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Projeto de galerias pluviais e drenagem para

o centro urbanístico do município de


Guararapes - SP

Gustavo Mauro da Silva


Hudson Santana dos Santos
Natasha Neves de Souza

Araçatuba – SP
2021
Projeto de galerias pluviais e drenagem para
o centro urbanístico do município de
Guararapes - SP

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil


Orientador: Prof. Dra. Natalia Felix Negreiros
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Uni SALESIANO - Araçatuba

Araçatuba – SP
2021
SANTOS, Hudson Santana – 1998
SILVA, Gustavo Mauro – 1999
SOUZA, Natasha Neves – 1998

Projeto de galerias pluviais e drenagem para o centro urbanístico do


município de Guararapes - SP
58 páginas – Trabalho de Conclusão de Curso

UniSALESIANO – Centro Universitário Católico Auxilium

1. Águas pluviais 2. Alagamentos 3. Microdrenagem 4. Esgotamento


Projeto de galerias pluviais e drenagem para o centro urbanístico do município de
Guararapes - SP

Acadêmicos(as):Gustavo Mauro da Silva


Hudson Santana do Santos
Natasha Neves de Souza

Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Civil


Orientador: Prof. Dra. Natalia Felix Negreiros
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO – Araçatuba

____________________________________________
Prof. Dra. Natalia Felix Negreiros
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:

____________________________________________
Prof. Dr. André Luís Gamino
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:

____________________________________________
Prof. MS. Giuliano Mikael Tonelo Pincerato
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO
Data:
AGRADECIMENTOS

A Deus por nossas vidas, e por nos ajudar a ultrapassar todas as dificuldades
encontradas, ao longo desses cinco anos de curso.
Aos nossos pais, irmãos, avós e amigos, que sempre nos apoiaram e nos
incentivaram, nos momentos de luta, e por diversas vezes compreenderam a nossa falta,
enquanto nos dedicávamos para que ocorresse a realização desta produção.
Aos nossos orientadores e professores, que nos apoiaram e nos ajudaram com
as correções deste material, e que sempre nos deram o devido suporte para que
conseguíssemos alcançar nossos objetivos e chegar até aqui.
E a todos aqueles que de alguma forma colaboraram não só apenas com o
nosso aprendizado, mas também na construção do nosso caráter profissional, os nossos
sinceros agradecimentos.
RESUMO

O saneamento básico constitui uma das principais preocupações dos governantes em


todo país, uma vez que ele interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas, onde
estas acabam adquirindo enfermidades ocasionadas pela falta de salubridade. Dessa
forma, o presente estudo sugere uma readequação nos meios de dispersão de água do
município de Guararapes localizado no interior do estado de São Paulo. Durante o
tempo de chuva verifica-se um vasto aluvião em seu centro urbano. Afim de solucionar
o problema, foi dimensionada uma nova rede de tubulações com diâmetros maiores e
galerias de águas pluviais, em virtude dessa insuficiência da tubulação existente,
aplicando-as principalmente na rua Vereador Joaquim Nogueira, um dos pontos onde
mais se destacam as enchentes do município. Sendo assim, este trabalho teve como
objetivo dimensionar a alteração das redes de dispersão, elevando a amplitude da
canalização juntamente com uma drenagem sustentável. Como consequência a vazão
trecho poderá ser suportada eliminando os riscos de alagamentos. Espera-se com o novo
dimensionamento que os prejuízos enfrentados pela população local podem ser extintos
e perda de seus pertences materiais ou até mesmo a saúde delas.

Palavras-chave: Águas Pluviais; Alagamentos; Microdrenagem; Esgotamento.


ABSTRACT

The basic sanitation is one of the main concerns of governments throughout the country,
since it interferes directly in the quality of life of the people, where they and up
acquiring diseases caused by lanck of health. Thus, the present study suggests a
readjustment in the water dispersion media of the municipality of Guararapes located in
the interior of the state of São Paulo. During the rainy season there is a vast alluvium in
its urban centre. In order to solve the problem, a new network of pipes with larger
diameters and storm water galleries was designer, dues to this insufficiency of the
existing piping, applying them mainly in the street Councilman Joaquim Nogueira, one
of the most prominent points of the city’s flooding. Therefore, this work aimed to scale
the alteration of the dispersion networks, increasing the amplitude of the plumbing
together with a sustainable drainage. As a consequence the stretch flow may be
supported by eliminating the risks of flooding. It is expected with the new design that
the losses faced by the local population can be extinguished and loss of their material
belongings or even their health.

Keywords: Rainwater; Flooding; Microdrainage; Exhaustion.


Sumário
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................10

2. OBJETIVOS..........................................................................................................14

3. JUSTIFICATIVA...................................................................................................15

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..............................................................................16

4.1 Saneamento básico....................................................................................................16

4.2 Drenagem urbana.......................................................................................................17

4.2.1 Drenagem urbana no brasil.....................................................................................18

4.2.2 Drenagem urbana na cidade de São Paulo-SP........................................................18

4.3 Sistema de microdrenagem........................................................................................19

4.3.1 Traçado do sistema de microdrenagem..................................................................20

4.4 Google Earth e QGIS................................................................................................20

4.5 Método Racional....................................................................................................22

4.6 Bocas de Lobo...........................................................................................................23

4.6.1 Grelha para bocas de lobo......................................................................................25

4.6.2 Poços de visita........................................................................................................25

4.6.3 Tubulação...............................................................................................................26

4.6.4 Dados integrais da cidade de Guararapes-SP.........................................................29

4.7.1 Habitação e infraestrutura urbana de Guararapes-SP.............................................29

4.7.2 Dados físicos de Guararapes-SP.............................................................................30

5. MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................31

5.1 Cálculo da vazão pelo Método Racional...................................................................31

5.1.1 Coeficiente de escoamento superficial (RUNOFF)................................................31

5.1.3 Área de contribuição..............................................................................................33

5.2 Capacidade teórica para sarjetas................................................................................33

5.2.1 Capacidade admissíveis da sarjeta.........................................................................35


8

5.2.2 Descarga admissível...............................................................................................36

5.2.3 Profundidade admissível........................................................................................37

5.3 Coeficiente de redução..............................................................................................38

5.4 Esgotamento da Boca de Lobo..................................................................................39

5.4.1 Esgotamento da grelha...........................................................................................40

5.4.2 Esgotamento da boca de lobo combinada..............................................................42

5.5 Diâmetro dos condutores...........................................................................................43

5.5.1 Natureza das paredes..............................................................................................43

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................45

6.1 Cálculo da vazão........................................................................................................45

6.1.1 Cálculo da área de contribuição.............................................................................45

6.2 Capacidade teórica para sarjetas................................................................................46

6.3 Esgotamento da boca de lobo.................................................................................48

6.3.1 Esgotamento da boca de lobo combinada..............................................................49

6.3.2 Quantidade de bocas de lobo..................................................................................50

6.4 Diâmetro da tubulação...............................................................................................51

7. CONCLUSÕES.....................................................................................................53

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................54
9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esboço reservatório a céu aberto (Gribbin, 2014)........................................10


Figura 2- Esboço típico da coleta de águas pluviais em uma via (modificado de
Gribbin, 2014).................................................................................................................11
Figura 3 – Rua Vereador Joaquim Nogueira em dias de baixo índice...........................12
Figura 4 - Corte em elevação no Google Earth em Guararapes-SP..............................20
Figura 5 – Mapa do Google Earth com curvas de nível do QGIS em Guararapes-SP...20
Figura 6 - Tipos de boca de lobo, com diferentes capacidades hidráulicas de captação
(modificado de SMDU, 2012).........................................................................................22
Figura 7 – Corte vertical do poço de visita (Botelho, 2017).........................................24
Figura 8 - Sem corte longitudinal típico de tubos com encaixe ponta e bolsa e macho e
fêmea (NBR 8890, 2008)................................................................................................26
Figura 9 - Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê, segundo o Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (SEADE apud SIGRH,
2010)................................................................................................................................28
Figura 10 - Esquema de combinações para obter vazão total (modificado de Fugita,
1980)................................................................................................................................34
Figura 11 - Nomograma para cálculo escoamento em sarjetas triangulares (modificado
de Fugita, 1980)...............................................................................................................35
Figura 12 - Fator de redução da capacidade de escoamento da sarjeta (modificado de
Fugita, 1980)....................................................................................................................36
Figura 13 - Nomograma da capacidade de esgotamento das bocas de lobo simples com
depressão de 5cm em pontos baixos das sarjetas (modificado de Fugita, 1980)............39
Figura 14 - Capacidade de esgotamento das grelhas localizadas em pontos baixos das
sarjetas: grelha livre e afogada (modificado de Fugita, 1980)........................................42
Figura 15 - Capacidade de esgotamento das grelhas localizadas em pontos baixos das
sarjetas (modificado de Fugita, 1980).............................................................................43
Figura 16 - Resultados de monografia, modificado de Teixeira, Navacchio (2018),
segundo Brigatti (2016)...................................................................................................54
10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensões dos tubos para águas pluviais com encaixe e bolsa ou macho e
fêmea (NBR 8890, 2008)................................................................................................27
Tabela 2 - Dados do município de Guararapes-SP, de acordo com a Fundação SEADE
(2018/2019).....................................................................................................................29
Tabela 3 - Habitação e infraestrutura urbana de Guararapes-SP (SEADE, 2010).........29
Tabela 4 - Coeficiente de escoamento superficial (Fugita, 1980)..................................32
Tabela 5 - Previsão de máximas intensidades de chuvas, em mm/h, em Andradina - SP,
segundo DAEE - CTH (2018).........................................................................................33
Tabela 6 - Inundação máxima admissível para as condições de chuva máxima de
projeto (Fugita, 1980)......................................................................................................39
Tabela 7 - Coeficientes de redução das capacidades das bocas de lobo (Fugita, 1980).40
Tabela 8 - Natureza das paredes dos condutos, segundo Azevedo Netto (1998)...........48
11

1. INTRODUÇÃO

A água das chuvas é colhida pelos sistemas urbanos compostos por galerias de
águas ou esgotos pluviais constituído por tubulações próprias, que mais tarde serão
distribuídas nos fluxos d'água, lagos, lagoas, baías ou no mar (AGUIAR, 2012.
Em diversas regiões consta-se casos de alagamentos, onde os sistemas de
distribuição são falhos ou de má projeção, sem mesmo que haja um nível alto de
precipitação no local. O estudo da área é de extrema importância, para que não se
suceda a necessidade de readaptação dos elementos, contando também com reparos.
Tendo em vista, resolver as eventuais ocorrências da natureza, tais como, alagamentos e
enchentes. (BOTELHO, 2017).
Conforme Botelho (2017) todos esses fenômenos são agravados pela
impermeabilização da área, como asfalto, bairros e praças. Pois, toda vazão pluvial que
escoa por essa área, tende a ter dificuldade para se infiltrar no solo, já que, as
construções urbanas do local, formam uma camada, deste modo aumentando as vazões
superficiais.
Ainda, segundo o mesmo autor, o gerenciamento das águas pluviais deve
englobar todos os aspectos referentes aos elementos hidrológicos e outros subsídios,
como a análise da topografia e a geologia da região, assim evitando que a construção
disponha de custos elevados. O sistema pluvial a se projetar em novas áreas deverá ser
adequadamente adaptado ao solo urbano. Por outro lado, para a realização de uma obra
em um local já construído, seria algo “corretivo”, tendo em consideração, uma obra
hidráulica que não foi projetada corretamente, consequentemente o resultado não seria
tão eficaz e o custos seria maior.
Tendo como base todo esse planejamento, dadas circunstâncias do local a ser
implantada a construção, vale ressaltar que, a água gerada pela chuva tem seu ciclo
natural, no qual grande parte é drenada pelo solo e a outra escoa para lagos, lagoas,
baías ou no mar, seguindo o conceito de macrodrenagem. Com a urbanização da área,
cabe a utilização de sistemas hidráulicos de drenagem para o deflúvio da água, com
destinos a lugares de dispersão, dando ponto ao sistema de microdrenagem, que se
refere a elementos destinados a captar e conduzir a água da (RIGHETTO, 2009).
De acordo com Righetto (2009) os elementos da microdrenagem são aqueles que
não se referem a rede de drenagem natural, sendo classificados como “ações
12

estruturais”. Precisamente, os recursos estruturais de microdrenagem em planos de


drenagem urbana, para resolução de problemas como alagamentos e enchentes, são
categorizados por obras de captação, armazenamento e transporte das águas pluviais,
seguindo arrisca os critérios de análise da situação e levando em conta o local a ser
implantada a estrutura.
Essas medidas estruturais que fazem parte do conceito de microdrenagem, são
compostas por: obras de captação, como bueiros e bocas de lobo; obras de transporte,
como galerias e canais; obras de detenção, como as bacias de detenção, reservatórios de
acumulação de águas pluviais, entre outros (BOTELHO, 2017).
Botelho (2017) define bocas de lobo como recurso de coleta das águas pluviais
derivadas das sarjetas (pisos de escoamento de água), transportando-a, para um bueiro
ou saída de água, que, por sua vez, remete a função de drenagem superficial, dando
passagem a água, de um lado ao outro da via.
Gribbin (2014) define as galerias como trechos de tubulação de concreto,
podendo variar a declividade entre pontos, de acordo com a área, ligando bocas de lobo
e poços de visita, localizadas no subterrâneo e seguindo o traçado das ruas, com o
intuito de conduzir devidamente as águas da chuva de locais urbanizados até canais
naturais de drenagem ou reservatórios. Ressaltando que, essas tubulações não são
conjuntas aos elementos de tratamento de esgoto, isso é essencial para evitar a
contaminação dos corpos hídricos.
Segundo o mesmo autor, o reservatório é o local no qual se encontra uma
escavação intencional no solo, para o acúmulo de água, onde, temporariamente é
armazenado grandes quantidades de água da chuva, para uma melhor reutilização,
mantendo o controle da vazão afluente e evitando estragos. Os elementos citados estão
representados na figura 1 e 2.
13

Figura 1 – Esboço reservatório a céu aberto (Gribbin, 2014)

Figura 2 – Esboço típico da coleta de águas pluviais em uma via (modificado de


Gribbin, 2014)

Tendo em vista o elevado crescimento populacional, é de se notar a importância


do saneamento básico. Mesmo em cidades pequenas com a ocupação de áreas
vegetadas, além das atividades realizadas crescem proporcionalmente ao problema.
Desse modo, a inserção de sistemas hidrológicos se torna essencial para que haja
controle, favorecendo qualidade de vida aos moradores.
A ausência de elementos, desde as obras de captação até as de detenção, ambas
têm papel importante e devem ser projetadas levando em consideração a demanda da
vazão pluvial que se ocorre no local. Além disso, a ausência de bocas de lobo e
tubulações para fazer a drenagem, assim como sua manutenção e limpeza, podem
agravar em catástrofes (BOTELHO, 2017).
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a
cidade de Guararapes-SP, apresenta uma população estimada de 33.100 habitantes e
14.3% de domicílios urbanos, referentes a administração municipal, com elementos
adequados de urbanização, tais como bueiros, calçadas, meio-fio e pavimentação.
Comparado com outros municípios de São Paulo, a cidade se encontra na posição 447º
de 645º.
14

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o


município de Guararapes-SP não possui uma colocação baixa de elementos, visto que
ele se enquadra como uma cidade de pequeno porte, mas não se se qualifica entre os
melhores do estado de São Paulo. A origem dos problemas seria a falta de distribuição e
planejamento inicial, realizada em cada localidade, sendo um exemplo de indiligência
com os moradores que sofrem com alagamentos na região. A figura 3 ilustra o problema
abordado, com uma quantidade de precipitação muito baixa, quando comparada a outros
dias do ano.

