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124 Toologlo do Esplrito Sento

Qual , a doutrina e qual experiência do Esplrito Sanlo ensinadas neste texto especifico do
Novo Tet11amento? e (2) Th110/ogia missionis, Como estes dados bíblicos correspondem à
doutrina e à experltncla do Espfrllo San·10 1estemunhada1 pelo penteoostallsmo? 1: o
estabelecimento deste relacionamento qu·e vemos como nossa responsabilidade final.
O plano deste segunda parte do estudo, pois, é estudar Aios, especialmente nos seus V
teX1� aobre o bati1mo no Eapfrito, per■ mostrar I eomparaçlo com a doutrina pentecoe1al O BATISMO NO ESPIRITO SANTO EM ATOS DOS APÔSTOLOS:
(cap. V). Este estudo em Atos deve ser seguido por uma lnves1igaç8o sistematicamente
disposta da condl<;lo, me19S e avldtncle do Espfrlto Santo - o q!Je chamerem09 O UM ESTUDO COMPARATIVO
Caminho do Espfrito - à luz dos testemunhos do Novo Testamento fora de Atos, em
correspondência com o testemunho do pentecostalismo e na sua conseqüência para esta A. ATOS 1:1 .:... 2:13: O BATISMO NO ESPIRITO SANTO NO PENTECOSTE:
(cap. VI). Um estudo dos problemas espirituais relevantes na igreja de Corinto e a aborda­
SUA PROMESSA E SUA OCORRENCIA
gem do apóstolo à sua soluç&o termina a segunda parte (cap. VII).
A Igreja do sáculo XX deseja aprender o que o testemunho apostólico definitivo do
1. ATOS 1:1-2: A FUNÇÃO DO ESPIRITO SANTO EM ATOS
sáculo I disse acerca do dom ent&o recebido, e que a igreja dos nossos tempos tem
recebido também, e quer entender mui10 melhor e receber n1uito mais plenamen1e - o Lucas começa o segundo volume da sua obra com o emprego de duas expressões
dom do Esplrito Santo. O pentecostallsmo nos deu a oportunidade do ir até o próprio através das quais ele, aparentemente, pre1endla que seu presente volume fosse en1endido
coraçGo - até ao Espfrito - do Novo Testamento. e interpre1ado:
Escrevi o primeiro livro, ó Teófilo. relatando todas as coisas que Jesus começou a fezer e
ensinar, até ao dia em que, depois de hever dado mandamentos por interm,dio do Esp/1110
s,mo eos apóstoklis que escolhera foi eleveôo t.s ehuras (1: 1-2).
Em primeiro lugar, o que Jesus começou a fazer e a ensinar, passa agora a continuar.
"ESte segundo volume... comenta Stahlin. "claramente pretende apr·esentar o segundo
período da obra de Jesus.·· 1 O que Jesus começou em carne humana. segundo o registro
no Evangelho, agora continua na Sua nova humanidade, a igreja. conforme está registrado
em AIOS,
Em segundo lugar, o ministério de Jesus após a ressurreição, epitomizado no manda­
mento missionário (Lucas 24:46-49; Atos 1 :8). deve ser entendido como um ministério
levado a efeito "por intermédio do Espírito Santo." O significado desta referência inicial ao
Espírito no Livro de Atos é, em primeiro lugar. o seguinte: o próprio Jesus é o sujeito da
obra do Espírito na história.
BRUNER, Frederick Dafe. Teologia do Esplrlto Santo. Sao Paulo Vida Lucas aqui deseja. numa maneira introdutória impressionante. vincular a obra de
Nova, 1983. p. 125-174. Jesus com o minislério do Espírito Santo. O que Jesus fez. ou con1inua a fazer, era e é "por
in1ermédio do Espirito Sanlo." Lucas não deseJa que o Espfrito Santo, que es1á para
desempenhar um papel tão importante em Aios. seja separado da obra de Jesus Cris10,
como se fosse possível entender que o Espírito Santo tivesse uma obra independente.
separada ou até mesmo análoga, exclusivamente dEle. A primeira frase de Lucas 1orna
clnro uma intenção do seu livro inteiro; o Espírito não deve ser desassociado de Jesus. O
Espírito é Jesus operando na continuação do Seu ministério.
A obra do Espirito Santo na história dos apóstolos que es1á para ser regis1rada por
Lucas. pois, deve ser en1endida à luz da frase inic,al (1:1-2). A obra do Espinto San10 é a
extensao do ministério iniciado pelo próprio Jesus Cristo. e agora continuado por Ele. e os
atos da igreja - os atos dos apóstolos - são o fruto e a expressão desse ministério.
A doutrina de uma obra dis1in1iva do Espfrilo Sanio sfém da obra de Jesus. dou1rina
esta que é freqüentemente tirada do Livro de Atos, deve ser avaliada no conte,cto de frase
inicial e programática de Atos.
126 Teologia do Espírito Sento O Batismo no Espirito Santo em Atos dos Ap6stolos 127

2. ATOS 1:4-6: A PROMESSA 00 BATISMO NO ESPIRITO SANTO dádiva, i.é•• é o E�frito ds Dsus. logo, aqui na abenura de Atos, Lucas dá ao Espírito o
nome pelo qual deve sar corretamente entendido no restante do livro: é "a promess, do Pai.··
"E. comendo com eles. determinou-lhes que nao se ausentassem de Jerusalfm. mas esperas­
som a promessa do Pai, a quat. dis,.e ele. de mim ouvistes. Porque Joao. na ve,dade. batizou Jesus continuou, lembrando aos apóstolos que tinham ouvido esta promessa da
com égua. mas vós sereis batizadot com o Espírito Santo, nlo muito daPols destes dias"' (1;4- parte dEle e que "João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o
61.
Espírito Santo. não muito depois destes dias" (v. 5). Gramaticalmente. a voz do batismo é
Para receberem o batismo prometido no Esplrito Santo, os apóstolos sao ordenados a
importante: é passivo (baptisthesesthe). O passivo significa que o batismo no Espírito não
nao se ausentarem de Jeruselám. JerusalfJm. no conceito de lucas, será o local do penúhimo será o resultado da atividade de quem o recebe; o sujeito do batismo espiritual não deve
evento da história da salvaçao entes do último evanto: a volta de Cristo {v. 11 bl. Aqui em ser o recebedor e seu esforço, mas, sim. o prometedor e Sua vontade.
Jerusaldm. a história sagrada mais uma vez há de achar seu centro vital e seu novo Comparável com a promessa empregada em Atos é a promessa mais antiga no
começo. A imPortência de Jerusalém para Lucas-Atos nao f)0de ser superestimada facil­
Evangelho segundo Lucas. também passiva: "até que do alto sejais revestidos (endusesthe)
mente.
de poder" (24:49). No Evangelho segundo Lucas. a promessa do Espírito não é en1endida
Oe maior relevência para nós, a condição para o batismo no Espírito Santo - perma• como uma realização humana ou até mesmo espiritual, mas. sim, como uma dádiva divina:
necer em Jerusalém - não é psicológica. é geográfica; não é tanto "espiritual" quanto ..
desce. de modo significante, do alto," de fora do alcance dos homens.
espacial. Ou seja. não se ressalta tanto o esperar mas. sim, o esperar em Jerusa"m. Se a Finalmente, até mesmo as últimas palavras da promessa em Atos (no texto grego), que
declaração de Jesus Pode eté mesmo ser apropriadamente chamada uma "condição", no
parecem insignificantes, respiram a graça: a promessa não demorará em vir, e evidente•
sentido freqüentemente usado de uma qualificação espiritual, á debatlvel, Ao chegar ao
mente sem qualquer conexão necessária com a prontidão dos discípulos: será "não muito
fim do seu Evangelho. por exemplo. Lucas usou o verbo "permaneoer" ou literalmente
.. depois destes dias, .. i.é.. dentro em breve.
"sentar-se (kath1so1e) para d<!�rever o mandamonto de Jesus aos após1olo.s: "Ksthisste
Esta é a primeira proclamação do batismo no Espirito Santo em Atos. Se tivesse
na cidade até que do alto sejais revestidos de pooor" (Lucas 24:49). Seja o verbo "esperar"
havido um desejo de gerar uma participação mais plena pelos apóstolos (ou pelos leitores
t,perimenein, 1 :4} como em Atos, ou "sontar-se" como no Evangelho, é uma condição tão
futuros) em procurar o dom vindouro, poderíamos ler esperado um ensino com mais
sem esforço e tao não-subjetiva quanto parece pessfvel sugerir. Não parece realmente que
desafio. ou um convite com várias condições prévias. Sentar-se não é a postura de heróis.
Jesus contemplava dar aos apóstolos o que usualmente é entendido por condições quando
O mandamento no sentido de permanecer em Jerusalém poderia ter sido suplementado
anunciou a vinda do Esphho. Jesus. pois,. não colocou antes da Suo ordem um "se"
no registro de Lucas com instruções sobre como esperar. como melhor passar o tempo
condicional - "so permanecerdes em Jerusalém vós sereis batizados com o Espfrito
enquanto os discípulos esperavam, ou com a necessária obediência em orações e exercí­
Santo"; pelo con1rário. ao mandar os discípulos permanecerem em Jerusalém. simples­
cios devocionais. Mas não temos relato disto; somente "esperar," ··permanecer:· sentar•
mente promete o Espírito (vv. 4b-5).
se."
Um es1udo cuidadoso das palavras des1a proclamação paradigmálica cio batismo no Ainda outra possibilidade teria sido colocar a promessa no subjuntivo: "Podereis ser
Esplriio Santo ressalta o caráter do Esplrito como dom. Primeiramente. o batismo no ..
batizados com o Espírito Santo, ou, até:. "É possível que sejais batizados com o Espírito
Esplrito Santo om Atos nllo é chamado "a oporiunidade." "responsabilidade." ou até Santo;· ao invés de no indicativo futuro simples. "Vós sereis batizados:· que não impõe
mesmo "privilégio·· do crente. mas. sim, "a promessa do Pai" (v 4). O batismo no EspírttO exigências sobre os apóstolos e que não sugere incerteza alguma acerca da implementa­
portanto, vem em nome d& promesso e não do le, e. portonto, como dom e não co�o çao da promessa. O subjuntivo, porém. teria provocado uma sondagem de almas no
desalio O nome do Espírito oqui tambórn nos ensina que a origem do bat,smo no Esplr110 pequeno grupo.
não e humana. é divina: o Espírito é "a promessa do Pai."
Outra possibilidade teria sido registrar que Jesus prometeu o Espírito a alguns. a
A palavra ·p, omessa" (epaggeho) tem ped,g,eo no Novo Testamento (d. f<Ha de Lucas 24·49 saber, aos que preenchessem cer1as condicões: "Alguns entre vós receberão (ou poderão
e Atos 1:4, 2 33, 39; e notovelmenI0 em Rm 4 13, 14. 20: GI 3 pas,m. eSl)OCiatmenI0 v 14, Hb receber) o Espfrito.'' Isto teria sugerido que somente os que estavam espiritualmente
passim}. Estó usualmen10 envolvida nos seus principais conto,nos neotes1amem6tlos com a preparados para o dom. o receberiam. Poderia ter o significado de que somente aqueles
graça. e con1,as1ada com o éS-f<><ço (ct. especialmente Rm 4 o GI 3). E rofore,ada em Atos. e g.•
com a palav,a um.a t9u11lmente ,ica. d<>r�:,. "'dom gratuito." na primeua ofona que Pedro foz do que fossem suficientemente esvaziados, conforme se diz, ficariam apropriadamente cheios.
'"ba1tsmo no ESDir1I0 Santo," depois do PeoteCO$.tO (AI 2·38-39) Em Aios H1'phc1Iamon1e, � A palavra "alguns" tei-ia feito com que a promessa fosse condicional, pois ninguém
.
noutras partos do Novo Testarnenro oxl)lléitamouto. a ��ina promessa tem co.""!º se� anton,mo desejaria pei-der a oportunidade de ser um daqueles poucos,
clóssico a lei, i é.• cx19õncias, ese>oc,ticamemo a ex1genc10 do esforeo espmtual
A promessa do Espírito é um pre$Onte. com todas as assocfações tehzcs de um preseruc É tão surpreendente quanto relevante, no entanto, notar a ausência ou de condições
espec:1almeme da parte do um pa,. com a s,go,fdnc.a do presente como S.Cndo gunu I10. sem gramaticais ou de condições internas para o batismo no Espírito Santo, à parte da injunção
Pfeto. cus10 ou con<fiçao "A p,omcssa divina no Novo Testamento é sempre ef)dggol1tJ o não no sentido de esperar em Jerusalém, que é o modo padronizado de anunciar este batismo.
hupos,hes,s. 'pollicitum' n:k, ·prom,ssum.' uma dádiva groc10Samente outorgada o não um Com simplicidade notável, registra-se que Jesus prometeu o batismo no Espírito Santo.
penhor ob11do através do negociaçffo," 3
1: 1ns1ruovo no1&r, como p1efáct0. qu'! em cada urna das passagens prmc1pa1s do b3t1s� de modo inclusivo. a todos (baptisthesesthe, 1 :5). e. mais tarde, é dado a todos (2:41. Um
no Espírito Santo - 1 4 (prá-Pen1ocoste); 2.33 fPentecos1c). 2.38·39 (pós Pente(:OSle): 8 .. dos aspectos mais dignos de notn no batismo ou dom do Espírito Santo em Atos é. de fato,
(Sama11a). 10 45 (Ccsard1a; também 11 17); e totvez 1mphc11ame.�. te 19 2 (E:teso; tlD�f!le� e�. que é dado a todo crente presente. sem exceção ou qualificação - desde os cento e vinte
tarnbém 15 8 dous} -- o Espírito Santo recebe o nome ou do p,omossa ou de dom no Pentecoste até os doze de Éfeso (19:1-71. Não há registro algum em Atos de qualquer
o Espiuto em Atos nunca é galgado ou ··oh11do" (cf Atos 8 19 20 Ku,srha,JJ. sempre é uma
crente num gruPo de crentes que deixou de receber (ou que recebeu parcialmenle) o
Teologia do E1plrito Santo O Betlomo no Eep/rlto Santo em Ato, doa Ap611olo1 129
128
testemunhas." A palavra ..minhas" é acentuada por sua posição no original. � significante
Espírito Santo prometido quando desceu. O Esplrito Santo vem de modo tão inclusivo
quanto incondicional. Esse é seu caráter como dom. que o objeto do testemunho espiritual não deva ser o dom, poder, ou batismo, Jesus é o
objeto, mas mais do que o objeto, Ele é, em primeiro lugar, o sujeito do te■temunho do
Além dlato. nlo h6 referAncla regletr&da eni qualquer encher com o Eapírito ou doeçlo
do Espírito Santo em Atos à qualquar medida ou profundidade subjetiva da fé ou obadltn• Eepfrlto. Os apóstolos 180 testemunhas dEle(genitivo possessivo), pertencem a Ele e estão
eia nos muitos diferentes recebedores. Nem todos, em todas as ocasiões, tiveram exata• na possessão dEle. O poder do batismo no Espírito Santo é primária e principalmente um
poder que liga a Cristo. Ver este fato com clareza depende de observar o verbo aqui emprega­
m,nte os mesmos estados e condições subjetivos interiores. Parece, no entanto, que isto
do para descrever o resultado do poder do Espírito Santo: esesthe, "serels". É uma cópula,
não importava. Talvez o dom de Deus tenha a melhor oportunidade de demonstrar-se
um verbo de ligação.O resultado do poder do batismo do Espírito Santo segundo Atos 1:8
como dom quando passa por cfma das condições. De qualquer maneira, a promessa que
é, em primeiro lugar, não naquilo que os homens fazem, mas, sim, o que chegam 8 ser. A
Jesus deu do batismo no Espírito Santo é inclusiva, passiva, indicativa, e no futuro
grandeza do batismo no Espír�o Santo não é que é um evento sMm de ligar o homem ao
simples.
De todas as maneiras possíveis, a página inicial de Atos parece ter a intenção de evitar Cristo ressurreto mas, sim, que é precisamente este evento. Ser batizado é passar a pertencer
a m,nima tendência nos seus leitores para pensar no Espfrito, que será tão central no livro, a Cristo de tal maneira que os que recebem ficam sendo dE/s, i.é., cristãos. O poder do
Espfríto Santo é Sua capacidade de ligar os homens ao Cristo ressurreto de tal maneira
como galardão pelo esrorç0, ou como decisiva e ç0ndicionalmente dependente da subjeli•
vidade do recebedor além da fé na promessa de Jesus. O parágrafo inicial de Atos colocou que sejam capacitados a representá-Lo. Não há nenhuma bênção mais sublime.
os termos-padrões segundo os quais o Esplrito Santo deve ser entendido no resto do livro. E esta promessa e este poder, como o da sua aniecessora (1 :4-6), é inclusiva e não
Este parágrafo é o léxico do Espírito em Atos. Assim como a frase inicial vinculou o Esplrho seletiva (esesthe). que é outra maneira de dizer que é graciosa e não condicional. Não há
Santo com a obra de Jesus, assim também o parágrafo inicial dá ao Espírito Seu nome condições em Atos 1 :8.
apropriado: a promessa. O Eapfrlto Sento é, até mesmo nopróprio inicio, o modo de Jeau• E1t1 promeHa 4 registrada. naturalmente, com referência especial aos apóstolos.
operar na Sua Igreja (w. 1 •2), e a igreja O receberá livremente, de modo inclusivo, e Como nos Evangelhos, porém, o que é dilo aqui visa ser aplicado de modo derivado às
indicativamente - como promessa (vv. 4-5). gerações futuras. Nunca podemos ser testemunhas (martures) em um sentido da palavra:
tetemunhas do Senhor histórico e ressuscitado. Mesmo assim, o poder recebido pela
3. ATOS 1:8: A PROMESSA 00 PODER DO ESPÍRITO SANTO descida do Espírito Santo sobre as vidas dos apóstolos não era uma prerrogativa apostólica
ste é encorporada,
4 pois se fosse, ninguém senão os apóstolos seria ligado a Cristo.
A última referência relevante ao Espfrito Santo antes do Penteco
do Livro de Atos - 1 :8 - texto este que é Jesus liga os homens a Si mesmo através do Seu Esplrito: este é o poder a glória e 0
de modo apropriado. no "índice do conteúdo"
stalismo , conform e observa mos. Assim como Lucas ministério do batismo com o Espírito Santo. Somente quando o Espírito des�eu sobr� os
muito importante para o penteco
Evangelh o numa palavra do Senhor acerca do relacionamento apóstolos é que foram ligados com o Senhor recém-ascendido, e somente então tiveram a
registrara o tema do seu
nte, o relacionamento autoridade e capacidade condigna para testemunhar dEle. E em todas as partes de Atos, é
entre o Espírito Santo e Jesus (Lucas 4:18}, assim, de modo semelha
desvia curiosida de dos discípulo s acerca do reino futuro. a Cnsto, à Sua obra e salvação, e não a uma segunda obra. independente, do Espírito
entre o Espírito Santo e Jesus a
a esfera e o plano da missão que é o meio do reino e o Santo que a pregação apostólica realmente dá testemunho. O poder do batismo no Espírito
para longe da especul ação, e para
Santo é o poder da cristocentricidade.e
tema do Livro de Atos
Finalmente. Atos 1:8 contém os títulos dos caprtulos de Atos: "em Jerusalém corno
Mas recebereis poder, ao descer sobrevós o Espírito Sanco, e sereis minhas testemunhas tanto em toda a Judéia e Samaria. e até aos confins da terra... A medida em que Atos se
em Jerusalém. como em toda a Judéia e Samaria. e até aos confins da terra (1:8}.
desdobra. o leitor descobre Que em c,ada capítulo crítico o Senhor "mediante O Espfrito"
Se observarmos este versículo com cuidado, notaremos aspectos que já começam a émprega meios extraordinários para instruir a igreja na universalidade e Incondicionalidade
ocorrer repetidas ve.:es na doutrina do Espírito em Atos. A promessa (é uma promessal) do evangelho: até mesmo para�� samaritanos, racial e relígiosamente suspeitos (cap. 8).
.
mais umavez está no futuro simples ao invés de uma possibilidade complexa no subjuntivo até mesmo para os 9ent10s es � mtualmente impuros {caps. 10-11}. A primeira metade de
ou no imperativo. �tos. é, e� grande parte, um � �•stória de como a igreja aprende a natureza do evangelho(e
. isto 1�clu1 a natureza do �sp1�1to Sa� to) como sendo uma promessa, gratuita, universal, e
Além disto. talvez até na preposição aqui empregada - epi("sobre . ). que também se
destaca no discurso de Pedro no Pentecoste(cl. 2: 17. 18, 19) - vise apontar para o Doador recebida à parte da obed1ênc1a à le, ou a condições especiais de santidade _ ,.· é.. que a
. .
soberano e gracioso. e desviar a atenção dos recebedores: o Espírito Santo vem ··sobre" sa1vaçao é rece b, da s,mp1esmente pela fé. Este fato é selado no concllio de Jerusalém
(epelthontos. . eph, 1 ·8). O Espírito(nas observações de Volz acerca do Hebraico ·a/ que o (cap.15). Oestarte, Atos se torna uma lição objetiva sobre a natureza da igre·a e sua
l
Grego epi traduz) "vem de cima ('a/), ou seja, na expressão idiomática contemporânea. o m,ssao.
Espírito é uma dádiva divina.''5 Quanto à preposição, podemos dizer que a direção de Um texto de Gálatas serve como conclusão teológica apropriada à introdução ao
origem do Espírito em Atos não é ek mas. sim. eph. não vem de dentro mas. sim, "do alto" Pentecoste:
(Lucas 24:49). Ou seja: O Espínto não surge de dentro da v,da emocional ou espiritual do
e,isto nos resgatou da maldição da lei..• em Jesus Cristo, para que pela fé n6s recava
...� mos a
recebedor. não depende dos estados ,nteriorcs d.t pessoa. nem é sujeito a eles O Espírito promessa do Espfrilo {3· 13· 14).
vem de cima. ,.é . da parte dt! Deus. e sobre as pessoas. En_1re a promessa de Cris10 e o Pootecosto, Atos regisIra em cenas sucessivas· a ascoo
Cnsto(1.9-11).avoitaparaJerusatém e para o cenáculo(1·12·l4) seg u 'd · Sflo d6
Quando o Espírito descer sobre Seu pavo. haverá poder; mas. segundo o texto, não
· , B POr_uma na, rra11va
mais longa do aumen10 do círculo apostólico ( 1 ·16•26)• No,; e in1e,1'u·d10
poder por si só ou para nós. mas, sim, para uma tarefa mais alta: "sereis mmhas de dezo110 vers culos o
Teologia do E5Pírito Santo O Batismo no Espltlto Santo em Atos dos Apóstolos 131

pontocostelismo froqüentomente acha um versículo psro estabelecer umo condic.ao para a Santo em Atos que, quando o Espírito Santo vem, não registra que vem apenas parcial•
vinda do Espírito Santo no Seu poder pentecostal: . .Todos estes porsevt,avem untnimes em mente. aplicando a justificação. deixando para voltar na plenitude, na santificação ou no
onçto, com es mulheres. es11ndoen1re elasMari.a, mae de Jesus. e com os irmlos dele{1:14). poder num tempo posterior quando a pessoa justificada estiver mais digna, vazia ou pura.
Luc.11. no entanto. nlo tst6 r�istrando utna condiçao (ou condiçõ,et). O gruPo nao es,, orando
PofC'fU♦ ,H1u1 fo:r de OfK6o tufl.clente. unida ou ardente a condiçl,o da vinda do E1pfrlto. A Não há nenhum enchimento parcial no Esplrito Santo no Livro de Atos. O Espírito Santo,
lntroduç&o a Atos destaca-se pela ausência de condleões desta natureza. O taro. portanto, de os no que diz respeito aos crentes, não somente não é seletivo (vindo somente a alguns
e<entot torem o,ado, tanto mais çomproensível: 6 na atmosfera da graca que a oraçao viceja. poucos) e não condicional (vindo somente aos que são dignos), Ele também não é parcial
O QUO 6 matt relevante: o registro n6o dit que houve 011,;60 pare o recebi monto do Esplrito (vindo apenas parte do caminho). O dom do Espírito é a plenitude do Espírito. Este é o
Sento. O Espírito nao 6 mencionado. Lucas, na realidade, n.ao menciona nenhum objeto da
orecAo. A aus6ncia deste texto da condiçllo da oraçlo p,ara o Espírito Sento, ou de semelhante testemunho do Livro de Atos desde seu ín(clo. Onde quer que o Espírito Santo vem a um
objeto da o,açao, faz com que seje difiçilmente convincente o argumento que eche equi e homem, vem - para usar os termos familiares - ench�r. não somente efetua�; habitar, não
condic&o de 0<ac;.lo para o batismo no Espírito Sento. A o,açao unkla e ardente dos ctiJtlo$, simplesmente visitar. Finalmente, o Espírito Santo é uma Pessoa, e, portanto, onde Ele
not6vel quando, aceita como um feto, mas é perturbador e quendo é requerida como condição. estiver, está plenamente, e não dois-terços ou três-quartos.'
O fato da oreç&o est6 colocedo nume frase removido por ouficlentes veulculos do próp<io "'E passaram a falar em outras línguas. segundo o Esplrito lhes concedia que falas•
....-.o do Ptntecosta pare dar e -- de se, a causa do Pon1eooste. o PenttcOSte nao lol
ocaslonodo pela marevílhosa vida de OJacão dos d1sc,puk>S nem P<>f seu C\lmprimento de sem·· (v. 4b). Não tinha havido nenhuma lndicacao anterior no Evangelho segundo Lucas
condições, O Pen1ecos1e. Hgunclo o se,mao de Pedro, veio por um só melo p0la exalteçao de ou em Atos que o falar em línguas haveria de fazer parte da experiência da igreja. Nem
Jesus Cr,sto • <»t:tta do Pai onde EI• recebeu e deu o Eaph,10. com o tnHmo nome"'º qu11 sequer é registrado que os discípulos no Pentecoste estavam buscando esta experiência
fo,a anunciado - como "e promessa" (2:33; 1 :4). especffica. Nada, po,ém. expressou, mais apropriadamente a vontade de Deus para a
4. ATOS 2:1-13: O PENTECOSTE missão mundial da igreja do que proclamar os grandes atos de Deus nas línguas do mundo
inteiro. é isto que dá à história de Pentecoste sua beleza e seu significado. Ser cheio do
O Pentecosce é introduzido com um aviso hístóríco: "Ao cumprir .. so o d,a de Pentecos• Espi(ito é querer que outros saibam dos atos de Deus em Cristo. O Espirita Santo leva os
te." Ao invés de indicar o cumprimento de alguma exigência espiritual, ou d e v6rias delas ..
homens a louvar "as grandezas de Deus (v. 11).8
- por exemplo: --quando os dosclpulos acabaram de pagar plenamente o preço do Pente­ Parece ser opinião de lucas, expressada pelo menos na sua escolha de palavras, que
coste," Lucas indica a história e o cronograma soberano de Deus. 0 evento no Pentecoste era sem igual por se, um "falar em outras (heterais) línguas,"
Quando velo o dia, ··estavam todos reunidos no mesmo lugar" (v. 1b) Se alguém i.e., noutros idiomas (cf. o sinônimo nos vv. 6 e 8: dialekto}. Em nenhum dos outros dois (e
quiser achar no fa10 de estarem eles juntos num só lugar uma realizacão moral, pode. mas únicos) registros de glossalalia em Atos Lucas acrescenta a palavra "outras·· a línguas (cf.
o texto não oferece qualquer encorajamento especial. 10:46; 19:6). Além disto, nãó há registro dalguém es1ar presente ou em Cesaréia (Atos 10)
Então ocorre o evento do Pontecoste. ou em efeso (Atos 19) que precisava de um falar em outras línguas: somente no Pentecos•
te temos um registro, conforme a intenção de Lucas, de vários grupos lingüísticos diversos
Do repente veio do úu um som, como de vm ven10 impe1uoso, e encheu tod1 a casa onde para os quais o evangelho é pregado por rrieio de línguas que foram dadas milagrosamente.
estavam 11sen1ados. E apareceram. distribufdas entte eles, línguas do fogo, e pousou uma Não somente os sons e as visões. tais como o vento e o fogo desapareceram com o
$Obre ceda um dekls. Todos fk.t.ram cheios: do E$pf1110 San10, e passerem a felar em lfngu.as.
$0QUndo o Esph1to lhos concod1e que falassem. Pentecoste, como também •O falar em outras línguas. i.é, em outros idiomas também. A
maioria dos fenômenos que acompanhavam o Pentecoste foram removidos de um só
"Do céu" e "do repente:· o dom aparece. A quolidado repentina remove qualquer impulso depois do Pentecoste; em Atos o único constante - ressaltado especialmente nas
.. .
nuanca groduoda, e a exprossao do céu . dá ao Esplrilo Sua direção apropriada de origem passagens principais acerca do Espírito -é a essência da questão: o Espírito de Deus é o
o tira das maos e dos corações dos homens a origem do dom. Espírito de Deus, i.e., um dom.
A palavra f,nal no v. 2 nos dá um relance - um dos pouqulss,mos - da condição A ausência do buscar do falar em línguas é relevante. Esta busca, juntamente com a
subje1,va dos disclpulos: ··onde estavam assentados (esan ksthemeno,) " Lucas poderia inteligibilidade das línguas, coloca seriamente em questão o caráter adequado do Pente•
ter dito. "onde estavam orando," ou "a1oelhados," ou talvez até mesmo "buscando" ou coste como um "padrão" para o batismo pentecostal no Espirito Santo. O historiador
"enlregando- so.. Mas. Lucas. que noutros trechos reserva um lugar grande e destacado pentecostal Kendrick, escrevendo acerca das origens pentecostais, observa que Agnes
.
para a oracao. especialmente com relacao ao Esplrito Santo (cf .• e.g.. Lucas 3:21: 11 :3 D; · Ozman "foi a primeira pessoa de que se tem notícia que recebeu tal experiência como
11:131, deve dar a impressao do ter perdido uma oportunidade aqui. Ou talvei fossa resultado de especificamente procurn, um batismo no Espírito Santo com a expectativa de
expressada uma intonção na omi$sAo: o dom. especialmente este primeiro dom no Pente• !alar em línguas" (pág. 531. Mesmo assim, nem em Atos 2 nem em Atos 8. 1 0 o u 19-os
coste. e aquele que, segundo dozom os pentecostais, estabelece o padrão. devo ser visto textos primários pentecostais para as línguas como evidência - registra-se que as línguas
como um dOm Nem sequer a oracao da igreja deve ser trazido porto domais. nem ser foram procuredas. Destarte. há uma contradicao interna no uso de Atos 2:4 como parte de
demasiadamente dostacada. quando a promessa aparece na hist&,a. "do ropeme:· "do um credo, em cada exemplar de Pentecostal Evangel. a revista pentecostal norte-america­
céu:· na mais importante: ··cremos que o Batismo no Espírito Santo em conformidade com Atos
As llnguas de fogo pousaram sobre "cada um deles:· e "Todos locaram cheios do 2·4 é dado aos crentes que o pedem.'' Isto porque o batismo com línguas no Espírito
Espírito Santo." Conformo descobrimos antes, não há nenhum registro em Atos de uma ou Santo, em conformidade com Atos 2:4, não é pedido. Na realidade. nem em Atos 2.
várias pessoas serem de,xadas de lodo quan10 ao dom pleno do Espfrilo Santo devido a nao Atos 8 (onde nenhuma língua é registrada}. Atos 10, nem Atos 19, nenhum batismo no
cumprir suficientemente as cond,oões. e outro aspecto relevante da doutrina do Espírito Espírito Santo nem falar em línguas é pedido pelos recebedores. Não deve isto, por1anto.
132 Teologia do Esp(rito Sento O Batismo no E5pírho Santo em Atos dos Apóstolos 133

