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Compatibilização de projetos - estudo de caso dezembro/2014

COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
- ESTUDO DE CASO
Wiliana Giacomelli – wilianagiacomelli@gmail.com
MBA Gerenciamento de Obras, Tecnologia & Qualidade da Construção.
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
São José, SC, 31 de março de 2014

Resumo
Este trabalho propõe esclarecer como a compatilização de projetos é importante para a
qualidade final da obra, de tempo e controle de material desta estapa, por meio do estudo de
caso de um edifício misto em São José no estado de Santa Catarina. Considerando que é
bastante comum a indústria da construção civil no Brasil o problema com atraso
correspondente a imprevistos que levam a demolição e retrabalho e consequente aumento nos
custos. De acordo com especialistas, a solução para que tais situações não ocorram, é a
compatibilização de projetos. Foi analisado o processo de coordenação na construção de um
edifício misto que não foi utilizada a compatibilização de projetos e identificados os
problemas foram aparecendo e sendo solucionados no decorrer da obra, gerando um gasto
não previsto. A análise foi feita por meio de acompanhamento dos projetos e de visitas em
obra, que reafirmaram a necessidade de avaliação dos processos e a importância da
compatilibização de todos os projetos, sendo identificado que reuniões periódicas entre os
profissionais envolvidos são indispensáveis no processo de compatibilização e no
acompanhamento da execução.

Palavras-chave: compabilização.projeto. obra. gerenciamento

1. Introdução

A construção civil No Brasil, de modo geral, tem diferentes projetos para a construção civil
elaborados separadamente, isto, porque a ausência de um diretor de obra ainda é constante em
escritórios e construtoras porque este trabalho é feito pelo proprietário não profissional ou e
que passa o acompanhamento para um estagiário de engenharia ou arquitetura que ainda não
tem a prática necessária para identificar os problemas de incompatibilidade entre projetos, o
que aumenta as chances de conflitos aparecerem somente durante a obra. Este salto da estapa
requer mudanças nos projetos durante a execução da obra, em alguns casos até a destruição de
estruturas já executadas para compatibilização, gerando gastos não previstos e aumento de
prazos.
Segundo Vargas (2009) o papel do “projeto é um empreendimento não repetitivo,
caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se
destina a atingir um objetivo claro e definido [...]” Portanto, projetos desenvolvidos
separadamente podem ser considerados imcompletos.

Por que alguns projetos fracassam? Porque não são tratados na sua grande maioria
com o profissionalismo necessário. Entenda-se aqui como profissionalismo o uso de

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técnicas de gerenciamento consagradas, a experiência do profissional responsável


pela sua condução, o conhecimento técnico das áreas envolvidas e a habilidade de
entender o meio ambiente que o cerca e o projeto e sua equipe. (POSSI, CASTELO,
BORGES, 2005, p 9).

Vargas (2009) ainda afirma que o gerenciamento de projetos proporciona inúmeras vantagens,
tendo se mostrado eficaz em conseguir prazos desejados, cumprimento do orçamento
proposto e onde o mesmo não é restrito a projetos gigantescos, de alta complexidade, podendo
ser aplicado em empreendimentos de qualquer tamanho e valor.
Para verificar estas afirmações, este trabalho propõe um estudo de caso em obra na cidade de
São José, através do acompanhamento dos projetos nas fases de realização e durante a obra de
um edifício misto.

2. Compatibilização de Projetos

A compatibilidade é definida como atributo do projeto, cujos componentes dos sistemas,


ocupam espaços que não conflitam entre si e, além disso, os dados compartilhados tenham
consistência e confiabilidade até o final do processo de projeto e obra. Portanto,
compatibilização de projetos é uma atividade que torna os diferentes projetos compatíveis,
proporcionando resultados integrados entre as diversas áreas que tornam uma construção real
segundo Graziano (2003).
Para Rodriguez e Heineck (2001), a compatibilização deve ocorrer em todas as etapas do
projeto: estudos preliminares, anteprojeto, projetos legais e projeto executivo, tornando uma
compatibilização geral das soluções até as verificações das interferências geométricas das
mesmas. O mesmo autor ressalta a importância de iniciar a compatibilização de projetos na
fase de estudos preliminares.
Já Melhado (2005) defende que na compatibilização, todos os projetos são sobrepostos para
averiguar a intercessão entre eles, e os problemas são destacados para que a coordenação
possa providenciar a melhor solução. Defende ainda, que a compatibilização deve ocorrer
quando os projetos já estão prontos, trabalhando como uma “malha fina”, na qual sejam
detectados possíveis equívocos.
Vargas (2009) destaca os principais benefícios do gerenciamento de projetos:

