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Sacrifício.
A Missa
Católica
E D IT O R A VO ZES LTDA.
Missa "como de costume"
no mundo inteiro
Era vários dias antes escutar. Não sou um pre
da Páscoa. Um repórter gador eloquente, e o nos
de jornal estava visitan so côro não pode compe
do, nos Estados Unidos, tir com os que êles podem
os pastores de várias ouvir pelo rádio”, respon
Igrejas, colhendo notícias deu o padre. “Vêm pa
sobre o tipo de cerimónia ra oferecerem sacrifício a
religiosa que cada Pastor Deus, para oferecerem co
planejara para o Domin migo o sacrifício que Cris
go de Páscoa na sua to mandou que oferecêsse
igreja. mos. Não posso variar ês-
Mas, quando êle se sen se programa.
tou no gabinete do padre cató “Mas isto evidentemente soa
lico, parou tomando notas. Em como novidade para o senhor.
resposta à sua pergunta: “Que Por que não vem à Missa algu
programa está o sr. planejando mas vêzes? Qualquer um é bem
para a Páscoa?”, o padre lhe dis recebido”.
se: “O mesmo programa que Je “Obrigado, Padre”, respondeu o
sus Cristo nos deu há quase 2.000 repórter, “penso vir”.
uios — o Sacrifício da Missa. “Bem, — disse o padre, entre
\ mesma cerimónia religiosa a gando ao repórter um folheto, —
jue o sr. pode assistir tôdas as se vier, leia isto. Obterá mais da
nanhãs na Igreja Católica no Missa se souber o que esperar
nundo inteiro. Êle tem prosse dela”.
guido desde a Última Ceia”. E’ êste um bom conselho pa
“Por isto pode o sr. pôr no ra qualquer acatólico que assiste
seu jornal: Na Igreja Católica à Missa pela primeira vez. Por
laverá Missa como de costume”. quanto êle achará essa cerimónia
“Mas — perguntou o repór religiosa diferente de qualquer
ter — como é que o Sr. man coisa com que êle esteja fami
tém o seu povo vindo Domingo
liarizado ou que já tenha ob
após Domingo, se o sr. não va
servado.
ria o programa?”
O ser ela chamada “a Missa”
O Santo Sacrifício será de pouco auxílio. Esta for
ma do vocábulo latino “missa”
“Êles não vêm apenas para me não é descritiva da cerimónia, que
VOZES N. 40 - 1
sempre ficou sendo substancial O acatólico achará a resposta
mente a mesma. Os cristãos pri na sua Escritura, pois nela po
mitivos usavam outros nomes: a de ler o que Cristo fêz na ú l
Fração do Pão, a Ceia do Se tima Ceia e o que nos mandou
nhor, a Eucaristia (ação de gra fazer (Mt 26, 26-28; Mc 14,
ças), ou simplesmente: o Sacri 22-24; e Lc 22, 19-20).
fício. O têrmo “Missa” foi usa Foi na Última Ceia que Cris
do desde o século quarto, e gra to começou a Missa. Depois de
dualmente suplantou êsses ou comer com seus Apóstolos, to
tros nomes. Foi tirado das pa mou nas mãos o pão, benzeu-o
lavras com que o sacerdote des e disse: “Isto é meu corpo”. De
pede o povo no encerramento da pois tomou uma taça de vinho,
cerimónia: “Ite, missa est”, que benzeu-a e disse: “Isto é meu
rendo dizer: “Ide, é a despedida”. sangue do Nôvo Testamento que
E a cerimonia tôda veio a ser será derramado por amor de mui
chamada “Missa”. tos, para a remissão dos pecados”.
Que significa ela? Para além do poder humano
Quer assista à Missa numa ca Ora, quando Cristo disse essas
tedral quer numa pequena igre coisas, quis dizer precisamente o
ja, quer a Missa seja oferecida que dizia. Tomou pão da mesa
num altar arranjado num apo e disse: “Isto é meu corpo”; e,
sento particular, quer no passa quando acabou de dizer estas pa
diço de um cruzador no mar, a lavras, aquilo que tinha sido pão
média dos acatólicos acha a ceri já não era mais pão, e sim o
mónia desconcertante. A sua curio seu corpo. Foi o seu poder divino
sidade é geralmente despertada. que, enquanto êle dizia essas pa
Por que razão usa o sacerdote lavras, converteu o pão no seu
as vestes que usa? Por que ra corpo. E, quando êle tomou a ta
zão dá as costas para o povo ça de vinho e disse: “Isto é meu
durante tão grande parte da ce sangue”, converteu o vinho no seu
rimónia? Que é que êle está di sangue.
zendo? Para que velas? Que livro Com as palavras: “Fazei isto
é aquêle onde êle lê e que é le em memória de mim”, êle man
vado de um lado para outro do dou que os Apóstolos fizessem e
altar várias vêzes? continuassem fazendo o que êle
Estas e muitas outras pergun acabava de fazer. Para qualquer
tas embaraçam o acatólico, e ca poder humano isso é impossível.
da uma dessas perguntas tem Portanto, aparente é que, quando
uma resposta razoável — uma res lhes deu êsse claro mandamento,
posta simples. Porém a questão Cristo também lhes deu o poder
mais importante é: Para que aqui de obedecerem a êsse mandamen
estão o sacerdote e o povo? — to. Deu aos Apóstolos e aos seus
que é que estão fazendo? — por sucessores êsse misterioso poder
que o estão fazendo? de converterem pão e vinho no
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seu corpo e no seu sangue. Assim, A última Ceia
quando um sacerdote diz Missa, Quando as palavras de Cristo
dc acordo com o que Nosso Se na Última Ceia são repetidas
nhor mandou, ele simplesmente pelo sacerdote na Missa, o pró
repete o que Nosso Senhor disse
prio Cristo está presente — ofe-
e fêz na Última Ceia. E, quan
rece-se então a si mesmo como
do êle repete as palavras “Isto
um sacrifício, com o mesmo ofe
é meu corpo”. . . “Isto é meu
recimento que êle fêz de si na
san gue”, o pão e o vinho são
cruz. Isto verdadeiramente está
transformados, pelo poder divino
além do poder humano de com
de Cristo, no corpo e no sangue
preensão, mas os fatos são sim
de Cristo. Quando essas palavras
ples. A Missa é o sacrifício do
são ditas, já não há mais pão e
Calvário renovado por Cristo por
vinho no altar, e sim somente o
mediação do ministério dos seus
corpo e o sangue de Cristo. Isto
sacerdotes escolhidos, oferecido no
é feito não mediante o poder do
nosso meio, e oferecido de tal mo
sacerdote, porém mediante o po
do que nós podemos tomar par
der de Deus.
te nêle e oferecê-lo a Deus como
O corpo de Cristo, ora tornado
nosso próprio sacrifício.
imortal, é um corpo vivo; por isto,
deve ser no seu corpo vivo que E* isto o que os católicos, sa
o pão é transformado. E, onde cerdotes e povo, fazem na Missa.
está o seu corpo vivo, está tam E é por isto que os católicos es
bém a sua alma humana e a tão sempre “correndo para a igre
Pessoa divina a que ela perten ja”. Êste é o programa de cul
ce. De fato, é Cristo todo e in to católico que nunca muda.
teiro, verdadeiro Deus e verdadei A pregação, que explica a ver
ro homem, que está presente sob dade de Deus, é necessária. O
a aparência do pão. Não pode ha canto de hinos e a música religio
v er separação real do seu corpo sa honram a Deus e inspiram o
imortal com o seu sangue. Êle culto. Mas êstes são secundários
derramou o seu sangue uma vez no culto católico. Mesmo sem ser
n a cruz, mas isso nunca pode ser mão ou sem côro, os católicos
repetido. Portanto, Cristo todo oferecem a Deus o culto mais
e inteiro, corpo e sangue, alma aceitável quando lhe oferecem,
e divindade, está presente tam com Cristo, o Sacrifício da Missa.
bém sob a aparência do vinho.
