(Co-fundadora da Sociedade Teosófica, nascida na Rússia e já falecida.
Autora de algumas das mais importantes obras da literatura ocultista de todos os tempos.)
(Publicado na revista Portugal Teosófico, Tomo III, 2000, n° 79)
Educai! Educai! As crianças são a nossa salvação. Tal como o
estudante na área do oculto pode impregnar os novos átomos do seu corpo (entenda-se o Quaternário - NR)., que, momentaneamente, substituem os velhos, por outros de tendência menos viciosas, e assim se regenera por Alquimia moral, atingindo o "Elixir da Vida", também uma nação pode trabalhar para a sua própria regeneração, educando novos átomos do seu corpo nacional, os seus filhos... A criança é pai do homem, e os primeiros hábitos de pensamento e sentimento continuam através da vida... Quando é que a mente da nação, os seus pais, guardiães e preceptores, serão suficientemente fortes para influenciar a sua matéria? Qual é o verdadeiro objetivo da educação moderna? É cultivar e desenvolver o mental na direção reta; ensinar o povo deserdado e infeliz a transportar, com força moral, o fardo da vida (atribuído pelo Karma); reforçar a sua vontade; inculcar nas pessoas o amor pelos seus semelhantes e o sentimento de interdependência e fraternidade mútuas; e assim treinar e formar o caráter para a vida prática? - Nada disso se faz. Contudo, estes são, indubitavelmente, os objetivos de toda a verdadeira educação, ninguém o nega; todos os educadores o admitem e, de fato, falam muito, sobre o assunto. Mas qual é o resultado prático da sua ação? Todos os jovens e rapazes, ou melhor, cada um da geração mais nova dos professores, responderá: O objetivo da educação moderna é passar nos exames, que é um sistema não para se desenvolver a emulação correta, mas para gerar e alimentar o crime, a inveja, quase ódio, entre os jovens e, deste modo, treiná-los para uma vida de egoísmo e luta feroz por honras e emulações, em vez de sentimentos amistosos.
TEOSOFIA E AÇÃO SOCIAL
H. P. Blavastsky
(Publicado na revista Portugal Teosófico, Tomo III, 2000, n° 79)
Os Teósofos são necessariamente amigos de todos os movimentos
no mundo, quer intelectuais quer simplesmente práticos, que visem a melhoria das condições de vida da humanidade. Somos amigos de todos os que combatem a embriaguez, a crueldade para com os animais, a injustiça em relação às mulheres, a corrupção na sociedade ou no governo, embora não nos intrometamos na política. Somos amigos dos que exercem uma caridade prática, que procuram aliviar um pouco o imenso peso de miséria que esmaga os pobres. Mas, na nossa qualidade de Teósofos, não podemos empenhar-nos numa destas obras em particular. Enquanto indivíduos podemos fazê-lo; mas como Teósofos temos a cumprir urna obra mais vasta, mais importante, e muito mais difícil. As pessoas dizem que os Teósofos deviam mostrar o que existe neles, que a árvore se conhece pelos seus frutos. Façam eles habitações para os necessitados, diz- se, abram sopas-dos-pobres, etc., etc., e o mundo acreditará que existe algo válido na Teosofia. Estas excelentes pessoas esquecem que os Teósofos, enquanto tal, são pobres, que os Fundadores são os mais pobres de todos, e que um deles, em suma, a humilde autora destas linhas, não possui de seu nenhuma propriedade, e deve trabalhar duramente para ganhar o seu pão cotidiano, sempre que os seus deveres teosóficos lhe deixam algum tempo. A tarefa dos Teósofos consiste em abrir o coração e a compreensão dos homens à caridade, à justiça e à generosidade, atributos que pertencem especificamente ao reino humano e são naturais àquele que desenvolveu as qualidades de ser humano. O Teósofo ensina ao homem- animal a ser um homem-humano; e quando as pessoas tiverem aprendido a pensar e a sentir como os seres verdadeiramente humanos devem pensar e sentir, agirão humanamente, e as obras de caridade, de justiça e de generosidade, serão realizadas, espontaneamente, por todos.