 “Evita surpresas durante a execução dos trabalhos;


 Permite desenvolver diferentes competitivos e novas técnicas, uma vez que toda a
metodologia está sendo estruturada;
 Antecipa as situações desfavoráveis que poderão ser encontradas, para que ações
preventivas e corretivas possam ser tomadas antes que essas situações se
consolidem como problemas;
 Adaptar os trabalhos ao mercado consumidor e ao cliente;
 Disponibiliza os orçamentos antes do início dos gastos;
 Agiliza das decisões, já que as informações estão estruturadas e disponibilizadas;
 Aumenta o controle gerencial de todas as fases a serem implementadas devido ao
detalhamento ter sido realizado;
 Facilita e orienta as revisões da estrutura do projeto que forem decorrentes de
modificações no mercado ou no ambiente competitivo, melhorando a capacidade
de adaptação do projeto;

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 Otimiza a alocação de pessoas, equipamentos e materiais necessários;


 Documenta e facilita as estimativas para futuros projetos.” (VARGAS, 2009,
p17).

A compatibilização constitui-se na operação de gerenciar e integrar entre os diversos projetos,


contemplando o perfeito ajuste entre os mesmos, guiando para a obtenção dos padrões de
controle de qualidade da obra. Tem como objetivo diminuir os embates entre os projetos
intrínsecos à determinada obra, facilitando a execução. Como será apresentado no estudo de
caso presentado neste trabalho. Necessitando reuniões constantes entre arquitetos e
engenheiros. (Figura 1)

Figura 1 – Esquema de reuniões para compatibilizar projetos


Fonte: GIACOMELLI (2014)

Procura-se também a otimização de tempo, materiais e mão de obra, assim como as futuras
manutenções. Atinge também a operação de constatar falhas relacionadas às interposições e
incoerências geométricas entre os sistemas da construção da obra. A compatibilização é
essencial para uma elaboração controlada, é uma atividade frequente durante a elaboração dos
projetos complementares e arquitetônico, proporcionando flexibilidade no desenvolvimento.
(Quadro 1)

Otimiza Tempo
Material
Mão de Obra
Manutenção
Execução
Constata Falhas de Interposições
Incoerências geométricas entre os sistemas construtivos
Diminui Embates entre projetos intrínsecos à determinada obra
Retrabalho no canteiro de obra
Gerencia e Integra Projeto arquitetônico e projetos complementares

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Obtenção de padrões de controle


Quadro 1 – Visualização da compatibilização de projetos
Fonte: GIACOMELLI (2014)

A conduta de sobrepor os projetos e sua visualização espacial são operações regradas e


detectores de possíveis futuras inconformidades. Para isso existem softwares que executam
esta tarefa como CAD e BIM. A ausência de compatibilização pode conduzir a conflitos e a
custos complementares, podendo-se levar a decisões que sejam tomados equivocadamente
durante a obra, em prejuízo da qualidade da edificação.
O método de conscientização e a efetivação da compatibilização na execução de projetos
também se comprovam entre outras características, a necessidade da concretização de ações
que possam auxiliar para a elucidação do problema crônico, da falta de competência do setor
da construção brasileira, possibilitando que possa atingir índices de desempenho compatíveis
aos índices de países desenvolvidos.
A compatibilização então gera uma série de reuniões e ajustes antes da obra iniciar.

3. Método

3.1. Método de pesquisa

Na metodologia deste artigo, foi utilizada primeiramente a revisão bibliográfica, criou-se um


embasamento teórico de complementação e compreensão do assunto, de modo a situar o leitor
no contexto da pesquisa. A seguir foi elaborado um trabalho de campo e coleta de dados, para
analisar a importância da compatibilização de projetos, identificar as interferências entre o
projeto arquitetônico e os projetos complementares e ainda indicar problemas que ocorreram
na obra, isto deu-se através de visitas a uma obra mista, questionamentos aos profissionais da
construção civil, consultas a sites, livros e tabelas técnicas.

