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BIOGRAFIA
Foi a poesia que, logo cedo, abriu a porta para o seu interesse pelas
letras, tendo declamado o seu primeiro poema aos 8 anos. A Escola
Ficha Técnica
Título ___________________
Sujei as unhas com sangue.
Inter Escolas Editores
_____________________
Capa || Maquetização
Agostinho Félix Visconde
Deposito legal n. NICC
Linguística
Gerson Pagarache
Editora
Inter Escolas Editores
94
Capítulo 17 - Sonhos utópicos 103
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Ao Eliezer Uate, que faz de mim uma heroína no reino das repu-
diadas; Ao Agnêncio Uate, o adolescente sonhador e promissor.
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do nível das expectativas criadas sobre eles, como quem diz: o nível
da frustração experimentada em tudo depende do nível das expectativas criadas.
Quem muito espera, muito se poderá frustrar.
Do mesmo modo, quem menos espera, menos se frustra. Quem for indife-
rente, menos humano se tornará. Esta é uma das ciladas presentes nos
caminhos de todos.
Cabe a cada um tomar decisões próprias, que lhe farão escapar
tenciona viver.
motivo.
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ber donde vem, um adulto com os olhos já cansados de ver e ouvir,
o que lhe faz pensar em ter erroneamente decidido crescer, e de um
idoso que está esperando a morte como um ganho, não por ter bem
vivido, mas por ter morrido vivendo. Infelizmente, o velho morre
de forma misericordiosa possível declarando categoricamente: sujei
as unhas com sangue.
Tudo mudou. Tudo não é mais igual. Os heróis não devem con-
tinuar sendo almas vivas em corpos mortos. Na obscuridade das
Como não continuarão crescendo os infortúnios, sendo regados pelo seu san-
gue, ó minha virgem?
R
P A
santos.
Mesmo sem querer, penso que, mais uma vez, molharei meu
corpo por ti. Aí venho, Mar. Acolhe-me como sempre. Envolve-me
com a tua força. Quero-te sentir nas minhas vicissitudes. Por favor,
faz-me este milagre.
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reza dois minutos de silêncio. Suspense e pausa no tempo. Levanta,
quebra suas dúvidas e incertezas, e questiona:
– Quem és tu?
– Estás certa. Não sinto o que sentes, porque não estou na tua
pele. Se fosse possível, trocávamos tudo para compreender que o
teu corpo talvez carregue o peso mais leve que o meu.
Por acaso a tua alma está ferida mais do que a tua pele? A tua
alma é de vidro? – Encerra a mulher.
a vida.
se chama vida.
quem a sente.
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morte. Mas não me entreguei, o que foi uma decisão altruísta para
mim mesma. Tal como eu, tu também podes escolher os próximos
eventos da tua vida. Continuar a viver à velocidade da morte é a
forma mais bruta de caçá-la, mesmo ela fugindo.
Isto é o que me constrange na morte. Ela foge quem por ela
busca; e acha quem por ela foge. Escuta, menina. Se não decides o
que fazer com a tua condição, esta decidirá por ti. Tudo depende de
ti, como sempre dependeu. Ninguém é vítima, somos mentores ou
cúmplices da nossa realidade.
– Pára! – Grita a menina e, com remorso, continua. – Queres
realmente saber quem sou e por que estou aqui?
– Por que estou aqui?’’ minhas vontades malgovernadas trouxe-
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entender.
da caneta.
cinzas.
menina ripostou.
Com os olhos curvados para a terra, prostrando-se diante das
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sem os meios, esquecendo-se da exclusão dos empobrecidos, por
serem os próprios meios. Na verdade, se o pobre aplica este princí-
pio na vida real, ele amaldiçoa-se.
Uma infortunada que tenta vencer a pobreza com a velocidade
que a dor que ela experimentou e o beijo da vida que a mulher lhe
deu tiveram o mesmo efeito: trazer-lhe à realidade. A dor e o prazer
são tão diferentes e estranhos um do outro, mas ambos roubam o
sono a qualquer um, tal como a fome e a abastança. A fome tira o
sono. A abastança também.
Este clima dispersador evidencia que a cidade Frieza nunca é em
cima do pódio, como tem sido apresentada, porque está construída
por baixo, para que nunca desmorone, mesmo que os valores sociais
desabem. Ainda que as crianças faltem com o respeito aos adultos e
estes abusem das crianças, por aí em diante, a cidade nunca irá des-
moronar, porque é o berço da depravação social, construída debaixo
dos princípios normalmente aceites em cada sociedade.
