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Forragicultura

Valdir Botega Tavares

Técnico em Zootecnia

Centro de Educação Aberta e a Distância (CEAD)


Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Campus Rio Pomba
Av. Dr. José Sebastião Da Paixão s/nº - Bairro Lindo Vale
CEP: 36180-000 - Rio Pomba/MG
Telefone: (32)3571-5746
Http://cead.riopomba.ifsudestemg.edu.br/
Forragicultura
Valdir Botega Tavares

Rio Pomba-MG
2013
Apresentação e-Tec Brasil

Prezado estudante,

Bem-vindo ao e-Tec Brasil!

Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica
Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público,
na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre
o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a
Distancia (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as
universidades e escolas técnicas estaduais e federais.

A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e


grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as
pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o
fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes,
geograficamente ou economicamente, dos grandes centros.

O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições


de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens
a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições
públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-
polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais.

O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico,


seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação
profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação
técnica, – é capaz de promover o cidadão com capacidades para
produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões
da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética.

Nós acreditamos em você!


Desejamos sucesso na sua formação profissional!
Ministério da Educação
Setembro de 2013

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de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que


enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias
recentes relacionadas ao tema estudado.

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou


expressão utilizada no texto.

Mídias integradas: sempre que se desejar que os


estudantes desenvolvam atividades empregando
diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente
AVEA e outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades


em diferentes níveis de aprendizagem para que o
estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do
tema estudado.
Sum€rio

1Planta Forrageira ................................................................................................................. 3


1.1 IMPORT€NCIA DAS PLANTAS FORRAGEIRAS ........................................................................................3
1.2 CARACTER•STICAS MORFOL‚GICAS DAS GRAM•NEAS ...........................................................................4
1.3 Gram€neas ................................................................................................................... 10
1.3.1 PANICUM MAXIMUM JACQ .............................................................................................................10
1.3.1.1 PANICUM MAXIMUM CV COLONIƒO ..............................................................................................11
1.3.1.2 MOMBA„A ...............................................................................................................................12
1.3.1.3 TANZ€NIA ...............................................................................................................................12
1.3.1.4 MASSAI...................................................................................................................................13
1.3.2 PENNISETUM PURPUREUM SCHUM ................................................................................................13
1.3.3 BRACHIARIAS .............................................................................................................................16
1.3.3.1 BRACHIARIA DECUMBENS STAPF................................................................................................16
1.3.3.2.BRACHIARIA HUMIDICOLA (RENDIE.) SCHW .................................................................................18
1.3.3.3 BRACHIARIA RUZIZIENSIS GERMAIN. ET EVERARD. .......................................................................19
1.3.3.4BRACHIARIA BRIZANTHA (HOCHST.) STAPF. .................................................................................19
1.3.3.5 BRACHIARIA HIBRIDUM SCHUM (B. RUZIZIENSIS X B. DECUMBENS)X B. BRIZANTHA .........................20
1.3.4 CYNODON ..................................................................................................................................22
1.3.4.1 CAPINS TIFTON 68 E TIFTON 85 ................................................................................................22
1.3.5 ANDROPOGON GAYANUS KUNTH...................................................................................................23
1.3.6 HYPARRHENIA RUFA (NESS.) STAPF. ............................................................................................24
1.3.7.SET…RIAS ..................................................................................................................................25
1.3.8 HEMARTRIA ................................................................................................................................27
1.3.9MILHETO ....................................................................................................................................27
Pennisetum americanum (L.) Schum ................................................................................... 27
1.3.10 AZEV†M ANUAL .........................................................................................................................28
1.3.11.AVEIA ......................................................................................................................................28
1.4 LEGUMINOSAS ...............................................................................................................................29
1.4.1STYLOSANTHES ...........................................................................................................................30
1.4.2.AMENDOIM FORRAGEIRO .............................................................................................................31
1.4.3 CALOPOGONIUM MUCUNOIDES DESV ............................................................................................32
1.4.4 MEDICAGO SATIVA L ...................................................................................................................33
1.5 Cact‡ceas...................................................................................................................... 34
Outras Cact‡ceas ................................................................................................................ 35
2.Formaˆ‰o de Pastagem.................................................................................................... 36
2.1 ESCOLHA DA ESP†CIE FORRAGEIRA .................................................................................................36
2.2 M†TODOS DE PREPARA„ƒO DA …REA ...............................................................................................39
2.2.1. CULTIVA„ƒO .............................................................................................................................39
2.2.2 PREPARO CONVENCIONAL DO SOLO E CONSERVA„ƒO DO SOLO:.......................................................40
2.2.3 HERBICIDAS ...............................................................................................................................41
2.3. SEMENTES ...................................................................................................................................41
2.3.1. QUALIDADE ...............................................................................................................................41
2.5 †POCA DE PLANTIO: .......................................................................................................................44
2.6 M†TODOS DE SEMEADURA ..............................................................................................................45
2.6.1. A LAN„O...................................................................................................................................45
2.6.2. SULCOS ....................................................................................................................................46
2.6.3. FAIXAS .....................................................................................................................................47
2.6 4. FORRAGEIRAS E CULTURAS ........................................................................................................47
2. 6.5 PLANTIO DIRETO ........................................................................................................................48
2.6.6. ESTABELECIMENTO VEGETATIVO ( MUDA) .....................................................................................50
3.Manejo da Pastagem ........................................................................................................ 51
3.1- M†TODOS DE UTILIZA„ƒO ..............................................................................................................52
3.1.2- LOTA„ƒO CONT•NUO ..................................................................................................................53
3.1.3- LOTA„ƒO ROTATIVA OU ROTACIONADO ........................................................................................54

1
3.1.4- PASTEJO EM FAIXAS ..................................................................................................................56
3.1.5- PASTEJO PRIMEIRO-ŠLTIMO ........................................................................................................56
3.1.6- "CREEP-GRAZING" .....................................................................................................................57
3.1.7- "CREEP-GRAZING AVAN„ADO" ....................................................................................................57
3.1.8- PASTEJO LIMITE ........................................................................................................................57
M†TODO QUE TEM COMO OBJETIVO MANTER OS ANIMAIS EM PASTAGEM DE BAIXA QUALIDADE RECEBENDO OU
RECEBENDO FENO. POR†M, PERMITE QUE TENHAM ACESSO A UMA PASTAGEM ANUAL DE ALTA QUALIDADE
DURANTE POUCAS HORAS DIARIAMENTE OU A CADA DOIS DIAS, PARA REDUZIR AS PERDAS POR PISOTEIO. .....57
3.1.9- PASTEJO DIFERIDO ....................................................................................................................57
4. Conservaˆ‰o de Forragem .............................................................................................. 59
4.1INTRODU„ƒO .................................................................................................................................59
4.2.PLANTIO E ESCOLHA DA …REA ........................................................................................................59
4.3DIMENSIONAMENTO ........................................................................................................................60
4.4.PONTO DE COLHEITA......................................................................................................................62
4.5.ENCHIMENTO DO SILO ....................................................................................................................63
4.6.COMPACTA„ƒO .............................................................................................................................64
4.7.VEDA„ƒO .....................................................................................................................................66
4.8 FASE DE ALIMENTA„ƒO OU DEGRADA„ƒO AER‚BICA DA SILAGEM ........................................................73
4.9.ADITIVOS ......................................................................................................................................74
4.9.1.ALGUNS ADITIVOS UTILIZADOS ......................................................................................................76
5. SISTEMA SILVIOPASTORIL. ................................................................................................................77
5.1.INTRODU„ƒO ................................................................................................................................77
5.2. O SUCESSO NA IMPLANTA„ƒO DO SISTEMA DEPENDE DA ESCOLHA DAS ESP†CIES ARB‚REAS E DAS
FORRAGEIRAS .....................................................................................................................................79
5.3.CARACTER•STICA DAS ESP†CIES ARB‚REAS .....................................................................................79
5.4.A ESCOLHA DA PLANTA FORRAGEIRA................................................................................................81
5.5.CARACTER•STICAS MORFOL‚GICAS E COMPOSI„ƒO BROMATOL‚GICA DAS ESP†CIES FORRAGEIRAS .....82
5.6.BEM-ESTAR E DESEMPENHO ANIMAL ................................................................................................84
6. Capineiras........................................................................................................................ 86
6.1 UTILIZA„ƒO RACIONAL DAS CAPINEIRAS............................................................................................86
6.2 RECURSOS PARA PRODU„ƒO DE SILAGEM DE CAPIM ..........................................................................87
6.3 ALGUNS ADITIVOS PARA PRODU„ƒO DE SILAGEM DE CAPIM:................................................................87
6.4 USO DA CAPINEIRA PARA PASTEJO COM POSTERIOR VEDA„ƒO (ALTERNATIVA)....................................88
6.5 CUIDADOS COM A …REA DE CAPIM PARA CORTE .................................................................................88
7 Uso da cana na alimentaˆ‰o animal ................................................................................. 90
7.1CANA SUPLEMENTADA COM UR†IA ....................................................................................................91
7.1.1COMO PREPARAR A MISTURA CANA E UR†IA ....................................................................................93
7.1.3OUTRAS OP„‹ES DE USO DA UR†IA ...............................................................................................96
8 Fenaˆ‰o............................................................................................................................ 98
8.1 †POCA PARA FENA„ƒO ...................................................................................................................99
8.3 PROCESSO DE FENA„ƒO ..............................................................................................................100
8.4 DESIDRATA„ƒO DA FORRAGEM......................................................................................................101
8.5 FATORES QUE INTERFEREM NA DESIDRATA„ƒO ...............................................................................102
8.5. 1 FATORES CLIM…TICOS ..............................................................................................................102
8.5.2 FATORES INERENTES ΠPLANTA ..................................................................................................103
8.5.3 FATORES DE MANEJO ...............................................................................................................104
8.5.4 ARMAZENAMENTO DE FENO ........................................................................................................106
8.5.5 QUALIDADE E VALOR NUTRITIVO DOS FENOS ................................................................................107
8.5.6 CARACTER•STICAS DE PLANTAS PARA FENA„ƒO ...........................................................................109
8.5.7 CAMPO DE FENO .......................................................................................................................111
8.5.8 NECESSIDADE ANIMAL ...............................................................................................................111
8.5.9 GASTO TOTAL DE FENO .............................................................................................................111
8.5.10 FORNECIMENTO DO FENO ........................................................................................................112
8.5.11ADITIVOS PARA CONSERVA„ƒO DE FENOS ..................................................................................112
8.5.12 M†TODOS DE APLICA„ƒO DE ADITIVOS......................................................................................114

2
1 - Planta Forrageira

1.1 ImportÄncia das plantas forrageiras

Em um sistema de produˆ‰o de exploraˆ‰o pecu‡ria com base na utilizaˆ‰o de


pastagem, a planta forrageira assume papel primordial, uma vez que tanto a rentabilidade
quanto a sustentabilidade do sistema dependem da escolha correta da forrageira
O Brasil, pais de dimens‰o continental, cont•m uma s•rie de bomas diferenciados, o
que torna imprescindŽvel a exist•ncia de grande n•mero de esp•cies forrageiras, gramŽneas
ou leguminosas, para que todos esses ecossistemas sejam contemplados quando o objetivo
for o estabelecimento de pastagens. O grande n•mero de esp•cies forrageiras disponŽveis
aos pecuaristas relaˆa a necessidade e esforˆos dos pesquisadores para distinguir suas
principais caracterŽsticas, bem como aumenta a responsabilidade dos pecuaristas quanto a
escolha da mesma.
Estima-se que no Brasil existam 170 milh‘es de hectares de pastagens, sendo que,
100 milh‘es s‰o de pastagens cultivadas (IBGE, 2006). Dados do ANUALPEC (2008)
mostraram que aproximadamente 88% do rebanho bovino brasileiro s‰o manejados •nica e
exclusivamente em pastagens e o uso delas como recurso forrageiro para alimentaˆ‰o de
ruminantes vem crescendo em import’ncia na pecu‡ria nacional e internacional, por
proporcionar um alimento de boa qualidade a baixos custos. Nos •ltimos 32 anos, a ‡rea
com pastagem aumentou em 17% enquanto a produˆ‰o de carne aumentou em torno de
114%, isto se deve n‰o s“ ao incremento da produˆ‰o de carne, mas tamb•m ao uso de
novas plantas forrageiras, mais adaptadas e produtivas, resultantes de lanˆamentos pelas
instituiˆ‘es de pesquisa (Jank et al., 2005). Este not‡vel aumento se deve tamb•m ”
percepˆ‰o por meio dos pecuaristas que a bovinocultura de corte necessita ser uma
atividade competitiva e que o investimento em tecnologias e insumos proporciona maior
sustentabilidade ao sistema produtivo.
No Brasil, as pastagens constituem o principal e mais barato componente da dieta de
bovinos e, como tal, representam a base de sustentaˆ‰o da pecu‡ria brasileira. Segundo
Martha J•nior & Corsi, (2001), o pasto exclusivamente, • respons‡vel por quase 90% da
carne bovina produzida no Brasil e pela maior parte dos 20 bilh‘es de litros de leite
produzidos anualmente no PaŽs. Sendo assim, a produˆ‰o de bovinos criados
exclusivamente em pastagens, quando manejadas e utilizadas adequadamente, • uma
alternativa vi‡vel para que o sistema de produˆ‰o animal seja rent‡vel economicamente.

3
Culturalmente, o produtor brasileiro tende a buscar “ forrageira milagrosa” como forma
de aumento de produtivadade, facilidade de manejo e sustentabilidade do sistema de
exploraˆ‰o de aumento de produtividade, facilidade de manejo e sustentabilidade do
sistema de exploraˆ‰o. Por•m na maioria dos casos, as subestimativas de exig•ncias
nutricionais e o desconhecimento do manejo da forrageira utilizada, somados ” inadequaˆ‰o
desta ao ecossistema, resultam em diminuiˆ‰o da produtividade e, posteriormente, na
degradaˆ‰o da pastagem. Al•m disso, a simples substituiˆ‰o da planta forrageira tem pouco
efeito no sistema de produˆ‰o. Ainda assim, • de extrema import’ncia o conhecimento das
caracterŽsticas agron—micas, morfol“gicas e fisiol“gicas da forrageira a ser utilizada, pois
este • a base que norteia a adequada escolha e o eficiente manejo das forrageiras.

1.2 CaracterÅsticas morfolÇgicas das gramÅneas

S‰o do reino vegetal, divis‰o Angiospermae, classe monocotiledoneae e ordem


Gramininales. As gramŽneas s‰o predominantes nas pastagens e vulgarmente chamadas de
capins e gramas. S‰o utilizadas na forma de pastagens, fenos ou para ensilar. Temos
estudos de morfologia da planta com intuito de identificar as v‡rios tipos de plantas
forrageiras, por isso neste capitulo incial da apostila vamos estudar primeiramente a
morfologia.
Morfologicamente de gramŽneas , seus “rg‰os s‰o: s;
1.2.1. Sistema radicular fasciculado ou em cabeleira.
Estas possuem sistema radicular em que n‰o se distingue a raiz principal da secund‡ria,
sendo todas igualmente desenvolvidas e de origem adventŽcia

Fonte: Ruggiere 2006

4
Ao arrancar uma gramŽnea remove-se apenas uma pequena parcela do sistema
radicular o qual em muitas esp•cies alcanˆa uma profundidade de 2 metros ou mais, sendo
que anualmente s‰o repostas cerca metade das raŽzes existentes, em deˆorr•cia da morte e
formaˆ‰o de novas raŽzes. A profundidade m‡xima • frequentemente alcanˆada no primeiro
ano. As raŽzes de algumas gramŽneas (Paspalum notatum) cont•m ou s‰o circundadas por
bact•rias, principalmente do g•nero Beijerinkia, que fixam nitrog•nio atmosf•rico (Pedreira,
1975).
1.2.2. Caule - O caule das gramŽneas • do tipo colmo, dotado de n“s e entren“s, podendo
ser:
1.2.3. Ocos ou fistulosos
1.2.4. Cheios
a) Macios e suculentos – via de regra preferido pelos animais.
Ex.: Cana-de-aˆ•car, Capim-elefante, etc.
b) Duros e secos – dep“sito de sŽlica nos tecidos Ex.: Milho (ap“s o florescimento e
maturaˆ‰o dos gr‰os). Obs. A quantidade de fibra e sŽlica presente nos tecidos do colmo •
inversamente proporcional ” aceitabilidade dos mesmos pelos animais e tamb•m o que
pode ser digerido no trato gastrointestinal do animal. Resumindo quanto mais a forragem
passar do ponto de colheita menor valor nutricional da mesma.

Quanto ao habitat e arquitetura, os caules das gramŽneas podem ser:


A) A•reos - em geral herb‡ceos.
- Ereto (cespitoso). Ex.: Pennisetum. Panicum

- Decumbente. Ex.: Brachiaria.


- Geniculado (Joelho). Ex.: Melinis, Chloris e Setaria.
- Prostrado. Ex. Cynodon
-Estol‘es - s‰o caules rasteiros que se desenvolvem junto ” superfŽcie do solo,
produzindo raŽzes e parte a•rea a partir dos n“s.

Fonte: Valdir Botega Tavares

5
B) Subterr’neos (rizomas). Ex.: Paspalum notatun
As gramŽneas apresentam certas modificaˆ‘es caulinares , visando a facilidade de
disseminaˆ‰o:
- Rizomas - s‰o caules subterr’neos que terminam em uma gema apical pontiaguda,
dotados de n“ e entren“s, aclorofilados, cobertos de escamas as quais representam as
folhas e as estŽpulas reduzidas. Ex. Paspalum.

Fonte: Dawson Guimar‰es Faria

1.2.3. Folha – As folhas das gramŽneas s‰o constituŽdas de l’mina foIiar ou limbo e bainha.
L’mina foliar ou limbo - Via de regra lanceolada com nervaˆ‰o paralela (presenˆa da
nervura principal), glabras ou n‰o, margem comumente ciliadas ou serreadas.
- Bainha - invaginante ou amplexicaule (envolve totalmente o caule), tipo fendida, com
nervuras paralelas bem pronunciadas (aus•ncia da nervura principal).
Obs. Falso pecŽolo - estreitamento da l’mina foliar, perto da bainha. Ex.; Andropogon

Colmo 
 LÅmina

LÄgul

 Colar

 Bainha

Foto: Dawson Guimar‰es Faria


 Bainha

6
Folha completamente expandida?
1.2.4. Elementos praticamente constantes
Colar - ponto de junˆ‰o da l’mina foliar com a bainha, do lado de fora da folha ou
face inferior da l’mina foliar, com funˆ‰o de propiciar o movimento da l’mina foliar.
LŽgula - ponto de junˆ‰o da l’mina foliar com a bainha, do lado de dentro da folha ou
face superior da l’mina foliar, com funˆ‰o de proteˆ‰o da gema contra o ataque de insetos e
excesso de umidade. A lŽgula pode ser pilosa ou membranosa. Uma das caracterŽsticas do
g•nero • presenˆa da lŽgula membranosa.
Obs. O g•nero Echinochloa n‰o tem lŽgula.

1.2.5-Tipos de Infloresc•ncia - A classificaˆ‰o das gramŽneas baseia-se principalmente


nos caracteres da estrutura da espigueta e no arranjo das mesmas. Estas quase
exclusivamente delimitam as subfamŽlias, tribos e g•neros (Hitchcock, 1971; citado por
Mitidieri,1983).
Segundo LAHGER (1979) as gramŽneas apresentam dois tipos de infloresc•ncia: Espiga
e cacho. Quanto ao arranjo das mesmas, estas podem ser:
1.5.1. Espiga - espiguetas inseridas no eixo principal sem pedicelo (s•sseis). Ex.: Milho
(Zea)

a) Espiga radiada digitada Ex.: Cynodon

Fonte: Valdir Botega Tavares


1.5.2. Cacho ou racemo – espiguetas inseridas na r‡quis atrav•s de pedicelo.

1.5.2.1. Radiados - a) Digitados Ex. Digitaria

- b) Sub-digitados Ex. Chloris

Fonte: Valdir Botega Tavares

7
1.5.2.2. Isolados - a) Pareados Ex. Paspalum
- b) Alternados ao longo do eixo principal – existem mais de
dois racemos ao longo do eixo principal. Ex.Brachiaria
(exceto B. mutica)

Fonte: Valdir Botega Tavares

1.5.2.3. Cacho composto ou panŽcula – espiguetas pediceladas inseridas em


ramificaˆ‘es terci‡rias e quatern‡rias da r‡quis.

1.5.2.3.1. Aberta – As ramificaˆ‘es s‰o longas e abertas. Ex. Melinis, Panicum,


Brachiaria mutica.

Fonte: Valdir Botega Tavares

1.5.2.3.2. ContraŽda – Ex. Setaria, Pennisetum, Cenchrus

Fonte: Valdir Botega Tavares

8
1.5.2.3.3. Pseudo-espiga – ou panŽcula de racemo espiciforme – espiguetas
pediceladas e s•sseis inseridas em ramificaˆ‘es da r‡quis, num mesmo sentido
(Andropogon e Hyparrhenia), (Figura 6). A Figura 7 mostra a estrutura completa de um
perfilho de gramŽnea.

Fonte: Valdir Botega Tavares

2.1. Sistema Radicular – pivotante. Sistema radicu1ar em que a raiz principal •


bastante desenvolvida e as raŽzes secund‡rias s‰o menores e pouco numerosas (Figura 1).
Normalmente apresentam n“dulos que dependendo do g•nero da leguminosa estes podem
localizar-se em maior concentraˆ‰o na raiz principal ou secund‡ria. Ex.: Centrosema,
Macroptilium e Galactia (maior concentraˆ‰o nas raŽzes secund‡rias e terci‡rias).
Stylosanthes (maior concentraˆ‰o na raiz principal).
Outros tipos radiculares (origem caulinar)
- AdventŽcias - leguminosas de h‡bito de crescimento rasteiro. Ex.:
Macrotilium atropupureum (siratro).
- RaŽzes tuberosas - Pachyrriaus (Jacatup• ou feij‰o batata)
- Xilop“dio- Galactia e outras leguminosas da Regi‰o dos Cerrados
Figura 8. Sistema radicular das leguminosas
2.2. Caule – O caule das leguminosas geralmente s‰o clorofilados e podem ser:

2.2.1. Subterr’neos (rizomas) S‰o encontrados nas esp•cies herb‡ceas perene,


funcionando como “rg‰o de reserva e multiplicaˆ‰o vegetativa. Ex.: Trevo subterr’neo

2.2.2. A•reos. Herb‡ceos ou lenhosos, podendo ser divididos em:

a) Rasteiros – S‰o caules superficiais ou estolonŽferos, podendo apresentar raŽzes


adventŽcias. Ex. Siratro.
Os caules rasteiros quando encontram suporte podem subir (trepadores). Neste caso
recebem o nome de sarmentoso, quando possuem “rg‰o de fixaˆ‰o (Ex: Vicia) e

9
vol•vel, quando n‰o apresentam “rg‰o de fixaˆ‰o. Ex: Galactia, Centrosema e
Macroptilium.
b) Subarbustivos – At• 1,5 de altura. Ex: Stylosanthes
c) Arbustivo - At• 3m de altura. Ex: Cajanus, Guandu
d) Arb“reo - Acima de 3m de altura. Ex: Lecaena (leucena). Prosopis (algaroba).

2.3. Folha - A folha das leguminosas • constituŽda de base foliar, pecŽolo e limbo, podendo
apresentar pulvino e estŽpulas. O limbo apresenta v‡rias formas, dependendo da esp•cie,
com nervaˆ‰o penada. Pode ser do tipo:

2.3.1. Simples – Quando o limbo • •nico. Ex: Crotalaria juncea

2.3.2. Composta – Quando o limbo se subdivide em folŽolos, podendo ser:


a) Trifoliolada – quando a folha apresenta apenas tr•s folŽolos. Ex: Siratro, Centrosema,
Calopog•nio.

b) Pinada - Paripinada – quando os folŽolos terminam em par, Ex:


Vicia (ervilhaca)

c)Imparipinada – quando os folŽolos terminam em Žmpar,


Ex: Indigofera

2.3.3. Recomposta ou bipinada – Quando os folŽolos se subdividem. Ex: Leucaena e


Prosopis (Figura 9).
2.4. Flor – A flor das leguminosas • diclamŽdia (com c‡lice e corola), sendo
heteroclamŽdia, onde o c‡lice difere da corola. O c‡lice possui 5 s•palas soldadas

1.3 GramŽneas

1.3.1 Panicum maximum Jacq

A gramŽnea a forrageira Panicum maximum • conhecida mundialmente por sua alta


produtividade, qualidade e adapataˆ‰o a diferentes condiˆ‘es edafoclim‡ticas. A esp•cie •
a mais produtiva forrageira Tropical propagada por semente e tem despertado a atenˆ‰o de
pecuaristas tamb•m por sua abundante produˆ‰o de folhas longas, porte elevado e alta
aceitabilidade pelos animais das mais variadas categorias e esp•cies ruminantes e
equŽdeos.

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1.3.1.1 Panicum maximum cv ColoniÉo
Nome comum – capim-coloni‰o, capim-touceira.
Origem – …frica tropical e subtropical.
Exig‚ncias – • exigente quanto a solos f•rteis, vegetando melhor em solos arenosos. Para
desenvolver bem necessita de precipitaˆ‰o anual de 800 mm/ano.
Utilizaƒ„o – • mais empregado para pastejo rotacionado, com relaˆ‰o ao continua o
manejo e mais trabalhoso devido esta esp•cie alongar colmo com facilidade e para reduzir
este alongamento tem que aumentar muito a taxa de lotaˆ‰o da pastagem.
Porte e h€bito de crescimento – mais • maioria das cultivares s‰o manejada entre 07 ” 09
cm de altura. † planta perene, cespitosa e suas touceiras apresentam-se com ramos
tombados quando mais desenvolvidos.
Manejo – para esta gramŽnea emprega-se o manejo alto. A entrada dos animais no pastejo
controlado para o capim coloni‰o • feita quando as plantas atingem cerca de 60 a 80 cm, e
” saŽda, quando est‰o reduzidas a 30 a 40 cm. No pastejo contŽnuo procura-se manter a
vegetaˆ‰o com cerca de 30 cm. Para outo tipos de cultivares s‰o adotados outro tipos de
manejo como: Mombaˆa para pastejo rotacionado altura de entrada dos animais com 90 cm
e saŽda com 50 cm e pastejo continuo 60 cm, Tanz’nia para pastejo rotacionado altura de
entrada dos animais com 70 cm e saŽda com 30 cm e pastejo continuo 60 cm Quando
pastejado constantemente, o perfilhamento • estimulado. O emprego de roˆadeira deve ser
feito uma vez por ano no inŽcio da estaˆ‰o chuvosa, em caso de ficar muitos tocos (colmos
secos) ap“s pastejo.
Capacidade de suporte – 3,0 UA/ha/ano.
Rendimento – s‰o encontradas refer•ncias de rendimento de 40 a 100 toneladas de massa
verde por ha, sendo mais comum o rendimento de 40 a 50 toneladas de massa verde por ha
em 2 a 3 cortes; Quando bem conduzido pode ser realizado um corte a cada 5 semanas.
Produz 150 a 200 kg/ha de sementes.
Resist‚ncia – • uma gramŽnea bastante r•stica adaptando-se a condiˆ‘es de
sombreamento; rebrota ap“s fogo, mas n‰o suporta solos com excesso de umidade e n‰o
resiste a geadas.
Multiplicaƒ„o – por sementes, utilizando-se de 10 a 30 kg para plantio em linhas, 40 kg/ha
para plantio a lanˆo, quantidades estas que devem ser modificadas em funˆ‰o do valor
cultural da semente, o tipo de preparo do solo e a correˆ‰o do mesmo. A multiplicaˆ‰o por
mudas pode ser empregada, sendo o gasto de 4 t./ha com espaˆamento de 0,5 x 0,5 m,
colocando-se 3 a 5 mudas por cova (este processo n‰o • econ—mico).
Cultivares – as cultivares de Panicum maximum em uso na atualidade s‰o as seguintes:
‘Coloni‰o’, ‘Sempre-Verde’, ‘Makuani’, ‘Tobiat‰’, ‘Tanz’nia’, ‘Mombaˆa’, ‘Aruana’, ’Massai’.
Composiƒ„o – 4% a 10% de PB na mat•ria seca.

11
Consorciaƒ„o – consorcia-se com centrosema, siratro, kudzu tropical e soja perene.

1.3.1.2 MombaÑa

Foi selecionado inicialmente na Embrapa gado de corte e lanˆado comercialmente em 1993


po esta Instituiˆ‰o de Pesquisa, pelo Instituto Agron—mico do Paran‡ e parceiros (
Embrapa,2003

O cv. Mombaˆa • uma planta cespitosa de porte alto, com folhas largas (em torno de 3 cm)
e eretas quebrando nas pontas e com poucas pilosidade na bainha e lamina foliar, sendo os
pelos curtos e duros. Colmos s‰o glabos e sem serosidade , infloresc•ncia tipo panŽcula. E
uma cultivar de panicum muito exigente em fertilidade do solo, ent‰o • uma cultivar para se
manter numa pastagem gasta adubaˆ‰o de manutenˆ‰o.
Com relaˆ‰o ”s pragas e doenˆas n‰o a casos de relatos de ataque de cigarrinhas das
pastagens e cochonilha dos capins.
Na regi‰o norte do paŽs a relatos de morte de equino e muares quanto mantidos por
v‡rios ano em pastagens exclusivamente de Mombaˆa, onde os agentes causais foram
bact•rias e fungos, e ap“s a retirada de animais debilitados da pastagem houve
recuperaˆ‰o dos mesmos. Assim n‰o e indicados manter equinos e muares em pastagens
exclusivas dos capins Mombaˆa e tanzania naquela regi‰o, recomenda-se a rotaˆ‰o de
pastagens para estes animais

Foto: Panicum maximum cv Mombaˆa


Fonte: Valdir Botega Tavares

1.3.1.3 TanzÄnia

O cv. Tanz’nia-1 • uma planta cespitosa de porte m•dio, com folhas m•dias ( em torno de

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2,5 cm e uma diferenˆa com relaˆ‰o a cultivar monbaˆa que a folha desta cultivar • mais
decumbente. As folhas s‰o glabras • apresenta menos pelos que Mombaˆa na bainha e
pr“ximo ao n“. Com relaˆ‰o ”s pragas e doenˆas n‰o a casos de relatos de ataque de
cigarrinhas das pastagens e cochonilha dos capins. Existem relatos de ataques da lagarta
das pastagens. O cultivar • tamb•m suscetŽvel ao Bipolaris maydis, um helmintosp“rio que
ataca as folhas, sendo recomendado como controle a eliminaˆ‰o das plantas atacadas. Por
causa deste ataque desta praga a Embrapa n‰o aconselha o plantio desta esp•cie. Nas
sementes, a Tilletia ayresii pode ser um problema, principalmente no final da colheita.
Devido a estes relatos n‰o indicamos o plantio desta cultivar.

1.3.1.4 Massai

O cv. Massai • uma planta cespitosa de porte baixo, com folhas estreitas e eretas,
quebrando nas pontas. As laminas foliares e as bainhas apresentam m•dia pilosidade,
sendo os pelos curtos e duros. Os colmos n‰o apresentam serosidade. As infloresc•ncias
s‰o tipo intermedi‡rio entre uma entre uma panŽcula e um racemo. Este capim est‡ sendo
utilizado no sistemas agrossilviopastoris, apresentando uma melhor distribuiˆ‰o da produˆ‰o
quando submetidas a sombreamento de 30% e 50% em relaˆ‰o ao pleno sol. Em relaˆ‰o a
equinos apreciam bem esta cultivar.

Fonte: Valdir Botega Tavares

1.3.2 Pennisetum purpureum Schum


O capim –elefante (Pennisetum purpureum Schum) • uma das mais importantes
forrageiras, sendo cultivado em quase todas as regi‘es tropicais e subtropicais do mundo,
devido ao seu elevado pontencial de produˆ‰o de massa seca, qualidade, aceitabilidade,
vigor e persist•ncia. Esta forrageira est‡ entre as esp•cies de maior efici•ncia fotossint•tica,
apresentado grande capacidade de produˆ‰o e acumulo de massa seca. Tem seu uso mais
frequente em regime de corte ( capineiras), podendo ser utilizado para silagem e pastejo
rotativo.