3.2. Ferramenta utilizada na compatibilização

Para facilitar a análise da compatibilização de projetos neste estudo de caso, o método


proposto para tal verificação foi à sobreposição do projeto arquitetônico e dos projetos
complementares, que busca a análise dos mesmos quanto às conformidades e as
inconformidades. Na análise de compatibilização dos projetos, foi utilizado os arquivos em
dwg para que os projetos fossem sobrepostos e os mesmo fossem utilizando os layers
necessários para cada análise. Layers são as camadas de configurações dos desenhos,
utilizadas nos AUTOCAD, para que possamos organizar e configurara o projeto, como por
exemplo, as espessuras de linhas.
Mesmo o projeto arquitetônico sendo executado por meio do programa Vector Works, da
plataforma BIM os projetos complementares foram projetados em Auto Cad, sendo assim, o
projeto arquitetônico foi exportado para em dwg para a compatibilização.
O BIM (Building Information Model ou Building Information Modeling) abrange uma série de
informações geográficas, relações espaciais, quantidades e propriedades construtivas podendo
ser levando em consideração detalhes dos fabricantes (por exemplo, do baso sanitário de uma

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marca específica). Pode ser aplicado em todas as fases da construção de um projeto, incluindo
os processos construtivos e as fases de instalação.
O profissional pode utilizar o BIM para criação de projetos de pequeno porte como uma
residência, até peças mais complexas como um edifício de vários pavimentos.
A plataforma BIM não é aplicavel unicamente à engenharia, mas também à arquitetura, o que
permite aos profissionais trabalhar com a compatibilização de projetos, tanto em 2D como em
3D. Alguns programas são considerados 5D, pois além da modelação 3D, permite igualmente
a alimentação de dados à obra (e respectivo acompanhamento), em tempo real, bem como a
quantificação de todo o processo e respectiva orçamentação.
A necessidade de criar um modelo central representativo dos processos de construção, levou a
que se percebesse a importância em abandonar a simples representação de elementos através
de linhas, formas e texto, o que verificamos na geração de ferramentas CAD e se passasse a
representar um modelo como uma associação de elementos individuais, através de uma
modelação orientada por objectos.
Na plataforma BIM engloba-se várias especialidades da construção. Assim, as aplicações
mais correntes permitem a concepção de modelos de arquitetura, modelos de estruturas e
modelos de redes. Certas aplicações, como por exemplo, o Autodesk Revit, (figura 2)
separam os módulos por diferentes aplicações, no entanto, este tipo de sistemas vem
preparado para sincronizar os vários modelos de modo a centralizar a informação e a permitir
a sobreposição de projetos com vista à detecção de erros.

Figura 2 – Projeto em fase de criação no programa Revit


Fonte: Site http://microwaybc.com.br/ (2014)

No caso da Autodesk e para este efeito, existe outra aplicação, o NavisWorks, (figura 3) cuja
função é a compatibilização de projetos e identificação de conflitos.

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Figura 3 – Compatibilização de projeto em 3D em Autodesk Navisworks


Fonte: site http://www.maxicad.com.br/ (2014)