afetar a doutrina pentecostal de um batismo no Espírito Sento, e.�ificamente buscado, Da máxima lmporttncia: a resposta favorável que os homens dão no arrependimento
com sua evidência de Hnguas1 não é meramente exigida na pregação e simbolizada no batismo. é cspscitsda através da
pregação e do batismo. Neste sentido, também, o arrependimento é aceitar o batismo.
e. ATOS 2:14-39: O MEIO DO BATISMO NO ESPIRITO SANTO ESTABELECIDO NO O arrependimento nlo é algo para ser faiio em cesa ou trabalhado; 6 recebido "na Igreja,"
PENTECOSTE: A PREGAÇÃO E O BATISMO CRISTÃOS como uma resposta • oferte • obra de O.ui, feita em palavras humanas e atos humanos
(os atos da outros!) na pregacRo e no batismo. Oeusdá o arrependímanto (Atos 11:18: "foi
1. ATOS 2:14-36: A PREGAÇÃO CRISTÃ por Deus concedido o arrependimento para e vida") e os homens devam aceit6-lo onda
aqui e1tá colocado: no convite ao batismo crietlo.
' O Interesse de Lucee, à medida em que desenvolve os evento, do Pentecoste em Atol
O batismo oferecido por Pedro é "em nome de Je1u1 Cristo," ou dEle. Assim como na
2•. • que o segredo do Pentecoste seja achado, nlo na vida espirltuel Interior dos dlsclpu•
proclamação do evangelho, eHlm também no batismo, o único nome que prec,-.a ser
los. nem sequer no dom do Et11lrilo Sento, mae. sim, na pregacto de Jesus Cristo. No
ouvido , o nome de Je1u1 Crleto. Eata observeçlo nlo envolve, naturalmente, qualquer
centro d• 1tençlo de Luc.a no Pentecoate - 1t4 me■mo quentltat1vamente - nlo h6 o
que usuelmente pensemos quando falamos "Pentecoste," 1.4. o Espirita, est6 Jesus Cristo; desrespeito li fórmula batismal trinitarlana. Pois mesmo na linguagem trlnltarlana, h6
apenas um nome divino (10 onoma; cf. 4:12 e o nome singular em Mt 28:19). Nlo há um
nlo o btase espiritual, mas. sim, um sermao cristão.
batismo em Jesus Cristo seguido por, ou antecedido por, batismos separados no Pai e
Pedro trata de zombaria dalguns, indicando que aquilo que acabaram de ver e ouvir, o
depois outra vez no Espírito. Deus é um, Seu nome é um. e, portanto, há só um batismo (Ef.
cumprimento da promessa de Deus. no profeta Joel, no sentido de derramar Seu Espírito
4:5). Ser batizado em, ou. como aqui, literalmente, "sobre" o nome de Jesus Cristo
sobre (epil) toda a carne. ressaltando: "E acontecerá que todo aquele que invocar o nome
significa tornar-se dEle, e tornar-se dEle significa, por definição. receber Seu Espírito (1 :8;
do Senhor será salvo" (v. 21). Joel, como Lucas (como Pedro). acha que a razio de ser do
cf. 1 Co 6:17; Rm 8:9). Argumentar doutra maneira é postular um Cristo sem o Espírito.11
grande evento escatológico no Espirita nao é tanto o derramamento do Espírito como tal
quanto a promessa universal da salvação em prol da qual o Espírito é derramado. O batismo em nome de Jesus Cristo, segundo o relato de Lucas, inclui não somente o
E. "começando por esta passagem da Escritura" Pedro passa a pregar Jesus de perdão dos pecados como tamb,m o recebimento do dom do Espírito Santo (2:38b} -
Nataré, o que fez. o qua significa, e o que acaba de realizar (v. 33), e termina. fazendo a juntamente. Este único benefício duplo corresponde exatamente à promessa vétero­
acusação contundente de que este mesmo Jesus, a quem Deus fez Senhor e Cristo, tinha testamentária do perdão dos pecados e do dom do Espírito, coordenados (Jr 31 :31-34; Ez
sido vitima da crucificaçlo por eles. ô movimento de Pedro no seu sermão. comparável 36:24-27). O batismo é. na formulação cuidadosa. "para remissão dos vossos pecados. e
com o movimento de Joel na sua profecia, é o movimento único do Espfrito Santo: partindo recebereis o dom do Espírito Santo."
do Espfríto e indo para Cristo. Este é o poder do Espirita Santo; este é Seu cargo (1 :8). O É especialmente importante ressaltar que os pecados. segundo este texto importante
ministério do Espfrlto é cristocentricidade. O meio do Espírito é a pregação cristã. em Atos. não sllo purificados mediante um esforco devoto de modo que o Espírito pos.sa
ser recebido depois de o candidato ter purific.ado seu coração. Ao invás disto, Deus
2. ATOS 2:37-39: O BATISMO CRISTÃO prorT\ete que removerá os pecados e, juntamente com isto, outorgará o dom santificador do
Espírito (cf. Atos 22:16). Não há outra iniciação purificadora mencionada no Novo Testa•
O sermão inspirado pelo Espírito despertou a convicção no coracao dos ouvintes.Lucas manto senão aquela que é registrada aqui (cf. At 15:8-9; 1 Co 6:11)."
ensina aqui, historicamente, aquilo que Paulo, noutros lugares. ensina mais sistematica•
mente: que o passo para a fé é a obra do Espírito Santo.• A fé, inclusive o dom espiritual Devemos ressaltar que o perdão dos pecados é acoplado com (kai consecutivo) o dom
que vem com a fé (cf. 15:8-9). não é uma obra dos ouvintes; é. em primeiro lugar. a obra do do Espírito Santo: "e recebereis o dom do Espírito Santo." O tempo futuro do recebimento
Espírito Sento no sermão (13:48; 16:14; 18:27). do dom espiritual é tão futuro quanto o batismo com que está vinculado. O dom do Espírito
_
aqu, está d,retamente hgado ao perdão que vem com o batismo. e é prometido juntamente
A reação favorável ao sermão da parte dos ouvintes: "Que faremos?" recebe a com ele: "cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos
resposta das palavras importantes de Pedro: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja ..
pecados. e recebereis o dom do Esplrito Santo. E o dom é prometido "para vossos filhos e
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos �dos, e recebereis o dom para tod?s �� que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar" (v.
do Espírito Santo" (2:38). Nesta resposta. lucas registra seu resumo compreensivo do 39). f: s1gn,f1cante nesta frase. que será observada mais detalhadamente daqui a um
recebimento da salvação crista. Devemos investigá-lo. portanto, com muito cuidado.'º momento. que a condição da bênção espiritual é a chamada de Deus. e não as preparações
Começamos com o arrependimento. O arrependimento não 6 adequadamente defini , dos homens; e a todos quanto chama. Ele dá Seu Espírito como dom ("e recebereis o dom
do como pesar; Isto, os ouvintes já tinham (v. 37). O arrependimento aqui é a decisão. ldOrean) do Espírito Santo").
capacitada pelo Espirita. no sentido de ser batízado. Esta decisão do arrependimento. ou o CMreafnJ. como epaggelia ("promessa"), é empregada nas associações mais graciosas no Novo
passo para o batismo, é precedida e encorajada por meio de Deus avançar em direção aos Teslam !�lo.� exemplo, . ao descrever o evangelho no seu locvs clas.si'tus Paulo escreve q1>e
homens nos eventos salvíficos da Paixão, do Pentecoste e da pregação. Logo. o arrependo· somos Jusuhcados gratuitamente (d6rean). P0f" sua greça" Rm 3:24J, 06rean " uma pata
mento nOo , uma obra prolongada no 1nlimo tque seria expressado por um verbo no que s�nifica "de graC?,I;' "imer�ido." ..dado como pres-ente," "sem causa," Podémos traduzí��
presente do imperativo) mas, sim, a aceitação, de uma vez por iodas, d.a oferta de Deus em noS.$0 contexto, sem condição alguma."
através de pregacto do perdão através do batismo (que é perfeitamente expressada aqui Não é sem relevância, portanto, que Lucas (Pedro} selecione a palavra d11rea para
pelo aoristo do imperativo). O arrependimento é ser batizado. .
descrever a outorga normativa do Espírito Santo. Ao invés de dizer aos interessados que
134 Teologia do Esplrlto Santo O Betitmo no Eaplrito Santo em A1os dos Apóstok>s 135

aguardem o Esplrito Santo num segundo evento de Pentecoste com vento, logo e llnguos. pequenos Pentecostes que são registrados aqui ou que em Atos pretendem seguir o único
Pedro oferece o batismo cristão. Ao Invés de mandar que os candidatos "esperassem," Pentecoste.O Pentecoste equipa a Igreja com a Palavra e a ordenançe. Em nossj) texto (v.
conforme o Senhor mandara a ele, Pedro o!erece o batismo. Depois do Pentecoste. a 41) é no único termo 'batizados" que a totalidade da salvaçllo definitivamente liberada no
,
ordem de .. esperar•· em conexão com o Espírito Santo não é repetida no Novo Testamento. Peritecosta e anunciada na pregaçlo é selada. A salvaçlo é oferecida no batismo em nome
E a espera dos apóstolos em Jerusalém aplicava-se somente àquele perlodo Incomum na de Cristo (vv. 38,39) e é evidenciada paios mesmos meios (v.41 ).O batismo é a evidência
carreira apostólica entre a ascensão de Je•u• e Seu dom do Eeplrlto à Igreja no Pentecotte. vlslvel en1lnada em At01 do recebimento do perdlo do• pecadoa com o dom coordenado do
Oa crl1tloe subseqüentes nlo precisam espero, em Jerusalém a promesso do Pai. Espírito Santo.
Nosso texto nos ensina que, desde a ocorrência do Pentecotte, o batismo fica sendo a OutrH evld,ncln podem 1comp1nhar o betl1mo, mH nlo 110 decl1ivu; • dei•ada
locolldade do recebimento do &plrlto em reoposta à preulo do E1plrlto ne pregaçlo. para elas ume Irregularidade feliz e livre no decurso de Atos.Aqui (vv.42-47), por exemplo,
Doravante, o batismo é o Pentacosta. Pedro não convida ninguém ao cenáculo.Não ensina a além do batismo temos um registro da comunhão crista.o desejo pela Palavra apostólica, a
ninguém como falar em llnguas. As formas externas do Pentecoste (o vento, o fogo, as Ceia, e quase o espectro inteiro de vida normal e sadia da Igreja.Noutros lugares em Atos,
visões. as línguas! partem; permanece o conteúdo essencial.O conteúdo é o dom gratuito o dom da alegria 6 acentuado (8:39; 16:34); noutros, a receptividade lparrisia) (cl.4:8 com
que Deus dá: o Espírito Santo. E depois do Pentecoste, este dom é oferecido, como aqui. 4:13 e 4:29 com 4:31). Mas normal e usualmente, visto que Lucas não esté escrevendo
com o perdão, no rito humilde do batismo. O batismo fica sendo o batismo no Esplrito tanto ume história interior dos crentes quanto uma história externa da igreja dos apósto­
Santo. Pedro em Atos 2:38 não oferece nenhuma outra definição.Não faz um contraste los. somente o evento fundamental é registrado, o rito de iniciação na igreja (pois a igreja é
entre o batismo e o dom do Espírito Santo, junta-os.Conforme veremos dentro em breve, é o assunto q�e Lucas tem em mente): o batismo. 14
um dos propósitos principais de Atos mostrar como o batismo e o dom do Espírito Santo Aqui temos o primeiro "batismo no Espírito Santo" desde a vinda do Esplrito no
pertencem indissoluvelmente juntos.Esta t! a lição especial em Atos 8 e 19. Pentecoste.No batismo no Espírito Santo segundo a doutrina de Atos, aqui prefigurada e
Segundo este texto importante, Atos 2:38, devemos ressaltar em resumo que a classicamente desenvolvida e repetidas vezes a partir de agora. o batismo é a evidência
incorporação em Cristo outorga o Espfrito; em nome de Cristo o perdão dos pecados suficiente do pr6prio Espírito.O batismo cristão. pois - e aqui resumimos e olhamos em
sempre inclui, de modo positivo, o dom do Esplrito. O perdão dá cobertura ao nosso perspectiva a totalidade do ensino de Atos - é o batismo espiritual. H6 somente um
problema principal; o dom nos traz nosso maíor provimento. batismo (Ef 4:5), 16
Pedro termina esta descrição clássica e definitiva de recebimento único da salvação
ao repetir a nature·za da totalidade do evento aalvffico e batismal: "Pois para vós outros, a D. ATOS 4:31; 5:32: A ORAÇÃO, A OBEDIENCIA, E O ESPIRITO SANTO
promessB, para vossos filhos, e para todos oe que ainda estAo longe, isto é, para quanIos o
Senhor nosso Deus chamar" �v. 39}. Todos os aspectos que acompanham o batismo no Duas passagens breves, freqüentemente usadas para introduzir condições especiais
Espírito Santo desde sua introdução no caphulo um estão presentes aqui no resumo para a plenilude ou o dom do Espfrllo Santo serão invostigadas agora.a primeira, para a
compreensivo da sua primeira transmissão depois do Pentecoste: a promessa inctusiva, condiçllo da oraçllo (4:31); a segunda. para a cond1çllo da obediência (6:32).
cuja única condlçao é a chamada do doador soberano, o Senhor Deus, "Os que sao
chamados pelo Senhor Deus (v. 391," comenta Stahlin, "e os que invocam o Senhor (v. 21) 1. A ORAÇÃO E O ESPIRITO SANTO (ATOS 4:31; cl. LUCAS 11:13: EF 5:18).
são os mesmos; ...na decisao por Cristo ...uma eleiçao precedente da graça é cumpri­ Atos 4:23-31 contém o relato da primeira reunião de oração da igreja a ser registrada
da."'3 depois do Pontecoste, o resultado do qual Lucas registrou da seguinte maneira: "Tendo
Os meios usados por Lucas até esta altura para definir o dom do Esplríto - sejam em
eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Esplnto Santo.
verbos (indicativo, passivo, segunda pessoa inclusiva do plural), em substantivos (''pro•
e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus (v. 31)
messa", "dom"), ou até em preposieões (''sobre") - todos apontam para a pura graça e
Em primeiro lugar, á importante observar que o Espírito Santo nlo foi dado porque foi
divindade do Espírito - do Espírito Santo.
p_cdido, conlorme o texto. Este fato às vezes é olvidado. Os discípulos 11nham pedido
E este Espírito Santo, em consonãncia com os nomes que Lhe foram dados em Atos.á
intrepidez para falar a palavra.Mesmo assim - ou por isso mesmol - o resultado 6 a
dado atravás dos "meios da graça," Estes meios. estabelecidos como as primícias do
plenitude do Espírito. 1: interessante que nao há registro em Atos de homens que oram
Pentecoste. são a pregação cristã (2:5-371 e seu selo, o batismo cristão (2;38-411.
para receber o Espírito Santo." Podemos ter a certeza de que é correto, e até mesmo
desejável, para os crentes, continuamente pedir o Espírito (assim Lucas 11 ;13). mas não á
C. ATOS 2:40-47. AS EVIDÊNCIAS DO BATISMO NO ESPIRITO SANTO ESTABELECI­
necessário fazer assim exatamente nestas palavras para ter a presença ou a assistêncía do
DAS NO PENTECOSTE: O BATISMO E A VIDA CRISTÃOS
ESpfrieo, conforme ensina este texto de Atos, enIre outros.Podemos realmente ser levados
Os ouvintes correspondem à oferte de Pedro e à sua exortação subseqüente no •crer.com base neste texto, que sempre que há o des.eJo entre os cristãos. em atitude de
sentido de "Salvai-vos desta geração perversa" (v. 40) na seguinte maneira simples. oração. de servir a Cristo. ali 116 o dom pleno do Espírito.Os textos de Lucas t t e Atos 4
.. são, respectivamente, endereçados para cristãos e expres.sados acerca deles.e, tomados
conforme o registro de Lucas: Então os que lhe aceitaram a palavra foram batlzados" (v.
41). Lucas ainda não apresenta qualquer outra evidência inicial do batismo no Espírito Iu nIoi; , nGo ensinam a necessidade para o primeiro recebimento pleno do Espírito Santo
Sento. Não são os sinais do Pentecoste que são registrados, é o sinal do batismo. O Ensinam, isto sim. que a simples oração cristã recebe o contínuo provimento do Espírito
batismo na água fica sendo o medium exhíbitivum do ba1ismo no Espírito.O evento inicial Santo, da porte do Pai, quer o próprio Esplrito seio especificamente pedido (Lucas t 11 quer
do Pentecoste não instituiu réplicas, Instituiu a pregação e o batismo cristãos.Não são não (Atos 4).
136 Teologia do Espírito Santo
O Batismo no Esplrlto Santo em Atos dos Apóstolos 137
� neste contexto que podemos investigar melhor outro texto freqüentemente usado pare
ensinar a cristãos que eles têm menos do Esplrito Santo do que e plenitude oferecida no Cf, Sjoberg, artigo pneuma. TWNT. VI, 381. 16ss.• com o conceito pentecostal esboçldo ne
batismo penteoostal no Espfrito Santo , Efésios 5:18: "E nao vos embriagueis com vinho, no Parte 1:
qual há diuoluç.lo, mas encMl-vos (pleroulthe)do Espírito." Basta ser Indicado que este verbo No ensino rabfnk:o...havte uma conexlo reconhecida entre o Espirita Santo e uma vida de
contempla nlo o recebimento de ume w, por todas do Espírito Santo (neste caso, o aorlsto do obedi6ncie a Oeu1. O dom do E.rpfrito 111 li mencionado primariamente como uma recotnpensa
imperativo teria sido usado). mas. sim, a responsabilidade e privilégio presentes e oontlnuos de para ume vida obediente, A possesslo do EsPírlto , apresentada em primeiro lugar como o
•., (passivo} cheio do Espírito. t7 O esoopc da passagem é pouco diferente de Lucas 11:13: resultado de um1 vida de retkSlo, nlo como• bHe da mesma•.•onde h' homens justos. ali o
embu oontklerem o relacionamento continuo {e nlo introdutório) entre o crente e o Esplrlto Espírito Santo Hr, dado. 11
Sento. Nenhuma das passagens pr&OCupa-u. ou por adjetivos, ou por edvfht>k>s, em definir,
eprofundar, ou absolutiz:ar o elmples "pedir" ou .,encher-se", porque as duas v6em o Eeplrito
Santo no côntexto da Peesoa • obra de Jesus Cristo. que 1ignlfica que vAem o Esplfho, nlo E. ATOS 8:4-24 O BATISMO NO ESPIRITO SANTO NA SAMÁRIA
como I re1liz:1çlo monumental do cr•nte, m11, tlm, como• provido que Deu, grecioeamente
ofereceu para viver • vide c.1l1tl, 1. ATOS8:4-17 ESF'ECIALMENTE14-17: AUNIÃO ILUSTRAOAENTRE OBATIS·
MO E O DOM DO ESPIRITO SANTO
2. A OBEDlfiNCIA E O ESPIRITO SANTO (ATOS 5:32)
No relato das conversões Samaritanas, temos o único registro no Novo Testamento
O texto mais freqüentemente aduzido para a condição da obediência nas discussões de pessoas que crerem. aceitaram o batismo cristão. e que mesmo assim ainda não
pentecostais é Atos 5:32: --ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o receberam o Esplríto Santo. A razão deste hiato é tão importante para nós compreender­
Espirita Santo, que Deus outorgou aos que lhe obedecem. --o texto é interpretado, conforme mos como foi para a igreja nascente em Jerusalém.
vimos, da seguinte maneira: Nem todos os cristãos têm o pleno dom pentecostal do
Espírito Santo, porque, conforme se diz que o texto indica. nem todos os cristãos têm sido Ouvindo os apóstolos que estavam em JerusahSm. que Somaria recebera a palavra de Deus
plenamente obedientes às condições necessárias para o pleno recebimento do Espirita enviarem-lhe Pedro e Joio; os quais. descendo para lá, o,aram por eles para que recebessem o
Santo. Espfrito Sento; porquanto nlo havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente heviam
sido batizados em o nome do Senhor Jesus. Entêo lhes impunham as mãos, e recebiam es1es o
A obediência aludida em Atos 5:32, porém, ao invés de ser uma condição, é o Espírito Santo (8: 14-17).
resultado do dom do Espirita Santo. O texto n6o diz nem que o Esplrito Santo será dado Deve ser notado em primeiro lugar que o remédio para a ausência do E.spfrito Sento
àqueles que U,e obedecem, nem que o Esplrito Santo foi dado àqueles que Lhe obedeceram não fol procurado ou achado, segundo este texto, em qualquer disposição dos samarita•
anteriormente, mas, de modo interessante e sugestivo, que o Espírito Santo foi dado no nos. 20 Nem, segundo noBBo texto, quaisquer passos para receber o Espírito Santo foram
passado àqueles que agora estllo obedecendo a Ele. O texto diz literalmente: "e bem assim propostos aos samaritanos. Não se faz perguntas aos samaritanos, nem sao submetidos a
.,
o Espirita Santo, que Oeus outorgou (passado) aos que lhe obedecem (presente) . Um dos quaisquer exigências. O problema não está com os samarÍ!anos. Não temos registro algum
sentidos do texto é pelo menos este: a obediência é o resultado presente do dom anterior que estava com Felipe, 21 que, na realidade, é instrumental na cena seguinte (8:26-40) na
do Esplrito. 18 conversão do eunuco etlopo sem qualquer suplementação pelos apóstolos. Realmente.
Em segundo lugar, não somente o texto mas, sim, o contexto deve ser cuidadosamente não temos registro algum de falta subjetiva por qualquer parte nesta narrativa. A desco•
observado. Pedro e os Apóstolos estavam falando ao sumo sacerdote e ao Sinédrio (w. 27, berta em Atos 8:14-17 de dedicação insuficiente por qualquer das partes, ou a descoberta
29). As obediências em falta neste auditório não eram as obediências de suficiente do cumprimento imperfeito de quaisquer condições, deve ser importada para o texto não
observância religiosa, de oração, de sacrifício ou de zelo. Tinham, se assim fosse possível, f)Ode ser exportada do texto.
demais destas ..obediências." Faltava-lhe a única obediência necessária: a obediência da
fé. Há, portanto, contida na observação de Pedro uma repreensão: "Deus deu Seu Espírito
Observe es importações do pontecostal Riggs (pág. 109t:
Santo, não a vós, que pensais que Lhe obedeceis através da vossa espiritualidade mas que Pedro dissera ao Sinédrio que o Esp&rito Santo era dado àqueles quo obedocem a Deus (Atos
continuais a descrer no Seu Filho; deu-O a nós que cremos em Jesus e que assim 5:32} e. ponanto, sem dúvida exphoou isto aos convertidos samaritanos.Pedro e João tinham
obedecemos a Ele no ministério da Sua Palavra." ouvido o Senhor prometer que o Pai deria o Espírito Santo àqueles que U1e pedom.Logo,
decerto contaram fsto. também. &0s convertidos samari1anos. Quando estes. que estavam.
Este texto não oferece ajuda e encorajamento à multiplicação das condições devotas esperando para sor OOYOS discípulos. receberam o,aç.ão a instrução desta maneira. os após10-
em nome da obediência. Eram, pois, precisamente as obediências rigorosas que, na k)s impuseram sobfe eles as mãos {como uma ajuda à fé dos candida1os) e receberom o
realidade, impediram o Sinédrio de ter fé em Cristo e, portanto. de receber o Espírito Santo. Espírito San10
. .
Há . obediências . que bloqueiam o caminho para o dom de Deus (cf. Rm 9:30-10:4; CI A imposicao das mãos dos apóstolos. porém. não era simplesmente uma ajuda à fé
2:20-22). dos candidatos, era o acompanhamento normal do batismo (9:17-19; 19:5-6; Hb 6:2). i.é,
Mas em primeiro lugar, a obediência mencionada em Atos 5:32 é uma obediência que da inicisçlo, 8 como tlJI, nem como um rito independente de iniciação, nem como uma
• flui do dom anterior do Espírito Santo. Esta é a lição do Pentecoste também, observada intensificação da fé dos iniciados. tem sua relevancia.
mais notavelmente na carreira e na obediência do próprio Pedro. A obediência que faltava O qup faltava aos samaritanos, dentro das informações que recebemos do texto, não
ao Sinédrio que estava presente nos apóstolos era simplesmer')te a fé em Cristo. Tirar de era a imposição das mãos, era o Esplmo Santo (vv. 15-16).'2 Em nenhum outro fuga, em
Atos 5:32 as diversas condições pentecostais da obediência deve levar à criac;ao mais Atos, a nao ser em Atos 19:6, é que se registra as mãos dos apóstolos em conexão com o
rApida de um Sinédrio do que uma igreja. dom do Espírito Santo - nem no Pentecoste. nem nos derramamentos após o pentecoste.
nem sequer na própria conversão de Paulo. onde Ananias que não era um apóstolo, foi,
138 Teologia do E.splrito Santo O Batismo no Esplrho Santo em Aios dos Apóstolos 139
segundo o relato de Lucas,. o agente (ou auditório) da ínjcíação de Paulo. Até mesmo em cimento samaritano em Atos 8 lnclula entre seus propósitos o desmontar vivido e visual do
_ _
Atos 19:1 •7 não era a Imposição das mãos apostólicas que ou faltava ou to, ensinada mas, muro de inimlz:&de entre os judeus e os samaritanos e• conserveçlo da preclo•• uni lo da
sim; conforme revelará uma leitura cuidadota do texto, a parte necess,r·ia era o batismo Igreja de O.ui atrav41 da '1ntercepção" ímpar e divina, e dePoll, da rápida outorga do
cristão do qual a impo1içlo das mloa era aimplesmente, como sempre, uma pane. Eaplrito na presença dos al)<lstolos.
Devemos procurar uma soluçAo para o enigma samaritano numa outra direção. A centralidade dos apóstolos e a união da igreja - estas estão entre as lic,ões
Samaria foi o primeiro passo decisivo da igreja para fora do judaísmo, e para alám dele. importantes de Atos 8- mas são sobrepujadas por aquilo em prol de que e><istíam tanto os
Este não era nenhum evento casual. Somente a adesão dos gentios (cap. 10) pode ser apóstolos quanto a única igreja apostólica. O evangelho, na sua graça, liberdade e uníver•
comparada com ele. A Samaria era tento uma ponte para ser atravessada quanto uma salidade, constituí-se em eseopo principal do incidente da Samaria. A Iluminação diante os
base para ser ocupada. Uma ponte pâra ser atravessada porque a Samaria representava o olhos da igreja inteira - judaica, samaritana e depois, ecumênica -do evangelho gratuito
mais profundo dos abismos: Ó racial-religioso. Uma base para ser ocupada porque a igreja de Jesus Cristo que é selado, para todos quantos o recebem, pelo dom gratuito do Espírito
já não reside mais em Jerusalém ou entre os judeus somente. mas fica sendo uma missão. Santo: este é o propósito dominante nao somente para o registrar do relato samaritano,
Conhecemos a par1ír doutros relatos no Novo Testamento o sentimento do judeu para como também para a composição de Atos 1 • 15 como um todo.
com o samaritano, e sabemos pelos registros importantes em Atos 1 O� 11 e 15 acerca da A qualidade única do evento samaritano é afirmada atd mesmo por aqueles que o
declsao dolorosa e critica que o recebimento dos gentios significava para a Igreja judaica. empregam para ensinar doutrina especial, 24 O relato é acentuado por duas palavras
A razão por detrás da divisão totalmente sem igual daquilo que sempre a partir da importantes em v. 16.
Pentecoste é uma coisa só - o batismo cristão e o dom do Espírito - pode ser achada
(0 Espfrito) nlo h1vi11 ainda descido sobre nenhum deles, mas som1n111 haviem sido batizados.
mais satisfatoriamente na vontade divina de estabelecer de modo inequívoco para os
apóstolos, para os samaritanos desprezados, e para a Igreja inteira. presente ou lutur� Lucas relata que os crentes samaritanos 1om,,nu1 (monon) tinham sido batizados,
que, para Dt1v1 nao exi■tiam barreiras para Seu dom do Espírito; que aempre que ocorria a1 indicando que o suficiente ainda não ocorrera, como realmente não tinha. Ser batizado e
fé no evangelho, ali havia a obra do Espírito e ali, POrtanto, Deus tinha como propósito não ter recebido o Espírito Santo era uma anormalidade e, de fato. conforme a passagem
conceder o dom do Seu Espfrito; que o batismo em nome de Cristo, assim como em todos passa a ensinar. uma contradição de realidades cristãs,
os outros lugares, agora também em Samaria deve incluir o dom do Espírito; numa Esta Impossibilidade é ressaltada por uma palavra ainda mais importante no v. 16. A
palavra, que o dom do Espírito Santo de Deus era gratuito e para todos. Para ensinar este fato palavra introduz o versículo e é acentuada por sua posição no começo da frase em Grego:
básico e importante - era o fato do evangelho - Oeus reteve Seu dom até que os "Ainda não oudepõ havia caldo o Espírito Santo sobre nenhum deles." O significado é o
apóstolos vissem com seus próprios olhos e - não olvidemos este fato! - fossem seguinte: O Espírito deve vir com o batismo. mas esta vinda "ai'nda nAo" ocorrera. O
instrumentos, com suas próprias maos, da outorga do dom de Deus (v. 20), imerecido, relacionamento entre o batismo e o Espírito, indica o ''ainda não.·· é o relacionamento da
muito menos pela raça ou pele religião anterior. coesão.
O papel dos apóstolos não deve ser subestimado. Como testemunhas eKclusivas do Há uma distinção imponente entre as, palavras gregas oudeplJ e ou. assim como há
ministério, da morte, e acima de tudo da ressurreição de Jesus Cristo, e como portadores na maioria das línguas alguma distinção simbólica entre um evento que ainda não
especialmente nomeados para levar esta tradicão salvlfica ao mundo. foram investidos de acontece e o que não acontece. Quando se diz que "x aconteceu mas y nlo aconteceu,·· é
autoridade pelo Senhor, e não é acidente, portanto, que eles, e não quaisquer discípulos transmitido um grupo específico de significados: não somente os dois eventos não têm
em Jerusalém, é que foram enviados à Samaria. Mais tarde. oficiais menos augustos do conexão, como também, até certo ponto, são contrastados. Mesmo assim, quando a
que Pedro e João podem ser enviados para novas situações Importantes - e.g., Barnabé palavra "ainda" é acrescentada a "não", recebemos um retrato dos componentes de um
para Antioquia (11:22). Mas ao atravessar o primeiro limiar para o mundo não�judaíco, só evento inteiro. Desterte, quando Lucas escreveu que os crentes samaritanos somente
conforme Lucas deseja apresentá-lo de modo dramático e estilisticamente, os próprios 1inham sido batizados. mas que o Espírito Santo ainda n6o tinha descido. quis dizer que é
apóstolos principais vieram. 23 exatamente a vinda do Espírito que completava o batismo cristão, e que o dom do Espírito
O fato de que fosse a vontade de Deus vincular 'com a vinda dos apósto�. suas ser6, portanto, dado àquilo com o que apropriadamente pertence - como de fato realmen10
orações. e a imposic;ao das suas mãos, Seu dom do Espírito Santo, ressalta não somente a o foi. Com as palavras "ainda não" e "somente" de Atos 8:16 somos levados não somente
relevancia dos apóstolos na dispensação divina. mas 1ambém a relevância da igreja e dos para o coração do significado desta passagem como também para o mundo interior da
seus fundamentos apostólicos. J; evidente que não era o plano divino. segundo o modo de convicção do escritor e da igreja prímítova diante do batismo e do dom do Espírito. 25
Lucas entendê-lo. que a primeira igreja fora de Jerusalém surgisse inteiramente sem As qualífícações de Atos 8:16 que Indicam a suspensão tempor�ria do normal - os
contato com os apóstolos. Se tivesse havido tal ocorrência, teria indicado a indiferença da "somente batizados" e o Espírito "ainda não" dado - são conforme devemos notar,
tradição apostólica - víz., da história de Jesus Cristo - e da união da Igreja. Tanto a singulares no Uvro de Atos e pressup6em a união entre o batismo e o Espírito. Em nenhum
tradição quanto a união foram conservadas através da visi tacão apostólica. Os samaritanos outro lugar no Novo Testamento o batismo cristao recebe as qualificações de Atos 8:16. E
não foram deixados para tornar-se :Jma seita isolada sem ligações de união com a igreja 1med,a1amente em Atos 8:17 somos informados que aquela desconexão singular
foi
· apostólica em Jerusalém. Se uma igreja samaritana e uma igreja judaica tivessem surgido jmed,a1amente rransposta.
independentemente. lado a lado. sem a remoç.Ao dramática das barreiras antigas e amar• O vácuo é preenchido à parte de qualquer novo regime de condições imposto sobre os
gas de preconceito entre as duas, especialmente no nfvel da autoridade final, a jovem samaritanos. Este é, para as consídoraçõos do nosso estudo. o falo mais no1ural. O que ó
igreja de Deus teria ficado cismática desde o comeco da sua missão. O drama do aconte- ensinado em Atos 8: 14-17 é relevante: a união do batismo em nome de Jesus Cflsto com
140 Teologfa do Esplrito Santo O Beti,mo no Esp5rilo Santo em Atot dos Após1olos 141