Figura 3 – Rua Vereador Joaquim Nogueira em dias de baixo índice


pluviométrico em Guararapes-SP

Segundo Tucci (2012), todo impacto acarretado pela falta de planejamento ou


recursos de drenagem, são disseminados por toda população da região afetada, senão em
toda cidade, dependendo da proporcionalidade do problema. As medidas tomadas, como
um todo, sendo administrativas e/ou estruturais, são regidas dentro da própria cidade por
intermédio de legislação municipal ou distrital, portanto, é imposto ao município como
obrigação a gestão local.
15

2. OBJETIVOS

Desenvolver uma solução para os problemas de alagamento no centro


urbanístico da comarca de Guararapes – SP; onde serão projetadas galerias pluviais e
um sistema de drenagem, seguindo os seguintes objetivos:
 Obter dados físicos, como medições de elementos e declividade, utilizando o
mapa topográficos da cidade fornecido pela Prefeitura Municipal de Guararapes-
SP e com o auxílio dos softwares Google Earth Pro e QGIS;
 Calcular a precipitação e vazão, pelo método de chuvas intensas e com bases em
resultados de anos passados, com o uso dos dados fornecidos pelo DAEE
(2018);
 Analisar os elementos que já estão alocados, como outras obras de drenagem,
através da planta do sistema de drenagem do município, fornecida pela
Prefeitura Municipal de Guararapes-SP, para reaproveitamento no processo;
 Estudar a locação dos elementos e traçado, tento como base todos os outros
dados observados, com o intuito de obter uma maior eficaz das funções;
 Dimensionar os elementos de forma a sanar os problemas de alagamento na
região.
16

3. JUSTIFICATIVA

Tendo como base os princípios do saneamento básico, com relação à saúde da


população, destaca-se, neste presente trabalho a drenagem urbana. Contando com a
função de diminuir as preocupações causadas pela ausência desse serviço na
comunidade, como agentes prejudiciais à saúde, foi exposto uma série de soluções que
visam drenar a água da chuva, minimizando o risco de alagamentos.
A drenagem urbana é composta por elementos que se dispõem a captar e
conduzir as águas provenientes da chuva para um destino, como córregos e rios, deste
modo evitando o acúmulo em vias públicas, consequentemente evitando transtornos
como alagamentos e enchentes que por si só são responsáveis por erosões e
assoreamentos no solo, além dos riscos relacionados às doenças transmitidas pela água
parada.
Na implantação dos elementos de drenagem é importante ressaltar para evitar
problemas, atenção ao dimensionar as galerias e outros subsídios de drenagem, em
razão da vazão que irá escoar pela região onde será implantada. O diâmetro da
tubulação deve ser capaz de suportar a vazão.
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4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 SANEAMENTO BÁSICO

De acordo com a Revista EOS (2019), saneamento básico compõem um grupo


de serviços essenciais, como a distribuição de água potável, coleta e tratamento de
esgoto, drenagem urbana e coleta de resíduos sólidos. O saneamento básico tem uma
grande importância se tratando dos seus serviços, tais esses, que são diretamente ligados
a saúde populacional. Portanto, quanto maior o acesso ao saneamento, menor se consta
o índice de mortalidade infantil e internações por doenças gastrointestinais, assim
fornecendo uma melhor qualidade de vida e prolongação dela.
Segundo Conterato et al. (2018), no Brasil o sistema de saneamento é garantido
pela Lei nº. 11.445/2007, responsável por dar diretrizes a fundamentação do saneamento
básico para a população. Em concordância com essa mesma lei, entre as práticas
realizadas, algumas são consideradas “básicas”. Levando em consideração que o próprio
termo se define, a palavra introduzida no contexto, passa a ideia de algo necessário,
como a drenagem urbana, que por sua vez tem a função de evitar grandes transtornos
urbanos, como inundações, alagamentos e enchentes.
Segundo a BRK Ambiental (2019) a importância de cada serviço incluso no
saneamento básico é relativa à saúde, qualidade de vida e ao urbanismo. Esses serviços
são:
 Abastecimento de água potável: Basicamente é o serviço de abastecimento de
água que pode ser consumida e distribuída à população. As casas recebem água
vinda da estação de tratamento (ETA);
 Coleta de lixo e resíduos sólidos: esse serviço trata-se da coleta de lixo nas
casas residências e encaminhamento do mesmo para o local de tratamento e
destino de resíduos sólidos. O processo de separação dos resíduos é feito e
intitulado desta maneira: orgânico, indústrias e recicláveis;
 Drenagem Urbana: responsável pela administração do escoamento pluvial, a
fim de evitar alagamentos e inundações. Toda estrutura de drenagem (galerias,
poços de visita, bueiros e bocas de lobo), precisa ser capaz de esgotar e
direcionar o volume das chuvas.
18

4.2 DRENAGEM URBANA

O sistema de drenagem urbana, é de grande importância para o desenvolvimento


das cidades, aliado as elevadas taxas de concentração populacional e aumentam as
inundações, onde estas se provêm de um acelerado crescimento de poluição urbana,
erosão e assoreamentos (TUCCI, 2003).
Cardoso (2006) diz que os seguintes fatores são essenciais para solucionar
problemas de drenagem urbana:
 Meios legais e institucionais para a elaboração da drenagem urbana;
 Ocupação de áreas de várzeas de inundação, que não entram em conflito com a
drenagem;
 Métodos competentes e recursos financeiros onde se torne possível a execução
dessas diretrizes;
 Organizações competentes que dominem as tecnologias a serem empregadas no
canteiro de obras;
 Grupos organizadores, que visam uma maior comunicação e interação coletivas;
 Entidades que estabelecem normas e leis e que dessas fazem suas devidas
aplicações.

De acordo com Riguetto (2009), nos sistemas de drenagem urbana, a


sedimentação é um fator de grande contribuição no que se diz respeito a contaminação
das águas pluviais; pois expõe a capacidade potencial erosiva, deslocamento do
escoamento superficial, e a inserção de depósitos contaminantes na crosta dos terrenos e
das demais vias públicas de acesso.
Em verdade, este autor visa ainda informar, que em regiões como os litorais,
onde há uma concentração de baixa inclinação, é preciso realizar o dimensionamento de
grandes galerias pluviais, onde deve-se haver uma limpeza rigorosa e periódica, pois
caso não ocorra, vários alagamentos podem ser previstos por não ter capacidade
suficiente de locomoção da água pelas galerias pluviais, e assim perdendo a
funcionalidade do sistema de depósitos de sedimentos.
19

4.2.1 DRENAGEM URBANA NO BRASIL

O processo de escoamento da área urbana no Brasil, tem como referencial um


sistema hídrico de condutos, que não atende as demandas empregadas a tal serviço;
dessa forma a realização de projetos e obras ficam à mercê de uma ação pontual,
sabendo que em um prazo não muito longínquo poderá ocorrer contratempos
(SOUZA,2013).
Segundo Souza (2013), os corpos d’águas devem ser drenados, ou seja, devem-
se criar projetos de solução que envolvam a micro e macrodrenagem, onde estas
serviram de direcionamento para encaminha o curso de água, para pontos mais distantes
das cidades.
Pesquisa realizada indica que aproximadamente cerca de 78,6% dos municípios
brasileiros dispõem do serviço de drenagem urbano, entretanto esse serviço se altera de
acordo da grandeza da população, nas cidades que possuem até 20 mil habitantes,
74,8% usufruem de tal serviço empregado (PNSB,2008).

4.2.2 DRENAGEM URBANA NA CIDADE DE SÃO PAULO-SP

Conforme o Manual de Drenagem e Manejos de Águas Pluviais de São Paulo


(2012), com o aumento em larga escala, a cidade de São Paulo obteve diversas
instabilidades tanto estruturais como ambientais; uma vez que seu solo se encontra
completamente impermeabilizado, o escoamento superficial das águas pluviais encontra
dificuldades para ser drenado, onde não havendo mais com tanta evidência, bosque,
parques, dentre outros aspectos de drenagem natural, as enchentes é vista com mais
frequência na cidade, ocasionando percas para os moradores.
De acordo com o Artigo 2° da Lei Federal 11.445 (2007):
(...). Determina que os serviços de drenagem e manejo
de águas pluviais, dentre os demais departamentos do
saneamento, devem ser previstos em todas as áreas urbanas,
garantindo condições adequadas à saúde pública, segurança a
vida, segurança do patrimônio público e do privado.
Logo, observamos que o escoamento das águas pluviais acontece tendo ou não
um sistema de drenagem; essas águas ocupam espaços encontrados na sua trajetória, e
20

caso não haja a captação ou mesmo a condução da própria ela irá adentrar em um ou em
outro lugar.

4.3 SISTEMA DE MICRODRENAGEM

A drenagem urbana é composta por dois subsistemas que se integram, a fim de


dar composição a urbanização de um local em relação a água da chuva, são eles os
sistemas de microdrenagem e macrodrenagem. A primeira compreende a rede de
condutos (sistema de distribuição primário), construído com a finalidade de captar e
distribuir a água pluvial que deflui sobre o escoamento superficial do local, assim,
conduzindo essas águas vindas de praças, centros e bairros. Seu traçado é pré-definido
pelos seguimentos das ruas, dispondo dos elementos de microdrenagem. Por outro lado,
existe a macrodrenagem, que se define de modo geral a rede de maior porte, onde se
destina as águas conduzidas pelos sistemas de microdrenagem (MIGUEZ; VERÓL;
REZENDE, 2015).
De acordo com os mesmos autores, grande parte dos sistemas de microdrenagem
urbana, são compostos por galerias de secção circular, tendo uma variação do diâmetro
de 0,30m a 1,50m ou retangular, usadas para uma captação mais ampla, dependendo da
necessidade da área. Segundo Cardoso-Neto (1998), as dimensões mínimas são de
0,30m de diâmetro para galerias circulares e 0,50 m de altura para galerias retangulares.
No entanto devesse dar prioridade as normas estabelecidas por cada município, levando
em conta os seguintes critérios: dimensões mínimas e velocidade máxima de
escoamento.
Tendo em vista a determinação da vazão gerada pela água da chuva, através de
um sistema racional que estabelece uma relação entre a chuva e o escoamento
superficial, se dá os critérios essenciais para o dimensionamento dos elementos de
microdrenagem. Nesse processo de dimensionamento é muito importante levar em
conta, também, a capacidade que o elemento destinado a receber essa água, dispõe-se a
suportar de vazão, para que não exceda o limite suportado ou extravasem as calhas
(MIGUEZ; VERÓL; REZENDE, 2015).

4.3.1 TrAÇADO DO SISTEMA DE MICRODRENAGEM


21

Segundo Tucci (2007), a eficaz do projeto de microdrenagem é relativa à sua


funcionalidade, juntamente com o sistema de macrodrenagem, por conseguinte os
subsistemas devem ser capazes de realizar suas funções em conjunto, coletando e
direcionando as águas da chuva para a rede de macrodrenagem, desse modo, exigindo
que ele seja capaz de comportar todo volume afluente. Tudo isso é coerente com o
planejamento do traçado que compreende em toda a rede hidrológica a ser projetada.
De acordo com Miguez, Veról e Rezende (2015), na elaboração do traçado de
microdrenagem em uma ocupação urbana, os seguintes fatores são indispensáveis:
 A topografia da área: a análise desse parâmetro está vinculada a escolha de
melhores caminhos para o escoamento da água. Deve-se levar em conta trechos
com declividades fora dos parâmetros, como áreas 30% declives ou superior, as
recomendações para lugares assim, são, destiná-las a áreas livres, com vegetação
ou exercesse de um trabalho mais detalhista;
 A geologia da área: o estudo da geologia da área, fornece os subsídios
fundamentais para a orientação em obra, tendo como fundamentação prevenir os
riscos de erosões, evitando futuros desmoronamentos;
 O traçado das ruas: é importante ter em mente que o traçado da via é
responsável por estabelecer o caminho do sistema pluvial, suas declividades
longitudinais e transversais e as características dos lotes resultantes;
 O sistema pluvial: elemento que compreende a galerias e outros elementos que
têm como função levar a água da chuva para córregos, riachos e rios. Desse
modo controlando as vazões pluviais e evitando alagamentos e erosões, tanto no
terreno, quanto no pavimento.