A compatibilização de modelos é uma das bandeiras do BIM, possibilitando, a


compatibilização dos elementos, a identificação de erros e omissões, a produção de vistas e
pormenores complexos e a extração de quantidades globais, no entanto, esta função obriga a
requisitos de interoperabilidade entre sistemas, ou seja, a capacidade de um sistema para
interagir e comunicar com outro.
Para cada projeto complementar, fez-se necessário a compatibilização com o projeto
arquitetônico utilizando as plantas e os cortes específicos, de acordo com a necessidade. Para
a análise de compatibilização do projeto arquitetônico e projeto estrutural são verificados
quanto aos módulos; pilares e vigas analisando seus alinhamentos com paredes e intersecções
com esquadrias; circulações verticais como escada.
Para verificar os projetos arquitetônico, estrutural e elétrico, são analisados os quadros de
distribuição, pontos de iluminação, interruptores e tomadas conforme o layout do projeto
arquitetônico.
As prumadas e tubulações horizontais de água fria, esgoto, tubo de ventilação, pluvial e caixa
de gordura; registros gerais e aparelhos/ equipamentos, são analisados no conjunto dos
projetos: Arquitetônico, estrutural e hidrossanitário.
Na compatibilização dos projetos arquitetônico, estrutural e preventivo contra incêndio são
verificados os equipamentos, as circulações e saídas de emergência. Como o cliente não quis
executar o projeto de climatização, as intervenções foram feitas na obra somente no
pavimento térreo, que é comercial. Conforme o quadro 2, utilizado como Cheque list.

Projetos Informações Compatibilizadas

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Paredes e Esquadrias
Arquitetônico +
Estrutural

Pilares Vigas Circulações Escadas


horizontais

Posicionamento do
Arquitetônico + Layout
Estrutural +
Elétrico

Quadro de Pontos de Interruptores Tomadas


distribuição Iluminação

Layout
Arquitetônico +
Estrutural +
Elétrico + Prumada Registros Tubo de Sistema Tubulações
Hidrossanitário ventilação pluvial horizontais
de água fria

Aparelhos Equipament Esgoto Caixa de gordura


os
Arquitetônico + Paredes
Estrutural +
Preventivo de
Incêndio
Equipamentos Saídas de Circulações Informativos
Emergência

Quadro 2 – Cheque List


Fonte: GIACOMELLI (fevereiro de 2014)

Este fluxo de compatibilizações busca a verificação de conflitos dos elementos construtivos.


Estes uma vez encontrados propõem-se soluções para alcançar a compatibilidade, tornando
harmoniosos os elementos construtivos nos projetos analisados.

4. Estudo de caso

4.1. Apresentação

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Realizou-se a análise do estudo de caso de um edifício misto localizado em São José, SC que
se encontra em fase de execução. Este projeto foi escolhido por não haver um gerenciador de
projetos, apresentando assim as incompatibidades entre os projetos executados.

4.2. Descrição da Obra

A construção de alvenaria localiza-se em São José, no bairro de Forquilhas, 15 Km de


distância do centro de Florianópolis, (Figura 4) tendo como proprietários os sócios da
empresa Conpear LTDA. Projeto arquitetônico criado pela Arquiteta Wiliana Giacomelli,
Projeto Estrutural pelo Engenheiro Carlos Alberto da Lapa Junior, e os projetos elétrico,
hidrossanitário e preventivo contra incêndio pelo Engenheiro Marcio Reis Dias. O Engenheiro
Carlos Lappa foi o responsável técnico pela execução da obra. O cliente optou por contratar a
empreiteira Luiz Jose Machado para a execução da mão de obra da edificação.

Figura 4 – Localização da obra em relação à Florianópolis


Fonte: site ttps://www.google.com.br/maps (2014)

4.3. Diretrizes projetuais

Era exigência de projeto a possibilidade de ampliações futuras chegando a quatro pavimentos,


com isso os engenheiros que desenvolveram os projetos complementares foram previamente
informados para quando os dois pavimentos de ampliação forem executados. Após a
contratação da mão de obra a execução do edifício iniciou pela limpeza do terreno, e
organização do canteiro. O barracão de obras ficou instalado na parte na frente, do terreno
onde havia maior recuo frontal (figura 5) verificado no projeto arquitetônico. Este foi
construído em madeira e cobertura de fibrocimento, contendo as dependências dos
funcionários e o escritório da obra.
Como vizinhos do terreno, haviam construído recentemente, foi utilizado estes laudos para a
conclusão de que a fundação seria necessário a execução de estacas pré-moldadas.

