Você está na página 1de 8

unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

CÂMPUS DE JABOTICABAL

Nathã Pereira de Oliveira

Equipamentos utilizados na tração animal

Jaboticabal
2022
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL

Introdução

De fato, as máquinas agrícolas representaram importantes ferramentas, visto que


a força humana ainda é a principal fonte de energia para o trabalho agrícola em países em
desenvolvimento (JAFRY; O’NEILL, 2000) e responsável por aproximadamente metade
da área cultivada no mundo (RAMASWAMY, 1994). Contudo, no atual cenário
brasileiro, diante da necessidade de criação de formas de desenvolvimento sustentável e
geração de renda para a população mais pobre, a criação de empregos no campo por meio
do incentivo à agricultura familiar é uma interessante alternativa. Nestes casos em que a
pequena propriedade é uma característica marcante, a utilização de ferramentas de baixo
custo e forte adequação tecnológica é essencial. A possibilidade de aplicação de recursos
renováveis, dentre os quais a energia da tração animal, usada em diversas situações
incompatíveis com máquinas de tração mecânica (além de representar um baixo
investimento) deve ser também sempre considerada. Como um exemplo de economia
proporcionada por essa fonte de energia, podemos citar os anos1990, durante esses anos
os animais de tração economizavam o equivalente a US$ 6 bilhões em combustíveis
fósseis, com mais de 300 milhões de animais utilizados (WILSON, 2003).
Como já citado, no Brasil, a adoção do método de tração animal, provém de
agricultores familiares e suas pequenas propriedades espalhadas pelas regiões do país,
aquele agricultor isento monetariamente de tratores para realizar os trabalhos agrícolas de
sua propriedade. Portanto é adotado o uso de tração animal, por ser mais viável
ao agricultor, por ser de baixo custo. A atividade mais realizada de uma maneira geral no
campo utilizando o método de tração animal, é a aragem, nas pequenas propriedades de
todo o mundo. Os animais mais usados são: bovinos, equinos, asininos, muares e
bubalinos.
Podemos considerar o animal como um “motor”, que transforma a energia obtida
pela ingestão de alimentos em trabalho mecânico, e como toda forma de energia,
apresenta suas vantagens e desvantagens.
Como vantagens podemos citar: autodeslocamento; reserva de força; grande
adaptabilidade, podendo ser utilizado praticamente em qualquer serviço que exija força
de tração na maioria dos terrenos; preço de aquisição relativamente baixo se comparado
a uma máquina agrícola; pode ser reproduzido na própria propriedade; consome (ao invés
de combustível), alimentos que podem ser produzidos na própria fazenda; boa qualidade
do serviço realizado no campo; melhor utilização da mão de obra.
Em relação às desvantagens o que podemos considerar é: sua alimentação deve
ser provida durante todo o dia, para um aproveitamento de 8 a 10 horas diárias; o período
de trabalho não é totalmente aproveitado, porque ocorrem paradas para descanso,
determinando uma baixa na eficiência, que é reduzida a 75 a 80%; o grau de eficiência
também é afetado pelas condições climáticas(principalmente calor excessivo) pelo estado
de saúde, pela alimentação, pelo treinamento e etc. ; desempenho mais lento do trabalho
agrícola.
Diferentes espécies de animais podem ser utilizadas nos serviços de tração
animal, os animais mais empregados são: bois, cavalos, burros, mulas e
mais recentemente os búfalos. Há também diferenças quanto ao desempenho
destes animais, como por exemplo, os cavalos são mais exigentes quanto ao tratamento e
a alimentação, trabalham mais rapidamente, porém, com menos esforço de tração,
adaptando-se a terrenos planos e leves.
Os bovinos, além de desenvolverem maior quantidade de força de tração, são
menos exigentes na alimentação, em relação aos equinos, e trabalham bem em terreno
irregular e macio, graças a conformação de seu casco, e são mais lentos que os equinos.

