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ATENDIMENTO

PRÉ-HOSPITALAR
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Assunto:

Queimaduras

(Manual Operacional de Bombeiros Resgate Pré-Hospitalar e Manual do Curso de Capacitação e Socorro Pré-Hospitalar Militar - CCSPHM-IFISAL)
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Objetivo
- Reconhecer os diferentes graus de queimaduras;
- Citar as características dos diferentes tipos de
queimadura;
- Descrever as principais técnicas de primeiros
socorros aplicadas em queimadura;
- Descrever os cuidados a serem observados com o
queimado de acordo com os diferentes graus de
queimadura.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Introdução;
Desenvolvimento;
- Profundidade e Extenção;
- Tipos de Queimadura e suas características;
- Tratamento.
Conclusão.
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Introdução
A queimadura é uma lesão produzida no
tecido de revestimento do organismo por
agentes térmicos (calor, frio, eletricidade) ou
produtos químicos, irradiação ionizante etc.
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O tegumento tem por finalidade a


proteção do corpo contra a invasão de
micro-organismos, a regulação da
temperatura do organismo através da
perda de água para o exterior e a
conservação do líquido interno.
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Avaliação de Queimadura
Um ferimento causado por queimadura,
no tecido tegumentar altera em maior ou
menor grau a função deste órgão. Este dano é
avaliado de acordo com sua extensão (área
queimada) e sua profundidade (grau da
queimadura).
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Podemos dividir a queimadura em


graus, de acordo com a sua profundidade e
mensurar a sua extensão utilizando-se da
regra dos nove.
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Profundidade
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Primeiro Grau
Atinge somente a epiderme.
Caracteriza-se por dor local e vermelhidão
da área atingida.
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Segundo Grau
Atinge a epiderme e a derme.
Caracteriza-se por dor local, vermelhidão e
formação de bolhas d’água.
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Terceiro Grau
Atinge todo o tecido, alcançando o tecido
gorduroso, ou muscular, podendo chegar
até o ósseo. Caracteriza-se por pouca dor
(devido à destruição das terminações nervosas
da sensibilidade), pele escurecida ou
esbranquiçada, ladeada por vezes por área de
eritema (vermelhidão).
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Extenção
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Existem vários métodos para se avaliar a


superfície corpórea afetada pela queimadura.
A mais conhecida é a da “Regra dos Nove”,
onde o corpo humano é separado em partes,
todas correspondendo a 9% ou múltiplos desse
número. A região genital corresponde ao 1%
restante.
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Queimaduras Graves
São considerados graves todos os
pacientes queimados que preencham pelo
menos um desses critérios:
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- Lesão por inalação;
- Queimadura de 2º grau em mais de 10% da superfície
corpórea;
- Queimadura de 3º grau;
- Queimaduras que envolvam face, mãos, pés, genitália,
períneo ou grandes articulações;
- Queimaduras elétricas;
- Queimaduras químicas;
- Queimaduras em pacientes c/ doenças pré-existentes e;
- Queimaduras com traumas associados.
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Avaliação Inicial
Todos os fatores citados acima, que
representam um paciente grave, devem ser
estudados.
Assim, devem ser consideradas as
circunstâncias em que ocorreu o acidente
(mecanismo de lesão, local e tempo de exposição),
e o paciente em si, além da avaliação da extensão
e profundidade das queimaduras.
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Ao contrário de todos os outros pacientes


vítimas de trauma, o queimado normalmente se
apresenta inicialmente bem, tendendo a afundar
conforme o tempo vai passando.
Esse aparente “estar bem” durante a
avaliação inicial pode induzir o socorrista ao erro de
subestimar o trauma e comprometer a vida do
paciente.
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Queimaduras Térmicas
São lesões traumáticas causadas por
fontes de calor, como:
- Fogo;
- Líquidos ferventes;
- Vapores;
- Objetos quentes;
- Excesso de exposição ao sol (Radiação).
Queimadura

Térmica
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Lesões Térmicas por Inalação
O comprometimento das vias aéreas do
paciente por inalação de fumaça ou gases
tóxicos chega a ser responsável por até 50%
das mortes por queimaduras. Cerca de 30%
dos pacientes hospitalizados por queimaduras
acabam sendo tratados de lesões por inalação
de gases.
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As substâncias tóxicas inaladas podem


agir imediatamente, como o cianeto, ou
demorar de 12 a 36 horas para se manifestar
clinicamente e, portanto, o socorrista deve
estar atento à evolução do padrão
respiratório do paciente.
Queimadura por

Inalação
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Lesões Elétricas
A quantidade de tecido lesado nas
queimaduras elétricas é relacionada à quantidade
de corrente elétrica a que o paciente foi exposto.
Quanto menor a parte do corpo exposta á
eletricidade, maior a lesão provocada.
A eletricidade doméstica de 110V geralmente
causa pouco dano físico, mas pode causar fibrilação
ventricular. Já 220V pode causar lesões mais sérias.
Queimadura por