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Nome comum – elefante, napier ou capim-cana. O nome napier • dado de maneira errada
a quase todas as variedades, sendo que napier • uma variedade desta gramŽnea.
Origem – …frica (Rod•sia).
Exig‚ncias – Esta • uma gramŽnea das mais exigentes em fertilidade, n‰o se adaptando a
baixadas •midas.
Utilizaƒ„o – apresenta boa aceitabilidade e pode ser empregada para pastejo, forragem
para corte e ensilar. Para ensilar este material • conveniente que se adicione juntamente um
material seco e/ou rico em carboidratos, como cana-de-aˆ•car, melaˆo, sorgo, milho, etc.
Esta adiˆ‰o • necess‡ria em funˆ‰o do alto teor de umidade e do baixo teor de carboidratos
que apresenta o capim-elefante.
Porte e h€bito de crescimento – esta gramŽnea • cespitosa, perene, pode atingir at• 6 m
de altura, sendo comum 3 a 4 m; por•m, a maioria de suas variedades deve ser cortada
com 1,3 a 1,80 m, ocasi‰o em que s‰o mais tenras.
Manejo – para pastejo controlado, recomenda-se a entrada dos animais com 80 a 100 cm e
saŽda com 50 a 60 cm, o que pode ser conseguido com perŽodos de ocupaˆ‰o de 1 a 7 dias
e descanso de 25 a 45 dias, dependendo do manejo de adubaˆ‰o e Žndice pluviom•trico. No
pastejo contŽnuo, procura-se manter a gramŽnea com cerca de 60 cm. O manejo alto, 1,20
m, foi muito adotado em esquema de pastejo rotacionado e impede o desenvolvimento de
invasoras, favorecendo a rebrota, mas atualmente os manejos s‰o os mencionados acima.
Quando o produtor opta para o corte as capineiras devem ser bem manejadas da seguinte
forma: o corte deve ser feito quando o capim atingir 1,8 m de altura Este manejo e para
evitar que o colmos da forrageira fiquem passado e tenha baixo aproveitamento pelos
animais.
Capacidade de suporte – 3 a 8 UA/ha no perŽodo das ‡guas; esta capacidade • reduzida
no perŽodo de escassez de chuvas, quando o crescimento • paralisado, caindo tamb•m seu
teor prot•ico. As maiores capacidades de suporte t•m sido observadas em esquema de
pastejo rotacionado e boa fertilizaˆ‰o.
Rendimento – • comum conseguir 20 a 40 t./ha de massa verde em um corte, o qual deve
ser feito a mais ou menos 20 cm do solo, quando a forrageira apresentar 1,50 a 1,80 m de
altura. O rendimento anual pode ultrapassar a 180 t./ha de massa verde em 3 a 5 cortes.
Para fins de planejamento, toma-se por base a produˆ‰o de 20 t./ha/corte, o que seria
suficiente para manter 10 vacas por 100 dias, ministrando-se 20 kg/vaca/dia.
Resist‚ncia – • uma gramŽnea bastante r•stica, suportando bem o pisoteio, com relativa
resist•ncia ao frio e fogo, ficando crestada com geadas.
Multiplicaƒ„o – em funˆ‰o da baixa produˆ‰o de sementes vi‡veis, a multiplicaˆ‰o por
fraˆ‘es de colmo ou colmos inteiros • mais empregada. Se o colmo for segmentado, cada
parte deve conter de 3 a 5 gemas (olhos). As mudas devem ser retiradas de culturas com

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mais de 100 dias, plantadas em sulcos de 15 a 20 cm de profundidade, espaˆados de 0,5 a
1,0 m, com pouca cobertura de terra. O gasto de mudas est‡ em torno de 2 a 4 t./ha, sendo
empregada a proporˆ‰o de 1:10, ou seja, 1 ha de cultura fornece muda para 10 ha.
As mudas, uma vez colhidas, se forem mantidas ” sombra, suportam at• 20 dias de
transporte.
Existe uma hibrido que se propaga por semente que • um cruzamento de duas
esp•cies Pennisetum glaucum( milheto) x Pennisetum purpureum Schum ( campim-
elefante) o nome comercial do capim • paraiso, quando optar para o plantio desta esp•cie
tem que preparar bem o solo devido que a semente e muito pequena e com isso a um gasto
maior de semente

Cultivares – as cultivares mais usadas e recomendadas s‰o as que apresentam


florescimento baixo ou tardio, sem joˆal, com colmos macios e tenros, sendo portanto, mais
empregadas: ‘Napier’, ‘Mineiro’, ‘Cameroon’, ‘Porto Rico’, ‘Vrukwona’, ‘Taiwan’, ‘Elefante
Roxo’, ‘Mercker. Dwarf’, al•m de outras. As cultivares s‰o bastante semelhantes, a
diferenciaˆ‰o • feita por di’metro, dureza e porte de colmo, comprimento, n•mero de folhas
e •poca de florescimento. Estas caracterŽsticas s‰o passŽveis de modificaˆ‰o em funˆ‰o de
manejo e, com isso, quase todas as variedades deste grupo s‰o chamadas de Napier.

Composiƒ„o qu…mica – • pouco diferente entre as cultivares, podendo a variaˆ‰o maior


ocorrer com a idade da planta, apresentando dos 43 aos 55 dias, cerca de 9% de PB na MS
e, em est‡gios mais avanˆados, 3% a 4% de PB na MS.
Consorciaƒ„o – • difŽcil devido ao porte, por•m, podem ser empregados soja perene,
siratro, centrosema e galactia striata.

Foto de capineira de Capim- elefante a primeira no ponto ideal de corte e a segunda muito passada
apresentado colmos lignificados.
Fonte: Ant—nio Ricardo Evangelista

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1.3.3 Brachiarias
A maioria das esp•cies • originada da …frica tropical apresentando plantas anuais ou
perenes, eretas, rizomatosas e/ou estolonŽferas.
Brachiaria inclui cerca de 100 esp•cies, de origem principalmente tropical e subtropical
quinze esp•cies s‰o encontradas comumente no Brasil: cinco s‰o nativas (B. adspersa, B.
fasciculada, B. molis, B. reptans, B. venezuelae), tr•s foram introduzidas provavelmente h‡
v‡rias d•cadas (B. extensa, B. purpurascens, B. plantaginea), sete foram as •ltimas a serem
introduzidas (B. brizantha, B. decumbens cv Basilisk, B. dictyoneura, B. humidicola, B.
radicans, B. ruziziensis, B. Brizanta cv Xara‚s, B. Brizanta cv MG5, B. Brizanta cv MG4 e B.
Brizanta cv Tiapƒ ).

1.3.3.1 Brachiaria decumbens Stapf

Nome comum – brachiaria, capim brachiaria, decumbens, “signal grass”.


Origem – …frica. Primeira introduˆ‰o no Brasil feita por meio do antigo IPEAN, hoje
CPATU/EMBRAPA, em 1952. A partir de 1965, disseminou-se rapidamente nos “cerrados”
brasileiros.
Exig‚ncias – n‰o muito exigente em fertilidade de solo consideram uma saturaˆ‰o de base
de 35%. Para bom desenvolvimento necessita de precipitaˆ‰o anual de mais de 800 mm.
Utilizaƒ„o – pode ser empregado para pastejo e fenaˆ‰o; • bem palat‡vel em comparaˆ‰o
com as demais; os eq›inos rejeitam esta gramŽnea.
Porte e h€bito de crescimento – pode atingir de 50 a 70 cm, • perene, herb‡cea,
prostrada, pode emitir raŽzes adventŽcias (estolonŽfera), • bastante agressiva. † bastante
empregada com finalidade de impedir a eros‰o. PanŽcula com um a cinco racemos, mais
freq›entemente tr•s racemos. Floresce v‡rias vezes por ano.
Manejo – para pastejo controlado, a entrada dos animais deve ser com a gramŽnea em
torno de 30 a 40 cm e a saŽda quando este porte for reduzido a 10 a 15 cm, com perŽodo de
descanso de 30 a 35 dias. Para pastejo contŽnuo, procurar manter a vegetaˆ‰o com porte de
cerca de 20 cm.
Capacidade de suporte – 2 a 3 UA/ha/ano.
Rendimento – 50 a 70 t./ha/ano de massa verde.
Resist‚ncia – n‰o tolera solos argilosos, secas prolongadas e sofre ataque de cigarrinhas e
percevejos. Rebrota ap“s o fogo, tem regular resist•ncia a frio e pisoteio. A
fotossensibilizaˆ‰o hepat“gena causada pelo fungo Pytomices chartarum que predam esta
gramŽnea, para curar os animais devem retirar da pastagem de brachiaria decumbens .
O problema do ataque de cigarrinhas (Zulia entreriana) nestas pastagens preocupa os

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pecuaristas. Existe o combate biol“gico com o inimigo natural desta cigarrinha, que • o
fungo Metarrhizium anizopliae. O controle quŽmico • perigoso e, em caso de ser empregado,
evitar o uso de “clorados”, que d‰o problemas na carne e leite. Os fosforados podem ser
aplicados com crit•rio, observando de sete a dez dias de intervalo entre a aplicaˆ‰o e o uso.

A - Deois flavopicta
B - Deois schach
C - Notozulia entreriana
D - Mahanarva fimbriolata
E - Mahanarva posticata (macho e f•mea)
Figura 4. Esp‚cies de cigarrinhas-das-pastagens que infestam pastagem e cana-de-a„…car. Fonte:
Gallo et al. (2002).
Foto: cigarrinha das pastagens
Multiplicaƒ„o – Pode ser feita por sementes ou por mudas. Por sementes, gasta-se em
torno de 10 a 20 kg/ha para plantio a lanˆo, semente de valor cultural razo‡vel. As sementes
t•m dorm•ncia de 6 meses e, para plantio anterior a este perŽodo, pode-se empregar a
quebra desta dorm•ncia com ‡cido sulf•rico comercial por 15 minutos e posterior lavagem,
pr‡tica que aumenta a porcentagem de germinaˆ‰o. O emprego de mudas pode ser feita
para plantio em covas, sulcos ou distribuiˆ‰o sobre o solo e gradagem superficial. O
espaˆamento pode ser 0,50 x 1,0 m, vari‡vel de acordo com a disponibilidade de mudas e
qualidade destas.
Composiƒ„o qu…mica – variaˆ‰o de 4,1% a 7,4% de PB na mat•ria seca.
Cons†rcio – difŽcil em funˆ‰o do vigor vegetativo desta gramŽnea. Por ocasi‰o da colocaˆ‰o
da leguminosa na pastagem formada, • conveniente rebaixar a pastagem com roˆadeira ou
super pastejo, o que vai facilitar o estabelecimento da leguminosa que deve ser introduzida
em covas ou sulcos, com fertilizaˆ‰o especŽfica, podendo ser empregado: soja perene,
centrosema, siratro, leucaena, etc.
Cultivares – Brachiaria decumbens cv. IPEAN, introduzida diretamente da …frica, por isso
tamb•m dita B. decumbens cv. Africana. Brachiaria decumbens cv. Basilisk ou B.
decumbens cv. Australiana.

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Foto: Baracharia decumbens
Fonte: Valdir Botega Tavares

1.3.3.2.Brachiaria humidicola (Rendie.) Schw

Nome comum – capim-agulha, quicuio-da-amaz—nia, brachiaria “espetudinha”.


Origem – …frica; a partir de 1973 tornou-se muito importante na Amaz—nia Brasileira.
Exig‚ncias – pouco exigente em fertilidade do solo.
Resist‚ncia – boa resist•ncia a geada e solos com mais •midos.
Porte e h€bito de crescimento – planta ereta, a vegetaˆ‰o atinge at• 1,0 m, rizomatosa,
perene e perfilha intensamente. Tamb•m • fortemente estolonŽfera. PanŽcula com 2 a 5
racemos.
Vantagens sobre a decumbens – os eq›inos n‰o rejeitam esta brachiaria e ela apresenta
maior resist•ncia ” cigarrinha do que a decumbens.
Multiplicaƒ„o – por meio de sementes e por mudas. Sementes apresentam dorm•ncia de 1
ano.
Composiƒ„o qu…mica – variaˆ‰o de 5% a 11,9% de PB na MS.

Foto: braqui‡ria Humidicula


Fonte: agronomia.com

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1.3.3.3 Brachiaria ruziziensis Germain. et Everard.

Nome comum – ruziziensis, “ruzi grass”, capim congo.


Origem – Congo.
Exig‚ncias – pouco exigente em fertilidade do solo.
Porte e h€bito de crescimento – esta brachiaria • muito semelhante ” decumbens, a
vegetaˆ‰o atinge at• 1,0 a 1,5 m, • perene, estolonŽfera e apresenta grande perfilhamento.
PanŽcula com 3 a 6 racemos e forte pigmentaˆ‰o avermelhada. As plantas s‰o verde-
amareladas.
Resist‚ncia – baixa resist•ncia a geadas e secas. Suporta bem pastejo. Tem maior
rendimento por ‡rea que a decumbens. Apresenta ataque de cigarrinha das pastagem e
muito ultilizadas em cobertura para plantio direto devido a sua baixa resist•ncia ao herbicida
glifosato.
Multiplicaƒ„o – pode ser feita por mudas e por sementes. Por sementes deve-se observar
o perŽodo de dorm•ncia, que ocorre ap“s colheita que • de 12 meses (em condiˆ‘es
ambientais). Floresce uma vez por ano (abril).
Composiƒ„o qu…mica – 4% a 11% de PB na MS.
Rendimento – at• 80 t./ha/ano de massa verde. † de 10% a 20% menos produtiva do que a
Brachiaria decumbens.

1.3.3.4Brachiaria brizantha (Hochst.) Stapf.

Nome comum – Brizantha.


Origem – …frica.
Exig‚ncias – n‰o muito exigente em fertilidade, desenvolve-se bem em solos secos ou
•midos.
Porte e h€bito de crescimento – • mais ereta que a decumbens e a vegetaˆ‰o pode atingir
1,0 a 1,2 m (touceira); • menos vigorosa para gramar que as anteriores, pois n‰o •
estolonŽfera, sendo rizomatosa e perene. PanŽcula com 2 a 12 racemos (4 a 6 racemos na
cv Marandu) de espiguetas unisseriadas, igual a figura 3, abaixo.
Composiƒ„o qu…mica – 4% a 11% de PB na MS.
Multiplicaƒ„o – pode ser multiplicada por mudas ou por sementes que t•m baixo poder
germinativo.
Resist‚ncia- • tolerante ao ataque de cigarrinha das pastagem, por•m nos •ltimos anos na
regi‰o do norte do paŽs est‡ ocorrendo ataque e tamb•m morte s•bita desta brachiaria
devido o excesso de umidade do solo devido o alto volume de chuva na regi‰o

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Cultivares – Brachiaria brizantha cv. Marandu. Nomes comuns freq›entemente
empregados para esta cultivar s‰o brachiar‰o, brizant‰o e rodeslana. Esta cultivar • a
brachiaria que vem sendo mais difundida nos •ltimos anos para bovino de corte e, em
escala menor para bovino de leite. Atualmente tiveram novas cultivares como MG 4, Xar’es
, MG 5 e Tiap‰. No caso da Xar’es j‡ tem ataque de cigarrinha nesta esp•cie.

Foto Brachiaria Brizanta cv Marandu e Infloresc•ncia da mesma


Fonte: Valdir Botega Tavares

1.3.3.5 Brachiaria hibridum Schum (B. ruziziensis X B.


decumbens)X B. brizantha

Nome comum – Capim Mulato, Brachiaria Mulato II


Origem –A gramŽnea Brachiaria MULATO • o resultado de um cruzamento de B. ruziziensis
(tetrapl“ide, sexual) x B. decumbens (tetrapl“ide, apomŽtico) s realizadas pelo Projeto de
Forragens Tropicais do CIAT, localizadoem Cali, Col—mbia, logo sendo um hŽbrido
apomŽtico, o que significa que • geneticamente est‡vel, n‰o segregando de uma geraˆ‰o a
outra. Ap“s o cruzamento original foi feito de tr•s geraˆ‘es de cruzamentos Prog•nies
sexuais e foram expostas a polinizaˆ‰o aberta para gerar uma segunda geraˆ‰o de hŽbridos,

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de onde se selecionou um gen“tipo sexual para voltar a cruzar, gerando o uma nova cultivar
MULATO II. Em ambas as geraˆ‘es de cruzamento aberto, a respectiva m‰e sexual foi
exposta ao p“len de hŽbridos de B. brizantha e de acessos de B. brizantha. Com isso esta
nova cultivar Mulato II apresenta caracterŽsticas da B. Brizanta, diferente do primeiro
cruzamento que apresentava caracterŽsticas das B. ruziziensis e B. decumbens

Exig‚ncias - esta gramŽnea requer fertilidade de solo de moderada a boa , apresentaa


daptaˆ‰o a solos ‡cidos. Desenvolve-se bem em locais com altitudes de 0 at• 1800 m e
com precipitaˆ‘es anuais a partir de 700 a 800 mm.

Utilizaƒ„o – apresenta boa aceitabilidade e pode ser empregada para pastejo, forragem
para corte e ensilar. Foi obtido um rendimento 120 t por hectare em silagem, com tr•s
cortes, por ano,

Porte e h€bito de crescimento– • uma gramŽnea vigorosa, semi-ereta e de crescimento


cespitoso. A altura de planta, sem incluir a infloresc•ncia, varia de 90 a 100 cm. Suas folhas
s‰o lineares, lanceoladas e de cor verde intenso, possui um sistema radicular bastante
profundo e ramificado, que lhe confere uma excelente resist•ncia ”s condiˆ‘es de seca. A
lŽgula • curta e membranosa. A infloresc•ncia • uma panŽcula com 4 - 6 r‡cimos, com fileira
dupla de espiguetas, que tem aproximadamente 5 mm de comprimento e 2 mm de largura.

Manejo – para pastejo controlado, recomenda-se a entrada dos animais com 50 cm e saŽda
com 30 cm, o que pode ser conseguido com perŽodos de ocupaˆ‰o de 1 a 7 dias e
descanso de 35 a 45 dias.

Capacidade de suporte – 3 a 8 UA/ha no perŽodo das ‡guas; esta capacidade • reduzida


no perŽodo de escassez de chuvas, quando o crescimento • paralisado, caindo tamb•m seu
teor prot•ico. As maiores capacidades de suporte t•m sido observadas em esquema de
pastejo rotacionado e boa fertilizaˆ‰o.
Rendimento – • comum conseguir 30 a 50 t./ha de massa verde em um corte, o qual deve
ser feito a mais ou menos 20 cm do solo, quando a forrageira apresentar 1,30 a 1,50 m de
altura. O rendimento anual pode ultrapassar a 120 t./ha de massa verde em 3 cortes.
Toler‡ncia – apresenta toler’ncia a perŽodos de seca e solos que tenham uma drenagem
deficiente, por•m chegar a suportar um encharcamento em forma permanente, perŽodos de
seca. Apresenta resist•ncia ”s esp•cies de cigarrinhas-das-pastagens, principalmente as
ninfas. Em ensaios na Col—mbia apresentou susceptibilidade a Rhizoctonia (doenˆa f•ngica
foliar)

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Multiplicaƒ„o – Seu estabelecimento por sementes. Para um bom estabelecimento •
recomend‡vel utilizar uma taxa de 5-8 kg de sementes por hectare com um valor cultural
mŽnimo de 60%, o que significa uma semente com 80% de pureza e 75% de germinaˆ‰o

. † importante lembrar que as sementes n‰o devem se aprofundar a mais do que 1 cm, para
evitar problemas de baixa emerg•ncia de pl’ntulas.
Composiƒ„o qu…mica – Suas caracterŽsticas nutricionais variam com a idade da pastagem
e com a •poca do ano, como todas as gramŽneas, por•m em geral t•m sido encontrados
normalmente percentuais de PB entre 8% e 12%, al•m de nŽveis de digestibilidade “in vitro”
em rebrotes de 25 a 35 dias entre 55% e 62%.
Consorciaƒ„o – • difŽcil devido ao porte podem ser empregados Arachis Pintoi,
Centrosema e Desmodium

1.3.4 Cynodon

Coastcross - Cynodon dactylon (L.) Pers x Cynodon nlemfuensis Vanderyst


Nome comum – Coastcross.
Origem – …frica.
Exig‚ncias – alta fertilidade de solo.
Utilizaƒ„o – pastejo, feno.
Porte e h€bito de crescimento – s‰o plantas perenes, de crescimento estolonŽfero,
formando relvado de at• 50 cm.
Manejo – entrar com os animais quando o capim atingir 25 a 30 cm e retirar com 8 a 10 cm.
Rendimento – 7 toneladas de mat•ria seca/ha/ano, em quatro cortes.
Resist‚ncia – boa ao frio.
Multiplicaƒ„o – propaga-se por meio mudas enraizadas ou de estol‘es; 1 ha proporciona a
formaˆ‰o de 15 ha, aproximadamente. Atualmente existe uma cultivar vaqueiro que •
propagada por semente.
Composiƒ„o qu…mica – 8% a 16% de PB na MS.
Cons†rcio – trevo-branco, trevo-vesiculoso, cornich‰o, desmodium, siratro.

1.3.4.1 Capins Tifton 68 e Tifton 85

O g•nero Cynodon • o mais amplamente distribuŽdo da tribo Chlorideae, que engloba


oito esp•cies distribuŽdas em quatro grupos: a) sul da …sia e Oceano •ndico - sul das Ilhas
do PacŽfico: Cynodon arcuatus e Cynodon barberi ; b) leste da …frica: Cynodon
plectostachyus, Cynodon aethiopicus e Cynodon nlemfuensis; c) sul da …frica: Cynodon
incompletus e Cynodon transvalensis; d) cosmopolita com variedades end•micas: Cynodon
dactylon.

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O capim ‘Tifton 68’ (Cynodon spp) • um hŽbrido F1 do cruzamento de duas
introduˆ‘es, PI255450 e PI293606, as mais digerŽveis provenientes do Qu•nia, …frica,
presentes na coleˆ‰o das 500 gramŽneas do g•nero Cynodon do Professor Glenn W.
Burton. A cultivar Tifton 68 foi registrada e liberada em 1984: • um capim perene, gigante,
com hastes grossas, sem rizomas mas com estol‘es muito robustos com pigmentaˆ‰o roxa
pronunciada, folhas largas, mais pilosas e mais compridas do que as demais cultivares
selecionadas. Multiplica-se por meio de mudas enraizadas ou estol‘es. Bem manejado e em
regi‘es tropicais e subtropicais apresenta alta produtividade e alta aceitabilidade pelos
animais.
O capim ‘Tifton 85’ (Cynodon spp) • tamb•m perene e tem sua origem na Coastal
Plain Experiment Station (USDA-University of Ge“rgia), localizada em Tifton, sul do estado
norte-americano da Ge“rgia, sendo o melhor hŽbrido F1 entre uma introduˆ‰o sul-africana
(PI 290884) e a ‘Tifton 68’ que n‰o apresenta rizomas e estol‘es vigorosos. Trata-se de um
hŽbrido pentapl“ide (2n=5x=45), de porte mais alto que os demais hŽbridos, com colmos
tamb•m maiores, relaˆ‰o folha-colmo maior que o ‘Tifton 68’; multiplica-se atrav•s de
mudas enraizadas ou estol‘es, desenvolvendo-se bem em regi‘es tropicais e subtropicais,
apresentando alta produtividade e alta digestibilidade.

Foto: Cynodon
Fonte: www.agronomia.com

1.3.5 Andropogon gayanus Kunth

Nome comum – capim andropogon, capim gamba.


Origem – …frica Ocidental (Shika – Nig•ria).
Exig‚ncias – pouco exigente em fertilidade de solo, preferindo os bem drenados e
vegetando bem nos pobres e ‡cidos (solos de cerrado). Adapta-se bem em regi‘es com
400 a 1.500 mm de chuvas anuais e altitudes de at• 1.000 m.

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Utilizaƒ„o – pastejo e fenaˆ‰o.
Porte e h€bito de crescimento – perene, cespitoso, com 2,0 m ou mais de altura.
Apresenta folhas abundantes com pilosidade aveludada, coloraˆ‰o verde azulado
estreitamento tŽpico na base, assemelhando-se a um pecŽolo.
Manejo – em pastejo deve ser utilizado na altura compreendida entre 30 a 70 cm. Para a
produˆ‰o de sementes deve ser cortado ou pastejado 90 a 120 dias antes da floraˆ‰o para
n‰o acamar, o que dificulta grandemente a colheita.
Capacidade de suporte – 1,5 a 2,0 UA/ha/ano.
Rendimento – 40 a 80 t./ha/ano de massa verde e 100 a 150 kg/ha de sementes.
Resist‚ncia – boa ” seca, pois apresenta sistema radicular profundo (0,80 m de
profundidade e 1,0 m em torno da planta) e tamb•m a corte e fogo.
Multiplicaƒ„o – por meio de sementes, gastando-se 5 kg/ha de sementes de bom valor
cultural e quantidade bem maior quando o valor cultural • baixo.
Composiƒ„o qu…mica – • considerado um capim de valor nutritivo m•dio, apresentando de
4,8% a 12,9% de PB na MS.
Consorciaƒ„o – siratro, calopog—nio, estilosantes.
Cultivares – a EMBRAPA lanˆou a cultivar Planaltina no primeiro semestre de 1980
(Andropogon gayanus var. Bisquamulatus cv. Planaltina), que se encontra em cultivo
atualmente.

Fonte: Valdir Botega Tavares

1.3.6 Hyparrhenia rufa (Ness.) Stapf.

Nome comum – capim-provis“rio (curto perŽodo de utilizaˆ‰o), capim-vermelho, sap•-


gigante, capim-lageado e capim jaragu‡.

24
Origem – Brasil Central (segundo alguns autores). Continente Africano ou •ndia (segundo
outros).
Exig‚ncias – medianamente exigente em fertilidade do solo e exige pluviosidade acima de
800 mm anuais. Desenvolve-se bem em solos sŽlico-argilosos ou argilosos.
Utilizaƒ„o – aceitabilidade boa, utilizado para pastejo, fenaˆ‰o e raramente para silagem.
Quando o porte ultrapassa de 0,5 a 0,6 m, a aceitabilidade decresce.
Porte e h€bito de crescimento – • uma gramŽnea cespitosa, perene, que atinge at• 3 m de
altura, formando grandes e densas touceiras. Pastado repetidamente pode formar gramado
que cobre o terreno.
Manejo – quando empregado pastejo controlado, os animais entram na pastagem quando
est‡ com 0,4 m e saem quando o porte for reduzido cerca de 0,2 m. No pastejo contŽnuo
procurar manter a pastagem com cerca de 0,2 m.
Capacidade de suporte – 2,5 UA/ha/ano.
Rendimento – 40 a 60 toneladas de massa verde por ha/ano em 4 cortes, rendimento
vari‡vel, de acordo com o manejo, podem produzir de 150 a 200 kg/ha de sementes e 20
ton./ha de feno/ano.
Resist‚ncia – • um capim r•stico, vigoroso, mas que apresenta baixa resist•ncia ao
encharcamento, seca e temperaturas baixas. Tem boa resist•ncia a pisoteio, corte mec’nico
e fogo e • bastante atacado pela sa•va.
Multiplicaƒ„o – por sementes, gastando de 8 a 10 kg/ha em sulco e 15 a 20 kg/ha a lanˆo.
Podem empregar-se mudas que dever‰o ser espaˆadas de 0,8 x 0,8 m, sendo as mudas
constituŽdas de fraˆ‰o de touceiras com raŽzes.
Composiƒ„o qu…mica – 5,3% a 12,8% de PB na mat•ria seca.
Consorciaƒ„o – kudzu tropical, jitiranas, siratro, soja perene, etc.

1.3.7.SetÖrias

S‰o gramŽneas perenes, originadas da …frica, que apresentam boa resist•ncia ao frio
e a geadas. Estas plantas t•m boa versatilidade quanto ao tipo de solo, adaptando-se dos
arenosos aos argilosos. Suportam bem as secas e toleram solos mal drenados e at• sujeitos
a inundaˆ‘es. As cultivares mais importantes s‰o: ‘Nandi’, ‘Kazungula ‘e ‘Narok’.

Setaria anceps Stapf.


Nome comum – capim-mangar‡ e napiezinho (nome dado a todas as cultivares).
Origem – …frica, terras altas da provŽncia de Nandi, Qu•nia.
Exig‚ncias – a utilizaˆ‰o exclusiva e por longo perŽodo pode trazer problemas metab“licos
aos animais, devido ” exig•ncia de ‡cido ox‡lico. Pode ser empregada para pastejo e

25
fenaˆ‰o. Das tr•s cultivares de Setaria anceps a cv.Nandi • a que apresenta menor
quantidade de oxalatos em suas folhas; concentraˆ‘es elevadas de oxalatos (acima de
0,5% na mat•ria seca) podem provocar defici•ncias de c‡lcio em ruminantes jovens e,
notadamente, nos equŽdeos.
Porte e h€bito de crescimento – atinge 1,5 a 2,0 m no florescimento. Apresenta rizomas
curtos, forma touceira • perene e cespitosa.
Manejo – no pastejo controlado, colocar os animais quando a forrageira estiver com 40 a 60
cm e retir‡-los quando reduzir a vegetaˆ‰o a 15 a 20 cm. Apesar de cespitosa, se bem
pastejada esta gramŽnea pode dar boa cobertura ao solo. O florescimento • intenso, o que
pode diminuir se adotar pastejo intenso no perŽodo que antecede a floraˆ‰o.
Capacidade de suporte – 2 UA/ha/ano.
Rendimento – 60 t./ha/ano de massa verde e 150 kg/ha de sementes com razo‡vel valor
cultural.
Resist‚ncia – resiste bem ao frio, adaptando-se bem no Sul de S‰o Paulo, Mato Grosso e
Norte do Paran‡.
Multiplicaƒ„o – sementes, gastando-se 20 a 40 kg/ha no plantio a lanˆo, gasto que ser‡
menor se o plantio for em linha. A germinaˆ‰o desta gramŽnea • lenta e irregular, exigindo
uma semeadura superficial.
Composiƒ„o qu…mica – 4% a 11% de PB na MS.

Fonte: Valdir Botega Tavares

26
1.3.8 Hemartria

Hemarthria altÅssima (Poir.) Stapf. & Hubb


Nome comum – hemartria.
Origem – …frica do Sul.
Exig‚ncias – gramŽnea perene de estaˆ‰o quente.
Utilizaƒ„o – pastejo, feno.
Porte e h€bito de crescimento – forma relvado de at• 1,0 m, estolonŽfera, com estol‘es
longos.
Manejo – iniciar pastejo com 20 a 25 cm de altura, retirando-se os animais quando tiver com
5 cm. Pastejo contŽnuo, manter com 15 cm. Para feno, cortar com 50 a 70 cm.
Rendimento – 12 toneladas de mat•ria seca por ha/ano, com 4 a 5 cortes.
Resist‚ncia – tolerante a temperaturas baixas, adaptando-se bem em v‡rios tipos de solo,
inclusive ‡cidos, com baixa exig•ncia por fertilidade.
Multiplicaƒ„o – por mudas, com gasto de 2 a 3 t./ha, em sulcos ou covas. O espaˆamento
entre sulcos pode ser de at• 1,0 m.
Composiƒ„o qu…mica – 5,3% a 11,0% de PB na MS.
Cultivares – ‘Roxinha’, ‘Florida’, al•m de outras.

1.3.9Milheto

Pennisetum americanum (L.) Schum


Nome comum – milheto, pasto italiano, capim-charuto.
Origem – …frica.
Exig‚ncias – solos bem drenados e f•rteis; produz com baixa precipitaˆ‰o.
Utilizaƒ„o – pastejo, corte, fenaˆ‰o e silagem.
Porte e h€bito de crescimento – atinge at• 1,2 m e • planta cespitosa anual.
Manejo – cortar ou pastejar com plantas atingindo at• 80 cm. No pastejo, retirar o gado com
30 cm.
Rendimento – 6 a 20 toneladas de mat•ria seca/ha.
Resist‚ncia – boa a perŽodos secos.
Multiplicaƒ„o – semeadura de setembro a marˆo, em linha, com gasto de 15 kg de
sementes/ha com espaˆamento de 20 a 40 cm. A lanˆo com gasto de 20 kg/ha.
Cons†rcio – feij‰o mi•do.
Cultivares – ‘P•rola’, ‘Tifidate’, ‘Millex 23’.

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1.3.10 AzevÜm anual

Lolium multiflorum Lam


Nome comum – azev•m.
Origem – Mediterr’neo (Europa, …sia, Norte da …frica).
Exig‚ncias – solos f•rteis e boa umidade no perŽodo de estabelecimento.
Utilizaƒ„o – pastejo, feno.
Porte e h€bito de crescimento – planta anual de ciclo hibernal, cespitosa, podendo atingir
80 cm.
Manejo – entrar com os animais quando as plantas tiveram 20 cm e retirar quando reduzir a
8-10 cm.
Rendimento – 7 a 12 t./ha de mat•ria seca por hectare/ano, em tr•s a quatro cortes.
Resist‚ncia – resiste bem a temperaturas baixas, umidade excessiva e acidez do solo.
Multiplicaƒ„o – semeadura de marˆo a abril, com 30 a 40 kg/ha.
Composiƒ„o qu…mica – 5% a 22% de PB na MS.
Cons†rcio – ervilhaca, serradela, trevo vesiculoso, alfafa, centeio, triticale.
Cultivares – ‘Verta’.