o dom do Esplrito Santo, à parte de todas as condiç(Jes subjetivas, conforme o propósito de Neste texto, conforme vimos. o batismo cris180 e o dom do Espírito Santo sao ensina•
Dsus s realizada por Ele. O Espírito está temporariamente suspenso do batismo aqui dos, nao como realidades contrastadas ou separadas, mas. sim, como os oorrelativos do
"somente" e precisamente para ensinar a igreja na sua juntura de haver mais preconceito, ünico recebimento da salvaç&o crista. As construQÕes doutrin6ries que foram levantadas
e no seu avanço missionário inicial estratégico além de Jerusalém, que a suspenslo nlo sobre o fundamento frágil e isolado de Atos 8:14-17 (freqüentemente com a ajuda ileglti•
pode ocorrer. Este é o único registro no Novo Testamento do batismo cristão sem o dom ma dos batizados por Joao, em Atos 19:1-7; ver a expOSiçllo abalxo)-desde posições que
Imediatamente presente do Espfrito cristão, e a resolução imediata desta enormidade, perecem tio diferentes entre si como os batismos espirituais do pentecostalismo e de
ensina de modo impressionante. embora não sem confusao, a doutrina neotestamentária Markus Barth atê o sacramento da confirmação administrado episcopalmente no catoli­
normativa e importante no Novo Testamento do "um só batismo" da igreja. O batismo em cismo romeno e em partes do anglo-catolicismo -bastem para nos fazer perguntar com o
nome de Cristo não pode ser outra coisa senao o batismo no Espírito Santo; o batismo salmista: "Ora, dastruklos (estes) fundamentos, que poderá farer o justo?""
cristão não pode deixar de ser acompanhado pelo dom do Espfrito Santo (2:38,39; 19:1 •7). Este não é o lugar para tratar detalhedamente do falo de que uma doutrina de um dom
Este fato unificante é também, e especialmente. a doutrina do incidente samaritano. 28 ou plenitude separada do Espfrito Santo, seja pôr um batismo espiritual pôSteroor ou pôr
A possibilidade de que os samaritanos tivessem falado em línguas ao receberem o um sacramento subseqüente de confirmação, sofre a desvantagem de n&o ser nem
Espfrlto nlo é irreal. Mesmo assim, e pressa com que esta conclusão às vez.es é tirada ensinada nem lnstltulda por Jesus nos Evangelhos, nem discutida nas Epistolas de Paulo,
parece-nos precipitada. Simão "viu" (v. 18) que os samaritanos tinham recebido o Espfrlto nem sequer mencionada na lfteratura da igreja pós-apOStóllca." A impôsição das mãos
Santo. Mas não poderia ter visto, por exemplo, a alegria mencionada no caso do eunuco no para a iniciação é mencionada duas veres em Atos-aqui e em Atos 19:6-e em Hebreus
incidente seguinte (v. 39), ou a comunhão e o amor dos convertidos no Pentecos1e (2:41- 6:2. e em todos os três incidente,, de modo relevante. em e1trelta conexão com aquela
47), ou quelquer outro dos frutos do Espírito Santo mencionados no decurso de Atos? realidade abrangente de que faz parte - o batismo.
Estes atributos morais podem ser tão milagrosos, tão repentinos. e tão visfveis como a Atos 8 não existe para ensinar a separaçlo, existe para ensinar a uni6o entre o
manifestação marcante das línguas. batismo e o dom do Espfrlto. Podemos direr, portanto. que as várias ln1erprotações que
foram colocedas sobre Atos 8 a fim de desenvolver uma doutrina blbhca de uma segunda
Além disto. o falar em línguas não é mencionado no texto. Se fosse a convicção de outorga do Esplrito Santo, plena nessa ocasião, ou experimental ou episcopalmon1e, não
Lucas, ou da igreja primitiva, de que ninguém deveria supor que tivesse recebido o têm fundamento ou neste texto ou no contexto bJblico maior.
Esplrito Santo até que tivesse falado em línguas - se isto fosse tão impôrtante que a
ausência da forma fosse prejudicial ao fato - por que lucas tão consistentemente deix.a 2. ATOS 8:18-24: COMO NÃO SE DEVE PROCURAR O ESPIRITO SANTO
de mencionar este síne qua non? Por que não menciona em todos os lugares. e. de todos ( O EPILOGO DE SIMÃO MAGO)
os lugares, aqui. onde, por um período havia conhecimento de que o Espírito Santo ainda
não fora recebido? Aqui. certamente, na única ocasião no Novo Testamento onde, momen­ Lucas nao dissera no seu registro da conversão samaritana que o Espírito Santo foi
taneamente, o batismo cristão parece estar sem o dom espiritual, a doutrina das linguas como dado atrawls de (dia) as maos dos apóstolos: simplosmonte colocara em paralelo a impcsi­
a único "8Vidência inicial do Espírito deveria ter sido ensinada com destaque. Nossa (,nica çlo das mlos e o dom do Esplrito: "Entlo lhes impunham as mãos. e recebiam estes o
conclusão deve ser que Lucas não tinha semelhante doutrina. Paulo não a ensina, nem os Espfrito Santo" fv. 17). Deus realmente pode ter dado o Esplrito "através das" mãos dos
relatos dos Evangelhos: 27 não pode ser achada noutro lugar no Novo Testamento. e nem apóstolos, seja qual lo , o significado disto. Pelo menos, está muito peno de ser o caso, e
sequer é ensinada como normativa em Atos. Falta apoio suficiente a esta doutrina. O falar talvez não precisemos ter objeç:Jo a esta expressão como tal. Deus realmonre deu o
em lfnguas realmente pode ter ocorrido em Samaria, e nada temos contra Isto; mas não Espfrito Santo nalguma conexão com a imposição das mãos dos apóstolos. Mesmo assim,
temos registro dele, tampouco, e onde o texto silencia. especialmente no que diz respeito a é possível que tivesse havido impliceçõos indesejáveis se o Espírito Santo tivesse sido
um assunto tão importante como a evidência do Esplrito Santo. talvez seja melhor o registrado como sendo outorgado exatamente "através" das mãos dos apóstolos. A refe­
intérprete guardar silêncio também. rência à oração (v 15) ajuda a evitar algumas destas 11nplícacões. Para deixar os registros
hmpos do uma ver. porém ainda não se chega a dotor em Atos 8:14-17 que o Esplnto
A encarnação. a vida. a morte, a ressurreição, a ascensão, e o assentimento no céu, de Jesus . Santo foi outorgado atravês das mãos dos apóstolos
devem ser vistos como um só ato salvif1co ind1v1sfvel, 1odos os beneflcios dos quai$ o cren1e
recebe 1unros num só batismo cristão e nao paulatinamente ou em partes. uma antes da outra, Simão, porém. far a equação delicada e talver fatal. Lucas nos diz que "Sim/lo v,u que,
em balismos separados. O crente n3o deve ter ex.periências separadas de crise na forma de, pelo lato do 1mpôrem os apóstolos as mãos, era concedido o Espírito " fv 18). e S,mao.
primeiramente. o Natal, depois. a Sexta-Feira Santa. depois. a Páscoa e depois a AscensAo. e. portanto, oforece aos apóstolos os meios para conseguir oquilo que entende ser um poder
finalmente. o Pentecoste. antes de ser um cris1ão integral apôStólico "Concedei-me tam�m a mim este poder, para que aquele sobro quem eu
Estes fatos. tomados em conjunto, devem inibir os esforços repetidos no sentido de impuser as mãos. receba o Esph ito Santo" (v. 19). Aquilo que Simão pensou que viu não é,
de qualquer maneira, tão sério quanto o modo fou até mesmo o fato) de ele o procurar. A
edificar uma doutrina convincente de um segundo batismo, o no Espírito. ou de um dom
especial do Espírito Santo, ou do imperativo (não. necessariamente. da prática) da imr>osi• resposta do Pedro vem soando até nosso século:
ção episcopal das mãos na ocasião da. confirmaç�o. neste texto som igual. Se uma Pedro. porém, lhe ,as pe>f'deu O teu dtnheuo seio cont•� p,3ra pe,d1t3o, pois Julg:tSte odQumr
doutrina bíblica deve ser ensinada em ,nais de um livro. e freqüente e sistematicamente a por mete dele o dom (ten d6teon) de Deus. Não tens patto nem sotte ne-s1e mm1s1,r10. PQtque 0
fim de ser obrigatória para a igreja. então precisa de ser ensinada em mais de um lugar em teu coraç&o nao é reto diante de Deus Auepende•te. potS, da 1ua maldade. e roga 10 s�nhor ,
um livro (e, em tal trecho. certamente deve ser ensinada). talvez u1 SCJI perdoado o intento do coração: po,s vejo que estás em fel do amarguro e laoode
1niq uld•do" ( w 20-23).
142 Teologia do E.spfr-ho Santo O Batismo no E.1,plrito Santo em Atos dos Apóstolos 143

A passagem inteira acerca de Simão é importante para a compreensão do dom do en110. aquilo que é chamado uma promessa é na realidade ume recompensa e, portanto. i' nllo
Espfrito Santo e, na realidade, é a única Instrução n419ativa independente dalgum temanho exclusivamente Urr'! dom, nem um dom de Deus. 30
que temos no assunto do Espfrito Santo em Atos.
A repreensão dada por Pedro é uma das mais severas em Atos (Atos 8:20-231. O
Simão desejeva o Espírito a fim de que 111 tivesse maior poder espiritual; (21 estava
espírito que procura obler o dom gratuito de Deus através de meios custosos não é um
disposto e fazer um sacrifício dispendioso para obter este poder; e (3) foi obrigado, porém, a aspfrito bom. E um espfrito "em fel de amargura e laço de lniqüidade" fv. 23). Precisa orar:
enfrentar a, conseqüências desta busca espiritual espúria.
não pelo Esplrito Santo, mas. sim, pelo perdão por ter tentado obtê-Lo (8:22bl. Preciso
Primeiramente, Simão ficou Impressionado com aquilo que o Espírito Santo faz, dá arrepender.se: não a fim de receber o Espírito Santo, mas a fim de cessar de ser o espirita
poder. Como conseqüência, desejava ele mesmo possuir este poder e conferi-lo: .. 'Conce­ que é. Não se constitui em surpresa alguma, portanto. que Simão foi considerado pela
dei-me tamWm a mim este poder, para que aquele sob<e quem eu impuser as mãos, igreja apostólica e pós-apostólic.a como "o pai de toda a heresia" e que tinha, de modo
receba o Espírito Santo.' " Este motivo e seu Julgamento sub,eqüenta deve constituir-se apropriado, o nome "Mago" (mágico, cf. v. 9). Jt
em advertência: o desejo de ter, obter. ou dar o dom do Espírito Santo devido primariamen­ Há, na realidade, uma disttncla não muito grande entre a magia e as condlçõea. As
te ao poder que outorga é um desejo perigoso. O fato de que, ne matéria em opfgrafe, é duas procuram ir além da fé para tomar posse de podereo aobrenaiurola. As duas astAo
mediante o apelo do poder que o bati1mo 11peclal no E1pfrito Santo é maio freqüentemen­ fora de lugar na Igreja. No entanto. numa forma ou outra, ambas sempre têm permanecido
te preconizado não é um sinal propício. para vexar a igreja. O gnosticismo, cuja conexão com Simão Mago nAo é meramente
Em segundo lugar, Simlo estava disposto a fazer um sacriffcio consider&vel pera obter acidental, constituiu•se na primeira das lutas pela sobtevivência da igreja primitiva. e
o dom do Espírito. Não foi somente a oferta crassa de dinheiro que repeliu a Pedro, era a provavelmente a mais formidável delas. As e-artas de Paulo a Corinto são a lembrança
"noçjlo" fopmoia. v, 22 - "intento" ARA - v. 22; cf. enomisas, v. 20) ofensiva de que o clássica desta luta. Descobriremos que a "noção" de Simão desenvolveu-se na "teolog,a
dom de Deus possa ser adquirido /ktesthai/ por meios humanos /dia chr�metlJnJ. corfntia" dos oponentes de Poulo, e que ambas acham talvez sua correspondência ma,s
recente na teologia do pentecostalismo.
Podemos retomar cada um destes termos impo,,1an1os p0r sua WL 1. O ob1411vo do A passagem de Simão Mago serve como advertência perpétua contra a imposição de
sacr,flcio do Si�ão era t6n d6r1Jon lou th11ov.·· o dom (graluito) de Dous"�. 20, S1mDo Ponsou condições para o dom gratuito de Deus. Somente uma vez antes Pedro teve de falar 1ao
que 0$1tJva pedindo um dom separado, distin1ivo e adlclonat quando procurou o Poder do .. ..
severamente: com Ananias e Safira por "mentir ao Espfrito Santo e "ten1á-lo (5:3, 9).
Esplr,to Santo paro si mesmo. Oeceno. ele não sabia que nao há tal dom achctonal ou mais
sublime, se for cooceb1do como to! - há somente "o'' dom de ser um cristlo - o dom do Como mentiram ao Espfrito1 Por meio de alegar ter dado tudo a Ele, quando realmente não
Esp1ri10 San10. E este dom á o dom de Deus (tou thsouJ. tinham feito assim. Como Simão pecou contra Deus? Por meio de presumir que darlo a
Deus alguma coisa pelo Seu dom, quando somente Deus é o Doador dele; por sup0I qult
2. O maio do sacrlHc10 6 d1h chrémotõn. Chrémn significo 'bens, riquezas, meios" foss1m alguém deve "pagar um preço" por aquilo que Deus oferece de graça. O assunto importan­
Marcos 10 23 par: luus 18 241. ou "dinheiro" corno oqul IBauer. Woe11erb11cl1 5• p6� 750t E
algo de valor que os hon'!Gns possuem; é trazido pela parte auv,:, (e.g , BarnaW, 4 37', e f te na fé cristã é que Deus dá tudo (cf. 1 C o 4:7). logo. o dom de Deus pode somente ser -
alguma COfH usualmento desejada pela parte passiva ou recebedora (e g . Féhx. 24 26) POde recebido.
a.e, oferKtdo muito hotlrosarnente (• g • 8arnab4). o d Htlm ehemento honrado entre os
hom,ons (cf Atos 4 34-37) Ofe,ecê•lo � ser um notM-o fruto da graça Mas - e com isto Quem já deu um prosenle a Ele.
vo11timos para nosso texto - nunci1 podo ser oferecido para obter graça, senão a grnea ces.sa de Pa,a receber um presente em troca?
ur graça O dom de Deus vem dia thtmtos. nao dut thrllmetfm Fonte. Guia e Alvo de ludo quanto há -
3. O verbo do sacriflcio do Shnao ó Atas1ha1. Do•s verbos sao empregados em A1os parn o A Ele seja a glória para sempre! Amém.
reeebtfnento do Espí�!'º Atttsth111 {"ob1ef'J somente oqui (8 20). e cm todos os ou1ros lugares (Rm 11 :35-36 NEB)
a
!ambnnern ( _,receber ) (cf 1 2·38, 8 17; 10 47, 19.2) Ktostho1, como chremo. tem um uso
Ouauo palavras marcantes silo empregadas em Atos pora ensinar e preservar a doutrina do
1n10,es:san10 e 1nstru1ivo em Aios Oc04'ro em oés lugares om 1 18 acerca de Judas. em 8·20.
de S,mao. e em 22 28, de um cobuno romano Em todos os ués casos. a p,ocu,a es16 em Esplrito Santo: spaggotia ("promessa;· 1·4; 2:33, 39: cf. lucas 24:491; dorea ("dom;· 2:38.
conox3o eom um p,eço pego. Em cada uso há presente o que pode ser chamado o elemento 8.20; 10:45; 11 ;171; didonsi (''dar;· cf. edoilcn, "deu .. 5:32: 11: t 7-181: e lambanein ("recsbor,"
comcrc,al A luz des1as passagens de Atos Podemos dmg1r 1r6s pergun1as 11pológ.eas ao nosso 1·8; 2 :38; 8:17. 10.47: 19;2). e todas as quatro combatem o ftfro do modo conchc1ona1 do
tema h4 o que podemos chamar de ,nterp,re1acao 1.,0 "Judas" ou"campo de sangue" do entender o EspVilo Santo. O Espírito Santo é a pc-omes.sa e o presen1e do Pai e, como tal, é dado
.. perfeitamente como dom g,a1uho - não meramente oferectdo - aos cren1e$ que simplesmen­
Espfr,10 sempre que se d,, que o dom de Deus é procurado como ··,ecompensa 1 Hó uma
1n1e,pretaç3o que p,odemos chamar de "simbruca·· sempre que pensa . se quo o Poder do te O recebem {nunca O obtêm) Conforme 16 notamos. P8k> menos uma das palavras card1na,s
Espfruo pOck ser procyrodo par me,o de nos"ios rncu,s.os1 Finalmen1e. há um modo IIIPO está presente em cada contexto de Atos onde é descrita a outorga deci$1va do Esp1t110 Es1ns
quauo palavras agom como luzos para ilum,nor o significado do Espfrito Santo sempre que Ele
"tnbyno" de eniender o Espltito scmpro que alguém Podo dizer "A mim me custou g1ondl,. desce. Conservam a men1e da lg,eja den1ro das fron1eitas da graça Em conjunio, declaram
'8cr1fíct0 obter este dom"? {Ver. para a relevtncia destas perguntas "O Ca,áter do Preco ou
Cus10 do Dom (do Espi11to),'' p6gs 79-80. supra). No Novo Tes1omento. nenhum sac-t1hc10 o aspecto gr:uu,to da graça. Na presença delas, não pode haver noção alguma de Que o dom do
prepara o caminho r-ara o Es1,h110 sen:Jo um só. vo, aba11co. "A Condi�o do Esplrno," págs E�pinto Santo é uma aqulsieão procurada como recompensa mediante condições aldrn da fé
179 83 A refevânc1a da PHS&gc-rn de s,mão Maoo para nosso rnma é esta O Esp1t110 é. na em Cftsto.
linguagem de Atos 8 20, o (tini dom - o dom (d6r•1mJ de Deus fiou th�uJ A doutrina importante do recebimento do Esplríto Santo no Livro de Atos. conforme rá
Se o dom de Deus p()de se, 11,vamente obltdo P()f peuoas espec.a1s dtpois da 1n.c1ac.lo. 10 é observada nos capflulos lnic,a,s importantes. conforme é conservada no capítulo 8, que d
mvés de ser livremente recebtdo po, todos na m,cutc:30. pelo HCflfício ao invés de pOla ff. especialmente imPortante e conforme é desenvolvida no decurso dos capltulos subse-
.
144 Teologia do Espirita Santo
O B11ismo no Egplrito Santo em Atos dos Após-tolos 145

qüentes em Atos, pode ser formulada provisoriamente numa proposição: O Espírito Santo (2) quanto • doutrina du condiçOes:
é dado por Deus somente, através da vox humanum do evangelho como a promessa do Meu objetivo é apenas averiguar o que é que recebemos na Confirmaçêo além da g,eça
Pai e é simplesmente recebido pelos homens em nome de Cristo como um dom gratuito puramenre batismal. quando todas as condiQÕK cenH forem cumprida, {pég, 6).
mediante a fé selada no batismo.
(3) a conclum:
A nlo Hr que tenha fracas.sedo de modo marcante ao exp0r ot teXIOS bfblicos e patrtstk:os,
NOTA EXTENSA: A "SEGUNDA OBRA" DE MARKUS BARTH, DALGUNS duas HQO,e.s fftarlo abundantemente cleras. creio eu, at4 este ponto: primeiramente, se é que
ANGLO• .CATÔUCOS E 00 CATOLICISMO ROMANO TRADICIONAL devamos ser guiados pela antigüidade primitiva. e Confirmeçlo é uma parte Integrante do
Santo Batismo, de tal maneira que aquilo que usualm,nte chamamos de Batismo fique sendo.
aem ela, um fragmento Incompleto, embora transmite b6neões lnestlmlvet1; e, em segundo
1. MARKUS BARTH
lugar. que ares s,crementl. a bondade objetiva oferecida por Deus pare noH• aceltaçlo, n•�t•
pane da coroeçlo do Batismo, é aquela que tem o titulo de dom do Espirita Santo. Num sentido
Markus Barth, Die Tsvfe - sin S•Ju•m11ntl Ein BJ<11get/$cher Beitrag zum Gt1Jprs11ch usber dis
lcírchlkhe Tau!• {Zur�ue. 1961) é um esforço extenso no sentido de estabelecer na Escritura tlO especlel e exclusivo este dom penence à Confirmaç&o, que, independentemente de toda.s
as operaçOet prtivlas do Etpírlto Santo sobre a alma, o cr.nte batizado mas nOO confirmado
dois botismos. Ver supra. pá,g. 167, n. t 1. Atos 8 é sue origem documentária mais Imponente.
.. pode ser considerado, a nao ser que a aç&o divina se desvie do seu cur'so normal. verdadeira­
A fim de desenvolver os dois batismos ("O batismo nas •ou&$", O batismo no Espfrilo" -é
interessante que os �ois substantivos não ocorrem no Novo Testamento) Barth faz o seguinte: mente como não tendo recebido o Espírito santo (pág. 414).
vê o batismo cristlo ("O batismo nas águas") como sendo sinônimo, e nada maís, do batismo
Para a rep,esentação mais moderna desta escola, ver Thornton (op.cit.) e sua tese:
por .Joacr. "Não se pode, simplesmente por cal!sa de uma mensage?"' basic,ame-:i,te diferente, e
de uma fá diferente, fazer distinção entre o batismo óe Joêo e o batismo enstao (pág. 172; cf. Assim oomo as Pessoes da Divindade são complementares entre Si. assim a dispensação do
pág, 184) , Devemos pensar que, por razões tão importantes oomo estas - mensagens d1feren· Esp1rito é complementar à obra do Redentor. Assim também nossa Klontificeção com o Cristo
tes e uma fé diferente -deve haver distinção entre o batismo joanino e o batismo cristão, como na história da Sua vida. através do batismo. é coroada pela outo,ga do Espftito da parta dEI• na
realmente há. cf. At 19;1-6. Para a tradução sem precedentes de Atos 19:4·5, feita por Bar1h, Confirmaçlo. A noção que isola a pia batismal num círculo que se complete em si mesmo vai
porém, ver págs. 165·66 da sua obra. Barth (2j entende que a submissão ao batismo "nas contrária nao somente à evidéncia em prol de duas etapas de iniciação, oomo tambám a cada
águas" em nome de Cristo é a obra dos homens - moral, jurkfica e sociológica, ibid., págs. 52• outro aspecto da ··uniao na pturalidade" pesquisada na presente obra. O plano inteiro dos dois
55. E visto que o batismo humano e o batismo espiritual devem ser conservados separados. volumes de São lucas é um coso tfpico (pág. 183; cf.págs.11. 18-19. 180).
conforme a insistência de Sarth, o candidato pode cumprir os atos necessários, morais e
outros, antes de. e sem o benefício de, o batismo no Espfrito Santo. Barth portanto {3) descobre Para um simpósio recente sobre a questão da confirmação, principalmente anglicano,
no Novo Testamento, a despeito de protestos em oonuário, dois batismos cristãos {os substan•
.
tivos de Barth, "balismo nas águas," e "batismo no Espfrito, . e suas ocor,ências separadas ver Kendig Brubaker Cully (ed.), Contirmotion: History, Doctrine and Practice, Greenwich,
indicam suficientémente este fato: ver págs, 159.59 do seu livro). Conn.: Seabury, 1962; cf. também "Neuere englische Uteratur zum Taufproblem," ThLZ
A doutrina dos dois batismos. de Markus Barth, em nome da liberdade divina e no desejo (1951), coll. 709-716, especialmente 715-16. Para um debate erudito com o argumento
legUimo de evitar o sacramentallsmo. é uma doutdna que corre o perigo de cair no docetismo, desta escola, ver G.W.H. Lampe. The Seal of rhe Soirir: A Srvdy in the Docrríne of Baptism
onde a união entre Deus e o humano, interpretada mais como sendo uma vergonha de que and Confirmsrion ln the New Testament and the Fathers (Londres: Longmans. Green.
uma salvação. No entanto, pace Barth, a liberdade divina nao corre perigo quando a certeza da
sofvacão á mediada atravds do batismo mais do que a1ravás do sentimento espiritual transien• 1951). que fornece na sua introdução um panorama útil da linha a partir de Puller.
te. Barth odverte que devemos abrir mão da tendência de "identificar ou misturar juntos o passando por Mason e Dix, até Thornton. Ao argumento de Thornton, representado, por
.
homem e Deus, e congregação terrestre e o sopro divino . (pág. 145). Mas Isco chega quase.a exemplo, na seguinte observação: "Primeiramente vem o Batismo para a remissão dos
s&r uma negação da encarnação (1 Jo 4:2·3). Infelizmente, na sua Ultima obra, Banh pai sogwu pecados; depois , a prometida circuncisão do cora,;ao no selo da Confirmação. Quando
seu filho na doutrina do batismo. Karl Barth, Church Dogmau'cs, IV/4 (1969), pégs. x. 62, 75
estas duas e1apas estão completas, então. e não antes disto, ocorre a habítaç!o do
Espíri10" (op. cit., pág. 9), lampe responde (The Seal, págs. xiii-xiv};
2. ALGUNS ANGLO-CATÓLICOS

