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Processos logísticos
Processos
Atividades
Tarefas
Logística de
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Fonte: Costa (2003, p. 42).
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Figura 2.3 Fluxo básico dos subprocessos e atividades que integram o processo da logística de distribuição. •"
16 Logís\Ia
I Cross docking é uma das estratégias logísticas que têm tido sucesso em algumas empresas,
sobretudo nos ramos varejistas, onde as lojas são supridas por armazéns centrais, que agem como
coordenadores no processo de suprimentos, assim como pontOS de transbordo (descarga e recarga
em determinado ponto, troca de transporte) para seus pedidos.
Processo> 1ogísti<:05 27
ABASTECIMENTO DISTRIBUiÇÃO
PlANTA
CONSUMIDOR FIi\'Al.
Optamos por trazer o exemplo desta empresa, pois no Capítulo 17, quando
formos comentar sobre como identificar e mensurar os Custos Logísticos, iremos
tomar como base esta mesma empresa. Desta forma, é relevante, para que sejam
apurados os referidos custos, que sejam conhecidos os processos existentes.
Por ser do segmento industrial de bens de consumo (linha branca), a Em-
presa Lógica, que tem seu fluxo logístico apresentado na Figura 2.4, contempla
os três processos logísticos, relacionando-se com fornecedores de materiais pro-
dutivos e de peças de reposição nacionais, bem como fornecedores no exterior,
no abastecimento de três unidades fabris, sendo uma - FI (refrigeradores) -
localizada em torno de 120 km da cidade de São Paulo e as outras duas - F2 e F3
(fogões e lavadoras, respectivamente) - no perímetro urbano da capital paulista.
No que diz respeito aos produtos acabados e peças de reposição, estes são trans-
feridos das plantas para um Centro de Distribuição, que, por sua vez, distribui
para varejistas nacionais e no exterior e empresas montadoras de itens Completely
Knocked Down (CKD), que incluem peças e conjuntos desmontados a serem
utilizados em montagens de produtos finais.
Em termos organizacionais, as atividades típicas de Logística nesta empre-
sa, tais como abastecer as fábricas com materiais, receber, armazenar, movimen-
tar, planejar, transportar e entregar, estão dispersas em sua estrutura, apresen-
tando-se subordinadas a duas vice-presidências distintas: uma que responde
pela Logística de Abastecimento e Planta (de produção) e outra responsável pela
Logística de Distribuição (vendas/marketing).
Na Logística de Abastecimento, a empresa opera com cerca de 400 fornece-
dores ativos de materiais produtivos e peças de reposição, nacionais e importa-
dos, englobando em torno de 1.500 itens. Os itens A2 representam nesta empre-
sa 70% dos custos dos produtos acabados e englobam: motor da lavadora, com-
pressor do refrigerador, aço, mesa do fogão, subconjuntos de tubulação do fo-
gão, bateria (gás), sistema de queimadores, "carcaça" dos produtos e vidros,
entre outros. A cadeia de abastecimento nacional é de tmal responsabilidade da
própria empresa e, no exterior, terceiriza apenas as atividades de transpones,
envolvendo operadores logísticos, agentes de cargas e despachantes aduaneiros
nos processos de importação.
Os processos de Abastecimento de materiais e peças nacionais na Empresa
Lógica envolvem atividades de RecebimentO de Materiais (incluindo classifica-
ção contábil e fiscal) e Administração de Materiais (matérias-primas e produtos
em processo). Toda Logística dos materiais e peças importados é de responsabi-
lidade da área de Logística Internacional.
A área de Planejamento e Administração de Materiais, subordinada à Admi~
nistração das Fábricas, é responsável por "cobrar" os fornecedores nacionais
(fazer follow-up) e realizar a "ativação" dos materiais, ou seja, dar entrada, física
e contábil, no inventário de matéria-prima da empresa. A gestão do estoque de
matéria-prima e das embalagens de produtos acabados (itens que fazem parte do
custo do produto final) é de responsabilidade dessa área em cada uma das plan-
tas. A Armazenagem desses itens é realizada nas próprias unidades fabris, pelas
áreas supracitadas.
No que diz respeito à Logística de Planta, a área de Planejamento e Adminis-
tração de Materiais supracitada realiza a gestão dos estoques de produtos em
processo. A Armazenagem desses itens é própria e realizada nas próprias unida-
des fabris. O Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) faz
toda a previsão e acompanhamento da produção. A empresa optou por terceirizar
toda a parte de Manuseio e Movimentação de Materiais das fábricas F2 (fogões)
e F3 (lavadoras) para um Operador Logístico, no intuito de reduzir seus Custos
Logísticos e "liberar" ativos logísticos, visando a otimizar seu resultado econô-
mico. Na planta FI (refrigeradores e freezers) , a operação é própria.