1.3.11.Aveia

Avena sativa L. (branca); Avena byzantina Koch. (amarela); Avena strigosa


Schreb.(preta)
Origem – Europa.
Exig‚ncia – as aveias vegetam numa grande variedade de solos, mas preferem os
argilosos e limosos onde haja estagnaˆ‰o de ‡gua. O solo deve ser bem preparado para
melhor desenvolver a cultura. S‰o menos sensŽveis ” acidez do solo do que o trigo
(desenvolve-se bem em solos com pH entre 4 a 7). Vegetam bem em regi‘es com
temperatura m•dia de 19œ C at• alguns graus abaixo de zero.
Utilizaƒ„o – forragem oferecida aos animais no cocho, mesmo sem picar; silagem, feno,
pastejo direto (com crit•rio – 2 a 3 horas por dia, geralmente em faixas rotacionais).
Apresenta “tima aceitaˆ‰o pelos animais.
Porte e h€bito de crescimento – a aveia • gramŽnea anual (ciclo m•dio de 180 dias),
cespitosa, altura de 1,5 m, tenra e suculenta. Nas aveias brancas e amarelas, os colmos s‰o
grossos e suculentos e as folhas largas e verde-escuras. Na preta, os colmos s‰o finos e as
folhas estreitas e verde-escuras.
Manejo – na regi‰o Sul de Minas Gerais a aveia • plantada entre 15/03 e 30/04 e 50 a 60
dias ap“s j‡ se faz o primeiro corte a 10 cm do solo. Ap“s um perŽodo de 35 a 45 dias, faz-

28
se um segundo corte a 15 cm do solo e, ap“s igual perŽodo, faz-se um terceiro corte, a 5 cm
do solo. † comum n‰o se fazer um terceiro j‡ que o rendimento de massa verde deste •
pequeno. Neste caso, faz-se o pastejo direto. Nas condiˆ‘es do Brasil Central, a cultura •
conduzida com irrigaˆ‰o, em sulcos ou por aspers‰o. A f“rmula 20-60-40 • usada
freq›entemente. Responde extremamente bem ” adubaˆ‰o nitrogenada em cobertura,
utilizando-se comumente 20 kg N/ha, 35 dias ap“s o plantio e a mesma dose repetida ap“s
o primeiro e segundo cortes.
Rendimento – 50 a 60 t./ha/ano de massa verde, 5 a 6 t./ha de feno e 1,0 a 2,5 t./ha de
gr‰os. Um rendimento m•dio de massa verde por ha por corte pode ser assim explicado:
24,5 t./ha – 1œ corte; 16,5 t./ha – 2œ corte; 9,5 t./ha – 3œ corte.
Resist‚ncia – n‰o tolera solos encharcados ou mal drenados. A umidade alta favorece o
aparecimento de doenˆas f•ngicas e bacterianas. Apresenta boa resist•ncia a temperaturas
baixas.
Multiplicaƒ„o – por sementes: 80 kg/ha para aveias branca e amarela; 60 kg/ha para aveia
preta.
A semeadura • feita com semeadeiras-adubadeiras de arroz e trigo, no espaˆamento
de 20 cm entre linhas. Na semeadura a lanˆo gastam-se 100 kg/ha de sementes. As
sementes devem ser tratadas com inseticidas, antes do plantio, para combater
principalmente o cupim nesta •poca do ano.
Composiƒ„o qu…mica – 15% a 17% de MS na forragem verde; 13% a 15% de PB na MS;
0,54% de Ca e 0,22% de P.
Consorciaƒ„o – principalmente com leguminosas anuais, como a ervilha e serradela e
tamb•m o trevo branco (perene). No Brasil Central, a aveia • cultivada solteira.

1.4 Leguminosas

As leguminosas s‰o plantas de folhas largas que, quando consorciadas com


gramŽneas, podem proporcionar forragem de maior valor alimentŽcio, devido ao alto teor de
proteŽna e ” capacidade de fixaˆ‰o de nitrog•nio atmosf•rico por meio dasimbiose com
riz“bios.
As leguminosas pertencem ao reino Vegetal, divis‰o Angiospermae, classe
Dicotiledoneae e ordem Rosales.
Morfologicamente, seus “rg‰os s‰o: raiz acial ou pivotante; caule vari‡vel que pode
ser herb‡ceo, arbustivo ou arb“reo; as folhas s‰o compostas, alternadas e estipuladas. As

29
flores s‰o diclamŽdeas, unicarpelar e multiovuladas; a infloresc•ncia • uma panŽcula ou
r‡cemo e o fruto • do tipo legume.

1.4.1Stylosanthes

Este • o g•nero a que pertence ” maior parte das leguminosas nativas brasileiras; 25
de um total de 40 esp•cies s‰o encontradas no Brasil; mais de 19 esp•cies s‰o encontradas
em terras do estado de Minas Gerais.

Stylosanthes
Stylosanthes capitata e S. marcrocephala (Campo Grande) .
Nome comum -alfafa brasileira, vassourinha e “stylo”.
Origem – Embrapa Gado de Corte em 2000 Mistura fŽsica de duas sementes de linhas
melhoradas, sendo na seguinte proporˆ‰o 80% Stylosanthes capitata e 20% S.
marcrocephala. Na foto abaixo representa a mistura fŽsica de sementes, sendo as plantas de
folhas menores Stylosanthes capitata e maiores S. marcrocephala

Foto: Stylosantes campo grande

Fonte: www.campogrande.olx.com

Exig‚ncias – esta leguminosa n‰o • muito exigente em fertilidade do solo e desenvolve-se


bem em regi‘es com precipitaˆ‰o m•dia anual acima de 800 mm. Alta capacidade de
ressemeadura natural e Boa fixaˆ‰o biol“gica de N
Utilizaƒ„o – pode ser empregada para fenaˆ‰o e pastejo, apresentando boa aceitabilidade.
Porte e h€bito de crescimento – pode atingir 0,60 a 1,20 m e, sob efeito de pastejo,
apresenta-se prostrado. † planta ereta, semi-arbustiva, muito ramificada, perene.

30
Manejo – quando empregada para fenar, fazer o corte rente ao solo. Quando empregada
em pastejo, evitar o rebaixamento excessivo que pode eliminar a coroa que se eleva com
facilidade. Quando utilizada em cons“rcio, evitar o abafamento pela gramŽnea. O porte da
cultura favor‡vel ao corte • em torno de 50 a 60 cm, quando a planta j‡ tem bom valor
forrageiro e ainda boa digestibilidade.
Rendimento – pode produzir de 15 a 20 t./ha/ano de massa verde. A produˆ‰o de
sementes varia de 150 a 500 kg/ha (60 a 200 kg/ha, com maior seguranˆa).
Resist‚ncia – apresenta susceptibilidade ” antracnose, boa resist•ncia ” seca e a solos
‡cidos; desenvolve-se bem em solos de cerrados; n‰o tolera geada e solos alagados. No
CIAT Col—mbia, foi obtida uma cultivar resistente ” antracnose, cujo nome • “la libertad”.
Multiplicaƒ„o – por meio de sementes escarificadas com ‡gua a 60œC por 5 minutos. A
inoculaˆ‰o das sementes devem ser com inoculante que contenha riz“bios do grupo
stylosanthes. O gasto de sementes • de 2 a 5 kg/ha para espaˆamento de 0,5 m entre
linhas. Para plantio em cons“rcio, a lanˆo ou em linha, empregam-se de 2 a 5 kg/ha. A
multiplicaˆ‰o pode ser por mudas (estacas enraizadas), no espaˆamento de 0,5 x 0,5.
Composiƒ„o qu…mica – apresenta de 12% a 18% de PB na MS.

1.4.2.Amendoim forrageiro

Arachis pintoi Krap. et Greg


Nome comum – amendoim forrageiro.
Origem – Am•rica do Sul.
Exig‚ncias – desenvolve-se bem em regi‘es com solos de boa fertilidade, em locais de
chuvas bem distribuŽdas.
Utilizaƒ„o – pastejo, fenaˆ‰o.
Porte e h€bito de crescimento – herb‡ceo, perene, estolonŽfero, com 20 a 40 cm de altura
do relvado.
Manejo – no pastejo rotacionado, entrar com animais com 40 cm e retirar com 5 a 10 cm.
Rendimento – 1,5 a 9,5 t./ha/ano de mat•ria seca.
Resist‚ncia – tem boa toler’ncia ao alumŽnio e sombreamento, sendo mediana a toler’ncia
” seca.
Multiplicaƒ„o – sementes, que ficam abaixo do nŽvel do solo, de colheita difŽcil. As
sementes que ficam no solo garantem a perpetuaˆ‰o da esp•cie no local.
Composiƒ„o qu…mica – 9% a 18% de PB na MS.
Cons†rcio – B. decumbens, B. brizantha, ‘Estrela Africana’
Cultivar – CIAT 17434 (Amarillo).

31
Foto: Amendoim Forrageiro
Fonte Valdir Botega Tavares

1.4.3 Calopogonium mucunoides Desv

Nome comum – calopog—nio, calopo, falso or“, enxada verde, catinga de macaco.
Origem – Am•rica do Sul tropical.
Exig‚ncias – pouco exigente em fertilidade do solo, vegetando bem nos pobres e ‡cidos
(solos de cerrado). Sua adaptaˆ‰o • melhor em regi‘es tropicais com umidade e
temperaturas elevadas, ou seja, regi‘es com precipitaˆ‘es acima de 1.220 mm anuais.
Utilizaƒ„o – pastejo, em consorciaˆ‰o com gramŽneas ou mesmo cultura pura. Na fase
vegetativa • de baixa aceitaˆ‰o pelos animais, por•m, quando mais velho, • mais
consumido, pois a gramŽnea se encontra seca. Tamb•m • utilizado na forma de feno.
Porte e h€bito de crescimento – perene (semiperene para alguns), de ciclo curto,
morrendo com seca prolongada, por•m, de ressemeaduras naturais. Apresenta
hastes,folhas, infloresc•ncias e frutos bastantes semelhantes ” soja perene e kudzu tropical.
As folhas s‰o pequenas e de coloraˆ‰o azulada.
Manejo – o pastejo normal nos meses quentes e chuvosos beneficia o calopog—nio na
consorciaˆ‰o, j‡ que ele, nessa •poca, • rejeitado pelos animais. Entretanto, do mesmo
modo que as demais leguminosas herb‡ceas tropicais, ele n‰o tolera altas cargas de
animais.
Rendimento – 40 a 50 t./ha/ano de massa verde e 200 a 300 kg/ha de sementes na
Austr‡lia e Brasil (n‰o muito comumente aqui, esta produˆ‰o de sementes).
Resist‚ncia – baixa ” seca e temperaturas baixas e mediana ao encharcamento.

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Multiplicaƒ„o – por meio de sementes que devem ser escarificadas, inoculadas com
inoculante do grupo 1 e peletizadas com fosfato natural. Gastam-se de 10 a 12 kg/ha de
sementes na formaˆ‰o de cultivo, cujo espaˆamento entre fileiras • de 0,4 a 0,5 m.
Composiƒ„o qu…mica – 16,5% de PB em forragem nova, com cerca de 60 dias de
crescimento.
Consorciaƒ„o – brachiarias, gordura, andropogon, set‡rias, jaragu‡.

1.4.4 Medicago sativa L

Nome comum – alfafa, alfalfa, lucerne (considerada a “rainha das leguminosas


forrageiras”).
Origem – Oriente M•dio (Ir‰). Foi a primeira planta herb‡cea que se cultivou e h‡ registro
de seu cultivo na P•rsia desde os anos de 700 a.C. Na Gr•cia, a sua introduˆ‰o se deu no
ano de 500 a.C. Levada para a PenŽnsula Ib•rica, pelos Mouros, foi ent‰o cultivada na
Espanha e tamb•m na It‡lia e da Espanha veio ”s Am•ricas. O nome “alfafa” • de origem
…rabe e significa “o melhor alimento”.
Exig‚ncias – • planta de origem temperada, por•m apresenta uma enorme gama de
variaˆ‘es gen•ticas com variedades e cultivares adaptadas aos climas temperados,
subtropical e tropical. † extremamente exigente em fertilidade de solo, sendo a leguminosa
mais adaptada a solos neutros ou alcalinos (pH 6,5 a 7,5); entretanto, ela pode crescer em
solos moderadamente ‡cidos. Requer solos f•rteis, textura m•dia, bem estruturados,
profundos e perme‡veis, com boa percentagem de mat•ria org’nica. Cultivada desde 200 a
3.000 m acima do nŽvel do mar; por•m, sua melhor adaptaˆ‰o fica entre os 700 a 2.800 m
de altitude. Tem alta exig•ncia por P, S e K quando cortada freq›entemente para produˆ‰o
de feno. Tamb•m os micronutrientes Mo, B e Zn s‰o extremamente importantes.
Utilizaƒ„o – forragem verde e conservada, feno (forma de uso consagrada atrav•s dos
tempos, sendo cotado na bolsa de valores), silagem, pastejo direto, concentrado, alimento
humano (na fase de pl’ntula – “broto”), adubo verde e cobertura do solo.
Porte e h€bito de crescimento – perene, herb‡cea, ereta, sistema radicular profundo (2,5
a 6,0 m). Altura de 0,5 a 1,0 m. Folhas lilases, azuis ou viol‡ceas, raramente brancas.
Manejo – sem irrigaˆ‰o, o plantio • feito em outubro/novembro, no Brasil Central; 90 a 120
dias ap“s j‡ se faz um primeiro corte, a 3–5 cm do solo. Em seguida, a cada 35–45 dias
fazem-se os corte subsequentes, quando 20% a 50% das plantas est‰o floridas, dando de 5
a 8 cortes por ano. No Brasil Central, ela • cultivada sob irrigaˆ‰o, sendo o plantio feito de
marˆo a agosto, o que evita competiˆ‰o com invasoras.
Rendimento – vari‡vel em funˆ‰o de solo, clima, tratos culturais, variedades, etc. Podem-se
citar os seguintes dados de produˆ‰o: 5 a 18 t./ha/ano de MS; 18 a 30 t./ha/ano de massa

33
verde; 8 a 10t./ha/ano de feno; 300 a 400 kg/ha de sementes. Estas s‰o provenientes de
fecundaˆ‰o cruzada, sendo a atividade de insetos polinizadores extremamente importante.
Floresce no outono e produz sementes no inverno.
Resist‚ncia – boa sob temperatura baixa ou mesmo geadas. Ap“s a fase de pl’ntula, ela
resiste bem ” seca desde que n‰o muito prolongada. N‰o tolera solos pobres, ‡cidos,
arenosos e mal drenados; n‰o tolera secas prolongadas e nem fogo. Tamb•m • bastante
atacada por pragas e doenˆas.
Multiplicaƒ„o – por sementes que devem ser escarificadas, inoculadas com Rhizobium
especŽfico (grupo Medicago) e peletizada com calc‡rio ou hiperfosfato. Semeadura com
semeadora de forragens (Terence, Natal, Brillion) em linhas espaˆadas de 20 a 30 cm e 2 a
5 cm de profundidade, gastando, neste caso, de 15 a 25 kg/ha.
Cultivares – ‘Crioula’ (selecionada no Rio Grande do Sul), ‘Moapa’, ‘Europa’, ‘Saladina’,
‘Rairy peruvian’, ‘Hunter river’, ‘Smooth peruvian’, ‘Fortinera’, ’WL-320’, ‘CUF-101’,
‘Precident’, ‘Pioneer’.
Composiƒ„o qu…mica – 14,7% a 20% de PB na MS.
Consorciaƒ„o – com gramŽneas dos g•neros Paspalum, Set‡ria e outros, no Rio Grande do
Sul.

1.5 Cact‡ceas
Obtidas pelo geneticista americano Burbanks, a partir de cactos espinhosos e
introduzidas no Brasil em 1980, por Herman Lundgeen, sueco e vendedor de navios, em
Pernambuco.

Opuntia ficua indica Mill.


Nome comum – palma grande, palma azeda, palma gigante e palma santa.
Origem – Texas (USA) e M•xico.
Exig‚ncias – pouco exigente em ‡gua (4 meses de ‡gua e 8 meses de seca s‰o suficientes
para o desenvolvimento). Exige solos f•rteis e sŽlico-argilosos. Adapta-se melhor em locais
com altitude superior a 400 m.
Utilizaƒ„o – • recomendada para emprego como forragem verde para •pocas secas
(polŽgono das secas). Para pastejo, n‰o se recomenda o emprego de cact‡ceas, pois ocorre
grande perda de material no campo. Al•m das perdas, causam dist•rbios gastrointestinais
aos animais que consomem este material quente do sol.
Porte – o porte • vari‡vel em funˆ‰o do n•mero de raquetes; cada uma mede
aproximadamente de 15 a 30 cm. Estas plantas t•m perenidade de at• 10 anos,
necessitando reformar a cultura.
Manejo – o corte deve ser feito nas articulaˆ‘es entre uma raquete e outra, pois facilita a

34
cicatrizaˆ‰o do ferimento. O tempo para dar o primeiro corte • vari‡vel em funˆ‰o da t•cnica
de plantio empregada e varia de 1 a 3 anos. A massa a ser fornecida aos animais deve ser
mantida ” sombra e, assim, a forragem n‰o ser‡ laxativa e fica palat‡vel. O material pode
ser desidratado e utilizado em forma de farelo.
Rendimento – pode produzir de 110 a 150 kg de massa verde por p•/ano. Cada raquete
pesa de 0,350 a 1,0 kg. O rendimento por hectare pode chegar a 300 toneladas de massa
verde no terceiro ano (planta m•dia).
Resist‚ncia – • forragem r•stica, resistente ” seca; n‰o resiste bem a umidade excessiva.
Multiplicaƒ„o – por raquetes ou artŽculos sadios e vigorosos com mais de 1 ano. A raquete
para multiplicaˆ‰o deve ser colhida e deixar murchar para evitar doenˆas. O plantio certo •
feito colocando-se duas raquetes juntas e em p•, sendo este o m•todo que proporciona
produˆ‰o mais r‡pida (1 a 2 anos). Se o plantio for feito com a raquetes tombadas, o
primeiro corte ser‡ demorado, ocorrendo com 2 a 3 anos. O espaˆamento empregado • de
1,5 x 1,0 m e as covas com profundidade de 20 cm, onde • enterrada a metade da raquete.
Composiƒ„o qu…mica – vari‡vel, at• 7% de PB na MS.

Outras Cact€ceas
 Opuntia sp – • mais tenra e aceit‡vel que a anterior. Recebe nomes comuns de
palma redonda e palma m•dia. A raquete pesa cerca de 0,8 kg.
 Opuntia cochenillifera Sal. – • mais apreciada pelos animais, mas n‰o resiste bem
” seca. Recebe nomes comuns de palma mi•da, palma doce e lŽngua de vaca. A raquete
pesa cerca de 0,35 kg.

35
2.Formaƒ„o de Pastagem

A pecu‡ria brasileira est‡ fundamentada na exploraˆ‰o de 210 milh‘es de hectares


de pastagens que se encontram distribuŽdas por estabelecimentos agrŽcolas com diversas
atividades econ—micas principais. As ‡reas de pastagens no Brasil s‰o um importante
componente da produˆ‰o agropecu‡ria em todas as regi‘es e essas se comp‘em
basicamente de pastagens nativas e cultivadas perenes, com menor quantidade de
pastagens para corte e anuais. As pastagens nativas ainda ocupam cerca de 45 % das
‡reas de pastagens do Brasil e s‰o ainda uma das mais importantes fontes de alimentos
para os rebanhos de bovinos, ovinos, caprinos e equŽdeos em muitas regi‘es do Brasil

2.1 Escolhas da espÜcie forrageira


A escolha da esp•cie forrageira n‰o • uma pratica simples, uma vez que o
estabelecimento e a longevidade das pastagens dependem de interaˆ‘es que ocorrem entre
plantas, clima e solo; n‰o podendo esquecer tamb•m a condiˆ‰o socioecon—mica do
produtor. Assim, a escolha da esp•cie forrageira deve ser realizada tendo como suporte os
fatores clim‡ticos, ed‡ficos, ecol“gicos, tamb•m, socioecon—micos.

† importante ressaltar que, para cada tipo de clima e solo, existente existem
esp•cies ou cultivares mais indicadas. Algumas pastagens n‰o se mantem por muito
tempo, pelo fato de terem sido formadas com esp•cies forrageiras n‰o adaptadas ”s
condiˆ‘es de clima e solo ou com esp•cies de h‡bito de crescimento inadequado ”
topografia da ‡rea, ou ainda, a utilizaˆ‰o inadequada ao h‡bito de crescimento da esp•cie.
Por exemplo, pastagem formada por esp•cies de alta exig•ncia nutricional em solos ‡cidos
e de baixa fertilidade, ou com forrageiras de h‡bito de crescimento cespitoso em ‡reas de
declividade acentuada, certamente est‡ fadada ao fracasso, pois n‰o se manter‡ produtiva
por muito tempo.

Em funˆ‰o das caracterŽsticas de cada ecossistema, a escolha da melhor esp•cie


forrageira visando ” formaˆ‰o de uma pastagem sustent‡vel deve ser precedida de um
diagn“stico que atenda ”s peculiaridades ambientais quanto clima, solo e topografia. Para
tal, se deve avaliar:

a)Planejamento da atividade

Qual o tipo de atividade com animais que vai utilizar. Ex gado de leite ou corte,

36
Caprinos ou ovinos. Cada esp•cie de ruminantes tem um habito alimentar diferente e
com isso uma gramŽnea que melhor se adapta ao mesmo

b)Topografia da regi„o

Regi‘es com topografia mais acidentada • mais indicado a utilizar gramŽneas que fazem
uma boa cobertura do solo para atenuar o processo de eros‰o e tamb•m n‰o t‰o exigente
em fertilidade do solo, devido que nestas a•reas as praticas de adubaˆ‰o se tonam mais
difŽcil pelo fato que n‰o consegue mecanizaˆ‰o agrŽcola. Nas regi‘es mais planas utilizar
gramŽneas de alto produˆ‰o mais exigentes em fertilidade, mas isso tem que levar em
consideraˆ‰o o manejo que produtor quer exercer sobre a mesma

c) Escolha da espˆcie forrageira

Devem-se levar em consideraˆ‰o nŽvel de tecnologia utilizado pelo produtor, por


que n‰o adianta nada plantar uma gramŽnea de alta exig•ncia em fertilidade do solo se o
produtor n‰o vai adubar a sua pastagem. Os componentes do clima, tais como temperatura,
precipitaˆ‰o evaporaˆ‰o e radiaˆ‰o solar s‰o determinantes do potencial de
estabelecimento, produˆ‰o e qualidade das esp•cies forrageiras. Portanto, na escolha da
esp•cie, deve considerar a precipitaˆ‰o e sua distribuiˆ‰o anual, temperatura m‡xima e
mŽnima, possibilidade de geadas, fotoperŽodo, entre outros. Outro fator e a resist•ncia a
pragas e doenˆas existentes na regi‰o e por ultimo fertilidade do solo que vai implantar esta
gramŽnea, ent‰o devemos fazer analise de solo para saber o potencial do solo e quais
nutrientes deveram corrigir .

Para fazer uma analise de solo devem seguir as seguintes etapas:

1‰ Etapa: Subdividir a €rea em talhŠes ou glebas mais homog‚neas poss…vel

2‰ Etapa: Antes da colheita da amostra de solo, deve-se remover toda a cobertura


vegetal existente sobre o solo

37
3‰ Etapa: Em cada gleba ou talh„o deve-se colher de 20 a 30 amostras em zigue e
zague e colocar as amostragem um recipiente n„o contaminado com adubo

4‰ Etapa: As 20 a 30 amostras simples retiradas por talh„o ou gleba homog‚nea,


depois de rigorosamente misturadas, constituem amostra denominada de composta

5‰ Etapa – Ap†s a conclus„o da colheita das amostras compostas de cada gleba ou


talhŠes, faz-se a identificaƒ„o da amostras.

38
Fonte: Adilson de Paula Almeida Aguiar

2.2 MÜtodos de preparaÑÉo da Örea

2.2.1. CultivaÑÉo
A preparaˆ‰o da ‡rea de semeadura empregando meios mec’nicos para a formaˆ‰o
de pastagens • um dos m•todos mais tradicionais. A probabilidade de estabelecimento das
forrageiras quando se utiliza este m•todo geralmente est‡ associada com o grau de
acabamento do preparo do solo. Sim embargo, em alguns tipos de solo como aqueles muito
argilosos ou nas ‡reas de altas precipitaˆ‘es dos tr“picos, uma cama de semeadura muito
fina e pulverizada poderia promover formaˆ‰o de uma crosta superficial que impediria a
emerg•ncia das pl’ntulas mais do que a germinaˆ‰o e o desenvolvimento.

A preparaˆ‰o mec’nica do solo poderia ser a •nica forma de estabelecimento das


esp•cies sensŽveis a competiˆ‰o de outras plantas, dado que ela permite um bom controle
da vegetaˆ‰o. As consideraˆ‘es referentes ao tempo de comeˆar os trabalhos s‰o de
fundamental import’ncia para eliminar as esp•cies volunt‡rias e controlar a regeneraˆ‰o
das esp•cies competitivas. Um perŽodo demasiadamente prolongado entre o comeˆo da
preparaˆ‰o do solo e semeadura, nos tr“picos, poderia n‰o ser necess‡rio devido a r‡pida
decomposiˆ‰o do material vegetal. Segundo SWAIN (1968) nas ‡reas tropicais muito
chuvosas este tipo de pr‡tica incrementaria a competiˆ‰o de ervas daninhas mais do que
controlaria. Por outro lado, os riscos de eros‰o poderiam ser aumentados, ocasionando
grandes perdas de solo em terrenos com alguma declividade.

Um menor intervalo de tempo entre o comeˆo do preparo do solo e a semeadura


permitiria um bom controle da vegetaˆ‰o e diminuiria o tempo em que o terreno fica
improdutivo. Quando se emprega perŽodos curtos para preparaˆ‰o da cama de semeadura,
especial consideraˆ‰o deve ser dada nas pr‡ticas de preparo do solo. Araˆ‘es profundas
assegurariam que as maiores partes das sementes de plantas volunt‡rias e competitivas
s‰o deixadas por baixo da zona de semeadura; e que as mesmas estariam impedidas de

39
germinar. A falta de observaˆ‰o destes fatores poderia conduzir ao retorno da vegetaˆ‰o
nativa e desaparecimento das esp•cies forrageiras em pouco tempo. As probabilidades de
estabelecimento quando se utiliza este tipo de cama de semeadura seriam maiores do que o
emprego de outros m•todos. Sem embargo, as mesmas t•m o inconveniente de serem
caras e demoradas (COOK, 1977; SPAIN, 1978).

2.2.2 Preparo convencional do solo e conservaÑÉo do solo:

O preparo do solo deve ser feito de maneira a propiciar um bom estabelecimento das
forrageiras, com equipamento apropriado e na •poca recomendada. ZIMMER & MIRANDA
(1994) destacam a import’ncia de se efetuarem pelo menos duas gradagens com grade
pesada ou uma araˆ‰o seguida de gradagem com grade niveladora, visando reduzir a
rebrota das plantas perenes do cerrado. Para reduzir o curto de formaˆ‰o, o plantio pode ser
precedido de um ou dois cultivos anuais, ou ainda ser feito um plantio conjunto. Desta
forma, promove-se um melhor preparo do solo, evita-se o rebrote de cerrado e proporciona-
se aumento de resŽduos de fertilizantes para a pastagem.

COSTA (1991) apresenta as seguintes medidas recomend‡veis para a manutenˆ‰o


da cobertura do solo e controle de eros‰o:

Proteˆ‰o do topo dos morros, cerca de 1/3 do declive coberto com vegetaˆ‰o de
mata para evitar formaˆ‰o de enxurradas;

Revegetaˆ‰o de encostas j‡ descobertas com esp•cies de valor madeireiro ou


forrageiro recomendado para a regi‰o;

Melhor utilizaˆ‰o de ‡reas de tabuleiros e baixadas, que, em geral, s‰o mais f•rteis;

Divis‰o das pastagens em piquetes, controlando melhor o pastejo de animais e


utilizando sistema de manejo que permita a manutenˆ‰o da cobertura do solo;

Lotaˆ‰o animal adequada evitando-se o superpastejo, colocando-se cargas animais


compatŽveis com a forragem disponŽvel no piquete, com base no conhecimento da
capacidade de suporte da pastagem;

Adubaˆ‰o e calagem, localizaˆ‰o de cercas, bebedouros e cochos para evitar a


concentraˆ‰o e a movimentaˆ‰o de animais em um s“ sentido, principalmente ladeira
abaixo.

40
Em toda ‡rea que apresentar susceptibilidade ” eros‰o ou escorrimento superficial de ‡gua
devem ser construŽdos terraˆos e, ou, curvas de nŽvel e evitar a queima.

2.2.3 Herbicidas

A utilizaˆ‰o de herbicidas seria uma ferramenta importante na preparaˆ‰o da cama


de semeadura nos locais de difŽcil acessibilidade. Tamb•m esta pr‡tica poderia ser •til nas
‡reas de baixas precipitaˆ‘es e com problemas de eros‰o, dado que o material morto •
deixado no local. Quando se utilizam herbicidas na preparaˆ‰o da cama de semeadura, um
intervalo entre a aplicaˆ‰o e semeadura aumentaria o estabelecimento. Aparentemente, o
tempo de aˆ‰o para o herbicida restringir a competiˆ‰o poderia ser insuficiente quando
pulverizaˆ‰o e semeaduras coincidem (MURTAGH, 1971).

A quantidade de material remanescente seria outro fator importante de considerar


para o estabelecimento de pastagens por este m•todo. Camadas densas de material
vegetal ap“s a pulverizaˆ‰o poderiam reter muitas sementes, separando estas fisicamente
do solo e diminuindo, portanto, a germinaˆ‰o, sendo um problema para semeadura a lanˆo.
No HawaŽ, em uma ‡rea composta por ‡rvores e arbustos, a pulverizaˆ‰o da mesma com
herbicida Silvex permitiu controlar a vegetaˆ‰o e estabelecer posteriormente de forma
satisfat“ria, Stylosantes, Desmodium e Panicum maximun (MOTOOKA et al., citado por
WHITEMAN, 1980). Este tipo de preparo da ‡rea e mais usado para plantio direto que tem
maquinas que consegue romper esta camada de palha

2.3. Sementes

2.3.1. Qualidade

As sementes utilizadas na formaˆ‰o de pastagens devem ter uma alta pureza fŽsica.
Sementes com ervas daninhas ou outras impurezas (talos, folhas etc.) poderiam afetar no
normal desenvolvimento da pastagem e obstaculizar o trabalho de semeadura,
respectivamente. A germinaˆ‰o das sementes • outro aspecto importante a considerar para
se obter um r‡pido e uniforme estabelecimento. Isso • expresso em valor cultural da
semente que • calculado pela seguinte express‰o abaixo:

41
VC (%) = % pureza x % germinaÄÅo
100

Foto: Semente pura

Fonte: Embrapa Pecu‡ria Sudeste

Nos c‡lculos para taxa de semeadura, o emprego do Žndice chamado de semente


pura germin‡vel ou vi‡vel seria aconselh‡vel uma vez que ele permitiria relacionar os
valores de pureza a germinaˆ‰o. O c‡lculo de semente pura germin‡vel ou vi‡vel (SPG ou
SPV) • expresso empercentagem, e este • dado por:

% SPG

= % Peso de semente pura X N•mero m‡ximo de pl’ntulas normais

Ou podemos seguir a seguinte tabela

N‹mero de semente por grama e recomendaƒ„o para plantio em kg/ha de sementes


puras vi€veis para alguns capins tropicais

42
Forrageira Sementes/grama Taxa de semeadura
(aprox.) (kg/ha SPV)

A. gayanus 360 2,5

B. brizantha 150 2,8

B. decumbens 200 1,8

B. humidicola 270 2,5

B. ruziziensis 230 2,0

P. guenoarum 300 1,5

P. notatum Pensacola 610 1,5

P. maximum Tanz‡nia-1 960 1,6

P. maximum Tobiat„ 680 2,5

P. maximum Comum 780 1,6

P. maximum 1900 1,2

S. anceps Kazungula 1400 1,2

A determinaˆ‰o de SPG ou SPV permitiria tamb•m fazer comparaˆ‘es de preˆos entre lotes
de sementes. Aquelas sementes de baixa qualidade custariam menos, mas implicaria uma
maior gasto de semente.

Calculo da taxa de semeadura:

Q = kg de SPV *100

VC

VC= valor cultural (%)

CondiƒŠes ideais para a Taxa de semeadura

43
 Plantio em •pocas normal de chuva
 Solo analisado e corrigido
 Solo bem preparado
 Reposiˆ‰o de nutrientes
 Equipamentos em boas condiˆ‘es
 Uso de rolo compactador para acomodar as sementes no solo
 Plantio solteiro
 Nestas condiˆ‘es ainda devemos multiplicar a taxa de semeadura por 2
CondiƒŠes mˆdias para a Taxa de semeadura

 Plantio a lanˆo/superfŽcie sem compactaˆ‰o


 Plantio em solo semi-preparado
 Solo sem correˆ‰o
 …reas sujeitas a eros‰o e assoreamento
 Plantio consorciado com culturas anuais
 †pocas de plantio com incid•ncia de veranicos
 Nestas condiˆ‘es ainda devemos multiplicar a taxa de semeadura por 3
CondiƒŠes adversas para a Taxa de semeadura:

 Plantio tardio
 Plantio em terreno com declive
 Plantio com pouco preparo do solo
 Plantio em v‡rzeas •midas
 Plantio a lanˆo (superfŽcie) manual
 Plantio no p“, sem previs‰o de chuva
 Equipamentos com m‡ regulagem
 Plantio-queimada (antes das chuva)
 Nestas condiˆ‘es ainda devemos multiplicar a taxa de semeadura por 4

2.5 ápoca de plantio:


A •poca tradicional de plantio • ampla, comeˆando com as primeiras chuvas e
terminando em marˆo, no entanto, a •poca ideal • entre novembro e janeiro, considerando
uma boa cobertura do solo com rapidez, no intuito de evitar eros‘es, surgimento de
invasoras e propiciar uso em menor espaˆo de tempo (ZIMMER & MIRANDA, 1994).