2
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL

Mulas e burros são extraordinariamente resistentes a fadiga e menos exigentes


na alimentação em relação aos cavalos. O búfalo exerce maior força que os bovinos,
sendo mais lento. As raças específicas para a tração animal, com suas características
básicas de acordo com a espécie, são as seguintes:
Bovinos: animal de força; lento, com velocidade constante entre 1,4 a 1,8km/h;
animal rústico, apresenta rusticidade; não é exigente na alimentação; arreamento simples,
de fácil retirada de implementos como a canga. Desvantagens: lento nos trabalhos de
precisão, como exemplo, semeio e adubação; facilidade na adquirição de doença;não é
um animal inteligente,que apresenta dificuldade no processo de aprendizagem.
Equinos: animal rápido,chega a 1,5 m/s; espécie mais inteligente; ideal para
trabalhos de precisão; animal mais fácil de adestrar/aprender. Desvantagens: cansa com
facilidade;depois da vida útil não é comercializado;espécie mais exigente na alimentação.
Asininos: animal inteligente; apto para trabalhos de precisão; carrega 2/3 do seu
peso no dorso,animal que carrega maior quantidade de peso no dorso; resistente a
doenças,altamente resistente; fácil de adestrar; Desvantagem: leve para trabalhos.
Muares: melhor animal de tração. Desvantagens: mais difícil de adestrar;são
híbridos;apresentam agressão;depois da utilidade não são comercializados;leve para
determinados trabalhos.
Em relção a escolha dos animais, existem fatores que devem ser observados para
se tomar a decisão, os quais são:
Conformação: porte do animal, grande, médio ou pequeno, são
características determinantes para a realização de determinadas atividades , por exemplo,
um animal de porte médio facilita a colocação de implementos como a canga. Em equinos
o maior peso será na traseira e o menor peso na dianteira,e apresentar casco em perfeito
estado.
Caráter: o caráter se adquire conforme o ambiente,de acordo com as relações
do meio. O temperamento pode-se caracterizar por ser dócil ou agressivo;um animal
que apresentar comportamentos como: dar coices, patadas, pular cerca, são chamados de
animais mau caráter e são eliminados do uso na tração.
Idade: deve-se adestrar um animal entre 1,5 a 2 anos de idade,no caso os
bovinos,e de 2 a 2,5 anos,no caso os equinos e muares,essa é a idade ideal para o
adestramento.
Sexo: a questão do sexo está ligada a conformação,exemplo: o macho é diferente
da fêmea,na musculatura e no porte. Os machos são mais solicitados na tração,fêmeas
são usadas na tração,mas respeitando seu período de prenhez.

Equipamentos e implementos utilizados na tração animal

Em relação aos equipamentos e implementos que são usados na tração animal


podemos discorrer basicamente sobre duas vertentes, que são os implementos tradicionais
e os implementos modernos, além desses são usados outros de forma mais esporádica.
No ambito dos implementos tradicionais, os mais utilizados a partir da tração
animal são:
Arado de aiveca - é o implemento mais tradicional que se conhece. Pode ser fixo
ou reversível, é mais usado em função de sua simplicidade.
Grade de dentes - é fabricada com armação de ferro ou de madeira onde são
fixados dentes ou pinos. Os dentes são cortados em bizel. Quando as pontas são voltadas
para a frente, a gradeação é mais profunda, e quando as pontas são voltadas para trás a
gradeação é mais rasa.
Semeadeira-adubadeira - equipamento destinado a distribuição de semente e

3
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL

adubo no solo. Tem o mesmo princípio da tração motomecanizada e causam menos danos
às sementes devido a baixa velocidade de deslocamento dos animais.
Cultivador - utilizado para o combate de ervas daninhas, normalmente após a
implantação da cultura. Também é conhecido por capinadeira ou carpideira, são
normalmente de cinco enxadas que apresentam quatro tipos básicos diferentes: enxada do
tipo asa de andorinha, picão, coração e aterrador de aiveca.
Já em relação aos equipamentos e implementos modernos, o exemplo que pode
ser relatado são os Policultores, no Brasil são fabricados três tipos de chassis básicos:
- O Policultor 300 é o mais próximo dos implementos tradicionais para tração
animal. Com um peso de 24 kg, permite a utilização de até seis implementos e é indicado
para áreas de at é três hectares;
- O Policultor 600 com um peso de 48 kg, apresenta forma quadrada sustentado
por duas rodas, perrnte a utilização de oto implementos e é usado para áreas de até seis
hectares;
- O Policultor 1500 é versátil, dotado de alavanca para levantamento e barra porta
implementos. Com peso de 170 kg no chassi, é montado sobre duas rodas, utiliza até 18
implementos, sendo recomendado para áreas de até 15 hectares.