A menina não havia subido. Na verdade, havia descido com a
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Sujei as unhas
com sangue, o que me aconteceu? o que me aconte-
ceu? não era assim.
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visites o teu íntimo, se bem que conheças a porta de ti, que somen-
nas ditaduras alheias do que nas tuas próprias opiniões, usas a força
tentando tirar a própria vida em vez de usá-la para ajustar as con-
tas com o teu inimigo; perdes prudência por acreditar que todos te
e sorrindo furtivamente.
minha casa.
Enquanto isso, Mara conversa consigo mesma: esta é a vida que
gostaria de um dia ter. Esta é a casa dos sonhos de qualquer pessoa.
Olha o carro dela! E ainda vai à praia a pé! Realmente, Deus dá carne
a quem não tem dentes.
As escadas são esbeltas. A sala lembra os aposentos do Rei Salo-
– Não.
– Então, o quarto pintado à rosa, por quê?
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to, para que no dia que ela viesse aos meus braços, encontrasse tudo
pedi. Acho que não. Deixa de ser incrédula, mulher. Talvez sim. Seja
feita a sua vontade, DEUS. Não me quero magoar de novo. Meu
avô sempre repetiu:
e se aliena é o pilão e o pilador.
Na cozinha, a mulher prepara sopa de legumes e deixa-a ferver
enquanto sobe as escadas para oferecer roupas a Mara. Minutos vol-
vidos, Mara toma a sopa que refrigera a alma e queima as entranhas.
Mara agradece com alegria no rosto: esta é a vida que nasci para ter;
é para isto que estou no mundo.
– Amanhã trabalharei fora da cidade e voltarei daqui a três dias.
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mente.
– Tudo bem. Amanhã de manhã irei cavar a tua história e os
teus segredos, não com uma pá, mas com e por amor. Cuidar-te-ei
como se fosses minha e tu cuidarás de mim como se de mim fosses.
Prometes?
– Promessa é dívida. – A mulher declarou. – E uma dívida deve
ser paga.
O sol afundava no horizonte dando lugar à noite. As duas mu-
lheres tombam no sono, uma nos braços da outra, respirando o
mesmo ar, trocando calor e oferecendo-se os verdadeiros abraços
da vida.
A noite dos sonhos reais da Mara é, pela primeira vez, tranquila,
com sossego e paz, sem medo que a chuva caia e entre pelas chapas
esburacadas e a molhe com frieza e gelo; sem ter que escutar a
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renidade.
–
obra.
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Mara marginal.
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meira vez.
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estranho.
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Capítulo 6
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dras nem a poeira. O universo ao redor tem a cor-de-rosa.
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Mara marginal, mas de Mara Marandza.
xabalakate
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bem.
***
esplêndida.
Passam-se alguns dias. O meu namorado surpreende-me com as
chaves da minha nova casa, que ele a chama de apartamento. Aos
dezasseis anos já tenho casa própria. Nem a doutora e moralista
da minha professora tem casa igual. Desloco os meus pertences, os
meus cabelos, os meus sapatos, os cremes e as roupas. Enquanto
desço as escadas do hotel, subo a uma vida por mim almejada e ao
bairro dos sonhos de todos.
Chegados ao apartamento, o meu namorado diz-me que não irá
Ele diz que tem uma esposa, uma impotente e frustrada porque
comigo?
– Estou trabalhando fora da cidade. – Respondeu ele. É isso
que eu digo para ela. Sou o tipo de homem que não lhe deixa faltar
comida, roupas, luxúria e tudo.
– Agora, Mara. – Adverte ele. – Não me liga. Eu irei-te ligar.
Não me escreva, eu irei-te escrever. Não faça nada, senão estragas
tudo. Este relacionamento somente irá continuar se tu obedeceres
Capítulo 7
não me liga -
e decepcionada.
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o melhor é ir esta
manhã fazer o combinado.
que você e as outras durmam com homens sem preservativos, pela certeza de que
lhes traz neto. Parece haver mais aceitação familiar quando se volta doente sem
Avisa o teu irmão, Acelerado, que as bandidas daqui onde estou têm unhas
propósito, porque são vingativas, dizem que não irão morrer sozinhas.