44
2.6 MÜtodos de semeadura

2.6.1. A LanÑo

A semeadura a lanˆo tem a vantagem de apresentar uma grande capacidade


operacional na formaˆ‰o de pastagem enquanto que a mesma pode ser realizada de forma
manual, mec’nica e a•rea. O estabelecimento das pastagens semeadas a lanˆo seria
altamente dependente das condiˆ‘es ambientais que prevalecem ap“s as mesmas, devido
ao deficiente contato que produza-se das sementes com o solo.

Nas ‡reas de chuvas intensas de curta duraˆ‰o, este m•todo n‰o tem se mostrado
conveniente na formaˆ‰o de pastagens, dado que a falta de umidade na superfŽcie do solo,
poderia afetar tanto a germinaˆ‰o quanto o estabelecimento. Segundo KORNELIUS et al.
(1978), a semeadura a lanˆo incrementaria os custos de formaˆ‰o de pastagens, enquanto
que as taxas de semeaduras deveriam ser muito elevadas para obter um adequado stand.
Nas ‡reas onde algum tipo de cobertura pode ser realizado ap“s o plantio a lanˆo, um
consider‡vel aumento poderia ser obtido no estabelecimento. Em Brachiaria decumbens foi
obtido 41% a mais de plantas jovens quando se utilizou a semeadura a lanˆo superficial
(ZIMMER & MIRANDA, 1994). Quando se efetua semeaduras a lanˆo por avi‰o, a
peletizaˆ‰o da semente seria aconselh‡vel para uma melhor distribuiˆ‰o das mesmas.

Foto: Valdir Botega Tavares

45
2.6.2. Sulcos
As plantadeiras de sulcos geralmente permitem distribuir e cobrir as sementes em
uma s“ operaˆ‰o, obtendo-se um melhor contato das mesmas com o solo, o que
favoreceria a taxa reabsorˆ‰o de ‡gua e, por conseguinte, a germinaˆ‰o. A semeadura por
sulcos geralmente permite obter um adequado estabelecimento mesmo nas ‡reas onde
nenhuma preparaˆ‰o de solo foi realizada (NASCIMENTO, 1974; GOMIDE, 1979).

Nos E.U.A. a m•dia de estabelecimento das pastagens de alfafa, semeadas em


sulcos foi incrementado de 32 para 62%, melhorando a precis‰o na profundidade de
semeadura(CAMPBELL, 1968). A profundidade da qual as sementes podem emergir • uma
funˆ‰o de tamanho das mesmas e das caracterŽsticas do solo, onde elas s‰o semeadas. As
gramŽneas e leguminosas de sementes pequenas seriam mais afetadas pela profundidade
de semeadura que as semente grandes (TABELA 1).

Um dos maiores inconvenientes para o estabelecimento de forrageiras por sulcos,


nos tr“picos, • a falta de equipamentos adequados. Grande parte destes • efetuada com
plantadeiras de cereais, as quais, na maioria das vezes, n‰o permitem colocar as sementes
a uma profundidade com precis‰o. Em semeaduras de B. decumbens realizadas com
plantadeiras de cereais, a 3 cm, observado que 31% das sementes ficaram embaixo dessa
faixa (ZIMMER et al., 1983).

A semeadura em sulcos pouco separados poderia ser melhor nas ‡reas com
problemas de ervas daninhas para obter-se uma mais r‡pida cobertura do solo. Em geral a
dist’ncia entre sulcos variaria com o h‡bito de crescimento das esp•cies e com o regime de
precipitaˆ‰o. Nas ‡reas onde a umidade n‰o • limitada durante o perŽodo de
estabelecimento, dist’ncias de 0,40 a 0,50 m entre sulcos, permitiria conseguir uma

46
adequada sobreviv•ncia e implantaˆ‰o. Entretanto, nos locais com baixas precipitaˆ‘es,
maiores dist’ncias entre sulcos seriam mais aconselhadas.

2.6.3. Faixas

A semeadura em faixas • geralmente usada para o estabelecimento de bancos de


proteŽna, assim como para misturas de gramŽneas e leguminosas. Na Col—mbia, SPAIN
(1978), obteve associaˆ‘es boas e produtivas de Pueraria phaseoloides semeada em faixas
de 2,5 m intercaladas com outras de igual tamanho de B. decumbens. A formaˆ‰o das
pastagens mistas em fileiras alternadas incrementaria as possibilidades de estabelecimento
de gramŽneas e leguminosas como resultado da diminuiˆ‰o na competiˆ‰o.

2.6 4. Forrageiras e Culturas

O estabelecimento das pastagens com lavouras anuais • uma pr‡tica que poderia
ocasionar muitos benefŽcios. Os custos de desenvolvimento do solo com pastagens
poderiam ser em parte absorvidos pelos lucros obtidos do cultivo anual. Por ocasi‰o da
colheita da cultura, o solo permaneceria coberto, diminuindo os riscos de eros‰o. A
formaˆ‰o de uma pastagem de leguminosa junto com a lavoura melhoraria
consideravelmente a qualidade do restolho remanescente para pastejo. Nas ‡reas
derrubadas de floresta, depois de 2-3 anos de cultivos anuais, a fertilidade do solo declina, o
estabelecimento de uma pastagem com a •ltima lavoura permitiria passar da atividade
agrŽcola para uma atividade rent‡vel.

Um dos principais objetivos quando se realiza este tipo de operaˆ‰o dever‡ ser a
obtenˆ‰o de uma adequada formaˆ‰o de pastagens e minimizar as perdas da cultura. Os
cereais devido ao seu mais r‡pido crescimento apresentariam um balanˆo competitivo
favor‡vel com relaˆ‰o ” forrageira. Entretanto, o emprego de certas t•cnicas para melhorar
o comportamento das •ltimas poderia diminuir e comprometer a produˆ‰o da lavoura.

Alguns dos fatores mais importantes a considerar quando se emprega esta t•cnica
seriam: tempo de semeadura, m•todo de estabelecimento, fertilizaˆ‰o e taxa de semeadura.
O tempo de semeadura em relaˆ‰o ” lavoura • uma caracterŽstica desta e da esp•cie de
forrageira a ser semeada. Stylosantes guyanensis semeado a 0, 31 e 60 dias ap“s o plantio
do arroz, mostrou uma densidade de plantas decrescentes com o protelamento do tempo de
semeadura.

47
As semeaduras entre linhas da cultura seriam mais ben•ficas para as pastagens do
que as semeaduras a lanˆo dentro da lavoura e as semeaduras na mesma linha do cereal.
Todavia, uma excessiva separaˆ‰o entre linhas do cereal, poderiam aumentar
excessivamente o crescimento da pastagem, devido a uma maior penetraˆ‰o de luz e
reduzir a produˆ‰o da cultura. A aplicaˆ‰o de fertilizantes tamb•m pode modificar o
comportamento das esp•cies. Brachiaria decumbens, semeada entre linhas de arroz,
apresentou uma boa populaˆ‰o de plantas sem afetar a lavoura. A fertilizaˆ‰o na ‡rea de
cultivo com 230 Kg de P2O5 por hectare reduziu sensivelmente a produˆ‰o de arroz
(KORNELIUS, 1978).

Foto: Integraˆ‰o Lavoura Pecu‡ria

Fonte: Valdir Botega Tavares

2. 6.5 Plantio Direto

A integraˆ‰o agropecu‡ria com plantio direto, conforme Mello(1996), • t•cnica e


economicamente vi‡vel e, para tal, devem ser identificados sistemas de produˆ‰o de m•dia
e longa duraˆ‰o, integrando a produˆ‰o de gr‰o com a de pastagens perenes, pr‡tica que
oferece maior sustentabilidade e melhor resultado econ—mico.

O plantio direto, cujo princŽpio b‡sico • o de menor intervenˆ‰o no solo, mantendo-o


mais protegido possŽvel ao longo do ano, n‰o se trata apenas de um ato de plantar sem o
revolvimento do solo, mas de um sistema de produˆ‰o que contribui substancialmente para
a conservaˆ‰o do solo, promovendo a base para sustentabilidade do ecossistema. † a
forma de manejo em que se promove a cobertura permanente do solo com palha e, ou com

48
plantas de cobertura, por meio de rotaˆ‰o de cultura, sendo o solo removido apenas para
que seja possŽvel depositar a semente e o adubo no suco de plantio

Alguns requisitos para a implantaˆ‰o de pastagem no sistema de plantio direto:

…rea sem a presenˆa de camada compactada;

Correˆ‰o de problemas quŽmicos de acordo com a necessidade das esp•cies a serem


implantadas;

Foto: Plantadora de plantio direto

Foto: Valdir Botega Tavares

Algumas vantagens do plantio direto:

1- Controle da eros‰o

Como o solo n‰o • pulverizado pela araˆ‰o e gradagem, resiste melhor ” aˆ‰o
erosiva dos ventos e da chuva, que encontram, na palhada, uma barreira importante

2- Melhor estrutura e fertilidade do solo

gradativamente , o plantio direto aumenta o teor de mat•ria org’nica presente no


solo, propiciando condiˆ‘es favor‡veis ” atividade microbiol“gica nas camadas inferiores.

3- Controle da compactaˆ‰o e das ervas daninhas

49
Al•m de favorecer a aˆ‰o das minhocas e insetos que funcionam como arados
naturais , destruindo camadas endurecidas, a palhada minimiza a press‰o das maquinas no
solo e evita a sua compactaˆ‰o tamb•m constitui uma barreira fŽsica para invasoras,
impedindo a sua emerg•ncia.

4- Menor investimento em maquinas e menor custo de produˆ‰o

Como o planto direto n‰o exige revolvimento do solo, possibilita econ—mica de capital
imobilizado: utiliza-se apenas parte do maquin‡rio agrŽcola empregado no cultivo
convencional. O trator usado pode ter pot•ncia menor, pois n‰o precisa puxar arados
pesados, que mexam no solo a grandes profundidades. Al•m disso, m‰o-de-obra e
combustŽvel s‰o reduzidos pela metade.

5- Menor agress‰o ao meio ambiente

Seja pela reduˆ‰o da eros‰o e elevaˆ‰o da fertilidade do solo, seja pelo menor uso
de determinados produtos quŽmicos.

2.6.6. Estabelecimento Vegetativo ( muda)

O estabelecimento vegetativo • utilizado fundamentalmente naqueles casos em que


as plantas produzem escassa ou nula quantidade de sementes vi‡veis. Nos E.U.A. a
maioria das gramŽneas tropicais utilizadas na Fl“rida s‰o estabelecidas por transplante.
Digitaria spp, Cynodon spp e Hemarthria s‰o bem estabelecidas com 500-1000 Kg/ha de
material vegetativo sobre terrenos virgenes. Nos locais com problemas de ervas daninhas
ao redor de 2000 Kg/ha s‰o usados para obter um stand. Quando se efetuam plantaˆ‘es de
pastos estolonŽferos ou rasteiros, a distribuiˆ‰o do material por sulcos e a compactaˆ‰o dos
mesmos resultaria mais benefŽcio do que a lanˆo e posterior gradeamento. O
estabelecimento vegetativo tamb•m poderia ser uma alternativa nas ‡reas com dificuldade
para conseguir sementes.

No Brasil a forrageira mais plantada pro muda e capim elefante devido a sua baixa
produˆ‰o de semente e f‡cil capacidade de encontrar mudas em quase todas as regi‘es
brasileiras.

50
3.Manejo da Pastagem

Para a utilizaˆ‰o adequada de pastagens, sempre levamos em conta alguns aspectos


para ajustar o n•mero de animais ” capacidade das pastagens.
Œndice de •rea Foliar- A taxa de crescimento forrageiro • uma funˆ‰o do •ndice de …rea
Foliar e a efici•ncia fotossint•tica das folhas. Ele aumenta com a idade da planta, que ter‡
maior capacidade de interceptar a luz incidente.A fotossŽntese e o potencial de crescimento
m‡ximo s‰o atingidos quando h‡ folhas em n•mero suficiente para interceptar cerca de 90%
da luz incidente (menos de 10% da energia radiante alcanˆa a superfŽcie do solo). Neste
caso considera-se o •ndice de …rea Foliar" “timo". O •ndice de …rea Foliar "crŽtico", • quando
95% da luz incidente • interceptada.
Relaƒ„o Folha/Caule- • uma vari‡vel de grande import’ncia para a nutriˆ‰o animal e para
o manejo das plantas forrageiras. A alta relaˆ‰o folha : caule representa forragem de maior
teor de proteŽna, digestibilidade e consumo. Tamb•m confere a gramŽnea melhor adaptaˆ‰o
ao pastejo ou toler’ncia ao corte, por representar um momento de desenvolvimento
fenol“gica, em que os meristemas apicais se apresentam mais pr“ximos ao solo, e portanto,
menos vulner‡veis `a destruiˆ‰o.

Taxa de lotaƒ„o - Geralmente • determinada como o n•mero de animais por unidade de


‡rea. Refere-se a uma situaˆ‰o de momento e pode n‰o ser o ideal, sob o ponto de vista de
manejo adequado. Ex.: 5 UA/ha.
Press„o (intensidade) de pastejo - N•mero de animais por unidade de forragens
disponŽvel. Essa express‰o nos mostra a preocupaˆ‰o em colocar, em um pasto, um
n•mero de animais que esteja em equilŽbrio com a produˆ‰o forrageira, quer na •poca seca,
quer na •poca das ‡guas.
No que se refere ” press‰o ou intensidade de pastejo, tr•s situaˆ‘es merecem ser
elucidadas, a saber:
Super-pastejo – seria o excesso de animais em relaˆ‰o ” disponibilidade de
forragem. Alguns animais ficam prejudicados, a produˆ‰o • irregular, compromete a
produˆ‰o animal e desgasta a pastagem.
Em um superpastejo, a produˆ‰o por ha (leite e carne) aumenta at• certo ponto, pelo
aumento do n•mero de animais; por•m, a produˆ‰o por animal tende a cair pela falta ou
baixa qualidade da forragem. Ocorre a invas‰o por ervas daninhas, ocasiona um
definhamento da esp•cie forrageira por n‰o conseguir armazenar reservas org’nicas e
aumenta a possibilidade de eros‰o.

51
Pastejo Çtimo – ocorre equilŽbrio entre a produˆ‰o de forragem e o n•mero de
animais em uma determinada ‡rea. Compreende o ponto adequado de utilizaˆ‰o das
pastagens, permitindo uma produˆ‰o animal sem prejudicar as plantas e o solo. A carga
animal adequada n‰o s“ • importante para a conservaˆ‰o da fertilidade do solo, como
tamb•m para manter o equilŽbrio entre as esp•cies que integram a pastagem.
Em pastejo “timo, a produˆ‰o animal pode n‰o se m‡xima, porque n‰o h‡ sobra de
forragem que proporcione melhor seleˆ‰o como no subpastejo, por•m, a produˆ‰o por
hectare • m‡xima.
Subpastejo – poucos animais em relaˆ‰o ” disponibilidade de forragem. Neste caso,
ocorre perda de forragem e a produˆ‰o por animal torna-se m‡xima, em funˆ‰o da
oportunidade de seleˆ‰o de alimentos, mas a produˆ‰o por ‡rea • baixa, pelo pequeno
n•mero de animais na pastagem. O animal, neste caso, tem condiˆ‘es de atingir o seu
m‡ximo potencial gen•tico da produˆ‰o, por•m, a produˆ‰o por hectare torna-se
antiecon—mica, visto que implica em perdas de forragem e forˆaria a adoˆ‰o da queima para
eliminar a macega deixada pelos animais.
Capacidade de suporte -† o n•mero de animais por unidade de ‡rea observando-se a
press‰o de pastejo “tima, ou seja, a disponibilidade de forragem. Capacidade de suporte •,
sem d•vida, uma medida de avaliaˆ‰o da forragem (caracterŽstica pr“pria da esp•cie). Ex.:
Brachiaria decumbens, capacidade de suporte 3 UA/ha/ano.
Ciclo de pastejo- Ciclo de pastejo • o perŽodo de tempo que decorre entre o inŽcio de um
perŽodo de pastejo e o perŽodo de pastejo seguinte, isto •, o ciclo de pastejo • o resultado
do somat“rio entre o perŽodo de descanso e o perŽodo de pastejo. O ciclo de pastejo
determina, portanto, a produˆ‰o e a qualidade da planta forrageira. Como um dos
componentes na determinaˆ‰o do ciclo de pastejo, a frequ•ncia entre os pastejos assume
elevada import’ncia porque • um dos principais fatores que interfere na qualidade e na
quantidade da forragem produzida.

3.1- MÜtodos de utilizaÑÉo


Os m•todos de utilizaˆ‰o de pastagens est‰o associados com a morfologia das
plantas, est‡dio de crescimento, qualidade, persist•ncia e composiˆ‰o bot’nica.(BLASER et
al., 1973). O objetivo b‡sico de qualquer m•todo de pastejo deve ser o de manejar a
pastagem e outros insumos de forma a aumentar efici•ncia na produˆ‰o animal.
Basicamente existem dois tipos de sistemas de utilizaˆ‰o das pastagens: pastejo contŽnuo e
pastejo rotacionado. H‡ variaˆ‘es dentro e entre esses sistemas.

52
3.1.2- LotaÑÉo ContÅnuo
O m•todo de pastejo sobre lotaˆ‰o contŽnua • um sistema de pastejo no qual os
animais permanecem numa mesma ‡rea durante o perŽodo de produˆ‰o da pastagem. A
perman•ncia pode ser de algumas semanas ou meses, como em pastagens tempor‡rias e
anuais, ou at• mesmo v‡rios anos. Embora simples, tamb•m oferece oportunidade para
planificaˆ‰o, como ocorre com os m•todos mais sofisticados. Diversas pr‡ticas podem ser
adotadas para aumentar sua efici•ncia e promover maiores produˆ‘es de produto animal
com oportunidades de melhoramento crescente das condiˆ‘es da comunidade vegetal.

Algumas dessas pr‡ticas s‰o:

a. Utilizaˆ‰o do n•mero adequado de animais e sua diferentes categorias, de acordo com a


capacidade de produˆ‰o da pastagem;

b. Utilizar a categoria de animal indicada para cada tipo de pastagem e estaˆ‰o por ano;

c. Construˆ‰o de cercas e adequada distribuiˆ‰o de aguadas, sal e sombra;

d. Pr‡ticas de limpeza de pastagens;

e. Diferimento de ‡reas, com vistas a reduzir perŽodos crŽticos;

f. Suplementaˆ‰o mediante forragem conservada e/ou utilizaˆ‰o de pastagens


suplementares.

Entre as desvantagens apontadas para o m•todo pastejo sobre lotaˆ‰o contŽnua, podem ser
citadas:

a. Seletividade de esp•cies e ‡reas;

b. Irregular distribuiˆ‰o de excrementos(transfer•ncia de fertilidade);

c. Aumento de esp•cies invasoras quando o pastejo • mantido com alta lotaˆ‰o, mesmo em
perŽodos crŽticos.

53
3.1.3- LotaÑÉo Rotativa ou rotacionado

Sistema caracterizado pela mudanˆa dos animais de forma peri“dica e frequente de


um piquete para outro de forma sucessiva, voltando ao primeiro ap“s completar o ciclo.
Esse processo exige elevado investimento em instalaˆ‘es, principalmente em bebedouros e
cercas, caracterizando-se por restringir a seletividade animal. O pastejo e a distribuiˆ‰o de
excrementos s‰o feitos de maneira mais uniforme e a forragem pode ser mantida em estado
mais terno e com melhor valor nutritivo. O sistema rotacionado, quando corretamente
executado dificulta o estabelecimento de plantas invasoras e permite o aproveitamento do
excesso de forragem produzida na estaˆ‰o das chuvas, sob a forma de feno. Baseado na
pressuposiˆ‰o da necessidade de um perŽodo de descanso para a recuperaˆ‰o das plantas
ap“s a desfolhaˆ‰o, o pastejo rotacionado se mostra bem adequado as condiˆ‘es de
crescimento e produˆ‰o das pastagens.

A lotaˆ‰o rotativa convencional o grupo de animais • levado de um piquete para


outro ” medida que a altura do relvado ou a mat•ria seca residual desejada • atingida. A
disponibilidade de forragem • alta no inŽcio do pastejo de cada piquete e baixa no final do
perŽodo de pastejo. O n•mero de piquetes a serem utilizados no rotacionado deve ser
cuidadosamente calculado, para que o investimento n‰o se torne antiecon—mico, ou
proporcione retorno menor que do que o investimento com fertilizantes para a recuperaˆ‰o
ou renovaˆ‰o da pastagem.

Diretrizes

• PerŽodo de Ocupaˆ‰o – 1 a 7 dias


• PerŽodo de descanso – 20 a 45 dias
• …rea disponŽvel por UA por dia de perman•ncia no piquete 30- 150m2
• Separaˆ‰o de animais por categoria
• Divis‰o da pastagem em piquetes, conforme plano de uso adotado e com infra-
estrutura de cercas corredores e aguadas
Calcule o numero de piquetes e ‡rea do piquete de um pastejo rotacionado para 100 U.A.. E
‡rea disponŽvel 80 m2 por animal , Com perŽodo de ocupaˆ‰o de 3dias e descanso 30 dias

• Hip“tese – 100UA

• PO=3 e PD=30

• Qual o n•mero de piquetes?

• Nœ de piquetes= (PD/PO)+ 1

54
• Nœ de piquetes= (PD/PO) + 1 = (30/3)+1= (10) +1 = 11 piquetes

• Qual o tamanho de cada piquete?

• …rea por animal disponŽvel 80 m2

• …rea piquete = nœ /UA x ‡rea/ UA x tempo pastejo

• = 100 X 80 m2 X 3 dias

• = 2,4 Ha

Um produtor tem uma ‡rea de 30ha. E resolveu fazer pastejo rotacionado com 3 dias de
ocupaˆ‰o, 30 de descanso e uma ‡rea •til por animal dia 80m2. Qual o numero de piquetes,
‡rea dos piquetes e numero de animais pode ser alojado neste pasto?

• Tem uma ‡rea 30 ha

• Qual o n•mero de piquetes?

• Nœ de piquetes= (PD/PO)+ 1

• Nœ de piquetes= (PD/PO) + 1 = (30/3)+1= (10) +1 = 11 piquetes

• …rea do piquete?

• 30 h‡ /11= 2,7 ha

• N•mero de UA poder‡ ser explorado?

• 80 m2

• …rea piquete = nœ /UA x ‡rea/ UA x tempo pastejo

• 27000 m2= nœ /UA X 80 m2 X 3 dias

• nœ /UA = 27000 m2/ 240 m2

• = 112 UA

Segue a f“rmula para o c‡lculo do n•mero de piquetes:

55
N•mero de piquetes = PerŽodo de descanso (dias) + 1

PerŽodo de pastejo (dias)

O sistema de pastejo rotacionado segue in•meras variaˆ‘es em funˆ‰o do n•mero


de subdivis‘es e perŽodos de pastejo e descanso utilizados, os quais variam de acordo com
a ‡rea disponŽvel, clima da regi‰o, fertilidade do solo, tipo de exploraˆ‰o, caracterŽsticas
morfol“gicas e fisiol“gicas das plantas forrageiras entre outros fatores. Dessa forma o
pastejo rotacionado ainda pode ser representado pelas seguintes variaˆ‘es:

3.1.4- Pastejo em Faixas

† caracterizado pelo acesso dos animais a uma ‡rea limitada ainda n‰o pastejada.
Neste m•todo o manejo • conduzido com o auxŽlio de cercas el•tricas, de forma que a cerca
de tr‡s impeˆa o retorno dos animais ”s ‡reas pastejadas anteriormente. O tamanho da
‡rea • calculado para fornecer aos animais a quantidade de forragem que estes necessitam
por dia. † um sistema mais utilizado em rebanhos leiteiros de alta produˆ‰o, devendo ser
utilizadas esp•cies forrageiras que apresentem alto valor nutritivo.

3.1.5- Pastejo Primeiro-àltimo

Tamb•m denominado como sistema de pastejo com dois grupos ou de sistema de


pastejo lŽderes-seguidores. † um m•todo que pode ser vantajoso quando se trabalha com
animais de diferentes categorias e que apresentem diferenˆas na capacidade de resposta a
forragem de alta qualidade. Os animais de maior potencial de resposta pastejam primeiro,
constituindo o primeiro grupo, ou grupo de desponte. A alta disponibilidade inicial de
forragem permite um pastejo seletivo e alta ingest‰o de nutrientes, o que resulta em maior
produˆ‰o animal. Ap“s a saŽda do grupo de desponte entra o segundo grupo para consumir
o restante de forragem. A resposta do primeiro grupo • normalmente superior ao do
segundo grupo.

56
3.1.6- "Creep-grazing"

M•todo que permite que bezerros passem atrav•s de uma abertura na cerca para
uma ‡rea contendo forragem de melhor qualidade do que aquela onde suas m‰es s‰o
mantidas. † um sistema que n‰o exige tantos investimentos. Os gastos se concentram na
formaˆ‰o de uma ‡rea de pasto de melhor qualidade e da despesa com cercas. O sistema
possibilita uma melhor condiˆ‰o tanto do bezerro quanto da vaca.

3.1.7- "Creep-grazing AvanÑado"

M•todo semelhante ao primeiro-•ltimo onde alguns animais ou categorias animais,


por meio de um dispositivo adequado (meio fŽsico, ex: cerca), tem acesso ao piquete
seguinte, sem que outros animais o tenham(passagem preferencial). Isso permite um
pastejo seletivo numa baixa condiˆ‰o de competiˆ‰o.

3.1.8- Pastejo Limite

M•todo que tem como objetivo manter os animais em pastagem de baixa qualidade
recebendo ou recebendo feno. Por•m, permite que tenham acesso a uma pastagem anual
de alta qualidade durante poucas horas diariamente ou a cada dois dias, para reduzir as
perdas por pisoteio.

3.1.9- Pastejo diferido


Tamb•m denominado protelado, consiste na vedaˆ‰o do pasto durante um perŽodo
da estaˆ‰o de crescimento (normalmente nos •ltimos meses do perŽodo chuvoso), com a
finalidade de revigorar a pastagem e permitir o ac•mulo de forragem no campo, para ser
utilizado durante o perŽodo crŽtico. † um sistema que reconhece que existem perŽodos
crŽticos na fenologia das plantas desej‡veis na pastagem como por exemplo, florescimento e
produˆ‰o de sementes(WHITEMAN,1980). O diferimento tem por objetivo permitir que as
esp•cies mais palat‡veis se recuperem e aumentem e aumentem a sua capacidade de
competiˆ‰o com esp•cies menos desejadas. O diferimento da pastagem com intuito de
reserva para seca deve iniciar entre 60 a 120 dias antes de se estabelecer na regi‰o o fator
clim‡tico que determina a diminuiˆ‰o ou a paralisaˆ‰o do crescimento da pastagem
(AGUIAR e PRADO, 2002)

57
CaracterŽsticas morfol“gicas e fisiol“gicas que favorece o uso do m•todo de pastejo
diferido para seca: maior proporˆ‰o de folhas em relaˆ‰o a talos, talos finos (Ex Braqui‡rias
e o Cynodon) e florescimento tardio (no caso do Tanz’nia e do Braquiar‰o) ou n‰o
florescem (Cynodon spp).

Para um planejamento adequado do diferimento deve ser feito com objetivo de


acumular entre 3,0 e 4,0 t de mat•ria seca/ha (EUCLIDES, 2002). N‰o se recomenda
acumular mais massa de forragem para que a planta n‰o fique muito alta e com maior
proporˆ‰o de talos, condiˆ‘es estas que contribuem para o aumento das perdas de
forragem por acamamento e para a reduˆ‰o do valor nutricional da forragem.

A oferta de forragem para os animais para este tipo de pastejo deve ser alta entorno
de 8 kg de mat•ria seca/100 kg de peso vivo para permitir que o animal exerˆa a
seletividade das partes mais ricas da planta, durante o ato de pastejo, logo o valor nutritivo
deste material • baixo.

Segue abaixo esquemas ilustrativos de algumas variantes de pastejo rotacionado.

Foto: tipo de pastejo

Fonte: www.forrageirasdow.com.br

58
4. Conservaƒ„o de Forragem

4.1IntroduÑÉo
A produˆ‰o animal baseada em pastagens encontra entraves para manter a efici•ncia
produtiva dos rebanhos em raz‰o da sazonalidade na distribuiˆ‰o da produˆ‰o forrageira ao
longo do ano (ANDRADE et al., 2010). Uma soluˆ‰o seria a confecˆ‰o de silagens, para
suplementaˆ‰o dos animais na •poca de sazonalidade da produˆ‰o das forrageiras.

Silagem • o produto formado quando gramŽneas ou outros vegetais com teor de


umidade suficientemente alto, sujeitos a deterioraˆ‰o por microrganismos anaer“bios, s‰o
estocados anaerobicamente. † formada atrav•s da fermentaˆ‰o de substratos vegetais,
principalmente aˆ•cares, por bact•rias ‡cido l‡ticas.

A teoria do processo de ensilagem • simples. † baseada na extraˆ‰o do oxig•nio


atrav•s de uma compactaˆ‰o do material picado. Na sequencia, este produto, agora em
anaerobiose, comeˆa a sofrer a aˆ‰o de v‡rios microrganismos, capazes de converter parte
do conte•do celular em ‡cidos org’nicos. Estes por sua vez, diminuem drasticamente o pH
do meio, fazendo com que esta atividade cesse, e os compostos produzidos juntamente
com os remanescentes, sejam preservados at• o consumo da silagem. Assim, uma intensa
preocupaˆ‰o tem sido atribuŽda ao processo de fermentaˆ‰o, pois quando n‰o se
desenvolve de forma eficiente, pode gerar perdas que inviabilizam todo o processo
(OHYAMA, 1975).

4.2.Plantio e Escolha da ârea

Um crit•rio a ser observado • a topografia da ‡rea de plantio das forrageiras, que em


muitas regi‘es de Minas Gerais se torna um entrave, devido as condiˆ‘es de relevo, isso
acarreta a n‰o mecanizaˆ‰o do processo de colheita onerando em muito o processo de
produˆ‰o da mesma. A ‡rea de plantio necess‡ria ” produˆ‰o da quantidade de massa
verde a ser ensilada • determinada pelo rendimento esperado da cultura a ser produzida.
Este rendimento • dado em toneladas por hectare, e apresenta variaˆ‘es regionais
consider‡veis, em funˆ‰o das condiˆ‘es clim‡ticas e de solo, conduˆ‰o das culturas, etc.
Mas a recomendaˆ‰o • obter o m‡ximo rendimento econ—mico da forrageira por unidade de

59
‡rea, possuindo planejamento da atividade para ter condiˆ‘es para tomar decis‘es corretas
(NOVAES, et al., 2004).

4.3Dimensionamento

O correto dimensionamento do silo • uma escolha estrat•gica, cujo se repercute por


muitos anos sobre a qualidade da silagem, sendo ignorados pelos produtores essa etapa
devido que muitas das vezes ocasiona perdas invisŽveis na qualidade. Quando se decide
construir um silo, os principais par’metros que devem ser levados em consideraˆ‰o para
respeitar o avanˆo di‡rio da massa de silagem s‰o:

- N•mero de animais a serem alimentados, levando-se em consideraˆ‰o o peso inicial e a


produtividade que se deseja alcanˆar (carne e/ou leite);

- PerŽodo em que os animais receber‰o a silagem;

- Quantidade de silagem fornecida por dia, determinada em funˆ‰o do peso do animal,


produtividade que se deseja alcanˆar e potencial produtivo dos mesmos;

- Espessura de corte di‡rio da silagem em funˆ‰o do contato com o ar atmosf•rico (mŽnimo


de 20 cm);

- Peso m•dio da silagem por metro c•bico (350 kg a 650 kg/m3);

- Porcentual de perdas, consideradas normais devido aos processos fermentativos e perdas


di‡rias comuns (10% a 20%).

Exemplo de c€lculo de €rea de plantio e dimensionamento de um silo trincheira:

Alimentaˆ‰o de 50 garrotes com silagem, durante 120 dias. A cada garrote ser‰o fornecidos
16 kg de silagem por dia. Considerar :

perdas no processo de 15%.

Cultura a ser plantada milho

Consumo di€rio: 16 kg*50 garrotes = 800 kg/dia de silagem

Quantidade de silagem = n•mero de animais suplementados*consumo de MN/dia*dias de


suplementaˆ‰o.