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^^oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
Todo dia é Dia de Comemoração
na Igreja Católica
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crifício é comumente chamado faremos, seremos obedientes” (Êx
sacerdote. 24, 7). Estas palavras indicam
Sacrifício é um ato pelo qual as disposições de mente e de co
nós exprimimos a nossa suma ração que o povo exprimiu em
adoração a Deus. E* um ato re assistindo ao sacrifício imediata
servado só para Deus. Não é ape mente após lhes haver Deus dado
nas uma oração interna do co a sua lei. O sacrifício dêles era
ração, é um ato pelo qual mani a expressão da sua disposição de
festamos públicamente a venera obedecer — era um sinal de obe
ção de Deus que está no nos diência.
so coração. Uma oração pode ser
completada na mente e no co O Sacrifício perfeito
ração sem uma só palavra fa Em qualquer sacrifício, o ele
lada; mas um sacrifício, realiza mento importante é a disposição
do por um ser composto de alma interior de dependência para com
e corpo, deve ser expresso num Deus, que nós reconhecemos como
ato externo. Assim, o ato do sa ente supremo. Sem esta disposi
crifício, e aquilo que êle exprime, ção interior a expressão extern*
é um ato de religião. seja qual fôr, é um gesto vazjl
Dai a Deus o que lhe é devido e uma mentira. ^ '
O sacrifício é o ato mais im A perfeita compreensão da na
portante da religião. Exprime a tureza fundamental do sacrifício
mais importante e mais funda é o passo mais importante na
mental de todas as verdades re compreensão do significado da
ligiosas — o nosso reconhecimen Cruz, da Última Ceia e da Missa.
to do supremo domínio de Deus O oferecimento de si mesmo
sôbre nós. E ’ o ato de religião feito por Nosso Senhor até mes
m ais necessário porque, sem êle, mo para suportar a morte no
somos injustos para com Deus e Calvário foi um sacrifício per
não lhe tributamos o culto ex feito. Foi uma perfeita expressão
clusivo que lhe é devido. do seu reconhecimento de que
Todo ato de sacrifício intenta Deus é supremo; foi a expres
exprimir as disposições de reve são da sua voluntária e amante
rência, dependência e sujeição a sujeição, como homem, à infinita
'Deus que nós reconhecemos e sen supremacia de Deus; foi a ex
timos no nosso coração. Quando pressão de dependência indica
Deus deu a sua lei aos Israelitas, da pelo próprio Deus. Êle se fêz
Moisés, o chefe e dirigente dês- obediente por nós “até à morte”.
tes, ofereceu sacrifício em nome Com semelhantes disposições tam
de todos. E o povo que nêle to bém nós devemos oferecer-nos a
mou parte clamou: “Todas as nós mesmos a Deus. E precisa
coisas que o Senhor falou *nós mente aí está o sacrifício.
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|A Cruz, a Última Ceia e ai
| Missa - tudo uma coisa sóiD
S
^Lqqqqqqcqqqqsccqqqcq
0 repórter sabia que o pelo seu sangue, a remis
povo católico chamava ao são dos pecados” (Col 1,
seu pastor “sacerdote” . . . 14). “. . . deu-se em reden
tinha ouvido falar do “al ção por todos” (1 Tim
tar” na Igreja Católica.. . 2 , 6 ).
mas não sabia por que e
o que era tudo isso. O Espírito Santo
Isso começou a ter mais
mentido quando êle leu o Na Epístola aos He
Jôvo Testamento, espe- breus, Paulo formulou a
almente os Evangelhos verdade fundamental e in
a Epístola de S. Pau- sistentemente repetida de
j aos Hebreus. que os múltiplos sacrifícios do
Pôde então ver que “sacrifício” Antigo Testamento eram meras
e “sacerdote” estavam necessà- preparações para o sacrifício da
riamente ligados. Um sacrifício cruz: “Se o sangue dos cabritos
só é oferecido por um sacerdote, e dos b o is... santifica os que
e um sacerdote é alguém que é estão manchados. . . quanto mais
chamado por Deus para oferecer o sangue de Cristo, que pelo Es
sacrifícios em nome do povo. As pírito Santo se ofereceu imacu
sim fazendo, êle é um mediador lado a Deus, purificará a nossa
— um “entre dois” — dirigindo- consciência” (Heb 9, 13-14).
se a Deus em nome de homens Examinando os fatos envolvi
e mulheres, e dirigindo-se a ho dos na morte de Cristo, todos os
mens e mulheres em nome de elementos de um verdadeiro e per
Deus. feito sacrifício podem ser acha
O repórter viu que Jesus, na dos. Morrendo na cruz, Cristo foi
sua morte na cruz, oferecera um ao mesmo tempo sacerdote e ví
sacrifício por todos os homens. tima, divinamente enviado ao
Cristo dissera que “tinha vindo mundo e designado para ser o
ao mundo para dar a sua vida único ofertante e o único ofere
em redenção por muitos” (Mt cido. Ofereceu e entregou a sua
20, 28). “Entregou-se por nós”, vida a Deus para mostrar que
escreveu S. Paulo, “em oblação Deus tinha domínio supremo sô-
e em sacrifício a Deus” (E f 5, bre a sua vida perfeitíssima e
2 ). “ . . . no qual temos a redenção sôbre a vida de tôdas as cria
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tu r a s... para satisfazer as exi o pão e o vinho no seu corpo e
gências da justiça de Deus ofen no seu sangue, êle significou o
dida pelo pecado. . . para restau modo como naquele momento fazia
rar a graça de Deus perdida. . . a entrega da sua vida que em bre
para louvar, agradecer e glorifi ve ia fazer na cruz. O ofereci
car a Deus. mento era feito de modo público
Como vítima, êle deu a sua por aquêle a quem S. Paulo cha
vida a Deus, e deu-a livremente. ma o nosso grande Sumo Pon
“ . . . Eu deponho a minha vi tífice, o Mediador entre Deus e
d a ... ninguém ma tira, mas eu o homem. Oferecendo-se a Deus,
mesmo é que a d ep onh o...” (Jo Jesus exprimiu o seu reconheci
10, 17-18). mento do domínio de Deus sôbre
E, como sacerdote, ofereceu es nós, como era feito Mpara a vida
sa vida. Foi perfeito e único sa do mundo” e Mpara a remissão
cerdote, sendo verdadeiro Deus e dos pecados” (Mt 6, 28). Como
verdadeiro homem. Participou das só Deus pode dar a vida ao mun
coisas de Deus e das coisas dos do e só Deus pode perdoar o
homens, e foi perfeitamente ade pado, o oferecimento era feito
quado para ser o mediador entre Deus como o Dador da vida, of
Deus e os homens. A dignidade dido pelo pecado.
que Jesus conferiu às suas ações
como homem podia satisfazer as A Última Ceia continuada I
exigências da justiça infinita, e E, quando hoje há uma Missi
mover a infinita misericórdia de na Igreja Católica, o mesmo sa
Deus de modo que os homens, crifício é continuado.
que êle representava, mais uma Quando as mesmas palavras
vez pudessem tornar-se filhos usadas na Última Ceia são repe
adotivos de Deus. tidas, sabemos que Cristo está sô
bre o altar — a vítima está pre
Cristo o Sacerdote sente. A conversão separada do
Quando instituiu o memorial pão e do vinho no seu corpo e
da sua morte na Última Ceia, no seu sangue representa a en
Cristo também agiu como sacer trega da sua vida. A vítima é
dote e ofereceu sacrifício. oferecida de modo externo por
Cumpriu a promessa que ti um sacerdote. Na Última Ceia,
nha feito quando dissera: "O pão era Cristo quem se oferecia a
que eu vos darei é a minha car si mesmo, e, na Missa, é Cristo
ne para a vida do mundo” (Jo quem se oferece através do mi
6, 52). Sob a aparência de pão, nistério de um homem escolhido
o seu corpo seria oferecido em e designado para êsse fim.