4.4 GOOGLE EARTH E QGIS

De acordo com Journal of Environmental Analysis and Progress (2018) a


utilização de geotecnologias tem aumentado gradativamente por conta da dificuldade na
avaliação da cobertura da terra. A partir da integração dos softwares google Earth e
QGIS em conjunto. Pereira, Guimarães e Oliveira (2018) avaliaram o detalhamento da
terra na bacia do córrego Dornelas (MG, Brasil), partindo de discussões sobre o método,
chegaram à conclusão da complementação dos dois softwares e julgaram eficaz, tendo
em vista a alta acurácia na validação de campo apresentada. O método utilizado, no caso
em áreas pequenas, também proporciona grande aplicação para áreas extensas.
22

Em um projeto com intuito de analisar o sistema de drenagem na cidade de


Maringá, Nascimento (2017) fez uso do programa Google Earth, como apoio para a
verificação topográfica da região delimitada, juntamente com o auxílio de um mapa
topográfico fornecido pelo próprio município. De acordo com seu projeto, o software
foi utilizado como ferramenta para pontuar as depressões onde se situam os locais de
alagamento e através dos dados de declividade fornecidos chegar ao escoamento
superficial.
Nas figuras 4 e 5 constam o emprego dos softwares com o uso integrado de
ambos, e de forma individual, apenas com o Google Earth.

Figura 4 – Corte em elevação no Google Earth em Guararapes-SP


23

Figura 5 – Mapa do Google Earth com curvas de nível do QGIS em Guararapes-SP


4.5 Método racional

Segundo Fugita (1980), é apontado como limitação ao método racional, o fato de


que, normalmente só é fornecido um ponto no hidrograma. Desse modo, quando
utilizado para bacias extensas sua eficácia diminuirá, por conta de uma superestimativa
das descargas e consequentemente superdimensionando nas estruturas de drenagem.
Esse fator nos leva a entender o motivo pelo qual a tantas especulações de autores sobre
o limite de área para tal método.
De acordo com o mesmo autor, aponta o uso do método para áreas que não
excedam a 1 km². Uma razão apontada para essa limitação de área, é que, para projetos
de grandes bacias, seria necessário a obtenção dos hidrogramas de cheias e a análise de
perda de intensidade nas descargas de pico, para que os projetos de drenagem sejam
econômicos.
Segundo o Manual de Projeto da Cetesb (DAEE, 1986) citado por Guimarães
(2009), quando o método é devidamente aplicado, seus resultados são satisfatórios. De
acordo com Tucci (1995) citado por Guimarães (2009), os fundamentos para o uso
dessa metodologia são:
 A duração da precipitação máxima de projeto é igual ao tempo de concentração
da bacia. Admite-se que a bacia é pequena para que essa condição aconteça;
24

 O método racional adota um coeficiente único de perdas, conhecido como


coeficiente de “runoff”, que é estimado com base nas características da bacia;
 Não avalia o volume da cheia e a distribuição temporal das vazões.

4.6 BOCAS DE LOBO

De acordo com Miguez, Veról e Rezende (2015), se tratando de bocas de lobo,


quanto a vazão calculada for maior que a capacidade da sarjeta, se torna necessária a
instalação das próprias, ou caixas-ralo, que também são destinadas a captação. A boca
de lobo, como já se sabe, tem como finalidade captar e conduzir as águas da chuva por
meio dos componentes de microdrenagem que implementam o sistema, evitando o
acúmulo na via. A figura 6 apresenta o esquema do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transporte – DNIT (BRASIL, 2006) para os tipos de bocas de lobo.
Esses elementos de captação do sistema de drenagem podem ser dimensionados
de várias maneiras levando em conta a situação da via a ser implantado e o os valores
do método racional de vazão, assim sendo instaladas isoladamente, em conjunto ou até
com depressões, aumentando a área de captação, concebendo variadas tipologias (idem,
2015).
De acordo com Infraestrutura urbana - projetos, custos e construção citado por
Teixeira e Navacchio (2018), são quatro os tipos de bocas de lobo:
 Lateral: utilizada em sarjetas com declividade mais baixa, sendo assim entre 1%
e 5%, usadas na presença de componentes obstrutivos ou quando a vias de
tráfego intenso;
 Com grelha: utilizada com docilidade entre 5% e 10% e sem a presença de
elementos;
 Combinada: usada com declividade de 5% a 10%, para pontos baixos da via;
 Múltipla: usada para declividades acima e em pontos baixos da via.
25

Figura 6 - Tipos de boca de lobo, com diferentes capacidades hidráulicas de captação


(modificado de SMDU, 2012)

Segundo Coelho, Lima (2011), Souza (1986) deu início a um estudo sobre bocas
de lobo, no qual ele analisou e comparou a eficiência de dois modelos de captação
simples, através de um protótipo físico com escalas de 1:1 e 1:3, ambos modelos
utilizados, com declividade entre 5% e 14%, a pesquisa constava em utilizar a presença
de depressão em apenas um dos modelos e analisar sua eficiência. Por meio disso
obteve-se valores entre 50% e 100%, com um aumento de 36% de eficiência para bocas
de lobo com depressão, e nos dois casos houve perda com o aumento de declividade
longitudinal, portando, sua capacidade de esgotamento diminuiu.
De acordo com Fugita (1980) em relação as bocas de lobo em pontos
intermediários, têm-se como critério, para escolha de espaçamento entre elas, a
porcentagem de captação do primeiro ponto para o segundo, de modo que 90% a 95%
da vazão seja captada pela primeira boca, deixando a parcela restante para a boca
jusante, deste que, não seja excedente a sua capacidade.
De acordo com o mesmo autor, para bocas de lobo em pontos baixos, no caso,
quando à mudança de declividade longitudinal, de positiva para negativa, a boca de lobo
26

funcionara como uma seção de escoamento. As bocas recomendadas para essa situação,
além de cautela, são as simples ou combinadas, com um adicional de segurança relativo
a possíveis obstruções. Tendo em vista a situação de escolha para espaçamento de bocas
de lobo em pontos intermediários, não é necessário o uso do meio, levando em conta
uma boca de lobo em um cruzamento, na curvatura da guia, pois sua enxurrada
continuaria atravessando a via até o próximo ponto de captação do outro lado.

4.6.1 GRELHA PARA BOCAS DE LOBO

Conforme Fugita (1980) as grelhas são os elementos que dão composição as


bocas de lobo denominadas de combinadas, cuja função é aumentar o esgotamento
delas. Estudos da Universidade de Johons Hopkins, apresentam, que, a capacidade
teórica esgotada pela boca de lobo combinada é, aproximadamente equivalente a
somatória das vazões separadamente.
A possibilidade de obstrução das grelhas com barras longitudinais não é nula,
mas diminui os riscos. Buscando diminuir esse risco, recomenda-se evitar o uso de
barras com arestas vivas, optando por lisas e arredondadas. No entanto, se tratando de
grelhas para pontos baixos, sugere-se que tenham um espaçamento maior entre as
barras, para evitar obstrução, de modo a não ultrapassar 2,5 cm, prevenindo acidentes
com bicicletas ou crianças (FUGITA, 1980).

4.6.2 POÇOS DE VISITA

Segundo Botelho (2017), dentre os elementos que compõem o sistema de


drenagem os poços de visita são aqueles que tem como principal objetivo a inspeção,
limpeza e desobstrução das galerias subterrâneas, desse modo por intermédio de um
trabalho manual de operários, que adentram essa instalação, ou por uso de equipamento
mecânico. Esses elementos de drenagem são destinados para os seguintes locais:
 Cruzamentos de ruas;
 Quando a galeria tem o diâmetro de um de seus tubos aumentado;
 Quando ocorre mudança de direção de galeria;
 A montante da rede (quando a rede nasce);
 trechos muito longos de galeria sem inspeção.
27

Na figura 7 pode-se observar um exemplo de poço de visita mais utilizado.

Figura 7 – Corte vertical do poço de visita (Botelho, 2017)

Em concordância com Botelho (2017) no que se refere a sua instalação, tem-se


que, em cidades planas com um índice baixo de declividade, na qual se decorre muitos
entupimentos na rede de drenagem, devido a um nível menor na velocidade da água que
ocorrem, é recomendado que haja uma maior densidade na quantidade de poços de
visita. É previsto que em cidades com declividade maior, essa densidade possa diminuir.

4.6.3 TUBULAÇÃO

Segundo Netto (1998), a tubulação é um conjunto de vários tubos, onde possuem


estruturas circulares, que tem como objetivo transportar os fluidos presentes; e em sua
grande maioria são feitos de concreto, uma vez que, dessa forma será facilitada sua
limpeza.
De acordo com a NBR 8890 (2008), a tabela 1, faz a exposição das dimensões
dos tubos para o transporte de águas pluviais.
28

Tabela 1 - Dimensões dos tubos para águas pluviais com encaixe e bolsa ou macho e
fêmea
Diâmetro Comprimento útil Comprimento Folga Espessura mínima
nominal mínimo do tubo L mínimo da bolsa máxima de parede D+
DN ou da fêmea B do
Ponta e Macho e Ponta e Macho encaixe Simples Armado
Bolsa Fêmea Bolsa e C
Fêmea
200 1000 950 50 20 30 30 -
300 1000 950 60 20 30 30 45
400 1000 950 65 20 30 40 45
500 1000 950 70 20 40 50 50
600 1000 950 75 20 40 55 60
700 1000 950 80 35 40 - 66
800 1000 950 80 35 40 - 72
900 1000 950 80 35 40 - 75
1000 1000 950 80 35 40 - 80
1100 1000 950 80 35 50 - 90
1200 1000 950 90 35 50 - 96
1300 1000 950 90 35 50 - 105
1500 1000 950 90 35 60 - 120
1750 1000 950 100 35 60 - 140
2000 1000 950 100 35 60 - 180
Continua...

Onde: C é a diferença entre o diâmetro interno mínimo da bolsa (ou fêmea) do tubo e o
diâmetro externo da ponta (ou macho) do tubo.
Nota 1: O atendimento às dimensões estabelecidas nesta tabela não elimina a necessidade de
verificação dos requisitos de resistência a compressão diametral e demais requisitos
estabelecidos nesta norma.
Nota 2: As espessuras mínimas definidas nesta tabela são validas para a menor classe de
resistência prevista nesta norma (PS1 OU PA1).
Para resistência superiores, deve ser apresentado projeto especifico.
Fonte: NBR 8890 (2008).

Por conseguinte, a NBR 8890 (2008), salienta ainda as figuras de encaixe de


ponta e bolsa ou macho e fêmea dos tubos de concreto, conforme apresentado da figura
8.
29

Figura 8 – Sem corte longitudinal típico de tubos com encaixe ponta e bolsa e macho e
fêmea (NBR 8890, 2008)

Até este momento a NBR 8890, orienta que para a aquisição dos tubos de
concreto para águas pluviais, tais elementos devem atender as implicações do projeto,
onde deve ser feita a averiguação do material antes que ele seja transportado. O
adquirente deve apresentar alguns requisitos básicos para a obtenção do material, tais
como:
 Classe de resistência do tubo;
 Nome e local da Obra;
 Utilização prevista (água pluvial ou esgoto sanitário);
 Diâmetro nominal interno (DN);
 Tipo de junta rígida se for água pluvial ou elástica se for água pluvial ou esgoto
sanitário);
 Tipo de encaixe (ponta e bolsa ou macho e fêmea);
 Desenho em planta e perfil;
 Grau ou classe de agressividade (meio interno e externo da peça);
 Método executivo (equipamentos de compactação de aterro, base de
assentamento.);
 Cargas (móvel, acidental, especiais).
30

Em suma, a NBR 8890 (2008), estabelece que não deve haver qualquer defeito
visível a olho nu, uma vez que as superfícies internas e externas devem sem perfeitas,
sem haver retoques de concreto, a fim de esconder qualquer danificação na peça.

4.6.4 Dados integrais da cidade de Guararapes-SP

Conforme os dados apresentados pelo Índice Paulista de Responsabilidade


Social (IPRS), podemos analisar os seguintes dados gerais do município de Guararapes-
SP, onde serão de suma importância para o projeto em questão (Tabela 2).

Tabela 2 - Dados do município de Guararapes-SP, de acordo com a Fundação


Área (km²) 955,64
População (Hab.) 32.160
Densidade Demográfica (Habitantes/ km²) 33,65
Taxa Geométrica de Crescimento Anual da
0,46
População - 2010/2021 (% a.a.)2021
Grau de Urbanização (%) 94,14
Grupo 1 – Municípios que geram
Índice de Paulista de Responsabilidade
riqueza e alcançam indicadores médios
Social - IPRS (2019)
ou altos nas outras dimensões.
Fonte: SEADE (2018/2019)

4.7.1 HABITAÇÃO E INFRAESTRUTURA URBANA DE


GUARARAPES-SP

Segundo os dados coletados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados


(SEADE, 2018/2019), poderá ser analisado os índices de Habitação e Infraestrutura
Urbana do município de Guararapes-SP (Tabela 3).

Tabela 3 - Habitação e infraestrutura urbana de Guararapes-SP

Coleta de lixo - Nível de Atendimento - Censo demográfico (%) 99,84

Abastecimento de Água - Nível de Atendimento - Censo demográfico (%) 99,58

Esgoto Sanitário - Nível de Atendimento - Censo Demográfico (%) 99,12


Fonte: (SEADE, 2010)
31

Os dados apresentados anteriormente, apresentam que a cidade possui uma


excelente infraestrutura e um ótimo índice de urbanização se comparado com algumas
outras cidades do estado de São Paulo.

4.7.2 DADOS FÍSICOS DE GUARARAPES-SP

De acordo com a Prefeitura Municipal de Guararapes-SP, município está


localizado entre duas bacias hidrográficas, Rio Tietê e Rio Aguapeí (Rio Feio),
entretanto as águas são dívidas e encaminhadas para o lado baixo do rio Tietê (Figura
9).

Figura 9 - Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê, segundo o Sistema Integrado de


Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Fonte: SIGRH (2010).
32

1. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 CÁLCULO DA VAZÃO PELO MÉTODO RACIONAL

Segundo Fugita (1980) o método racional é adotado para áreas de drenagem


inferiores a 1 km², normalmente recomendadas para dimensionamento de galerias e
avaliação do escoamento superficial. Ele é representado pela equação 1, na qual se
estabelece uma relação entre a chuva e o escoamento superficial.