Arado (duas aivecas)

O arado de tração animal, seja fixo ou reversível, é quase sempre de aiveca e muito
raramente de disco, por ser o primeiro de maior facilidade de manejo. A haste de
regulagem da largura de corte não consta em todos os arados. É uma barra longa e
delgada. Uma extremidade se apóia na barra de regulagem, a outra se posiciona acima do
regulador de profundidade. Movimentando-se lateralmente, é fixada em uma das
reentrâncias da barra de regulagem, permitindo obter a largura de corte desejada e
transmitindo esta regulagem ao regulador de profundidade.
O arado de duas aivecas foi projetado para coplar-se ao chassi do policultor-600
ou ao do multicultor-6H, fabricados respectivamente pela CEMAG S/A (Fortaleza, CE)
e TORNEP (Porto Alegre, RS). Esse arado proporciona um gasto menor de tempo no
preparo inicial do solo (aração) porque tem uma junta de bois, que tracionando uma só
aiveca, trabalha com reserva de potências capaz de ser transformada em trabalho útil.
Possui as seguintes características: Duas aivecas fixas numa estrutura de ferro;
Duas braçadeiras fazem a fixação da estrutura de ferro ao chassi; Tombamento da leiva à
direita; Largura de corte: 20 cm.
Regulagem da largura de trabalho: Na aração, quando a roda do chassi do
policultor-600 tender a subir na muralha e ficar sobre o solo não trabalhado, significa que
a largura de trabalho é maior do que a recomendada. A correção é feita deslocando o
ponto de fixação da corrente de tração, no regulador horizontal, para o lado esquerdo.
Quando a roda do chassi deslocar para o solo é porque a largura de trabalho está
insuficiente.
Regulagem da profundidade de trabalho: É obtida regulando-se a altura das rodas
em relação ao solo. Quanto mais elevadas ficarem as rodas do chassi policultor-600, mais
profunda será a aração.
Deixar sempre a roda do policultor-600 (no lado das aivecas) mais baixa, de
maneira que o chassi fique paralelo em relação ao solo. Essa diferença de altura entre as
rodas determina a profundidade de aração. No caso de não se conseguir reduzir a
profundidade de maneira satisfatória, colocam-se as rodas de apoio do policultor um
pouco atrás da barra transversal dianteira (5 a 10 cm).

4
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL

Grade de dentes
A grade de dentes consta de uma armação de ferro ou madeira sobre a qual são
fixados dentes ou picões. Alguns tipos possuem regulagem de abertura e fechamento.
A grade de dentes possui como órgão ativo um dente de aço, resistente à abrasão.
Esse tipo de grade realiza bom trabalho em solos leves e com poucos resíduos vegetais e
além disso apresentam baixo custo de aquisição e manutenção. Como já mensionado,
quando as pontas são voltadas para a frente, a gradeação é mais profunda, e quando as
pontas são voltadas para trás a gradeação é mais rasa.
Podemos dividir as categorias em:
Grade de dentes rígidos (fixos): Realiza trabalho semelhante ao dos
escarificadores; A profundidade de trabalho é determinada pelo tamanho dos dentes e
massa da grade; Boa ação no combate de plantas invasoras; Regulagens: variação do
ângulo de inclinação dos dentes.
Grades de dentes flexíveis (molas): Utilizadas como cultivadores; Dentes finos e
largos: lâminas de aço flexíveis recurvadas, com espessura: ¼ a 3/8” e Largura: 1 ¾”. A
regulagem é feita pelo ajuste do ângulo das molas.