60
QS = 50*16*120

QS = 96.000 kg = 96 toneladas (t) de silagem de milho;

96 t + 15% de perdas = 110 toneladas de silagem;

Volume do silo

Silo trincheira: 500 kg/m3

1 t ------------ 2 m3

110 t --------- X X = 220 m3

•rea a ser plantada

Produtividade = 45 toneladas/Mat•ria Verde/ha

110/45 = 2,5 hectares;

Comprimento do silo m…nimo (C):

C = n•meros de dias de uso do silo*0,2 metros

C = 24 metros;

Seƒ„o trapezoidal

Volume total (cada silo) = ‡rea do silo*comprimento do silo

220 m3 = ‡rea do silo*24 …rea do silo = 9,16 m2

•rea do silo = [(B+b)/2]*altura do silo Altura m‡xima de silo trincheira: 2 metros.

9.16 m2 = [(B+b)/2]*2 m

18.32 = (B+b)*2 B+b = 9,16 m

B = b+0,5*(altura do silo)

B = b+0,5*(2,0)

B = b+1

Substituindo B = b+1 em B+b = 9,16;

61
b+b+1 = 9,16

2b = 9,16-1

b = 4,08 metros

B+b = 9,16 m
5,08 metros
B = 9,16 - 4,08

B = 5,08 metros. 24 metros

4,08 metros

Figura 1: Dimens‘es do silo trincheira calculado no exemplo.

4.4.Ponto de colheita

Neste t“pico vou colocar alguns pontos de colheitas das gramŽneas mais importantes

Milho metade da linha do leite, devido o este est‡gio o milho apresenta as melhores
condiˆ‘es para o processo de silagem, ver foto ilustrativa

62
Foto:Sorgo este ponto quando a panŽcula apresenta a metade com gr‰o duro para farin‡ceo

Fonte: Grupo do Leite

Foto:Ponto de colheita do capim elefante quanto o capim atingi uma idade de 90 dias

Fonte:www. uipi.com.br

Foto: Ponto de colheita do capim –elefante

Fonte: Antonio Ricardo Evangelista

4.5.Enchimento do silo

A distribuiˆ‰o das cargas durante o abastecimento de forragem no silo deve ser de


forma organizada de modo que ” espessura da camada n‰o dificulte a compactaˆ‰o.
Estudos t•m demonstrado que a camada descarregada no silo deve ser de 15 a 30 cm para
facilitar o processo de compactaˆ‰o.

63
Quando mais a massa ensilada for porosa, maior ser‡ a facilidade para o ar penetrar
no seu interior. A prerrogativa essencial para conter a deterioraˆ‰o aer“bica •, portanto, a
reduˆ‰o da porosidade da silagem, ou seja, aumentar a quantidade de forragem por unidade
de volume ( elevar a densidade). Alguns trabalhos de pesquisa realizados em fazendas na
It‡lia mostraram que dentre os fatores que afetam a densidade da massa em silos
horizontais destacam-se o teor de MS da forragem, o tamanho de partŽcula, altura da
camada distribuŽda no silo durante o enchimento, o peso do veiculo e a press‰o que este
exerce, tempo de compactaˆ‰o e altura do silo (TABACCO & BORREANI, 2002).

Para que a fase de deposiˆ‰o de forragem possa ser de forma que se reduza
superfŽcie de exposiˆ‰o ao ar, recomenda-se que em silos do tipo trincheira, o enchimento
seja executado de forma a ser criada uma rampa onde camadas oblŽquas sucessivas devem
ser depositadas diariamente (Figura 2). Al•m disso, sugere-se o abaulamento da massa
ensilada, compactada acima do nŽvel de contorno da borda superior do silo, pois auxilia no
escoamento de ‡gua de superfŽcie precipitada sobre o silo (EVANGELISTA & LIMA, 2000).
Em silos do tipo superfŽcie, silos trincheira de pequena capacidade e/ou efetivo operacional
de colheita superdimensionado • permitido ” deposiˆ‰o de camadas horizontais, desde que
o tempo de confecˆ‰o n‰o seja prolongado.

Figura 2: Esquema de enchimento correto do silo. (Homem, 2012)

4.6.CompactaÑÉo

A compactaˆ‰o, normalmente realizado por compress‰o mec’nica, • necess‡ria para


a expuls‰o do ar e para o estabelecimento de condiˆ‘es de anaerobiose no interior do silo.
Uma compactaˆ‰o efetiva e bem conduzida proporcionou aumento do ‡cido l‡ctico em

64
estudos conduzidos por SHEARES & CORDUKES (1990) citados por MCDONALD et al.
(1991).

A quantidade de ar que penetra na silagem durante o perŽodo de fermentaˆ‰o exerce


influ•ncia na composiˆ‰o final do produto e na perda de nutrientes. Silos mal vedados e
compactados sofrem perdas de MS e aumento da temperatura da silagem. Estudos feitos
por MCDONALD et al (1991) em silos experimentais com dois graus de compactaˆ‰o
revelaram que houve diferenˆa nos teores de nitrog•nio amoniacal e lignina, na
digestibilidade da MS, na produˆ‰o de ‡cidos org’nicos e nos valores de pH, obtendo uma
melhor fermentaˆ‰o da silagem com maior grau de compactaˆ‰o.

A densidade • fator determinante na qualidade final do volumoso ensilado e, entre


v‡rios fatores, • determinada pelo tamanho m•dio de corte aplicado na planta forrageira
utilizada (JOBIM et al., 2007). O tamanho m•dio de partŽculas (TMP) influencia a porosidade
na massa de forragem colocada no silo (PAZIANI, 2004) e a resist•ncia da planta ”
compactaˆ‰o. Da mesma forma, partŽculas de tamanho elevado reduzem a taxa de
passagem ruminal de s“lidos, reduzindo assim o consumo volunt‡rio de MS (HEINRICHS et
al., 1999; COLLAO SAENS, 2005).

Al•m do TMP, outros fatores como tipo de silo, carga de press‰o aplicada, tempo total
de compactaˆ‰o, espessura de camada adicionada, teor de MS da forragem, afetam a
efici•ncia de compactaˆ‰o e a densidade final obtida (MUCK & HOLMES, 2000).

Embora n‰o haja um valor considerado ideal para avaliaˆ‰o em um silo, recomenda-
se densidades superiores a 550 kg de MV/m3 (RUPPEL et al., 1995), e inferiores a 850 kg
de MV/m3, sendo esse alto valor obtido apenas em condiˆ‘es bastante favor‡veis.

Silagens confeccionadas com baixa densidade apresentam maior teor de ar residual


na massa, acarretando maior perŽodo de respiraˆ‰o (liberaˆ‰o de CO2 e perda de MS),
maior consumo de carboidratos sol•veis, reduˆ‰o na velocidade de produˆ‰o de ‡cidos
org’nicos e maior valor final de pH da silagem (MCDONALD et al., 1991). Ainda, baixos
valores de densidade determinam maior porosidade e infiltraˆ‰o de ar no painel do silo
aberto, menor estabilidade aer“bia e maiores perdas no perŽodo p“s-abertura, que
acarretam elevadas perdas de MS, reduˆ‰o no valor nutritivo da silagem e no consumo dos
animais, com consequente elevaˆ‰o no custo da tonelada de MS e NDT (JOBIM et al.,
2007). Ao ensilar forragens de alto teor de MS, como milho ou sorgo (acima de 35%), esse
quadro • agravado.

Por outro lado, o material compactado excessivamente no silo est‡ predisposto ”


maior produˆ‰o de efluentes, o que acarreta perdas qualitativas e quantitativas, al•m de

65
reduzir o pool de carboidratos sol•veis essenciais ” boa fermentaˆ‰o. Esse processo • mais
crŽtico em volumosos •midos, como as gramŽneas tropicais (JOBIM et al., 2007).

Assim, a densidade da massa vegetal no silo • determinante da qualidade final da


silagem, pois aliada ao teor de MS da forragem indicam a porosidade do alimento, que
condiciona a taxa de movimentaˆ‰o do ar e, consequentemente, o potencial de deterioraˆ‰o
durante o armazenamento do silo (HOLMES & MUCK, 1999). O trabalho de RUPPEL
(1995), citado por HOLMES & MUCK (1999), mostrou que para densidades entre 160 e 352
kg MS/mž as perdas de MS foram de 20,2 e 10%, respectivamente (Tabela 2).

TABELA 2. Perdas de MS em funˆ‰o da densidade em silagens de alfafa durante 180 dias


de estocagem.

Densidade (Kg MS/m3) Perda de MS (%)

160 20,2
224 16,8
256 15,1
288 13,4
352 10,0

Fonte: RUPPEL (1992) citado por HOLMES & MUCK (1999).

Foto: Trator Compactando


Fonte: Valdir Botega Tavares

4.7.VedaÑÉo

Ap“s o silo Cheio e compactado deve ser vedado completamente com lona pl‡stica,
de alta resist•ncia. Silo do tipo trincheira e superfŽcie s‰o geralmente atrativos em raz‰o da

66
maior economia no armazenamento de forragens sob a forma de silagem. Entretanto, silos
horizontais permitem grande superfŽcie de exposiˆ‰o a trocas gasosas com o ambiente,
durante o enchimento e ap“s a vedaˆ‰o. Em silos do tipo superfŽcie, a presenˆa da lona
tamb•m se torna relevante, devido ” falta de paredes laterais para proteˆ‰o (SAVOIE &
JOFRIET, 2003).
A contribuiˆ‰o mais expressiva da etapa de vedaˆ‰o • em evitar a penetraˆ‰o de ar
do ambiente externo para o interior do silo. Porem • comum o filme de polietileno apresentar
permeabilidade ao oxig•nio, em torno de 4000 cm3 de O2/ m2 durante 24 horas a
temperatura de 23œ C ( espessura da lona de 45 Ÿm) a qual tende a aumentar notavelmente
com a elevaˆ‰o da temperatura ambiental, passando para 12000 cm3 de O2/ m2 durante 24
horas a temperatura de 50œ C( BERNARDES, 2007).
A proteˆ‰o da lona do silo com terra, areia ou capim, aumenta a ades‰o entre a
massa, diminuindo a incid•ncia de raios solares e consequentemente reduzindo as trocas
gasosas com o ambiente. Por•m, podem representar grande demanda de m‰o de obra, seja
durante a confecˆ‰o ou na retirada da silagem, principalmente quando o silo • extenso.

Foto: Silo coberto com lona dupla fase


Fonte: Thiago Bernardes

8.1.8 Tipos de silos

Silo trincheira

Como o pr“prio nome indica, este silo caracteriza-se por uma vala aberta no
solo, aproveitando-se um desnŽvel (barranco) pr“ximo ao local de tratar dos animais.
† um tipo de silo de construˆ‰o mais barata do que os tipos a•reo, cisterna ou de
encosta.
Abertura da vala – • feita com l’mina acoplada a trator ou, ainda, manualmente,

67
deixando as paredes com 25% de inclinaˆ‰o, o que facilita a compactaˆ‰o do
material e evita desmoronamentos. A base ou fundo deve ter a inclinaˆ‰o de 1% a
2%, o que evita ac•mulo de umidade.
Revestimento – • feito de alvenaria, podendo ser utilizado tijolo em espelho. Esta
operaˆ‰o • necess‡ria. Por•m, em solos mais firmes e na tentativa de baratear o
custo, ela • dispens‡vel, o que implica em maiores cuidados no enchimento do silo,
porque este procedimento aumenta o risco de perdas de material pr“ximos ”s
paredes; a substituiˆ‰o da alvenaria por lona pl‡stica • uma operaˆ‰o que pode ser
utilizada.
Canaletas – construir canaletas ao redor do silo, para evitar a penetraˆ‰o de ‡gua
de chuva na massa ensilada.
Dimensionamento - N‰o existe tamanho pr•-fixado para este tipo de silo e a
determinaˆ‰o do seu volume depende de um estudo da propriedade, verificando-se:
n•mero de animais a serem tratados, tempo de fornecimento da silagem,
possibilidade de produˆ‰o de massa verde, etc. Carregamento – Para carregar este
tipo de silo, o material picado deve ser bem distribuŽdo em toda a sua extens‰o e
faz-se uma compactaˆ‰o criteriosa. A compactaˆ‰o • facilitada porque podem-se
empregar m‡quinas ou animais nesta operaˆ‰o.
O carregamento deve ser feito at• acima da boca do silo, fazendo com que
fique abaulado depois de vedado, isto facilitar‡ o escoamento de ‡gua, visto que
nesse tipo n‰o se emprega cobertura (telhado) para este fim (figura 15).

Fonte: Valdir Botega Tavares


FIGURA 15 - Silo trincheira carregado (corte transversal).

68
Descarga – passando o perŽodo de fermentaˆ‰o (30 dias), o silo pode ser aberto e,
para isso, retira-se a vedaˆ‰o do topo (t‡buas) e vai-se retirando diariamente o
material do silo em camadas verticais (fatias) de, no mŽnimo, 15 cm de largura; a
cobertura (vedaˆ‰o), vai sendo afastada ” medida em que vai retirando-se a
silagem.

Silo cisterna ou poƒo

Este tipo de silo • aberto ” semelhanˆa de uma cisterna de grandes


proporˆ‘es (figura 34). Hoje em dia, evita-se a sua construˆ‰o, principalmente em
funˆ‰o das dificuldades de carregamento.
Abertura do buraco – • feita manualmente e pode ocorrer presenˆa de ‡gua,
quando se cavam terras baixas. Outro problema que pode ocorrer • a presenˆa de
rochas que, muitas vezes, obriga a mudanˆa de local, ap“s ter gasto algum trabalho.
Revestimento – n‰o deve ser dispensado, mesmo em solos firmes e pode ser feito
de meio tijolo. A boca do silo deve ser elevada acima do nŽvel do solo at• mais ou
menos 1 m de altura, o que evita acidentes.
Cobertura – deve ser feita para evitar problemas de chuvas, que ocorrem no
perŽodo de armazenamento e quando for retirar a silagem. Essa cobertura neste tipo
de silo • um telhado sobre o silo, elevado de tal forma que n‰o prejudique as
operaˆ‘es de carga e descarga (figura 16).

Fonte: (EVANGELISTA, A. R. et al., 1981).


FIGURA 16 - Silo cisterna ou poˆo

69
Dimensionamento – a dimens‰o • vari‡vel, de acordo com as observaˆ‘es feitas
para o dimensionamento do silo trincheira.
Carregamento – para este tipo de silo, embora a altura ajude na compactaˆ‰o das
camadas inferiores da massa, • mais difŽcil de realizar esta pr‡tica com outro meio
que n‰o seja a presenˆa de oper‡rios no interior do silo. Os cuidados no enchimento
do silo devem ser os mesmos recomendados para o silo trincheira. No carregamento
a massa de forragem deve ficar bem acima da boca do silo, pois esta se abate, o
que acarreta perda de espaˆo. Recomenda-se que, diariamente, antes da entrada
de homens para pisotear a massa, seja colocada mais forragem no silo, com a
finalidade de expulsar gases t“xicos formados de um dia para o outro.
Vedaƒ„o – pode ser com lona pl‡stica e, sobre esta, colocar areia, visto que neste
tipo de silo existe telhado para proteˆ‰o contra chuvas.
Descarga – aberto o silo, deve-se retirar a silagem diariamente em toda a superfŽcio
exposta ao ar. Para a descida do oper‡rio no interior do silo, recomendam-se
escadas regul‡veis de madeira ou de cordas, n‰o sendo conveniente os tipos
afixados ” parede, que dificultam a compactaˆ‰o, tornando-se mais um fator de
perda no armazenamento.
A silagem • retirada por meio de balaios presos em corda, ” semelhanˆa da
retirada de ‡gua em cisterna. Um artifŽcio que pode facilitar a retirada do material
(diminui o peso) • o emprego de duas carretilhas roldanas ver detalhe na figura.

Silo aˆreo (torre)

† um tipo de silo construŽdo de alvenaria, acima do nŽvel do solo, de elevado


custo, sendo praticamente desaconselh‡vel para a situaˆ‰o atual. Outro problema •
o carregamento, que s“ • possŽvel com o emprego de ensiladeiras elevadoras. Em
contrapartida a estas desvantagens, tem-se a vantagem de ser f‡cil de descarregar
e apresentar baixa perda de material.
Dimensionamento – para dimensionar este silo, pode-se basear na tabela 2,
indicada para o silo cisterna. Observar problemas de gases t“xicos ao homem, como
no silo cisterna. Por•m, neste tipo de silo, • menos comum o ac•mulo de gases por
ocasi‰o do carregamento, em funˆ‰o da ventilaˆ‰o pelas janelas laterais.

70
Fonte : Valdir Botega Tavares

Silo aˆreo de encosta

† um tipo de silo a•reo em que, de um lado, existe um barranco, que


proporciona o carregamento pela boca do silo e a descarga por janelas laterais do
lado oposto do barranco (figura 17).
O custo de construˆ‰o • semelhante ao a•reo, apresenta, por•m, as vantagens
de f‡cil carga e descarga.
Devem-se observar problemas quanto ” eliminaˆ‰o de gases t“xicos ao
homem, que podem ocorrer, como j‡ descrito em carregamento e descarga do silo
cisterna.

Fonte : Valdir Botega Tavares

71
Silo de superf…cie

Este tipo de silo, j‡ usado em muitos paŽses da Europa, est‡ hoje bastante
difundido no Brasil, principalmente por apresentar a vantagem de eliminar gastos de
construˆ‰o.
Carregamento – escolhe-se uma ‡rea plana e pr“xima ao local de tratar os animais
bem compactada. Sobre ela pode-se colocar algum material para evitar o contato
direto da forragem com o solo (Ex.: casca de arroz). Em seguida, coloca-se a
forragem picada em camadas homog•neas e compactadas, com trator, at• atingir a
altura desejada e cobre-se com lona pl‡stica toda a extens‰o da massa. Deve ser
utilizado um artifŽcio para auxiliar na expuls‰o do ar, colocando sobre a lona areia,
capim, etc., e a construˆ‰o de duas valetas, sendo uma para prender os lados da
lona pl‡stica e a outra para impedir a entrada de ‡gua.

Fonte:Thiago Fernades Bernardes.

Compactaƒ„o – nos silos horizontais do tipo superfŽcie, a aus•ncia de paredes


laterais para possibilitar uma compactaˆ‰o mais intensa cria condiˆ‘es favor‡veis a
uma maior penetraˆ‰o do ar e, consequentemente, perdas mais pronunciadas,
principalmente se a forragem tiver mat•ria seca elevada.
A adoˆ‰o de silos de superfŽcie do tipo “bunker” (paredes laterais de madeira
ou alvenaria) pode minorar os efeitos desfavor‡veis do ar durante o enchimento e o
armazenamento, favorecendo a compactaˆ‰o. A simples colocaˆ‰o de toras de
madeira dos lados do silo, para iniciar o carregamento, j‡ auxilia na compactaˆ‰o e

72
diminui perdas.
Dimensionamento – podemos considerar que o silo de superfŽcie • um silo de
trincheira de boca para baixo e, no dimensionamento, aumentar as medidas do silo
de trincheira em 20%, em funˆ‰o do menor volume armazenado por m3 no silo de
superfŽcie.

4.8 Fase de alimentaÑÉo ou degradaÑÉo aerÇbica da silagem

Esta fase tem seu inŽcio no instante em que o silo • aberto, desta forma a
silagem fica exposta ao ar, propiciando o crescimento de microrganismos aer“bicos
facultativos que permaneceram dormentes na aus•ncia do oxig•nio. Tais
microrganismos s‰o capazes de provocar aquecimento e perdas de MS. Bact•rias
‡cido ac•ticas e/ou leveduras provocam o aquecimento prim‡rio, caso o consumo da
forragem seja lento h‡ o desenvolvimento de bacilos e fungos. A atividade de
leveduras e mofos acarreta um ou dois picos de temperatura, tŽpicos desta fase que
tem como caracterŽsticas as perdas de nutrientes, por isso definida como
deterioraˆ‰o aer“bica (Nishino et al., 2002).

Os microrganismos mais importantes envolvidos no processo de deterioraˆ‰o


aer“bica da silagem s‰o alguns fungos filamentosos e leveduras, que catabolizam
‡cido l‡tico, propi—nico e aˆ•cares. As leveduras que participam deste processo
compreendem uma pequena variaˆ‰o de g•neros: Candida, Endomycopsis,
Hansenula e Pichia (utilizadores de ‡cidos), e Torulopsis (utilizadoras de aˆ•car)
(Woolford, 1984).

De acordo com Tavares & Rezende (2008) acreditava-se que a funˆ‰o das
bact•rias era secund‡ria na deterioraˆ‰o aer“bica da silagem, no entanto segundo
McDonald (1991), o papel das bact•rias na deterioraˆ‰o das silagens • muito mais
importante do que se pensava. Pesquisas indicam que as esp•cies de Bacillus s‰o
os principais microrganismos que participam do processo de deterioraˆ‰o aer“bica
das silagens, no entanto tem sido observado o crescimento de algumas bact•rias
‡cido-l‡ticas (Tavares & Rezende, 2008). Por terem a capacidade de oxidar lactato e
acetato a CO2 e ‡gua dando inŽcio a deterioraˆ‰o aer“bica, as bact•rias ‡cido
ac•tica podem apresentar um papel importante neste processo. A silagem

73
proporciona um ambiente adequado para o desenvolvimento destas bact•rias, haja
vista serem tolerantes as condiˆ‘es ‡cidas e aer“bicas obrigat“rias (Oude Elfernk et
al., 2000). O processo de deterioraˆ‰o das silagens envolve tamb•m, as
enterobact•rias e a list•ria (Listeria monocytogenes), apresentando uma relaˆ‰o
direta entre a contaminaˆ‰o com estas duas esp•cies. PossŽveis prejuŽzos sanit‡rios
aos animais e ao homem, e a degradaˆ‰o da silagem s‰o efeitos decorrentes da
contaminaˆ‰o, portanto a deterioraˆ‰o • indesej‡vel (Jobim & Gonˆalves, 2003).

Basicamente o processo de deterioraˆ‰o pode ser dividido em duas fases,


sendo que a primeira ocorre devido ” degradaˆ‰o dos ‡cidos org’nicos
preservantes por leveduras e eventualmente por bact•rias ‡cido ac•ticas, podendo
acarretar uma elevaˆ‰o no pH. A segunda fase est‡ associada ” elevaˆ‰o da
temperatura e ” atividade de outros microrganismos deterioradores (bacilos), al•m
disso, inclui a atividade de mofos, enterobact•rias e outros organismos aer“bicos
(Oude Elferink et al., 2000).

Produtos de fermentaˆ‰o e aˆ•cares (componentes digestŽveis) ser‰o


rapidamente perdidos, e haver‡ um aquecimento da silagem, quando a populaˆ‰o
de leveduras ou bact•rias alcanˆar de 107 a 108 unidades formadoras de col—nias ou
os mofos alcancem 106 a 107 ufc/g. Tempo de exposiˆ‰o ao oxig•nio para
alimentaˆ‰o, temperatura ambiente, n•mero de microrganismo aer“bicos da
silagem, caracterŽsticas fermentativas, s‰o exemplo de fatores que t•m influ•ncia
direta no tempo necess‡rio para que ocorra o aquecimento (Bolsen, 1995).
Como consequ•ncia da deterioraˆ‰o aer“bica da silagem, temos a
mineralizaˆ‰o completa dos nutrientes que pela aˆ‰o microbiana na presenˆa de
oxig•nio • facilmente oxidada ” di“xido de carbono e ‡gua (C6H12O6 + 6O2  6CO2
+ 6H2O + energia) (Guim, 1997).

4.9.Aditivos

QUANDO UTILIZAR ADITIVOS

A recomendaˆ‰o de se utilizar aditivos deve estar associada com a esp•cie forrageira


a ser

74
ensilada e com o sistema de alimentaˆ‰o dos animais na propriedade. Antes de
decidir pela utilizaˆ‰o

de um aditivo, deve-se questionar se:

o seu custo • menor que o valor da silagem inaproveitada sem a sua aplicaˆ‰o;

proporciona fermentaˆ‰o mais eficiente;

permite silagem de maior valor energ•tico e/ou prot•ico; e

• de f‡cil aplicaˆ‰o e n‰o deixa resŽduos t“xicos.

ADITIVOS E FUN„‹ES QUE EXERCEM

Funˆ‘es :

Estimulantes da fermentaƒ„o

Dentro desta categoria temos:

 Nutritivos EX ur•ia, melaˆo, calc‡rio, concentrados, cana-


de-aˆ•car etc.

 N‰o-nutritivos EX: culturas de bact•rias, enzimas comerciais


Inibidores da fermentaƒ„o

Dentro desta categoria temos:

 Nutritivos EX Sal de comum, cal hidratada e ureia


 N‰o-nutritivos EX: ‡cidos org’nicos, ‡cidos minerais, antibi“ticos, pr•-
murchamento

Mesmo n‰o sendo aditivo, o pr•-murchamento • feito ap“s o corte da planta,


deixando-a exposta ao sol antes de ensilar. Este manejo tem como objetivo reduzir o teor de
umidade da planta.

75
4.9.1.Alguns aditivos utilizados

Ur•ia adubo ou ur•ia alimento — promove o enriquecimento do nitrog•nio na silagem e


favorece a fermentaˆ‰o da planta do milho ou sorgo ensilado. Recomendam-se 5 kg por
tonelada de material ensilado, com distribuiˆ‰o uniforme para evitar intoxicaˆ‰o. N‰o •
recomendado o uso de ur•ia na ensilagem de capim-elefante, a n‰o,ser que antes seja
reduzido o teor de umidade da planta para 50 a 55%. No caso de silagem de cana
recomenda 10 kg por tonelada de material ensilado para reduzir

Melaˆo — pode contribuir para o aumento de aˆ•cares sol•veis na fermentaˆ‰o no silo e


pode melhorar a aceitaˆ‰o da silagem de capim. Contudo, os resultados de pesquisa s‰o
contradit“rios, e devido ” dificuldade de manuseio, disponibilidade regional e custo, n‰o tem
sido recomendado o seu uso.

Calc‡rio — favorece a produˆ‰o de ‡cido l‡tico e melhora a palatabilidade. Quando


utilizado, sugere-se adicionar 5 a 10 kg por tonelada de silagem.

Raspa de mandioca - por ter elevada concentraˆ‰o de amido e este ser de baixa
fermentaˆ‰o no silo, seu uso tem pouca aplicaˆ‰o na ensilagem de forrageiras tropicais
como o capim-elefante.

Concentrados — fub‡ de milho, farelo de soja, milho desintegrado com palha e sabugo,
entre outros, n‰o devem ser utilizados, uma vez que nenhum resultado de pesquisa at• o
momento apresentou uma relaˆ‰o custo: benefŽcio favor‡vel que recomende seu uso. A
prefer•ncia ainda • utiliz‡-los na suplementaˆ‰o das silagens durante a alimentaˆ‰o.

• Sal comum — por ser inibidor da fermentaˆ‰o, deve-se ter cautela ao recomend‡-lo na
ensilagem de capim-elefante que normalmente necessita de estimulantes de fermentaˆ‰o.•
Polpa cŽtrica desidratada — de f‡cil aquisiˆ‰o e manipulaˆ‰o, possui elevado teor de aˆ•car
e de mat•ria seca, boa palatabilidade, alto valor nutritivo e elevada capacidade de reter
‡gua.

76
5. Sistema silviopastoril.

5.1.IntroduÑÉo
Num cen‡rio onde as vari‡veis ambientais sofrem grandes transformaˆ‘es,
atribuŽdas, em parte, pelo processo “hist“rico” de degradaˆ‰o de florestas, paralelamente se
buscam estrat•gias de manejo e uso da terra que se “adaptem” a tais transformaˆ‘es,
ironicamente geradas pela pr“pria expans‰o das fronteiras agrŽcolas.
Com o recente reconhecimento e a conscientizaˆ‰o da import’ncia dos valores
ambientais, econ—micos e sociais das florestas, pode-se perceber, no cen‡rio mundial,
fortes tend•ncias para mudanˆas significativas na forma de uso da terra, com a utilizaˆ‰o de
sistemas produtivos sustent‡veis que considerem, al•m da produtividade biol“gica, os
aspectos s“cio-econ—micos e ambientais (Ribaski et al., 2002).
Buscando integrar as atividades agropecu‡rias ” manutenˆ‰o de ambientes de
florestas desenvolveram-se os sistemas silvipastoris. Segundo Aroeira & Pacciulo (2006)
tais sistemas podem contribuir, parcialmente, para reduzir os problemas decorrentes do
desmatamento e da degradaˆ‰o de diferentes ecossistemas. Al•m do mais, apresentam
vantagens em relaˆ‰o ”s monoculturas no que diz respeito ao seq›estro de carbono para a
reduˆ‰o do efeito estufa, tema t‰o discutido, atualmente.

Os sistemas que integram florestas e outros cultivos referem-se a uma ampla


variedade de formas de uso da terra, onde ‡rvores e arbustos s‰o cultivados de forma
interativa com cultivos agrŽcolas, pastagens e/ou animais, visando a m•ltiplos prop“sitos,
constituindo-se numa opˆ‰o vi‡vel de manejo sustentado da terra. Esses sistemas s‰o
classificados de acordo com a natureza e arranjo de seus componentes, podendo ser assim
denominados: SilviagrŽcolas, aqueles constituŽdos de ‡rvores e/ou de arbustos com culturas
agrŽcolas; Silvipastoris, cultivos de ‡rvores e/ou de arbustos com pastagens e/ou animais; e
Agrossilvipastoris, cultivo de ‡rvores e/ou arbustos com culturas agrŽcolas, pastagens e/ou
animais (Ribaski, 2002).

Segundo Ribaski et al. (2002) o objetivo desses sistemas • a criaˆ‰o de diferentes


estratos vegetais, procurando imitar um bosque natural, onde as ‡rvores e/ou os arbustos,
pela influ•ncia que exercem no processo de ciclagem de nutrientes e no aproveitamento da
energia solar, s‰o considerados os elementos estruturais b‡sicos e a chave para a
estabilidade do sistema. Por meio deles • realizado um melhor aproveitamento dos
diferentes estratos da vegetaˆ‰o obtendo-se com isso, melhor diversificaˆ‰o da produˆ‰o,

77
do uso da terra, da m‰o-de-obra, da renda e da produˆ‰o de serviˆos ambientais. Os
Sistemas Agroflorestais tamb•m apresentam-se como eficientes reservat“rios de g‡s
carb—nico (CO2) e constituem-se em fonte renov‡vel de energia, al•m de prestarem-se ”
recuperaˆ‰o de solos marginais e/ou degradados.

Entretanto, a obtenˆ‰o de sistemas silvipastoris sustent‡veis depende do nŽvel de


conhecimento das interaˆ‘es existentes entre seus componentes, principalmente no que diz
respeito aos diferentes nŽveis de exig•ncia e utilizaˆ‰o dos fatores naturais de produˆ‰o,
destacando- se luz, ‡gua e nutrientes .

O conhecimento detalhado de aspectos relativos ” fisiologia, morfologia e anatomia


das plantas forrageiras • importante toda a vez que se objetiva buscar opˆ‘es forrageiras
melhor adaptadas ” produˆ‰o animal em pastagens em ambientes mais estressantes, como
forma de criar e explorar alternativas de estrat•gias de manejo que visem ” otimizaˆ‰o do
desempenho da planta e, consequentemente, do animal e do sistema de produˆ‰o (Volenec
& Nelson (1995) citado por Silva & Nascimento J•nior (2002)).

Para se estudar um ecossistema o foco • concentrado principalmente nos processos


que fazem a ligaˆ‰o entre os componentes bi“ticos e abi“ticos, sendo a transformaˆ‰o de
energia e a reciclagem de nutrientes (biogeoquŽmica = estudo das relaˆ‘es entre as
subst’ncias ou elementos quŽmicos e os seres vivos) os principais processos na cadeia de
respostas. Dessa forma, o ecossistema pastagem, composto pelos diferentes componentes
de plantas ou do pasto e pelas interaˆ‘es entre eles, juntamente com as inter-relaˆ‘es entre
solo, planta, animal e meio, tem sido alvo das pesquisas nos •ltimos anos com o objetivo de
traˆar estrat•gias de manejo que melhor se adaptem ”s caracterŽsticas produtivas de cada
planta forrageira sem comprometer o equilŽbrio, a harmonia e a qualidade do meio ambiente
(Silva & Nascimento J•nior, 2002).

Os sistemas silvipastoris (SSP) representam uma modalidade de uso da terra cuja


exploraˆ‰o • bem mais complexa que a de pastagens cultivadas ou de florestas plantadas.
A necessidade de manutenˆ‰o do equilŽbrio entre seus componentes (‡rvores, forrageiras e
herbŽvoros), aliada ao grande n•mero de interaˆ‘es possŽveis entre estes e os fatores clima
e solo, aumenta a necessidade de um planejamento rigoroso, incluindo mercado, produtos,
esp•cies, arranjo e manejo, bem como as dificuldades gerenciais na conduˆ‰o da atividade
(Andrade et al., 2003).

Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi discorrer sobre os principais fatores que
interferem no estabelecimento e persist•ncia de sistemas silvipastoris.