sacrifício para salvar o mundo. Cristo presente no altar ofe-
Na Última Ceia, a vítima esta rece-se, na Missa, como se ofe
va presente — o próprio Cristo receu na Última Ceia e na cruz
sob a aparência de pão e de vi — a vítima é oferecida a Deus.
nho. Convertendo separadamente Êle é oferecido para o mesmo fim
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que tinha em mente na Última quem delegou e deu poderes para
Ceia e na cruz: "para a vida do assim fazer.
mundo” e “para a remissão dos Cristo ofereceu-se uma vez só.
pecados”. Na Missa, êle não se oferece com
Assim, a Cruz, a Última Ceia oblação nova e diferente; antes,
e a Missa são um só e o mesmo a mesma oblação que êle fêz na
sacrifício. Última Ceia e na Cruz é que
Cristo ofereceu sacrifício na continua na Missa. Ao seu sa
Última Ceia quando representou crifício não são aditados muitos
a sua morte iminente. Assim tam outros sacrifícios pelas muitas
bém, através do ministério dos Missas que são ditas no mundo
seus sacerdotes, êle oferece um inteiro. E* sempre o mesmo sa
verdadeiro sacrifício comemora crifício e oblação que êle fêz
tivo, representando a sua morte, na cruz.
que agora já passou. Quando uma orquestra faz a
A Última Ceia foi um sacri gravação de uma famosa sinfo
fício visando à sua morte futu nia, os discos são espalhados atra
ra, enquanto que a Missa é um vés do país e tocados repetidas
sacrifício olhando à sua morte vêzes. Mas, sejam quantos forem
passada — é o memorial dela. os discos que tenham sido feitos,
ou sejam quantas forem as vê
O único Sacrifício zes que êles sejam tocados, é sem
Êsses três sacrifícios são um pre a mesma orquestra, a mes
só e o mesmo sacrifício. Têm a ma sinfonia, a mesma reprodu
mesma vítima, o mesmo sacerdo ção da música, que é ouvida. De
te e a mesma oblação. A sua maneira um tanto semelhante, o
diferença está somente em que o sacrifício que Cristo ofereceu na
sangue de Cristo foi realmente cruz foi representado no sacri
derramado na cruz, ao passo que fício da Última Ceia, e êle or
na Missa Cristo é oferecido de denou que o sacrifício da Última
maneira incruenta, agora que Ceia fôsse reproduzido até o fim
êle já não pode morrer. Na Úl dos tempos. Onde quer que a Úl
tima Ceia e no Calvário êle es tima Ceia é reproduzida por aquê-
tava presente para todos verem. les que êle designou para o fa
N a Missa, êle não está visivel zerem, é sempre o mesmo sacri
mente presente, mas oferece-se fício, a mesma oblação feita por
pela mediação do sacerdote, a Cristo, o nosso Sumo-Sacerdote.
* 12
O Único Sacrifício
completo
Mesmo depois de have tes visíveis. Não são seus
rem lido e estudado o sucessores, e são sacerdo
Nôvo Testamento, espe tes somente como seus re
cialmente a Epístola aos presentantes.
Hebreus, algumas pessoas
têm as suas dúvidas so Não «muitos» sacrifícios
bre a Missa. Ainda in
sistem em que o único Êles não oferecem “mui
e completo sacrifício de tos” sacrifícios, mas sim
Cristo na cruz torna des um só e o mesmo sacri
necessária a Missa. fício que Cristo ofereceu
“Antes de Cristo”, di na Última Ceia e na cruz.
zem elas, “havia muitos sacrifí No Antigo Testamento, sumo sa
cios oferecidos por uma sucessão cerdote sucedia a sumo sacerdote,
de sumos sacerdotes judeus, mas e a cada sacrifício uma nova ví
agora, que Cristo veio, há um só tima era oferecida. Mas, no Nô
sacrifício, um só Sumo Sacerdote, vo Testamento, no sacrifício da
não tendo êste sucessores. Por Missa, o próprio Cristo, o mes
que então haveriam os sacerdo mo para sempre, exercita o ofí
t e s católicos de oferecer muitos cio de sumo sacerdote e oferece
sacrifícios da Missa?” o mesmo sacrifício.
E 1 verdade que nós só temos “Mas”, dirá alguém, “na Epís
u m único Sumo Sacerdote, Cris tola aos Hebreus lemos que Cris
to , e que êle não tem sucessor. to, pelo seu único sacrifício, ex
M as tem ministros e represen piou todos os pecados dos ho
ta n tes que agem por delegação mens. Isto não parece deixar lu
do seu poder e autoridade. Como gar para o Sacrifício da Missa”.
nosso “Sumo Sacerdote que pas E* verdade que Cristo expiou
so u aos céus”, êle não é visto, todos os pecados dos homens me
m a s ainda está conosco, porque diante o seu único sacrifício; po
tem “compaixão das nossas en rém cada indivíduo hoje não re
fermidades” (Heb 4, 14); ainda cebeu, por isso, uma remissão do
a g e como nosso Sumo Sacerdote. pecado. Pela sua morte na cruz,
O s seus dispensadores terrenos Cristo, por assim dizer, estabe
dos mistérios de Deus são ape leceu um tesouro de mérito. Nós
n a s seus ministros — seus agen temos acesso a esse tesouro de
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mérito por meio da Missa e dos sua disposição interior c os seus
Sacramentos de Cristo. Os cris atos exteriores estão cm jôgo. E
tãos obtêm o perdão do pecado imitamo-lo com respeito a ambas
indo a êsse tesouro mediante o essas coisas por meio do Sacri
uso da Missa e dos Sacramen fício da Missa.
tos, especialmente do Sacramen A Missa de modo algum de
to da Penitência. precia o sacrifício da Cruz. A
Missa e o sacrifício da Cruz são
A Graça de Deus a mesma coisa. A Última Ceia
Através da Missa é que nós não é rival do Calvário, e a
nos beneficiamos da intercessão Missa é o meio dado a nós por
de Cristo por nós. E através do Cristo para estarmos presentes
Sacramento da Penitência bene no Calvário e nos juntarmos a
ficiamo-nos da expiação que êle êle no seu oferecimento do sa
fêz pelos nossos pecados. Deus é crifício mais aceitável a Deus.
movido a conceder-nos a graça da
O Dom Perfeito
contrição mediante o Sacrifício da
Missa, mas é através do Sacra Os católicos crêem que Jesus
mento da Penitência que êle nos Cristo, verdadeiro Deus e verda
aplica a expiação e a remissão deiro homem, ofereceu-se na Cruz
da culpa possibilitadas por Cristo. pela humanidade como o Dom per
“Mas”, dirão os não-católicos, feito, o Dom aceitável a Deus.
