensino das lutas na escola: possibilidades para a educação física
Livro com descrição de atividades e processos pedagógico e didático de comandos,
golpes de perna ou punho etc.
Strength and Conditioning for Combat Sports
Livro que demonstra como proceder no desenvolvimento de força, potência e
velocidade em lutas.
Combat sports medicine
Livro que apresenta as melhores condutas no esporte de combate (nutrição, controle
de peso, psicologia, doping, ética, lesões cerebrais, mulheres e crianças em esporte
de combate etc.
Leitura
Sistematização dos Conteúdos das Lutas para o Ensino Fundamental:
uma proposta de ensino pautada nos jogos
CIRINO, C.; PEREIRA, M. P. V. C.; SCAGLIA, A. J. Sistematização dos
Conteúdos das Lutas para o Ensino Fundamental: uma proposta de ensino
pautada nos jogos. Revista Mineira de Educação Física, esp.(9), p. 221-227, 2013.
https://bit.ly/36ZXcfU
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UNIDADE Esportes Individuais de Combate
Referências
AVELAR-ROSA, B.; FIGUEIREDO, A. La iniciación a los deportes de combate:
interpretación de la estructura del fenómeno lúdico luctatorio. Revista de Artes
Marciales Asiaticas, p. 44-57, 2009.
KRÖGER, C.; ROTH, K.; MEMMERT, D. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos
jogos esportivos. São Paulo: Phorte, 2002.
OLIVEIRA JUNIOR, L. L. de. Metodologia das lutas. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
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