Alguns representantes, especialmente. do Anglicanismo ··superior" ou do Anglo-Catolicismo. Exigiria a aurorkiade ma,s clara e dire1a da Escritura. reconhecida e sustentada pelo testemu•
argumentam em prol do primeiro dom pleno, permanente e habitacional do Espfrito Sento num nho constante e uniforme da tradição da Igreja. para nos compelir a aceitar uma doutrina
segundo evento ou sacramento subseqüente e suplementar (não necessariamente uma segun• aparentemente tão desarmoniosa não somente oom os fatos da experiênc•a como também com
da "e,cperiência"çomo no pentec-ostalismo}. A linha principal de representantes desta escola o caiéter essencial do Evangelho..• Sogundo o ponto de vista de Thorntoo, nenhum grupo nlo
inclui: Fr. F.W Puller, Whnt Is tho Distíncuve Grace oi Conhrmotion? 1880; Anhur James episcopal. e nenhuma igreja cujos b1SPo$ nao podom reivindicar serem representantes do
Mason, The Relati(m of Confümation to Baptlsm. 1891; Dom Grego,y Oix, The Theologr oi "mimstéfk> epost6hco:· possui o Espkno Snnto.Seus membros nunca fo,om "trazidos pn,a o
ConHrmation ín Re/auon 10 Baptism, 1946; LS. Thornton. Confirmation; lts Place in the pleno relaclonam�nto" com Cristo, porque "ainda nno entraram na plenitude das miserieótdias
Baptismsl Mystery, 1954. da Aliance:·

Para os paralelos com o pentecostalismo. note. Et.9., as observações de Mason top.


cit )·
Limpe oonctui:
t 11 quanto â doutrina da subseqüência: € d1Hcil. senão imPOSsfvel. entender como pode haver remiss� dos pecados, e adoção, ou o
e. na1ural supor qve o dom pascoal tem o relacionamento eom o dom pen1ocos1a1 assim como o rcoenoracbo, som Sua presença hablumdo nos Seus. Conforme Dr.Bnght observou, cm
Batismo tem relacionamento com a Confirmação. ..; mas seja esio uma declaraçao exata do resposta aos conee1tcs de PuUcr e Mason: '1.Jma té0f1a que adm,1e qu11 o ba1,smo envolve a
caso. ou não, as outorgas sucessivas, em momentos específicos. de dons semelhantes um io regene,aç3o e o 'toque viwfiç.ante' do Espírito. e ·ern ce,to somido' um ,ecebimênto dEle em
outro, mas nio idênticos, nos pr'eparam para aquelas palavras da Escri1Ura $agrada que nos rezão da 'incOfJ)0'8ção em Cnsto' mas que nega aos balizados propriamente ditos.aquela
ensinam diretamente a respeito do sacramento duplo da nossa 1nic1ação em Cristo tpágs.17· habitação pessoal do Espfrito quo é a ·grande p,errogativa da dispensação do Evangelho;
1 8: cf. p�g. 455) confina o 'batismo no Espírito San10 à confirmaçlo... d1fic1lmenre pode ser conskferada
146 Teologia do Espfrito San10 o Batismo no Esplrlto San10 em Atos dot Apóstolos 147

r·ecomoncs.de pela sua consistência, e. segundo parece, exigiria altereçlo tMla no ensino AD nascermos de novo, nós, como indivfduos, fomos pe1soelmen1e salvos, mas mediente o
puto,el dos cl.igoc" IP'-!- 317). Batismo no Espír-ito recebemos poder, ou digamos pode( para 1etvar e outros. . , M n1scermos
de novo, ficamos sendo filhos de Deus. mas por meio do 811i1mo no Espírito. flcomos sendo ..
Para nossos propósitos, a questão maio in1eressante de ser observada ti o paralelo soldados de Cristo, "Prlndpioe Blbll001 para o Recebimento do Batismo no e.sp,rito Sento, Uma
exato entre es doutrinas do Esplrito Santo "superior-litúrgica" e popular-experimental. Preleçlo.,. dada na Conferencia Mundial (de Assembféiâs PentO()()Stais). em P•ntt1cost (de"
zembro da 1958), P'g. 8. • ' • r •
representada,, respectivamente, num tipo de anglo-catolicismo e no pentecostalismo.
Mason cita com aprovação "um escritor atualmente vivo, multo devoto, da Igreja Inglesa" O que é atualmente valioso para uma introdução ao debate corrente sobre o batismo
que observou que a confirmação " 'pode ser vista, inter alia, como o quase-sacramento como um todo e sobre as várias tradições em especial é Dele Moody. Baptism: Foundstion
daquilo que alguns cris1ao, chamam de a "segunda bênç8o"; a reali,ação da vida mais for Chr,1tian Unitr-, Filed6lfle: Westminster, 1967: sobre Markus Barth ver ibid., pága. 64-
sublime da alma rectlm-nasclda no poder do Esplrlto, mais planamente recebido' " (op. cil.• 71, esp. pág. 68; sobre e dlscussao anglicana, ptlgs. 162-216; e sobre a tradição romana,
pág. 451). ptlgs. 14-44.

3. O CATOLICISMO ROMANO TRADICIONAL F. ATOS B:26-40: O BATISMO DO EUNUCO ETÍOPE NO ESPÍRITO SANTO
É instrutivo notar, finalmente, em polos que parecem tão opos1os quanto o pentecos­ É posslvel que Lucas tenha introduzido este relato para evitar a suposição de que
talismo e o catolicismo romano. o desenvolvimento a panir de Atos 8 de uma segunda somente os apóstolos poderiam participar de uma conversão genuína ou plena. Imediata•
bênçlo experimental (pentecostal) ou sacramental (católico). (cf. Behm. Hsndauflegung, mente após o episódio samaritano. Filipe, lnduildo pelo Espírito (v. 29). foi acompanhar o
pág, 25: "Nosso tex10 (Atos 8:14-17) ti o locus clsssicus para a doutrina da igreja romana, eunuco etíope e, a partir de uma conversa acerca de um texto do Antigo Testamento dá
da Confirmação como o direito reservado dos bispos e da imposição das mãos na Confir­ testemunho de Jesus. O testemunho de Filipe evidentemente inclufa referências ao
mação,") bat11mo. pois o eunuco pergunta: "Ela aqui 6gua. que impeda que seja eu batizado1" (v.
O comenlaristo católico romano A. Steinmann (Apg. •. 1934, pág, 82) escreve sobre 36). Ambos desceram para dentro (ais) da água, e Filipe batizou-o (v. 38).
Atos 8:14-17: Como sabemos qua o Espfrito Santo eslava presente, ativo, e outorgado aqui1 O
A relevtncia deste te,rco acha•$• essenci�lmen1e na sua apresentaçlo do relacionamento entre Esplrito Santo marcou o encontro (v. 29), terminou-o (v, 39a), e foi provavelmente a origem
o Batismo e a Conhrmaeão. Como aqui. assim também no restente de Atos. os dois sacramen• do júbilo (chairõn) do eunuco a caminho para seu lar. pois em vários lugares no Novo
tos ntlo são considerados tio ostreitnmente ligados que não possom ser considerados lndep•n• Testamento a alegria é considerado um fruto especial do Espfrilo (cf. 11 :23-24; 13:52; o
dentem•n,e um do outro. contexto de 2:46; GI 5:22 a1 a/.). Ah!m disto, e de modo conclusivo, podemos saber que
esternos na presença de uma Iniciação espiritual autêntica e integral. porque Jesus fora
S1elnmann acha e separação do batismo e da confirmação até mesmo em Atos 2·38-39,
vendo a promessa do ESPlrito cumprida pela primeira vez em Atos 4·31; prefere. também. pregado e. em resposta. o eunuco fora batizado.
en1ender que Cornéfio Já era cristão antes do sermão de Pedro (ad loc.). Sobfe Atos 8:14• Nalguns poucos textos mais antigos (entre eles. o A importante do século V) há um
registro da vinda do Espirita Santo: literalmente, "O Espirita Santo caiu sobre o eunuco:·
17, ver também a conclusão de Adler, Tsufe und Handsuflegung: Eine exegetisch•theolo•
Noutros teXlos importantes. no entanto, não há referência explícita à vinda do Espirita
g,sche Untersuchung von Apg. 8·14• I 7. 1951, págs. 116-17. Note, no entan10. as obser•
Santo. Mas em Atos, o batismo em Cristo, conforme ficamos sabendo de início (2:38-39 e
vações do exegeta católico romano R. Schnackenburg (Das heilgeschehen bei dor Tau/e
nach dem APostel Paulus. 1950. pág. 78) sobre a ausência de uma doutrina da confirma­ 41) e conforme pode ser entendido pelas evidências deste texto, é o batismo no Esplrilo. O
ção pelo menos no literatura paulina. perdão dos pecados n8o é mencionado neste texto. tampouco, nem que o eunuco creu. o
balismo, porém, diz todas estas coisas. Em Atos, o batismo diz "fé" e "perdão", não menos
Finalmente. para um paralelo entre a doutrina semi-oficial c.atólica romana da conf1r­
seguramente do que dii "o dom do Espírito Santo" (2:38-41). O batismo em Atos é o termo
macao e a doutrina pentecostal do batismo no Esplrlto. ver as formulacões de S8o Tom,s inclusivo para todos os fatos da salvação: a mensagem do evangelho,o arrependimento, o
de Aquino:
Assim, portanto, o homem rocobc o vida espiritual no Batismo, que é uma re,goneraç:lo perdão, o dom do Esplrilo Santo, e a aceitação na igreja. ., O eunuco foi batizado - isto nos
espmtuel: ao passo que na Confomaç3o o homem atinge a mat0tidedo perfoi1a. por assim ditCf. conta tudo quanto precisamos saber. Atos B:26-40 não nos deixa com nenhum senso de
da �ida espiritual Logo. o Papa Melqulades diz ··o Espir,to Santo. que desce sobre as 6guasdo algo incompleto, nenhum senso de uma iniciação imperfeita, como deliberadamente nos
81t1smo. levando a satvaç.&o nas Suas asas. outor;a na p,a batismal e pk!n11udê da inocfooia. de1Xou Atos 8:4-16. Temos no presente teXlo, de conformidade com todas as indicações
na Confirmac&o. Pof4m. outorga um aumento da ;reça. No 8atrsmo nascemcn de novo p1,1 , normais de Lucas. uma iniciação integral.
vida. depois do batismo. somos refor(ados" (Sum theol Ili. q. 72. 1r1 1)
Qual era a condição do batismo no Esplrito Santo1 Poderíamos dizer a pregação e o
E. portanto. pelo sacramento d11 Cootlrmaçào o homom recebo um poder espiritual e respeito de batismo. sem errar gravemente. mas a precisao da linguagem nos leva a preferir "condi•
ações segrad8s diferentes d;fquelos a respeito das qua,s recebe pode, no Batismo No Batismo. c,onar" a designação tradicional da igreja: os meios da graça. Editores posteriores {sé­
pois. recebo poder para fazer aqueles co•sas que pertencem à suo própria salvação. no tocantt culo VII (E et. ai.)) procuraram introduiir uma condiçlo genulna no texto _ v 37 __
• sue vM:fa pemcule, · ao passo que na Confirmae&o rocebe poder para fazer aquelas coisas quf
po1encem ao comboio espõ,•uel com os onim,oos da F4 (lbod., ort 5i ao acrescentar eslas palavras muito significantes {entre outros): "Se crês de todo 0' co­
ração, podes". Altlm de fortes razões textuais, acho uma razio teológica muito forte para
Para os paralelos pentecosta,s, quose a 1otalidade da Parte I supra poderia ser citada, suspeitar deste texto. Em nenhuma outra pane do Novo Te�tamento c,er de todo O co•
mas bastará aqu, uma só citação, do pastor peniecostal Paul Rabe, de Hamburgo. Alema ração é feito uma condiçDo da salvaçllo. Se fosse. quem poderia ser salvo/ Até à fé
nha. numa prelecno diante da Conforênçia Mundial Pentecostal em 1955:
148 reo1og;. do E11>who Sento O 8t11smo no Espírito Santo em Aloe de,,. Apôa101ot 149

Imperfeita, Incompleta - J.é., li M simples - Deus Se dé completamente. "Senhor, creio, 10:47; cf. 11:15) ume certeza foi fornecida de que os gentios nllo estavam numa posição
ajuda-me na minha falta de fé." Felizmente, por�. a condição absoluta dos redatores não menos equiparada, num nfvel um pouco Inferior na igreja, do qua os judeus.
eatá em nosso evangelho, nem em nosso texto. Qual 1Jnal teria lido conclusivo em damonatrer ao partido da clrcunclsto, que era
c"ico, talvez am especial (10:46; cf. 11:2-3) que • oc.sllo da lnlcleç&o gentle nlo are
G. ATOS 9:17-19: O BATISMO DE PAULO NO ESPIRITO SANTO menos auspicia.a do que • lnlclaçlo Judelca1 Ae llngues do Pentecoste. H Este sinal,
No evito ln1rodU1dflo • An•nf11 �rc• de lntane,IO divh\l pa,a Paulo• relevam• notar que o portento, 4 mencionado especificamente (10:48). Ae llnguu er1m um sinel, não porque
._,,,..,_n6o
pocMf' • menc&onedo. m11. 11tn: -eu lhe mostrarei quanto lhe lfflpOf"la aofrer·· tparh•ln. eram eaperade1, exigidas, ou usuais, mas exatamente porque eram ine.speredas, n&o•
• col0c1da no fim. vlMndotnfese, v. 16). NumaPfeocupaçlocomopc:,der,almport•ndl exigidas e Incomuns - assemalhando-11 somante ao Pentecoste - e convenceram até
•· rNtmente. 1 neioenldadt (Mi.• -dctve'') divina do tofrimento pode ser otvklada. H, muito mesmo os de mais dura cerviz que Deus queria ter ot gentios, e nlo toment• 01 Judeu,,
.ofrimen10 em Atos. O Uwo de Atos nlo 4: rhflolog,• g/t>riH, nem • seu Poder meramente
triunfalista, embofa uma leitura 1upef'fici•I talvez dt nte fmpresslo. O poder em Atot Pode se, entre Seu povo. Se tivesse havido fé pare acreditar que Jesue Cristo é o "Senhor de todoe"
chamado um Poder na prlslo. 11 (10:38) talvez não teria havido qualquer necessidade para este drama. O ensino claro do
Novo Testamento é que a necessidade pelo espetacular é mais freqüentemente um
Ananjas. que não é nem apóetolo nem bispo, outorga a Paulo a imposição das mãos. A especro da descrença do qua da crença, pois, nas palavras que nosso Senhor freqüante•
Imposição das mãos não é uma prerrogativa apostólica nem episcopal. mente repetia: "Uma geração má e edúlter• pede um sinal (Mt 12:39; 16:4 par.: cf. João
Nenhuma condição para o batismo no Espírito Santo 6 apresentada a Paulo; é mera• 4:481>: 7:3-8).
mente informado que Jesus enviou Ananias a fim de que ele pudesse ver "e ficar cheio do
Deve ser notado como significante, Ponanto. que aqui, como no Pentecoste, as
Espítito Santo·· (v. 17b). ··imediatamente lhes caíram dos olhos como que umas escamas, .
llnguas vieram. não como a evidência procurada do batismo no E.splrho Santo mas. 1lm,
e tornou a ver. A seguir levantou-se e foi batizado. E depois da ter-se alimentado, sentiu-se
como completa surpresa ("admiraram-se," 10:45). O falar em llnguas ocorre em Atos 2 e
fortalecido" (w. 18-19).
l O, mas nas duas ocasiões da ocorrência n6o foram procuredas. esperadas. nem exigidas.
Nilo se menciona no texto a ocorrência da prometida plenitude do Espfrito Santo. t
porque nao ocorreu o enchimento prometido? Semelhante suposição é estranhe à lnt•n• Este fato é muito prejudicial à doutrina pentecostal da evidência inicial exigida e procurada
ç&o deote texto. Na prom111a de Aneniee (1 sem quaisquer condlc,õesl a plenitude do do batismo no Espírito Santo.
Espirita é vinculada com a restauraçao da vista (v. 17b). Conforme I' descobrimos, é o Atém disto, o evento de Cesar4ia não pode ser interpretado por meio dea doutrinas
costume de Lucas resumir num só predicado a totalidade de uma promessa para evitar a pentecostals ou do batismo subseqciente ou condiclonal no Espírito Santo. As Hnguas
repetiçao (cf. 2:38-40 com 2:41). Somos informados, na seguinte ordem, que (11 os mãos vieram. nem subsequentemente à conversão, nem através de condiQOes cumpridas antes
tendo sido impostas durante a promessa. (2)calram os escames e Paulo tornou a ver (3) a é da sua incidência. Ocorreram aqui na ocasião da converslo. Nem aqui, nem em outra
batizado. Estes fatos tomados em conjunto e à luz da promessa dizem que o Espírito foi pane no Novo Testamento, registra-se que o falar em línguas ocorreu num único individuo
dado com este evento ou. de modo sumário. que "sor balizado .. • ..ser cheio do EspíriloH que o busca, como é o caso. porém, na maioria das ocorrências pentecostais. Em Atos, nas
O bettsmo e o recebimento do Espfrito são tão sinõnimos que são idênticos. O battsmo três ocasiões em que as llnguas ocorrem, advêm a um grupo inteiro de uma só vet, com a
c11s1ão é batismo espiritual,,.. profecia, tratendo a iniciação cristã completa, e ocorrem, em todos os três casos, indepen­
dentemente do esforço registrado da parto dos que as receberam. Falar em llnguas em
H. ATOS 10:44-48; 11:13-18: O BATISMO DE CORN�UO E SUA CASA, EM CESARttA. Atos é. em todas as três ocasiões. um fenômeno coletivo de fundação de igreja e de
NO ESPIRITO SANTO conversão em grupo. 31 nunca a experiência no Espírito, subseqüente, de um indivfduo.
Oa maior importdncja, o dom do Espírito Santo aqui é a conversão. não uma experiên�
1. ATOS 10:44-48: O EVENTO eia posterior. O argumento de que Cornélio era convertido antes de ouvir a mensagem. de
modo que o que aqui aconteceu foi uma segunda (ou até mesmo uma torceiral experiência,
Três vezes numa vislo uma voz anuocioo a Pedro que "ao que Deus punhcou nao não tem substãncia. Pedro devia ser chamado, conforme foi dito a Cornélio, "o qual te dirá
consideres comum" (l0:15-16; ct. 11:9•10). Este aviso ind,ca que a purificação dos futuros
recebedores do Es.pfnto Santo,. aos olhos de Deus. jé um fato consumado. e que nao deve ser palavras mediante es quais serAs salvo, tu e toda a tua casa'" (11 :14). O dom do Espírito,
duvidada por Pedro nem (pau1 nossos propósitos uma consideração ,mponente) ex,gtda dl como sempre, não era nenhuma expertência adicional, era a experiência da salvação. E
parte de C.orného. A llçlo princ1pal do relato de Corného se,, o rompimento das noções de esta salvação era sem condições e '"sem preço'" - era simplesmente dada através do
Pedto (e do partido da cucuncisao. d. 1 O 45, insut.c,entemente c,,s1as acerca da sanhd&de evangelho (cf. GI 3:2(.
Assim como Filipe fora levado ao eunuco pelo Espírito, assim também Pedro é levado a A un•&o em Aios 10 do batismo no bplnto Santo com a conversào es1ebetece a fragilidade
Cornétio pelo Esplroto (10:19-20; 11:12-141. Proclama o evangelho e o Espirita cai (10:44• eaui (e em Atos 8) da cese pentecos1a1: ··A, vezes {o baclsmo no Espfrito Santo com línguas) era
48) O propósito do episódio de Cornélia é ensinar a igreja, de modo tão dramático quanto a recebido depois de espe1er; •s vezes durante a imposiç&odu mlos; ls vezes era com�ttamen1e
iniciação samaritana lhe ensinara, que Deus aceita rodos os homens à parte da guarda de espont,neo; mas sempre veio depois da converslo. pois , uma experiência disclnte e separe­
quaisquer disposic,ões legais. ao dar gratuttamento o dom do Espírito Santo à fé ,. da ·· 1•es1a tese também 6 co,rigida P« Atos 2 tver o conceito de Pontecoa1e mantido por Pedro.
>"!OS t 1 17. e O desenvotv,mento &banco, p6g. 151) e ICé mais claramente em Atos 19 - OS
Neste relato, a semelhança incomparável da vinda do Espírito e Sua vinda no Pente uibunois de apelo final do pentecostalismo. Que a convers.00 e a vinda do Espfríto sao uma $6
coste é de especial interesse. Atravás de uma intervenção divina notável mediante e qual.. cOtsa kt6noca • não duas separadas 4claramente atest.00 aqui no relato de eorn,1ao, Os te)(IOS
os genIios foram inaugurados na igreja assim como foram os Judeus ("assim como nós, IcméttCos do pence-cos-talismo formam. portanto, de modoparedoxal. antr1eses especificas a uma
doucrme de um b81ismo no Espírito Santo aubseqúente, procurado. ou c:ondiçional.
O B1ti1mo no E1plrlto Santo em Atos dos Apóstolos
160 Teologia do Espfrito Santo 151