“vocês católicos crêem que nós Nada mais precisava ser feito.
somos obrigados a oferecer fre Nada poderia suprir o sacrifício
quente sacrifício a Deus, a ado do Calvário. Cristo verdadeira
rar e louvar e agradecer a Deus mente morreu por nós. Mas não
e a lhe pedir as suas bênçãos. há nada automático na nossa
E dizem que a Missa é o sa salvação. Cada um de nós, agora
crifício pelo qual isso é feito. vivo, deve tomar o sacrifício de
Mas a morte de Cristo na cruz Cristo para si e fazê-lo seu.
fêz tudo isso para nós. Por que Nós pessoalmente devemos to
então se requer a Missa?” mar êsse sacrifício e apresentá-
Também é verdade que Cristo lo — reapresentá-lo — a Deus.
orou por nós. Quer isto, porém, di E ’ como se Cristo dissesse: “Eu
zer que nós nunca precisamos dizer fiz tudo o que é necessário. O
uma oração? A disposição de Dom foi levado à sua perfeição;
Cristo na cruz que o moveu a meu Pai vê nêle o que é suficien
adorar a Deus não nos isentou te para redimir tôda a humani
da obrigação de adorarmos a Deus dade. Que ides vós fazer com êle?
noa nossos próprios corações. Nem Êle é vosso por apropriação”.
o ato externo de adoração de Assim nós, na nossa geração,
Cristo — o seu sacrifício — nos já perto de 2.000 anos depois do
livrou do dever de oferecermos Calvário, devemos dizer: “Senhor,
sacrifícios a Deus. Devemos imi graças vos damos pelo vosso Pre
tar Cristo na medida em que a cioso Dom. Tomamo-lo e, como
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milhões sôbre milhões de cristãos no oferecimento que é feito; mas,
durante os séculos passados, fa- aí como em todos os Sacramen
zcmo-lo nosso e reapresentamo-lo tos, Cristo é o agente principal.
a vós. Aprcsentamo-lo mais uma E Deus, que recebe o Dom, é o
vez e aprcsentamo-lo por nós mesmo Deus que o recebeu de
mesmos”. Cristo na Cruz e de Cristo na
Última Ceia. Os fins para os
Aceitável a Deus quais o sacrifício é oferecido são
Os católicos creem que possuem os mesmos: adoração, ação de
na Sagrada Eucaristia a presen graças, satisfação pelo pecado e
ça real de Cristo Senhor Nosso, petição.
e que durante a Missa O ofere A única diferença entre o sa
cem ao seu eterno Pai como o crifício da Missa e o sacrifício
Dom perfeito, certos de ser êle do Calvário é que na cruz o San
aceito. gue de Cristo foi realmente der
Êsse ato, portanto, não pode ramado; ao passo que na Missa
ser senão um sacrifício, e exa temos um sacrifício comemorati
tamente o mesmo sacrifício que vo no qual a efusão do seu san
foi oferecido no Calvário. O Úni gue é representada. No Calvário,
co oferecido — Jesus Cristo — Cristo fêz a sua parte uma vez
é o mesmo. O Único que faz a por todas e completamente. Na
oblação — Jesus Cristo — é o Missa, nós fazemos a nossa par
mesmo, porem usando o sacerdo te. Tomamos para nós a Morl
te humano como seu instrumento. Redentora e oferecemo-la a Deu:|
O sacerdote e todo o povo pre e a cada um de nós são aplicl
sente à Missa unem-se a Cristo dos os benefícios dessa Morte.
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A Alisstt pertence
à igreja Católica
Foi durante a última guerra. Alguns homens tomam a Bí
O oficial comandante de um blia, constroem sôbre ela uma
grande acampamento do Exérci religião e formam com ela uma
to Americano estava examinando nova Igreja. Mas nenhum pode
os relatórios dos seus capelães. ria jamais tomar da Igreja Ca
Notou que os relatórios dos ca tólica a Missa, porque só na
pelães não-católicos indicavam, Igreja Católica será achado o sa
mesmo coletivamente, muito me cerdócio que torna possível a
nos homens presentes aos seus Missa.
serviços religiosos do que ao ser
viço católico. Designado por Cristo
Mandou chamar o Capelão não- Quando Nosso Senhor disse aos
católico mais velho, e pediu-lhe Apóstolos: “Fazei isto em me
explicação. mória de mim”, por isso mesmo
“Bem, o Sr. vê”, explicou, “o os constituiu sacerdotes. E, como
Capelão católico tem 'a Missa, e a morte do Senhor devia ser as
isso drena os homens para o seu sim anunciada até que ele venha,
serviço”. os Apóstolos e os seus sucessores
“E por que não faz alguma legítimos foram incumbidos de
coisa sôbre isso?”, inquiriu o ofi oferecerem o corpo e o sangue de
cial-comandante. “Não pode tam Cristo até o fim dos tempos.
bém promover a Missa para os Mas, na Missa, o próprio Cris
seus homens? Temos que obter to é sempre o principal ofertan-
melhor frequência ao serviço re te. Êle é sacerdote eterno, e o
ligioso”. sacerdote humano só age em no
Por certo, o oficial-comandante me dêle. Êle deu ordem e podê-
estava pedindo o impossível. Ne res aos seus Apóstolos e aos su
nhum Capelão não-católico po cessores destes para fazerem o
deria “promover a Missa para que êle havia feito na Última
os seus homens”. Ceia. Quando, os seus sacerdotes
A Missa pertence à Igreja fazem isso, mediante a conver
Católica — aos sacerdotes e ao são separada do pão no seu cor
povo católicos. E* uma coisa ex po e do vinho no seu sangue, êle
clusivamente dêles. é apresentado perante seu Pai ce
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leste na aparência da morte que O real oferecimento de si mes
exprime a sua voluntária e sem mo feito por Cristo foi um ato
piterna entrega de si à morte. E enjinentemente santo, e pleno de
ele usa êste escolhido sinal de sua tôda a religião, de tôda a ado
morte para exprimir a sua imu ração, de todo o amor de seu
tável disposição de morrer — de Pai celeste de que o coração de
oferecer o sacrifício supremo. Cristo era capaz. Juntamente com
Neste ato, como mediador entre aquêle corpo que estava cravado
Deus e o homem, como sacerdo na cruz e com o sangue que era
te de tôda a humanidade, Cris derramado no Calvário, êsse ato
to oferece perfeita adoração a seu sacerdotal é tornado presente na
Pai celeste, a verdadeira adora Missa com tôda a energia reli
ção em espírito e em verdade. Nes giosa e santificante que a reli
te ato há a única adoração acei gião do Sumo Sacerdote no Cal
tável ao Pai, a única adoração vário nêle pôs uma vez por tôdas.
por êle aceita. “Eu sou o ca E* na Missa que êsse ato de
minho, a verdade e a vida. Nin oferecimento é pôsto à nossa dis
guém vem ao Pai senão por posição, de modo que, através da
mim” (Jo 14, 6). nossa vida, por nossa vez nós
possamos fazê-lo nosso, possa
O Dom duradouro mos unir-nos com êle, e possame
O sacrifício que Cristo ofereceu participar dêle de maneira ati\
na cruz é a única adoração de e com tôda a fé, tôda a reverei
Deus que tem valor aos olhos de cia, todo o amor e religião de qu
Deus. A não ser que a nossa ado somos capazes.
ração de Deus esteja associada
ao sacrifício de seu Filho, essa Um só com Jesus
nossa adoração é vã. E ’ por isto Assim, a Missa é oferecida não
que todos devemos participar dês- só pelo sacerdote designado por
te sacrifício. Cristo, no altar, mas também por
Para que cada geração suces tôda a Igreja de Cristo, e espe
siva de cristãos pudesse, por sua cialmente pelos que estão pre
vez, participar realmente dêsse sentes ou que de qualquer modo
sacrifício único, êle tomou êsse cooperaram com o real ofereci
sacrifício presente a todos os ho mento da Missa.
mens em todas as épocas e em “Mas como podemos tomar par
todos os lugares. A Missa é o te nêle?”, perguntarão alguns. E*
próprio sacrifício da Redenção, in realmente muito simples. Supon
troduzido no nosso meio e tor de que tivésseis estado presente
nado presente entre nós para que no Calvário quando Cristo mor
tôdas as gerações de cristãos reu na cruz, e que tivésseis sa
fossem capazes de associar-se a bido quem Êle era e compreendi
Cristo em oferecê-lo a Deus e do que Êle se estava oferecendo
dar assim a Deus a honra mais em sacrifício ao Pai por vós e
alta. pelo mundo todo. Facílimo teria
17
sido então para vós o juntar-vos cia de pão e de vinho, c oferece
ao oferecimento daquele sacrifí o mesmo sacrifício que ofereceu
cio. Tudo o que teríeis tido de no Calvário, oferecendo-se a si
fazer teria sido elevardes o vos mesmo como o fêz então.