78
5.2. O sucesso na implantaÑÉo do sistema depende da escolha das
espÜcies arbÇreas e das forrageiras

Os SSP s‰o descritos como uma atividade de car‡ter conservacionista na medida


em que associam a manutenˆ‰o ou melhoria das caracterŽsticas fŽsico-quŽmicas do solo,
bem-estar animal, pela melhoria do microclima no sub-bosque, promovendo, ainda, maior
rentabilidade para a propriedade. Segundo Balieiro et al. (2002) por possuŽrem um porte
elevado e apresentarem um car‡ter perene de desenvolvimento, as ‡rvores tendem a
ocupar estratos diferenciados do ambiente e a aumentar, quando adequadamente
estabelecidas, a efici•ncia do sistema na captaˆ‰o dos recursos disponŽveis (‡gua, luz e
nutrientes).O ambiente no qual a pastagem est‡ inserida, nos sistemas silvipastoris, • fator
determinante para a persist•ncia das plantas.

Andrade et al. (2001) descreveram um dos grandes problemas de tais sistemas em


um sistema agrossilvipastoril rotativo desenvolvido na regi‰o dos cerrados, em Minas
Gerais, utilizando o capim-Tanz’nia (Panicum maximum) como esp•cie forrageira. O
sistema apresentou boa produtividade nos dois primeiros anos de implantaˆ‰o. Entretanto, a
sua produtividade diminuiu progressivamente, passando a apresentar baixa capacidade de
recuperaˆ‰o ap“s o pastejo, cobertura do solo deficiente e plantas pouco vigorosas,
levando-os a crer que o principal fator respons‡vel por isso seria a reduˆ‰o da transmiss‰o
de luz ao sub-bosque do sistema, em funˆ‰o do crescimento das ‡rvores de eucalipto. Tais
autores descrevem, entretanto, que existem outros fatores que poderiam estar limitando a
viabilidade da associaˆ‰o, destacando-se efeitos alelop‡ticos e defici•ncias nutricionais,
considerando-se a grande capacidade de competiˆ‰o por nutrientes do eucalipto, baixa
fertilidade dos solos na regi‰o dos cerrados, al•m do efeito do pastejo, por meio da
exportaˆ‰o de nutrientes.

Dessa forma, dois aspectos s‰o fundamentais na viabilidade dos sistemas


silvipastoris: a esp•cie arb“rea utilizada e a esp•cie forrageira consorciada.

5.3.CaracterÅstica das espÜcies arbÇreas

Algumas caracterŽsticas s‰o descritas como desej‡veis em esp•cies arb“reas a serem


usadas em sistemas silvipastoris: adequaˆ‰o ”s condiˆ‘es ecol“gicas ambientais;
compatibilidade entre os componentes do sistema; preferencialmente ser perenif“lia;
crescimento r‡pido e ereto (em condiˆ‘es de campo e a c•u aberto); resistente a ventos
(raŽzes profundas); possibilidade propiciar alimento (folhas e frutos); capacidade de fixar

79
nitrog•nio; capacidade de rebrotar e ter fenologia conhecida, apresentar tronco alto e copa
pouco densa.

A luminosidade • descrita como principal limitante (Oliveira et al., 2007) para o


estabelecimento das plantas forrageiras em sistemas agroflorestais. A radiaˆ‰o solar que
chega ao pasto varia com a idade da floresta, esp•cie arb“rea utilizada no sistema
(arquitetura da copa e altura da planta), •poca do ano e, principalmente a densidade de
plantio (n•mero de ‡rvores/m¡) ou o espaˆamento entre elas (Magalh‰es et al.; 2004).

Quanto ” idade da floresta, no inŽcio da implantaˆ‰o do sistema geralmente verifica-


se a utilizaˆ‰o de culturas anuais como arroz e soja, visando o estabelecimento das ‡rvores
(Andrade et al., 2003). A implantaˆ‰o de esp•cies forrageiras se d‡ a partir do
segundo/terceiro ano, utilizando-se, freq›entemente, esp•cies tropicais perenes (Braqui‡rias
e Panicum). O pastejo, se realizado na fase de implantaˆ‰o do sistema, poderia afetar o
estabelecimento das esp•cies arb“reas (Balieiro et al., 2002). Segundo Magalh‰es et al
(2004) os bovinos t•m propens‰o a danificar as ‡rvores, principalmente, a copa, roˆando a
cabeˆa contra o tronco ou comendo a casca. Os animais tendem a baixar a copa das
‡rvores jovens para se alimentar. O pastoreio contŽnuo de bovinos em ‡rea de floresta
provoca acentuado desnudamento do solo e destr“i as raŽzes superficiais, respons‡veis
pela absorˆ‰o dos nutrientes, prejudicando o desenvolvimento das ‡rvores. Estes autores
afirmam que para evitar danos ”s ‡rvores o gado bovino n‰o deve ser colocado antes que
as plantas tenham tr•s anos de idade ou 4m de altura, no entanto, ovelhas podem ser
introduzidas mais cedo, ou seja, com ‡rvores com 2m de altura.

No perŽodo inicial de estabelecimento da floresta a interfer•ncia do sombreamento


sobre o estabelecimento das esp•cies forrageiras depende da esp•cie arb“rea e da
densidade ‡rvores. A implantaˆ‰o e o estabelecimento de pastagens em florestas j‡
estabelecidas pode demonstrar insucesso se o sombreamento for excessivo e em condiˆ‘es
de baixa fertilidade do solo.
A esp•cie arb“rea utilizada no sistema possui interfer•ncia direta sobre a quantidade
de luz que chega ao dossel forrageiro. Segundo Magalh‰es et al. (2004) as ‡rvores a serem
utilizadas num sistema silvipastoril devem ser, preferencialmente, de copas que permitam a
passagem de luz para o crescimento das forrageiras. A arquitetura da copa promove
distintos nŽveis de sombreamento na entre-linha, o que se reflete sobre a produtividade das
plantas (Oliveira et al., 2007).

As diferenˆas na quantidade de luz que chega ao dossel forrageiro entre •pocas


dependem da densidade de plantio interagindo com a declinaˆ‰o solar ao longo do ano.

80
Oliveira et al. (2007) demonstraram que nos perŽodos onde a declinaˆ‰o solar torna-se igual
a latitude h‡ transmiss‰o de luz plena na entre-linha e m‡ximo sombreamento na linha, (em
maiores espaˆamentos).

Entretanto, entre a caracterŽstica que possui maior interfer•ncia sobre a quantidade


de luz que chega ao dossel forrageiro • a densidade de plantas. Oliveira et al. (2007)
demonstraram a import’ncia dos distintos arranjos estruturais sob a radiaˆ‰o solar no sub-
bosque. Esses autores avaliaram a interceptaˆ‰o da radiaˆ‰o solar em distintos
espaˆamentos de eucalipto e concluŽram que em arranjos com espaˆamentos 3x3 e 3x2, j‡
aos 2 anos as plantas interceptam grande quantidade de radiaˆ‰o, tornando invi‡vel o
plantio de esp•cies forrageiras. Os melhores resultados foram obtidos utilizando-se linhas
simples ou duplas com entrelinhas distanciadas de dez a quinze metros, sendo que nestes
arranjos o sombreamento varia com a •poca do ano, conforme j‡ foi comentado.

Alguns trabalhos com SSP associando eucalipto ou pinus com pastagens atribuem o
baixo desempenho dos pastos a um efeito alelop‡tico das esp•cies arb“reas. A alelopatia
distingue-se da competiˆ‰o, pois essa envolve a reduˆ‰o ou a retirada de algum fator do
ambiente, necess‡rio a outra planta no mesmo ecossistema, tal como ‡gua, luz e nutrientes.
Como • um fen—meno que ocorre largamente em comunidades de plantas, a alelopatia • um
dos mecanismos por meio dos quais determinadas plantas interferem no desenvolvimento
de outras, alterando-lhes o padr‰o e a densidade (Rezende et al., 2005).

5.4.A escolha da planta forrageira

Um requisito fundamental para o sucesso de sistemas silvipastoris sustent‡veis • a


escolha acertada das esp•cies componentes do sistema. No caso das esp•cies forrageiras,
n‰o basta que estas sejam tolerantes ao sombreamento, • necess‡rio selecionar esp•cies
com boa capacidade produtiva, adaptadas ao manejo e ambientadas ”s condiˆ‘es
edafoclim‡ticas da regi‰o onde ser‰o implantadas (Andrade et al., 2001; Andrade et al.,
2003).

Para cada situaˆ‰o s‰o necess‡rios estudos especŽficos sobre qual a melhor
associaˆ‰o, em funˆ‰o da esp•cie florestal, do grau de sombreamento, do solo e do clima.
Mesmo assim, algumas esp•cies j‡ testadas parecem ser mais promissoras, entre elas as
gramŽneas do g•nero panicum (Panicum maximum) e braqui‡rias como quicuio (Brachiaria
humidicola) e capim-Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu), gordura (Melinis
minutiflora) e as leguminosas calopog—nio (Calopogonium mucunoides), d“licos

81
(Macrotyloma axillare) e siratro (Macroptilium atropurpureum cv. siratro), enquanto outras
n‰o foram recomendadas: set‡ria narok (Setaria anceps cv. Narok), algumas esp•cies do
g•nero Cynodon sp., capim-jaragu‡ (Hyparrhenia rufa), mucuna (Stizolobium aterrimum) e
trevo branco (Trifolium repens) (Gutmanis, 2004; Andrade et al., 2001; Souto, 2005) .

Andrade et al. (2003) alertam que a utilizaˆ‰o em larga escala de apenas uma esp•cie
forrageira • uma situaˆ‰o indesej‡vel, devido ” possibilidade da ocorr•ncia de alguma praga
ou enfermidade vir a causar grandes prejuŽzos.
Nesse sentido, um requisito importante para assegurar a sustentabilidade de sistemas
silvipastoris, notadamente para aqueles com menor diversidade de esp•cies, consiste na
agregaˆ‰o de leguminosas para aumentar o aporte de nitrog•nio ao ecossistema.
Andrade et al. (2003) verificou o favorecimento da produtividade de forrageiras em
sistema silvipastoril quando associadas com estilosantes (Stylosanthes guianensis cv.
Mineir‰o)

Carvalho et al. (2002), estudando esp•cies arb“reas e arbustivas ocorrentes em


pastagens no Agreste Pernambucano, identificaram que as leguminosas das famŽlias
Mimosaceae, Caesalpiniaceae e Fabaceae respondem por 38,19% da frequ•ncia relativa
total na vegetaˆ‰o natural. Essas leguminosas encontradas no estudo possuem
caracterŽsticas particularmente atrativas para serem usadas nos sistemas silvipastoris,
especialmente no que se refere ” fixaˆ‰o simbi“tica de nitrog•nio e a deposiˆ‰o de mat•ria
org’nica com alto conte•do de nitrog•nio ao solo. Nesse sentido, a incorporaˆ‰o de
esp•cies fixadoras de nitrog•nio podem assegurar diversidade, estabilidade e continuidade
aos sistemas de forragens, bem como a qualidade e a quantidade de suprimentos destas.

5.5.CaracterÅsticas MorfolÇgicas e ComposiÑÉo bromatolÇgica das


EspÜcies Forrageiras

O efeito do sombreamento em esp•cies forrageiras t•m sido amplamente estudado,


devido ” algumas adaptaˆ‘es nas quais estas sofrem para se adequarem ao ambiente com
baixa luminosidade.
Entre as principais caracterŽsticas verificadas est‰o: padr‰o de alocaˆ‰o de assimilados
para parte a•rea em detrimento das raŽzes, aumento na ‡rea foliar especŽfica (Aguilera et
al., 2004), como formas de maximizar a interceptaˆ‰o luminosa, menor raz‰o peso de folha
(peso por unidade de ‡rea de folha), o que, segundo Aguilera et al. (2004) se deve ao maior
espessamento das c•lulas do mes“filo em plantas ao sol pleno, ou seja, folhas mais

82
espessas. Entretanto, apesar de verificar-se maior ‡rea foliar especŽfica a produˆ‰o total de
mat•ria seca • significativamente reduzida em condiˆ‘es de sombreamento (Carvalho et al.,
2002).
Segundo Gutmanis (2004) a adaptaˆ‰o morfol“gica ao stress associada ” alteraˆ‰o
na partiˆ‰o de fotoassimilados pode influenciar a qualidade da forragem. As plantas
respondem ao sombreamento pelo maior direcionamento de mat•ria seca para aumentar a
‡rea foliar e o comprimento dos colmos e pelo decr•scimo na mat•ria seca enviada para o
crescimento das raŽzes. A ‡rea foliar de plantas sombreadas • mantida ou aumentada ”s
expensas da espessura das folhas, resultando em l’minas de folhas mais longas, mais
estreitas e mais finas do que as de plantas que cresceram a pleno sol. Da mesma forma,
mesmo que o peso seco de colmos diminua em condiˆ‘es de sombra, o comprimento dos
mesmos pode aumentar e assim resultar em colmos finos e estiolados.

WILSON & LUDLOW (1991) citado por Gutmanis (2004) chamam atenˆ‰o para o fato
de que em capins sombreados h‡ um aumento substancial da parte a•rea em relaˆ‰o ”s
raŽzes e que seleˆ‰o de plantas considerando apenas a parte a•rea pode levar a
dificuldades quando ocorrerem perŽodos de seca ou quando a press‰o de pastejo for alta. O
menor desenvolvimento do sistema radicular pode tornar as plantas susceptŽveis a serem
arrancadas do solo pela boca do animal e a sua rebrota pode ficar limitada devido ” reduˆ‰o
das reservas de carboidratos e de minerais na sua base e nas raŽzes (Souto, 2005).
Gutmanis (2004) recomenda que se deva dar maior atenˆ‰o ”queles capins que
apresentem maior produˆ‰o de biomassa nas raŽzes e/ou rizomas e estol‘es, estes
provavelmente mais tolerantes a alta press‰o de pastejo e mais persistentes em maiores
intensidades de sombreamento do que esp•cies de capins eretos que maximizam a
produˆ‰o de ‡rea foliar.

Quanto ” fenologia, • observado maior duraˆ‰o do perŽodo vegetativo, atribuŽdo ”


menor velocidade com que os processos ocorrem (Carvalho et al., 2002), com retardo no
processo reprodutivo e menor n•mero de infloresc•ncias, com conseq›•ncias sobre a
produˆ‰o de sementes.

A avaliaˆ‰o qualitativa dos nutrientes presentes no componente vegetal de um


sistema agroflorestal • fundamental para a seleˆ‰o de esp•cies com potencial forrageiro,
capazes de fornecer uma dieta balanceada e rica em proteŽna e energia, bem como para
identificaˆ‰o de vegetais t“xicos para os animais (Almeida et al., 2001).

Quanto ” composiˆ‰o mineral, Clark (1981) citado por Castro (2001) afirma que a luz
n‰o atua diretamente na absorˆ‰o de nutrientes minerais, mas afeta processos fisiol“gicos
passŽveis de alterar sua composiˆ‰o mineral, como a fotossŽntese, respiraˆ‰o e

83
transpiraˆ‰o. Ou seja, a luz fornece energia para absorˆ‰o e metabolizaˆ‰o dos minerais,
sendo que sob d•ficit energ•tico a absorˆ‰o ativa de Žons • reduzida. Castro et al. (2001)
demonstraram padr‘es distintos na concentraˆ‰o de P, K, Ca e Mg com nŽveis crescentes
de sombreamento (0, 30 e 60%). Tais padr‘es podem estar ligados aos distintos h‡bitos de
crescimento das esp•cies forrageiras estudadas, assim como estrat•gias diferenciadas para
adaptar-se ao ambiente. Muitos trabalhos demonstram que capins sombreados apresentam
maiores teores de nitrog•nio (% N). De maneira geral, os nutrientes na planta forrageira que
aumentam com o sombreamento s‰o, ainda: P, K, Ca, Mg, S, B e Cu, enquanto que alguns
diminuem: Mn, Zn e Mo (Gutmanis, 2004; Souto, 2005).

5.6.Bem-estar e Desempenho animal

Poucos trabalhos foram encontrados sobre o desempenho animal em sistemas


silvipastoris, talvez porque a preocupaˆ‰o maior no momento esteja concentrada na
determinaˆ‰o das melhores densidades de ‡rvores/ha e na seleˆ‰o das forrageiras mais
adaptadas ”s condiˆ‘es de sombreamento, bem como determinar como o sombreamento
afeta o seu valor nutritivo (Gutmanis, 2004).

Em sistemas silvipastoris o padr‰o de sombreamento • importante tanto para os


componentes vegetais como para os animais, visto que esses •ltimos possuem aspectos de
car‡ter comportamental e metab“lico relacionados ” quantidade de energia solar que
recebem

Devido ao seu metabolismo, os bovinos t•m as suas adaptaˆ‘es e sobreviv•ncias


regidas por princŽpios fŽsicos, havendo necessariamente trocas de calor entre os seus
corpos e o meio circundante. Existem limites de temperatura nos quais os animais
encontram-se na “zona de conforto”, onde mant•m a homeotermia com o mŽnimo de esforˆo
do sistema termo regulador, n‰o havendo sensaˆ‰o de frio ou calor. Quando a temperatura
ambiente ultrapassa a estes limites, os animais passam a sofrer estresse t•rmico. Caso haja
estresse provocado pelo calor, esse poder‡ reduzir a fertilidade dos animais, afetando a
ovulaˆ‰o das f•meas, o estro, a concepˆ‰o e a sobreviv•ncia do embri‰o, bem como
produzir bezerros menores, al•m de aumentar o intervalo de tempo entre uma cria e outra
(Towsend et al., 2000).

O fornecimento de sombra nas pr‡ticas de manejo • importante na vida dos animais,


pois mesmo aqueles considerados tolerantes ao calor s‰o sensŽveis ” alta intensidade de
radiaˆ‰o solar direta e reagem melhor ao sombreamento proveniente de ‡rvores, as quais

84
amenizam a temperatura do ar, regulam a umidade do ar e interceptam a radiaˆ‰o solar
direta.

Towsend et al. (2000) estudando as condiˆ‘es t•rmicas em distintos sistemas


silvipastoris em Rond—nia verificaram diferenˆa de 4,3 ¢C na temperatura m•dia em um
sistema com seringal e braqui‡ria em relaˆ‰o ao pleno sol. Segundo esses autores o
sombreamento de seringal (Hevea brasiliensis) em pastagem de B. brizantha cv. Marandu
propicia condiˆ‘es t•rmicas ambientais adequadas ao manejo de bovinos de raˆas
europ•ias. Para as raˆas zebuŽnas seu efeito • mais marcante durante a estaˆ‰o seca.

85
6. Capineiras

Dentre os recursos dos quais o agricultor pode lanˆar m‰o, podem-se citar a
utilizaˆ‰o de capim para corte, produto resultante de ‡rea formada para este fim que •
denominada de capineira. Ressalta-se, desde logo, que as capineiras, se bem utilizadas e o
capim cortado em •pocas adequadas, constituem recurso valioso, produzindo forragem de
boa qualidade. Se planejadas adequadamente, podem produzir volumoso suficiente para
utilizaˆ‰o em •pocas crŽticas da produˆ‰o de pastagens.

6.1 UtilizaÑÉo racional das capineiras

Na maioria das propriedades agrŽcolas existem as ‡reas destinadas ”s capineiras,


que s‰o vari‡veis em tamanho e quase sempre n‰o leva em consideraˆ‰o o n•mero de
animais a serem tratados em relaˆ‰o ” produˆ‰o forrageira dessas ‡reas. S‰o destinadas a
estas capineiras os mais diferentes tipos de manejo, sendo que, na maioria dos casos,
apenas corta-se o capim sem fazer a reposiˆ‰o de nutrientes. Em outros casos, a reposiˆ‰o
• feita somente com adubo org’nico que, frequentemente, tamb•m • distribuŽdo de forma
desuniforme na ‡rea.
As variedades de capim mais empregadas s‰o as do “grupo elefante” (Pennisetum
purpureum Schum), tamb•m conhecidas por Napier, a qual • na verdade, • uma das
variedades deste grupo.
A forma usual de utilizaˆ‰o da capineira consiste basicamente em se fazer um •nico
corte por ano, “sendo que quem procede assim est€ explorando o recurso de forma
errada”, pois a efici•ncia, neste caso, fica seriamente comprometida. Fazendo um •nico
corte por ano, os animais estar‰o consumindo forragem de baixa qualidade porque o capim
que inicia o crescimento em outubro/novembro s“ comeˆa a ser utilizado a partir de
marˆo/abril, com seis meses de idade ou mais. Ent‰o, quando o corte da forragem se
estende aos meses de junho/julho, com cerca de 200 dias, ela estar‡ totalmente fibrosa e
lignificada, com baixa digestibilidade e baixo teor prot•ico. Desta forma apresenta baixo
valor alimentar, al•m de ser um alimento de alto custo. Assim, devido ” baixa efici•ncia, n‰o
justifica-se o gasto para o corte, picagem e fornecimento aos animais.

86
Para o uso racional que se prop‘e, o capim produzido nos meses de ver‰o deve ser
armazenado para ser utilizado quando a disponibilidade • reduzida. Assim procedendo, o
capim dever‡ ser cortado duas a tr•s vezes por ano, executando-se o primeiro corte com a
finalidade de ensilar e o segundo e terceiro (rebrota) para fornecimento no cocho e/ou para
ensilar novamente.
Os capins do grupo elefante, no manejo racional, devem ser cortados at•, no
m‡ximo, 90 dias ap“s inŽcio de crescimento, quando atingem a altura de 1,5 a 2,0 metros,
obtendo-se, dessa forma, bom rendimento e valor nutritivo. No entanto, no est‡dio sugerido
para o corte, essa forragem apresenta teor de ‡gua elevado para a ensilagem, sendo
necess‡rios alguns recursos adicionais para a produˆ‰o de boa silagem

6.2 Recursos para produÑÉo de silagem de capim

Para o caso do capim-elefante, as recomendaˆ‘es s‰o para cortes entre 50 e 90 dias


de crescimento vegetativo, ponto onde se consegue aliar boa produˆ‰o de mat•ria seca e
valor nutritivo, estando as plantas com cerca de 1,5 a 2,0 metros. Nessas condiˆ‘es, o
capim a ser ensilado carece de cuidados quanto ao nŽvel de ‡gua, que • muito elevado para
o processo de ensilagem. Para reduzir a ‡gua, pode-se lanˆar m‰o de alguns artifŽcios e,
dentre estes, podemos citar:
Prˆ-murchamento Consiste em cortar a planta e deix‡-la exposta ao sol por um a dois dias,
o que provoca a reduˆ‰o da umidade. Este tempo de secagem do material a campo •
totalmente dependente das condiˆ‘es clim‡ticas locais, principalmente da intensidade da
radiaˆ‰o solar, velocidade do vento, umidade relativa do ar e temperatura. O pr•-
murchamento • vi‡vel para o processo de colheita manual ou para colheita mec’nica de
forrageiras que formam relvado. No caso do capim-elefante, colhido mecanicamente, o
melhor • lanˆar m‰o de aditivos.

6.3 Alguns aditivos para produÑÉo de silagem de capim:

Melaƒo – pode ser aplicado diluŽdo em ‡gua, uma parte de melaˆo para tr•s partes de ‡gua,
regando esta soluˆ‰o sobre a massa de forragem, na proporˆ‰o de 2% a 3% em peso para
gramŽneas ou 5% para leguminosas. Os melhores resultados s‰o obtidos quando a mistura
• bem feita e a forragem n‰o est‡ excessivamente •mida.
Cana-de-aƒ‹car – pode ser adicionada na proporˆ‰o de at• 20%, quando ensŽlam-se
gramŽneas e, at• 50% quando ensilam-se leguminosas, devendo ser utilizada cana madura,
o que ocorre entre marˆo e setembro.
Fub€ de milho – podem ser adicionados em torno de 70 a 100 kg por tonelada de forragem
para leguminosas e 50 kg por tonelada em gramŽneas.

87
Produtos qu…micos – s‰o encontrados no mercado com diversos nomes comerciais que,
quando adicionados ” silagem, podem causar efeitos estimulantes nas fermentaˆ‘es
desej‡veis ou inibindo as indesej‡veis. Estes tipos de aditivos necessitam de maiores
estudos em condiˆ‘es brasileiras.
Outros produtos que s„o adicionados • silagem – sal comum, que melhora a
aceitabilidade; cama de galinheiro (at• 10%), que aumenta os carboidratos e a proteŽna;
soro de leite (at• 5%), que • rico em lactose; farelo de trigo e/ou de arroz (4% a 10%).
Urˆia – a ur•ia pode ser adicionada em nŽveis de 0,5% a 1,0% em peso da forragem.
Adiˆ‰o acima de 1,0%, pode causar reduˆ‰o de consumo. A inclus‰o de ur•ia leva a
melhores resultados com plantas forrageiras com teores de 30% a 40% de mat•ria seca.
Polpa de citrus – pode ser adicionada na proporˆ‰o de 4% a 7%, sendo a limitaˆ‰o de uso
acima de 7%, de ordem econ—mica, pois efeitos ben•ficos s‰o observados com at• 20%.

6.4 Uso da Capineira para Pastejo com Posterior VedaÑÉo


(Alternativa)

Pode-se tamb•m adotar o m•todo em que os animais s‰o colocados na ‡rea da


capineira para pastejarem o capim que vai crescendo com o inŽcio das chuvas. Os animais
pastejam at• ao final de dezembro e, daŽ em diante, veda-se a capineira (retiram-se os
animais) para corte. Neste caso, o capim vai ser cortado uma vez, em meados de
marˆo/abril.
A colheita do material para ensilar em marˆo/abril tem a vantagem de evitar a •poca
de chuvas freq›entes, pois, neste perŽodo, as precipitaˆ‘es j‡ est‰o diminuindo. A
ocorr•ncia de chuvas n‰o impede mas dificulta as operaˆ‘es de produˆ‰o de silagem,
tr’nsito de m‡quinas, etc., raz‰o pela qual muitos pecuaristas preferem este m•todo.

6.5 Cuidados com a Örea de capim para corte

Os capins do grupo elefante (Pennisetum purpureum, Schum.), principalmente o


“cameroon”, crescem muito rapidamente e apresentam grande produˆ‰o por ‡rea. Dessa
forma, • necess‡rio cuidado na preparaˆ‰o do solo, correˆ‰o e fertilizaˆ‰o, para garantir a
produtividade.
Na manutenˆ‰o da fertilidade do solo, deve-se dar especial atenˆ‰o ao pot‡ssio,
elemento removido em grandes quantidades de ‡reas onde a forragem • retirada para

88
conservaˆ‰o ou para fornecimento no cocho. A reposiˆ‰o de nutrientes deve ser feita, de
prefer•ncia, ap“s cada corte, ou, na pior das hip“teses, pelo menos uma vez por ano.
Para adubaˆ‰o de reposiˆ‰o (manutenˆ‰o), tem-se como sugest‰o a aplicaˆ‰o de
20 kg/ha de f“sforo, 60 kg/ha de pot‡ssio e 40 kg/ha de nitrog•nio, ap“s cada corte. Esta
recomendaˆ‰o leva em consideraˆ‰o o uso de 20 t/ha de adubo org’nico. Caso n‰o se
utilize adubo org’nico, dobrar a dose do adubo quŽmico.
O uso contŽnuo de adubo org’nico causa aumento de acidez solo e, quando
necess‡rio, aplicar calc‡rio na capineira formada.
Normalmente, uma capina em cada perŽodo de produˆ‰o para corte • suficiente para
manter a capineira livre de invasoras, o que • importante para obter bons rendimentos.

89
7 Uso da cana na alimentaƒ„o animal

A cana-de-aˆ•car destaca-se como uma planta com elevado potencial para


transformar energia solar em energia quŽmica, representada principalmente pela sacarose.
O elevado teor deste nutriente na planta madura (31% da mat•ria seca), justamente numa
•poca do ano em que as pastagens s‰o escassas e deficientes em proteŽna e energia, faz
da cana uma importante fonte energ•tica para bovinos durante o perŽodo seco. Isto • um
fato importante em pesquisas realizadas em v‡rios paŽses tropicais.

Tem ainda as seguintes vantagens:

- alta produˆ‰o de mat•ria seca (at• 120 t/ha);

- • perene (renovaˆ‰o talvez necess‡ria a partir do quarto ano);

- mant•m valor nutritivo por perŽodos longos ap“s a maturaˆ‰o;

- • bem aceita e consumida pelos animais (cerca de 6% do peso vivo de mat•ria fresca/dia);

- • de relativo baixo custo de produˆ‰o.

A cana para ser utilizada na forma de alimento volumoso para os animais, deve
estar atendendo alguma necessidade moment’nea, e o ideal • que esteja somando com
outras opˆ‘es.

Pode ocorrer tamb•m a situaˆ‰o em que a cana,• a opˆ‰o mais econ—mica, em


relaˆ‰o ”s outras formas j‡ mencionadas.

Uma outra situaˆ‰o que pode ser considerada • aquela em que se disp‘e de
forragem, mas para economizar na quantidade gasta, usa-se a cana juntamente com este
produto, no mesmo cocho ou para uma determinada categoria de animal existente na
propriedade, visando dar cobertura a todo o perŽodo de car•ncia.

A limitaˆ‰o mais s•ria ao uso da cana reside no seu baixo teor de proteŽna bruta,
minerais e degradabilidade da fibra, resultando em baixo consumo. Nessas condiˆ‘es, o uso
isolado da cana-de-aˆ•car n‰o • capaz de atender nem mesmo ”s necessidades de
mantenˆa do animal. Entretanto, o seu uso, associado com uma fonte prot•ica, tal como a
ur•ia + sulfato de am—nio, pode resultar em ganhos de at• 300 g/cab.

90
Trabalhos experimentais tem demonstrado que a cana, em alguns casos, pode
substituir a silagem de milho, desde que, devidamente suplementada com concentrados
prot•icos (farelo de algod‰o, de soja, de amendoim, etc.), ou mesmo com ur•ia.

7.1Cana suplementada com urÜia

Os artifŽcios para utilizaˆ‰o da cana, melhorando sua efici•ncia como recurso


forrageiro no perŽodo critico do ano (seca), tem sido a sua suplementaˆ‰o.

Esta suplementaˆ‰o • geralmente feita com 0,5 a 1,0% de ur•ia (90% de ur•ia +
10% de Sulfato de am—nio) que deve ser dissolvido em ‡gua para permitir uniformizaˆ‰o da
mistura com cana, na proporˆ‰o de 1 Kg de ur•ia para 4 litros de ‡gua, evitando
escorrimento de lŽquido, que arrasta consigo a ur•ia.

A suplementaˆ‰o do amido e proteŽna verdadeira deve ser efetuada para permitir


melhor utilizaˆ‰o da cana com ur•ia. Alimentos como o farelo de arroz, farelo de trigo, farelo
de algod‰o s‰o utilizados para suplementar o amido e a proteŽna, enquanto que o milho, o
sorgo e a mandioca seriam usados para suplementar o amido.

Pesquisas t•m indicado que na suplementaˆ‰o de cana com ur•ia, o uso de 1,5 a
2,0 Kg de farelo de arroz por cabeˆa, por dia, permite obtenˆ‰o de ganho de peso entre 0,45
e 0,60 Kg/cabeˆa/dia. O uso de 0,5 a 1,0 Kg de farelo de algod‰o ou de soja promove
ganhos de peso na mesma ordem mencionada acima (quadro 4).

QUADRO 4. Efeito de nŽveis de farelo de arroz sobre o ganho de peso e consumo de cana e
ur•ia por novilhas mestiˆas Holand•s-zebu *.

Farelo de arroz (Kg/cabeƒa/dia)

0,0 0,5 1,0 1,5

Consumo de cana 10,5 10,8 10,8 10,1


(Kg)

Consumo de ur•ia (g) 105,0 108,0 108,0 101,0

Ganho de peso (g) 162,0 321,0 450,0 482,0

* Peso inicial de 130 Kg.

Fonte: EMBRAPA/CNPGL, 1981.

91
Obt•m-se melhora acentuada na convers‰o alimentar (passando de 54,7 para 10,9
Kg de mat•ria seca por Kg de ganho) quando se fornece 1,6 Kg de farelo de trigo (quadro
5).

QUADRO 2. Efeito de nŽveis de farelo de trigo sobre o ganho e consumo de cana - ur•ia por
novilhos Zebus.

Farelo de trigo (Kg/cabeƒa/dia)

0,0 0,2 0,4 0,8 1,2 1,6

Peso inicial (Kg) 225,00 190,00 180,00 236,00 188,00 231,00

Ganho di‡rio (g/dia) 62,00 87,00 170,00 245,00 307,00 444,00

Consumo Cana fresca 13,00 12,40 13,00 13,90 12,90 13,50

(Kg/dia) Mat•ria seca 3,39 3,37 3,67 4,24 4,35 4,85

Convers‰o (Kg MS/Kg de 54,70 38,70 21,60 17,30 10.90 10,90


ganho)

Fonte: SILVESTRE & HOVELL, 1978 (adaptado)

A resposta em ganho de peso de animais recebendo um volumoso de baixa


qualidade, com ur•ia e farelo de algod‰o, • mostrada no quadro 6, neste caso, a
disponibilidade de energia • um fator limitante para utilizaˆ‰o da ur•ia, e h‡ necessidade do
fornecimento de uma fonte de proteŽna pouco degrad‡vel, a nŽvel de r•men, para se obter
melhores ganhos de peso.

