Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Controle
Controle do Europeu
do Cancro cancro eur
das pomáceas
das Pomáceas com Basecom base
no Novo
novoCiclo
cicloNeonectria
Neonectria ditis
ditissima – Macieira,
– macieira,
nas Condições nas condiçõe
do Brasil
Brasil
Silvio André Meirelles Alves1
Ana Beatriz da Costa Czermainski2
No estudo de uma doença que afeta um ou mais patógeno virulento e ambiente favorável. Os detalhes
Ana Beatriz da Costa Czermainski
cultivos agrícolas, a interação patógeno-hospedeiro de como esses elementos interagem aumentam com
é comumente representada de forma esquemática. o avanço no conhecimento. A partir de observação
A descrição através de figuras e setas permite o ou de experimentos adequados, o ciclo mais
detalhamento do conhecimento de como o patógeno aceito pela comunidade técnica-científica deve ser
interage com a planta ao longo do tempo. Como modificado para outro que apresente esses novos
Introdução
essa interação possui diferentes etapas e se repetem elementos.
no tempo, então é chamada de ciclo. O ciclo deve
No
representar estudo
então de etapas
as diferentes fenologia que Aafeta
uma dedoença reflexão sobre o ciclo de uma doença de plantas
um ou mais cultivos agrícolas, a in
do hospedeiro em que a doença ocorre, os diferentes pode facilitar a identificação de momentos críticos
patógeno-hospedeiro
tipos de esporos do patógeno ée acomumente
influência do representada de formadaesquemática.
para o desenvolvimento A descrição
mesma e assim definir
ambiente. novas estratégias de controle.
de figuras e setas permite o detalhamento do conhecimento de como o patógeno
com a planta
As etapas do cicloao longo do tempo.
patógeno-hospedeiro são Como essa A nova representação
interação possui do ciclo do etapas
diferentes cancro e se r
fortemente influenciadas pela favorabilidade europeu das pomáceas
no tempo, então é chamada de ciclo.
climática. Quando as condições são favoráveis à O ciclo deve representar então as diferentes et
fenologia do hospedeiro
doença, a velocidade em que
com que as etapas a doençaAtualmente
se sucedem ocorre, oosciclo
diferentes tipos das
do cancro europeu de pomáceas
esporos do p
é maior. Por outro lado, quando as condições são mais amplamente divulgado está publicado no livro
edesfavoráveis
a influência dofica
o ciclo ambiente.
mais lento e em alguns Plant Pathology (AGRIOS, 2004). Essa doença pode
casos algumas etapas podem ficar ausentes.
infectar mais de 100 hospedeiros diferentes. O
ciclo apresentado nesse clássico da bibliografia em
As etapas do ciclo patógeno-hospedeiro são fortemente influenciada
O processo doença só ocorre quando esses três Fitopatologia (Fig. 1) mostra as etapas da doença
favorabilidade climática.
elementos estão presentes: Quando
hospedeiro as condições
suscetível, sãomacieiras
infectando favoráveis à hospedeiro,
e, nesse doença, ela a velocidade
afeta c
as etapas se sucedem é maior. Por outro lado, quando as condições são desfavorávei
1fica mais lento eDr.,
Engenheiro-agrônomo, emPesquisador,
alguns Empresa
casos Uva
algumas etapasExperimental
e Vinho, Estação podemdeficar ausentes.
Fruticultura de Clima Temperado,
Vacaria, RS. E-mail: silvio.alves@embrapa.br.
2
Engenheiro-agrônomo, Dr., Pesquisador, Empresa Uva e Vinho, Bento Gonçalves, RS. E-mail: ana.czermainski@embrapa.br.
O processo doença só ocorre quando esses três elementos estão pre
hospedeiro suscetível, patógeno virulento e ambiente favorável. Os detalhes de com
elementos interagem aumentam com o avanço no conhecimento. A partir de observ
estão contemplados na figura. Assim, a proposta deste comunicado técnico é que e
gura 1) mostra as etapas da doença infectando macieiras e, nesse hospedeiro, ela a
oncipalmente
também seja as
incluídolenhosas
partes
na representação
da planta.
do ciclo.osEssa
Porém, frutos
nova representação
também podem
doinfectad
ser
ciclo (
Controle do Cancro Europeu das Pomáceas com Base no Novo Ciclo Neonectria ditissima -
mais2 realística
o estão contemplados para
Macieira, nas as na
Condições condições do Brasil
figura. Assim,
do Brasil e implicou
a proposta na modificação
deste comunicadode recomendaç
técnico é que
ontrole,
gão tambémcomoseja abordado adiante.
principalmente asincluído na da
partes lenhosas representação
planta. Porém, do
sejaciclo.
incluídoEssa nova representação
na representação do ciclo. Essa novado ciclo
é maisos realística para as condições do Brasil representação
frutos também podem ser infectados e não estão
e implicoudo na modificação de recomendaç
ciclo (Fig. 2) é mais realística para
contemplados na figura. Assim, a proposta deste as condições do Brasil e implicou na modificação de
controle, como
comunicado abordado
técnico é que esseadiante.