Q=C . I . A (1)

Onde:
Q : o deflúvio superficial direto máximo em l/s;
C : o coeficiente de “runoff”, isto é, a relação entre deflúvio superficial direto
máximo em mm/min e intensidade média da chuva também em mm/min (tabela
4);
I : a intensidade média da chuva em mm/min, para uma duração de chuva igual
ao tempo de concentração da bacia em estudo. Esse tempo é, usualmente, o
requerido pela água para escoar desde o ponto mais remoto da bacia até o local
de interesse (Tabela 5);
A : área da bacia em hectares (ha).

5.1.1 COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL


(RUNOFF)

A tabela 4, fornece a variável (C), da equação 1, esse valor é o menos preciso e


requer muito cuidado quanto a sua escolha. O coeficiente integra os principais efeitos
relativos ao escoamento superficial, tais esses que podem afetar não só em questão ao
tempo, mas também o abrangimento do deflúvio (FUGITA, 1980)
33

Tabela 4 - Coeficiente de escoamento superficial


Descrição da área Coeficiente de “RUNOFF”
Área comercial
 Central 0,70 a 0,95
 Bairros 0,50 a 0,70
Área residencial
 Residências isoladas 0,35 a 0,50
 Unidade múltiplas (separadas) 0,40 a 0,60
 Unidade múltiplas (conjugadas) 0,60 a 0,75
 Lotes com 2.000 m² ou mais 0,30 a 0,45

Área com prédios de apartamento 0,50 a 0,70


Área industrial
 Indústrias leves 0,50 a 0,80
 Indústrias pesadas 0,60 a 0,90
Parques, cemitérios 0,10 a 0,25
“Playgrounds” 0,20 a 0,35
Pátios de estradas de ferro 0,20 a 0,40
Áreas sem melhoramentos 0,10 a 0,30
Fonte: FUGITA (1980)

5.1.2 Intensidade média de precipitação pluvial

De acordo com DAEE (2018) a esquematização da tabela 5, foi realizada por


Martinez e Magni (1999), seguindo os seguintes parâmetros de coordenadas: latitude
20°54’37’’S; longitude 51°22’35’’W; altitude; 370 m. O processo foi realizado em um
período de 25 anos (1972-1996), adotando como recurso a fórmula 2. Foi adotado para
o caso, a duração (t ) de 10 minutos e o período de retorno (T ) de 25 anos.

−0,8831
i t , T =40,37 ( t+30 )
−0,8936
+14,76 ( t +30 ) . (2)

Onde:
i : intensidade da chuva, correspondente à duração t e período de retorno T, em
mm/min;
t = duração da chuva, em minutos;
T = período de retorno, em anos.
34

Tabela 5 - Previsão de máximas intensidades de chuvas, em mm/h, em Andradina - SP


Duração t Período de retorno T (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
10 100,5 122,6 137,3 145,6 151,4 155,9 169,7 183,3 196,6
20 78,0 94,9 106,1 112,5 116,9 120,3 130,8 141,2 151,6
30 64,1 78,0 87,3 92,5 96,2 99,0 107,6 116,2 124,8
60 42,3 51,9 58,3 61,9 64,4 66,3 72,3 78,2 84,1
120 25,8 32,1 36,3 38,7 40,4 41,6 45,6 49,5 53,4
180 18,8 23,7 27,0 28,8 30,1 31,1 34,1 37,2 4,2
360 10,6 13,8 15,9 17,0 17,9 18,5 20,5 22,4 24,3
720 5,9 7,9 9,2 9,9 10,5 10,9 12,1 13,4 14,6
1080 4,1 5,7 6,7 7,2 7,6 8,0 8,9 9,8 10,8
1440 3,2 4,5 5,3 5,8 6,1 6,4 7,2 7,9 8,7
Fonte: DAEE - CTH (2018).

O uso dos dados referentes ao município de Andradina – SP na tabela 5, tem


como motivo, a ausência de materiais. Segundo Silva et al. (1999), Martinez Júnior
(1999), Costa e Brito (1999) citado por Oliveira et al. (2000) o método de chuvas
intensas, depende dos dados pluviométricos, tais esses que, apresenta grandes
dificuldades de obtenção, devido aos obstáculos envolvendo a trabalhabilidade do
processo, do mesmo modo, de formar a também dar explicação a baixa densidade de
material, tem-se o pequeno período de observação e ausência de estação meteorológica
na cidade em questão. Com tudo, foi adotado os dados pertinentes ao município mais
próximo, no qual se disponibilizava das informações necessárias.

5.1.3 ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO

Segundo a Prefeitura Municipal de Guararapes-SP, a partir das plantas de


topografia e sistema de drenagem proporcionada pelos mesmos, e com o auxílio dos
softwares Google Earth e QGIS, pôde-se determinar os sentidos de escoamento das
águas nas guias e sua declividade, assim sendo possível a determinação das áreas de
contribuição do local de estudo e o posicionamento dos elementos que iram constituir a
formulação do projeto.

5.2 CAPACIDADE TEÓRICA PARA SARJETAS

Em conformidade com Fugita (1980) o nomograma da Figura 11 e a fórmula 3,


servem como subsídios para o cálculo de escoamento em sarjetas triangulares,
35

independentemente um do outro, mas com função de obter o mesmo valor. O


nomograma leva em conta dados mais comuns e possíveis, para configurações de uma
sarjeta. De modo a simplificar os cálculos, a partir dele e de uma série de dados é
possível a formulação de gráficos para condições especificas da rua. O coeficiente de
rugosidade a ser adotado na maioria dos casos é de n = O, O 16, conforme é apresentado
na Tabela 8.
Segundo Fugita (1980) o uso do nomograma da figura 2, pode ser feito de tal
maneira:
 Conhecido o valor de i , traça-se uma horizontal até tocar na linha referente a n ;
 Em seguida, a partir desse ponto, traça-se uma vertical até a reta referente a z ;
 E a partir deste ponto uma horizontal até y (cm)que vai informar o valor de Q
(l/s).

1 8
Z 2 3 (3)
Q 0=0,375. ()
n
.i . y

Onde:
Q0: vazão que escoa na sarjeta (m³/s);
Z : inverso da declividade transversal (fórmula 4);
n : coeficiente de rugosidade Manning;
i : declividade longitudinal da rua;
y : profundidade da lâmina de água na sarjeta, na seção imediatamente a
montante da boca de lobo (m).

Utilizou-se a equação 4, 5, 6 e 7, segundo Fugita (1980), como apoio para obter


os dados que serão usados no nomograma da figura 11.

Z=tgθ (4)

' '
Z =tg θ (5)

W =Z ( y − y ') (6)
36

' W (7)
y =y−
Z

Onde:
θ : ângulo formado entre o plano da depressão e o plano vertical, referente a
sarjeta;
θ ' : ângulo formado entre o plano da superfície do pavimento e o plano vertical (

' 1
tgθ = );
it
it : declividade transversal do pavimento da rua;
W : largura da grelha, da depressão ou sarjeta (m);
y : profundidade da lâmina de água na sarjeta, na seção imediatamente a
montante da boca de lobo (m).

5.2.1 CAPACIDADE ADMISSÍVEIS DA SARJETA

A capacidade admissível da sarjeta deve ser calculada pelo somatório das vazões
teóricas, tais essas que são obtidas utilizando o nomograma da figura 11 ou a fórmula 3,
e combinando as dimensões calculadas nas equações 4, 5, 6 e 7, como é representado na
figura 10. Sua equação pode ser denotada desta maneira:

Q0=Q 1−Q2+ Q3 (8)

Onde:
Q0: vazão que escoa na sarjeta (m³/s).
37

Figura 10 - Esquema de combinações para obter vazão total (modificado de Fugita,


1980)
38

Figura 11 – Nomograma para cálculo escoamento em sarjetas triangulares (modificado


de Fugita, 1980)

5.2.2 DESCARGA ADMISSÍVEL

De acordo com Fugita (1980) A descarga admissível deve ser calculada


multiplicando-se a capacidade teórica pelo fator de redução correspondente, ao obtido
na figura 12, em relação à declividade longitudinal. Esse fator de redução tem por
objetivo levar em conta a menor capacidade efetiva de descarga das sarjetas de pequena
declividade, devido as possibilidades de sua obstrução por material sedimentares, bem
como os riscos para os pedestres, no caso das sarjetas com grande inclinação, em
virtude da velocidade de escoamento elevada.
39

Figura 12 – Fator de redução da capacidade de escoamento da sarjeta (modificado de


Fugita, 1980)

5.2.3 PROFUNDIDADE ADMISSÍVEL

Conforme Fugita (1980) a profundidade admissível e a área inundada, no que


desrespeito a chuva máxima de projeto, devem ser seguidas de acordo com os critérios
da Tabela 6.
40

Tabela 6 - Inundação máxima admissível para as condições de chuva máxima de


projeto
Classificação
Profundidade admissível e áreas inundáveis
da rua
Construções residenciais, edifícios públicos, comerciais e
Secundaria e industriais, não devem ser atingidos, a menos que sejam à prova de
Principal inundação. A profundidade de água na sarjeta não deve exceder 45
cm
Construções residenciais, edifícios públicos, comerciais e
industriais, não devem ser atingidos, a menos que sejam à prova de
Avenida e Via inundação. A profundidade da água na crista das ruas não de
expressam exceder 15 cm, para permitir a operação de veículos de socorro de
emergência. A profundidade da água na sarjeta não deve exceder a
45 cm.
Fonte: Fugita (1980)

5.3 COEFICIENTE DE REDUÇÃO

De acordo com Fugita (1980) no que desrespeito a parte pratica da obtenção de


esgotamento, a tabela 7, serve como compensatório dos seguintes critérios:
 Obstrução causadas por detritos escoados junto a fluente;
 Irregularidades dos componentes de escoamento superficial;
 Hipóteses de cálculo que fogem da realidade.

Tabela 7 – Coeficientes de redução das capacidades das bocas de lobo


Localização nas % permitida sobre o valor
Tipo de boca de lobo
sarjetas teórico
Ponto baixo Simples 80
Ponto baixo Com grelha 50
Ponto baixo Combinada 65
Ponto Simples
80
intermediário
Ponto Grelha longitudinal
60
intermediário
Grelha transversal, ou
Ponto
longitudinal com barras 50
intermediário
transversais

Ponto 110% dos valores indicados


Combinada
intermediário para a grelha correspondente

Fonte: Fugita (1980)


41

5.4 ESGOTAMENTO DA BOCA DE LOBO

Fugita (1980) aponta, que, para encontrar o valor de esgotamento da boca de


lobo, basta utilizar o nomograma da figura 13, que é baseado em resultados obtidos pelo
“Bureau of Public Roads”, só utilizado para resultados referentes a bocas de lobo
simples, com depressão de 5 cm, localizada em pontos baixos das sarjetas. Para obter
esse resultado basta traçar uma reta que tangencie os pontos reconhecidos como a altura
da abertura da guia (h), comumente atotado no valor de 15 cm.

Figura 13 – Nomograma da capacidade de esgotamento das bocas de lobo simples com


depressão de 5cm em pontos baixos das sarjetas (modificado de Fugita, 1980)
42

Utilizou-se a equação 9, segundo Fugita (1980), para obter o comprimento


mínimo da boca de lobo.

Q0
L≅ (9)
(figura 13)

Onde:
L: comprimento mínimo da boca de lobo (m);
Q0: vazão que escoa na sarjeta (m³/s) (equação 8);
Utilizou-se a equação 10, segundo Fugita (1980), para obter a vazão esgotada
pela boca de lobo.

Q=( figura13). L (10)

Onde:
Q : vazão esgotada pela boca de lobo (l/s);
L: comprimento mínimo da boca de lobo (m) (equação 9);

5.4.1 ESGOTAMENTO DA GRELHA

De acordo com Fugita (1980), com base em experiências realizadas pelo “United
States Corps of Engineers”, tem-se que, as grelhas possuem um funcionamento muito
semelhante à de um vertedor de soleira livre, mas isso somente para uma lâmina de
altura abaixo de 12 cm, partindo desse valor até 42 cm, o funcionamento é indefinido,
assim ficando a critério do projetista. A grelha passa a ter função de orifício a partir dos
42 cm. A figura 14 é composta por essas duas condições, e os gráficos apresentados nas
figuras 14 e 15, tem base nas seguintes equações:

Para y < 0,12 m (Figura 14):

Q 1,5
=1,655. y (11)
p

Para y > 0,42 m (figura 15):


43

Q 0,5
=2,91. y (12)
Au

Onde:
Q
: capacidade da grelha (l/s.m) (figura 14);
p
Q
: capacidade da grelha (l/s.m²) (figura 15);
Au
p: perímetro da grelha (m) ( p=2.(a1 +a 2));
Au : área útil da grelha (m²) ( Au =n . a1 . e );
n : n° de espaçamentos entre a grelha.

Figura 14 – Capacidade de esgotamento das grelhas localizadas em pontos baixos das


sarjetas: grelha livre e afogada (modificado de Fugita, 1980)
44

Figura 15 – Capacidade de esgotamento das grelhas localizadas em pontos baixos das


sarjetas (modificado de Fugita, 1980)

5.4.2 ESGOTAMENTO DA BOCA DE LOBO COMBINADA

De acordo com Fugita (1980), dando continuidade ao cálculo de esgotamento


real das bocas de lobo com grelha, com base nos valores obtidos nas figuras 14 e 15,
dependendo da altura da lâmina de água, temos as seguintes equações:
Para a lâmina de água sobre a grelha:
y= y 0+ a (13)
Para a capacidade da grelha (figuras 14 ou 15):
Au .( valor obtido nas figuras 14 ou 15) (14)
Para a capacidade da boca de lobo combinada:
Q= ( valor equação 14 ) +(valor quação 10) (15)
Para a capacidade real do esgotamento para boca de lobo combinada:
Q= ( valor equação 15 ) .(valor tabela 4 ) (16)
Para verificar que as dimensões adotadas são satisfatórias, compara-se Q>Q0.
45

5.5 DIÂMETRO DOS CONDUTORES

Azevedo Netto (1998), indica a formulação de Manning (1890) para calcular o


diâmetro dos condutos, que se inicia desde o poço de vista e tende a ser finalizado no
ponto que assim desejar.