so coração e a vossa mente ao Lembrando-vos disto, podeis jun
Pai Eterno e dizer-lhe: "O* meu tar-vos ao seu oferecimento ago
Deus, quero oferecer-vos alguma ra, tal como poderíeis tê-lo feito
coisa, c não tenho nada para vos no Calvário. Podeis volver vos
oferecer. Mas aqui está vosso sos pensamentos para Deus e di
Filho oferecendo-se a si mesmo zer, no vosso coração, que vos
por mim e pelo mundo todo. Que estais unindo a Nosso Senhor e
ro juntar-me ao seu sacrifício, e rogando ao Pai aceitar como vos
rogo-vos aceitardes o seu sacri so o sacrifício de Cristo. Podeis
fício como sendo meu, c ofereço- oferecê-lo como um ato de ado
me com Êle”. ração, em ação de graças pela
Naquela ocasião poderíeis ter sua bondade para convosco, em
feito isso. Pois podeis fazer a satisfação pelos vossos pecados e
mesma coisa agora, cada vez que pelos pecados de todos os homens.
estais presente à Missa. Podem- Podeis oferecê-lo pelas vossas ne
no, pelo menos, tôdas as pessoas cessidades e pelas necessidades
verdadeiramente batizadas. Tudo de todos os homens, rogando a
o que tendes a fazer é vos lem Deus conceder-vos todos aquêles
brardes (e a Missa, como memo dons que Cristo mereceu para nós
rial, vo-lo lembra) de que estais na cruz, e pelos quais está ago
virtualmente presente no Calvá ra intercedendo na Missa.
rio. Cristo ali está, sob a aparên
18
Sim, suponde que, num água piedosamente, tan
domingo pela manhã, de bém se beneficia das orí
cidis ir a uma função re ções oficiais da Igrejí
ligiosa da Igreja Católi pedindo a Deus abenços
ca. Muitos não-católicos lo em nome da SS. Trir
o fazem. Alguns vão em dade, purificar-lhe a mer
companhia de seus ami te e o coração de mod
gos ou parentes, enquan que êle possa ser digno d
to que outros vão por si juntar-se ao oferecimen
mesmos. Num ou noutro to da Missa e às oraçõe
caso, um não-católico sen que tenciona dirigir
tir-se-á menos estranho, Deus.
e será capaz de observar o ser
viço mais inteligentemente, se Entrando na igreja
prèviamcnte se houver relacio
nado com o significado da Mis- Se o visitante parar um m<
sa, lendo e aprendendo, de mo mento, observará que o povo v í
do geral, o que é de esperar. direto a um dos assentos ou bai
Ao entrar à porta da igreja, cos, e dobra um dos joelhos ai
notará que o povo católico que o chão por um instante antes <
com êle entra pára brevemen tomar o seu lugar para a Mi
te junto a uma bacia de água, sa. Êsse dobrar do joelho é ch
usualmente feita de metal ou de mado genuflexão, e é um ato <
pedra. As pessoas mergulham os adoração dirigido a Cristo, qi
dedos na água e fazem um Si acreditamos presente no altí
nal da Cruz tocando com êles No caso de não estar o Saci
a fronte, o peito e os ombros mento da Eucaristia guardado i
esquerdo e direito. igreja, a genuflexão é uma 1
Êsses reccptáculos em forma verência a Cristo, representa
de bacia, cheios de água, são pelo crucifixo que encima o altí
chamados pias de água benta. A dc frente para a nave. A bre
água que êles contêm foi ben ação de dobrar o joelho é ur
zida especialmente pelo sacerdo expressão exterior de reverênc
te, usando êle as orações ofi a Deus e ajuda a pessoa a
ciais da Igreja. De modo que, compenetrar de onde está e
quando o povo pode usar a que vai fazer na igreja.
19
0 não-católico pode então en ja, tais como o Batismo, que pode
trar por algum daqueles bancos e ter lugar na pia batismal, usual
tomar assento. Se fôr esclarecido, mente à entrada da igreja. O
irá o mais para a frente da Sacramento da Penitência é ad
nave, de onde mais fàcilmente ministrado nos confessionários,
poderá observar o que se passa que são biombos de madeira tam
no altar. Se o desejar, pode tam bém no fundo ou dos lados da
bém dobrar o joelho antes de en igreja. Mas êstes Sacramentos e
trar para o banco, mas isto não outros podem ser administrados
é necessário. Normalmente, êle em qualquer outro lugar. A igreja
é livre de seguir as ações dos ca católica é construída primária-
tólicos presentes, ou simplesmen mente para abrigar o altar des
te de ficar sentado durante tôda tinado à Missa.
a função. Haverá ocasiões em
que o povo fica de pé ou se ajoe Para que velas?
lha ou fica sentado. Pode êle se Um não-católico pode primeira
guir os seus próprios desejos nes- mente notar as velas acesas no
a matéria. altar, e um grande livro numa
estante ao lado direito da mesa
Centro do culto do altar, junto à qual o sacer
Tomando uma visão geral da dote ficará durante a Missa. Êsse
Igreja, primeiramente notará êle livro contém as orações da Mis
iue a parte mais proeminente e sa a serem lidas pelo sacerdote.
central dela é o altar. Bem na E* chamado o Missal, e muitos
frente da nave, onde todos os dos católicos que assistem à Mis
olhos podem ser focalizados, o sa serão vistos preparando-se pa
altar é uma mesa junto à qual ra ela pelo uso de uma pequena
o sacerdote fica durante a Missa. edição dêsse Missal, com a qual
Tôda igreja católica é primei podem seguir as orações que o
ramente e antes de tudo um edi sacerdote e o povo recitam du
fício votado ao oferecimento da rante a Missa.
Missa. Poderia ser chamada uma As velas estão acesas não para
Casa de Missa. O altar domina fins de iluminação, mas, antes,
o interior da igreja, tal como o como um elo com o passado, co
Sacrifício da Missa domina todo mo o são tantas outras cerimó
o nosso culto de Deus. O altar nias, práticas e coisas a serem
não é um ornato na igreja. An observadas na Missa. Nos tem
tes, a igreja é que é um ornato pos primitivos, os cristãos tinham
e uma moldura para o altar. Nós de celebrar o culto debaixo do
podemos erigir um altar e ter a solo, onde a única iluminação era
Missa sem igreja, mas não pode luz de vela. Quando foram li
haver coisa tal como igreja ca vres de erigir altares e de cons
tólica sem altar. truir igrejas acima do solo, con
Verdade é que outros Sacra servaram as velas não só para
mentos são administrados na igre iluminação, como também por
29
afeição ao velho costume que os Sacramento é reservado num re
ligava aos seus antepassados na cipiente dourado, em forma de
Fc. cálice, o qual o sacerdote usará
Tomando uma vista mais pró quando distribuir a Comunhão ao
xima do altar, será achado um povo na Missa.
crucifixo encimando êste. Êle ali Uma luz vermelha, usualmen
está em tôda igreja católica. E’ te uma lamparina em vidro ver
uma imagem de Cristo penden melho, é sempre mantida arden
te da cruz conservada em lugar do perto do altar, dia e noite,
conspícuo onde possa ser visto quando o SS. Sacramento está
pelo padre e pelo povo durante presente no tabernáculo. Essa luz
o memorial da morte de Cristo diz ao povo que Cristo no SS.
que c a Missa. Sacramento está presente na igre
ja, e é um constante lembrete
A hóstia para que o povo ali O adore.