Mas não pode o relato sobre Cornélio ser uma ocorrência em que vemos o dom do dos judeus e dos gentios na igreja. Depois de Cesaréia a frase desaparece do vocabuláríode
Esplrito Santo chegando totalmente à parte do próprio batísmo? De inicio, poderia parecer Atos (ver o paralelo maís próximo no Novo Testamento. 1 Co 12:13). A mudança da
que este é o caso. e o paralelo divino com.o Pentecoste - a qualidade imediata do dom - expressllo, de "ser batizado no Espírito Santo " para "receber o dom do Espíri10 Santo"
talvez o sugira. O paralelo, no entanto. cessa antes de ser possfvel tirar esta conclusão: ocorre bem no início de Atos: o batismo prometido (1 :6) fica sendo, na sua primeira
Cornélio e sua casa foram imediatamente batizados. O Espírito Santo pode vir imediatamen• transmissão, o dom prometido (2:38). Mas porque em 'Atos o dom do Espírito está tão
te antes do batismo (pelo menos nesta única ocorrência), imediatamente depois do batismo integralmente vinculado com o batismo, pode-se dizer, com línguagem um pouco pito­
(cf:19:6-6), ou juntamente com o batismo (Atos 2:38), mas nunca, em qualquer parte do resca, que o batismo e o dom do Eaplríto formam o "batismo no Espirita Santo" fel. fora de
Novo Testamento depois do Pentecoste, à perte do batismo. A íntima conexão entre o Atos, 1 Co 8:11; 12:13; João 3:5: Tito 3:5-6). A partir daa iniclae<le• judar.. e gentio, a
batismo e o Espfrlto, estabelecida flO Penteco■te {2:38-39), dramaticamente confirmada em expreuao "batismo no Espírito Santo" é somente apropriada na Igreja, quando é usada
Samaria (8:14-17), expressa-se outra vez aqui em Cesaréia. Visto que foi evidentemente no sentido mais pleno das suas palavras principais, a saber: Quando ,e aplica a um
lmpoiaível para os apóstolos associar o dom do Espírito Santo com qualquer coisa senão o
batismo, os ,novos convertidos foram Imediatamente batizados (10:48). 3t '
batismo real e um recebimento igualmente real do Espfrito. "'
No registro diante de nós, Pedro avança da expressão "sereis batizados com o Espírito
O batismo, deve ser notado, portanto, não era considerado um rito supérfluo, dispensá• Santo," expressão esta (repetimos) que relembra, não da experiênciij ou vocabulários
vel agora porque a "coisa real" já ocorrera. O dom do Espírito Santo sem o batismo era tão constantes da igreja, mas, sim, da promessa pré-pentecostal de Jesus (11 :16), para a
inconcebível à igreja quanto o batismo sem o dom do Espírito Santo (8:14-17; 19:2-7). O designaçao mais usual: " 'Pois se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós outorgou
sucesso imediato e incomparável dos apóstolos no Pentecoste não levou a pensar que o quando cremos no Senhor Jesus, quem era eu para que pudesse resistir a Deus?' .. fv. 17).
Espírito Santo sempre (ou uma vez sequer) viria como viera a eles, separados temporar;a. Destarte, pela terceira vez em três versículos (w.15, 16. 17) Pedroab<angea totalidade
mente do batismo. Suas instruções no Pentecoste e aqui no "Pentecoste gentio" confir• da história da igreja até então e voíla ao circulo dos eventos em,•· antes do Pentecoste para
mam este fato. ..
achar uma conexão com aquilo que acabara de ocorrer em Cesaréia: (1) v. 15: ·como
Constantemente, desde a experiência vicária do Senhor {Marcos 1:9-11 par.) até à também sobre nós no principio' "; (2) v, 16: "'Então me lembrei da palavra do Senhor'";
..
experiência cotidiana da igreja - e isto não pode ser ressaltado demasiadamente - os (3) v. 17: .. 'Deus lhes concedeu o mesmo dom que a n6s nos outorgou.' Podemos tirar a
apóstolos viam a descida do Espírito como sendo íntimamente vinculada com o batismo. O conclusão com segurança, portanto, que a ocorrência de línguas em Cesaréia não era a
batismo no Espírito Santo e o batismo, sabiam eles, pertenciam juntos de tal maneira que experiência normal iniciatória da igreja e que sua única corre1p0ndAncia ere o Pentecoste.
formem o "um só b•tismo" de igreje (Ef 4:6: cf. lCo 12:13: Jofto 3:5:Tt 3:6). Este é• doutrina,
tanto aqui quanto em Atos como um todo. do batismo no Espírito. O batismo cristão e o_ dom Conforme o relatório de Pedro, o objeto da fé para o dom do Espírito tanto para os
do Esplrito vêem juntos, formando na realidade e de modo figurado o batismo no Espfnto. 40 apóstolos em Jerusalém quanto para o lar em Cesaréia, era Jesus Cristo e nêo (separada•
mente) o Espírito: " 'Pois se Deus lhes concedeu o mesmo dom que a nós nos ouIorgou
2. ATOS 11:13-18: O RELATÓRIO quando cremos no Senhor. .. • " (11:17). 44 Mas é de igual imPOrtãncia se, como é
provável, Pedro aqui compara a fé dos de Cesaréia com a fé dos apóstolos no Pentecoste
No capítulo onze, Pedro relata à igreja em Jerusalém o que acontecera em Cesaréia. - "quando [nós) cremos" - então aqui temos a informação significante que os apóstolos
Ressalta que o Espírito Santo viera sobre o lar de Cornélio "como também sobre nós no consideravam o Pentecoste como o terminus 8 quo (ponto íncial) da sua fé, e. portanto, a
principio" (v. 15). Esta observação é importante. Pedro não diz meramente que o Espírito data da sua conversao. Foi somente quando receberam o Espírito que se sentiram
Santo veio sobre o lar de Cornélio ··assim como sempre faz com todas as pessoas." Se Pedro capazes de dizer que acreditavam. '6 Para Pedro, então, a plenftude do Espírito Santo era o
tivesse dito assim, teríamos de supor que na Igreja Primitiva o Espírito Santo sempre. ou equivalente do crer (2:4: "ficaram cheios do Espírito Santo" 11 :17 "cremos"). Os apóstolos
pelo menos· normalmente, era dado com o falar em línguas. Mas o único paralelo que se tornaram cristão da mesma maneira que o lar de Cornélio se tornou cristão: ao receber
Pedro sabe traçar com Cesaréia é aquilo que aconteceu "no princípio", reforçando a o dom do Espirita Santo através da fé em Jesus Cristo. Para nenhum dos grupos o
probabilidade de que. depois do Pentecoste, as manifestações não somente não eram nor­ recebimento do ESPírito Santo era uma segunda experiência, ou experiência mais elevada.
mativas como também eram desconhecidas. galgada ao longo de uma estrada de condições árduas: o dom era o /hedõrea, 10:45;
Depois Pedro relembra, como resultado da experiência em Cesaréia, as palavras do 11:17) dom, pleno e inspirador da fé, do Espirita Santo. Talvez haja poucas maneiras ma,s
Senhor, "como disse: 'João. na verdade, batizou com água. mas vós sereis batizados com o apropriadas para definir a plenitude do Espírito Santo do que como o dom da fé.
..
Espírito Santo'" fv. 16)." Esta é a primeira vez que a expressão "ser batizado no Espírito Quando Pedro termina seu relatórío ao perguntar: 'Quem era eu para que pudesse
Santo" é empregada desde Atos 1:5. e é a última vez que é empregada no Novo Testamento resistir a Deus?' " (v. 17), quer dizer resistir a Deus por não conceder o batismo que é o ato
A frase ocorre em apenas d�as ocasiões em Atos: ao prometer o primeiro Pentecoste (1 :5) e da iniciação cristã? Provavalmente (10:47). Se kõtvein ("resistir," "impedir") no Novo
ao relembrar o último (11 :16). A expressão usual desde logo ficou sendo "receber o Espirita Testamento tem uma referência bacismal, conforme Cullmann e outros têm argumentado,
Santo" {2:38: 8:17; 10:47; 19:2) e o nome do Espírito é predominantemente "o dom" então essa possibildade fica sendo ainda mais real. Poderia significar que não foram
(2:38: 8:20; 10:45; 11:17) ou "a promessa" (1:4: 2:33.39, cf. Lucas 24:49) e nunca. no meros pensamentos pOSteriores humanos que levaram Pedro a batizar os convertidos.
Novo Testamento. ··o batismo." '2 mas a própría Drang (compulsão) de Deus mesmo. Então, o batismo é a pressão de Deus
Para ser literal, ser "batizado no Espírito Santo" não é uma doutrina que Atos ensina sobre a igreja. como também sobre o crente, para selar o que aconteceu através do
para a igreja que continua a existir, visto que a frase ocorre somente nas iniciações de crise evangelho. Então, a obra de Deus. começando com a preparação de quem vai receber
162 Teologl1 do E1pfrho Sento
O 8t1lsmo no Efplri to San10 em Atos dot Apóstolo, 153
(10:3-6; 11 :13-24), continuando no envio do mensageiro do evangelho (10:19-20: 11:12),
chegando no seu ponto alto na obra de Espirita Santo em levar a efeito a conversão através í. ATOS 14:19-28: A PRIMEIRA MENSAGEM FORTALECEDORA OE PAULO
·
da mensagem (10:43-44; 11:15-17), é completada na égua do batlsmo (lo:47-48). A
Depois de Paulo e Barnabé terem feito muitos discípulos em Oerbe, voltaram a cir­
totalidade disto é a obra de Deus, não se excluindo o batismo. E a totalidade é uma
cular pelas cidades onde anteriormente tinham pregado o evangelho, "fortalecondo as
totalidade, que· nlo deve ser cortada em qualquer parte.
almas dos discípulos" (v. 22). Este par6grafo pequeno é importante porque no, tran1-
Pode-se dizer que o Esplrilo é dado com a mensagem da fé(Atos 19:cf. GI 3:2,S)como
ml1e resumidamente o conteúdo esuncial de mensagem de Paulo a crilll/U. Visto que
realmente é, e também com o batismo (Atos 2:38-39), como reelmente é; estes, porém,
nAo slo duas pertes discrepantes, são uma só totalidade org&nica e devem ocorrer Juntas no penlacottelismo o batismo no Esplrlto Santo é usualmente ensinado para os que j6
(cf. 2:41: "naquele dia"; 16:33: "Naquela mesma hora"). O batismo é a conclusão do sAo cristãos, e em cone.ao com aquilo que é chamado a vida elevada, meit profunda.
eermao mis•ionérlo e a concretlzaçlo das promeS$8.S. O mesmo Deus que aplica o evange• ou vito,iosa. etta pas.ugem , Instrutiva.
O que era essencial para a mensagem "fortalecedora" (ttpill4rizonttts, 14:22) de
lho ao coraçto mediante Seu Espfrito operando na menaagem con1trange a igreja e o
acordo com o regittto de Lucat1
crente ao batismo imediato onde Sua obra ser é selada(cf. 8:36; 9: 18; 10:47). Pedro sentiu
esta pressAo e não se considerava suficiente para resisti-le. O batismo e o dom do Espírito
pertencem Juntos ... E. tendo anuncl 3do o evangelho naquela cidade. e fe,to muilos disdpulos, voltarem par• L1st10.
e k6nio e An1.ioquia. for1alecendo as almas dos discfpulos, •Mort•ndo•os • ,,.,man«er fumes
A totalidade do relato da Cesaréia termina numa nota soberana a altaneira, indicando. na 16,· e mostra� que. atrav,1 de multas tribulaQOes. nos importe en11ar no reino de Deus
mais uma vez.conforme Atos nunca cansa de fazer. a fonte por detrés da totalidade da boa 114:21-22).
operação:
Primeira e principalmen1e, Paulo encorajou os cristãos a permanecer na fé uma vez
E glorificaram a Deus. dizendo: "Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o dada (o artigo ,nd,ca a lides quae creditur). A mensagem da vida ma,s elevada nlo ora
arrependimento para vida" (11:181. tanto "avancar· para coisas mais altas quanto permanecer na fé elevada (cf.Barnabé cm
O arrependimento que os homens sAo conclamados a pôr em efeito (2:38; 3: 19), é o An11oqula, 11:23). O cristão avança por meio de comecar de novo (lutero), "vive pola lé"
dom de Deus (11:18). Deus dá arrependimento através da mensagem do evangelho que (Paulo, Rm 1:17). Não fica evidente que Paulo ensinasse uma experiência ou responaa•
coloca o arrependimento em andamento, e Ele o sela no ba1ismo(cf. 2:37 com 2:41; 10:44 bll1dade mais sublime do que a fé - por exemplo, o esvaziamento, a entrega 101al, a
com 10:481. A fé com arrependimento, não menos do que o perdlo e o Espírito, é, na soa obediencla total, como te alguma coisa pudesse ser mais alta do que a fé. ou como so a fé
fonte de origem, o dom único de Deus que fica disponivel, ou. melhor, é ativado, na !osso apenas um começo (cf. Rm 1 :17a: ek. .. sisJ.
transmissão da Palavra do evangelho. e fica sendo apropriado no batismo. E a fé da qual Paulo folo, conforme ficamos sabendo pelo con1ex10. é a lé em Cri110.
A atrlbuicao de Atos 11:18 à tradição ao invés de à convicçlo do próprio Lucas. nos Ass,m corno a fé não preciso de uma nova definição ou acr6scimo (e.g., a entrego 101al)
47 para ser complete, assim 1ombém nlo precisa de um novo objeto, o Esplrho Santo do
estudos de Conzelmann e Wilckens, nos parece não inteiramente leal para com Lucas.
Lucas introduz um testemunho que acha fora de harmonia com sua própria convicção? pen1ecos1ahsmo - para ter profundodade. O novo nome em Anhoquia era "cristãos", não
Atos 11: 18 deixe de representar com exatidão o que realmente aconteceu aqui a Cornélia? "espirhis1as". 11·26; as rozões: 11·20, 21, 23. 24. Nas mensagens de Paulo em Aios o
As conversóes que Lucas descreve em Aios(e.g .. a de Paulo) divergem do sentido teológico Senhor Jesus Cr1s10 é o objeto contrai e sul1cien1e da fé. Conforme o registro de Lucas. o
de Atos 11:181 Podemos comparar com 11:18 formulações comparáveis em Aios que Espírito Santo nllo é mencionado em qualquer mensagem durante esta viagem m1ss,o­
ensinam a soberania de Oeus: nária. 4 3
Em segundo lugar. nao parece que Paulo fortaleceu os discípulos ao olereccr ,lhes
Pois para vós outros é a promessa, para vossos hlhos, e pare todos os que ainda estio longe. mais poder de que já tinham pela 16. por meio de ensinar uma "v,da de descanso" ou de
,sto é. para quantos o Senhor nosso Deus chlJf1111r {2:39) v,1cl<,a acima das dificuldades. Diz-lhes, de modo simples e realista, que "através de mu,rss
Pela fé em o nome de Jesus. esse mesmo nomo foualeccu a es1e homem que agora vedes e
reconheceis; sim. a 16 qufJ vem por me,o dtJ Jesus. deu a este homem saúde perfeita na tribulações. nos importa entrar no reino do Deus" (v 22). O caminho da vida c!ls1ã não é o
presenca de lodos vós (3:161. csm1nho elevado por c,ma (huper· uma palavra-chave em 2 Coríntios) das d1hculdades.
mas. sim, o caminho "mais baixo", 1erres1re, passando palas d1f1culdades
Tendo D•us ressusci1ado ao seu Servo.enviou•o pnmeiramcn1e a vós ouuos pera vos aben• E este cam,nho d1flcil n&o é vencido por uma experiência divina que outorga 1an10
çoar, no sentido de que elida um se aparte das suas perve,srdaes (3•26}. (ARC 1em: "para que l)Oder que as d1hculdades Já nllo sllo realmente d1hculdades " Pelo con1rár10, é uma
nisso vos abftnçoasse. e vos desviasse, a cada um. das vossas mald&des"J.
Deus, porém, com a sua destra. o exaltou a Prínc,pe e Salvador.a hm de concede, a ls1HI o ntcess,dsde (dei/ divina que estas d1hculdades existam A "segunda experiênc,a", so os1e
at1epend1monto e a remlssão de pecados {5:31). nome podo lhe ser dado, da qual Paulo aqui laia nao é o batismo no Esplrno Santo mas.
Os genoos.ouvindo isto. regozijavam.se e glorificavam a palavra do Senhor, e creiam todos os sim, "o reino do Deus" (v. 22b). Entre o batismo e a vinda do reino, nllo hé segunda
que haviam sido destinados para a vida eterna (13:48). experoênc1a necessária. Mas há mu11as dificuldades!
Ora, Devs que conhece 05 corações. lhes deu testemunho, concedendo o Esplrilo Santo a eles, Aquilo om direção do qual Paulo dirige os olnos dos novos cristãos. portanto, é sua lé
como também a nós nos concedera. E não estabeleceu d1stinçao elgumo entre nós e eles. no infc,o - na qual devem permanecer - e o reino no fim - em direcão do qual devem
pu11ftt11ndo,lhes pela fé os corações fl 5 8·9}. avançar firmemente. E o meio•embiente entre os dois. que Paulo resolve ressaltar. é a
O S•nhor lhB ttbliu o coraçlo para atondet as coisas que Paulo d111a (16:14b}. d,liculdade, nllo o IIO(lcr Não havia bénçaos interinas para desviar os olhos No ens,no de
Auxiliou muito aqueles que mediante a graco haviam crido (18:27c) Paulo conforme é rcg1sirado por Lucss. portanto, não há. em efe110.qualquer mensagem
154 Teologia do Esokllo SanI0
O Batismo no Eapfrlto Santo em Atos dos Apóstolos 155
da vida mais profunda em distinçtlo do evangelho, com uma segunda e�perlência adiclo•
nel; há somente o evangelho da fé. com sua honestidade. Estamos dizendo muito mais do que talvez imediatamente reconhecemos quando dizemos,
Paulo passou : enttlo, a ordenar presblteros pare as igrejas (v. 23t as igrejas preci­ jun1amen1e com Lucas (e Pedro) que o dom do Esplrito Santo é aoristo. A purificação do
coraçlo, a h§. e o dom do Espírito Santo sao. portanto. todos essencialmente um alo de
savam destes mais do que de ume segunda Wnçlo. Paulo termina sua missão fonalo•
codora assim: ··os encomendaram ao Sanhor em quem haviam crido" (v. 23). Logo. mais
Deus e não t,ês condições morais, ou duas condições morais e um resultado.
uma vez, a mcns�gem de Pe ulo aos cristãos. como sua mensagem aos neo cristãos. é (cf. A preoeupatao do judalsmo rigoroso era a preocupacao com a santidade (cf. e.g.
_ Marcos 7:1·16 par.; GI 2:12). Decerto, ar,azoavam eles, Deus não daria Seu Esplrito a
11 - �3) solus Chustus. sola lide. A primeira viagem missionária dG Paulo POde terminar em
_ homens que nAe> tinham plenamente e>bedecido Seus mandamentos claros na Escritura; e
Anuoqu,a oode começara. com o relatório de que Deus tinha estado com eles e que Ela
.. ..
abma aos gentios uma porta da fé (v. 27). ··e
o suficiente." 60
não obedece, aos mandamentos de Deus deve certamente envolve, a impureza do co•
ração. Com base naquilo que se pensava ser a obediência ao ensino claro da sua Bíblia.
parece que o panido da circuncisão lutava em prol de uma obediência absoluta e plena à
J. ATOS 15:1-29: A OBRA ADICIONAL 00 PARTIDO DA CIRCUNCISÃO E A CONFE· ex.pressa vontade de Deus antes de o homem pOder ter a plena salvação. e esta obediência
R�NCIA oe JERUSALEM achou para eles sua evidência inicial mais essencial na circuncisão.
Alguns indivlduos quo desceram da Judéia, ensinavam aos irmãos: - -se não vos Conhecemos poucas sentenças teológicas mais relevantes para a preocupação pente•
. ..
..
circuncldordes segundo o costumo de Moisés, nao l)Odeis ser salvos (v. 1). costal ou . holiness . ponanto, do que Atos 15:8•9. Conforme observamos na Parte I deste
..
A doutrina dos homens que desceram da Judéia era. colocada de maneire simples. estudo, as condições ali são receitadas tendo em vista, essencialmente. galgar a purifi•
.. ..
caçllo do coração ou uma fé mais profunda" a fim de obter, finalmente, o dom pleno e
que a fé em Cristo ntlo era o suficiente. A fé precise ser suplementada por uma
obediência mais plena oo ensino da Escriture o, rwste caso específico. pela circun, permanente do Espfrito Santo. No entanto, segundo nosso texto, cada um destes "momen.
cl,&o. A etsência do on1íno do parlldo da clrcuncis8o n&o ere que e r, em Crltto tos" - a purificação, a fé, e o Espítito - é um único momento e um dom de Deus ou.
era desnecessária par� os gentios, mas. sim, quo e f6 somente era insuficiente poro melhor. o dom de Deus, ou, antitaticamente, a obra de Deus e não dos homens.
uma situacão completa dian10 do Deus: a obediência dove ser aereS()Gntada para Segundo Atos 15:7-9, a purificação p0r Deus não é um passo. Seu dom de fé. outro. e
tornar completas a fé e a salvacllo Seu dom do Espírito. o último passo. Pelo contrário, Deus purifica os corações dos homens
Poufo e Barnabé nAo ooderiam permi1ir que até mesmo um rito ,ehgioso que pare­ pela fé ao dar-lhes o Espírito Santo através do evangelho.5' A fé é a obra de Deus em
p�rificar os corações dos homens ("'Deus. .. purificou-lhes pela fé os coraoões," vv. 8·9).
cesse não ter nada do errado - olnda que fosse ensínado com grande autoridade no 5
..
Escritura (cf e.g. Gn 17·14) - fosse admitido como uma obra adicional": -- rendo Oestarte, podemos dizer às condições pentecostais, tendo por nossa base este texto
havido, da pano de Paulo o Barnabé, cootenda e n8o po<1vena discussão com eles • :· importante: a "pu,ificação do coração" que é tão dolorosamente procurada, Deus a
(v 2) Sabiam, pcis. quo escondida sob até a mfn1ma das condições h6 a larva da ro, outorga; a fé que é tão assiduamente cultivada, Deus concede; o Espírito Santo que é tão
Embora 1s10 não apareço no primeiro apelo em prol da obed16ncia mais completa, fe110 escrupulosamente buscado. Deus dá - e o meio para isto é simplesmente o evangelho
p0r estes homens (v. 1). vem â luz no conferência teológica que foi convocada em Jeru,
salém.quando os crentes que pertenciam ao partido dos fariseus declararam:
..
·e divino que é o poder de Deus para a salvatao (cf. Rm 1:16).
Deve ter sido olvidado pelos aderentes à doutrina da purificação do coração, conforme
necess6rio c,rcunctdá•los e determinar-lhes que observem o lei de Mo,sés • "(v 5) é chamda (e é tirada deste texto, Atos 15:8-9). que o sujeito da frase é Deus (v. 8). O dar. a
Aqui fica sendo pa1en10 o que é fatente em toda condição: o peso esmagador � purificação. e a fé. todos são descritos como sendo operação dEle. Este fato deve ser um
totalidade da lei. alívio para aqueles que o descobrem e que ficam sabendo que Deus não exige a realização
Pedro rosp0nde cem um resumo da suficiêncie da monsogem da fé (w. 7 -11 ). A plena por eles destas realidades momen1osas antes de Ele Se dar, mas que. de modo ttpico da
vontade de Deus para os gonuos poct,a ser ,esum•da numa única frase "para que g,aça, Deus oferece a Si mesmo ao dar estas realidades. A conversão de Comélio é a
.
ouv,ssem os gentios a palavra do evangelho e cressem . (v. 7) Oep0is, Pedro descreveu exposição mais clara deste fato.
numo bela frase teológico como isto ocorreu: Mesmo assim, o fato de que a capacidade de corre5p0nder não é olvidada neste texto
importante pode ser obse,vado na frase inicial: ·· ·ora. Deus que conhece os corações, lhes
o,a. Dous que conhece os corac60s. lhes deu 1os1tmunho. concedcndooEsphito Sento a eles deu testemunho, concedendo o Esplrito Santo a eles. como também a nós nos concedera·
como u,�m a nós nos concedofa E nao es1abeleceu d,sonçao a)guma en1re nóS o elos (v. 8). Não recebemos uma descrição psicológica nem moral daquilo que Deus viu no
purol�ndo-thes ,,.i. f• os oo,&OOff (w 8-9)
coração: nao era um coração limpo. pois Ele purificou o coração depois disto (v. 9). Pode ter
..
O fato de que Deus dá Seu Espíroto. não depc1s. mas. sim . através da pur,f1cacão dos sido a fé ("crer é a palavra imediatamente antes desta frase, v. 7). mas então. Deus eslava
cornc;6es pela fé. é es1abelcc1do esplendidamente neste texto através dos particlp,os apenas contemplando Sua própria obra (v. 9b; cf. 13:48; 18:27; 2:39b). Se. conforme Paulo
.. ..
paralelos simultâneos ou co,nc,dentes no aoristo (dous te p,stei kathansosJ O dom do d,z, a fé vem pefa pregacão e a pregação pela palavra de Cristo (Rm 1O: 17). então Pedro
Espir110 e a fé n!!o são �penas eootemp0râneos. como também são ato<; (ou o atol) de Deu$. (lucas) está expressando a mesma convicção aqui, p0is foi Deus quem enviou o pregador
Os 1emp0s no aoristo nos informam que o dom do Espír11o'San10 não era dado em poreóes {Atos 10:5. 19-20, 30-33; 11:12-13) e foi Deus quem deu aos ouvintes o arrependimento
(1 é. pa,c,almcnte numa pr,meara experiõncia e plenamente numa segunda cxpetiênc1a), (11:18) ou a fé ( 15·9). Não fomos informados daquilo que Deus viu; Pedro não se interessa
ncrn a purif,eacão foi um processo paulatino levando até ao dorn. o Esplrito Santo o & tanto por aquilo que Deus viu quanto por aquilo que Deus fez: deu o Espírito Santo assim
pur1f1cação foram dados no mesmo me>men10: e do fato. no momento da fé (til pistei. v 9) çomo O dera aos disctpulos no principio, não fazendo distinção alguma entre os judeus e 0
gentios. mas. sim, pu,ificando seus corações pela fé (vv. 8·9}.
156 Teologia do E.spfrlto Santo O B11lsmo no Espfrho Santo em Ato, dos Apóstolos 157
De qualquer maneira, Cornélio e seus familiares corresponderam com fé, acredi­ plena salvacao mediante a fé. A carta termine, portento, não com uma advertência mas,
taram, e nenhuma interpretação deve ter licença para abusar desta resposta humane, nem sim, com as palavras evangélicas: " 'Destes coisas {práticas pagas) fareis bem •• vos
deste texto, nem do seu contexto maior que dé à fé responsével uma importdncia que nl!o guardardes· " (v, 29).
ousamos desconsiderar. nem tornar fatalista. As famosas adverttnclas com as quais os O resultado de conferência de Jerusalém? Nlo deve haver obras adicionais para o
apóstolos freqüentemente concluíam seus sermões nAo seriam compreensíveis se a fé recebimento da salvaç&o une que Deus dá. De fato, nllo deve haver obre alguma para este
não fosse ume responsabilidade (cf. 2:40; 3:23; 13:40-41 ). •• O crer é o dom de Deus; ao recebimento, mas, sim, a 1d somente, que é e.xatamente o desespero de todas as obras
mesmo tempo - ou melhor, como resultado direto - é a responsabilidade solene do como sendo meios de obter a Deus. Fazer da santidade do coração uma condiç&o da
ouvinte receber esta fé. Enquanto é conservado em mente que o que Deus faz é a parte salvação, que era o argumento do partido da circuncido, foi reconhecido. Mas o Autor da
infinitamente maior e aquilo que o ouvinte recebe d, de todos os lados, capacitado por obra da santidade é reconhecido como sendo Deus somente. Talvez seja 1mposslvel para o
aquilo que Deus faz e dá - o evangelho, o pregador, o batismo, a igreja - então os c:oreçllo do homem ser Impuro se é que o Esplrito Sento deve entrar ali oi o tema constante
homens nao cairllo no pecado da presunção e aceitar crédito pele sua fé ou, o que á pior, do ensino "holíness" e pentecostal, tema este que mais tarde investigaremos teologica•
pela sua fé absoluta. Somente Deus pode realizar o absoluto, e para o homem ou reivln• mente - mas, de qualquer maneira, a purificação nl!o á e obra dos homens, é o simples
dicá-lo ou exigi-lo parece muito semelhante eo pecado primevo. dom da foi (tipistei) no Deus que recebe e purifica exatamente o, Impuros, os indignos, os
Além disto, a fé está sem adjetivos em Atoa; e fé é, como em todas es partos no pecaminoso,. Fundamentalmente, a aentldade é o dom da fé - um dom dado por Deus e
evangelho, sola lides - sem adornos nem suplementos - mas com inúmeros frutos. Mas emplrico a Ele somente, A falta de ver esta verdade suprema aqui e no decurso d• totall•
a fá para o recebimento do dom de Deus deve ser isolada, ou não sorá fé; a fé dove aar tem dade do Novo Tes1emento, uma falha Importante no ensino ''holíness" e pentecostal...
adjetivos, senão, o evangelho fica sendo lei. A grandeza de Atos 15:7-9 é esta: combina de o resultado da conferência de Jorusalém foi que • Igreja ficou liberta de um ovan•
modo tl!o total e teológico, de modo tão satisfatório, o simples evento divino e humano da gelho "mais completo" de uma fé "mais completa" do que aquilo que lhe fora confiado de
salveçAo. Sua relevência em relação com o problema neste estudo é que claramente uma vez por todas e que Deus dá de uma vez por todas; libertando destarte a igreja do
anuncia o Sujeito (exclusivo) da purificação, da operação e da doação do dom do Esplrito século I e dos séculos subsequentes da necessidade de ter uma consciência perturbada e
Santo inquieta diante de Deus, e libertando-a da lei (v. 5; cf. Rm 7:1-6; 10.4)com seu jugo insupor­
Pedro termina seu esclarecimento teológico ao perguntar àqueles que queriam um tável. Se reservamos a mensagem e o fruto da fé, e se reconhecermos o Doador da fé,
evangelho mais completo - i.é, um evangelho em que a obediência especifica a uma lei da poderemos dizer quo o resultado da conferência do Jerusalém para a teologia crosta é a
Bíblia foi acrescentada à fé em Cristo antes de o homem ter sua situação certa diante de abolição das condições.
Deus "Por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem
nossos pais puderam suportar, nem nós?" (v. 1 O). 64 Ananias e Safira tinham tentado a K. ATOS 16:11 - 18:11: SEIS CONVERSÕES GREGAS
Deus ao alegarem ter feíto uma entrega total. quando não a fizeram; Simão tentara a Deus
ao oferecer um tipo de entrega total Quando o próprio Deus a fizera: o partido da circun• Entre a conferêncle de Jerusalém, onde ficou esclarecida a relacao entro a foi e e
cisão-santidade agora estava tentando a Deus por meio do exigir dos outros, até mesmo de salvação e o Esplrito Santo, e os eventos·em Éleso, centralizados no batismo e no Esplnto
crentes, uma entrega absoluta, ou uma obediência total, que somente Deus dá, e tinha Santo (18:24-28; 19:1-7), há seis ocasiões em quo homens e mulheres ficam sendo
dado. A experiência dos pais e da igreja foi que nenhum deles tivera a capacidade de cristãos e, portanto, por definicl!o, seis ocasiões diferentes em que o Espírito á dado:
carregar o jugo opressivo de absolutos.
As palavras finais de Pedro são: " 'Mas cremos que fomos salvos pela graça do SenhOr (1) A fílipense Lld1a (16:11-15)
Jesus, como também aqueles o foram'" (v. 11). A graça é tudo, e somente onde a graça é (2) O carcereiro filipense (16:25-34)
tudo á que há um evangelho mesmo. Além disto á pela (dia/ graça do Senhor Jesus que (3) Os tessalonicenses (17:1-10a)
cremos: literalmente. v. 11 diz: "mas pela graça do nosso Senhor Jesus Cristo cremos ser (4) Os bereanos (17:10b-15)
salvos." É mediante a graça que cremos. conforme sabe todo cristão (cf. 18:27: "aqueles (5) Os atenienses (17:16-23)
que mediante a graça haviam crido"), •• E a salvação - não apenas uma "salvação (6) Os corlntios (16: 1-11)
parcial... como se tal criatura já existisse; mas. s,m, a única salvaçlo, a única salvação que
existe - é o resultado da fé que vem através da graça. Tão rica e tão compelta, e tão Através destes seis retratos rápidos, podemos captar um perfil da doutrona do Lucas da
completada agora. é a exposição que Pedro fez do evangelho. Pedro agora desaparece iniciação cristã em Atos. O circuito grego (16:11 - 18:11) nos ensina historicamente,
inteiramente da história de Atos, mas estas suas palavras finais estão entre as rnais claras assim como o concUio de Jerusalém nos ensinou teologicamente. o meio constante,
na totalidade do Novo Testamento na sua 1lummac:ão do dom de Oeus normal. porém sobrenatural. mediante o qual os homons se tornam cristãos.
A decisão do concilio de Jerusalém é que as preocupações de sanudade do partido da Em cada caso, o que leva a dianteira no caminho para o recebimento do Espírito não é
c1rcunc1são. e seu bibhc1smo não-evangéhco não devem ter licença para anuviar o evaf\• uma foleira de condiç,)es, mas, sim, a transmissão orei do evangelho (16 13-14, 25, 31, 33-
gelho de sola gratis, sol, lide. O ensino perturbador do partido da corcuncisão (cf. GI 1:7, 34; 17·2-3, 13, 17-18, 22-31; 18·4·5, 11), 51 O coraçllo do ouvinte ,! preparado, não por
5:10) de uma obra adicional, inquietando os crentes, deve ser desconsiderado (15:24). As qualquor atividade sua, mas, sim, pelo Senhor soberano que elege (16:14; 18 9 1O)
instruc:ões éticas contidas na carta apostólica (vv. 22-29) não sao novas condições para Diversas pessoas (tmes, 16:14; 17:4, 34) são transformadas em "orml!os" ( 16:40: 17:6, 1o,
uma salvação mais plena mas. sim, bons conselhos para cristãos que já desfrutam de uma 14: 18 18), segundo nos dizem nossos relatos, por meio de crer (16 31; 17.12, 33; 18 8; cl.
16:35, 15), ou de ser persuadido (17·4, 18:4), ou de ser batizado (16·15, 33; 18·8), os
158 T.ok>gie do Esplrito Santo O Batismo no Eaplrito Sant� ern Atos dos Apóstolos 159
aoristos normativos em todos os casos nos instruem que a persuasão da fé foi selada e
evidenciada no momento do batismo. A gramática também indica que, na opiniAo de A passegem acerca de Apolo em Efeso ensina a importância do batismo para a
Lucas, a fé, a persuasão e o batismo não.eram tanto três entidades distintas quanto eram pregeção; sem o batismo em nome de Cristo após a pregação em nome de Cristo. a obra do
sinónimos de uma só decisao que. mediante o poder de Deus, faz o cristão e outorga o pregador e as vidas dos que crêem são incompletas. Não parece que para Lucas é
Espfrito. ., ·�- impcrtente• contar-nos ? que aconteceu na vida íntima de Apolo como resuhado da
instrução mais exata de Priscila e Áqüila; o que é importante vermos é, aparentemente,
Sabemos que o Espírito foi dado, nlo porque é mencionado em qualquer destes casos
- não o é - mas porque Jesus Cristo foi proclamado e houve fé nEla, e esta é a grande somente que Apolo aprendeu aJ incluir na sua proclamação aquilo que anteriormente
obra do Espírito (1 :8; 4:31; 15:8; cf. 1 Co 12:3; Rm 8:9). Podemos acreditar que o Espírito foi ·omítira - o batismo cristão,
recebido quando somos simplesmente informados que os ouvintes foram batizados, pois Pensamos que o ínteresse de Lucas nesta perfcope. portanto, não é tanto a pre-ser­
este evento momentoso em Atos pressupõe a obra precedente do evangelho e a fé vaçlo da Una saneia (Kasemann) ou heilsgeschichtlich (Schweiuer), mas. sim, evangelfs•
conseqüente do ouvinte. O batismo reelmente é a evidência do Espírito Santo,, porque tico, i.é, que a pregação seja selada COIT) o betlsmo.
evidencia e obra eficaz do evangelho e a fé efetuada do ouvinte. e ambas se devem,
M. ATOS 19:1·7: OS DISCIPULOS EFÉSIOS E O BATISMO NO ESPIRITO SANTO
conforme vimos, eo Espírito (1:8; 15:8-9; 16:15, 33; 18:8).
As histórias gregas de Atos 16· 18, porém. nlo deixam de nos dar amostras doutras Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais
entre as evidêncías mais importantes do ESPírito: o amor. conforme é testificado mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, perguntou-lhes: Recebestes,
concretamente ao oferecer o ler (ver o uso intereBSante de oikos nos textos). o "forte porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário,,
desejo de comunhão" (16:16, 33-34; 17:5) com os novos irmãos em Cristo, e a alegria em nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. Então Pauto perguntou: Em Que.
crer (16:34; cf. 1 Ts 1 :6). O fruto do Espírito é, pois. em primeiro lugar, o amor e a alegria pois. fostes batizados? Responderam: no batismo de João. Disse-lhes Paulo: João
(cf. GI 5:22). Lucas, como Paulo, não está interessado em nenhuma outra evidência do realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cressem naquele que vinha
ESPlri10 Samo para a continuada vida da igreja senão o batismo que junta o crente à nova depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido Isto. foram batizados em o nome do
humanidade (17:4 prosekltróthêsan/; cf. GI 3:27:28) e o caráter que flui dela, mediante o Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mllos, veio sobre eles o Espírito Santo; e
mesmo Espírito, na vida da igreja e do mundo (16: 14-15, 33-34; cf. 2:38•47; GI 5:22-23). tanto falavam em línguas como profetizavam. Eram ao todo uns doze homens (19:1•7).