1 8 /3 1 /2
Q= .0,312 D . I (17)
n

Onde:
Q = vazão de escoamento na seção, em m³/s;
n = valores apresentados mediante a natureza das paredes dos condutos (tabela
8);
D = diâmetro, em m;
I = declividade;

5.5.1 NATUREZA DAS PAREDES

Azevedo-Netto (1998), em conformidade com a tabela 8, são determinados os


valores usuais e específicos da natureza das paredes de condutos. Onde, emprega-se
0,016, em consonância com as especificações de canais com reboco de cimento não
muito alisado e pequenos depósitos no fundo; revestidos por madeira não aplainada; de
alvenaria construída com esmero; de terra, sem vegetação.

Tabela 8 - Natureza das paredes dos condutos

Nº. Natureza das paredes


Canais de chapas com rebites embutidos, juntas perfeitas e águas limpas. Tubos
1 0,011
de cimento e de fundição em perfeitas condições
Canais de cimento muito liso de dimensões limitadas de madeira aplainada e
2 lixada, em ambos os casos; trechos retilíneos compridos e curvas de grande raio 0,012
e água limpa. Tubos de fundição usados
Canais com reboco de cimento liso, porém com curvas de raio limitado e águas
3 não completamente limpas: construídos com madeira lisa, mas com curvas de 0,013*
raio moderado
46

Canais com paredes de cimento não completamente liso: de madeira com o n.º.2,
4 0,014
porém com traçado tortuoso e curvas de pequeno raio e juntas imperfeitas

Continua...

Canais com parede de cimento não completamente lisas, com curvas estreitas e
5 0,015
águas com detritos; construídos de madeira não aplainada de chapas rebitadas

Canais com reboco de cimento não muito alisado e pequenos depósitos no fundo;
6 revestidos por madeira não aplainada; de alvenaria construída com esmero; de 0,016
terra, sem vegetação
Canais com reboco de cimento incompleto, juntas irregulares, andamento
7 tortuoso e depósitos no fundo; de alvenaria revestindo 0,017
taludes não bem perfilados
8 Canais com reboco de cimento rugoso, depósito no fundo, musgo nas paredes e 0,018
traçado tortuoso
Canais de alvenaria em más condições de manutenção e fundo com barro, ou de
9 alvenaria de pedregulhos; de terra, bem construídos, sem vegetação e com curvas 0,020
de grande raio
Canais de chapa rebitadas e juntas irregulares: de terra, bem construídos com
10 0,022
pequenos depósitos no fundo e vegetação rasteira nos taludes
11 Canais de terra, com vegetação rasteira no fundo e nos taludes 0,025
Canais de terra, com vegetação normal, fundo com cascalhos ou irregular por
12 0,030
causa de erosões; revestidos com pedregulhos e vegetação
13 Alvéolos naturais, cobertos de cascalhos e vegetação 0,035

14 Alvéolos naturais, andamento tortuoso 0,040


*valor usual para coletores de esgoto de qualquer natureza
Fonte: Azevedo Netto (1998)
47

1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 CÁLCULO DA VAZÃO

Segundo Fugita (1980), por meio do coeficiente de escoamento superficial da


bacia, a intensidade média de chuva em mm/min e a área total da bacia, foi encontrado a
vazão do trecho escolhido para esse projeto, através da equação 1.

Q=C . I . A (1)

6.1.1 CÁLCULO DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO

Por intermédio do apêndice A, no qual tem-se o sistema de microdrenagem do


município, tal esse que foi disponibilizado pela prefeitura de Guararapes-SP e do
software Google Earth, foi estabelecida a área total de contribuição da bacia, na qual foi
adotado um método de divisão, assim sendo área 1 ( A1 ) e área 2 ( A2 ).
Onde:
A1=159.746,93 m ² ;
A2=41.949,51 m² ;

Com o intuito de não superdimensionar a tubulação do projeto, já que, se fosse


utilizado a área total, o cálculo de vazão atenderia aquela dimensão, portanto, foi
adotado um método de divisão da área total. Desse modo o diâmetro da tubulação foi o
necessário para cada trecho. Dadas circunstâncias, utilizou-se a seguintes características
para o cálculo da vazão.
Onde:
C=60 %=0,60 ;
3
i=155,9 mm /h=4,330 x 10 m / s;
−5

Para o coeficiente de escoamento superficial (C), utilizou-se 60% devido às


características observadas por meio da tabela 4, na equação 1 o valor de (C) deve ser
utilizado como 0,60. A intensidade média (i) foi encontrada por meio da tabela 5, de
48

acordo com as características: tempo de chuva como 10 minutos e período de retorno de


25 anos, o valor encontrado em mm/h foi transformado em m³/s como pede a equação 1.

Onde a vazão da ( A1) foi:


Q1=C .i . A (1)
Q1= 0,60. 4,330 x 10−5 . 159.746,96
Q1 = 4,150 m³/s = 4.150,22 l/s

E a vazão da ( A2) foi:


Q2=C .i . A (1)
Q 2= 0,60. 4,330 x 10−5 . 41.949,51
Q 2 = 1,089 m³/s = 1.089,84 l/s

Sendo assim, a vazão total do trecho resultou-se em:


Q total = Q1 + Q2
Q total = 4,150 + 1,089
Q total = 5,239 m³/s = 5.239 l/s

As vazões foram transformadas de m³/s para l/s, pois no cálculo da quantidade


de bocas de lobo, os valores utilizados são em l/s

6.2 CAPACIDADE TEÓRICA PARA SARJETAS

Por conta da variação nos valores de vazão da sarjeta, obtidos através do


nomograma da figura 11, foi utilizado a equação 3, que segue os mesmos parâmetros.
Ressaltando que isso não afetou o valor, porque o nomograma, nada mais é que um
meio alternativo do mesmo cálculo, então só foi utilizado para meios comparativos, de
modo a ter certeza do cálculo.
Onde:

1 8
Z 2 3 (3)
Q 0=0,375.()
n
.i . y
49

Q0=Q 1−Q2+ Q3 (8)

De acordo com Fugita (1980) a capacidade admissível da sarjeta é dada pelo


somatório das vazões teóricas equação 8, que foram obtidas através da fórmula 3,
combinando as dimensões encontradas em campo.
Onde:
y=14 cm;
'
y =10 cm ;
θ=4,5 ;
'
θ =8,7 ;
i=2,20 %=0,022 m/m;

Todo o trecho, seguia as mesmas dimensões nos pontos estabelecidos para as


bocas de lobo. A partir desses dados obtivemos a declividade transversal. Já a
declividade horizontal foi obtida por meio do software Google Earth, no qual foi
escolhido o maior valor do trecho, assim garantindo a segurança do sistema.
Sendo assim:

1 8
Z 2 3 (3)
()
Q 0=0,375.
n
.i . y

Onde a capacidade teórica da sarjeta (Q1) resultou-se em:


1 8
4,5
Q1=0,375. ( 0,016 )
. 0,022 2 .0,14 3 (3)

m3
Q1=0,082 =82,00 l/ s
s

Onde a capacidade teórica da sarjeta (Q 2) resultou-se em:


1 8
4,5
Q2=0,375. ( 0,016 )
.0,022 2 .0,10 3 (3)

3
m
Q2=0,033 =33,00l/ s
s

Onde a capacidade teórica da sarjeta (Q3) resultou-se em:


50

1 8
8,7
Q 3=0,375. (
0,016 )
.0,022 2 . 0,10 3 (3)

m3
Q3=0,065 =65,00l /s
s

Sendo assim, a vazão total da sarjeta, levando em conta os dois lados da via,
resultou-se em:
Q0=Q 1−Q2+ Q3
Q0=82,00−33,00+65,00
Q0=114,00 l/s
Q0=2. 114,00 l/s
Q0=228,00l/ s

6.3 ESGOTAMENTO DA BOCA DE LOBO

Segundo Fugita (1980), através do nomograma apresentado na figura 13, obteve-


se a capacidade de esgotamento. Seguindo o conhecimento de que, a lâmina de água
ultrapassa o limite da sarjeta e com base em dados coletados, obtivemos o valor da
lâmina ( yo ), no valor de 22 cm. E a abertura da guia (h), adotado no valor de 10 cm,
para não ultrapassar a sarjeta, já que a altura dela no ponto ( y ), é de 14 cm.
Onde, através do nomograma da figura 13, foi encontrado o valor de
esgotamento da boca de lobo:
yo=22 cm ;
yo 22
= =2,20 ;
h 10
Q/ L = 140 l/s.m;

Segundo Fugita (1980), o coeficiente de redução só foi aplicado após o


somatório da vazão da boca de lobo e da grelha, levando em conta que, após esse
somatório a boca de lobo passou de simples para combinada, então seu coeficiente seria
outro.
Para obter o esgotamento da boca lobo seguindo a equação 10, calculou-se o
comprimento mínimo da boca de lobo (L), por meio da equação 9, na qual foi
necessário o valor da capacidade admissível da sarjeta (Q0).
51

Onde:

Q0
L≅ (9)
(figura 13)

Q=( figura13). L (10)

Sendo assim o valor do comprimento mínimo ( L) e da vazão (Q ), resultou-se


em:
228,00
L≅ =1,62 m
140

Q=140 x 1,62=228,00 l/s

6.3.1 ESGOTAMENTO DA BOCA DE LOBO COMBINADA

De acordo com Fugita (1980) a Universidade Johns Hopkins aponta que a


capacidade teórica de esgotamento das bocas de lobo combinadas é aproximadamente
igual à soma das vazões da grelha e guia isoladamente. Sendo assim, foi feito o
somatório de ambas para aumentar a capacidade com uma boca de lobo combinada.
Consta-se no Manual de Drenagem Urbana de Denver, que, o funcionamento da grelha
é considerado como orifício a partir de y=7,5 cm , sendo recomendado a utilização do
nomograma da figura 15, para calcular a vazão da grelha. Além desse nomograma, se
fez necessário os seguintes cálculos:

Para lâmina de água sobre a grelha:

y= y 0+ a (13)

No cálculo da área útil ( Au ), é importante ressaltar que só foi utilizado a abertura


da grelha, portanto, excluiu-se a área total correspondente às barras.
Onde:
Au =n . a1 . e
Para a capacidade da grelha, foi utilizado a figura 15:
52

Au .(valor obtido na figura 15) (14)


Para a capacidade da boca de lobo combinada:
Q= ( valor equação 14 ) +(valor quação 10) (15)
Para a capacidade real do esgotamento para boca de lobo combinada:
Q= ( valor equação 15 ) .( valor tabela 4 ) (16)

y=22+5=27 cm
Au =4.1,46 .0,025 = 0,14 m²
0,14.1160=162,40 l/s
Q=162,40+ 228,00=390,40 l/s
Q=390,40 . 0,65=253,76l /s

As dimensões adotadas foram satisfatórias, pois Q>Q0 : 253,76 l/s > 228,00 l/s

6.3.2 QUANTIDADE DE BOCAS DE LOBO

Azevedo-Netto (1998) relata que para encontrar a quantidade de bocas de lobo é


necessário saber qual vazão cada boca de lobo atende.
Foi calculada a quantidade de bocas de lobo em cada área de contribuição de
acordo com a vazão encontrada no cálculo acima suportada pelas bocas de lobo, sendo
assim encontrou-se a quantidade de bocas de lobo pelo cálculo da vazão da área 1
dividido pela vazão de cada boca de lobo, portanto para área 1 ¿):
Q1
Bocas de lobo ( A1) =
QBL
4150,22
Bocas de lobo ( A1) = = 17 un
253,76
E, calculou-se a quantidade de bocas de lobo para ¿):
Q2
Bocas de lobo ( A2) =
Q BL
1089,84
Bocas de lobo ( A2) = = 5 un
253,76
53

Para o projeto levou-se em consideração as bocas de lobo já existentes no trecho


da cidade de Guararapes-SP, sendo assim, foram locadas o número de bocas de lobo que
faltavam em cada área, em pontos estratégicos.
Comparado com o trabalho de Teixeira e Navacchio (2018), podemos observar
uma diferença nos valores de vazão, isso porque, as dimensões deles foram pré-
estabelecidas com base em valores normalmente adotados, ou alguma norma de
dimensionamento cobrada pelo município, no nosso caso a vazão foi definida com base
na lâmina da chuva naquela região, desde modo, garantindo que boca de lobo de conta
daquela quantidade de água. Também pelo motivo de termos adotados bocas de lobo
com grelha e depressão de 5 cm, desde modo, aumentando a capacidade de esgotamento
e minimizando a quantidade de bocas.

6.4 DIÂMETRO DA TUBULAÇÃO

Encontrou-se o diâmetro da tubulação com a fórmula de Manning (1890).


1 8 /3 1 /2 (
Q= .0,312 D . I
n
17)

A vazão (Q) corresponde as vazões encontradas por meio das áreas 1 e 2; a


natureza das paredes (n ¿ foi descoberta de acordo com as características da tubulação,
por meio da tabela 8; e a declividade ( I ¿ foi identificada através do software Google
Earth. Para o diâmetro da área 1 ( A1) tem-se:
Q = 4,150 m³/s;
n = 0,016;
I = 0,022 m/m;

Sendo assim:
1
Q1= .0,312 D8 /3 . I 1/ 2 (3)
n
1
4,150 = .0,312.𝐷18/3 .0,0221/2
0,016
4,150
𝐷1 =

8 /3

2,90
𝐷1 = 1,143 m ⋍ 1,20 m
54

Na equação 17, foi considerada a pior declividade do trecho. O diâmetro do tubo


encontrado para a área 1 ( D1) foi o de 1,143 m, como a tabela 2 exemplifica, os tubos
são fabricados em diâmetros estipulados pela NBR 8890 (2008), portanto o diâmetro
utilizado, por motivos de segurança foi o de 1,20 m.
Para o diâmetro da área 2 ( A2) tem-se:
Q = 1,089 m³/s;
n = 0,016;
I = 0,022 m/m;

Sendo assim:
1 8 /3 1 /2
Q2= .0,312 D . I (3)
n
1
1,089 = .0,312.𝐷28/3 .0,0221/2
0,016
1,089
𝐷2 =

8 /3

2,90
𝐷2 = 0,69 m ⋍ 0,70 m

A declividade utilizada para o cálculo do diâmetro da área 2 ( D 2) também foi a


do pior trecho. Assim como no diâmetro 1 ( D 1), no diâmetro da área 2 ( D2), por
motivos de segurança, usou-se no projeto o valor de 1,20 m.
De acordo com a figura 16, apresenta-se a monografia de Brigatti (2016), onde
foram encontrados os seguintes resultados.