No centro do altar e no fundo
da mesa dêste está uma espécie O ato de sacrifício
de gabinete chamado o taberná O comum dos não-católicos po
culo. Pode ser quadrado ou re dem perguntar-se qual é a par
dondo, ou ser simplesmente uma te mais importante da igreja. Co
porta construída dentro da pa mo já foi mencionado, desde qu<
rede contra a qual o altar está a igreja é um lugar para sacri|
colocado. Usualmente está cober fício, o altar é a parte mais im
to com um véu que pode combi portante; o púlpito, que usual
nar com a côr dos paramentos mente fica ao lado esquerdo do
do sacerdote. E* chamado “taber altar visto do corpo da igreja,
náculo”. Nesse tabernáculo são e o coro são secundários. A im
guardadas a s espécies consa portância das coisas na Igreja
gradas do pão que foi con Católica é determinada pela sua
vertido no corpo de Cristo em importância no ato de sacrifício,
Missa anterior, e que agora são que é a Missa. De modo que, se
chamadas o Santíssimo Sacra guinte, em importância, ao altar
mento ou a Hóstia. O SS. Sa é aquilo que parece ser um ba
cramento é reservado no taber laústre — uma estrutura que se
náculo para poder ser levado aos para o altar do corpo da igreja.
doentes e aos moribundos. Cristo, Realmente não é um balaústre.
presente no SS. Sacramento sob Pretende ser uma mesa, uma ex
a aparência de pão, não é con tensão do altar, e muitas vêzes
servado no tabernáculo apenas está coberta com uma toalha bran
para que possamos adorá-lo. Ali ca. E ’ a essa mesa que o povo
é conservado também para bene se ajoelha para receber a Sagra
fício dos que necessitem receber da Comunhão. O espaço entre
a Comunhão fora da Missa, e po ela e o altar é chamado o “san
demos adorá-lo a qualquer tem tuário”, por ser a parte mais san
po como presente no altar. O SS. ta da igreja, onde tem lugar a
21
ação da MisBa e é reservado o fim único. Depois dc entrarem
SS. Sacramento. para os seus assentos, não fa
De cada lado do altar, na igre lam uns aos outros, e, se algu
ja, pode haver altares menores ma coisa deve ser dita, é dita
sobre os quais há estátuas de bem baixinho. Êles têm respeito
Cristo ou de Maria sua Mãe, ou pela presença de Deus ali. Reco
dos santos aos quais o povo tem nhecem a necessidade de mante
devoção especial. Êsses altares rem seus pensamentos sôbre as
mais pequenos podem, às vêzes, suas orações, e guardam silên
ser usados para Missa, porém o cio reverente.
grande altar na frente e no cen A pintura ou quadros nas pa
tro da Igreja, ou seja, o altar- redes, imagens de vários episó
mor, é sempre o foco de aten dios dos sofrimentos e morte dc
ção, e tudo na Igreja intenta fo Cristo na cruz, colocadas a inter
calizar a atenção sôbre êsse altar valos em volta dos lados da igre
no qual a Missa é dita para o ja, ali estão para ajudarem o
povo. povo a rezar. Há outras cerimó
nias promovidas de tempo em
Como rezam os católicos tempo nas igrejas católicas, tais
Um não-católico ficará impres como a celebração do caminho da
sionado com o fato de, quando Cruz, ou Via-Sacra, na qual o sa
os católicos entram na igreja pa cerdote e o povo recordam os ca
ra a Missa, ajoelharem-se por um torze principais acontecimentos da
momento em frente do altar e paixão e morte de Cristo, refle
começarem a orar a Deus por suas tem nêles e recitam orações apro
próprias palavras ou com as pala priadas. Pode haver também ceri
vras de um livro de orações, ro- mónias em honra de Maria ou de
gando-Ihe ajudá-los, especialmen outros santos. Pode haver ser
te durante a Missa, de modo que mões especiais acompanhados de
êles possam adorá-lo dignamente. várias orações. Mas o não-cató
Notará, igualmente, que a igre lico precisa saber que a igreja
ja é muito quieta. O povo cató e tudo nela ali está principal-
lico frequenta a igreja para um mente para a Missa.
22
I ^SxEfJEcJ-fí^tó^íaO / a a
1 a a d \ I\ L ^ a \
^Hiiiiiiiiiiim im iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii' llllllllllllllllllllllOnililUlIlllllllllllMMflIlIMIIi'?
Quando o padre entra O traje comum naqueles
na igreja por uma por tempos era uma túnica
ta perto do altar para comprida folgada, amar
começar a Missa, o po rada à cintura com um
vo fica de pé. Faz isto cinto. Para uso público
em sinal de respeito não ou para alguma ocasião
só à função do padre, especial, era usado um
mas também à cerimónia manto comprido. Os sa
sagrada que vai começar. cerdotes e bispos da Igre
Um não-católico ficará ja primitiva usavam es
impressionado com as es sas vestes quando celebra
tranhas vestes com que o vam a Missa.
padre se apresenta vestido. Elas
são chamadas paramentos, e são Os paramentos
mais outro elo com o passado.
Têm uma longa história. Com o correr do tempo, ess.
vestes ordinárias começaram
O uso de vestes especiais pelo
ser enfeitadas e remodeladas
sacerdote no culto de Deus re
para comodidade durante a Mis
monta aos tempos do A n t i g o
sa. Mesmo quando os trajes ci
Testamento, quando os Judeus
vis mudaram, esses paramentos
usavam paramentos divinamente foram conservados como um lem
prescritos adequados à dignidade brete de que a Missa é sempre
do culto. “Farás uma santa ves a mesma que era nos primeiros
te para A a rã o ... na qual, sendo anos da Igreja. Êsses paramen
êle consagrado, possa ministrar- tos ainda persistem como vestes
me” (Êx 28, 2). Paramentos es sagradas — paramentos espe
peciais foram usados pelos Sumos ciais de sacrifício — que o sa
Sacerdotes judeus até mesmo no cerdote usa somente durante a
tempo de Cristo, que ia ao tem Missa.
plo e tomava parte no culto.
Algumas dessas vestes não po
As vestes que o sacerdote ca dem ser vistas. Mas as que fà-
tólico usa na Missa começaram cilmente ferem a vista são a com
sendo as vestes ordinárias, de prida túnica branca, tocando no
todo dia, dos Romanos e Gregos solo, que cobre completamente as
nos primeiros tempos da Igreja. vestes usuais do sacerdote e é ata
23
da em torno da cintura com uma Também dão tôdas as respostas
corda. Por cima dela usa êle um em nome do povo.
amplo paramento exterior que O padre traz o cálice dourado
chega até os joelhos. Frequente- em que o vinho será derramado,
mente é êle decorado nas costas e um prato dourado, com o pão
com uma grande cruz. Êstc pa do altar, coberto por um véu que
ramento varia de côr. Quando a é da mesma côr que os para
Missa é oferecida pelos mortos, mentos. O cálice é feito de me
êle é preto, em sinal de luto. E’ tal e folheado de ouro ou prata,
branco nos dias em que a Missa como o é também o prato que
é oferecida em espírito de regozi contém o pão a ser usado na Mis
jo, como Natal ou Páscoa. E, sa. O padre coloca êsses objetos
quando a Missa é oferecida em no meio da mesa do altar, abre o
honra de mártires — daqueles que livro em preparação para a Mis
morreram pela sua Fé — usam- sa, e volta para o sopé dos de
se paramentos vermelhos, para graus do altar.
relembrar que êles derramaram Começa então a orar, e as ora
o seu sangue por amor de Deus. ções que êle diz e as respostas
Os paramentos são roxos nas dos ajudantes, ou acólitos, são
ocasiões e durante os períodos tôdas em latim, como o são to
em que a Missa é oferecida em das as orações da Missa. E ssas
espírito de penitência. E usual orações são ditas ainda hoje
mente são verdes nos domingos em latim como um elo com o
comuns do ano, sendo o verde um passado, quando a língua comum
símbolo da esperança que deveria do povo era o latim. Essa lín
caracterizar a vida de todos os gua não está em uso comum e
cristãos que visam à recompen popular hoje em dia, e portan
sa do Céu. to nunca muda. E', portanto, uma
língua conveniente para uso da
Os fiéis tomam parte Igreja no imutável Sacrifício da
No seu caminho para o altar, Missa. Ademais, é uma língua
o padre é precedido por um aju que não só nos liga ao passado,
dante ou, talvez, por dois ou mais como também forma um laço de
meninos ou jovens. Os trajes ci unidade no culto oficial da Igre
vis dêstes estão cobertos por uma ja no mundo inteiro.
