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PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES – FUNDAÇÃO CECIERJ

Roteiro de Ação

Roteiro de ação
Viroses em plantas

Informações básicas

Duração Prevista: 2 a 3 aulas

Área do conhecimento: Ciências da Natureza

Divisão da turma: As atividades podem ser realizadas em grupos de 4 ou 5 alunos

Assunto: Viroses em plantas

Objetivos:
 descrever o fenômeno das viroses em diferentes sistemas biológicos;
 relacionar a eficiência de infecção viral com a forma de apresentação das viroses na
Natureza;
Material/Recurso necessário: Os materiais estão descritos na atividade

Descrição sucinta: O roteiro de ação tem como objetivo discutir as viroses que
acometem os vegetais a partir de três atividades distintas.

Viroses em plantas

Propostas de atividades comentadas:


Esse roteiro contém três propostas de atividades para trabalhar as viroses em
vegetais com seus alunos em sala. Lembrando que sempre é possível fazer
adaptações à realidade de cada turma e escola.

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ATIVIDADE 1:

O Sr. João tem andado muito triste, pois alguns pés de mamão do
seu quintal em Salvador, na Bahia, começaram a apresentar folhas
retorcidas com manchas amareladas. O crescimento dessas
plantas diminuíu e, além disso, uma delas começou a produzir
frutos pequenos e de aspecto assimétrico. O Sr. João andou comendo
o mamão dessa planta e percebeu que ele estava mais doce do que
os outros. Contudo, alguém lhe disse que o seu mamoeiro devia
estar com a virose do mosaico, deixando-o preocupado com a
possibilidade de ficar doente em decorrência de ter ingerido vírus
de mamoeiro. O que você tem a dizer ao Sr. João?

RESPOSTA COMENTADA
Seria chover no molhado dizer que todos os vegetais
podem desenvolver suas viroses, pois como você já
aprendeu, para ter virose basta estar vivo e ter células
competentes. Outra coisa importante é que se comermos
qualquer fruto ou folha infectados, a virose não se instalará
no nosso corpo, uma vez que as células dos seres
animais têm perfis enzimáticos que as diferenciam
daquelas dos vegetais. Portanto, produzem vírus de
acordo com suas especificidades metabólicas. O Sr. João
deve procurar nas plantas o vetor e eliminá- lo. Deve
também arrancar e queimar as plantas contaminadas,
pois a virose pode se espalhar para outras plantas,
mesmo de espécie diferente e com isso causar um
grande prejuízo ao seu pomar.

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TIVIDADE 2

Na virologia experimental um dos procedimentos mais executados é a

infeccioso, por mL, de uma suspensão de fagos. Dispondo do protocolo,

em placa de Petri, contendo apenas os elementos nutritivos


essenciais ao clone bacteriano indicador. Você divide a área semeada da
placa em seis
bactérias, 10 microlitros de cada uma das diluições de
vírus, começando pela mais diluída (10-6) até a mais concentrada. Com
esse procedimento você vai precisar gastar apenas uma ponteira no seu
pipetador. Após 24h de incubação a 37ºC, ao proceder a leitura dos
resultados, você constata que no local marcado -1, há um grande halo
de lise com a borda regular. No local -2 o halo tem o mesmo diâmetro,
mas a borda é irregular. Em -3já são percebidos plaques que se misturam
uns aos outros, não permitindo contagem. Em -4 contam-se 8 plaques.
Nos locais -5 e -6, nenhum plaque é observado. Diante dessa situação,
faça o cálculo de quantas PFU, por mL,

