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PLANONACIONALDESEGURANÇAE SAÚDE

NOTRABALHO

Denomina-se política o conjunto de diretrizes desencadeadas


pelo Estado para suprir as necessidades ou anseios de setores
da sociedade civil. As políticas públicas podem ser
desenvolvidas somente pelo Estado ou, em um formato mais
moderno, em parceria com diferentes entidades
representativas de segmentos da comunidade afetados pela
problemática a ser enfrentada.

A Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho –


CTSST, instituída em 2008, representa um marco na
construção de uma política para a segurança e saúde no
trabalho, um direito social básico.

Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho – PLANSAT,


construído a partir do diálogo e da cooperação entre órgãos
governamentais e representantes dos trabalhadores e dos
empregadores.

A Convenção nº 155 da Organização Internacional do


Trabalho – OIT, que dispõe sobre Segurança e Saúde dos
Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho, estabelece o
dever de cada Estado-Membro de, em consulta com as
organizações mais representativas de empregadores e
trabalhadores, formular, implementar e rever periodicamente
uma política nacional de segurança e saúde no trabalho, com
o objetivo de prevenir acidentes e doenças relacionados ao
trabalho por meio da redução dos riscos à saúde existentes
nos ambientes de trabalho.
O primeiro avanço significativo foi a convocatória da Terceira
Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador – III CNST,
com objetivo de implementar a POLÍTICA NACIONAL DE
SAÚDE DO TRABALHADOR, bem como de definir novas
diretrizes. Na sequência foi criado Grupo de Trabalho
composto pelos Ministérios do Trabalho e Emprego, da
Previdência Social e da Saúde, para elaboração de um
documento - base, submetido à consulta pública.
Em 2006 a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
aprova a Convenção n.º 187, sobre a Estrutura de Promoção
da Segurança e Saúde no Trabalho, apontando a necessidade
da promoção continuada de uma cultura preventiva e
ressaltando a necessidade de um comprometimento dos
Estados – Membros com uma melhoria contínua da segurança
e saúde no trabalho.
Em 2007, a Organização Mundial de Saúde – OMS aprovou o
“Plano de Ação Mundial sobre a Saúde dos Trabalhadores”,
que reforça a necessidade de seus Membros formularem uma
política de saúde do trabalhador, que considere o disposto nas
convenções da OIT.
Em 2008, os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e
da Previdência Social voltam a destacar a necessidade de
continuidade da construção de uma Política na área,
enfocando – a de forma coerente e contemplando a
articulação entre as ações dos diversos órgãos.

Foi instituído Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no


Trabalho CTSST (AnexoII), tendo como competências:
Acomissão é composta de seis representantes do
Governo Federal, seis representantes dos empregadores e
seis representantes dos trabalhadores.
I – revisar e ampliar a proposta da Política Nacional de
Segurança e Saúde do Trabalhador - PNSST, elaborada pelo
Grupo de Trabalho instituído pela Portaria Interministerial n.º
1.253, de13 de fevereiro de 2004, de forma a atender às
Diretrizes da OITe ao Plano de Ação Global em Saúde do
Trabalhador, aprovado na 60ª Assembléia Mundial da Saúde
ocorrida em 23 de maio de2007;
II -propor o aperfeiçoamento do sistema nacional de
segurançae saúde no trabalho por meio da / definição de
papéis e de mecanismos de interlocução permanente entre
seus componentes;
II – elaborar um Programa Nacional de Saúde e Segurança no
Trabalho, com definição de estratégias e planos de ação para
sua implementação, monitoramento, avaliação e revisão
periódica, n oâmbito das competências do Trabalho, da Saúde
e da Previdência Social.
Em sua 9ª reunião, a Comissão aprovou, por consenso, o texto
básico da Política Nacional de Segurança e Saúde no
Trabalho.Este movimento culminou com a publicação do
Decreto n.º 7.602 de 7 de novembro de 2011
É importante destacar a experiência de construção coletiva do
documento, bem como do próprio funcionamento da
Comissão, tendo como base o exercício e a concretização do
princípio do diálogo social, explicitado inclusive como um dos
princípios da Política.
DECRETO N.º7.602/2011
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que
lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição,
e tendo em vista o disposto no artigo 4 da Convenção n º155,
da Organização Internacional do Trabalho, promulgada pelo
Decreto nº1.254, de 29 de setembro de 1994, DECRETA: Art.
1º Este Decreto dispõe sobre a Política Nacional de Segurança
e Saúde no Trabalho - PNSST, na forma do Anexo. Art. 2º Este
Decreto entra em vigor na data da sua publicação. Brasília, 7
de novembro de 2011; 190º da Independência e 123º da
República.