Choque Elétrico
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Lesões Químicas
Substâncias químicas podem causar
queimaduras gravíssimas por corrosão da pele.
Compostos, como o ácido hidro fluorídrico,
podem causar morte em pacientes com apenas
2,5% de área corporal queimada. O seu manuseio
exige extrema cautela e cuidados com a segurança
do próprio homem de resgate.
Queimadura

Química

Creolina
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Tratamento
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Os objetivos do Atendimento Pré-


Hospitalar são, basicamente:
- Interromper o processo da queimadura;
- Viabilizar as vias aéreas;
- Prevenir o estado de choque;
- Controlar a dor; e
- Evitar infecção na área queimada.
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Como regra geral, deve-se, como sempre,
primeiro Avaliar o Cenário. Entendendo-se que
tipo de energia está envolvida e logo após o
atendimento poderá ser iniciado de forma
adequada.
Antes de tudo, deve-se interromper o
processo de queimadura.
Caso o trauma associado coloque em risco a
vítima, este deve ser tratado com prioridade.
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A administração de oxigênio é sempre


benéfica a todos os queimados e deve ser
ministrado assim que possível.
Após os curativos, o paciente deve ser
protegido contra a perda de calor, devendo
ser coberto, preferencialmente por lençóis
apropriados.
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Queimaduras Térmicas
Se a vítima ainda está com fogo nas vestes,
deve ser rolada no chão ou envolvida em um
cobertor, a partir do pescoço em direção dos pés.
Procede-se a uma Avaliação Primária
rápida, enquanto se providencia o resfriamento da
vítima, preferencialmente com água. Mesmo após
30 minutos, esse resfriamento é útil.
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Pulseiras, anéis e relógios devem ser retirados
para se evitar garroteamentos insperados.
Durante a Avaliação Secundária, a vítima
deve ser atentamente observada, em busca de
pelos do nariz, bigode ou sobrancelhas queimados.
Caso isso ocorra, é indicativo de lesão das vias
respiratórias. Tosse com expectoração escura,
escarro com presença de fuligem e rouquidão são
outros sinais de comprometimento de vias aéreas
aos quais o socorrista deve estar atento.
Garroteamento
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Lesões Químicas
Substâncias químicas podem causar
queimaduras gravíssimas por corrosão da pele.
Compostos, como o ácido hidro fluorídrico,
podem causar morte em pacientes com apenas
2,5% de área corporal queimada. O seu manuseio
exige extrema cautela e cuidados com a segurança
do próprio homem de resgate.
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As partes da roupa da vítima que não
estiverem aderidas á pele devem ser retiradas.
A seguir, deve se estabelecer a profundidade
e a extensão da queimadura.
As feridas devem ser então lavadas com soro
fisiológico e cobertas com ataduras próprias
ou, na sua ausência, plástico esterilizado. Em
último caso, devem ser cobertas com gazes ou
ataduras umedecidas com soro fisiológico
abundante.
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Queimaduras Elétricas
Neste caso, antes de sequer tocar na vítima, o
socorrista deve tratar de desligar a fonte de
energia ou afastar a vítima dela.
A seguir, uma Avaliação Primária pode
indicar a necessidade de iniciar as manobras RCP.
Devem ser procurados os pontos de entrada e
saída da corrente elétrica e tratados como
queimadura normal.
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A avaliação da condição
cardiorrespiratória deve ser constante durante
o transporte, pois ela pode evoluir para uma
fibrilação subitamente.
A figura abaixo demonstra os caminhos
que podem ser percorridos pela corrente no
corpo humano.
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Queimaduras Químicas
O agente agressor deve ser identificado o
quanto antes.
Roupas impregnadas com o agente
químico devem ser retiradas imediatamente,
com cuidado para não se expor novas partes
do corpo à substância.
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Para substâncias químicas na forma


líquida, deve-se lavar a área afetada usando
grande quantidade de água corrente ou soro
fisiológico por vários minutos, sem aplicar
pressão ou fricção, sempre no sentido medial
para lateral.
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Não há um tempo pré-determinado para essa
lavagem, mas, sendo o objetivo a eliminação total
da substância, geralmente os ácidos exigem pelo
menos 5 minutos, enquanto os alcalinos, tempo
bem maior (pelo menos 15 min).
Se o agente químico da lesão estiver na forma
de pó, está contra indicada a lavagem antes de se
tentar retirar o máximo possível da substância
através de uma limpeza com escova macia.
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Queimadura nos

Olhos
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Térmicas
Ambos os olhos da vítima devem ser
cobertos com uma compressa macia de gaze,
umidificada com soro fisiológico, fixando-se
com fita crepe, sem efetuar pressão.
Lesão Térmica nos

Olhos
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Químicas
Os olhos devem ser irrigados com grandes
volumes de soro fisiológico ou mesmo água
corrente. Eventualmente, as mãos do paciente
precisarão ser restritas para evitar manuseio
inapropriado ou resistência à lavagem. A
lavagem deve permanecer até a entrega do
paciente ao hospital.
Lesão Química nos

Olhos
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Conclusão

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