Escapa, amiga. Seja heroína. Livra-te desta guerra. Perdoa-me por tudo.
Um dia a gente irá se ver, disso podes ter a certeza.
Minha mãe morreu por minha causa, por estress, pela dor. Mor-
reu sozinha e abandonada, com fome, sem banho, sem ninguém,
por minha causa. Foi descoberta morta, porque o seu corpo estava
cheirando mal, nem teve último banho, por minha causa. Me mata.
Para a família do meu pai, nunca existi, morri com ele quando ti-
nha dois anos, não me conhecem, nunca procuraram saber algo de
mim, não tenho mais nada a perder, me mata, leva os meus cabelos,
Mara
arrependida.
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Mara dizer de quem quer se vingar. Ela desce as escadas irada com
o toque da campainha.
– Volto já, Mara. – A mulher diz. – Vou ver a porta.
Ela abre a porta e depara-se com um buquê de flores que esconde o
rosto do seu marido. Este a saúda com um beijo na testa e juntos
vão ao quarto.
– Por acaso a senhora acordou muito cedo e arrumou o quarto?
– O marido questiona após constatar o quarto muito organizado.
– Mal chegou e está com ciúmes? – A mulher devolve em tom
de gracejo.
– De quem, de ti? – O marido brinca e oculta o ciúme. – Não
chamarei.
– Continuas a tomar decisões sozinha. – O marido abana a ca-
beça em jeito de desaprovação. – Não podias ter feito isso, sem
antes me consultar.
– Há coisas que não se negoceiam. A escola oferece este po-
der de dizer sim e não até ao marido. Empoderamento e emancipa-
ção é isto. Daqui a nada eu vou trabalhar. Ficas com a casa.
– Já reparou que quando eu volto do trabalho, tu vais? Somos
um casal de desencontrados.
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sas.
A mulher sobe ao primeiro andar e informa Mara para descer e
tomar sopa. De seguida, informa o mesmo ao marido.
– Maisás, este é meu marido. Marido, esta é a Maisás, a menina
de quem te falei. – A mulher faz as apresentações e informa. – Pre-
parei tudo e conservei na geladeira. Escolham o que quiserem e
comam. Eu volto em três dias.
– Maisás, vamos ao quarto para me ajudar a vestir. – Pede a
Mulher.
A mulher veste o seu vestido vermelho de rendas, com uma
capa de tecido de algodão puro, tudo diante da Mara. A mulher pede
que Mara a feche o zipe.
chance de te corrigires.
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taciona o carro e desce.
um.
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trário para não ter que sujar tua unhas com sangue e resgatar uma
velha como eu. Fui vendida. Desejas comprar-me?
decisões.
Diploma ainda parecia uma noiva virgem até aos lábios, repleta
de cabelo.
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zes este pilar é màgico, poucos sabem disto, eleva-se até às nuvens
com destino às estrelas. O processo de levar alguém a estrela é in-
visível, somente o resultado é evidente. Quem ousa a saber estar é
aplaudido como se fosse uma estrela, isto é segredo, não conte a
dias para subirem, sentarem neste pilar somente para serem como
as coisas.
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pés do Corrupto.
Corrupto, a lama deste bairro, que sujou até a sua essência. Feliz
ou infelizmente ele é muito inteligente, sarcástico e é o verdadeiro
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rupto, porque ele consegue tudo o que deseja sem escrúpulos e sem
pudor na cara. O Corrupto tem a coragem de te roubar sorrindo e
abraçando. É difícil pensar que do ventre de uma mulher saiu algo
tão bizarro e pervertido. Ainda que diga a Ima o contrário, ela cobi-
ça o Corrupto demais, talvez por serem gémeos.
por si.
repetido:
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pel. Pode até ser uma mentira nua e crua, basta que esteja no papel
que Ima a aceita. O papel para ela justifica tudo, parece que os seus
olhos são cegos para ver que a casa onde ela vive não corresponde
ao valor escrito no papel, por isso me pediu que não fosse mais a
visitar se eu não levasse comigo novas abordagens escritas no papel.
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presa.
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importa mais, mas tarde ou cedo será igual a mim, ou pior. Quando
compreender que a compaixão não vence a pobreza de ninguém,
recorrerá a corrupção. E como estará atrasada para aprender a cor -
romper, será descoberta no mesmo instante. Num piscar dos olhos.