Semeadeira-adubadeira

No geral uma semeadeira-adubadeira de tração animal é composta por cerca de 15


componentes, os quais são: 1. Gancho para engatar a corrente - com regulagem de altura;
2. Roda de apoio que segura a palha para o disco fazer o corte (proporciona
qualidade no corte da palha); 3. Disco de corte com raspador; 4. Quadro da plantadeira;
5. Sulcador para incorporar o adubo; 6. Disco duplo desencontrado de semente - com
raspadores internos e externos; 7. Régua de regulagem da profundidade de plantio da
semente; 8. Rodas para transporte; 9. Rodas de tração e fechamento da linha; 10. Caixa
blindada; 11. Cabo com regulagem de altura; 12. Protetor de corrente; 13. Reservatório
de semente; 14. Reservatório de adub; 15. Régua para regulagem da quantidade de adubo
por metro linear, está localizada junto a caixa de adubo.
As plantadeiras existentes a tração animal podem ser classificadas pelos seus
mecanismos de distribuição de sementes e pelo tipo de sulcador, Com relação ao sistema
de distribuição, existem 3 tipos diferentes de mecanismos, os quais serão descritos abaixo:
a) Disco horizontal, mais comum. Neste caso, o disco é acompanhado de um mecanismo
de ejeção que permite, em conjunto com um controle da entrada da semente, a distribuição
de todas -as sementes que entram nos furos do disco, sem entupimentos dos mesmos. b)
Chapa reta que, através de um movimento de vai-vem, permite soltar a semente no sulco
de plantio. c) Disco inclinado com parede protetora para a sarda da semente; neste tipo
de mecanismo a semente é distr ibuida pelo disco por gravidade.
Quanto ao tipo de sulco, pode ser feito um sulcador fixo, em forma de "sapato",
que faz um sulco com fundo largo (3 a 7 cm); este tipo possui também a função de guia
para a queda da semente no sulco. Um outro tipo de sulcador é através do sistema de disco
duplo em forma de "v". A simplicidade e o baixo custo do sulcador fixo levou a adoção
quase universal deste tipo de sulcador, embora o tipo duplo apresente algumas vantagens
em relação ao tipo fixo, tais como: melhor alinhamento das sementes na fileira e melhor
contato entre o solo úmido e a semente.
A regulagem do equipamento pode ser realizada de acordo com principalmente
dois fatores:
Escolha do disco de plantio: definidos o espaçamento e a densidade, é fácil
calcular o número de plantas por metro. Sendo 1 ha igual a 10.000 m2 e o espaçamento
entre fileiras de 1,0 rn, é fácil imaginar que isto é equivalente a uma faixa de 1 metro por

5
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL

10.000 metros de comprimento. Se a densidade desejada é de 40.000 plantas em 10.000


metros lineares,em 1 metro devem ser colocadas 4 plantas (40.000 -;- 10.000 = 4). Para
se conseguir uma população de 4 plantas por metro, quantas sementes deverão ser
distribuídas pela plantadeira? Para responder a esta pergunta, deve se ter em mente que
existem alguns fatores que interferem nesta estimativa, entre eles os seguintes: poder
germinativo das sementes; diâmetro efetivo e deslizamento da roda da plantadeira.
Regulagem da queda de fertilizante: definida a quantidade de fertilizante a ser
aplicada por hectare, por exemplo, 300 kg da fórmula 4·14-8 de N, P205 e K20,
respectivamente, deve-se regular a adubadeira do implemento para permitir a aplicação
desta quantidade. Geralmente as adubadeiras das plantadeiras a tração animal são
reguladas variando a abertura de saída. Esta regulagem pode ser realizada por alavancas
ou, como é mais comum, pelo posicionamento do depósito sobre uma rampa espiral,
afrouxando os parafusos que prendem o depósito.
Além da regulagem da distribuição de sementes e do fertilizante, deve-se fazer
uma regulagem no campo, do ponto de engate da plantadeira ao balancim. Esta regulagem
deve ser realizada considerando a facilidade de movimentação do animal, sem no entanto
diminuir em demasia a tração da roda dianteira da plantadeira. Todas as plantadeiras a
tração animal possuem um dispositivo para efetuar o controle de profundidade.
Dependendo da marca ou modelo, o controle pode ser feito com a mão ou com o pé, ou
requer o manejo de pinos. Os dois primeiros são mais eficientes, pois permitem mudanças
rápidas dependendo das várias condições do solo no momento do plantio.