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Figura 5 – Implantação
Fonte: GIACOMELLI (2013)

4.4. Descrição dos projetos

4.4.1. Arquitetônico

A edificação mista possui 653,01m² distribuídos em 2 pavimentos. O pavimento inferior


conta com a parte comercial (figura 6) onde será implantada a empresa de manutenção em ar
condicionado do proprietário da obra com sala dos diretores, recepção, banheiros,
almoxarifado, copa e garagem. Já o pavimento superior está distribuído em 5 apartamentos
residenciais, sendo este tornando-se pavimento tipo (figura 7) na futura ampliação, todos os
apartamentos com 2 dormitórios, 1 banheiro, sala de jantar, cozinha, área de serviço e sacada.
A compatibilização de projetos não foi feita antes da execução da obra, já que os projetos
foram executados por profissionais de diferentes escritórios, não havendo assim um
profissional que fizesse o gerenciamento de todos os projetos.

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Figura 6 – Planta pavimento inferior


Fonte: GIACOMELLI (2013)

Figura 7 – Planta pavimento superior


Fonte: GIACOMELLI (2013)

4.4.2. Estrutural

A fundação do edifício deu-se através da cravação de estacas pré-moldadas com 51 unidades,


estas variando entre 16, 18 e 20 cm de seção. Após a cravação conformou-se o laudo onde a
maioria das estacas atingiu profundidade de 12m. (Figura 8)

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Figura 8 – Locação e cravação das estacas


Fonte: GIACOMELLI (2013)

A estrutura do edifício está formada por pilares e vigas de concreto. Os pilares possuem
dimensões de 14x40 a 20x50, já as vigas contam com tamanhos muito variados, mas todos
com seção de 30 ou 40 cm. Nas lajes foi utilizado EPS para diminuir as cargas da edificação.
(Figura 9, 10, 11 e 12)

Figura 9 – Locação das estacas, projeto estrutural Figura 10 – Forma dos Pilares
Fonte: GIACOMELLI (2013) Fonte: GIACOMELLI (2013)

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Foto 11 – Pilares Foto 12 – Lage com EPSe tubulação hidráulica


Fonte: GIACOMELLI (2013) Fonte: GIACOMELLI (2013)

4.4.3. Elétrico

No projeto elétrico, a passagem do cabeamento foi subterrânea, para editar postes e fiação
aérea, onde resultaria num impacto visual desconfortável. Em toda a edificação foi utilizado
cabeamento flexível, (Figura 13) conforme projeto elétrico para distribuição dos pontos.

Figura 13 – Cabeamento flexível para passar a fiação


Fonte: GIACOMELLI (2013)

4.4.4. Hidrossanitário

De acordo com o projeto hidrossanitário, a obra conta com um reservatório de 5.000l. Ainda
especifica que os tubulões e conexões devem ser em tubos de PVC rígido, tipo soldável, ponta
e bolsa, com pressão de serviço de 7,5 kgf/cm², os registos do tipo gavera, com rosca e do tipo
de pressão com solda e rosca. Os registros internos com canopla e os externos brutos em
bronze. As válvulas de descarga foram dimensionadas de modo a evitar o golpe de aríete.
O sistema de esgoto sanitário foi destinado à coleta e lançamento final do efluente das
instalações sanitárias. Compondo-se de ramais, sub-ramais, coletores, colunas de ventilação,
caixas de inspeção e caixa de gordura. Os despejos serão encaminhados às unidades de
tratamento do tipo tanque séptico com câmara única e sumidouro.

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4.4.5. Preventivo conta incêndio

O projeto preventivo contra incêndio foi executado de acordo com as normas de segurança
com todos os cálculos de extintores, luzes de emergência, corrimão das escadas (figura 14) e
indicações de rota de fuga, sem esquecer-se do gás central.

Figura 14 - Detalhes dos degraus da escada e do corrimão


Fonte: GIACOMELLI (2013)

5. Análise da Compatibilização dos Projetos

5.1. Etapas

Primeiro teve-se acesso a todos os projetos: arquitetônico, estrutural, elétrico, hidrossanitário


e preventivo de bombeiro. Como não havia um profissional gerenciador de projetos, a
compatibilização foi feita somente para este artigo.
As visitas à obra deram-se frequentemente, de acordo com o andamento da obra, sempre
adquirindo informações com o engenheiro responsável e o empreito da obra.

5.2. Descrição dos procedimentos de compatibilização

O processo usado para a compatibilização de projetos foi à sobreposição de projetos. Utilizou-


se o projeto arquitetônico como base através do programa Autocad, empregando layers
específicos para cada projeto complementar.