L. ATOS 18:24·28: APOLO E O BATISMO NO ESPIRITO SANTO


Este parágrafo está ligado com o parágrafo anterior, porque ainda estamos no antigo
campo da serviço de Apolo, �leso (18:24). e o problema é o mesmo (e seu resutlado?): o
Era ele (Apolo) instruído no caminho do Senhor e, sendo fervoroso de espírito, falava
batismo de João. Aqui. como no caso de Apolo, temos a mistura curiosa de nomenclatura
e ensinava com precisão a respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João.
crista e não-crislã: os homens de �leso eram "discípulos," a descrição normal em Atos
Ele, pois, começou a falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém. Priscila e
para os cristãos (mais que uma dúzia de vezes em Atos 1-15; cf. a partir de então 16:1;
Áqüila. tomaram•no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de
18:23. 27; 19:9, 30; 20:1, 30; 21:4, 16); mesmo assim. nunca receberam o Espírito Santo
Deus (w. 25-26).
Não é fácil determinar se Lucas hesita em aplicar ao Apolo judeu os encômíos de (v. 2)1 Eles. também, tinham crido mas ainda não tinham sido batizados em "'o nome do
"discípulo," "irmão," Óu "crente" por causa da dúvida quanto à situacao crista de Apolo, Senhor Jesus." Eles, também. tinham tudo mas. ainda, n&o tinham nada; acreditaram, e
ou se Lucas está procurando descrever um cristao ao usar as descrições "era ele instruldo ainda nlJo tiveram o batismo cristão. 58
.. Como conseqüência. esta passagem Uuntamen1e com Atos 8) ê uma origem do­
no caminho do Senhor. "falava e ensinava com precisão a respeiI0 de Jesus," "sendo
fervoroso de espírito." l'>e qualquer maneira. o que é importante para Lucas é que Apolo cumentária principal para a causa pentecostal. Aqui, pois, ternos crentes que não rece­
"conhecia apenas o batismo de João," Apolo ensinava com exatidão as coisas de Jesus, beram o Espírito Santo. Achando esta discrepância, o pentecostalismo passa a sugerir
mas ainda não sabia como aplicar ou completar seu ensino por meio de oferecer o batismo suas condições para o preenchimento do vácuo.
em nome de Jesus Cristo (cf. 19:5-6: 2:38). Veja a maneira interessante de Riggs (pág. 112} achar todas as quatro das suas
O batismo de João era somente com água; o batismo em Jesus Cristo não é nada condições pentecostais - a conversão, a obediência, a oração, e a fé - nesta passagem:
menos. mas é muito mais; é o batismo no Espírito (cf 1 ·5; 2:38; 19:5-6). A este, Apolo
Quem diria que (Paulo) n&o os instruiu de acordo com o padrão que tinha sido seguido até
ainda não conhecia. Como conseqüência, os ouvintes de Apolo podiam ser persuadidos. Etn1ao? e o pad,ão de uma vdz por todas: sede satvos, obedecei a Oeus, pedi a Ele Suas béncAos.
podiam até mesmo crer, mas. sem o batismo, a localidade divinamente instituída do crede de todo cn.b.J o vosso coração. e recebereis a plenitude do Espfrito Santo.
Espírito, e sem uma oportunidade para a persuasão e fé daqueles que acreditaram vir à
expressão. tornar-se pública no ato aberto do baIismo, os convertidos de Apolo eram Note tambám Gee:
inadequadamente iniciados. O exemplo clássico disto é provavelmente o dos "discípulos" Mas o pequeno grupO de disclpulos avançou rapidamente numa questão de obediência mais
estranhos no relato que se segue imediatamente após (19:1-6). completa: e então o apóstolo imp6-s H maOS" sobre eles com oraç.ão, e receberam {Gee. Gift
A pregacão de Apolo era. sem dúvida. obra do Esplrito e. a respeito de Jesus, era exala pag 7).
até certo Ponto, mas até que a obra do Espfríto na pregacao tivesse chegado à lição. Em primeiro lugar. pode ser indicado que o recebimento do Espírito ocorre simples­
finalídade e aplicação pretendidas na Sua obra no batismo, Apolo e seus ouvintes estavam .
mente com a fé, pois a pergunta inicial de Paulo foi: . Recebestes, porventura. o Espirito
precisando de instrução mais exata (v. 26 = 19:4-6). ..
Santo quand<J crestes?" não "'quando orastes," ou "quando vos esvaziastes. nem sequer
160 Toologlo do Eaplrlto Sento o e.riamo no Eaplrtto Sento em Atos doo Ap6stolos 161

{como, erroneamente, em AV): "depoi's que crestes", nem "depoís de terdes obedecido (4) Paulo não perijuntou, por exemplo: "Deixastes de crer suficientemente? Vossa
suficientemente" ou "vos entregastes."•• A fé. conforme Pauto, é o receptáculo do Espírito. entrega foi completa? Esvaziastes-vos Inteiramente? Obedecestes am cada detalhe?" Em
Mais uma vez, o aoristo da fé mais do que o particípio presenta significa a fé presante no compara,;80 com o ardor destas perguntes, a pergunta que Paulo realmente fez parece
batismo. Que o caso é assim é sublinhado na pergunta seguinte quando, ao ficar sabendo pálida. "Em que. pois, foa1H bâtlzados?" Ao descobrir que eles tinham o batismo joanino
que o grupo era ignorante acerca do Espfrito Santo, Paulo sente que o problema somente ao invés do batismo cristlo, Paulo nlo procurou. segundo o texto, sondar a condição
pode estar com o batismo, onde a M é expressada e o Espírito recabido, pois perguntou: subjetiva espiritual doa que Iam receber o batismo. Seu procedimento, na realidade, talvez
"Em que, pois. fostas batizados?" E, conforma ale evidentemente suspeitara, era aqui que pareça estranhamente objetivo para nós. Nlo se registre que ele procurou e falha através
e anormalidade tinha suas raízes, pois estas efésioa tinham sido batizados ''no batismo da de um exame espiritual ou Interior do verdadeiro estado doa coraQOes dos afésíos. ou da
Jo1o.•r eo sua dediceçlo, O.ixa Isto, talvez. para o único que conhece os Ol?rações (1 :24; 16:8). Paulo
Depois da explicar aos discípulos efésios que a fé cristã é "em Jesus'' e que, portanto, simplesmente ensinou a fé no Senhor Jeau1 Crl110, • quando teve certeza disto, batizou­
o bati1mo cri1tlo é em Je1us, nlo em Joao, Paulo pela primeira vez batizou os doze em º'· Era, e continua eendo, tão elementar assim.
(eis) "o nome do Senhor Jesus," com a Imposição das maos, e o efésios receberam o o batismo no Esplrlto Santo confo,me á ensinado patos pentecostais, distinto do
Espírito Santo. batismo cristlo. está totalmente aldm do alcance deste passagem. Paulo nlo está "avan­
A retevAncia da pergunta importante de Paulo acerca do batismo (v. 3a) pode ser çando" pare coisas mais elevadas, está voltando para a coisa fundamental - para o
apreciada por meio de observar aquilo que Pauto não perguntou. (1) Quando Paulo próprio princípio onde todo crente recebe o Espírito Santo de conformidade com o modo
descobriu com sua primeira pergunta que os homens não conheciam o Espírito Santo, apostólico de entender o caso - ao crer em Jesus e no batismo cristlo subseqüente. O
Paulo não passou a perguntar: "Que tipo de instruçao (errônea) recebestes, pois?" para Espírito Santo - e podemos dizê-to com toda a reverência, pois este é o ensino de Atos -
entlo lhes ensinar a doutrina (certa) do Espírito Santo. Ao invés disto. Paulo perguntou: vem como o resultado e como o "dom", e nlo como o centro ou o tema da mensagem
"Em que, pois. fostes batizados?" e. ao ficar sabendo do batismo joanino deles passou a crista. E. pois. o ministério do Espírito que o evangelho seja o evangelho de Jesus Cristo e
ensinar-lhes Jesus Cristo (v. 4). Noutras palavras. quando Paulo ficou sabendo que nlo o evangelho do Espírito Santo (cf .. e.g.. o Pentecoste) e que o Esplrito seja recebido não
Ignoravam a existência do Espírito Santo. seu assunto. de modo surpreendente, n/Jo era o porque Ele é especificamente procurado mas. sim, porque Jesus Cristo é proclamado. A
Espirita Santo, era Jesus Cristo. Este fato é relevante. O remédio para aqueles que sabem única ocasião para um batismo esplrltual segundo o modo ele Paulo (ou Lucas) entender. é
pouco ou nada acerca do Espirita Santo não é instrução especial sobre Ele, nem o o batismo cristão. O Esplrito, pois. nunca vem à parte de Jesus Cristo.
conhecimento sobre o acesso ao Espírito, nem uma nova coleção de condições. um novo Atos. escrito por Lucas, é uma exposição Independente da verdade da fórmula de
regime de esvaziamento, de obediências adicionais, de dedicação mais profunda. ou de Mateus, de que, ser batizado no nome divino (ou trino e uno) é, por definição, ser
orações ardentes, mas. pelo contrário, simplesmente o grande fato: o evangelho da fé no batizado ao mesmo tempo no Esplrlto Santo (Mt 28:19). Não há necessidade alguma de
Senhor Jesus Cristo e o batismo em Seu nome. batismos separados em cada "Pessoa" da Trindade. pois é do beneplácito do Pai, contorme
(2) Paulo nAo perguntou: "Não soubestes que depois da mera fé, deveis avançar com as palavras ele Pauto noutro lugar. que no Filho residisse co,poralmente toda a plenitude
firmeza para uma segunda experiência em que recebereis o revestimento do poder me• da Oivlndado (cf. CI 1: 19; 2:3, 9). Està formulação teológica de Paulo em Colossenses é
diante o batismo no Espírito Santo?" Ao invés disto, Paulo ficou duvidando se estes efésios ensinada historicamente (e teologicamente) por Lucas em Atos. especialmente neste
já tiveram qualquer fé em Jesus ou. que é a mesma coisa. se já tinham sido batizados nEle. parágrafo onde "o Espírito Santo que falta" é suprido, não através de novas informações
pois, se tivessem, certamenle teriam recebido Seu Espírito. Paulo ficou sabendo, na acerca do Esplrito Santo mas. sim, através do "Senhor que faltava," í.d, mediante a
realidade, que a fé deles não era posta em Jesus que tinha vindo, mas. sim, numa figura proclamação do Senhor Jesus Cristo e o batismo no Seu nome. 12
messiãnica ainda vindoura - o caráter da mensagem de João Batista (vv. 3-4). Paulo.
Desde a vinda de Jesus. o caso de cristãos crerem no Messias e. porém, serem
portanto, não ensinou aqui uma segunda bênção nem um batismo espiritual distinto que
batizados "no batismo de Jollo" é. naturalmente, uma anomalia. E este é o problema por
vai além de um "mero" batismo na água. Ensinou a única grande bênção- a fé em Jesus
detrás desta passagem. Somente quando a fá no Senho, Jesus Cristo é lígada com o
- e passou exatamente a batizar em nome de Jesus (que incluiu, como sempre. uma
batismo nEle é que o cristão. é lógico, recebeu a inlciaçlo cristã autêntica. O elo que
Imposição das mãos). Imediatamente depois disto, receberam o Espírito. •1
laltava na formação espirltuat dos efésios, portanto. nao era o ensino sobre como ser
(3) Paulo não perguntou: "Quem, pois. impôs as mãos sobre vós?" ou "Deixastes de
batizado no Esplrito Santo. era a fé e o batismo em Jesus. E quando foram dados esta fé e
visitar (ou chamar) os apóstolos?" O assunto de Paulo não é o apostolado. o episcopado.
este batismo. assim também. gratuitamente, o Espírito t?mbdm foi dado. .,
nem a imposição das mãos mas. sim. a fé em Jesus Cristo e o batismo nEle. O assunto de
Paulo não é, de modo algum, a necessidade das línguas como a evidência inicial do Falta investigarmos os momentos finais do episódio. E interessante o fato de que. na
Espíríto. Nenhuma condição moral ou eclesiástica, e nenhuma evidência extática é impos• discussão de Paulo acerca do batismo 1oanino, que considerava como a raiz da falta do
ta sobre os efésios, ou exigida deles, antes de poderem ter o Espírito Santo a quem não Espírito neles. Paulo centraliza a atenção dele mesmo e dos efésios, nao em quaisquer
conhecem. A fé e sua expressão iniciatória no batismo - batismo em Jesus Cristo {e nêo, aspectos litúrgicos do rito do batismo (cf. 1 Co 1:14. 1 7) mas também, evangellsticamente,
de modo separado. no Espirita Santo) - é a totalidade da mensagem de Paulo. conforme o na lé no Je:us presenta. M
registro de Lucas. Além disto, a parte ativa nesta passagem não é o grupo dos discfpulos Embora se registra que Paulo ensinou somente a fé e o batismo cristOos em Atos
efésios que põem mãos à obra para cumprir as obediências necessárias; é Paulo que, sem 19:2-5, mesmo assim, Lucas especificamente menciona e imposlçao das mãos de Paulo
pronunciar uma única ordem registrada, ensina Jesus como o Cristo. como precursora Imediata eo dom do Espírito (v. 6). Este fato não eleve ser olvidado. A
162 Teologia do Espírito Santo O Ba1ismo no Espfrfto Santo em Ato. dos Apóstolos 163

impo$ição das mãos era. decerto. uma parte integrante do culto batismal. com orações. e Poucas passegens ensinam a união essencial da fé, do batismo e do Espírito Santo tão
não deve ser separada do batismo como um rito independente que outorga o Espfríto claramente quanto Atos 19:1 •7. Com suas perguntas nftidas: "Recebestes, porventura, 0
• Fica, pois, claro naquilo que foi dito antes, que a falta· dos efésios de conhecer o Espírito Santo quando crestes?-, "Em que, pois, fostes bati,ado,r temo• quase uma
Espfrito não era devida à sua falta de ·convidar ou buscar uma imposição de mãos definição cléuica de como vem o Espírito Santo e da união na consciência apostólica da fé,
apostólicas. Paulo não indagou em qualquer das suas duas perguntas, conforme observa­ do batismo, e do dom do Espírito Santo. O resultado, aem ambigüldade, do batismo pela fá
moa: "Recebeste o Espfrlto Santo através dos apóstolos ou dos seua emissários?" ou em fristo é que o e.pfrito Santo é dado - ou, para empregar a expressão mais carregada,
"Quemr poiS, lmpõs as mlos sobre vós7" Nem sequer sua discussão posterior dizia que, 1 "o batismo no Espírito Santo" é simplesmente o batismo cristlo...
respeito a mloa ou apóstolos. A imposição das maos é colocada na mais estreita conexão Agora )6 paHamos em reviata todo• os textos principais da doutrina pentecostal do
com o batismo (cf. o ·'E" do v. 8) e fazia parte do batismo (para o 16enfátlco de Hb 8:2 cf. 81. batismo no Espírito Santo. Segundo o reoonhecimanto do própr,io pentecostalismo é em
D. parágrafo 443, 3). Atos, e "ali somente (que) achamos uma descrição detalhada do batismo ou enchimento no
O paralelo em Atos 19:8 entre a ação de Paulo em �leso e a Imposição das mãos de Espfrito que foi experimentado por aqueles crentes primitivos."e7 A doutrina pentecostal
Pedro em Samaria (8;17) é notável e talvez deliberado, pois tirar paralelos entre as tirada destes textos de Atos (e, portanto, reivindicada para o Novo Testamento) pode ser
atividades de Pedro e de Paulo se constitui num dos aspectos mais interessantes da resumida da seguinte maneira:
composição de Lucas.
Este tanto podemos dizer: naqueles tempos, como agora. provavelmente nunca houve _Q. f>!ovo Testamento parece Indicar como fato histórico inoonfundfvet que. depois da priml!ira
entreda do Espírito na regeneração pc,de haver. e deve haver. um recêbimento especial e
um batismo desacompanhado. e raras vezes um em que o ministrador não impôs as mãos, pessoal, da parte dos crentes, do Espírito Santo ne Sua Pessoa original e sem igual. Esta
da oração, sobre a pessoa batizada. A imposição das mãos provavélmente se constitufa na experlt1ncia é chamada o "batismo no Espírito Santo" e seu propósito nAo é outorgar vida. mas,
conclusão do ato batismal assim como a totalidade do batismo se constitula na conclusão sim, outorgar poder. Seus acompanhamentos earecterfsticos são. não oi frutos mas, sim, os
do sermão missionário. Foi neste solene momento final que o Espírito Santo sobreveio aos dons,e a
efésios. �
Acabamos de ver a base que esta tese tem em Atos 19, um dos textos principais do
Estaríamos dispo$tos a acreditar numa prerrogativa apostólica para o dom do pentecostalismo. O Espírito Santo em Atos 19 não tinha feito umà "primeira entrada",
Esplrito, pois é um apóstolo que aqui impõe as mãos, se houvesse uma doutrina ainda não ti.nha vindo de modo algum (v. 2). Não há qualquer segunda experiência do
deenvolvida da mesma em Atos ou noutras partes do Novo Testamento. Mas a Espírito Santo em Atos 19, O que torna este registro tio impressionente é que, pela
imposição das mãos de um não-apóstolo é tudo quanto é mencionado na conversão primeira vez, os efésios receberam o Espírito Santo, e Isto não através de condições sem
do próprio Paulo (9:17-19, e a imposição das mãos de Ananias antecedeu o batismo igual, mas, sim, através da mensegem crista padronizada e normativa, e o seu batismo.
de Paulo como um ato de cura e oração. não indicando nenhuma ordem necessérle, Houve, também, somente um recebimento do Espírito Santo pela casa de Cornélio
legal, temporal, ou eclesiástica no rito. O eunuco recebeu o batismo, conforme (10.11). Não se registram ali "duas experiências" - primeiramente, a regeneracão,
vimos. sem e presença de um apóstolo (8:26-40). E Paulo, noutro lugar, registra sua depois, o recebimento pessoal do Espíri10 - ali como a9ui e em todas as panes do Novo
gratidão por não ter participado em muitos batismos em Corinto (1 Co 1:14. 17). Os Testamento (cf .. e.g., Tt 3:5-6; João 3:5; 1 Co 6:1 H o novo nascimento é o batismo
obstáculos para uma doutrina da imposição de mãos apostólica para o pleno dom do espiritual. Cornélio não teve uma experiência posterior, teve a experiência crista.
Espírito são, nós cremos. tão insuperáveis quanto os obstáculos à doutrina das Atos 8 é o outro texto principal para as "duas obras" pentecostais, mas com tão pouco
Hnguas como a evidência inicial do Espírito {e as duas vão juntas em exatamente as fundamento quanto em Atos 19 e 10-11. Em Atos 8 não há registro de uma primeira
duas situações mais incomuns: Atos 8 e 19). A imposição das mãos por apóstolos (e entrada do Espírito nos samaritanos, seguida por um recebimento especial e pessoal do
outros) é mencionada em Atos, mas nunca é ensinada em Atos, em Paulo, ou nos Espfrito mais tarde. Os samaritanos "ainda não" tinham recebido o Espírito de modo
Evangelhos. e em qualquer outra parte como uma necessidade para o recebimento algum, por razões que. segundo acreditamos. deixamos claras no estudo do texto. Quando
do Espírito. os samaritanos receberam o Espírito Santo. simplesmente O receberam pela primeira vez.
A imposir;llo das mãos apostólicas, as línguas. e a profecia. todas estas ocorreram com A situação em Atos 2 é a mesma. Aqui, a promessa que Jesus deu. de que outorgaria
a vinda do Espírito aqui. Todas acompanharam o dom de modo tangencial; nenhuma delas o Espirito. em Atos 1, é cumprida como resultado da Sua ascensão (2:33). Os discípulos
é ensinada como condiç.ão prévia do Espírito. ou essencialmente ou perifericamente, e tiveram este enchímento único e totalmente decisivo com o Espfríto Santo - e era pleno
nenhuma delas é buscada pelos discípulos efésios nem exigida da parte deles. O ensino de (2:4) sem necessidade de posterior completação...
Atos 19:1-7 é que os efésios estavam sem o Espírito Santo, não devido à falta de pedir Onde quer que o Espírito vem - e este é inequivocamente o testemunho de Atos -
deliberadamente, ou apóstolos. ou a entrega completa, ou as línguas mas. não intencio vem como é aprOPriado para Sua Pessoa e Sua graça, Seu nome de promessa e Sua
nalmente, por terem sido batizados no batismo de João ao invés daquele de Jesus Cristo. naIureza de dom - plenamente. Não há. como já ressaltamos antes, nenhum registro em
Como em Atos 8 e 1O, assim também em Atos 19, de modo eloqüente, ensina.se o Atos ou no restante do Novo "Testamento de um primeiro enchimento do Esplrito Santo
oposto ou de um segundo batismo, condicional e espiritual ou do uma evidência espiritual que posteriormente é completado, aperfeicoado, ou enchido por um segundo recebimento
inicial, procurada e exigida. O batismo cristão com seus coeficientes da fé em Cristo e do pessoal do Esvírito.
dom do Espírito é a mensagem e a luz desta passagem. Que os convertidos efésios aqui Haverá,. é lógico, qualquer número de ministrações futuras do Espirita, enchimentos
falaram em línguas é meramente interessante - nada mais. futuros (cf. e.g .. Atos 4:31 com 2:4 e GI 3:5 com GI 3:2; a ver Ef 6:18), porque o Espírito tem
O Ba1ismo no Eapfrito Santo em Atos dos Apóstolos 165
164 Teologia do Espfriro Sento
O. ATOS 22:16: O TESTEMUNHO QUE PAULO DEU ACERCA DO SEU BATISMO
vida. Mas estes enchimentos não são para preencher o que faltava na primeira vinda do
Espirita. São os grandes privilégios da vida cristã, não um fardo para ser obtido através Na referência final ao batismo em Atos, a defesa de Paulo diante do público de
de um programa de condições. O dom fundamental e básico do Espírito em Atos chega Jerusalám, temos um resumo excelente do ensino de Atoe vís-â-vis o pentecoatalismo.
uma só vez, em Jesus Cristo, e não precisa de enchimento ou melhoria ou "mais," Não há, Paulo relembra •• lnatruQÕff de Ananlas: •· ·e agora. por que te demores? Levanta-te,
nem em Atos 2. 8, 1O, ou 19 - os textos-padrão pentecostais para o batismo subseqüente recebe o botlomo o lava os teus pecados, lnvocendo o nome dele'" (22:16). A remoção do
do crente no Espírito Santo - qualquer registro da primeira entrade parcial do Espírito pecado de Paulo deve ser levada a efeito no batismo, pela fé. A primeira referência ao
seguida por Seu segundo recebimento, finalmente pessoal. Vale a pena notar, ponanto, batismo depois do Pentecoste em Atos também faz esta conexlo: " 'Gada um de vós seja
que o pentecostalismo edifica sua doutrina de uma segunda entrada necessária do Espirita batizado ... para remissão dos vossos pecados" (2:38).
Santo em textos que ensinam Sua única entrada. O pecado. de acordo com Atos, nao é removido pela atividade ardente Interior ou
exterior do candidato; é removido pelo dom gracioso e purificador de Deus, no batismo. A
N. ATOS 20:17-38: A MENSAGEM FORTALECEDORA FINAL DE PAULO separaç8o do pecado que o pentecostalismo (seguindo R. A. Torrey e outros) exige comõ
No discurso aos presbíteros de l:feso temos a mensagem mais longa de Paulo, dirigida condição para se receber o dom de Deus, não é reall,ada por rigor dedicado mas. sim, pelo
a cristãos, registrada em Atos. Nele, passa em revista seu ministério de três anos em �feso perdão de Deus, aplicado no batismo.A "purificação do coração" que é exigida, é realizada
e pode asseverar com confiança que "jamais deixei de vos anunciar coisa alguma provei­ pela obra purificadora de Deus, pela " (15:9), l.é, no batismo (2:38; 22:161.
tosa" (v. 20), e imediatamente resumiu o conteúdo deste ensino compreensivo como Pode ser perguntado: Por que este passagem n8o diz: "Levante-te, recebe o batismo e
sendo: "o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (v. 211, lava os teus pecados II recebe o Espfrito Santo·"? 1: porque o Espirita Santo não é recebido
Mais uma vez é Interessante - conforme vimos descobrindo no decurso de Atos - a quando os pecados sao removidos pela lavagem 71: porque o Espírito Santo é recebido mais
ausência do resumo em Atos 20:21 dalguma referência ao Espírito Santo ou ao batismo no tarde quando Paulo é mais digno7 Nãol O Espirita Santo é recebido com o perdão dos
Espírito Santo. Mas isto é devido, não a uma falta de espiritualidade ou a uma falta de pecados (2:38; 1 Co 6:11; Tt 3:6). 71 Nem Paulo, nem qualquer outra pessoa ser, mais
estimar o Espírito Santo como sendo "proveitoso" ou por Paulo ou por Lucas. Em Atos, a digne do Espírito Santo do que quando D11us lavou 1eu1 pecado•. E relevante que. no relato
atençlo de• mensagens eposi61icas � leveda quase axcfueivamonte eos grendes etot anterior do mesmo encontro entre Paulo e Ananlas, a plenitude do Espírito Santo é
de Deus em Cristo - parece que esta é a única espiritualidade autêntica que Atos reco­ prometida (9:17). Mas a ausência da referência ao Espfrito Santo neste texto paralelo nos
nhece. informa. mais uma vez, que a menção especifica do Espírito Santo nao é necessária para o
Mesmo assim, o Espírito Santo é mencionado mais nesta mensagem aos presbíteros Espfrlto Santo de fato estar presente.
efésios do que em qualquer outra mensagem desde o Pentecoste. Na realidade. fora do O dom do Espírito Santo não é mencionado em Atos 22:16, não porque Paulo não
Pentecoste (ê uma referência cristológica no Pentecoste de Cesaréia, 10:38), não se registra recebeu o Espírito naquela ocasião, mas, sim, porque quando se recebe o perdão dos
que o Espirita Santo é um assunto da pregação missionária. Conforme. porém, veremos pecados, o Espírito Santo é ri:cebido tam�ém (ver 2:38·391. 1: tão desnecessário mencionar
mesmo nesta mensagem em Atos 20 onde o Espírito Santo é mencionado. não é ensinado o Esp(rito Santo neste texto quanto é desnecessário mencionar a fé ou o arrependimento,
como um deSafio ou oportunidade a ser adquirida por presblteros . verdadeiramente dedi• que, naturalmente, também penencem ao batismo. Onde o batismo cristão está presente.
cedos ou como uma experiência mais profunda, possível ou já recebida. Pelo contrário. o estão presentes também todos os demais elementos do único dom da salvaç8o, assim
Esplrito é retratado aqui como o companheiro do caminho da igreja e do cristão (w. 22-23, também como onde somente a fé é mencionada numa iniciaç8o (17:12. 34) também estão
28). Paulo pode resumir sua mensagem missionáría como sendo uma mensagem de presentes o batismo. o Espírito, e quaisquer outros beneffcios em Cristo que queiramos
arrependimento para com Deus e de fé em Cristo, sem assim ofender ao Espirita Santo mencionar. 12
porque este único grande ato abrange a obra do Espirita (cf. 1:8. 2: 11 ). Não é necessário A purificação, a justificação. a sanlificação: todas ocorrem em nome de Cristo e
mencionar que o Espírito está presente, nem ensinar que deve ser recebido, Ele es1á "em mediante a obra �o Espírito no batismo; realmente, um texto do próprio Paulo fornece 0
Cristo" e "por meio de Cristo" (cf. 1:2; 2:38-39; 4:29-31; 10:43-44; 11: 17; 15:8-11; 19:4- melhor comentáno para a doutrina do batismo de Lucas:
6) - esta é a mensagem de Atos como é a das Epístolas. 70
Mas vós �os lavastes, m�s fostes santificadados. masfostes justificados, em o nome do Senhor
Finalmente, ao advertir contra a apostasia e heresia iminentes (vv. 29-30) Paulo Jesus Cristo e no EspN"no do nosso Deus: (1 Co 6:11 ).
encomenda os presbíteros "a Deus (ou kuriõ. B pcl e à palavra da sua graça, que tem poder
(dunamenõ) para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados" (v. 32) Onde. porém, o batismo é interpretado de modo não-responsável ou não responsivo
Paulo não precisou encomendar seus presbíteros a umafnensagem ímpar ou subseqüente este texto de Atos serve como corretivo útil. Pauto deve levantar-se e ser batizado s�
de poder ou de aprofundamento a fim de fonalecer os presbíteros para enfrentarem os alguém quiser chamar isso de obra ou condição - e é aconselhado a não usa r �s1a
a1aques vindouros da heresia e do mundo: pode encomendá-los à mesma mensagem .
term,no 1
og1a - ent ao" . para o b at1smo
• é a unica
• "condição" presente. Mesmo assim. deve
median1e a qual se tornaram cristãos, que nunca fica velha. nunca se esgota, nunca é ser r•ssaltado. conforme o próprio Lucas ressaltou, que esta ida é capacitada pela fé
imperfeita, nunca carece de suplementaçao. poder adicional, altura ou profunidade - operada através do Senhor soberano (cf. e g. Atos 3 16).
pode encomendá-los a ''Deus e à palavra da sua graça, "que em si mesmo édunamen6- . t, porém. a res _ponsabilidade do homem. . e podemos errar na outra direçao quando
poderosa - para edificar. A palavra de Deus. através de Paulo, aos presblteros é. em de•x �mos de ass umir edosta responsab1lidade (i.é, nenhuma respansabifidade espiritualista.
efeito. também a palavra de Deus dirigida, noutro lugar. ao próprio Paulo: "A minha graça _ _ _
rigorista, mas, s,m, a s,mp es1 bat,srno) com a seriedade com aue é encarada em Atos;:
te basta" (2 Co 12:91.
166 Teologia do Esplrlto Sento
o Betlsmo no E1pírito Santo em Atos dos Apólto� 167
Como se fosse para ressaltar esta dimensão da responsabilidade, os dois verbos
6. Talvez
.. de modo relevante, depois do Pentecoste e da referlncie cristológica no sermão no
principais dePOis de "levantar-se", a saber: "sér batizado" e "lavar" são colocados no Pentecoste·· de Ces.ar,11 (Atos 10:38). alusão &o Espírito Santo por SI só nêoOCOfre no registro
aoristo do imperativo na voz mMia. A VC1Z média não precise significar 'batize-se". nem de um sermlo mission6rio apost6Uoo. (A observaçlo de Estlvlo em Atos 7:61 nem é a de um
pOde significar "purifica-te," mas. sim. deve ser entendida, e gramaticamente pode ser apóstolo nem. no sentkb usual, miss.Onárlo.)
entendida, no sentido de "deixa-se batl,ar e assim ser puríficado" (81.-D. par. 317). Mesmo 7. Herman Gunktl etcreve que "express6ff tais como 'ser chêio do Esplrlto' ..• par�m ter sua
origem ..no conceito.,. do qve uma pessoa só receberá do Esplrho, a porção que ela 1;>uder
assim, ; Pavio que deve deixar que isto aconteça - e nestes dois termos. "Paulo" e conter . Dit1 Wlrlr.ungen dss hsiligen G•istss nsch der popular,n Anschauung dar sposto�schen
"deixar/' temos as dimensões humana responsável e porém divina do batismo cristão, e Z,eit und dtJr Lehr• dos Aposteis Paulus: Eine biblisch-theologiscM Studl, (2a. ed.; Gotungen;
perder um lado ou o outro é perder muita coisa. " Vandenhoeck und Ruprecht, 1899), pég. 29. Mas todo recebimento do Espírito'• no ensino de
A Paulo não é recomendada qualquer lista de condições, mas. sim, deve deixar-se Lucas. um enchimento do Espírito.
8. Embora a glosaolalla PoSU Hr parcialmente de&c-rita como edor1çlo, nlo d•vemos crer que e
batizar. E, no batismo. Dsvs aplica toda as condições Já cumpridas, se pudermos usar uma ador1çlo, no HU Hntldo mala reatrlto, seja a maneira meis exata de descrev!r o propósito das
•e,cpreuAo paullna, "POr melo da obediência de um só" (Rm 5: 19). línguas no Pentecoste. O propósito da glossolalia no Pentecoste parece Hf' a m,ssao, conforme é
A responsabilidade é ressaltada ainda mais pelo último verbo na frase, também na voz Indicado princi palmente pela expressllo "outras línguas" fh•t11rals glõssals)- tanto pelo fato de
média, "invocando o nome dele." Pavio devia Invocar o nome (cf. 4:12, 2:38). Evidente­ que as línguas slo "outras". e no plural, quanto par sua referência ao catálogo da, nações (At
mente, a oração era um dos aspectos da cerimônia batismal. e oração por aquele que havia 2:9,-11 ). Parece que, segundo o relato de Loca$. a gk>ssolalia no Pent��s.te visava atrair os de
to,a e assim promover o sermao de Pedro. Atos 2:14-47 interp,eta o s1gn1f1cadode Atos 2:1-1 3.
de ser batizado bem como, sem dúvida, por aqueles que batizavam. 74 Este costume .
Para literatura sobfe e gtossolalia ver agora. es.pecialmente, A.J.Mattill. Jr.• e Mery Bedford Ma:tt1U,
confirma tão solidamente quanto se poderia desejar o caráter resPQnsável do batismo A Cla"ifitld Bibliography oi Litaraturs on the Acts oi th• Apostl•s ("New Testament Tools and
cristão, sem lesar de modo algum. mas. sim. engrandecer a obra da graça divina no Stud;es," 7a. ed. Bruce M. Metzger: L.eiden: E. J. Brill, 1966), p6g1. 343-51. . •
..
batismo. pois é recebida com gratidão. "Tão certamente quanto o arrependimento é o dom 9. Esta , nossa objeçlo à opiniêo, amplamente sustent&da, de qu• luças, com � �eito·
popular" (Gunkel) dos seu.a tempos. ficou muito aqudim de Paulo ao deixar de atrtbutr a fé à
divino do batismo. tio certamente também deve permanecer sendo o ato (Tat) histórico dos __
operação do Espírito Santo. O sermão em Atos 2 é o resultado do dernmamento do Espfoto e
homens" (Lohmeyer). 111 A graça não precisa ser inconsciente para ser graça. somente poda sor entendido neste seqüência. Logo, o fato de Gunkel aqui atribuir a fé ao se!m�o
Atos 22:16 nos ensinará, portanto, que é a vontade de Deus que o pecado seja lavado mas não, conseqüentemente, ao Espfrito Santo que causou o sermêo. parece•,!'OS uma m1op1a.
no batismo por Deus. e que é a responsabilidade do ouvinte andar com fé para este lugar Witkunger..2. pág. 7 Contra, também, o representante mais moderno da t&Ona de G�nkel do
e deixar-se batizar. Este texto resume muito bem a totalidade do ensino de Atos acerca do Espírito Santo em Atos, Schweizer, an. pneuma. TWNT. Vl, 430·31 (cf. iôem, Gememde und
Gemt1indsorgum im Nsuen Tescament) (Zurique: Zwingli Verlag. 1959). P;ág. 86. A opiniã� de
batismo espiritual. Neste texto. Paulo e,cplica numa só frase o evento removedor do pecado
Schwelzer de que Lucas nlo atribui a fé à obra do Esplrito é tanto mais surpreendente wsto
na sua vida. e esta explicação se encaixa harmoniosamente com a doutrina, agora maciça, que pode escrever. em conexão com outro assunto, que "antes de tudo. porttm, a pregação dos
que deixamos atr�s do nós nos textos multi�coloridos de Atoa. O pecado nlo é removido discípulos é atribuída (por Lucas) ao Espírito," art, pntJums, TWNT. VI, 406, 6·6 (v. o artigo
antes ou depois do batismo pela labuta espiritual intensa de quem já é cristão. é removido "Esplrito", no NOITNT, vol. 2, 1982, Edições Vida Nova, por James O. G. Ounn e Jülio P. l.
no batismo que torna o homem um cristão. Esta é a graça de Deus. 76 Zabatiero). .
1 o. Ulrich Wifckens escreve que "embora nos demais sermões jem Atos} apenas um ou dois dos
temas (da pregação sefvlfica conforme o ponto de vista de Lucas) apareça num determinado
momento, aqul em Atos 2;38-40 temos uma combinação e coordenação de todos os temas.·· Die
1. Die Aposretgesch,chte ("NTO": toa. ed.: Goningen: Vandcnhoeci< und Ruprccllt. 19621, pág. 11. Mis$10nsrsden der Apostelgeschi'c.hte: Form•und traditionsgHchichtliche Unlersuchungen
Também 8o Aeicke, Glouben und Lebender Urgemeind•: Bemer>.ungen 1u Apostelgesc.hichte f. ("WMANT,"5; Neukirchon Kreus Moers: Neukirchener Verlag. 1961). pág. 178. Destane, a
7 (Zuróque: Zwingli. 19571, pág. 10. Cf. Schweizer. an. pneuma. TWNT. VI. 402. 15• 16: 403. 23- ausência de uma refetênc,a especifica a imposição das mãos pac11 Oupont, é significante.
25; e a discus.são em J. H. E. Hull, The Holy Spiric in the Acts oi lhe Apostles (Londres: L Cer1avx e J. Oupont, Les Actes des Apdtros ("la Sainte Bible"; Paris: Les Editions du Cerf.
Lut1erwor1h. 1967). pégs. 179, 80. Ver. porém, H. A. W. Meyer, K11t1sch-Ex.tJgtJtischesHandbuch 19641. pég . 49.
übe.r die AJ)<)stelgeschlchttJ f"Meyerk"; 3a ed.; Gottingen: Vandenhoeck und RuP<echt 1961).
11. (v. tb, notas 14, ·16, 17 neste çaphuk>.) No seu de-.se10 de evitar o sac,a� entahsmoque. segu �do
págs. 25·26 e Hans Conzetmann, Die Aposcelgeschichte ("HNT," 7: Tubin11en; Mohr, 1963). pág.
parece. vincula Deus obrigatorlame �te ao bati!mo.. Ma.rkus Barth d6 e 1mpr�ssao de �er p�cdtdo
20. Nosso uso do nome "Lucas" é me,an,ente tradicH>naf e conveniente: o relacionamento entre o significado do um•só•batiSmo blblloo, e seu lfvro inteiro sobre o ballsmo fica sendo meV1tavel•
o autor de Lucas-Atos e o médico que era oompanheiro de Paulo nao é discutido aqui. Nosso uso mente uma apologética dB facto em prol de dois batismos: o 'batismo na água" e um 'batismo
da frase 'batismo do Esplrito Santo" é mormente eufônico e não pretondo ser de qualquer modo no Esp1rito" separado, soberanamente dado. Ver, por e1tempto. sobre o teKtO em ep1grafe, Barth.
.
diferente da expres.sao mais usual no pentecostalismo "batismo no Esplrito Santo . . Finalmente, Die raur8 - ein Sak.ramentl E,i, sx.sgetischer Beitrog zum Gesprach ubtr die k.irchliche Taufs
referências a ditos de Jesus. Pedro, Paulo e outros em Atos n8o pretendem negar o trabalho de (Zollikon-Sürich: Evangellscher Verlag AG, 1951). pág. 143 o pégs. 184-185 abaixo. Lucas, no
Lucas: mais uma vez, o artiUcio da referência tradicional visa o interesso da simplictdade.(Para entanto. não é puramente espiritual no sentido em que esta palavra é usualmente ent�ndida,
discussões recentes sobre Atos, v. 1. H. Marshall, op. cit. e a bibliografia lá menc1on<!;da). embota ekt. como 8arth, atribua o mais alto valor ao Espírito Santo. Nem é Lucas aquilo que
2. Conzelmann indica que o uso que Lucas faz de epaggelia nao � ex:clusivo. e pertence ao Ba11h teme que ele seja, e outros acham que ele é: um sacramentalista. Lucas é ambos -
voçabulário regular da ,greja primitiva The Theology oi St. Luke. 1t Geoffrev Buswell (Lo,1dres· simultaneamente - e, pc>rtanto, nenhum deles nos seus sentidos usualmente entendidos. Ou
Faber and Faber, 19601. pág. 220. seja. Lucas é um eocarnaclonalista e entende que o dom do Espírito Santo é dado at,avés do
.. meio terrestre e humano de um só batismo. Este fato - a lígaclo encamacional entre o divino e
· 3. J. B Ligh1foot sobre a passagem relevante, GI 3:14b; para que pela fé nós recebamos a
promessa do Espfrito (ARC) ·· $(Jmt Paurs Epi$t/e to the Galar,ans A Rewsed Tc�t w1th lnuodfJC· 0 humano, entre o Espkito-, o batismo em um grande evento - acha uma das suas expÍessões
tion. NottJS, and Diss1rtations (9a. ed.; Londres. Macmillan. 1887). pág 140. mais claras no Novo Tes1amento em Atos 2:38. O batismo de Cr1s10. como Cristo. não é drvidtdo
4 No v. 16 Lucas entende o Espínto da maneira profética 1uda1ca tradictanal Cf. w. F Flemington. Tht1New TeJtam�nt Do,trlne of Baplism(Londres· S P C.k., 1953). pág 81.
5. Der Geist Gotes und d1e verwandten Erschemf/ngen ,m Alten Testsment um/ m anschhes• e especialmanto o estudioso batista G. R. Beasloy-Murray, Sapt1Jm m the New Testarnent
senden Judentum (Tubtngen· Mohr. 1910). pâg 98 (Londres. Macmillan, 1962). pâqs. 102-03. 107, em observaQOes dlfigtdas crittCarnente à sepa.
..
ração feita par Banh entre um batismo na água e u1n ba1ismo no Espfrito, (v o arl°igo ··sa1ismo .
168 Teologia do Eaplrito Santo 0 Blllomo no Eepfrllo Sinto em Atot doo Apóotolotl