Cultivadores

Como já apresentado, os cultivadores são utilizados para o combate de ervas


daninhas, normalmente após a implantação da cultura. Para realizar um cultivo a tração
animal eficiente, ou seja, controlando as plantas daninhas no momento apropriado e sem
danificar a cultura, há necessidade de serem observados alguns detalhes. Estes detalhes
se referem basicamente ao desenvolvimento do sistema radicular da planta de milho, a
época em que devem ser eliminadas as plantas daninhas e o manejo do cultivador.
Há no mercado várias opções em termos de cultivadores a tração animal. De um
modo geral, porém, eles apresentam o mesmo princípio de funcionamento, sendo que no
geral eles são constituidos de: enxadas, alavanca de regulagem de largura, joelhos, braços
e balancim. Desta forma, independente do cultivador a ser utilizado, algumas observações
podem ser feitas para maior eficiência do cultivo:
1 - A regulagem da largura de atuação do cultivador é realizada por urna alavanca.
Esta regulagem deve ser feita de acordo com espaçamento utilizado e o desenvolvimento
da cultura do milho.
4 - Basicamente os cultivadores possuem dois tipos de enxadas: "picão" e "asa-de-
-andorinha". Os picões, que são mais estreitos, não deslocam muita terra no sentido
lateral, porém cultivam mais profundo. As enxadas do tipo "asa-de-andorinha", cultivam
mais raso, porém, movimentam mais terra para os lados.
5 - A regulagem de profundidade também pode ser realizada através dos joelhos
que ligam a enxada aos braços do cultivador. Quando o parafuso é colocado no furo
superior, o joelho faz um ângulo mais fechado e o cultivo é mais profundo e vice- -versa.
6 - O cultivador pode funcionar com 3 ou 5 enxadas. Quando com 5 enxadas, as
duas da frente são do tipo "picão" e as laterais e do centro, do tipo "asa-de-andorinha".

6
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL

Policultor

Os equipamentos são denominados Chassis Polivalentes e são apresentados em


três modelos: leve, médio e pesado. Estes equipamentos são baseados num princípio
comum que se constitui de uma barra porta-implementos, onde podem ser acoplados, um
de cada vez, diferentes tipos de implementos necessários às operações de campo. Assim,
com um só chassi, o produtor usa praticamente todos os implementos agrícolas de que
precisa. Dada a simplicidade de sua construção, os chassis permitem adaptação de outros
implementos que não aqueles fabricados especificamente.
Estes equipamentos atendem a três níveis de produtores. Chassi modelo leve -
(Policultor 300 ) - Destina-se a agricultores que cultivam áreas de 2 a 3 ha, e pode ser
tracionado por um ou dois animais. O chassi é leve (24 kg), datado de uma roda de apoio
e, em sua barra portaimplementos podem ser acoplados arado, sulcador, hastes flexíveis
com enxadas, asas de andorinha ou outros tipos, e semeadora.
Chassi modelo médio (Policultor 600) - é destinado a agricultores que cultivam 6
ha. Pesa 48 kg e pode ser tracionado por dois animais. No chassi, que é retangular, podem
ser acoplados todos os implementos adaptáveis
Chassi modelo pesado (Policultor 1500) - É próprio para o cultivo de áreas de 10
a 15 ha. O chassi é montado sobre rodas de pneus, com bitola ajustável e sistema de
alavanca para levantar e baixar os implementos. Possui uma barra porta-implementos
onde podem ser acoplados todos os irnplementos adaptáveis ao poli cultor 600, e mais
dois arados fixos até 11 enxadas de cultivo, três sulcadores, canavieiros, dois
subsoladores, duas semeadeiras, plaina, uma entaipadeira, um sulcador tipo canavieiro.
Pode também servir de carroça, com adaptação de distribuidor de calcário, ou de tanque
espalhador de esterco líquido. Nesse equipamento, o agricultor pode efetuar todos os
trabalhos agrários sentado sobre o chassi.