Figura 16 - Resultados de monografia, modificado de Teixeira e Navacchio (2018),


segundo Brigatti (2016).
55

Através do estudo dos dados apresentados por Brigatti (2016), entende-se que os
cálculos realizados nesse trabalho estão de acordo, pois os dados apresentados nos
respectivos trechos da tabela da figura 16, são coerentes com os valores utilizados em
cálculo.

2. CONCLUSÕES

A tubulação no trecho escolhido para desenvolvimento desse trabalho, não


suporta a vazão em dias de elevado nível pluviométrico. Fazendo necessário a
implantação de um sistema de microdrenagem com galerias, bocas de lobo e poços de
visita, como foi desenvolvido no presente trabalho, a fim de demonstrar que a
implantação desse sistema resolveria o problema de alagamento na via.
O sistema desenvolvido através de cálculos e planejamentos, sugere um trabalho
com folgas, de modo a não superdimensionar o projeto, aumentando o diâmetro da
tubulação para suportar o índice pluviométrico e implantando bocas de lobo, cuja
eficácia foi aumentada através do uso de depressão e grelha, assim a quantidade foi
adequada para a distribuição dos pontos.
Quanto ao fato de um sistema de drenagem já existente, próximo aos pontos que
foram destinados a implantação dos elementos do projeto, esses elementos não foram
descartados, mas sim utilizados para continuar captando as águas pluviais locais.
Em virtude dos resultados obtidos, concluiu-se que, para extinguir o problema de
alagamento da rua Vereador Joaquim Nogueira, no município de Guararapes, é
necessária a complementação de um novo sistema de microdrenagem no trecho, com
diâmetros e declividades apropriados, como previstos no presente projeto, para que
assim possa sanar qualquer risco que venha a decorrer.
56

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de concreto de seção circular para águas pluviais e esgotos sanitários — Requisitos e
métodos de ensaios. Rio de Janeiro, 2008. 30p.

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1998. Acesso em: 05 Mai 2021.

BOTELHO, M.H. C. - Águas de chuva: Engenharia das Águas Pluviais nas
Cidades. São Paulo, Blucher, 2017. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521212287/>. Acesso em: 26
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57

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GRIBBIN, J. E.  - Introdução a Hidráulica, Hidrologia e Gestão de Águas


Pluviais: Tradução da 4ª edição norte-americana. São Paulo, Cengage Learning
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GUIMARÃES, R. C. - Comparação entre duas metodologias de cálculo e


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TUCCI, C. E. M. - Gestão da Drenagem Urbana. Brasília, IPEA, 2012. Acesso


em: 25 mar. 2021.
Projetos de galerias pluviais de drenagem
para o centro urbanístico do município de
Guararapes - SP
Gustavo Mauro da Silva1
Hudson Santana dos Santos2
Natasha Neves de Souza3
Nathalia Felix Negreiros4
RESUMO
O saneamento básico constitui uma das principais preocupações dos governantes
em todo país, uma vez que ele interfere diretamente na qualidade de vida das
pessoas, onde estas acabam adquirindo enfermidades ocasionadas pela falta se
salubridade. Dessa forma, o presente estudo sugere uma readequação nos meios de
dispersão de água do município de Guararapes localizado no interior do estado de
São Paulo. Durante o tempo de chuva verifica-se um vasto aluvião em seu centro
urbano. Afim de solucionar o problema, foi dimensionada uma nova rede de
tubulações com diâmetros maiores e galerias de águas pluviais, em virtude dessa
insuficiência da tubulação existente, aplicando-as principalmente na rua Vereador
Joaquim de Nogueira, um dos pontos onde mais se destacam as enchentes do
município. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo dimensionar a alteração
das redes de dispersão, elevando a amplitude da canalização juntamente com uma
drenagem sustentável. Como consequência a vazão no trecho poderá ser suportada
eliminando os riscos de alagamentos.

Palavras-Chave: Águas Pluviais; Alagamentos; Microdrenagem; Esgotamento.

ABSTRACT
The basic sanitation is one of the main concerns of governments throughout the
country, since it interferes directly in the quality of life of the people, where they end
up acquiring diseases caused by lack of health. Thus, the present study suggests a
readjustment in the water dispersion media of the municipality of Guararapes
located in the interior of the state of São Paulo. During the rainy season there is a
vast alluvium in its urban Centre. In order to solve the problem, a new network of
pipes with larger diameters and storm water galleries was designer, due to this
insufficiency of the existing piping, applying them mainly in the street Councilman
Joaquim Nogueira, one of the most prominent points of the city’s flooding. Therefore,
this work aimed to scale the alteration of the dispersion networks, increasing the
amplitude of the plumbing together with a sustainable drainage. As a consequence,
the flow in the stretch can be supported eliminating the risks of flooding.

Keywords: Rainwater; Flooding; Microdrainage; Exhaustion.

1 Acadêmico de Engenharia Civil do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba-SP.


2 Acadêmico de Engenharia Civil do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba-SP.
3 Acadêmico de Engenharia Civil do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba-SP.
4 Bióloga. Doutora em Ciências e Docente do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba-SP.
Introdução
A água das chuvas é colhida pelos sistemas urbanos compostos por galerias
de águas ou esgotos pluviais constituído por tubulações próprias, que mais tarde
serão distribuídas nos fluxos d'água, lagos, lagoas, baías ou no mar (AGUIAR, 2012.
Em diversas regiões consta-se casos de alagamentos, onde os sistemas de
distribuição são falhos ou de má projeção, sem mesmo que haja um nível alto de
precipitação no local. O estudo da área é de extrema importância, para que não se
suceda a necessidade de readaptação dos elementos, contando também com
reparos. Tendo em vista, resolver as eventuais ocorrências da natureza, tais como,
alagamentos e enchentes. (BOTELHO, 2017).
Conforme Botelho (2017) todos esses fenômenos são agravados pela
impermeabilização da área, como asfalto, bairros e praças. Pois, toda vazão pluvial
que escoa por essa área, tende a ter dificuldade para se infiltrar no solo, já que, as
construções urbanas do local, formam uma camada, deste modo aumentando as
vazões superficiais.
Ainda, segundo o mesmo autor, o gerenciamento das águas pluviais deve
englobar todos os aspectos referentes aos elementos hidrológicos e outros
subsídios, como a análise da topografia e a geologia da região, assim evitando que a
construção disponha de custos elevados. O sistema pluvial a se projetar em novas
áreas deverá ser adequadamente adaptado ao solo urbano. Por outro lado, para a
realização de uma obra em um local já construído, seria algo “corretivo”, tendo em
consideração, uma obra hidráulica que não foi projetada corretamente,
consequentemente o resultado não seria tão eficaz e o custos seria maior.
Tendo como base todo esse planejamento, dadas circunstâncias do local a ser
implantada a construção, vale ressaltar que, a água gerada pela chuva tem seu ciclo
natural, no qual grande parte é drenada pelo solo e a outra escoa para lagos, lagoas,
baías ou no mar, seguindo o conceito de macrodrenagem. Com a urbanização da
área, cabe a utilização de sistemas hidráulicos de drenagem para o deflúvio da água,
com destinos a lugares de dispersão, dando ponto ao sistema de microdrenagem,
que se refere a elementos destinados a captar e conduzir a água da (RIGHETTO,
2009).
De acordo com Righetto (2009) os elementos da microdrenagem são aqueles
que não se referem a rede de drenagem natural, sendo classificados como “ações
estruturais”. Precisamente, os recursos estruturais de microdrenagem em planos
de drenagem urbana, para resolução de problemas como alagamentos e enchentes,
são categorizados por obras de captação, armazenamento e transporte das águas
pluviais, seguindo arrisca os critérios de análise da situação e levando em conta o
local a ser implantada a estrutura.
Essas medidas estruturais que fazem parte do conceito de microdrenagem,
são compostas por: obras de captação, como bueiros e bocas de lobo; obras de
transporte, como galerias e canais; obras de detenção, como as bacias de detenção,
reservatórios de acumulação de águas pluviais, entre outros (BOTELHO, 2017).
Botelho (2017) define bocas de lobo como recurso de coleta das águas
pluviais derivadas das sarjetas (pisos de escoamento de água), transportando-a,
para um bueiro ou saída de água, que, por sua vez, remete a função de drenagem
superficial, dando passagem a água, de um lado ao outro da via.
Gribbin (2014) define as galerias como trechos de tubulação de concreto,
podendo variar a declividade entre pontos, de acordo com a área, ligando bocas de
lobo e poços de visita, localizadas no subterrâneo e seguindo o traçado das ruas, com
o intuito de conduzir devidamente as águas da chuva de locais urbanizados até
canais naturais de drenagem ou reservatórios. Ressaltando que, essas tubulações
não são conjuntas aos elementos de tratamento de esgoto, isso é essencial para
evitar a contaminação dos corpos hídricos.
Segundo o mesmo autor, o reservatório é o local no qual se encontra uma
escavação intencional no solo, para o acúmulo de água, onde, temporariamente é
armazenado grandes quantidades de água da chuva, para uma melhor reutilização,
mantendo o controle da vazão afluente e evitando estragos. Os elementos citados
estão representados na figura 1 e 2.
Figura 1 – Esboço reservatório a céu aberto (Gribbin, 2014)

Figura 2 – Esboço típico da coleta de águas pluviais em uma via (modificado de Gribbin,
2014)

Tendo em vista o elevado crescimento populacional, é de se notar a


importância do saneamento básico. Mesmo em cidades pequenas com a ocupação
de áreas vegetadas, além das atividades realizadas crescem proporcionalmente ao
problema. Desse modo, a inserção de sistemas hidrológicos se torna essencial para
que haja controle, favorecendo qualidade de vida aos moradores.
A ausência de elementos, desde as obras de captação até as de detenção,
ambas têm papel importante e devem ser projetadas levando em consideração a
demanda da vazão pluvial que se ocorre no local. Além disso, a ausência de bocas de
lobo e tubulações para fazer a drenagem, assim como sua manutenção e limpeza,
podem agravar em catástrofes (BOTELHO, 2017).
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a
cidade de Guararapes-SP, apresenta uma população estimada de 33.100 habitantes
e 14.3% de domicílios urbanos, referentes a administração municipal, com
elementos adequados de urbanização, tais como bueiros, calçadas, meio-fio e
pavimentação. Comparado com outros municípios de São Paulo, a cidade se
encontra na posição 447º de 645º.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o
município de Guararapes-SP não possui uma colocação baixa de elementos, visto
que ele se enquadra como uma cidade de pequeno porte, mas não se se qualifica
entre os melhores do estado de São Paulo. A origem dos problemas seria a falta de
distribuição e planejamento inicial, realizada em cada localidade, sendo um exemplo
de indiligência com os moradores que sofrem com alagamentos na região. A figura
3 ilustra o problema abordado, com uma quantidade de precipitação muito baixa,
quando comparada a outros dias do ano.

Figura 3 – Rua Vereador Joaquim Nogueira em dias de baixo índice pluviométrico


em Guararapes-SP
Segundo Tucci (2012), todo impacto acarretado pela falta de planejamento
ou recursos de drenagem, são disseminados por toda população da região afetada,
senão em toda cidade, dependendo da proporcionalidade do problema. As medidas
tomadas, como um todo, sendo administrativas e/ou estruturais, são regidas dentro
da própria cidade por intermédio de legislação municipal ou distrital, portanto, é
imposto ao município como obrigação a gestão local.

Materiais e métodos
Cálculo da vazão pelo Método Racional
Segundo Fugita (1980) o método racional é adotado para áreas de drenagem
inferiores a 1 km², normalmente recomendadas para dimensionamento de galerias
e avaliação do escoamento superficial. Ele é representado pela equação 1, na qual se
estabelece uma relação entre a chuva e o escoamento superficial.

𝑄 = 𝐶. 𝐼. 𝐴 (1)

Onde:
𝑄: o deflúvio superficial direto máximo em l/s;
𝐶: o coeficiente de “runoff”, isto é, a relação entre deflúvio superficial direto
máximo em mm/min e intensidade média da chuva também em mm/min
(tabela 1);
𝐼: a intensidade média da chuva em mm/min, para uma duração de chuva
igual ao tempo de concentração da bacia em estudo. Esse tempo é,
usualmente, o requerido pela água para escoar desde o ponto mais remoto
da bacia até o local de interesse (Tabela 2);
𝐴: área da bacia em hectares (ha).

Coeficiente de escoamento superficial (RUNOFF)


A tabela 1, fornece a variável (C), da equação 1, esse valor é o menos preciso
e requer muito cuidado quanto a sua escolha. O coeficiente integra os principais
efeitos relativos ao escoamento superficial, tais esses que podem afetar não só em
questão ao tempo, mas também o abrangimento do deflúvio (FUGITA, 1980)
Tabela 1 - Coeficiente de escoamento superficial
Descrição da área Coeficiente de “RUNOFF”
Área comercial
 Central 0,70 a 0,95
 Bairros 0,50 a 0,70
Área residencial
 Residências isoladas 0,35 a 0,50
 Unidade múltiplas (separadas) 0,40 a 0,60
 Unidade múltiplas (conjugadas) 0,60 a 0,75
 Lotes com 2.000 m² ou mais 0,30 a 0,45

Área com prédios de apartamento 0,50 a 0,70


Área industrial
 Indústrias leves 0,50 a 0,80
 Indústrias pesadas 0,60 a 0,90
Parques, cemitérios 0,10 a 0,25
“Playgrounds” 0,20 a 0,35
Pátios de estradas de ferro 0,20 a 0,40
Áreas sem melhoramentos 0,10 a 0,30
Fonte: FUGITA (1980)

Intensidade média de precipitação pluvial


De acordo com DAEE (2018) a esquematização da tabela 2, foi realizada por
Martinez e Magni (1999), seguindo os seguintes parâmetros de coordenadas:
latitude 20°54’37’’S; longitude 51°22’35’’W; altitude; 370 m. O processo foi
realizado em um período de 25 anos (1972-1996), adotando como recurso a fórmula
2. Foi adotado para o caso, a duração (𝑡) de 10 minutos e o período de retorno (𝑇)
de 25 anos.