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RESPOSTA COMENTADA
Moleza, hein? Você inoculou um volume de 10µL de cada uma
FAGOTIPAGEM das diluições da suspensão viral. No local onde foi inoculada a
-4
(FAGO + TIPAGEM) preparação correspondente à diluição 10 (1 em 10.000), você
Processo usado para contou oito plaques. Isto significa que em cada 10 microlitros da
caracterizar clones de uma suspensão original, não diluída, existem 8 X 104 PFU. Mas esta
mesma espécie microbiana,
quanto à capacidade de quantidade encontrada está em 10µL. Como foi perguntada a
evoluírem para lise quando quantidade de vírus por mL e você sabe que 1 mL corresponde a
infectados com determinado
1.000µL, foi só fazer uma regra de três (se em 10 µL tem 8 X 104
tipo de fago. Parte-se de
uma quantidade de fago então, em 1.000 microlitros haverá x PFU). Fazendo a operação:
previamente definida (30 a X = (8 X 104 x 1.000)/10. Logo x será igual a: 8 X 104 x 102. Dessa
70 PFU / inóculo efetuado
sobre a cultura bacteriana, maneira, você encontrou que na sua suspensão original existem
semeada na superfície de um 8x106 PFU/mL.
meio sólido, de composição
Esses cálculos constituem a base para a técnica de FAGOTIPAGEM,
nutricional pobre). As
amostras que forem utilizada pelos microbiologistas na classificação de bactérias
indicadoras para o tipo de associadas às doenças humanas como, por exemplo, Vibrio cholera,
bacteriófago utilizado, são
classificadas como um sub- Salmonella enterica e Staphylococcus aureus e, na indústria de
clone, sensível à infecção laticínios, na identificação dos Lactobacillus utilizados na fabricação
por este fago.
de queijos.

Agora que você sabe que tem 80.000 PFU/10µL na sua preparação,
é preciso diluí-la para a concentração de 50 PFU/10µL, a fim de ser
utilizada no teste de fagotipagem. Como fazer isso? É muito simples:
basta diluí-la na proporção de 1:1600. Por que 1:1600? Porque, se
temos 80.000 PFU/10µL, então, para ter 50 PFU/10 µL basta dividir
80.000 por 50 ou, simplificando, 8.000 por 5, que é igual a 1.600.
Com essa preparação assim diluída, você pode usá-la frente a
diferentes clones microbianos a fim de identificar se são indicadores
ou não do tipo de fago utilizado.
A quantidade de 8 milhões de partículas virais por mL da suspensão
parece muito, mas os números em Virologia são dessa monta para
maior e servem de alerta para obediência às condutas de segurança
no trabalho. Por isso, podemos supor que você, ao manipular as
preparações virais, fará isso de maneira a não formar aerossóis, para
evitar assim a contaminação do seu local de trabalho.

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ATIVIDADE 3:

Vamos ver se você já se familiarizou de forma integrada com os


fenômenos relacionados aos estágios iniciais das viroses em plantas e
em bactérias. Para tanto, descreva como acontecem os processos de
internalização da informação genética dos vírus, nas plantas e nas
bactérias.

RESPOSTA COMENTADA
De forma simplificada, toda infecção em tecido vegetal tem início quando a partícula
viral (mono ou polipartite) é introduzida por processo mecânico no âmago do tecido
vegetal, fazendo com que os vírus sejam depositados no ambiente citoplasmático do
corpo sincicial da planta. Este ambiente corresponde àquele onde os componentes dessa
partícula viral foram sintetizados e endereçados para uma determinada área
protoplasmática, onde foram montados sob a forma de um arranjo molecular. sse mesmo
tipo de arranjo é desfeito quando se encontra no local onde ocorreu a síntese. Sendo
assim, deixa livre o genoma que é processado pelo metabolismo do vegetal, para a
síntese de novo, decomponentes virais para a construção de novas partículas.
Nas bactérias, a internalização do genoma dos fagos se dá por um processo de
injeção no qual as partículas dos fagos, particularmente aqueles da série T par, se
comportam como uma espécie de seringa especial para “engenheirar” células.

Roteiro extraído e adaptado do acervo de materiais didáticos da Fundação Cecierj.


Liberto, Maria Isabel Madeira. Microbiologia. V. 2/ Maria Isabel Madeira Liberto; Maulori
Curié Cabral; Ulysses Garcia Casado Lins. – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010,
218 p.

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