Pulverizador de Barra

Um tipo de pulverizador muito eficiente para ser utilizado em pequenas


propriedades, é o pulverizador de tração animal. E assim como os pulverizadores
convencionais também devem ser regulados. Esse equipamento causa controvérsias em
relação ao seu uso em animais, devido a possibilidade de intoxicação do animal pelo
produto utilizado. Dessa forma a pulverização a partir do uso de animais é uma prática
que não é recomendada e incentivada em várias regiões, dependendo do produto a ser
aplicado. Entretanto ainda é usado para aplicação de inseticidas, herbicidas, fungicidas e
fertilizantes foliares.
Este pulverizador possui uma barra que pode conter 7 ou 8 bicos do tipo leque ou
cônico, um tanque com capacidade para 200 litros, bomba de pistão de dupla ação,
circuito hidráulico, composto de câmara de compensação, válvula reguladora de pressão,
manômetro, mangueiras e filtro, misturador mecânico da solução e haste de tração (um
animal). Todos os bicos de barras e filtros devem ser do mesmo tipo e, por consequência,
com mesma vazão.
Antes da operação de calibração o operador deve verificar se o pulverizador está
perfeito; para isto, colocará água até a metade do tanque, retirará os bicos e filtros (dos
bicos) e ligará para limpar todas as tubulações; depois, com os bicos e filtros limpos (usa-
se uma escova pequena) coloca-los-á nos lugares, fazendo um pequeno ângulo de 5º em
relação à barra de pulverização. Para o uso de herbicidas com bicos tipo 80 ou Albuz, a
barra deve ficar a 46 a 50cm do solo e os bicos distanciados entre si de 50cm.

7
unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL

Referências

Romeiro Filho, EduardoUma abordagem centrada no usuário para o projeto de


máquinas agrícolas de tração animal. Gestão & Produção [online]. 2012, v. 19, n. 1
[Acessado 14 Julho 2022] , pp. 93-102. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-
530X2012000100007>. Epub 28 Mar 2012. ISSN 1806-9649.
https://doi.org/10.1590/S0104-530X2012000100007.

JAFRY, T.; O’NEILL, D. H. The application of ergonomics in rural development:


a review. Applied Ergonomics, v. 31, n. 3, p. 263-268, 2000. http://dx.doi.org/10.1016/
S0003-6870(99)00051-4

RAMASWAMY, N. Draught animals and welfare. Revue Scientifique et


Technique (International Office of Epizootics), v. 13, p. 195-216, 1994.

WILSON, R. T. The environmental ecology of oxen used for draught power.


Agriculture, Ecosystems & Environment, v. 97, n. 1-3, p. 21-37, 2003. http://
dx.doi.org/10.1016/S0167-8809(03)00118-X

EMPRESA BRASILEIRA DE ASSISTENCIA TÉCNICA E EXTENSÃO


RURAL. Mecanização agrícola – tração animal: pulverizadores manuais, 1983. (Didática
3).

BERETTA, Claudio Catani. Tração animal na agricultura. São Paulo: Nobel,


1988.

SCHMIDT, W. Mecanização agrícola tração animal; Manual Técnico.


EMBRATER, 1979. Brasíl ia

(Busca de Publicações - Portal Embrapa)


https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/702307/1/FD0800001.pdf

(Busca de Publicações - Portal Embrapa)


https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/52703/1/Plantio-mecanizado.pdf

(Busca de Publicações - Portal Embrapa)


CNPADOCUMENTOS13CALIBRACAODEPULVERIZADORESTERRESTRESEAL
GUMASINFORMACOESSOBREEQUIPAMENT.pdf

Você também pode gostar