𝑖 , = 40,37(𝑡 + 30) ,
+ 14,76(𝑡 + 30) ,
. (2)
[−0,4876 − 0,9171 𝑙𝑛𝑙𝑛(𝑇/𝑇 − 1)]

Onde:
𝑖: intensidade da chuva, correspondente à duração t e período de retorno T,
em mm/min;
𝑡 = duração da chuva, em minutos;
𝑇 = período de retorno, em anos.
Tabela 2 - Previsão de máximas intensidades de chuvas, em mm/h, em Andradina - SP

Duração t Período de retorno T (anos)


(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
10 100,5 122,6 137,3 145,6 151,4 155,9 169,7 183,3 196,6
20 78,0 94,9 106,1 112,5 116,9 120,3 130,8 141,2 151,6
30 64,1 78,0 87,3 92,5 96,2 99,0 107,6 116,2 124,8
60 42,3 51,9 58,3 61,9 64,4 66,3 72,3 78,2 84,1
120 25,8 32,1 36,3 38,7 40,4 41,6 45,6 49,5 53,4
180 18,8 23,7 27,0 28,8 30,1 31,1 34,1 37,2 4,2
360 10,6 13,8 15,9 17,0 17,9 18,5 20,5 22,4 24,3
720 5,9 7,9 9,2 9,9 10,5 10,9 12,1 13,4 14,6
1080 4,1 5,7 6,7 7,2 7,6 8,0 8,9 9,8 10,8
1440 3,2 4,5 5,3 5,8 6,1 6,4 7,2 7,9 8,7
Fonte: DAEE - CTH (2018).

O uso dos dados referentes ao município de Andradina – SP na tabela 2, tem


como motivo, a ausência de materiais. Segundo Silva et al. (1999), Martinez Júnior
(1999), Costa e Brito (1999) citado por Oliveira et al. (2000) o método de chuvas
intensas, depende dos dados pluviométricos, tais esses que, apresenta grandes
dificuldades de obtenção, devido aos obstáculos envolvendo a trabalhabilidade do
processo, do mesmo modo, de formar a também dar explicação a baixa densidade
de material, tem-se o pequeno período de observação e ausência de estação
meteorológica na cidade em questão. Com tudo, foi adotado os dados pertinentes ao
município mais próximo, no qual se disponibilizava das informações necessárias.

Área de contribuição
Segundo a Prefeitura Municipal de Guararapes-SP, a partir das plantas de
topografia e sistema de drenagem proporcionada pelos mesmos, e com o auxílio dos
softwares Google Earth e QGIS, pôde-se determinar os sentidos de escoamento das
águas nas guias e sua declividade, assim sendo possível a determinação das áreas de
contribuição do local de estudo e o posicionamento dos elementos que iram
constituir a formulação do projeto.
Capacidade teórica para sarjetas
Em conformidade com Fugita (1980) o nomograma da Figura 5 e a fórmula
3, servem como subsídios para o cálculo de escoamento em sarjetas triangulares,
independentemente um do outro, mas com função de obter o mesmo valor. O
nomograma leva em conta dados mais comuns e possíveis, para configurações de
uma sarjeta. De modo a simplificar os cálculos, a partir dele e de uma série de dados
é possível a formulação de gráficos para condições especificas da rua. O coeficiente
de rugosidade a ser adotado na maioria dos casos é de n = O, O 16, conforme é
apresentado na Tabela 4.
Segundo Fugita (1980) o uso do nomograma da figura 2, pode ser feito de tal
maneira:
 Conhecido o valor de 𝑖, traça-se uma horizontal até tocar na linha referente a
𝑛;
 Em seguida, a partir desse ponto, traça-se uma vertical até a reta referente a
𝑧;
 E a partir deste ponto uma horizontal até 𝑦 (cm)que vai informar o valor de
𝑄 (l/s).

𝑍 (3)
𝑄 = 0,375. .𝑖 .𝑦
𝑛

Onde:
𝑄 : vazão que escoa na sarjeta (m³/s);
𝑍: inverso da declividade transversal (fórmula 4);
𝑛: coeficiente de rugosidade Manning;
𝑖: declividade longitudinal da rua;
𝑦: profundidade da lâmina de água na sarjeta, na seção imediatamente a
montante da boca de lobo (m).

Utilizou-se a equação 4, 5, 6 e 7, segundo Fugita (1980), como apoio para


obter os dados que serão usados no nomograma da figura 5.

𝑍 = 𝑡𝑔𝜃 (4)
𝑍 = 𝑡𝑔𝜃 (5)

𝑊 = 𝑍(𝑦 − 𝑦′) (6)

𝑊 (7)
𝑦 =𝑦−
𝑍

Onde:
𝜃: ângulo formado entre o plano da depressão e o plano vertical, referente a
sarjeta;
𝜃′: ângulo formado entre o plano da superfície do pavimento e o plano
vertical (𝑡𝑔𝜃 = );

𝑖𝑡: declividade transversal do pavimento da rua;


𝑊: largura da grelha, da depressão ou sarjeta (m);
𝑦: profundidade da lâmina de água na sarjeta, na seção imediatamente a
montante da boca de lobo (m).

Capacidade admissíveis da sarjeta


A capacidade admissível da sarjeta deve ser calculada pelo somatório das
vazões teóricas, tais essas que são obtidas utilizando o nomograma da figura 5 ou a
fórmula 3, e combinando as dimensões calculadas nas equações 4, 5, 6 e 7, como é
representado na figura 4. Sua equação pode ser denotada desta maneira:

𝑄 =𝑄 −𝑄 +𝑄 (8)

Onde:
𝑄 : vazão que escoa na sarjeta (m³/s).
Figura 4 - Esquema de combinações para obter vazão total (modificado de Fugita, 1980)

Figura 5 – Nomograma para cálculo escoamento em sarjetas triangulares (modificado de


Fugita, 1980)
Coeficiente de redução
De acordo com Fugita (1980) no que desrespeito a parte pratica da obtenção
de esgotamento, a tabela 3, serve como compensatório dos seguintes critérios:
 Obstrução causadas por detritos escoados junto a fluente;
 Irregularidades dos componentes de escoamento superficial;
 Hipóteses de cálculo que fogem da realidade.

Tabela 3 – Coeficientes de redução das capacidades das bocas de lobo


Localização nas
Tipo de boca de lobo % permitida sobre o valor teórico
sarjetas
Ponto baixo Simples 80
Ponto baixo Com grelha 50
Ponto baixo Combinada 65
Ponto Simples
80
intermediário
Ponto Grelha longitudinal
60
intermediário
Ponto Grelha transversal, ou longitudinal
com barras transversais 50
intermediário
Ponto 110% dos valores indicados para a
Combinada
intermediário grelha correspondente
Fonte: Fugita (1980)
Esgotamento da boca de lobo
Fugita (1980) aponta, que, para encontrar o valor de esgotamento da boca de
lobo, basta utilizar o nomograma da figura 6, que é baseado em resultados obtidos
pelo “Bureau of Public Roads”, só utilizado para resultados referentes a bocas de
lobo simples, com depressão de 5 cm, localizada em pontos baixos das sarjetas. Para
obter esse resultado basta traçar uma reta que tangencie os pontos reconhecidos
como a altura da abertura da guia (h), comumente atotado no valor de 15 cm.
Figura 6 – Nomograma da capacidade de esgotamento das bocas de lobo simples com
depressão de 5cm em pontos baixos das sarjetas (modificado de Fugita, 1980)

Utilizou-se a equação 9, segundo Fugita (1980), para obter o comprimento


mínimo da boca de lobo.

𝑄
𝐿≅ (9)
(𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 13)

Onde:
𝐿: comprimento mínimo da boca de lobo (m);
𝑄 : vazão que escoa na sarjeta (m³/s) (equação 8);
Utilizou-se a equação 10, segundo Fugita (1980), para obter a vazão esgotada
pela boca de lobo.
𝑄 = (𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 13). 𝐿 (10)

Onde:
𝑄: vazão esgotada pela boca de lobo (l/s);
𝐿: comprimento mínimo da boca de lobo (m) (equação 9);

Esgotamento da grelha
De acordo com Fugita (1980), com base em experiências realizadas pelo
“United States Corps of Engineers”, tem-se que, as grelhas possuem um
funcionamento muito semelhante à de um vertedor de soleira livre, mas isso
somente para uma lâmina de altura abaixo de 12 cm, partindo desse valor até 42 cm,
o funcionamento é indefinido, assim ficando a critério do projetista. A grelha passa
a ter função de orifício a partir dos 42 cm. A figura 7 é composta por essas duas
condições, e os gráficos apresentados nas figuras 8 e 9, tem base nas seguintes
equações:

Para y < 0,12 m (Figura 7):

𝑄
= 1,655. 𝑦 ,
(11)
𝑝

Para y > 0,42 m (figura 8):

𝑄
= 2,91. 𝑦 ,
(12)
𝐴

Onde:
: capacidade da grelha (l/s.m) (figura 7);

: capacidade da grelha (l/s.m²) (figura 8);

𝑝: perímetro da grelha (m) (𝑝 = 2. (𝑎 + 𝑎 ));


𝐴 : área útil da grelha (m²) (𝐴 = 𝑛. 𝑎 . 𝑒);
𝑛: n° de espaçamentos entre a grelha.
Figura 7 – Capacidade de esgotamento das grelhas localizadas em pontos baixos das
sarjetas: grelha livre e afogada (modificado de Fugita, 1980)

Figura 8 – Capacidade de esgotamento das grelhas localizadas em pontos baixos das


sarjetas (modificado de Fugita, 1980)
Esgotamento da boca de lobo combinada
De acordo com Fugita (1980), dando continuidade ao cálculo de esgotamento
real das bocas de lobo com grelha, com base nos valores obtidos nas figuras 8 e 9,
dependendo da altura da lâmina de água, temos as seguintes equações:
Para a lâmina de água sobre a grelha:
𝑦 =𝑦 +𝑎 (13)
Para a capacidade da grelha (figuras 7 ou 8):
𝐴 . (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎𝑠 7 𝑜𝑢 8) (14)
Para a capacidade da boca de lobo combinada:
𝑄 = (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 14) + (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑎çã𝑜 10) (15)
Para a capacidade real do esgotamento para boca de lobo combinada:
𝑄 = (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 15). (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 4) (16)
Para verificar que as dimensões adotadas são satisfatórias, compara-se 𝑄 >
𝑄 .

Diâmetro dos condutores


Azevedo Netto (1998), indica a formulação de Manning (1890) para calcular
o diâmetro dos condutos, que se inicia desde o poço de vista e tende a ser finalizado
no ponto que assim desejar.

1
𝑄= .0,312𝐷 /
.𝐼 / (17)
𝑛

Onde:
Q = vazão de escoamento na seção, em m³/s;
𝑛 = valores apresentados mediante a natureza das paredes dos condutos
(tabela 4);
D = diâmetro, em m;
𝐼 = declividade;

Natureza das paredes


Azevedo-Netto (1998), em conformidade com a tabela 4, são determinados
os valores usuais e específicos da natureza das paredes de condutos. Onde, emprega-
se 0,016, em consonância com as especificações de canais com reboco de cimento
não muito alisado e pequenos depósitos no fundo; revestidos por madeira não
aplainada; de alvenaria construída com esmero; de terra, sem vegetação.

Tabela 4 - Natureza das paredes dos condutos

Nº. Natureza das paredes


Canais de chapas com rebites embutidos, juntas perfeitas e águas limpas. Tubos de
1 0,011
cimento e de fundição em perfeitas condições
Canais de cimento muito liso de dimensões limitadas de madeira aplainada e lixada,
2 em ambos os casos; trechos retilíneos compridos e curvas de grande raio e água 0,012
limpa. Tubos de fundição usados
Canais com reboco de cimento liso, porém com curvas de raio limitado e águas não
3 completamente limpas: construídos com madeira lisa, mas com curvas de raio 0,013*
moderado
Canais com paredes de cimento não completamente liso: de madeira com o n.º.2,
4 0,014
porém com traçado tortuoso e curvas de pequeno raio e juntas imperfeitas
Canais com parede de cimento não completamente lisas, com curvas estreitas e
5 0,015
águas com detritos; construídos de madeira não aplainada de chapas rebitadas
Canais com reboco de cimento não muito alisado e pequenos depósitos no fundo;
6 revestidos por madeira não aplainada; de alvenaria construída com esmero; de 0,016
terra, sem vegetação
Canais com reboco de cimento incompleto, juntas irregulares, andamento tortuoso e
7 depósitos no fundo; de alvenaria revestindo 0,017
taludes não bem perfilados
8 Canais com reboco de cimento rugoso, depósito no fundo, musgo nas paredes e 0,018
traçado tortuoso
Canais de alvenaria em más condições de manutenção e fundo com barro, ou de
9 alvenaria de pedregulhos; de terra, bem construídos, sem vegetação e com curvas de 0,020
grande raio
Canais de chapa rebitadas e juntas irregulares: de terra, bem construídos com
10 0,022
pequenos depósitos no fundo e vegetação rasteira nos taludes
11 Canais de terra, com vegetação rasteira no fundo e nos taludes 0,025
Canais de terra, com vegetação normal, fundo com cascalhos ou irregular por causa
12 0,030
de erosões; revestidos com pedregulhos e vegetação

13 Alvéolos naturais, cobertos de cascalhos e vegetação 0,035

14 Alvéolos naturais, andamento tortuoso 0,040

*valor usual para coletores de esgoto de qualquer natureza


Fonte: Azevedo Netto (1998)

Resultados e discussões
Cálculo da vazão
Segundo Fugita (1980), por meio do coeficiente de escoamento superficial da
bacia, a intensidade média de chuva em mm/min e a área total da bacia, foi encontrado a
vazão do trecho escolhido para esse projeto, através da equação 1.