por G. R. 8easJey - Murrây e o an.. "O Beü1mo mediante a fé", por Júlio P. T. Zabatiero, no 20. Contra Schlauer que conclui oqul, • sobre Atot 18:24-28 • 19:1·6. que "as ebordagons
.
NDITNT, vol, 1 EVN,) diferentes potalvelmente fossem 11 respostas àt s.itueooes diferentes de f6 e de consc"'nc,ia. .
12. , �O modo de Calvino entender os sacramentos requer que ele altere a ordem de lucas: "I: verdade Di• Apon•l�1chicht• ("Erlauterungen zum Neun Testament," 4; Stuttgan: Catwer Verenls­
que o batismo é colocado entes do perdão dos pecados na ordem das palavras; mas na ordem da buchandlung, 1928), p6g, 233. Mel1 recentemente. Oonald G. Bloesch: "Ot samaritanos tlnhem
realidade, o batismo segue o perdão; porque o batismo nada mais é do que a selagem dos bens aklo batizados. mes seu novo nascimento foi ·abortado porque nlo tlnhem ebendonado sua
que reoebemos mediante Cristo, de mod o que estes possam agora estar em vigor para nossa maneira antigl de pensar• viver. Tinham �editedo com suas mentes (creWntle) mas nOo com
consciAncia." Dia Apostalgt11chichttt: Ausfagung dar hailigt,n Schrilt ln deutschar ÜbBrsetzung, ff!J$ co,eç,õet (lidU<í•J." ':lhe ChorlsrNli< Ra\'ÍVtll: A Theologicet Ctitique," Relígion in UI•. 35
8d. 2 (Neuklrchen Kreis Mo-ers: Vedag der Buchhandlung dea Ert.lehungIverelnI, n.d.), pég. 64 (verto de l966L 370. Ver, Pof,lm, temlMl<Tt conotomente, Mr;er: "EJtplicer • questlo pele
ad. loc. Cf., ponim. Wllckens. Missionsraden, p'a. •178. subjetividade dol samarillnos, cuja fé. M!iQundo M supõe, ainda nlo P9netrera a uma profun•
13. Apg, ,e pdg. 154. didade suficiente, nlo tem Justlficldva no texto, muho menos porque nlo lemos 8QefCI de
14. ;rer ressaltado a concentração ''exterior" de Lucas é o mérito es.pêcial do estudo feito por Instrução adicional dada pelot 1o61tol014 mes, ao lnv6tdiS10. somente lemos acerca da Oficio•
Heinrich von Baer do Eaplrfto Santo em lucas: "A$ experiências Interiores sao caracterizadas da imposiçlo das meos. •':Al>g.,Jp'9. 167� (v. I.H. Mershal, op. cit., ln loco,• discusslo contra
somente medi1nte seus efeitos externos e manifestos." Der heilige Geist in den Lukasschrlften James Dunn.)
t"BWANT," 3/3; Stuttgor1; W. Kohlhammer, 1926), p6g. 204. 1110, de forma alguma, nego ou '21. Contra, de modot diferemu, o penteçostal GN, Mlnl1try-Gllt1, pjg. 51; o 1ngllceno Arthur
aube1tlm1 •• experitnclH lnter1oret d1 1elv1çlo, P9)o contr,rlol Jamet Mlson, Th• Relet/on, of Conlirmation to 81Jpt/sm: AI Taught ln Holy Scrlpture and thl
16. Cf. Wilcken•. Missionsrede, pilg. 183. FatMr• tloncfreo: Longmans, Grffn, and Co., 189n pilg, 23; OI católicos romenos Nlkoteus
16. Contrastar a elegaçAo de Andrew Murray de que. sempre que os discfpuloi ficaram cheio• do Adler, T•uf• und Hendaull�r,g: EiM exegetisch•tl>«JloglscM Unt11r1unchung von.Apg. 8:14-
Etpfrito eles estavam orando pera ficar cheios, citedo e seguido por Oçkenga, Spírit of thtJ Livíng 17 ("NTA," 19, Bd., 3. Heft; MOntter,Wo$1t,; Atchendorffsçhe Vorleglbuchh1ndlung, 1951).
God, p6g1. 136,.38. e pág. 116 supre. Em Atos 1;14 nlo" nos informa o objeto da oraçlo, e em pilg1. 118-17: Oupon1 om Corf1ux e Dupont, Ac,,., pilg. 8a
Atos 8:15 nlo se registra que os reçebedores orarem. A oração é "muito mais Importante" para 21. Por CIU$8 deste termo no texto ("Esplrito Santo." pnt1uma hagion) nlo consigo achar convin�
lucas do que o batismo, como meio de receber o Espfrito Santo (Sc:hweizer, art. pneuma. TWNT, cente, embora "'ª plausCvel, o ergvmento que vt uma referência aqui somente •os dons
VI, 411 J? A afirmação nlo é necessária, visto que o batismo cristão normalmente nem é sem carismáticos ou às manifesta�s do Esc:,Wito, e nao ao Espf1110 Sento tfo•$0ffiente.
oraçlo (cf. lucas 3:21 ·22; A1 22:16) nem. nettes trechos, a oraçlo por sJ só é r�istrada como o 23. A importdncl1, realmente a fmp('fl,•ncia total. dos 1pós1olos como as 1e11emunha.s martur111 dos
meio do recebimento fundamental do Espírito - é o batismo. Oe acordo até mesmo com Lucas, aparecimentos após• ressurrelçto, e da igreja primh1v1 & qual pertenciam como única deposi•
que ressalta o fato da oreçlo no batismo de Jesus, nao é apenas a oração em qualquer lugar, é a tjria da tradiçlo satvKiea do ato de 0.tJS em Custo.• com e qval. por1tnto. a pessoa deY8 estar
oração no batismo onde ocorre o encontro clássico de Jesus. Depois deste ern:ontro, nas vidas em união, nto Pode Sêr subesUmedl. Ver. espec,almon1e, Wemer Georg Kümme1. K«CMnln·
de todos os crentes. a oraç.ão é um meio continuo de re-ceber o Espfrito. Mas a oração e o batismo gríff und Gesch,schr•wustts,,n in dtlf Urgem111ndt1 und b1l Jt11us (Ups.ala: seu, 1943), p'9 7;
não devem ser colocados um contra o outro, para o detrimento de ambos - muito menos em Leonhart Goppett, Christantum und JudtJmum im t1rst11n und zwoiten Jahrhundert: Eín Aufriss
nome de lucas. Ver agora o monógrafo de Wifhelm Ott, Gebet und Het'l: Die Bedeutung der dllr Urgaschícht, der Kirche f'BFChTh," 2. Reihe. 55 Bd.; Güterstoh: C. Bertolsmann Vorlog,
GebetsparantUfJ in d11r luhnischan ThtJologi11. "Studien zum A und N, T.,•• 12; Munique; 1964), pág. 83; 8irger Ge,hardsson. MtJmory ond Manuscript: Oral Traditlon and Wr,i1en
KO$0I, 1965. Transmís.síon in Rabbbínlc Judalsm and Early Chri1tlt1mtr (Upsela: AJmqvist and Wlksells,
17. A ilustraç4o mais clara da diferença entre o dom do Espírito fundamental da iniciação, e a 1981), pilgs 220-25.
outorge contínuo do Espfrho para o viver cristão. pode ser observada ao comparar GI 3:2 e seu 24 Cf.• e.g.. Mason que reserva o dom do Esp6rfto Santo para a conhrm1çloe queobserva sobteAtos
aoristo com GI 3:5 com s.eu particípio presente. Ver abaixo, págs. 187•88 Deve haver. sempre B:16 oo processo do seu desenYOtvimento: "Mesmo assim, e linguagem empregada parece
encorajamento para o cristão.procurar enchimentos sucessivos do Espírito 1ao freqUentemente Indicar que hav,e algo insalisfetório em-tal posição. 'Somemt1 haviam stdo balizados.' Era uma
quanto deseja. Deve haver objeç4o somente à insistência de que. depois de alguém se tornar situação incomum em que est.os etist&os se acNram: batizados- mas s.em ainda PoSSufrem o
cristão, falta ainda mais um enchimento antes de o cristao ser completo diante de Deus. A dom especffic:o do 'Espírito Santo.· A iníciaç.ao crista - assim est4 subentendido - OOfmel•
segunda sugestão é heresia, ao passo que a prímelra é a normalidade. mente deverle incluir es1e dom. Foi como se 11venem paredo na metade do seu Bat,smo- uma
18. Schweizer nAo percebe isto quanto escreve que "'de acordo com Atos 5:32, a obediência deve pane dela validamente conferido e sem precisar de reperiçAo, mas outra pane mantida resor•
anteceder o recebimento do Espírito.·· Art pneuma. TWNT. VI, 410. 14. Ver, quanto à gramática vada. O Batismo deles ainda nto fota consumado por aquela grandebêncao para a qual era uma
.
dê Atos 5:32, &nst Haenchen. DitJ AposttJlgeschichtfJ ("Meyerk": 12a. ed. rev .; Vandenhoeck Introdução .•. Esta çonctuslo (ht "completaeao. , natural e destinada foi somente recebtda
und Ruprecht, 1959), pág. 206 n. 5. 11r1vés das oraoões e da lmPoSlClo das maos dos 1pós1otos: que desceram de Jerusaldm com
19. Ver os ouuos exemplos de Sioberg no mesmo artiQO sobre a doutrina do Espírito no ensino este propósito em mira." RtJfation oi Conlirmatlon to 81ptlsm. p6g 20. A última frase precisa do
rabínico; todos p,odem ser comparados de modo frutffero com a doutrina pentecostal esboçada correção. Cf. Johannes Behm:"a asseveração de que os apóstolos foram para Samaria com o
na Parte L propósito de comunicar o Espírito Santo .•. nAo é textual. O prop6s1to da viagem não nos é
O detalhamento vali0$0 do uso de Atos 5:32 na prática pentec:ostal e das ratz.es do modo transmitido de modo algum em Atos 8;14, somente• ocasi6o· a conve,sllo dos samaritanos"
pentecos1al de entender a obediência em Hollenwe9er; ·:Geist-und Bibefverstandnis hei Spiri• Oie Handaull•gung im Urch11st1ntum nach Varw,ndung. H4rkunt.. und Bldautung m r•hg,ons,
tualis1en der Gegenwar1; Eine frommigkeits•und dogmengeschichtlic:he Untersuchung unter g,aschithtliCMm lusammMl'ulng untarsucht tle•Pl'O A. DIIChen. 191 IL pág 30 n 1
besonderer Berücksichtigung der Schweizerisches Pfingstmission und ihter historischen Wur• 25 A çonstruç.lO de Atos 8 16 "p,essupõe pr-ecisamente• sohdariedade (lus11nvn11r,gehot,gA111tJdo
.. .. bousmo e do Esplroto." Con,elrNnn. Apg., pilg 55
zeln f'Akzessarbeit bel Herrn Prof. Fritz Blanke ; Zurique: Cópia mimeografada do manuscrito
datilografado, 1960), pág, 91 4 dirigido, em nossa opiniêo, para aquém do êmogo da questão 26 ··Na realidade.• ,ntençlo dlsduas passagens <Atos 8 14-17; 10-44,48)' ensinar p,ec,samente
Conforme detalharemos no próximo capitulo em escala mais larga, o problema do pentecostalis• a ,nseparab4hdade (d1tt unlosb•• lusammengMOrrglfe,t,J entre o batismo e o reoeb1mcn10 do
mo não é que os pentecos1ais levam a 81bfia de modo sério ou literal demais, mas, sim, que o Espfnto." Audolf Bultm1nn, ThtJO/ogy of the New TIISt•mont, tr, Kendriçk Grobel (2 vols.; Nove
pen1ecos1alismo, como regra geral, não Java suhcientemente a sério aquilo que a Biblia existe York· Charles Scnbner·s Sons. 1951), I, 139; idem, Thfl H1st0tyol th� Synoptic Tradmon. t,. John
para ensinar - a mensagem e a r�zao de ser da Bíblia; o evangelho. A convicção pentecostal, Marsh tOxford; Brasil Bla<:kW(III, 1963), pág. 247 n I Cf Haenohon, Apg "· pág. 147 sobre
nas palavras de Hollenweger, de que "precisamos cumprir a 1otalidade da Escritura·· (1b1d.) é Atos 2:38
exatamente a mensagem da lei (cf GI 3·10-13 e o desenvolvimento abai,..o. pá,gs. 179-83 com a 27 $obre Marcos 16 17, vor os vários comentários Embora Marcos 16 17 talvez espelhe e vida
qual Pauk:> con11asta a mensagem do evangleho, O modo falso pentecostal de entender a Blblia p(1mitiva da igre,e, o que , dec1s1vo para nossas conskfefeQOes 4 o feto de que nlo faz parte do
decorre, em nos:sa opinião, no seu nível mais profundo. de um entendimento falso do evangelho, Evangelho segundo Marços Ver. • g . Vincent Taylor, rM Go�I eccCNdmg ro Sr. Ma,lf Tha
e não da falta de compreender a Escritura de modo menos literal. Greek TeKI w1th lntroduct,on, NottJs. •nd lnde-.e, (Londres: Maem1llan, 1969}, págs 6 1 O, 813
170 Teologia do Eaplrito Santo O 8ati$mo no Espírito em Atos dos Apéotolos 171

Se for Insistido que Marcos 16:17 11eja usado para e evldêncMI iniclaf do Espírito pelo falar em Perece que a lmpc,elçlo das m6ol normalmente acompenheve o batismo (Atos 19:5-6; Hb

dos,,...-•
Hngues, entao. dt modo consistente. Marcos 16: 18 tamb4m deve ser empregado para• evid6n• 6:2) • era um.e s>,rte Integrante dele de modo multo semelhante à interconexão e integraçao
ele Iniciei do Espfrllo por uma ou duas Imunidades ao veneno. entre o ,,.rc11o o dom do Espírito Sento (Atos 2:38� Destane. Atos 9:17-18•Atos
28 Para os v,nos tipos ectesi6s1icos nesta coMxlo. ver a nota extensa abaixo. pág$. 144-4 7 Devo 22:16.
conftuar que Atos 8·14-17, tomado i,oltdam<tnte (ou com Atos 19 1-7). pode levar elgu4m à 35. Ver M1r1ln Oíbeliu1. Aulstttze zvr ApostelgucMcht•; ed. Heinrich Greeven (Gottingen: Vande•
convlcçlo, q1.1e pode ser apoiada no texto, dalgum tipo de confirmaçlo na tgreja. Mas nlo creio nhotdt und Ruprecht, 1951). P'a, 103 .
atualmente que devi ser euim. e nlo "' que esia confirmaç&o na Igreja fossa o bitismo. 38. Perm1n�. no en1anto. etguma dúvida sobre• fntenç.lo ôe Lucas de registrar precisamento 01
29 M11on ergumenta com base na literatura apos-t6'1ce em prol da conflrmaç&o como sendo o mesmoe fenõmenot: aomente no Pent&coste , que as llngua, 110 descrfte.t como "outros"
s.acramento pera o dom tpleno) do Espírito San10. mas é obrigado a escrever que "talvez /11.,.,.;,) (2:4; cf. 2:8, 11). l.f. como outro, ldiomlS. Cf. Níkolays Adltt, o...,,,. ch,í,rfi<M
etclereça a mente do leitor receber I lnformeçlo de que o nome da Confirrriaçlo é apene, um Pfíng,rf11t SinnundB.,J..,tungd•• Pfing,t/>erichta, Apg. 2:1•13 ("NTA." 18/1; Münster I.W.:
nome ocidental. • que nlo 4 achado 1n1es do skuk, V, e que not: 1utores orientais, e nos Aschendo<ffsche Ver�buchhendlyng, 1938), p'a. 108.
ocidentais pf'imitJvot, equífo que nól entendemos por Confirmaçlo , apenas de$C:rho por seus 37 Devo este lntrospecçlo • Ono Olbellus, Oie werdend• Klrcl>•: Eíne Einlührung ln die A,posttJI•
11os ou elementos constituintet como sendo partes da ordem do Sagrado 8atismo", R1l1t1on oi geschichte ("Die urehrlstllche Bottchaft," 5. Abt,; 5a. ed, rev.; Hamburgo: lm Furche-Verleg..
Confirmar,'on to 81ptiJm, p6g1. xll•xlll. Meson, no entanto, consegue evitar o embaraco da <1951), p'9, 103.
aegulnte maneira: ''Pire n6t, nlo, uma deter1çlo lncotrtll do relaclonemento entre a Confirma•
°'
38. Edword J. Jervis, 'Tolt lt TheL" P•nt•co,r,/ Ev•�I. 49 (16 ele Jen. ele 1ge11. 7.
çlo I o 8'tl1mo qu1ndo P■l1 dl11m q�. no B1ll1mo, o Esplrlto Santo, dedo, querendo dlter 39. Cf. Fltmlngton, N•w T•1t•mMt Do-ctrlM oi B1t11tlvn. p.jg. 1&1: R1gner Attlng_. Ofe H•lllgk#ft in
com Isto quf Ele , clldo naquela parte do 11cr1men10 b41tJ1m11 que oonh&eamo, pelO nome dt Urchrlll•ntum ("FRLANT," N.F.. 29: Gottingen: Vendenhoeclt und Ruprechl, 1930,. P'a, 123; R.
Conffrmeçlo," tbkt, p6g,. xv. Ver, por"'1, Behm: "O, esçritos dot peis apostóUcos e dos E. O. White. Th• Biblical Docrrin• oi lnitiarion (Londres: Hodder & Stoughton. 1960), pég. 196. O
apologi,tas silenciam totalmente aobre o assunto da Imposição das mlos . •. Tento mais sur• fato de que Pedro "ordena" mas, segundo perec:1, nlo edminl1tr1 peasoalmtnto o batismo (cf.
preendénte , o fato CM que estes esetltores felem do duplo dom do batltmo de uma manei,, Cerlaux-Oupom. Acte.s. pjg, 109}Pode indk;er ouua ve z a relauve indiferença de uma impasiçaode
muito semelhante ao Novo Testamento. (ou seja:) do petdão dos pecados e da nova vkfa no mêos apost6'ic.as no batismo (cf. 1 Co 1:14-161
Espf,ito Santo," H1ndaufle9ung, p6g. 177. Pata estudos de Atos 8:9-24 ver Mattill, Class1'1ed 40. Ver Alfred Seeberg, Der Kateclu.smvs der Urchristenheit (L.eiptig: A Oeichert'sche Verfags·
Bibliography, p�gs. 378-80. buchhondlung Nachf. (Goorg 8ohme), 1903), p'a, 218 sobre Atos 10:47-48; também Behm,
30 O modo pentecostal geral de entender e palavra bíblicamente importante. "dom" pode ser Htmdsullt,gung. pág. 169. e um dos aspectos mais Interessantes de Atos que é precisamente
llustredo mais uma ve1. aqui, de modo breve, como segue: "Quanto ma,s sinceramente dese­ nas duas pessagens onde uma separação histórica entre o batismo cristão e o dom do Espí,ito,
jamos um dom de Oeus, e quanto mais sacrificamos para ob1a-k,. tanto mais o prearemos
..
descrita (Atos 8 e H.>,, que a uml<J entre os doí$ segundo o prapósilo teológico e • realil.a;ao
quando é obtido. Em 8arra11. Fire, p'9, 116. (Cf. Ockenga: "Não espete que. ao prime,,o ped,do hi$t6rica , ensin•da�de modo mais enféOco. Nestes dois irechos. Lucas registra I separoç3o.
singelo, você receberá o dom ma,s sekno e precioso que Deus tem para quem quer que sera " pare entlo ensinar e unilo. Confundir aquilo que Lucas registra com aquilo que ensina , tao
Spirit oi the Llvlng God, pág. 137.J A oreçtto •·� o teste eliminat6rlo imposto par Deus para err6né0 quanto é freqüente.
determinar a quem Ele considera digno de receber este dom inestimjvel," Riggs, Slpírit Himseff. 41. Schweizor entende Atos 11; t 6, com Atos 1 :5, como "interpolaçAo" lucana, e diz p0r1anto. que
P'a, 104 11 :t 6 "comprova que, pa,e Lucas. o batismo era 00nside,ado. no máximo .. em conexão acidentaf
31. Ver Hena Jonat. TM Gnostic Rellgk,n: The Mos$•!!• oi th• All�n God •nd lhe S#glnnings oi com o deframamento todo-importante (alleín w,cht,gen) do Espíri10 Art. pnevma; TWNT.
Chnst1an1ty (Boston· 8eaoon Ptess, 1957). pág 103. Leonhard Goppelt, O,e BPOStoll"he und VI. 411. Conzetmann rephca, d,zondo simplesmente. "Pek> eontrériol" Apg., pág. 67.
nochopostohsc,,. Zt1it ("Die Ktrche m ihrer G&Schichle. Ein Handbuch"; Bd. 1, Uefe,ung A; E:-, naturelmente, verdade que Luces atribui a m111 etta valorluç&o poulvel ao recebimento do
Got1lngen:Vandenhoeck und Ruprecht (1982), pjgs. 63-64. Ver. especl1tmen1e. a exe>0tlçlo da1 Espfrito - a totaUdade do livro de Atol testifica a Isto. Mas 8 relaçlo normel entre o batismo
Eplstolas aos Cor(nttos, abc11>Co, pégs. 227-54. aistão e es1e dom decisivo não � acidentar na doutrina de Lucas.
32 . Ver a conclusão do Srta. Silva New (Ora. Silva LakeJ: "A fé em Jesus (ou no Seu Nomo), o 42. O termo substantivai " Batismo de (em ou com) o E-.,lrito Santo" nao ocorre no Novo Testamen,
ba1lsmo, a remisslo dos pecados. a imposição das m&os apostóhcas, e o ,eceb,men10 do Espl11to to. Nosso uso da up,osslo nos tru,los das v6rtas seções é meramente ume coocess&o ao
parecem ter formado vm wmplexo únfOO de idéias assocradas. qualquer uma das quais padeoa. pentecostelismo. "Oom do Espírito Santo" seria a designaçAo mais apropriada num estudo de
em determinada nerretiva individual, se, ou omitida ou enfatizada ·• '"lhe Name, Bap11sm, end Atos.
lhe Leying on of Hands," TM B�mnlngs oi Chnstiamty. ed F, J Foakes,Jackson e K1rsopo lake 43. Kümmel indica que nao há antilese entre o batismo na •uua e no Espírito e. portanto, nêo é
(Pari 1: The Acts ot the Apostles; Londres. Mac:millan. 1933}. V. 134, Somente uma correçao à necessá,lo ver um problema na prechçtJo de João Batista: "Eu vos tenho batizado com 6gua; ele.
conclusGo de Ora L.ake parece necessária. cooro,me Indica o putsente te>Cto de Atos os po,ém. YOS batiza,6 com o Espirita Santo" (Marcos 1·8 par.). visto que as dues fre1es se referem
apdstolos não administraram todos os batismos na igre,a primitiva. Logo, "a impos1c&o das mãos a um bati/IH e este termo deve ser entend;c:to realisticamente. "Das Urchris-tentum: Nachtrage
apcstólices." no sentido estreito, não 1§ textual. Ver também a c:rlttc:a de Beasley,Murrav. zu Teil l •III:' Thfl, N F 18 (1950). 46. Assim temWm Asling. H�1/igkoit, P'a 123: von 8aer,
s.,,,,sm llt the Nttw T•stament, p6gs 113-14, Heili!JIJ G11st pág 170 Ver tam�m a discusstto abaixo, p6g 219 ..
33 H, atencao insufkttflte dada à d1men.s3o do sofrimento em Atos. nalgumas anáhses modernas 44 O su1ei10 do par11cipt0 grego pistsusasm f'creram"1 Assim a Zurn:her 8,bel. "cremos , Assim
Pot exempk>, embora um "ltiunfahsmo·· 1negjvef respire em todas as P1rtes deAtos nOo deve ARA) é de dtUcil averígu1clo, mas p,ovevelmente pretende referir-se tento eo clrculo epostóhco
se, esquecido que não somente Pedro. na pr1me1,a metade de Atos, como também Paulo. na quanto aos eonver11dos em Cesaréie
segunda metade, como figuras representativas e modolures da igreja, es110 tão f,aqueniomcn1e 45. "Se deixarmos o di5eurso de Pedro aiuar sobre nós com sua força completl, veremos que, de
na prisao quanro em pUbhco E, de modo s,gmhcante. embora Aros 10,m,ne na palavra famosa e eco(do com o ponto de v,sta de Lucas, a ocasilo da conver$êo de Pedro foi o Pen1ecoste ·· Von
tounfante "sem ,mped,mento" C28 31), deve ser lembrado que é d11a por um homem. 11p1ca• Baer-, He1h9• Gttist. pég. 96. Também Friedrich Buchsef. Der G1,s1 Goues lm Neuen Testemen/