Muitos vem e vão eu assisto a isto sentada aqui nesta mesma cadeira.
A mulher sai trémula e desfalecida da sala da Dra. Destemida.
Ela curva à direita e encontra muitas pessoas, algumas deitadas no
chão, outras sentadas no banco do desespero. A mulher dirige-se a uma
senhora com uma criança no colo, outra nos pés, a terceira nos bra-
ços, e pensa consigo mesma: esta mãe somente não engravida quando já
estiver grávida. De seguida, saúda-a.
– Como estás, senhora?
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mitos e diarreia.
– Sim, vou.
– Como te chamas?
– Sem Opção.– Responde a senhora. – Por isso devo aturar esta
Que a Dra. Paciência nunca mude a sua essência, tal como já mudou
a Dra. Destemida.
A mulher despede-se de Sem Opção e dirige o seu carro em di-
recção a casa da sua cunhada Justiceira Balança Justa, que maquiou
vida. Não é atoa que Justiceira somente se veste de preto para igua-
lar-se aos demónios que visitam a sua casa continuamente. A mulher
trazer testemunhas.
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quina deste bairro.
para conversarmos.
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El Shaddai, -
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chips
o Sul como caminho vence, porque Sul é como ferro que se destrói
com a sua própria ferrugem.
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man-
ghandwi, mbalele mbalele, mathokozana,
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-lhes bebida e comida, os espíritos negaram. O que mais eles podem
desejar ela questiona-se. Talvez eu me ofereça como sua esposa. Não posso
O alienador voltou,
Dentro de terno e gravata.
Não me chama mais de indígena,
Trata-me como sócia.
Não veio com armas,
Mas com dinheiro.
Disfarçado de solidário,
Promove a preguiça e a pobreza.
Disfarçado de altruísta,
Condena-nos à mendicidade
Nas nossas próprias terras.
Disfarça-se de ovelha,
Quando é lobo.
Comporta-se como cordeiro,
Quando é porco.
Dança, pula, abraça-me,
A sua agenda
É dividir-nos para reinar
É promover a guerra
É alienar a educação.
É vender a saúde.
É hipotecar a justiça.
este massacre.
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Mara Marandza
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sação de livramento cria.
Resiliência cuido depois, não preciso matá-la, um bom manicómio resolverá isto.
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Por trás de um grande homem existe uma grande mulher. Essa mulher é a
sua mãe.
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lher. A delicadeza é desnecessária.
em si mesmo. Mas um meio. Como meio, cada uma pode escolher outros
meios que se adequem às suas vontades. Ser solteira, por exemplo.
Sempre tive medo de divorciar, mas não por mim, pela vergonha
e por medo do que iam dizer-me; por ter acreditado que, se eu me
divorciasse, estaria a perder meu troféu. Para sua informação, casar-
-me-ei de novo, não como troféu, mas como demonstração de um
amor a alguém que não seja como você. Leve isso consigo para a
Cidade dos Dois Pés Juntos.
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– Olhe muito bem para este último corpo de uma mulher que
você verá. Algumas das suas cangaceiras tinham estas reentrâncias e
saliências? Algumas das suas garotas digitais tinham seios de massa-
la como estes? Na verdade, cada uma de nós é única e diferente da
outra, por isso não existe comparação nenhuma entre nós, infeliz-
mente estúpidos como você tentam humilhar uma mulher diante da
outra. Eu nunca lutaria, humilharia, nem desprezaria Mara, por ser
mais uma vítima sua, Depravado.
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Saiba, agora, que a gravidez dela não era sua, mas do taxista,
que a tratava como princesa de verdade. Saiba, ainda, que eu nunca
na Clínica
Saúde se Compra.
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riosa, uma voz.
cunhada Justiceira. Por acaso está aqui para criar álibi? Traíram-se
nos negócios? Passaram-se a perna?
– Nunca fui estéril. Fingi ser, todo este tempo, somente para
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– Continuo incrédula!
2.
Jogo tradicional moçambicano. Benigna Agnelo Uate || SUJEI AS UNHAS COM SANGUE 189
volte ao seu corpo. Exalte a pátria tomando decisões pró-
prias. Os seus heróis vivos em corpos de homens têm dito isso, exalte a pátria e
tome decisões próprias. Não despreze estas palavras.
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bairro.
Fim