Objetivo e Princípios

I - A Política Nacional de Segurança e Saúde no


Trabalho
PNSST tem por objetivos a promoção da saúde e a
melhoria da qualidade de vida do trabalhador e a
prevenção de acidentes e de danos à saúde advindos,
relacionados ao trabalho ou que ocorram no curso dele, por
meio da eliminação ou redução dos riscos nos ambientes
de trabalho;

II - APNSST tem por princípios:


a)universalidade;
b)prevenção;
c)precedência das ações de promoção, proteção e prevenção
sobre as de assistência, reabilitação e reparação;
d)diálogo social;
e)integralidade
III – Para o alcance de seu objetivo a PNSST deverá ser
implementada por meio da articulação continuada das
ações de governo no campo das relações de trabalho,
produção, consumo, ambiente e saúde, com a
participação voluntária das organizações representativas
de trabalhadores e empregadores;

Diretrizes

IV-As ações no âmbito da PNSST devem constar do Plano


Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e desenvolver
- se deacordo com as seguintes diretrizes:

a) inclusão de todos os trabalhadores brasileiros no sistema


nacional de promoção e proteção da saúde;
b) harmonização da legislação e a articulação das ações de
promoção, proteção, prevenção, assistência, reabilitação e
reparação da saúde do trabalhador;
c) adoção de medidas especiais para atividades laborais de
alto risco;
d) estruturação de rede integrada de informações em saúde
do trabalhador;

e) promoção da implantação de sistemas e programas de


gestão da segurança e saúde nos locais de trabalho;

f) reestruturação da formação em saúde do trabalhador e em


segurança no trabalho e o estímulo à capacitação e à educação
continuada de trabalhadores;

g) promoção de agenda integrada de estudos e pesquisas em


segurança e saúde no trabalho;
Responsabilidades no Âmbito da PNSST
V - São responsáveis pela implementação e execução da
PNSST os Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde e
da Previdência Social, sem prejuízo da participação de
outros órgãos e instituições que atuem na área;

VI – Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego:

a) formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho,


bem como supervisionar e coordenar a execução das
atividades relacionadas com a inspeção dos ambientes de
trabalho e respectivas condições de trabalho;

b) elaborar e revisar, em modelo tripartite, as Normas


Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho;

c) participar da elaboração de programas especiais de


proteção ao trabalho, assim como da formulação de novos
procedimentos reguladores das relações capital - trabalho;

d) promover estudos da legislação trabalhista e correlata, no


âmbito de sua competência, propondo o seu aperfeiçoamento;

e) acompanhar o cumprimento, em âmbito nacional, dos


acordos e convenções ratificados pelo Governo brasileiro
junto a organismos internacionais, em especial à Organização
Internacional do Trabalho - OIT, nos assuntos de sua área de
competência;

f) planejar, coordenar e orientar a execução do Programa de


Alimentação do Trabalhador;

g) por intermédio da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de


Segurança e Medicinado Trabalho - FUNDACENTRO:
1) elaborar estudos e pesquisas pertinentes aos problemas
que afetam a segurança e saúde do trabalhador;

2) produzir análises, avaliações e testes de medidas e métodos


que visem à eliminação ou redução de riscos no trabalho,
incluindo equipamentos de proteção coletiva e individual;

3) desenvolver e executar ações educativas sobre temas


relacionados com a melhoria das condições de trabalho nos
aspectos de saúde, segurança e meio ambiente do trabalho;
4)difundir informações que contribuam para a proteção e
promoção da saúde do trabalhador;
5) contribuir com órgãos públicos e entidades civis para a
proteção e promoção da saúde do trabalhador, incluindo a
revisão e formulação de regulamentos, o planejamento e
desenvolvimento de ações interinstitucionais a realização de
levantamentos para a identificação das causas de acidentes e
doenças nos ambientes de trabalho;

6) estabelecer parcerias e intercâmbios técnicos com


organismos e instituições afins, nacionais e internacionais,
para fortalecer a atuação institucional, capacitar os
colaboradores e contribuir com a implementação de ações
globais de organismos internacionais;

VII - Compete ao Ministério da Saúde:


a) fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos
trabalhadores, envolvendo a promoção de ambientes e
processos de trabalho saudáveis, o fortalecimento da
vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados ao
trabalho, a assistência integral à saúde dos trabalhadores,
reabilitação física e psicossocial e a adequação e ampliação da
capacidade institucional;
b) definir, em conjunto com as secretarias de saúde de
Estados e Municípios, normas, parâmetros e indicadores para
o acompanhamento das ações de saúde do trabalhador a
serem desenvolvidas no Sistema Único de Saúde, segundo os
respectivos níveis de complexidade destas ações;

c) promover a revisão periódica da listagem oficial de


doenças relacionadas ao trabalho;

d) contribuir para a estruturação e operacionalização


da rede integrada de informações em saúde do
trabalhador;

e) apoiar o desenvolvimento de estudos e pesquisas em saúde


do trabalhador;

f) estimular o desenvolvimento de processos de capacitação


de recursos humanos em saúde do trabalhador e

g) promover a participação da comunidade na gestão das


ações em saúde do trabalhador;