𝑄 = 𝐶. 𝐼. 𝐴 (1)

Cálculo da área de contribuição


Por intermédio do apêndice A, no qual tem-se o sistema de microdrenagem do
município, tal esse que foi disponibilizado pela prefeitura de Guararapes-SP e do software
Google Earth, foi estabelecida a área total de contribuição da bacia, na qual foi adotado
um método de divisão, assim sendo área 1 (𝐴 ) e área 2 (𝐴 ).
Onde:
𝐴 = 159.746,93 𝑚²;
𝐴 = 41.949,51 𝑚²;

Com o intuito de não superdimensionar a tubulação do projeto, já que, se fosse


utilizado a área total, o cálculo de vazão atenderia aquela dimensão, portanto, foi adotado
um método de divisão da área total. Desse modo o diâmetro da tubulação foi o necessário
para cada trecho. Dadas circunstâncias, utilizou-se a seguintes características para o
cálculo da vazão.
Onde:
𝐶 = 60% = 0,60;
𝑖 = 155,9 𝑚𝑚/ℎ = 4,330𝑥10 𝑚 /𝑠;

Para o coeficiente de escoamento superficial (C), utilizou-se 60% devido às


características observadas por meio da tabela 1, na equação 1 o valor de (C) deve
ser utilizado como 0,60. A intensidade média (i) foi encontrada por meio da tabela
2, de acordo com as características: tempo de chuva como 10 minutos e período de
retorno de 25 anos, o valor encontrado em mm/h foi transformado em m³/s como
pede a equação 1.

Onde a vazão da (𝐴 ) foi:


𝑄 = C .i .A (1)
𝑄 = 0,60. 4,330𝑥10 . 159.746,96
𝑄 = 4,150 m³/s = 4.150,22 l/s

E a vazão da (𝐴 ) foi:
𝑄 = C .i .A (1)
𝑄 = 0,60. 4,330𝑥10 . 41.949,51
𝑄 = 1,089 m³/s = 1.089,84 l/s

Sendo assim, a vazão total do trecho resultou-se em:


𝑄 =𝑄 +𝑄
𝑄 = 4,150 + 1,089
𝑄 = 5,239 m³/s = 5.239 l/s

As vazões foram transformadas de m³/s para l/s, pois no cálculo da quantidade de


bocas de lobo, os valores utilizados são em l/s

Capacidade teórica para sarjetas


Por conta da variação nos valores de vazão da sarjeta, obtidos através do
nomograma da figura 5, foi utilizado a equação 3, que segue os mesmos parâmetros.
Ressaltando que isso não afetou o valor, porque o nomograma, nada mais é que um meio
alternativo do mesmo cálculo, então só foi utilizado para meios comparativos, de modo a
ter certeza do cálculo.
Onde:

𝑍 (3)
𝑄 = 0,375. .𝑖 .𝑦
𝑛

𝑄 =𝑄 −𝑄 +𝑄 (8)

De acordo com Fugita (1980) a capacidade admissível da sarjeta é dada pelo


somatório das vazões teóricas equação 8, que foram obtidas através da fórmula 3,
combinando as dimensões encontradas em campo.
Onde:
𝑦 = 14 𝑐𝑚;
𝑦 = 10 𝑐𝑚 ;
𝜃 = 4,5 ;
𝜃 = 8,7;
𝑖 = 2,20% = 0,022 𝑚/𝑚 ;

Todo o trecho, seguia as mesmas dimensões nos pontos estabelecidos para as


bocas de lobo. A partir desses dados obtivemos a declividade transversal. Já a declividade
horizontal foi obtida por meio do software Google Earth, no qual foi escolhido o maior
valor do trecho, assim garantindo a segurança do sistema.
Sendo assim:

𝑍 (3)
𝑄 = 0,375. .𝑖 .𝑦
𝑛

Onde a capacidade teórica da sarjeta (𝑄 ) resultou-se em:


,
𝑄 = 0,375. ,
. 0,022 . 0,14 (3)

𝑚
𝑄 = 0,082 = 82,00 𝑙/𝑠
𝑠

Onde a capacidade teórica da sarjeta (𝑄 ) resultou-se em:


,
𝑄 = 0,375. ,
. 0,022 . 0,10 (3)

𝑚
𝑄 = 0,033 = 33,00 𝑙/𝑠
𝑠

Onde a capacidade teórica da sarjeta (𝑄 ) resultou-se em:


,
𝑄 = 0,375. ,
. 0,022 . 0,10 (3)

𝑚
𝑄 = 0,065 = 65,00 𝑙/𝑠
𝑠

Sendo assim, a vazão total da sarjeta, levando em conta os dois lados da via,
resultou-se em:
𝑄 =𝑄 −𝑄 +𝑄
𝑄 = 82,00 − 33,00 + 65,00
𝑄 = 114,00 𝑙/𝑠
𝑄 = 2 . 114,00 𝑙/𝑠
𝑄 = 228,00 𝑙/𝑠

Esgotamento da boca de lobo


Segundo Fugita (1980), através do nomograma apresentado na figura 6, obteve-
se a capacidade de esgotamento. Seguindo o conhecimento de que, a lâmina de água
ultrapassa o limite da sarjeta e com base em dados coletados, obtivemos o valor da lâmina
(𝑦𝑜), no valor de 22 cm. E a abertura da guia (h), adotado no valor de 10 cm, para não
ultrapassar a sarjeta, já que a altura dela no ponto (𝑦), é de 14 cm.
Onde, através do nomograma da figura 6, foi encontrado o valor de esgotamento
da boca de lobo:
𝑦𝑜 = 22 𝑐𝑚;
𝑦𝑜 22
= = 2,20 ;
ℎ 10
𝑄/𝐿 = 140 l/s.m;

Segundo Fugita (1980), o coeficiente de redução só foi aplicado após o somatório


da vazão da boca de lobo e da grelha, levando em conta que, após esse somatório a boca
de lobo passou de simples para combinada, então seu coeficiente seria outro.
Para obter o esgotamento da boca lobo seguindo a equação 10, calculou-se o
comprimento mínimo da boca de lobo (L), por meio da equação 9, na qual foi necessário
o valor da capacidade admissível da sarjeta (𝑄 ).
Onde:

𝑄
𝐿≅ (9)
(𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 13)

𝑄 = (𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 13). 𝐿 (10)

Sendo assim o valor do comprimento mínimo (𝐿) e da vazão (𝑄), resultou-se em:
228,00
𝐿≅ = 1,62 𝑚
140
𝑄 = 140 𝑥 1,62 = 228,00 𝑙/𝑠

Esgotamento da boca de lobo combinada


De acordo com Fugita (1980) a Universidade Johns Hopkins aponta que a
capacidade teórica de esgotamento das bocas de lobo combinadas é
aproximadamente igual à soma das vazões da grelha e guia isoladamente. Sendo
assim, foi feito o somatório de ambas para aumentar a capacidade com uma boca de
lobo combinada. Consta-se no Manual de Drenagem Urbana de Denver, que, o
funcionamento da grelha é considerado como orifício a partir de 𝑦 = 7,5 𝑐𝑚, sendo
recomendado a utilização do nomograma da figura 8, para calcular a vazão da
grelha. Além desse nomograma, se fez necessário os seguintes cálculos:

Para lâmina de água sobre a grelha:

𝑦 =𝑦 +𝑎 (13)

No cálculo da área útil (𝐴 ), é importante ressaltar que só foi utilizado a abertura


da grelha, portanto, excluiu-se a área total correspondente às barras.
Onde:
𝐴 = 𝑛. 𝑎 . 𝑒
Para a capacidade da grelha, foi utilizado a figura 8:
𝐴 . (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑓𝑖𝑔𝑢𝑟𝑎 8) (14)
Para a capacidade da boca de lobo combinada:
𝑄 = (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 14) + (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑎çã𝑜 10) (15)
Para a capacidade real do esgotamento para boca de lobo combinada:
𝑄 = (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 15) . (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑎𝑏𝑒𝑙𝑎 4) (16)

𝑦 = 22 + 5 = 27 𝑐𝑚
𝐴 = 4.1,46.0,025 = 0,14 m²
0,14.1160 = 162,40 𝑙/𝑠
𝑄 = 162,40 + 228,00 = 390,40 𝑙/𝑠
𝑄 = 390,40 . 0,65 = 253,76 𝑙/𝑠
As dimensões adotadas foram satisfatórias, pois 𝑄 > 𝑄 : 253,76 l/s > 228,00
l/s

Quantidade de bocas de lobo


Azevedo-Netto (1998) relata que para encontrar a quantidade de bocas de lobo é
necessário saber qual vazão cada boca de lobo atende.
Foi calculada a quantidade de bocas de lobo em cada área de contribuição de
acordo com a vazão encontrada no cálculo acima suportada pelas bocas de lobo, sendo
assim encontrou-se a quantidade de bocas de lobo pelo cálculo da vazão da área 1 dividido
pela vazão de cada boca de lobo, portanto para área 1 (𝐴 ):

Bocas de lobo (𝐴 ) =
,
Bocas de lobo (𝐴 ) = ,
= 17 un

E, calculou-se a quantidade de bocas de lobo para (𝐴 ):

Bocas de lobo (𝐴 ) =
,
Bocas de lobo (𝐴 ) = ,
= 5 un

Para o projeto levou-se em consideração as bocas de lobo já existentes no trecho


da cidade de Guararapes-SP, sendo assim, foram locadas o número de bocas de lobo que
faltavam em cada área, em pontos estratégicos.

Diâmetro da tubulação
Encontrou-se o diâmetro da tubulação com a fórmula de Manning (1890).
𝑄= .0,312𝐷 /
.𝐼 / (17)

A vazão (𝑄) corresponde as vazões encontradas por meio das áreas 1 e 2; a


natureza das paredes (𝑛) foi descoberta de acordo com as características da tubulação,
por meio da tabela 4; e a declividade (𝐼) foi identificada através do software Google
Earth. Para o diâmetro da área 1 (𝐴 ) tem-se:
𝑄 = 4,150 m³/s;
𝑛 = 0,016;
𝐼 = 0,022 m/m;

Sendo assim:
/ /
𝑄 = .0,312𝐷 .𝐼 (3)

4,150 = ,
.0,312.𝐷18/3 .0,0221/2

/ ,
𝐷1 = ,

𝐷1 = 1,143 m ⋍ 1,20 m

Na equação 17, foi considerada a pior declividade do trecho. O diâmetro do tubo


encontrado para a área 1 (𝐷 ) foi o de 1,143 m, como a tabela 2 exemplifica, os tubos são
fabricados em diâmetros estipulados pela NBR 8890 (2008), portanto o diâmetro
utilizado, por motivos de segurança foi o de 1,20 m.
Para o diâmetro da área 2 (𝐴 ) tem-se:
𝑄= 1,089 m³/s;
𝑛 = 0,016;
𝐼 = 0,022 m/m;

Sendo assim:
/ /
𝑄 = .0,312𝐷 .𝐼 (3)

1,089 = ,
.0,312.𝐷28/3 .0,0221/2

/ ,
𝐷2 = ,

𝐷2 = 0,69 m ⋍ 0,70 m

A declividade utilizada para o cálculo do diâmetro da área 2 (𝐷 ) também foi a do


pior trecho. Assim como no diâmetro 1 (𝐷 ), no diâmetro da área 2 (𝐷 ), por motivos de
segurança, usou-se no projeto o valor de 1,20 m.
De acordo com a figura 10, apresenta-se a monografia de Brigatti (2016), onde
foram encontrados os seguintes resultados.
Figura 10 - Resultados de monografia, modificado de Teixeira e Navacchio (2018),
segundo Brigatti (2016).

Através do estudo dos dados apresentados por Brigatti (2016), entende-se


que os cálculos realizados nesse trabalho estão de acordo, pois os dados
apresentados nos respectivos trechos da tabela da figura 10, são coerentes com os
valores utilizados em cálculo.
Conclusão
Em virtude dos resultados obtidos nesse projeto, conclui-se que, para
extinguir o problema de alagamento da rua Vereador Joaquim de Nogueira, do
município de Guararapes, foi necessário fazer uma complementação com um novo
sistema de microdrenagem. Onde aumentou-se o diâmetro da tubulação para
suportar o índice pluviométrico.
É de suma importância ressaltar que em consonância com o índice
pluviométrico, houve também a implantação de bocas de lobo com maiores
eficiências; dessa forma, pode ser senado qualquer risco empregado a população.

Referências Bibliográficas
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seção circular para águas pluviais e esgotos sanitários — Requisitos e métodos de
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AZEVEDO NETTO, J. M. Manual de Hidráulica. 8 ed. - São Paulo: Blucher, 1998.
Acesso em: 05 Mai 2021.
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São Paulo, Blucher, 2017. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521212287/>. Acesso
em: 26 Abr 2021.
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FUGITA, O. - Drenagem Urbana - Manual de Projeto. Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental. São Paulo, coord, 1980. Acesso em: 10 mar. 2021.
GESTA – Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais. GESTÃO DA
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GRIBBIN, J. E. - Introdução a Hidráulica, Hidrologia e Gestão de Águas Pluviais:
Tradução da 4ª edição norte-americana. São Paulo, Cengage Learning Brasil,
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<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/guararapes/panorama>. Acesso em: 05
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TEIXEIRA, A. N.; NAVACCHIO, L. - Projeto para readequação de coleta de Águas
Pluviais em uma região urbana do município de Piacatu-SP. Acesso em: 26 Abr
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TUCCI, C. E. M. - Gestão da Drenagem Urbana. Brasília, IPEA, 2012. Acesso em: 25
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