órgão também recomendações de controle, como abordado adiante.
Fig. 2. Representação esquemática do ciclo de cancro europeu das pomáceas modificado pela inclusão da infecção de frutos.
de colonização sistêmica. Em variedade muito distâncias, ou seja, dentro da mesma planta. Se por
suscetível, o fungo atingiu cerca de 20 cm de um lado temos algumas certezas sobre a dispersão
crescimento interno, em cancros com seis meses de conídios, por outro lado há muitas incertezas
de idade. sobre o papel dos ascósporos nas epidemias. Em
um cancro velho, de mais de um ano, o fungo
Do ponto de vista do crescimento da epidemia, é capaz de produzir conídios e ascósporos. Os
o mais importante é o intervalo de tempo entre a ascósporos podem ser dispersos pelo vento e pela
infecção e a formação de novos esporos, conhecido chuva. Assim, acredita-se que as maiores distâncias
como período latente. Nessa parte do ciclo da são alcançadas pela liberação dos ascósporos.
doença inicia-se a etapa da reprodução. O primeiro
tipo de esporo formado em um cancro novo é o A sobrevivência do fungo se dá principalmente
conídio. Para uma infecção iniciada em fevereiro como micélio nos cancros velhos e pela formação
(inoculação controlada) o período latente foi dos peritécios. Em ramos destacados da planta o
estimado em aproximadamente 50 dias (ALVES et fungo continua a produzir conídios por um longo
al., 2014). Uma vez iniciada a produção de conídios, período, comumente aceito por mais de um ano.
o cancro pode continuar a produzir mais esporos Em um experimento para verificar o efeito da
por mais de um ano. Não há estimativas precisas temperatura na produção de conídios em ramos
de quanto tempo um cancro pode produzir esporos. destacados, foi possível verificar que o fungo é
Geralmente, um ano após o início de um cancro há capaz de produzir maior quantidade na faixa de
produção de ascósporos que é um segundo tipo de 15 a 20°C. Também nessa faixa de temperatura
esporo ou unidade infectiva que o fungo é capaz de o fungo foi capaz de produzir ascósporos. O
produzir. No caso dos frutos, quando infectados, experimento demonstrou também que esse início
apresentam sintomas e esporulação no período de de produção de peritécios e ascósporos pode ser
pré-colheita. tão rápido quanto 25 dias (MENDES et al., 2014).
Durante o inverno na maioria dos países produtores
Assim que conídios ou ascósporos são produzidos é observado um menor progresso da doença. Nas
inicia-se a etapa de disseminação. A disseminação condições brasileiras tem-se observado que o
diz respeito a saída dos esporos da sua fonte inverno não é tão rigoroso como em outros países
(cancro), transporte e chegada a novos tecidos e, além disso, é muito chuvoso. Mesmo no inverno,
sadios. Os conídios são esporos sensíveis à perda de foi possível verificar a produção de conídios e,
água e em condições de baixa umidade relativa ficam assim, se houver ferimentos, é possível que novos
inviáveis. Para prevenir essa perda, o fungo também cancros estejam sendo formados. Os ferimentos de
produz junto com os esporos uma substância poda no inverno facilmente podem se converter em
mucilaginosa. Essa substância evita a perda de água cancros se esporos estiverem disponíveis no pomar.
e inibe a germinação dos esporos. Para que a inibição
seja superada a substância deve ser diluída com
água. Assim, após um evento de chuva, os esporos
Recomendações de controle com
são lavados, respingados e encontram as condições base no novo ciclo das relações
ideais para sua dispersão e germinação. Dessa Neonectria ditissima – macieira
maneira, a capacidade de disseminação dos conídios
é a curtas distâncias e depende das características Para a definição de uma estratégia de controle
da chuva. Resultados preliminares têm mostrado que da doença é preciso “mapear” todas as práticas
mudas expostas durante o outono foram infectadas e levar em consideração a disponibilidade de
a partir de uma fonte de inóculo situada a até ferimentos ao longo do tempo. Os ferimentos de
quatro metros. A dispersão de conídios pelo vento colheita têm contribuído para o desenvolvimento
é normalmente desconsiderada. Em observações da doença, assim é importante a aplicação de
realizadas pela equipe da Embrapa Uva e Vinho, fungicidas logo após essa prática, antes da
em pomares comerciais, foi possível observar que ocorrência de uma chuva. Devido ao seu menor
plantas mais infectadas produzem maior percentual intervalo de segurança, recomendam-se fungicidas
de frutos com podridão de Neonectria. Este é um a base de captana. Os ferimentos de poda também
indício forte de que a dispersão ocorre a curtas são muito importantes no progresso da doença,
Controle do Cancro Europeu das Pomáceas com Base no Novo Ciclo Neonectria ditissima -
Macieira, nas Condições do Brasil 5
CGPE 12238