QUADRO 6. Respostas ” suplementaˆ‰o com ur•ia ou ur•ia + farelo de algod‰o no ganho


em peso.

Volumoso Suplemento Ganho em peso (g/dia)

Palha de trigo 1 Ur•ia -6

Palha de Trigo 1 Ur•ia + farelo de algod‰o 189

92
Palha e sabugo de milho + Ur•ia 75
cana 2

Palha e sabugo de milho + Ur•ia + farelo de algod‰o 479


cana 2

Fontes: 1 SRISKANDARAJAH & KELLAWAY, 1982; 2 PACHECO et alli, 1969.

7.1.1Como preparar a mistura cana e urÜia


A adoˆ‰o da tecnologia cana-de-aˆ•car + ur•ia • simples, envolvendo, basicamente, os
seguintes passos:

1) Preparo da mistura ur•ia e fonte de enxofre

Esta mistura pode ser preparada em quantidades suficientes para alimentar o


rebanho por v‡rios dias. A mistura recomendada • nove partes de ur•ia e uma parte de
sulfato de am—nio ou oito partes de ur•ia e duas partes de sulfato de c‡lcio. Uma vez
preparada, a mistura ur•ia + fonte de enxofre deve ser guardada em sacos pl‡sticos em
local seco e fora do alcance dos animais.

Exemplo:

1 parte de Sulfato 9 partes de Urˆia

de Am‘nio

ou

2 partes de Sulfato 8 partes de Urˆia

de C€lcio

2) Colheita da cana-de-aˆ•car

A colheita da cana pode ser efetuada a cada dois dias, utilizando toda a planta (caule
e folhas) para alimentaˆ‰o de ruminantes. A picagem da cana • feita no momento de

93
fornecer aos animais, de modo a evitar fermentaˆ‘es indesej‡veis, que ir‡ reduzir o
consumo.

3) Dosagem de ur•ia e fornecimento da mistura cana + ur•ia

 Primeira semana (perŽodo de adaptaˆ‰o): 0,5% de ur•ia na cana.

Ex.: Para cada 100 Kg de cana picada, adicionar 500 g da mistura ur•ia + fonte de enxofre,
diluŽda em 4 litros de ‡gua.

 Segunda semana em diante: 1% de ur•ia na cana-de-aˆ•car.

Ex.: Para 100 Kg de cana picada, adicionar 1 Kg de ur•ia + fonte de

enxofre, diluŽda em 4 litros de ‡gua.

Obs.: A diluiˆ‰o da mistura ur•ia + fonte de enxofre em ‡gua • indicada

para facilitar e assegurar a incorporaˆ‰o uniforme de ur•ia ” cana-deaˆ•car.

 A soluˆ‰o de 4 litros de ‡gua + 1 Kg de ur•ia + fonte de enxofre •

distribuŽda por um regador sobre os 100 Kg de cana picada e

incorporada, visando a uma mistura homog•nea antes de fornecer aos

animais, evitando os riscos de intoxicaˆ‰o pelo aumento de ur•ia em

alguma parte do cocho.

94
4) Recomendaˆ‘es gerais para uso de cana + ur•ia

- Usar variedades de cana-de-aˆ•car produtivas, com altos teores de

aˆ•car;

- Ap“s a colheita, n‰o estocar a cana por mais de dois dias;

- Efetuar a picagem da cana no momento de fornecer aos animais;

- Usar ur•ia mais fonte de enxofre nas dosagens recomendadas;

- Misturar uniformemente a ur•ia + fonte de enxofre ” cana picada, para

evitar riscos de intoxicaˆ‰o;

- Proporcionar aos animais um perŽodo de adaptaˆ‰o, como recomendado

anteriormente, e observar os animais com regularidade;

- Depois do perŽodo de adaptaˆ‰o, fornecer cana + ur•ia ” vontade;

- Usar cochos bem dimensionados (0,5 a 0,7 m por animal), permitindo

livre acesso dos animais;

- Limpar os cochos todos os dias e eliminar sobras do dia anterior;

- Manter ‡gua e sal mineral ” disposiˆ‰o dos animais, ” vontade;

- Fornecer concentrados em funˆ‰o do nŽvel de produˆ‰o de leite ou

ganhos de peso desejado.

IMPORTANTE:

Caso o animal deixe de receber cana + ur•ia por dois ou mais dias, o

trabalho de adaptaˆ‰o dever‡ ser reiniciado, seguindo as instruˆ‘es

95
mencionadas anteriormente

A suplementaˆ‰o da cana com a ur•ia tem sido um artifŽcio muito usado pelos
produtores rurais, por•m, muitos dos mesmos n‰o a utilizam de forma correta.

Ao adotar-se a ur•ia para suplementaˆ‰o da cana, deve-se ter os seguintes


cuidados:

1- Colher a cana e pica-la integralmente;


2- Para cada 100 Kg de cana picada, usar 500 g de ur•ia nos quinze primeiros dias
e 1000 g do oitavo dia em diante;
3- Juntar a ur•ia do sulfato de am—nia, para fornecer enxofre, na proporˆ‰o de nove
partes de ur•ia para uma de sulfato;
4- Para misturar bem a ur•ia com a cana, diluir um quilo em quatro litros de ‡gua;
5- Adicionar a mistura ur•ia e ‡gua ” cana picada, de forma bem homog•nea,
misturando bem em seguida (deve-se usar regador);
6- Evitar o ac•mulo de ‡gua nos cochos, onde a ur•ia pode concentrar e o animal
ingerindo este lŽquido pode intoxicar;
7- Descartar a sobra de cana + ur•ia que ficar no cocho de um dia para outro, caso
isto ocorra.
Ocorre limitaˆ‘es para o uso da ur•ia para ruminantes, sendo que o nitrog•nio da
ur•ia n‰o pode ultrapassar 33% do nitrog•nio da dieta. A quantidade de ur•ia n‰o pode
ultrapassar a 1% da mat•ria seca da dieta ou ainda, n‰o pode ultrapassar a 3% da mistura
de concentrados. Partindo-se do pr•-suposto que o animal pode consumir 3% de seu peso
vivo de mat•ria seca, ent‰o o limite seria de 30 g de ur•ia para cada 100 Kg de peso vivo.

7.1.3Outras opÑäes de uso da urÜia

1- Atravˆs da mistura mineral - Pode-se usar no perŽodo inicial, de 20 a 30% de


ur•ia com 80 a 70% de mistura mineral completa e, este material • colocado em cochos
cobertos ficando ” vontade do animal. Ap“s 15 dias de uso, a dose pode ser elevada para
40 a 50% de ur•ia (Quadro 4).

QUADRO 4 Utilizaˆ‰o da ur•ia em mistura mineral para animais em regime de pasto,


durante o perŽodo de seca *.

96
Taxa de Peso Consumo Ganho mˆdio
vivo

lotaƒ„o Categoria Inicial de urˆia di€rio

Espˆcie forrageira (UA/ha**) animal (Kg) (g/cab./dia) (g)

Capim coloni‰o 0,316 (c/u)

(P. maximum Jacq 2) 0,5 Novilha 277 30 0,100 (s/u)

Capim Brachiaria 0,567 (c/u)

(B. decumbens Stapf 1,0 Novilha 310 27 0,559 (s/u)


1
)

Capim coloni‰o - 0,016 (c/u)

(P. maximum Jacq 3) 0,5 Novilho 439 40 - 0,350 (s/u)

Capim-elefante 0,707 (c/u)

(P. purpurem Schum 2) 1,0 Novilho 400 48 0,259 (s/u)

Fonte: VILELA, H.; SILVESTRE, J.R.A., 1984.

1. Pastagem com alta disponibilidade quantitativa de forragem (5.000 Kg de mat•ria


seca/ha).
2. Pastagem com m•dia disponibilidade quantitativa de forragem (3.500 Kg de mat•ria
seca/ha).
3. Pastagem com pequena disponibilidade quantitativa de forragem (1.000 Kg de mat•ria
seca/ha).
* Misturas minerais contendo 50% de ur•ia.

** 1 UA = 400 Kg de peso vivo.

c/u - com ur•ia.

s/u - sem ur•ia.

Atravˆs da mistura de concentrados - Ao que nos parece, a ur•ia fornecida atrav•s dos
concentrados • uma realidade em termos do uso deste produto e, as opˆ‘es s‰o vari‡veis,
dependendo dos alimentos disponŽveis nas propriedades, podendo ser ministrada com
maior seguranˆa para prevenir da possŽvel intoxicaˆ‰o.

97
8 Fenaƒ„o

Hoje em dia, n‰o • concebŽvel a criaˆ‰o de bezerros sem a utilizaˆ‰o de feno no


perŽodo da desmama at• o inŽcio do processo de ingest‰o de raˆ‰o e volumosos. O feno •
muito importante para o desenvolvimento do r•men do animal.
As forrageiras tropicais resultam em feno de boa qualidade, o que ocorre se cortadas
no ponto de franco crescimento, devendo observar-se o ponto em que aliamos rendimento e
qualidade
Fenaˆ‰o • um dos mais vers‡teis sistemas de conservaˆ‰o de forragem, pois desde
que protegido adequadamente durante o armazenamento, apresenta as seguintes
vantagens:

 Pode ser armazenado por longos perŽodos com pequenas alteraˆ‘es no valor
nutritivo;
 V‡rias esp•cies forrageiras podem ser usadas no processo;
 Pode ser produzido e utilizado em grande e pequena escala;
 Pode ser colhido, armazenado e fornecido aos animais manualmente ou num
processo inteiramente mecanizado;
 Pode atender o requerimento nutricional de diferentes categorias animal.
As operaˆ‘es envolvidas no processo de fenaˆ‰o incluem a implantaˆ‰o da cultura,
aplicaˆ‰o de fertilizante, corte, revolvimento da forragem, enleiramento, enfardamento,
recolhimento e armazenamento dos fardos.

Para a produˆ‰o de um feno de alto valor nutritivo algumas condiˆ‘es b‡sicas


devem ser observadas:

 Condiˆ‘es clim‡ticas apropriadas para a secagem no perŽodo de corte;


 Colheita da forragem no est‡dio de desenvolvimento onde • m‡ximo o valor
nutritivo;
 Corte de uma quantidade de forragem que possa ser manuseada com base nos
equipamentos e m‰o de obra disponŽvel;
 Avaliaˆ‰o da fertilidade do solo e aplicaˆ‰o de fertilizantes para atender a demanda
em relaˆ‰o ” produˆ‰o e qualidade da forragem;
 Controle de plantas invasoras;
 Enfardar o feno quando a umidade atingir 18% e armazenar em local apropriado.

98
Um dos entraves na produˆ‰o de feno • em que as plantas forrageiras est‰o no
est‡dio mais oportuno, geralmente ocorre chuva, sendo este um fator que limita a execuˆ‰o
desta pr‡tica em grande parte do paŽs. A adoˆ‰o da secagem artificial permite livrar-se
deste problema, por•m, s“ • vi‡vel quando o secador utilzado tem uso para secagem de
outros produtos na propriedade.
Dentre as forrageiras tropicais que t•m se destacado para a produˆ‰o de feno,
podemos citar: coast-cross, estrela africana, capim de rhodes e brachiarias. Eventualmente,
dependendo da regi‰o, uma s•rie de outras forrageiras pode ser utilizada para este fim.
Quanto ”s leguminosas, prefere-se utilizar as que formam relvado, tais como: soja
perene, centrosema, galactia e siratro. Cabe lembrar que estas forrageiras perdem muita
folha quando da desidrataˆ‰o a campo, o que concorre para o abaixamento de qualidade do
produto.
Hoje, no paŽs, h‡ uma tend•ncia de algumas propriedades se especializarem na
produˆ‰o de feno, para a comercializaˆ‰o do produto para outras propriedades ou regi‘es.

8.1 ápoca para fenaÑÉo

Atualmente, sabe-se que o perŽodo mais indicado para a pr‡tica de fenar, em grande
parte do territ“rio brasileiro, • de outubro a marˆo, quando ocorre maior produˆ‰o aliada ao
alto valor nutritivo das forrageiras.
A id•ia de que a melhor •poca para a produˆ‰o de feno • a do inŽcio da seca •
altamente rejeitada, pois o valor nutritivo das forrageiras decresce sensivelmente at• este
perŽodo, tornando-as impr“prias para a fenaˆ‰o.
As chuvas que ocorrem de outubro a marˆo n‰o chegam a impedir a elaboraˆ‰o do
feno, tendo, entretanto, que ser aproveitados os dias de c•u aberto e quentes que ocorrem
nesta •poca, geralmente agrupados em n•mero de dois ou mais, suficientes para a pr‡tica
de fenaˆ‰o que leva, em m•dia, de 10 a 48 horas. O aproveitamento desta condiˆ‰o torna-
se mais vi‡vel ” medida que se observam as previs‘es feitas pelos serviˆos de
meteorologia na regi‰o em que pretende-se elaborar o feno e utilizem-se forrageiras que
perdem ‡gua mais facilmente.
N‰o podemos nos esquecer de levar em consideraˆ‰o a umidade relativa do ar, que
tem estreita relaˆ‰o com a elaboraˆ‰o de bons fenos. O chamado “ponto de feno”, para ser
atingido naturalmente, depende de umidade relativa em torno de 60% – 70%, caracterŽstica
que impossibilita a elaboraˆ‰o de bons fenos em regi‘es excessivamente •midas.
A idade da planta tamb•m contribui para a determinaˆ‰o da •poca do corte. Dessa

99
forma, o corte pode ser feito no perŽodo que antecede a floraˆ‰o ou mesmo durante ela.
Este princŽpio n‰o • b‡sico para forrageiras que florescem apenas uma vez por ano e
proporcionam mais de um corte econ—mico. Tem que associar rendimento e qualidade.
A relaˆ‰o folha:colmo e um indŽcio de qualidade do feno e ela muda com a
maturidade da planta. Em gramŽneas, a transiˆ‰o do est‡dio vegetativo para o reprodutivo,
pode modificar o conte•do de folhas drasticamente. Na m•dia de 2 anos, o conte•do de
l’minas foliares de azev•m perene (Lolium perenne L.) declinou de 85 para 20% da mat•ria
seca (MS) entre a fase inicial vegetativa e o est‡gio completamente florescido (Minson et al.,
1990). Alfafa pode conter mais de 300 g kg-1 de proteŽna bruta (PB) quando em est‡dio
vegetativo, mas diminui para pr“ximo de 150 g kg-1 at• o completo florescimento.
Glicose e frutose s‰o os principais aˆ•cares reduzidos em forragens e
sucrose • o principal aˆ•car n‰o reduzido. PolŽmeros de frutose (frutanas) est‰o presentes
em gramŽneas temperadas e amido • o principal polŽmero disponŽvel em gramŽneas tropicais
e leguminosas. Estes carboidratos s‰o prontamente metabolizados pelas plantas ap“s o
corte e representam material que s‰o aproximadamente 100% digestŽvel para os animais.
GramŽneas de estaˆ‰o fria cont•m 80 a 100 g kg-1 de carboidratos n‰o estruturais (CNE),
enquanto leguminosas cont•m de 70 a 110 g kg-1 (Smith, 1973). Holt & Hilst (1969) reportam
a significante flutuaˆ‰o diurna em CNE. Menores valores foram pr“ximos das 6 horas e
maiores valores ”s 18 horas.

8.3 Processo de FenaÑÉo

Consiste basicamente na desidrataˆ‰o da forragem verde com 65%–85% de umidade


para 10% a 20%. A desidrataˆ‰o • mais acentuada logo ap“s o corte, diminuindo ” medida
que atinge valores abaixo de 65% de umidade, at• atingir o ponto ideal. A rapidez com que
o ponto de feno • obtido concorre para menores perdas de princŽpios nutritivos nesta fase.
Corte da forragem
Pode ser manual ou mec’nico e deve ser feito nas primeiras horas da manh‰,
possibilitando maior desidrataˆ‰o ao final do dia.
A quantidade de material a ser cortado depende da capacidade de processamento e
da disponibilidade de m‡quina e/ou m‰o-de-obra.
O corte manual pode ser feito empregando-se alfanje ou segadeira de motor costal.
Podem-se tamb•m utilizar segadeiras de traˆ‰o animal.
O corte mec’nico, propriamente dito, • feito com ceifadeiras acionadas por trator,
acopladas ao hidr‡ulico ou de arrasto. Tem altura de corte regul‡vel, largura de corte

100
vari‡vel de acordo com o modelo e rendimento m•dio em torno de 2 ha por dia.
Existem tamb•m as segadeiras condicionadoras que, ao cortarem, racham os n“s e
entren“s da forrageira, proporcionando secagem mais r‡pida e uniforme com menores
riscos de perdas de folhas.
As roˆadeiras tamb•m podem ser empregadas no corte do material, mas podem
dificultar o enleiramento, o enfardamento e aumentar as perdas de material no campo.
Outro tipo de implemento que pode ser empregado • a colhedeira de forragem tipo
“faca-boba”, principalmente quando se v‰o fenar leguminosas ou gramŽneas mais
grosseiras, porque dilacera os talos, colmos e folhas, permitindo uma desidrataˆ‰o mais
r‡pida e uniforme. O inconveniente na utilizaˆ‰o desta m‡quina • que os colmos das
gramŽneas que permanecem nas touceiras ficam rachados, comprometendo a rebrota
futura. Portanto, recomenda-se o uso desta m‡quina apenas uma vez ao ano.

8.4 DesidrataÑÉo da forragem

O ritmo de desidrataˆ‰o a campo pode ser acelerado de tr•s a quatro vezes nas
etapas iniciais, se a forragem for submetida a tratamento para afofar e virar, permitindo a
entrada de ar, vento e raios solares, reduzindo a quantidades mŽnimas as perdas nesta fase.
A viragem do material deve iniciar-se logo ap“s o corte e ser repetida tantas vezes
quanto possŽvel. Pode ser feita manualmente ou com o uso de ancinhos de traˆ‰o mec’nica
de v‡rios tipos que, dependendo da regulagem, podem realizar tamb•m as pr‡ticas de
enleiramento e esparramaˆ‰o.
Se o material permanecer no campo por mais de um dia, este dever‡ ser enleirado ”
tarde e esparramado no dia seguinte, evitando assim o efeito do orvalho e melhorando
homogeneidade da desidrataˆ‰o.
Ocorrendo chuva durante o dia, o material tamb•m dever‡ estar enleirado, voltando ao
processo de viragens ap“s enxugar os espaˆos entre as leiras onde o material • espalhado
novamente.
Quando h‡ ocorr•ncia de chuvas durante o perŽodo de secagem da forrageira,
perdas no rendimento e na qualidade da forragem podem ser altas. Perdas de mat•ria seca
de at• 30% s‰o reportadas pela literatura, sendo que estas podem chegar acima de 50%
quando severos danos s‰o causados por chuvas, o que pode tornar o alimento invi‡vel para
fornecimento aos animais, pois geralmente o que se perde s‰o os nutrientes da planta
altamente sol•veis e digestŽveis.

A desidrataˆ‰o final • feita em pequenas leiras, proporcionando a obtenˆ‰o da

101
umidade desejada mais uniformemente e facilitando o recolhimento do material pelas
enfardadeiras.
A determinaˆ‰o do final da desidrataˆ‰o “ponto de feno” pode ser feita por
equipamentos adequados ou por maneiras pr‡ticas, devendo a umidade final estar entre
10% e 20%.
Dentre as maneiras pr‡ticas de verificaˆ‰o, podemos citar o processo de torcer um
feixe de forragem e observar. Se surgir umidade e, ao soltar, o material voltar ” posiˆ‰o
inicial rapidamente, ainda n‰o est‡ no ponto; se houver rompimento das hastes, passou do
ponto e, se n‰o eliminar umidade e, ao soltar, o material voltar lentamente ” posiˆ‰o inicial,
sem rompimento de hastes, est‡ no ponto. Com a pr‡tica, pelo tato e cor, • possivel
identificar o ponto do feno.
A umidade ao final da desidrataˆ‰o • respons‡vel pelo •xito ou fracasso da fenaˆ‰o e,
em alguns casos, quando em excesso, ocorre tamb•m grande elevaˆ‰o de temperatura,
que pode chegar at• a combust‰o.
O feno que n‰o desidratou o suficiente apresenta risco de intoxicar os animais que o
consomem, devido ” ingest‰o de fungos patog•nicos, tais como Aspergillus glaucus,
Apergillus flavus, Aspergillus fumigatus, actinomicetos e termoactinomicetos, que
causam transtornos digestivos e aborto nos animais. Dessa maneira, h‡ quem diga que “•
preferŽvel perder por secagem excessiva do que por umidade excessiva”.
A secagem artificial leva ” obtenˆ‰o de feno de qualidade superior e com perdas
bastante baixas, podendo ser feita por meio de ventilaˆ‰o forˆada ou utilizando ar quente
em secadores especiais. Por•m, estes processos somente s‰o vi‡veis nos casos de
produˆ‰o de feno em grande escala ou quando os secadores proporcionem a secagem de
outros produtos.

8.5 Fatores que interferem na desidrataÑÉo

8.5. 1 Fatores climÖticos


Os fatores clim‡ticos e o solo constituem o ambiente para a secagem da forragem no
campo. As principais vari‡veis a serem consideradas em relaˆ‰o ao clima s‰o: radiaˆ‰o
solar, temperatura, umidade do ar e velocidade do vento. As altas correlaˆ‘es entre estas
vari‡veis, torna difŽcil estabelecer quais os efeitos isolados de cada uma sobre a taxa de
secagem (Rotz, 1995).

A umidade relativa (UR) do ar • um dos principais fatores ambientais que exerce


influ•ncia na perda de ‡gua da forragem desidratada a campo. Considerando que o feno •

102
higrosc“pico, ou seja, absorve ‡gua do ambiente, a UR tamb•m influencia a umidade de
equilŽbrio da forragem, a fim de atingir valores adequados para o armazenamento (Tabela
5).

TABELA 5. Umidade de equilŽbrio dos fenos em funˆ‰o da umidade relativa do ar.

Umidade Relativa do Ar (%) Conte•do de Umidade do Feno (%)

95 35,0

90 30,0

80 21,5

77 20,0

70 16,0

60 12,5

Fonte: Raymond & Waltmam (1996).

A radiaˆ‰o solar tem sido identificada como o principal fator ambiental que influencia
a desidrataˆ‰o de gramŽneas e de leguminosas e consequentemente, est‡ associada ” taxa
de secagem das forrageiras. Al•m disso, deve-se considerar a influ•ncia acentuada da
umidade relativa do ar, da evapotranspiraˆ‰o potencial (ETP) ou d•ficit de press‰o de vapor
(DPV), da temperatura, dos ventos e da umidade do solo (Rotz, 1995).

8.5.2 Fatores inerentes ã planta


A superfŽcie das plantas • coberta p—r uma camada de proteˆ‰o denominada
epiderme, cuja camada externa • uma cutŽcula cerosa que • relativamente imperme‡vel. A
funˆ‰o desta cobertura, incluindo a prevenˆ‰o de danos fŽsicos • diminuir as perdas de
componentes da planta por lixiviaˆ‰o e excessiva perda de umidade. Os est—matos s‰o
pequenos orifŽcios na epiderme, cobrindo de 1 a 3% da superfŽcie da planta, mas 80 a 90%
da ‡gua que deixa a planta o fazem via estas estruturas (Rotz, 1995,).

103
Os fatores relativos a planta que afetam a taxa de secagem s‰o: conte•do de
umidade inicial, esp•cie forrageira e caracterŽsticas fŽsicas da forragem. A taxa de secagem
apresenta correlaˆ‰o com caracterŽsticas morfol“gicas, principalmente a raz‰o de peso de
folhas e relaˆ‰o folha:caule (McDonald & Clark, 1987).

In•meros fatores relacionados ” estrutura das plantas influenciam a taxa de perda de


‡gua, destacando-se: a raz‰o de peso de folha; a relaˆ‰o folha/caule; a espessura do caule;
o comprimento do caule; a espessura da cutŽcula; e a densidade de est—matos.

Em relaˆ‰o ” proporˆ‰o de caule, • importante considerar que a transfer•ncia de


‡gua do caule para as folhas • um fator relacionado ” velocidade de secagem,
principalmente em leguminosas e gramŽneas colhidas na fase reprodutiva. A aplicaˆ‰o de
tratamentos mec’nicos nos caules, como o condicionamento, resulta em altas taxas de
secagem, sendo vantajoso, mesmo se a perda de ‡gua do caule via folha for reduzida (Rotz,
1995).

8.5.3 Fatores de manejo


As plantas forrageiras tem caracterŽsticas morfofisiol“gicas que demandam diferentes
alturas de corte. De maneira geral, os capins de crescimento prostrado como aqueles dos
g•nero Brachiaria, Cynodon, Digitaria podem ser cortados de 10 a 15 cm, enquanto plantas
de crescimento ereto como Avena, Hyparrhenia, Panicum as alturas de corte s‰o de 20 a 30
cm. Em termos de leguminosas, como a alfafa a altura de corte esta relacionada a
preservaˆ‰o da coroa, normalmente utiliza-se 8 a 10 cm do nŽvel do solo.

A colheita da forragem com VN adequado, ou seja, com elevada proporˆ‰o de folhas


tenras, resulta em leiras mais pesadas do que aquelas de plantas que possuem maior
percentagem de caules, desta forma, apresentam maior dificuldade para circulaˆ‰o de ar,
aumentando a resist•ncia ” perda de ‡gua (Rotz, 1995,).

A altura de corte influencia a porˆ‰o de caule remanescente, determinando a


intensidade do contato da forragem com o solo, influenciando a circulaˆ‰o de ar na base da
leira. As leiras produzidas pela maioria das segadeiras s‰o compactas e altas, e
considerando que a resist•ncia da leira, na fase inicial de secagem • o principal fator que
limita a perda de ‡gua, a taxa de desidrataˆ‰o pode ser aumentada ap“s o uso dos
ancinhos. Assim, a perda de ‡gua na segunda fase de secagem pode ainda ser r‡pida, se
esforˆos forem feitos para reduzir a compactaˆ‰o da leira com viragens e revolvimento
atrav•s do uso de ancinhos (Moser, 1995).

104
O uso freq›ente de ancinhos pode ser mais eficiente quando o conte•do de ‡gua da
leira varia de 66 a 50%. Durante esta fase, a forragem na superfŽcie seca rapidamente,
enquanto dentro da leira a desidrataˆ‰o • lenta. Assim, cada movimentaˆ‰o da leira
proporciona condiˆ‘es apropriadas para a secagem. Al•m disto, com a forragem tornando-
se mais leve devido ” perda de ‡gua, uma nova aˆ‰o do ancinho propicia leiras mais
abertas, com menor resist•ncia a perda de ‡gua. Com o conte•do de ‡gua abaixo de 50% a
leira entra em um est‡gio onde o uso do ancinho n‰o • t‰o eficiente. Tal fato ocorre, pois
nessa fase a taxa de secagem • mais influenciada pela resist•ncia da planta do que pela
estrutura da leira. Nessa fase a umidade de equilŽbrio entre o ambiente e a planta assume
grande import’ncia no processo (Rotz, 1995, Raymond & Waltmam, 1996).

No processo de secagem da forragem no campo, o topo da leira se desidrata


primeiro do que a base. Desta forma, a manipulaˆ‰o da leira pode acelerar e uniformizar a
secagem, atrav•s do revolvimento da forragem mais •mida colocando-a na camada
superior, onde ocorre a secagem mais r‡pida e tamb•m do espalhamento, aumentando a
superfŽcie de contato com o ambiente.

As plantas acumulam aˆ•car durante o dia, atrav•s da fotossŽntese, por•m no


perŽodo noturno ocorrem perdas destes atrav•s da respiraˆ‰o. Desta maneira, as
concentraˆ‘es de carboidratos n‰o estruturais (CNE) em forragens pode ser influenciado
pelo ciclo diurno. Mayland et al. (1998), compararam o efeito da colheita de HiMag festuca
(Festusca arundinacea) e German WL 332HG alfafa (Medicago sativa), as quais foram
realizadas nos perŽodos diurnos e noturnos, demonstrando que a colheita realizada no
perŽodo diurno quando comparada com a colheita noturna obteve maiores concentraˆ‘es de
proteŽna verdadeira, mono e dissacarŽdeos, carboidratos n‰o estruturais totais (CNET) e
digestibilidade in vitro da mat•ria seca (DIVMS), no entanto apresentou valores inferiores de
FDN e FDA, como pode ser visualizado na Tabela 6.

TABELA 6. Composiˆ‰o de forragens colhidas em dois perŽodos distintos.

FDA FDN Monossacar…deos Dissacar…deos CNET PB


PerÅodo DIVMS

25,1 48,2 2,47 4,16 9,28 21,5 85,5


Diurno
Noturno 26,5 50,8 1,98 2,93 7,42 20,5 84,0

Os efeitos do manejo, do conte•do de umidade da forragem e fatores do meio


ambiente na taxa de secagem podem ser expressas pela equaˆ‰o:

105
Taxa de perda de ‡gua da fileira = fator manejo X disponibilidade de umidade na
forragem X taxa do potencial de evaporaˆ‰o

Disponibilidade de umidade da forragem descreve a quantidade de umidade


remanescente da forragem que pode ser evaporada. O Potencial de evaporaˆ‰o • ditado
pelo clima e indica a taxa de ‡gua que evapora no campo. Esp•cies e maturidade das
culturas, produtividade, linhas amplas e tratamentos mec’nicos determinam o fator cultura e
manejo. Se o manejo • pobre, o feno est‡ seco ou o ar est‡ •mido ent‰o a taxa de perda de
‡gua • mŽnima. O tempo de secagem aumenta se chover, pois alguma parte da ‡gua retida
na superfŽcie • absorvida pelos tecidos das plantas.

8.5.4 Armazenamento de feno

O feno pode ser armazenado, solto ou enfardado, em locais ventilados e livres de


umidade. Podem ser aproveitadas as construˆ‘es j‡ existentes ou construir galp‘es r•sticos
no campo, levando-se em consideraˆ‰o as facilidades encontradas na propriedade e o
tempo que o feno dever‡ permanecer armazenado.
Armazenamento solto – neste caso, o feno • levado a galp‘es reservados para este fim ou
para as chamadas “medas”, que s‰o montes de feno organizados no pr“prio campo de
produˆ‰o. Esta forma de armazenamento mais indicada para criaˆ‘es extensivas ou semi-
extensivas.
Formaƒ„o da meda – escolhido um local nivelado, coloca-se o mastro ou tutor; marca-se
uma circunfer•ncia de acordo com a ‡rea da base ao redor deste tutor e inicia-se a
colocaˆ‰o do feno em camadas bem compactadas, abrindo o di’metro at• 2/3 da altura,
voltando a fechar a partir daŽ, at• o topo da meda, onde dever‡ ser feita uma esp•cie de
chap•us de sap•, lona pl‡stica ou similares, que evite a penetraˆ‰o de ‡gua de chuvas.
Uma vez pronta a meda, o acesso dos animais a ela deve ser impedido por cercas,
para permitir o consumo somente no momento oportuno. † necess‡rio tamb•m construir
uma pequena canaleta ao redor dela, para proteˆ‰o contra enxurradas.
Para melhor estabilidade da meda, recomenda-se construŽ-la com altura equivalente,
no m‡ximo, a uma vez e meia do di’metro da base. De maneira geral, as medas t•m por
di’metro da base entre 4 a 6 metros, altura de 6 a 9 metros e capacidade de 6 a 12
toneladas. As formas podem ser p•ra, cone ou tronco de cone.
Como principais vantagens deste sistema podemos citar o menor custo no
armazenamento, n‰o necessita de abrigos, reduz o transporte e tem f‡cil acesso para o
gado.
As desvantagens s‰o as perdas por lavagem e fermentaˆ‰o, contribuindo para um

106
menor valor nutritivo e tamb•m ocorrem desperdŽcios pelos animais no momento da
utilizaˆ‰o.
De acordo com o formato da m•dia, podemos calcular a sua tonelagem, considerando
que o m3 comporta 60 kg de feno. Para uma meda, pode-se calcular seu volume pelas
seguintes f“rmulas:
Volume do cone: V1 =  R2 x H/
3
em que, R = raio; H = altura do cone e  = 3,1416
Armazenamento em fardos – na forma de fardos, o armazenamento pode ser feito em
galp‘es especiais ou a campo, cobertos com lona, sap•, etc. O material enfardado ocupa
menor espaˆo, tem melhor conservaˆ‰o, facilita o transporte e possibilita o controle da
disponibilidade de feno.
Este m•todo requer enfardadeira, que pode ser manual ou mec’nica, arame ou
cord‰o apropriado para amarrio, sendo, portanto, mais caro e trabalhoso do que o
armazenamento do feno solto.
As enfardadeiras mec’nicas autom‡ticas captam a forragem enleiradas, fazem a
prensagem dos fardos com dimens‘es vari‡veis, geralmente com 0,40 m de largura por
1,00 m de comprimento e altura de 0,30 m. Estes fardos v‰o sendo deixados no campo
para, posteriormente, serem recolhidos. O rendimento • vari‡vel, de acordo com a
enfardadeira, podendo chegar a 12.000 kg por hora. Para fins de c‡lculos, podemos
3
considerar que o m de feno enfardado pesa aproximadamente 90-100 kg.
Existem, atualmente, enfaradeiras que confeccionam rolos de feno prensado, com
peso superior a 500 kg que s‰o armazenados a campo, com acesso direto dos animais.
Este mecanismo • justific‡vel para grandes produˆ‘es.