VIII - Compete ao Ministério da Previdência Social:

a) subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e


normas relativas à interseção entre as ações de segurança e
saúde no trabalho e as ações de fiscalização e reconhecimento
dos benefícios previdenciários decorrentes dos riscos
ambientais do trabalho;

b) coordenar, acompanhar, avaliar e supervisionar as ações


do Regime Geral de Previdência Social, bem como a
política direcionada aos Regimes Próprios de Previdência
Social, nas áreas que guardem inter relação com a segurança e
saúde dos trabalhadores;
c) coordenar, acompanhar e supervisionar a atualização e a
revisão dos Planos de Custeio e de Benefícios,
relativamente a temas de sua área de competência;

d) realizar estudos, pesquisas e propor ações formativas


visando ao aprimoramento da legislação e das
ações do Regime Geral de Previdência Social e dos Regimes
Próprios de Previdência Social, no âmbito de sua
competência;

e) por intermédio do Instituto Nacional do Seguro Social INSS


1 realizar ações de reabilitação profissional;
2 avaliar a incapacidade laborativa para fins de
concessão de benefícios previdenciários;

Gestão

IX - A gestão participativa da PNSST cabe à Comissão


Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho CTSST que é
constituída paritariamente por representantes do
governo, trabalhadores e empregadores, conforme ato
conjunto dos Ministros de Estado do Trabalho e Emprego,
da Saúde e da Previdência Social

X Compete à CTSST;
a) acompanhar a implementação e propor a revisão periódica
da PNSST, em processo de melhoria contínua

b) estabelecer os mecanismos de validação e de controle


social da PNSST

c) elaborar, acompanhar e rever periodicamente o Plano


Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho
d) definir e implantar formas de divulgação da PNSST e do
Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho, dando
publicidade aos avanços e resultados obtidos e

e) articular a rede de informações sobre SST

XI - A gestão executiva da Política será conduzida por


Comitê Executivo constituído pelos Ministérios do
Trabalho e Emprego, da Saúde e da Previdência Social;

XII - Compete ao Comitê Executivo

a) coordenar e supervisionar a execução da PNSST e do Plano


Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho

b) atuar junto ao Ministério do Planejamento, Orçamento e


Gestão para que as propostas orçamentárias de saúde e
segurança no trabalho sejam concebidas de forma integrada e
articulada a partir de cada programa e respectivas ações, de
modo a garantir a implementação da Política

c) elaborar relatório anual das atividades desenvolvidas no


âmbito da PNSST encaminhando o à CTSST e à Presidência da
República

d) disponibilizar periodicamente informações sobre as ações


de saúde e segurança no trabalho para conhecimento da
sociedade;
e) propor campanhas sobre Saúde e Segurança no Trabalho

D.O.U 08/11/2011 - Seção 1

Objetivo 1
INCLUSÃO DE TODOS OS TRABALHADORES BRASILEIROS NO
SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DA
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO SST
Objetivo 2
HARMONIZAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA,
SANITÁRIA, PREVIDENCIÁRIA E OUTRAS QUE SE
RELACIONEM COM SST

Objetivo 3
INTEGRAÇÃO DAS AÇÕES GOVERNAMENTAIS DE SST

Objetivo 4
ADOÇÃO DE MEDIDAS ESPECIAIS PARA ATIVIDADES
LABORAIS SUBMETIDAS A ALTO RISCO DE DOENÇAS E
ACIDENTES DE TRABALHO

Objetivo 5
ESTRUTURAÇÃO DE UMA REDE INTEGRADA DE
INFORMAÇÕES EM SST

Objetivo 6
IMPLEMENTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE SST NOS
SETORES PÚBLICO E PRIVADO

Objetivo 7
CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SST

Objetivo 8
CRIAÇÃO DE UMA AGENDA INTEGRADA DE ESTUDOS E
PESQUISAS EM SST

MEMBROS DA COMISSÃO TRIPARTITE DE


SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
FAMÍLIA ISO 45000
SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO
Para as organizações que são sérias em
melhorar a segurança dos funcionários, reduzir
os riscos no local de trabalho e criar condições
de trabalho melhores e mais seguras, há a ISO
45001.

Animaseg
completa 40 anos de luta por políticas de saúde e
segurança

Ministro do Trabalho visita Fundacentro e promete


incrementar ações e políticas voltadas à saúde do trabalhador

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