34
menio, "em cade,es" (28·20; e! 21:33. 12 6. 71
..
Anen,as diz ao Peulo cego 'pera que ,ecuperes a vista e f,quH cheio do Espírito Santo As
últimas palavras sito uma par'1,ase do batismo que passa entlo I se, ,eg,suado W,lhetm
sua formulaçlo 1eológic1 em Atos 15·7•11. do••
(GütersJoh C. 8ertelsmenn. 1926). p'a. 249 Os ...,ntos no Espf11todeAtos 2. do Atos 10.1 1. e
refutações doc:1srvc1s da tese de Schwvetier
que em luces "a fé t<Sos homens) nunca f atribu5da eo Espfflto "An p,,t1um1J, TWN T. VI, 41O. 1.
He11muller. lm Nam�n Jesu Eme sprech•cmd 111/Jg,ons�sch,chtlicha Untt1rsuchung 1vm Nw,n 9.
Tt1stotn11nt sp�1,oll zur altchnstllche T11ult1 CFALANT." 1 /2; Gomngen vandenhoeck und 46. Cf Conzelmann 50bro Atos 1 U 7 Apg. pág. 77
.. ..
Ruprocht, 1903►. P'u 302 n. 3 S1&hlln vê na constructlo paralela pau, que dos w 17e 18uma 47. Conzelmann. Theologyol Luke. pág 100 n 1; pág 228 n, 2; W1lckens. Mis.sionsr�dttn. pág 181
t
ind,caçlo c:lars de que "o recebimento do Espírito estj ligado com o s,na v15tve1 do batismo 48 O Espírito Sento nunca , refeodo como 00,eto separado da "· em todo o NOYO Te:stemento
Apg ,,,, pjg•. 137-38 (n6o hé nenhuma ordem: "crer no E,c,lrito Santo." p1sutu1tm tm ou •iS to pntwma h•g,on}
172 Teologia do Espfrlto Santo O Batismo no Esplrito em Atos dot Apóstolos 173
..
p0rque o Esplrho S.anto está ''em Cristo Jesus" {cf. Gt 3·14; Rm 8:2. 9· 10; João 14:26: "em meu mas., sim, seguidores de JoAo 8atis1a. Apostolische und nachapqslolische Z•íf. pAg. 6 l.n. 36.
nome"). Ver o desenvolvimento sistemático abaixo, cap. VI. Assim tam� .Conzelmann. Apg.� pég. 21O. Oupont os chama de crístlos. ma.s "d'un genrt um
49. Esta opinilo é influente no pen1ecos1aPsmo e além dele (e.g.. no ensino evangélico da vida peu panicular. Cerlaux-Oupont, AttlS, �g. 166. Mas con1rastar St1hlin, Apg., o. p.égs. 252·
vitoriosa), especialmente a par1ir de Wesley: ver seu Plain Accovnt. passim, mu especialmente 53. Ver Rudolf Knopf para, em nossa opinilo. 1 de$criçlo mafs clara destes dlscfpulot: "Os
págs. 9-10, 23. Ver as seleções nos Documentos, abaixo, pág. 257-63. discfpu1os de Joio 811tist1 devem obviamente ser entendidos como um tipo de cristlo1. Eram
50. No retraio de como Deus abriu a porta da fé, Lucas enfatiza de modo conclusivo tanto "que é a crentes. mas crentes de um modo bem Impreciso. no Mestles pregado por Joio Batista. e era
fé ••• que é para todo9 o Vnico meio tle acesso a Deus e à salvação ••. quento é o próprio Deus este o Messias que egu1rdlvam; foram betizedos. mas nlo em o nome de Jesus; e o Esplrito
.
que forneoe esta f�. . Stahlin, Apg. 1<\ p6g. 197. Lingüisticamente e teologicamente,• corres­ Santo, o equipamento comum de todol os cristlos, nlo fore por eles recebido:· Die ApDstel­
pondência de Paulo dirigtda aos tessatonicenses éumcomentériofascinantesobre Atos 14:22. Ver geschicht• (Gottlngen: Vandonhoeck und Rup<OChl, 1906), pág. 618.
minha dissertação, li, págs. 127-28 para a exegeu. 59, A p&rgunta �•ria dar e entender que seria PoSSível crer em Jesus e, mesmo assim. nlo
51. Atos 16·8·9 forma a refutação teológica final de Lucas da tese que vai desde Gunkel até rec;eber o Esplrito Santo. Assim Cerfaux-Oupont, Acte,1, p'9. 166. referindo-se I Atos 8. Es1a
Schweizer. de que o Espírito em Atos nao tem conex.Ao com a fé e que é apenas frouxamente impliclc:IO. no entanto, ti evltada pelo restante da narrativa.
60, Cf. Han1 Helnrlch Wen<ft ."A pressul)Oliçllo desta pergunta; ·em que. pois, (fostes batizados)' ti
ligado com o batismo. Schwaizer note que "a fé. e nao o batismo, purifica a pe1,01 para o
esta; H tlve,ssem sido bat111dos em nome de Jesus como o Cristo que fé viera, entlo deveriam
recebimento do Espírito Santo, segundo Atos 15:8•9." Art. pneuma, TWNT. VI, 411. 34�35.
Lucas, porém, também pode descrever o batismo como um meio de purificação (cf. Atos 22:16: ter tidc) consclfncla, através dEle, do Esplrito Santo, e ter recebido o Esptrho no batismo."
Kritisch•11t.t1ge1isch11s Handbuch ub111 d,11 Apost11fgesch,ch111 ("Meyerk·� 6-7. ed. rev., Gonln•
"levanta-te, recebe o batismo e fava os teus pecados, Invocando o nome dete"). e em Atos 2:38.
o modo modelar de Lucas entender o recebimento do Espírito pela Igreja, o batismo cristão é gen: Vendenhoeck und Ruprecht, 1888), p6g. 143. Assim também Heitmúller, lm NameJJJesu,
apresentado como o meio do perdia dos pecados e. portanto, como estando num relaciona� pág. 302; Ffemington, New Testamem Docttine of Baptism, pág. 47; Stahlin. Apg. 1� pág. 263;
mento purificador com o recebimento coordenado do com do Espírito Santo, (v. notas) 1. 14, 16 CoNelmann. Apg.• pá,g, 110. Behm escreve. de modo representativo, que a pergunta de Paulo
"é somente inteligfvel quando.. a ela 1ubjat a opinião de Que o batismo e e oomunicaçlo do
e 17. deste capflulo).
Espírito pertencem juntos . Handauflegung. pág. 20 n. 1.
52. Ver Haenchen. Apg. 1� pég, 386 sobre v, 9. Também Stahlin; "Deus deu téStemunho da Sua
61. O Messias a quem o Batista descrevera como sendo vindouro. Paulo descreveu como tendo jé
eleição em amor por meio de realizar, através do dom triplice do evengelho, da fé e do ESpírito
Santo aquilo que, segundo os judaizan1es, só poderia ser realizado mttdiante a observância do chegado, em Jesus. Ouvir e.sta nova mensagem (para eles) da parte de Paulo levou•OS à decisão
código da Santidade; a purificação dos coraQ6es." Apg. 10 , pág. 202. de serem balizados neste J.sus." Wendt, Apg. 1, pág. 413.
Ver também a pregacao de Jesus refletlda por Mateus na conclusão do Sermão da Montanha 62. Contrastar Ockenga, Power Through Pt,ntéCOS(, págs. 95.97 Haenchen indica corretamente
53.
com suas quatro advertências; ou a lição de muitas parébolas. Sobre a questão espinhosa do que este nao é, sentido de Lucas, nenhum rebalismo; é o primeiro e único batismo criSt4o dos
batismo infantil, ver abaixo, páq. 174, n. 76. ouvintes, Apg. n, pég. 489
54. A tentativa de Haenchen (Apg. � págs. 99-100; pág. 387 nn. 1 e 2: cf. entre outros também 63. CI. Behm, Handsull•gung, p,lgs. 20-21.
Philip Vielhauer. "Zum 'Paulinismus' der Apostelgeschichte," EvTh. 10 (1950-51). 5.10; Con• 64. Deve ser notado que. embora os aspee1os litúrgicos nao fossem para Paulo o essencial. 1 Co
1: 14, 17 nao ensina que o botismo fosse quest&o de indiferença para ele. "Não é o batismo que é
zelmenn, Theology of St. Luke, págs. 160-61, 146-48) de tornar a formulação por Lucas do
problema da lei grandementlJ diferente daquela de Paulo á, para nós. carente de convicção. O fato marginal, mas, sim, quem 11dmmistra o batismo, visto que é o ato dtJ Deus no batismo que
ímporta, e não a pessoa de quem baila" Hans Lieumann e Werner Georg Kummel. An d,e
de que Lucas coloca Atos 15 na coroa do desenvolvimento do argumento Inteiro dele fcf.
Kormlhttr f, li f'HNT," 9; 4a, ed. rev; Tübingon: Mohr, 1949), p6g. 168. Ver tambfm os
Conzelmann. lbld., págs. 211-12) indica. como nada mais. que entende a libertação da lei como
eomentár10s de Corfntios por Weiss,. Bachmann, Schlaner e Morris ad foc.
sendo de suprema importtnc1a para sua composição e para a igreja. Sem düvida, Lucas não dA
65. 8ul1mann, Theology of the N,w Ttstament. 1, 134-36: G. B. Caird, Tht Apostol,c Ag, (Londres:
evidência de ter o sublime domínio que Paulo tem do problema lei vs . evangelho - mas, afmal,
quem mesmo pode? Gereld Oudtworth. 1955). p'g 70 n. 4 "Se insistirmos em achar uma base lógica pare esta
p1ática. a única que abran,ge todos os casos , a de Agostinho: ·o que é a ,mposiç&o das m&os
55. Atos 15:11 é traduzido diferente em Iodas as versões principais, Pensamos que a ausência de senão a Qfação em prol de um homem?' (de bapt 3, 16)." Cf. também Buchsel, Ge,st Gottes,
de um hoti indica, ou pode indicar. a fórmula da fé mediante a graça bom como indica a doutrina
.. págs. 262-63; Haenchen, Apg. , 2• pág. 489. Rudolf Schnackenburg. Das Herlsg,ischehen bei der
da s� tvaçao median1e a graçe: alia dia tes charitos tou Jcuri()u IIJsou pisteuomon slJth1nai ( mas
T�ufe noch dei?, Apcst el . Paulus: Eine Studie zur paulinlscho Theologie ("Münchener The°'o
mediante a graça do Senhor Jesus eternos (temos fé) para ser salvos"). Se esta hipótese for
g,sche S1ud1en ; Mumque: Karl Zmk Ve,lag, 19SO,, pég.. 78; e ver o ouuo exege1a catóhco
correta, pois, a formulação teológica de Pedro em At 15:7•11 é quase insuperável. Ficamos ..
romano Alfred W1kenhauser, D,. Apqstelgeschicht#J Ubersetrt und etlr.fart ( Regensburger Neues
contentes ao descobrirmos que Stahlin recentemente atestou esta possivel 1raduç.ão. Apg. 'º. Testament," 5; 3a. ed. ,ev.; Regensburg: Verlag Friedrich Pustel, 1956), pág. 98.
pág, 203 Note e conclusao de Bultmann: "Oove ser enfat11ado que Atos. como Paulo. tinha um conceito
66.
56. A circuncisão subentende. entre ou1tas coisas menos importantes. que a fé não é suficiente _
do baosmo, as.sim oom 1ambtlm tinha o c,ís1ianl.smo helenfs11co, oomo sendo o swamento do
diante de Deus e que pelo menos uma coisa mais deve ser feita para ser plenamente agradável a
dom do EspJnto � As exceções (conforme parecem se,} realmente contribuem à prova de que
Ele. Se a pessoa começar com somente um outro ato além da fé que lhe fot dada no inicio, como
chegar é a ter a ceneza de que este ato é, finalmente, suficiente diante de Deus? Realmente. sair _ o
pe�a Atos, o Batrsmo e o receblmen10 do Espírito penencem juntos {Atos 8.14ss.: 1 44ss).,:
Acima de tudo, o con1rasteentre o batismo de João e o ruo cristao em (Atos) 19· 1. 7 mostra que
fora da esfeta de sola f1de em solum Chri'stum para dentro da esfera da en1(ega 1oral para uma
salvação mais completa a1ravés de uma segunda exJ')(lriência é sair debaixo do jugo que é suave
pa,a este úlumo. o dom do Esplrilo é ca,&cterfs1ic:o." History oi the Synopllc Trad,tion pág 24
n. 1. De modo s.em�lhante. 1tNJm. Theoll>gy oi lhe New Testoment. 1, 139, W1lckens, M,ss,ons•
i
e o fardo que é leve e entrar debaixo do jugo que é insupor'távol: o jugo da lei com o fardo de
reden, pég, 183; He1t'!'�ller, lm N_ttmen Jcsu. pág. 302: "Da mesma maneira (Atos) capilulos e e
nunca saber quando a pessoa fez suf1cionte. Lutero asseverou que, com suplementos "a fé e o
19 p<essupõem. e1n ultima anéhse. que o cristão recebe o Espírito no batismo ·" (v· not8 11 )
Cristo integral caem par terra com um estrépito . .. Os dois, portanto - Cristo e os suplementos
67. Brumback. 0"'1 Que, Isto 0;1e1}. pjg. 185 (or,gmal).
- não se toleram juntamente no coração de modo que eu posso ook>car minha confiança ern 68 D,• Fruchr• d•s Geisr,s. p,0. 6. cnado em Eggenberger, "Geistes1aula,'' n,z, 11 (1955).
ambos; pelo contrário, um deles deve sair de lé; ou Cristo, ou minhas p,ópfias obras " WA 37. 21 �;::
cnado em Paul Althaus. DitJ TheofogieMllrtm Luthers (Gtitersloh· Gu1ersloher Verlagshaus, Gerd
Mohn, 1962), pág. 196 n. 6. 69 Jis vezes• assevo1odo que o pnmeiro dom do Esplr,10 da parto de Jesus foi rflg1strado em Jo&o
57. Ver o resumo de BUchsel: "Um recebimento do Espírito sem uma proclamação do evangelho nfto 20 22. Seu segundo dom. ma,s compl�to - o ba11smo pemecostal no Espkito Sa,nto - em Aios
ocorre em Lucas. A conexão entre a Palavra e o Espírito á inseparável," Geist Gottes. págs. 2 4. veia p6g. 49. supra Isto, p onSm, unpori,a, em toma, duas 1radiÇ6eS cSo mesmo e\lento _ 8
256-57. Jot1nina e a lucana - e colocé�las em sequ,ncie cronológica.
,. 70. Neill Q. Hamilton escreve que, no modo de P8ulo entender. "o Espírito é preeminenternente
68. Goppell acredita que ·os discipulos· em E:feso na realidade nao eram disctpulos, i.é, cristãos.;
Nota Adicionei 175
174 TeQJogia do Espirita Santo

Aquele que lançe luz sobre Cristo.· Em toda a Sua atuaç6o. portanto. procura encher a
conscifnçia dos homens com o retrato de Cristo - e. para assim fazer. deve evitar fezer dl Si
próprio o objeto da consciência." Thft Hol'I Sp;rit 1nd Esthatologr in P•ul ("Scot1lth Journal of
Theology Occaslonal Pape,.," 6; Edimburgo: Oliver and Boyd. 19571. p�. 6 n. 4. Isto harmoniza•
se com a doul.rina de Luc.at conforme a des<:ot>timos em Atos. Ouvida-se que Aios deva ser NOTA AOICIONAL: OS RELATOS SINÔTICOS 00 BATISMO DE JESUS E AS TENTAÇÕES SUBSE,
chamado, 00nforme à, vezes• sugerido: "Os Atos do Esplrito Santo." Se entendemos a Intenção QUENTES EM SUA RELEVÂNCIA A OOUTRINA PENTECOSTAL
da douuina do Esplrito em Atos, um titulo tal como "O Livro da ProclamaçloApostólica de Jesus
Cristo" talvez seja preferido - ou, simplesmente, conforme agore oons:11, "Atos dot Apóstolos�" 1. A PROMESSA DO BATISTA
71. Cf. Schnacl<enburg, Heilsgeschehen. p'9. 103. Se a igreja primitiva h'gsva e nllo contrasrent nem sepreva o batismo na água e o dom do (ou 0
72. Cf. a fOfmulaçlo de Sitva � na n. 36 supre. batismo no) Espírito Santo, conforme os textos principais, e especialmente os problemáticos, em Atos
Sobre uma construção pastfva paralela em Atos 2:40, "Salvai•vos desta geraçlo pe,ve,sa/' ..
73. ensinam. então como se explica isto diante do aparente contraste na declaraç&o de Joio Batista; ·eu
Stahlln comenta que o significado lileral , "Deixai que sejais salvos!" e acrescenta: "O passivo vos tenho batizado com água; ele, porém. vos batizará com o Esplrito Santo"? {MarcM 1:8 par.; cf.
do Imperativo do Grego aqui é uma forma especialmente caracterfstlca da pregaç6o neoteSII· Atos 1:5: 11:16).1
mentéria (cf.. e.g. também 2 Co 5:20; 1 Pe 2:5; 5·6; e mais em Rm 12:2; 13:4; Ef 4:23-34; GI primeiro lugar, é importante observar que o oontraste aparente do Batista ti epenas aparenIe,
. Em
6 : 7}. significa desafio e prov imento ao me&mo tempo: Deus Quer atuar em você ... deixe-0,11Iuar t d,gno de nota Que, na sua proclamação, são constratados os agentes da água e do Espírito, rnas nêo

74.
perceptlvel é o batismo em Cristo." Apg. 'º·
em vocêl ... A atuaoao mediante a qual este deixe-acontece<•a•você fica &endo completamente
pág, 55.
Note a relfexlo de Schnackenburg sobre o uso de Pauto: ..O batismo é o ato mediante o qual uma
o ato de batismo(" ·eu vos tenho bati'zsdo com égua; ele, porám, vos bati'zttr, com o Espírito San10· "J
O Batista proclamou que "o mais poderoso" faria do batismo muito mais do que simplesmente o
batismo mas , de modo significante. nada menos do que o batismo. No meio-ambiente do século t. o
pessoa faz sua confissão de Cristo como Senhor (Rm 10:9-10) e me<hante o qual, de� termo "batizar" não era primariamente pitoresco; tinha sua posição firme na vida çultural da Pales­
complementar, com toda a probabilkfade, o nome de Jesus era provavelmente pronunciado tina e significava, em primeiro lugal', simplesmente "batizar," O batismo no Espírito significa aquilo
sobre a pessoa que estava sendo ba1ltada (Tg 2: 7; 1 Co 6:11)." Htlilsg,schehen, pág. 120. Cf, que as palavras dizem: o batismo, e Isto, especificamente. no Esplrito 2
HeitmUller, fm N,men Jesu. especialmente pégt. 92·93, 127. Foi a contribuição especial de JoAo Batista à igl'eja, além disto, que a vinda do Espírito foi ligada
16 Oas Urchristentum· 1. Buch, Joh1nMs dlJf T•vfM' (Gottingen: Vandenhoeck und Rupr&eht. não somente com o batismo mas também com o Cdsto: •• 'Ele (autos), poré,n, vos batizará oom o
1932). pág. 78; cf. ibid.. p6gs. 72. 76, 103. e.splrito San10.· "Garantiu-se, assim. que o batismo espiritual prometido teria total crisIocentricidade
76 A quesI0o do boiismo infanIil surge pora todo feitor sério. São competlveis o batismo respon• Na história da igreja, o batismo de João foi ultrapassado pQrque, através do poder do nome de Cristo, o
sável e o batismo infantil? Conforme a primeira impressão. podemos nos sentir obrigados a dizêf batismo já não seria meramente batismo em égua. Pois. conforme vimos em Atos, o baIi�mo crisIão
"N&o" E há. em correspondência co m isI0, o avanço de uma discussao crhica do batismo infant,I era provido do dom do Esplrito (Atos 2:38-49: 19:2-6; • não menos 8: 14• 17; 9:17-19 (com 22:161:
na igreja. pon1Uad.a de modo muito imp,usionante. em tempos recentes. pelo fragmento final de 10:44-48).
Karl Barth /J<irch//che OogmattJ<. IV/4), E bem posslvel que a d�ada de 1970seja a década de O aprofundamento do signifiçado ma_is amigo do ba11smo Ieve, no entanto. uma origem amda
um debate batismal na Igreja, mais profunda do que a l)fomessa do 8atistã ou a experiênc,a da igreja. Esta origem fo, o batismo do
A prática da çucuncislo, certamonte. foi abolide pela obra de Cristo, mas. Quanto eo pr® !io Jesus. "Na pr&gação de Joio Batista. a água e o Espírito ainda eram sepal'ados; rnas nao
princfpio da inielacAo infanI1t ou do famílias ou do grupos, em nenhum lugar o echo anulado. continuarão separados. É a obra de Jesus fazer com que fiquem juntos" (Schlatter). 3
Realmenie, em Atos, nas fótmutas das e.asas inteiras. vejo tais fniçiac;:6es realmente sugeridas.
O argumento de Lutero, de que deve haver ensinos f«to, tanto POSítivos quanto tamb,m 2. O BATISMO OE JESUS
negativos na Escritura a respeito de questões tão imp0nan1es como a salvacao e e in,ciacão. me Como protóeipo da oc,asião do batismo cristão e como sua instituição real, no batismo de Jesus
impressiona bastante. Creio atualmente que o ônus da prova osteJa com aqueles Quo querem eb· (n.b. em água) o Esplrito desce. 4 A conexão entre o batismo e a vinda do EsplriI0 fica sendo
rogar a iniciaçlo infantil da igreja sob Israel. N!o aêho no Novo Testamento esta ab-rogaçJo, especialmente vívida no relato de Marcos: "Logo" {1:10). A conexão é imediata e ,ao d1reIa que laz
embora talvez o u esteja cego. e. de pelo menos igual ,mportãnc;a, não vejo qualquer advenêncía daquilo que poderia ser duas coisas - o batismo em água e a descida do EspfriI0 - uma só coisa Se
contra a continuacao de trazer cfianços para dentro da igreja entre os gentios. Atos não fosse suficiente, a experiência do próprio Jesus solda as duas ooisas anteriores - o ba1ismo
Oese10 relem-me. para uma referência etuzada frutífera. a 1 Co 10 (pace Seasloy•Murrav. e o dom do Espírito - no único baIismo divino. O batismo espiritual é formado e inaugurado na
.. .. própria Pessoa do seu OutorganI0 eleito: Jesus Cristo.
Bapllsm m the New Testament págs 181·85) e a expe,iênc,a sacramental paralela enue a
_ O significado da descida do Espírito é a ce,teza da filiação e da vocação:" 'Tu és o meu Filho
igreja velha e e nova: crianças pequenas também, antes de "entenderem" o s1gmf1cado d3
travessia do Mor Vermelho, "conheciam" a salvação de atravessá-lo. Isto. creio eu. ó a amado··· (Marcos 1:11 pa,.J. O podei' que é ligado com a descida do Espfríto não é tanto uma infuSão
seqUénc1a do conhecer, oognitivo ou nlo, de crianças pecauenas batizadas na igreja crista. Uma de llOva energia quanto é a proclamação (no caso de Jesus, tatvez preferivelmente, a garantiaJ de um
hoste inteira de perguntas e problemas surge, então, acerca de todos aqueles Que foram relacionamento, o da filiaç.ão.
batizados no "Ocidente Cnst,an1zado" (e nlo batu:ados noutros lugares) Mas aIuolmenIe acho a Certamente a p<e-sença do Espírito Santo significa poder. Mas aqui a voz celestial interpreta o
con1inuaçl.10 de 1 Co 10 em si mesma urna resposta suf1c,ante a algumas destas perguntas Esplrito. E o significado do Esplrito, de acordo com a voz do céu é achado primariamente 1\0
Além disto, no presenIe momento, prefiro estas perguntas e p,oblemos. por rnaís sérios que relacionamento de amor entre Oe1.1s e Jesus. e só de modo derivado do relacionamento de poder entre
sejam. aos mais sérios ainda que devo responder se eu rejeuar o batismo infaniil Mas ainda há Jesus e o mundo: " íu és o meu Filho amado, em ti me comprazo: ·· Pareçe, pois. ser a mensagem
pergunIas e p,�emas. (Esta opm1ão do autor não reflete e posiçlo de Edições Vida Nova. PMa a quase uníssona do Novo Testamento que o podei espiritual flui da mensagem do amor de Deus e de
. nada mais {cf. outra vez Atos 20:32;2 Co 12.9}. Logo, não, surp,eender'lte que o primeiro sigmf1cado
discussão cootomporAMa do assunto. v, os d1ferenIes anigos sob o verbete .Batismo" no
NOITNT. vol. 1, EVN: 1981) da descida do Espírito. conforme a exposição da mensagem celestial é a filiação. s
Deve ser noIado, também, que o Esplrito Santo, oom a voz de garantia que O acompanhou. vem
dos céus (ressaltado em todos três relatos sinóllcos), n3o do bat,zado, nem do água, nem. podemos
até dizer. do batismo, embora Deus Se digne a fazer uso destes. Além d1sI0. não se nos informa que
Jesus pediu este revosthnento, 6 nem que foi obrigado a cumprir quaisquer condições para obl�-fo,
nem sequer que o esperava. 7 Nem, segundo nossos relatos. a evidência do Espírito era glossolálicti
ou até mesmo extática.

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