8.5.5 Qualidade e valor nutritivo dos fenos

Dentre os fatores que influenciam na qualidade e valor nutritivo dos fenos, podemos
citar: esp•cie forrageira, idade da planta, rapidez na desidrataˆ‰o, processo adotado na
fenaˆ‰o, umidade na ocasi‰o do armazenamento, forma de armazenamento, fertilidade do
solo para produˆ‰o da forrageira e condiˆ‘es clim‡ticas na ocasi‰o da fenaˆ‰o.
Um bom feno deve possuir coloraˆ‰o esverdeada, cheiro agrad‡vel, ter boa
percentagem de folhas, ser macio, livre de impurezas e elementos t“xicos e ter boa
digestibilidade.
AlteraƒŠes do valor nutritivo dos fenos devido • fenaƒ„o – no processo de fenaˆ‰o, as

107
folhas se desprendem com facilidade durante o manuseio da forragem e, sendo estas mais
ricas que o caule, concorrem para baixar o valor nutritivo do feno.
A ocorr•ncia de chuva durante a fenaˆ‰o causa lavagem de minerais sol•veis,
aˆ•cares e compostos nitrogenados, obtendo-se um feno de qualidade inferior ao que n‰o
toma chuva.
Alteraƒ„o do valor nutritivo do feno durante o armazenamento – a alteraˆ‰o nesta fase
pode se dar pelo decr•scimo da digestibilidade de alguns nutrientes. Por exemplo, o
aquecimento pode reduzir a digestibilidade da proteŽna, diminuir de 5% a 15% o valor
energ•tico e, se excessivamente aquecido, o feno apresenta coloraˆ‰o marrom e perda de
at• 70% do valor energ•tico. Isto pode ocorrer com feno muito •mido.
O recolhimento dos fenos com umidade acima de 20%, reduz as perdas no campo,
diminuindo os riscos de ocorr•ncia de chuvas e as perdas de folhas, principalmente em
leguminosas ( Reis & Rodrigues, 1998).
As principais causas de perdas de MS no armazenamento de fenos com alto
conte•do de ‡gua est‰o relacionadas com a continuaˆ‰o da respiraˆ‰o celular, e ao
desenvolvimento de bact•rias, fungos e leveduras. Em funˆ‰o da respiraˆ‰o celular e do
crescimento de microrganismos, tem-se a utilizaˆ‰o de carboidratos sol•veis, compostos
nitrogenados, vitaminas e minerais. Desta forma, h‡ diminuiˆ‰o no conte•do celular e
aumento percentual na porˆ‰o referente aos constituintes da parede celular, o que resulta
em diminuiˆ‰o do VN (Rees, 1982).

Deve-se considerar que a intensa atividade de microrganismos promove aumento


na temperatura do feno, podendo-se registrar valores acima de 65œC e at• combust‰o
espont’nea. Condiˆ‘es de alta umidade e temperaturas acima de 55œC s‰o favor‡veis a
ocorr•ncia de reaˆ‘es n‰o enzim‡ticas entre os carboidratos sol•veis e grupos aminas dos
amino‡cidos, resultando em compostos denominados produtos de reaˆ‰o de Maillard
(Moser, 1995).

A formaˆ‰o de produtos de Maillard em fenos superaquecidos promove diminuiˆ‰o


acentuada na digestibilidade da proteŽna, uma vez que se pode observar aumento
consider‡vel nos teores de NIDA, o qual n‰o • disponŽvel para os microrganismos do r•men.
Portanto, o aumento de NIDA ocorre com o decr•scimo de proteŽna sol•vel e elevaˆ‰o na
quantidade de proteŽna bruta (PB) alterada pelo calor (Van Soest, 1994).

As plantas forrageiras em crescimento no campo est‰o inoculadas, naturalmente,


com uma ampla variedade de fungos e bact•rias. E segundo Rees (1982), a populaˆ‰o de
fungos de campo, geralmente n‰o causa alteraˆ‘es acentuada na composiˆ‰o quŽmica dos
fenos, exceto quando a umidade permanece elevada por perŽodos prolongados.

108
A populaˆ‰o de fungos de campo • menos diversificada do que a registrada no
armazenamento dos fenos, sendo que os microrganismos presentes durante este perŽodo
s‰o xerotolerantes e mais termotolerantes do que os de campo. Neste grupo est‰o incluŽdos
os g•neros Aspergillus, Absidia, Rhizopus, Paecilomyces, Penicillium, Emericella, Eurotium
e Humicola (Kaspersson et al., 1984).

De acordo com Hlodversson & Kaspersson (1986) a fenaˆ‰o altera a populaˆ‰o de


fungos da forragem, havendo diminuiˆ‰o naqueles g•neros tŽpicos de campo como
Alternaria, Fusarium e Cladosporium e aumento de Aspergillus e Fusarium, de maior
ocorr•ncia durante o armazenamento.

† importante considerar, que al•m das alteraˆ‘es na composiˆ‰o quŽmica, o


desenvolvimento de fungos pode ser prejudicial ” sa•de dos animais e das pessoas que
manuseiam estes fenos, devido ” produˆ‰o de toxinas, principalmente aquelas relacionadas
aos fungos patog•nicos como Aspergillus glaucus e Aspergillus fumigatus (Reis &
Rodrigues; 1998; Moser; 1995, Roberts, 1995).

Estes fungos produzem toxinas, e a presenˆa de esporos causa uma doenˆa


respirat“ria nos seres humanos, denominada febre do feno. Nos animais, problemas
respirat“rios n‰o s‰o t‰o intensos, com exceˆ‰o dos eq›inos, que podem ser acometidos
por doenˆas respirat“rias e digestivas causadas por fungos.

Cumpre salientar, que a proporˆ‰o relativa de fungos, bact•rias, e de outros


microrganismos se altera com o corte, secagem, colheita e armazenamento da forragem,
sendo afetadas, principalmente pela umidade e pela temperatura dos fenos.

8.5.6 CaracterÅsticas de plantas para fenaÑÉo

Valor nutritivo – ao escolher a forrageira a ser fenada, deve-se observar o seu valor
nutritivo, normalmente avaliado em termos de sua composiˆ‰o quŽmica, destacando-se os
teores de f“sforo, c‡lcio, digestibilidade da mat•ria seca e teor de proteŽna.
Em geral, as leguminosas s‰o mais ricas em proteŽna e c‡lcio que as gramŽneas. Œ
medida que a planta se desenvolve, ocorre queda do valor nutritivo em funˆ‰o da diminuiˆ‰o
das percentagens de proteŽna, f“sforo, digestibilidade e, conseq›entemente, do consumo.
Facilidade de corte – o porte de algumas plantas dificulta o trabalho de corte, o que
acontece tamb•m com a presenˆa de cip“s ou pegajosidade. Nesse caso, s‰o mais f‡ceis
de serem cortadas as plantas cespitosas (crescimento vertical), quando comparadas ”s
estolonŽferas e decumbentes ou prostradas (crescimento horizontal).

109
Rendimento por hectare – • vari‡vel, de acordo com a forrageira de tratos culturais.
Podemos, para fins de c‡lculos, considerar de 1,5 a 2,0 toneladas por corte e a realizaˆ‰o
de 3 a 5 cortes por ano, em campos de feno.

TABELA 7. Potencial de produƒ„o de algumas gram…neas e leguminosas tropicais.


Espˆcies Kg de matˆria seca por hectare/ano
Capim gordura 13.000
Capim pangola e transvala 30.000
Capim fino 27.000
Grama estrela, coast cross 32.000
Brachiaria ruziziensis, B. decumbens 32.000
Swannee Bermuda 26.000
Capim Rhodes 30.000
Capim Jaragu‡ 28.000
Soja perene 6.000
Siratro 8.000
Centrosema 10.000
Aveia 6.000
Centeio 7.000
Fonte: FARIA E CORSI, 1986.

Facilidade de desidrataƒ„o – a facilidade de secagem • influenciada pela relaˆ‰o caule-


folha, serosidade das folhas, teor de umidade ao tempo de corte. Em geral, forrageiras mais
folhosas s‰o mais f‡ceis de serem fenadas. No entanto, quando n‰o • possŽvel a utilizaˆ‰o
destas, a soluˆ‰o para uma r‡pida secagem consiste no uso de segadeira condicionadora.
Plantas a utilizar – De maneira geral, podem ser empregadas na forma de feno um grande
n•mero de gramŽneas, sendo, portanto, as mais f‡ceis de serem fenadas: Rhodes, estrela-
africana, coast-cross, tifton, pangola, jaragu‡, coloni‰o, gordura, gree-panic, gatton-panic,
buffel, grama bermuda, kikuio, hemarthrias, brachiarias e outras cultivadas especialmente
para este fim. Dentre as leguminosas, podemos citar a soja perene, alafafa, centrosema,
siratro e outras, geralmente de porte rasteiro e hastes mais finas.
O cons“rcio gramŽneas-leguminosas para fenar • praticamente invi‡vel, em funˆ‰o
das diferenˆas morfol“gicas e fisiol“gicas entre estas forrageiras, uma vez que possuem
velocidade de desidrataˆ‰o diferente, dificultando a obtenˆ‰o do ponto de feno.

110
8.5.7 Campo de feno

Local onde se mant•m a forrageira destinada, principalmente, ” elaboraˆ‰o do feno.


Este terreno deve ter boa topografia, f‡cil acesso, ser livre de pedras e tocos que possam
impossibilitar a mecanizaˆ‰o.
No campo de feno, o material • retirado tr•s a cinco vezes ao ano, sem haver
reposiˆ‰o, ocasionando esgotamento do solo. †, portanto, fundamental a manutenˆ‰o da
fertilidade desta ‡rea com adubaˆ‘es quŽmicas e org’nicas peri“dicas, de acordo com
an‡lises de solo e exig•ncias da cultura.
Em caso de n‰o existir uma ‡rea especŽfica para feno, pode-se uniformizar uma ‡rea
de pastagem com roˆadeira e ved‡-la para este fim. Pode-se tamb•m ter o duplo proveito
das ‡reas de pasto, separando-se algumas glebas para fenar quando h‡ sobra de forragem.

Foto: Campo de Feno


Fonte : Valdir Botega Tavares

8.5.8 Necessidade animal

† vari‡vel com a idade, peso e facilidade de produˆ‰o dos animais. Depende tamb•m
do restante da alimentaˆ‰o que o animal poder‡ consumir. De maneira geral, bezerros
mamando podem consumir ” vontade; bezerros desmamados – 2 a 3 kg/dia, novilhos e
novilhas em pastoreio – 3 a 4 kg/dia e animais de engorda ou vacas de leite de 4 – 8 kg/dia.

8.5.9 Gasto total de feno

De maneira geral, para fins de c‡lculos, podemos considerar que um animal adulto
pode consumir, tendo como alimento volumoso s“ feno, cerca de 8 kg por dia. Para

111
determinar-se o gasto total de feno, devemos saber o tempo em que se vai utiliz‡-lo, a
populaˆ‰o do rebanho da propriedade nas diversas categorias e se h‡ disponibilidade para
utilizaˆ‰o de outros volumosos, tais como silagem, capim e cana.

8.5.10 Fornecimento do feno

O feno, quando guardado solto ou em fardos, • de f‡cil distribuiˆ‰o, podendo ser


fornecido no pr“prio campo; por•m, as perdas diminuem ” medida que este • colocado em
manjedouras ou cochos, evitando-se que os animais pisem ou defequem sobre ele.
Quando o feno • acondicionado em medas, basta retirar as cercas ao redor destas e
deixar que os animais tenham acesso direto ” forragem fenada e, neste caso, tamb•m
ocorrem perdas acentuadas por pisoteio.
Feno novo e de boa qualidade pode ser consumido exageradamente pelos animais,
podendo causar dist•rbios g‡stricos. Dessa forma, recomenda-se iniciar o fornecimento com
pequenas quantidades e ir aumentando gradativamente.
Feno de qualidade inferior, ”s vezes refugado pelos animais, pode ter a aceitabilidade
aumentada, quando fornecido picado e com adiˆ‰o de melaˆo, cana ou at• mesmo sal.

8.5.11Aditivos para conservaÑÉo de fenos


A conservaˆ‰o de fenos enfardados com alta umidade, com baixos nŽveis de perdas
no VN pode ser obtida com a utilizaˆ‰o de aditivos que controlam o desenvolvimento de
microrganismos (Reis & Rodrigues, 1992;1998; Rotz, 1995, Muck & Shinnes, 2001).

Uma grande variedade de produtos quŽmicos pode ser aplicada em fenos


armazenados com alta umidade visando controlar o crescimento de microrganismos,
destacando-se a utilizaˆ‰o de diacetato de s“dio, ‡cido propi—nico, propionato de am—nio,
ur•ia e am—nia anidra.

Os produtos quŽmicos podem agir diminuindo a disponibilidade de ‡gua e de oxig•nio,


alterando o pH dos fenos ou destruindo ou inibindo o crescimento dos microrganismos.

Os agentes dessecantes do feno s‰o soluˆ‘es salinas que s‰o pulverizados sobre a
cultura cortada para acelerar a secagem no campo. Geralmente consiste em carbonato de
s“dio e/ou carbonato de s“dio e um surfactante que auxilia no espalhamento. Como n‰o s‰o
altamente corrosivos s‰o facilmente manejados. Os agentes dessecantes agem causando
dist•rbio na cutŽcula cerosa do caule reduzindo a resist•ncia a perda de ‡gua durante o
processo de secagem da planta.

112
Assim, os efeitos dos fatores que determinam a taxa de secagem no campo pode ser
alterada com a introduˆ‰o de dessecantes no processo de fenaˆ‰o. O fator cultura/manejo •
aumentado com a utilizaˆ‰o do aditivo o que reduz a taxa de perda de ‡gua necess‡ria para
alcanˆar a umidade de enfardamento.

Com a utilizaˆ‰o dos agentes dessecantes a forragem pode ser enfardada j‡ no


segundo dia ap“s a ceifa. Com esta r‡pida secagem no campo s‰o observados alguns
benefŽcios:

 Reduˆ‰o por perdas da respiraˆ‰o: A respiraˆ‰o da planta • inibida em baixo conte•do


de umidade. Portanto, uma r‡pida secagem reduz as perdas de nutrientes e energia
associados a respiraˆ‰o.
 Reduˆ‰o da exposiˆ‰o ao meio-ambiente: Com menor tempo de exposiˆ‰o ao meio-
ambiente danos por chuva, perdas de nutrientes e energia s‰o menos prov‡veis de
ocorrer.
Diferentes nŽveis estrat•gicos e de efetividade da preservaˆ‰o de fenos •midos
foram modelados, onde verificaram que condiˆ‘es clim‡ticas e a sua previs‰o tem grandes
impactos no custo do tratamento preservativo, e estrat•gias que visem a aplicaˆ‰o de
tratamento em todos os fenos, independente se secos ou n‰o, apresentaram custos mais
altos quando comparados estrat•gia que tentam prever as condiˆ‘es clim‡ticas e utilizar
tratamento somente em fenos de alta umidade.

O ‡cido propi—nico e outros ‡cidos org’nicos quando aplicados em quantidades


apropriadas, controlam o crescimento de fungos como Aspergillus fumigatus e de
actinomicetos como Micopolyspora faeni e de Thermoamicetos vulgaris, agentes
causadores da febre do feno (Collins, 1995). Segundo esse autor produtos quŽmicos a base
de ‡cidos propi—nico foram eficientes em prevenir o aquecimento e preservar a qualidade
dos fenos de alfafa e de capim coast-cross armazenados com alta umidade. † importante
salientar, que estas caracterŽsticas foram observadas, principalmente no ‡cido propi—nico
parcialmente neutralizado com a am—nia.

Dentre as t•cnicas utilizadas para a conservaˆ‰o de fenos com alta umidade,


destaca-se a amonizaˆ‰o, atrav•s da am—nia anidra (Muck & Shinnes, 2001) ou do uso da
ur•ia como fonte de am—nia (Reis & Rodrigues, 1998).
A am—nia atua no controle de fungos, principalmente atrav•s da elevaˆ‰o do pH do
meio (Reis & Rodrigues, 1998). Al•m de sua aˆ‰o fungist‡tica, a am—nia atua sobre a fraˆ‰o
fibrosa da forragem, solubilizando a hemicelulose e aumentando a disponibilidade de
substratos prontamente fermentescŽveis para os microrganismos do r•men. Al•m dos
aspectos reportados, • importante ressaltar a incorporaˆ‰o de nitrog•nio n‰o prot•ico na

113
forragem submetida ” amonizaˆ‰o, resultando em incremento na digestibilidade e consumo
de MS (Rotz, 1995).

Quanto ” composiˆ‰o quŽmica da forragem, Bonjardim et al. (1992) observaram que


a amonizaˆ‰o n‰o alterou os teores de FDA e de celulose, mas diminuiu os conte•dos de
FDN e de hemicelulose e aumentou os de PB, sendo que estas alteraˆ‘es resultaram na
elevaˆ‰o da DIVMS dos fenos tratados com 1,5 ou 3,0% de NH3.

† importante salientar que bovinos consumindo fenos de alta qualidade tratados com
altas doses de NH3 (3,0% da MS) podem apresentar hipersensibilidade, causando danos ao
animal e reduˆ‰o no consumo de forragem (Collins, 1995).

Al•m disto, deve-se considerar que o manuseio da NH3 requer cuidados especiais,
pois o contato deste produto com a pele pode causar queimaduras, e a sua inalaˆ‰o
acarreta problemas cardŽacos e respirat“rios (Rotz, 1995; Muck & Shinnes, 2001).

Estudos recentes t•m demonstrado a viabilidade de se usar ur•ia como fonte de


am—nia para o tratamento de fenos armazenados com alta umidade. O sistema de
tratamento • fundamentado no fato, de que a ur•ia em contato com uma fonte de urease,
em um ambiente •mido • hidrolisada, produzindo duas mol•culas de am—nia e uma de CO2
(Sundstol & Coxworth, 1984).

8.5.12 MÜtodos de aplicaÑÉo de aditivos


V‡rias t•cnicas s‰o disponŽveis para a aplicaˆ‰o de produtos quŽmicos,
sendo que essas devem ser avaliadas para se determinar a mais eficiente, considerando as
condiˆ‘es da fazenda, como disponibilidade de m‰o de obra e equipamentos.
Os sistemas de aplicaˆ‰o de aditivos s‰o desenvolvidos para atender as seguintes
condiˆ‘es:
- Distribuiˆ‰o da quantidade de aditivo uniformemente na forragem;
- Reduzir as perdas de produtos quŽmicos durante a aplicaˆ‰o, proporcionando
seguranˆa e bem estar das pessoas que manuseiam os fenos tratados;
- Ser um m•todo de f‡cil incorporaˆ‰o no sistema de produˆ‰o de forragem
conservada.
Os produtos quŽmicos podem ser aplicados nas diferentes etapas do processo de
fenaˆ‰o, destacando-se:

114
- Aplicaƒ„o na planta antes do corte: A aplicaˆ‰o de aditivos na cultura antes do corte
implica em aumento de uma operaˆ‰o no campo, e o uso de aditivos que devem
permanecer efetivos durante o armazenamento.

- Aplicaƒ„o no momento do corte: Da mesma forma, o uso de aditivos durante o corte


tamb•m requer persist•ncia do efeito, mas permite combinar a aˆ‰o de produtos que
promovem a aceleraˆ‰o na taxa de secagem e efeito conservante.

- Aplicaƒ„o antes do enfardamento: A adiˆ‰o de produtos quŽmicos nas leiras, antes do


enfardamento tem a vantagem de n‰o interferir na aˆ‰o da enfardadeira. Nesse sistema, •
importante observar o tempo de aplicaˆ‰o do aditivo e enfardamento, principalmente quando
se usa produto vol‡teis, diminuindo assim as perdas.

-Aplicaƒ„o durante o enfardamento: Dos sistemas disponŽveis a aplicaˆ‰o durante o


enfardamento tem sido o mais utilizado, pois acarreta pequenas alteraˆ‘es no processo
tradicional de fenaˆ‰o

- Aplicaƒ„o no armazenamento: Este sistema evita complicaˆ‘es durante a colheita da


forragem e permite tratar o feno por mais de uma vez e assim, corrigir as falhas que podem
ocorrer no processo.

A aplicaˆ‰o de gases, como am—nia anidra, na fase de armazenamento dos fenos tem se
apresentado como uma alternativa adequada em termos pr‡ticos.

Os procedimentos para a aplicaˆ‰o de am—nia s‰o simples, n‰o s‰o caros, podendo
ser feito com materiais de f‡cil aquisiˆ‰o. H‡ v‡rios m•todos para a aplicaˆ‰o de am—nia
anidra, dependendo da disponibilidade de equipamentos. O m•todo tem como base manter
a forragem em contato com a am—nia, em condiˆ‘es hermeticamente fechadas durante 4
semanas.

O feno pode ser tratado enfardado, ou triturado, contudo este m•todo demanda
maior gasto de pl‡stico para a cobertura da forragem. Uma alternativa interessante • a
utilizaˆ‰o de silos trincheira, silo tipo poˆo para a amonizaˆ‰o, reduzindo o gasto com
pl‡stico.

No tratamento pode-se usar fardos retangulares ou fardos redondos, observando as


recomendaˆ‘es da manter a forragem em local hermeticamente fechado.

Os fardos devem ser arranjados para se minimizar custos de material e trabalho, e


permitir condiˆ‘es apropriadas para a aˆ‰o da am—nia sobre a forragem. O arranjo dos

115
fardos no solo depende do equipamento disponŽvel, tamanho do pl‡stico, e a quantidade de
forragem a ser tratada.

Equipamentos

At• cerca da metade do s•culo XIX todo feno era cortado manualmente. Para isto
contava com duas ferramentas b‡sicas: a foice e a foicinha. Foi no final do s•culo XIX em
que as ceifadeiras tracionadas por animais foram introduzidas nos Estados Unidos e foram
rapidamente difundidas em produˆ‘es de grande escala.

Hoje em dia existem equipamentos de distintas classes, tamanhos e tecnologia.


Assim, permite que a fenaˆ‰o seja um processo especializado e tecnificado com controle da
qualidade e rendimento em todas as etapas.

9.1 Ceifadoras ou Segadoras

A primeira etapa da colheita do feno consiste no corte da forrageira. H‡ v‡rios tipos


de ceifadeiras no mercado. As ceifadoras podem ser divididas em dois grandes grupos
segundo o movimento dos cortes: alternativas (barra) e rotativa (discos).

Nas primeiras se requerem duas peˆas, uma delas m“vel, a l’mina entre outra que
pode ser fixa ou m“vel, atuando contra a l’mina (Figura 5). Os talos s‰o cortados por aˆ‰o
conjunta das peˆas que exercem forˆas contr‡rias sobre o vegetal, trabalhando como
tesouras. Quando a forragem • muito densa a velocidade do corte deve ser elevada afim de
n‰o encontrar em cada corte demasiados talos, o que causaria dificuldades na operaˆ‰o.

Figura. Ceifadora

Fonte: Valdir Botega Tavares

116
As ceifadoras de discos tem uma barra de corte com dois a seis discos de r‡pida
rotaˆ‰o e adaptam melhor em condiˆ‘es de campo mal nivelado (Figura 6). A capacidade
de produˆ‰o m‡xima de corte • de 3 a 4 ha/hora, variando de acordo com a quantidade de
forragem a ser cortada. A pot•ncia requerida • de 35 cv e a velocidade de rotaˆ‰o da
tomada de forˆa • de 1800 rpm.

O princŽpio do corte • distinto das segadoras alternativas, este se produz por impacto
sobre o talo de uma l’mina que gira em grande velocidade ao redor de feixe. A secˆ‰o
cortada n‰o • t‰o limpa como no caso anterior. As rotativas produzem uma aˆ‰o de
rasgamento sobre o vegetal, podendo ocasionar v‡rios cortes em distintas zonas da planta.
Este fato • interessante ” fenaˆ‰o, j‡ que ao haver v‡rias zonas de ruptura a secagem
natural se torna mais r‡pida. Como limitaˆ‘es tem-se a manutenˆ‰o e a afiaˆ‰o peri“dica
das facas do disco e o padr‰o da ceifagem que pode ser pobre em forragens •midas e
deitadas ou acamadas que podem levar ao embuchamento.

Grande parte das ceifadeiras utilizadas hoje tem uma unidade condiocionadora que
rompem os talos atrav•s da aˆ‰o dos cilindros ou dos impulsores para uma r‡pida secagem
(Figura 7). As primeiras ceifadeiras-condicionadoras foram desenvolvidas nos Estados
Unidos para o cultivo da alfafa. Esta pr‡tica • de grande import’ncia em leguminosas, em
que as folhas secam mais r‡pido do que os talos, e em ‡reas semi-•midas que requerem
uma r‡pida secagem para que se reduza os riscos de perdas no campo. Como principais
limitaˆ‘es destaca-se que para que haja uma efetiva perda de umidade • necess‡ria
condiˆ‘es ambientais adequadas, al•m de ocorrerem perdas de nutrientes devido a ruptura
do planta.

9.2 Condicionador-secador

† um equipamento indispens‡vel ao preparo de um bom feno. As condicionadoras


de feno variam bastante em detalhes, mas todas produzem em efeito de esmagamento e
dobramento das hastes da forragem (Figura 8). Uma maior efici•ncia desta operaˆ‰o •
obtida se os caules ainda est‰o t•rgidos, ou seja, imediatamente ap“s o corte. Por este
motivo, muitas vezes a condicionadora • utilizada em combinaˆ‰o com as ceifadoras. A
aˆ‰o da condicionadora • transformar uma leira compactada e pesada do feno cortado pela
ceifadora, em uma camada embaralhada e solta para secagem r‡pida. Existem basicamente
tr•s tipos de condicionadoras de feno: dobradoras, esmagadoras e cortadoras.

Segundo Denerde (1980) a utilizaˆ‰o de m‡quinas condicionadoras de forragem,


reduz o tempo de secagem pela metade, o que aumenta a seguranˆa do processo de

117
produˆ‰o de feno e melhora a qualidade do produto. S‰o comuns dois tipos de
equipamentos, aqueles que esmagam a forragem, por fazerem esta passar entre dois rolos
de borracha ou aqueles que dilaceram a forragem por baterem a mesma atrav•s de dedos
girat“rios, que promovem uma dilaceraˆ‰o parcial. De acordo com Denerde (1980), as
condicionadoras com dedos girat“rios, que causam abras‰o e dilaceraˆ‰o parcial da
forragem, s‰o mais eficientes que aquelas que esmagam a forragem entre dois rolos,
principalmente para gramŽneas. J‡ para o caso das leguminosas, as de rolos s‰o mais
preferidas na pr‡tica.

Tratamentos mec’nicos tendem a ser mais eficiente em leguminosas em est‡dio


inicial de maturidade. O condicionamento pode causar muito reumidecimento da forragem
durante perŽodo de alta umidade, orvalho, e em condiˆ‘es de chuva leve.

Esta pr‡tica • de grande import’ncia para as condiˆ‘es do Brasil, pois com um clima
predominantemente tropical, temos no ver‰o, a ocorr•ncia de pancadas de chuvas nos fins
das tardes ou ” noite, e no inverno, apesar de algumas chuvas, o dia • mais curto, com
pouco tempo de sol.

A primeira passada do condicionador-secador • importante para se obter um bom


feno. Esta passagem deve ser feita imediatamente ap“s a ceifa, quando a forragem ainda
n‰o murchou. Se ocorrer da forragem perder muita ‡gua ap“s a ceifa e antes da primeira
batida haver‡ dificuldades nesta etapa, ocasionada por embuchamento do material nos
rolos-faca. Aconselha-se passar o implemento at• tr•s vezes pela capineira para que n‰o
ocorra perda de massa.

9.3 Ancinho enleirador e/ou espalhador

Uma leira ideal deveria n‰o requerer mais nenhum outro adicional tratamento entre o
corte e a colheita, mas isto • raramente possŽvel na pr‡tica, exceto para culturas que
necessitam de baixo emurchecimento.

Quanto ” massa de forragem disposta em leiras no campo, a parte superior das


leiras seca mais rapidamente que ” parte do fundo. Por meio da manipulaˆ‰o das leiras •
possŽvel acelerar o processo de secagem, movimentando melhor o material para a parte
superior, outra maneira • esparramar a forragem numa superfŽcie maior, dessa maneira
expondo melhor o material a radiaˆ‰o solar incidente, ao ar ambiente melhorando a
evaporaˆ‰o e difus‰o da umidade.

118
Com o uso de espalhador se reduz o tempo de tratamento em 2 a 4 horas, isto com
m•dia di‡ria de aumento de 30% na taxa de secagem. A desvantagem do espalhador inclui
aumento de combustŽvel, m‰o-de-obra, e custo com maquin‡rio, al•m de aumentos na
quebra de folhas. A invers‰o das leiras tamb•m pode melhorar a taxa de secagem, no
entanto n‰o • t‰o efetiva quanto ao espalhador, mas ela tem uma vantagem, a perda por
quebra de folhas • menor.

O ancinho enleirador • um implemento com m•ltiplas funˆ‘es est‡ capacitado a


enleirar, espaˆar, arejar e revolver a forragem; tudo depende da forma de movimento de
seua elementos, assim como a posiˆ‰o do trator. Como as leiras ficam mais bem ajustadas
e n‰o torcidas permite-se um enfardamento antecipado e facilitado. Os ancinhos podem ser
classificados em: descarga lateral, correntes, discos e feixe vertical rotativo (Figura 9).

Figura. Ancinhos –

Foto: Valdir Botega Tavares

J‡ o ancinho espalhador • uma m‡quina ideal para esparramar, arejar e revolver,


qualquer tipo de forragem. Realiza trabalho r‡pido e cuidadoso no tratamento da forragem,
com conservaˆ‰o “tima dos seus valores nutritivos. Com esta pr‡tica n‰o ocorre o
enleiramento da forragem.

Estes implementos s‰o leves e podem variar quanto ” largura e ao n•mero de


rotores, al•m de n‰o requerem tratores com elevada pot•ncia. H‡ no mercado, modelos em
que • possŽvel realizar estes dois procedimentos sem apenas variando a velocidade da
tomada de forˆa ou as posiˆ‘es dos grampos.

119
9.4 Enfardadora

A enfardadora • uma m‡quina que coleta o feno da leira e o comprime em um pacote


f‡cil ser manuseado, chamado fardo. Apesar de ser usada principalmente para feno, uma
enfardadora pode enfardar outros materiais como restos de culturas, palha de cana entre
outros.

Com relaˆ‰o ao tipo de fardo produzido, existem as enfardadoras para fardos


retangulares e redondos. Ambos s‰o amarrados automaticamente pela m‡quina e a
amarraˆ‰o • feita com barbante ou arame.

Enfardadoras para fardos retangulares

Uma enfardadora para fardos retangulares consta basicamente dos mecanismos de


coleta, alimentaˆ‰o, compress‰o e amarraˆ‰o (Figura 10). A coleta • feita sempre na leira
na direˆ‰o em que ela foi cortada e virada. O mecanismo de coleta mais comum possui um
cilindro com dentes que seguram o feno e o movem para cima.

Para maioria das enfardadoras, a capacidade • de 6 a 7,5 t/hora ou 250-300


fardos/hora. A densidade do fardo • determinada pela tens‰o das molas na traseira na
c’mara de enfardamento. Deve-se verificar periodicamente a densidade dos fardos
produzidos atrav•s da sua pesagem. Uma maior densidade • obtida com maior tens‰o das
molas. O feno • normalmente • enfardado com teores de umidade abaixo de 20%.

Foto. Enfardadora para fardos retangulares e fardos.

Fonte: Valdir Botega Tavares

Enfardadoras para fardos redondos

As enfardadoras para fardos redondos atualmente disponŽveis no mercado se


destinam ” produˆ‰o de grandes fardos. O mecanismo de formaˆ‰o desses fardos •

120
bastante similar ao utilizado no passado para fardos redondos pequenos. Basicamente, o
processo de formaˆ‰o do fardo redondo • semelhante ao processo de enrolar um tapete.

Ao atingir o tamanho requerido, o fardo • automaticamente amarrado, a m‡quina •


parada para liberaˆ‰o do fardo e se inicia novamente a operaˆ‰o para formaˆ‰o de outro
fardo.

Figura. Esquema de uma enfardadeira de c’mara fixa. O material • prensado de


maneira crescente, comprimindo o fardo mais na parte externa do que no
n•cleo.

Figura. Esquema de enfardadeira de c’mara vari‡vel.

121
9 Refer‚ncias bibliogr€ficas

ALMEIDA, J.C.C. Comportamento de Eucalyptus citriodora Hooker, em ‡reas pastejadas


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