túnica vermelha, sôbre a qual se
acha uma curta veste branca, a Um guia para a Missa
veste costumeira dos que ajudam O não-católico que deseja en
o padre no santuário por ocasião tender a Missa deveria prover-
da Missa. Êles ajudam o padre se de um Missal, no qual tôdas
trazendo-lhe as coisas de que êle as orações da Missa estão tradu
necessita durante a Missa, mu zidas para a sua língua. Póde
dando de um lado para outro o êle, pois, seguir o sacerdote pas
livro em que êle lê, trazendo-lhe so a passo durante a Missa, de*
o vinho e a água que êle usa. pois de se familiarizar com as
24
cerimónias que o sacerdote e o característicos importantes da
povo usam durante a cerimonia Última Ceia foram feitos parte
religiosa. de uma oração esmerada, de um
Se houver lido o breve relato sermão e de um ato de função
da Última Ceia conforme descri religiosa e de culto.
to nos Evangelhos, um não-ca- No correr dos séculos, a Igreja
tólico pode admirar-se daquilo colocou os essenciais da Missa
que parece ser um contraste cho num engaste que de muitas for
cante entre a aparente simplici mas é moldado sôbre o quadro
dade da Última Ceia e a apa em que Cristo colocou os essen
rente complexidade do cerimo ciais do sacrifício na Última Ceia.
nial da Missa. O sacerdote começa a Missa com
Por certo, em casos de neces um ato de humilhação perante
sidade e de emergência, algumas Deus, confessando os seus peca
das cerimónias da Igreja podem dos e pedindo perdão. Como Cris
ser dispensadas. Em tais casos, to, êle lava as mãos, depois ora,
a Missa pode ser reduzida ao seu e essas orações são maravilhosa-
essencial, ou eja, ao oferecimen mente orações inclusivas que
to do pão e do vinho, às palavras abrangem o mundo inteiro. Como
que os convertem no corpo e no Cristo, êle usa essa ocasião para
sangue de Cristo, e à Comunhão. uma série de instruções, lendo
Todavia, nas circunstâncias or partes do Antigo Testamento, evo
dinárias, êsses elementos essen cando os antigos profetas e mes
ciais foram cercados de cerimó tres judeus. Lendo trechos do£
nias apropriadas inspiradas pelo Evangelhos, êle pede à palavra
relato da Última Ceia nos Evan inspirada de Deus falar a nós;
gelhos. lê trechos das Epístolas de Pe
dro e de Paulo e daqueles outros
As ações de Cristo que estiveram perto de Cristo.
Quando lemos o histórico feito Em tudo isto o sacerdote segue
por S. João da Última Ceia no o exemplo dado por Cristo.
seu Evangelho, achamos estarem
a li os três essenciais, mas acha Culto solene
mos também que o próprio Cristo As cerimónias usadas na Mis
cercou a parte importante da Últi sa têm em mira tornar o culto
ma Ceia de uma quantidade de divino solene e impressionante.
ações significativas. Preparou-se Mas essas cerimónias não são
para a ceia por um profundo ato meramente para causar efeito.
de humildade, quando lavou pes São ações expressivas. Quando um
soalmente os pés dos seus Apósto homem se curva profundamente,
los. Orou longamente a seu Pai reflete o respeito e submissão que
celeste — oração que abrangeu lhe estão no coração. Quando le
o mundo inteiro. Falou a seus vanta os olhos e as mãos para o
Apóstolos sôbre Deus e sôbre o céu, está fazendo uma súplica. E’
, próprio destino dêles. Assim, os natural aos homens darem expres
25
são exterior aos seus sentimentos Observar-se-á que êle se curva
interiores, e daí serem as ceri sôbre o altar e o beija mui fre
mónias da Missa um meio de ma quentemente. Isto é em respeito
nifestar os pensamentos e sen ao santo pso do altar e às re
timentos interiores da mente e do líquias dos mártires que estão
coração. As cerimónias da Missa embutidas na pedra de ara sô
são prescritas pela Igreja e for bre a qual tôda Missa é celebra
mam aquilo que é chamado o ri da. Êste é também um vínculo
tual da Missa. com o passado e com os primi
Em algumas Missas, as ora tivos anos da Igreja, quando a
ções são cantadas pelo padre e Missa mui comumente era cele
pelo côro, em vez de serem re brada sôbre os túmulos dos már
citadas pelo padre e pelo acólito. tires nos subterrâneos de sepul
Essas são chamadas Missas fes tura dos cristãos durante os tem
tivas. Quando o padre tem dois pos de perseguição. Depois que
outros ministros assistindo-o c êstes foram livres de construir
há o aditamento das cerimónias igrejas e de erigir altares em
por estes efetuadas, isto é conhe qualquer parte, como o fazemos
cido como sendo uma Missa So- hoje, levaram os restos dos már
ene. Com ou sem essas cerimô- tires para dentro das suas igrejas
íias aditivas, é sempre o mesmo e depositaram-nos debaixo dos
sacrifício, a mesma Missa. altares destinados à Missa. E as
No correr da Missa o padre sim hoje em dia, sempre que a
será visto usar vários gestos — Missa é oferecida, é sempre sô
movimentos das mãos e do corpo. bre uma pedra na qual pequenas
Quando êle faz o Sinal da Cruz, porções das relíquias de ao me
ou bate no peito, ou beija o al nos dois mártires estão embuti
tar, ou estende as mãos e do das, como um lembrete de que a
bra o joelho em genuflexão — Missa hoje é a mesma que era
tôdas estas cerimónias têm um nos tempos primitivos da Igreja.
significado. Durante a maior parte da Mis
sa, o sacerdote conserva as mãos
Quando êle faz o Sinal da
estendidas. Esta é uma atitude
Cruz, pode êste ser um lembre
de prece que também remonta aos
te da morte de Cristo, ou pode o
tempos primitivos da Igreja,
padre usá-lo como uma bênção
quando a atitude de oração não
quando êle constitui um Sinal da
era a de mãos postas, e quando
Cruz da qual as bênçãos emanam.
os cristãos oravam de pé e com
os braços estendidos. Esta é uma
Símbolos antigos atitude de suplica que o padre
Em várias ocasiões durante a assume durante as orações da
Missa o padre pode bater no Missa.
peito, e assim também o povo. E* Êle dobra o joelho em genu
êste um antigo sinal de pesar flexão como reverência à cruz que
pelo pecado. encima o altar, a Jesus Cristo
26
presente no SS. Sacramento, ou a leitura de um trecho'do Anti
em reverência à menção do no go Testamento ou da Epístola de
me de Jesus ou da sua paixão um dos Apóstolos.
e morte.