5.3. Análise da compatibilização de projetos

A verificação do posicionamento dos pilares, vigas e alinhamento da junta de dilatação das


paredes foi feita atravéz dos projetos artuitetônico e estrutural, onde houve o problema de

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relocar ou redimensionar algumas esquadrias, já que os pilares ficaram maiores do que o


previsto. Isso ocorreu nos pilares: P5, P8, P12, P27 e P35 ilustrado nas figuras de 15 á 19.Os
dutos horizontais de ventilação e a escada também foram conferidos nesta etapa e são
compatíveis. Como no projeto arquitetônico foi previsto um pé direito mais alto, não houve
problema de intersecção de viga com esquadrias.

Figura 15 – Pilar 5 (P5) Figura 16 – Pilar 6 (P6)


Fonte: GIACOMELLI (2013) Fonte: GIACOMELLI (2013)

Figura 17 – Pilar 12 (P12) Figura 18 – Pilar 27 (P27) Figura 19 – Pilar 35 (P35)


Fonte: GIACOMELLI (2013) Fonte: GIACOMELLI (2013) Fonte: GIACOMELLI (2013)

Ao verificar dos projetos arquitetônico, estrutural e elétrico, foi analisado os quadros de


distribuição, pontos de iluminação, interruptores e tomadas conforme o layout do projeto
arquitetônico e todos estavam compatíveis. Na compatibilização com o projeto
hidrossanitário, a conformidade foi verificada nas prumadas de esgoto e pluvial assim como
nas tubulações horizontais (água fria, esgoto, caixa de gordura e pluvial). Já quando inserimos
na compatibilização o projeto preventivo de incêndio, verificou-se que o shaft para a
passagem da tubulação vertical iria estreitar o corredor principal, (figura 20 e 21) então foi
relocado para a parte externa do edifício conforme a foto 5, centralizando a passagem da
tubulação de gás.

Figura 20 – Shaft na primeira proposta do projeto

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Fonte: GIACOMELLI (2013)

Figura 21 – Shaft na parte externa do edificio


Fonte: GIACOMELLI (2013)

Como o cliente trabalha com ar condicionado e decidiu instalar somente aparelhos Split na
parte comercial do edifício, o projeto de climatização não foi executado, havendo uma
orientação direta dos profissionais na obra.
Atualmente a obra encontra-se em fase de acabamento do pavimento térreo e sendo rebocadas
as paredes internas dos apartamentos.

6. Conclusão

Verificou-se a incompatibilidade de projetos por não apresentar um profissional gerenciador


de projetos. Onde estas incompatibilidades apareceram em quase todos os projetos
complementares, como falha de posicionamento de pilares, entre outros elementos.
A confirmação de incompatibilidade além de servir como roteiro de constatação, proporciona
uma olhar integrado dos embates, podendo servir para o planejamento das soluções
reparadoras. O recurso para investigação da compatibilização neste projeto (estudo de caso)
mostrou-se de modo satisfatório no reconhecimento dos elementos construtivos conflitantes.
Plataformas de programas novos estão surgindo para facilitar a compatibilização de projetos
onde vai ajudar os profissionais da construção civil.
Compreende também a importância da compatibilização de projetos, pela necessidade de
ações e estudos antes do início da obra, amenizando assim os problemas dentro do canteiro de
obra.

7. Referências Bibliográficas

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GRAZIANO, F. P.. Compatibilização de Projetos. Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPT


(Mestrado Profissionalizante), São Paulo, 2003.

MELHADO, S. B. et al.. Coordenação de projetos de edificações. São Paulo. O Nome da


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POSSI, M. CASTELO, A. BORGES, E. Gerenciamento de Projetos: Guia de Trabalho. Rio


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de 10 anos dentro de Empresas Construtoras de Médio Porte. Simpósio Brasileiro de Gestão
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VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de Projetos. 7. Ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2009.

(29/01/2014) Novo curso de Revit Architetura Nível Básico. http://pt.wikipedia.org/wiki/BIM

(29/01/2014) Compatibilização de Projetos com Navisworks. http://www.maxicad.com.br/

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