Os Evangelhos
A bênção de Cristo
Isto ainda é feito hoje na Mis
Frequentemente, durante a Mis- sa e é chamado a “Epístola”. No
sa, o padre volta-se para o po outro lado do altar havia um
vo e diz em palavras latinas: “O púlpito para a leitura de um
Senhor seja convosco”. E o acó trecho de um dos quatro Evan
lito responde em nome do povo na gelhos. A Escritura era lida pelo
mesma língua: “E com teu es sacerdote, voltado para o povo
pírito” — o que é outro modo de no púlpito. Hoje não temos êsses
dizer: “E convosco também”. Es dois púlpitos — usualmente há
sas saudações do padre ao povo somente um na igreja, e dêle, às
chamam a atenção dêste para o vêzes, o sacerdote lê o Evange
que se está passando, e convida-o lho, dá avisos necessários, e pre
a renovar a sua intenção de jun ga um sermão. Mas em cada Mis
ta r-se a êle no oferecimento do sa êle lê a Epístola num lado do
Sacrifício. E ’ uma bela saudação, altar e o Evangelho no outro
pois significa que o sacerdote lhe seguindo assim o antigo costum*
deseja o mais alto dos dons, a Duas vêzes durante a Miss
presença protetora de Deus. E, os acólitos vão a uma mesa a*
em cristã cortesia, o povo ex lado do altar e trazem ao padre
terna ao sacerdote o mesmo de o vinho e a água que êle usa na
sejo. Missa, ou água e um vaso em
Só uma vez o sacerdote muda que êle lava as mãos. Na pri
essa saudação. E’ quando se vi meira parte da Missa êle rece
ra para o povo e diz-lhe que reze be do acólito o vinho e um pou
para que o sacrifício dêle e seu quinho de água, o qual junta
seja aceitável a Deus. E o povo, mente com o pão é oferecido a
sabendo que a parte mais impor Deus. Depois lava os dedos em
tante da Missa está para come respeito pelos materiais do sa
çar, assegura ao sacerdote que crifício que em breve serão con
rezará por essa intenção — para vertidos no corpo e no sangue de
a glória de Deus e para a sal Cristo.
vação de todos.
Durante a primeira parte da Lava-mãos ou «Lavabo»
Missa, e também no fim, o sa Há outra razão pela qual o
cerdote muda-se de um para ou sacerdote lava os dedos nessa oca
tro lado do altar. E, a cada vez sião, c ela nos liga ao passado.
que o faz, o livro é mudado pelo Em tempos antigos, o povo tra
acólito. Em dias antigos, havia zia nessa ocasião as suas oferen
dois púlpitos na igreja, um de das até o altar — não somente
cada lado do altar. Um era para pão e vinho para serem usados
27
no Sacrifício, mas também rou fundamente, e mais uma vez pede
pas e carne e legumes destinados a Deus dignar-se de aceitar aqui
ao sustento da Igreja e a serem lo que êle e o povo fizeram. E,
dados aos pobres. Depois de re antes de enviar o povo para as
ceber e manusear essas coisas, era suas tarefas diárias, volve-se e
necessário ao sacerdote lavar as faz sôbre êle o Sinal da Cruz,
mãos antes de continuar com a pedindo a Deus enviar-lhe uma
cerimónia da Missa. Nesta par bênção em nome do Pai, e do
te da Missa é que agora é feita a Filho, e do Espírito Santo.
coleta, porque hoje as ofertas do O sacerdote e o povo fizeram
povo são feitas em dinheiro, e não uma coisa tremenda tomando
mais em produtos e coisas ma parte no sacrifício de Cristo na
teriais. Missa, e fortalecidos por êsse
No fim da Missa, o sacerdo ato e pela bênção de Deus, de
te volta-se para o povo e diz-lhe vem ir para o meio do mundo
que a Missa está acabada; é a a fim de viverem reais vidas
despedida. Depois curva-se pro cristãs.
( y S o tp o e o S a n g u e...
to d o e ín teito
rm n m r 'tn rirô irF in n n rsin rsip ^ ^
Várias vêzes durante a Missa diz: “Santo, Santo, Santo o Se
soa uma sinêta ou campainha. nhor Deus dos exércitos”. Isto in
Os que assistem à cerimonia pe forma o povo de que está come
la primeira vez perguntam-se o çando a parte da Missa em que
que significa isso. a consagração do pão e do v i
Os toques de sinêta ou cam nho se opera. O povo, que es
painha são sinais dados pelo acó tava sentado, ajoelha-se todo, em
lito para chamar a atenção - do reverência. Quando se aproxima
povo para uma parte importan o momento de o padre repetir as
te da Missa que está para se palavras que Cristo usou na Úl
processar. Imediatamente antes tima Ceia, a sinêta soa uma vez,
de o padre começar a parte da como aviso adicional para o povo
Missa em que o pão e o vinho são se preparar para a vinda de Cris
convertidos no corpo e no san to ao altar.
gue de Cristo, a sinêta toca três Depois de dizer as palavras sô
vêzes quando o padre, empregan bre o pão, o padre eleva devagar
do as palavras do profeta Isaías, o corpo de Cristo, sob a aparên
28
cia de pão, para o povo ver e palavras de S. João: “E is o" Cõr-'
adorar. Faz a mesma coisa com deiro de Deus”. Repete três vê
o cálice em que o sangue de zes as palavras do soldado roma
Cristo está agora contido. Genu- no cm Cafarnaum, que êle tam
flete antes c depois de fazer is bém dissera antes da sua própria
so, e a cada elevação a sinêta Comunhão: “Senhor, eu não sou
é tocada três vêzes. O som da digno de que entreis em minha
sinêta dá aos presentes a opor casa”.
tunidade de olhar para o SS. Sa Então o sacerdote desce até o
cramento e adorar realmente povo e coloca o corpo de Cristo
Cristo presente neste Sacramento. na língua de cada comungante.
O povo engole-o devotamente e
Soa a Campainha volta aos seus lugares na igreja.
A última vez que o acólito Tal como o sacerdote, êle tomou
toca a sinêta — e novamente por plena parte no sacrifício, rece
três vêzes — é imediatamente bendo a Cristo em corpo e san
antes de o padre participar do gue, alma e divindade, na forma
corpo e do sangue de Cristo. Em de alimento como o fizeram os
cada Missa, o sacerdote completa Apóstolos na Última Ceia.
o sacrifício pela Comunhão, por
que na Última Ceia Cristo se deu Cristo todo e inteiro
aos seus Apóstolos sob as apa Em conexão com a Comunhãc
rências de comida e de bebida, e do povo, usualmente surge a per
disse-lhes fazerem do mesmo mo gunta: Por que é que o povo s
do, em lembrança dêle. recebe a Cristo sob a forma d»
A Comunhão do sacerdote é pão? E é porque os católicos
parte do sacrifício e completa o crêem que, onde Cristo está, aí
memorial pelo qual é anunciada está todo e inteiro. Quando êle
a morte do Senhor até que êle é recebido sob a foi-ma de pão,
venha. A sinêta é tocada antes é recebido todo e inteiro. Sob a
da Comunhão do sacerdote para forma de pão o fiel recebe a
notificar o povo de que esta par Pessoa divina e seu corpo e seu
te da Missa está para ter lugar, sangue vivos.
e de que os que estão prepara A Ceia do Senhor é completada
dos para receber a Comunhão de justamente conforme o Senhor
vem aproximar-se da mesa da mandou, quando o sacerdote, que
Comunhão, que também é cha usou as palavras usadas por Cris
mada a grade do altar. to ao converter o pão em seu
Quando o povo se ajoelha à corpo e o vinho em seu sangue,
mesa da Comunhão, o sacerdote completa-a recebendo Cristo sob
abençoa-o com o Sinal da Cruz, ambas as formas.
com uma oração pedindo a Deus A Comunhão do povo somen
prepará-lo para o grande ato que te sob a forma de pão não é ma
êle vai praticar. Depois levanta téria de doutrina, mas sim de
diante dêle o corpo de Cristo sob disciplina e de prática. Em vá
a aparência de pão, usando as rias épocas na história da Igreja
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côa» y íatica variou. Mesmo nos palmente por causa do perigo de
dias dos Apóstolos, a recepção da sacrilégio por entornamento do
Comunhão é mencionada sob a sangue de C risto... por causa da
simples forma de pão (A t 2, 42). repugnância de muitos a beber
E Cristo, referindo-se à Eucaris numa taça com um ... e por cau
tia, disse: “Quem comer deste pão sa da escassez de vinho em mui
viverá eternamente” (Jo 6, 59). tos lugares, especialmente onde
O atual costume de comungar milhares de pessoas recebem a
somente sob a forma de pão data Comunhão todo domingo.
do século quinze, e existe princi
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