2 Item A é um item que, na Curva ABC de estoque - segundo a Lei de Parem, compõe 20%
dos itens que representam 80% do valor do inventário -, é representativo em termos de valor,
frente aos demais itens existentes.
Em relação à Logística de Distribuição, existem, em média, 300 clientes ati-
vos, no mercado local, distribuídos por todas as regiões do país, consumindo os
diversos produtos existentes. Nas exportações, há 50 clientes, localizados na
Argentina, Chile, Venezuela, Caribe, Africa do Sul. México, Peru, Bolívia e Uru-
guai. As exportações incluem produtos acabados, peças de reposição e os itens
CKD para montagem no exterior. Os itens CKD são compostos de peças e con-
juntOS desmontados, em razão de diferentes voltagens e maior variedade de co-
res que no mercado local.
As atividades da Logística de Distribuição iniciam·se, conforme pooe ser
visto na Figura 2.4, com a Armazenagem dos produtos acabados e peças de
reposição, assumindo a disponibilização dos produtos acabados para a transfe-
rência das fábricas (FI, F2 e F3) para o Centro de Distribuição, sendo, então,
responsáveis por armazenar, movimentar, separar e disponibilizar os produtos
acabados e as peças de reposição para distribuição aos varejistas, assistências
técnicas e montadoras no exterior. A gestão das devoluções de produtos acaba-
dos e peças de reposição, que representam em torno de 1,50/0 dos produtos dis-
tribuídos, também está sob a responsabilidade da Logística de Distribuição, e a
metade delas ocorre por causa de problemas de entrega, tais como atrasos, erros
na emissão de notas fiscais, avarias no transporte etc.
Conclui-se, a partir deste exemplo, que as operações logísticas em uma
empresa industrial, independentemente de seu segmento, ocorrem de acordo
com os processos estabelecidos para, basicamente, mover, transportar, estocar e
entregar materiais e produtos, a quem deles necessita, em conformidade com
suas especificações, no local e momento contratados. Tooos os referidos proces-
sos logísticos geram custos como conseqüências de suas atividades, que neces-
sitam ser identificados, mensurados, acumulados e informados aos gestores da
Logística.
A Logística, como um macroprocesso, conforme comentado anteriormen-
te, pode ser gerenciada em um sistema que liga a empresa a seus clientes e
fornecedores, em que o fluxo de materiais/produtos e informações é coordena-
do para otimização dos três processos logísticos, que são, de fato, sistêmicos,
englobando um conjunto de elementos interdependentes, assim como as deci-
sões sobre o processo são inter-relacionadas, com o objetivo comum de atender
ao cliente.
Na concepção de atender ao cliente em um processo único, com uma visão
integrada do processo logístico, a distribuição ocorre em todos os elos da cadeia
de valor, em que, de acordo com o sistema pull (demanda puxada), por exemplo,
o cliente faz o pedido e toda a cadeia é acionada para atendê-lo. Ocorre, assim,
uma seqüência de distribuição, desde o fornecedor do fornecedor até o último
estágio, que é a entrega do pedido ao cliente/consumidor final.
o relacionamento da Distribuição fisica com a área de Markering, por exem-
plo, está na capacidade de atender à demanda que esta conquistou. Obtida a
demanda, que deve ser atendida, o esforço da distribuição física está em colocar
o produto cena nas condições exigidas pelo cliente. Por sua vez, o relaciona-
mento da Distribuição com a Produção efetiva-se com mais freqüência, na pro-
gramação de ordens de ressuprimento para abastecer os estoques de produtos
acabados dos armazéns, que deve ser desempenhado, de forma a não prejudicar
o seqüenciamento da manufatura dos produtos, levando em conta os custos de
produção. Por outro lado. a produção não deve desprezar os cUStOS de distribui-
ção. Em virtude do seqüenciamento de produtos. o CUStO de entrega pode ser
alto, caso este relacionamento com a produção não ocorra, apresentando formas
não econêmicas de transpone e exigindo maiores níveis de estoque para atender
à demanda.
A efetiva integração da atividade de Logística com Markering e Produção é
necessária para que a minimização do Custo Logístico TotaP e a rentabilidade
da empresa sejam alcançadas. Por ceno. a amplitude do processo em exame
diferirá. substancialmente. em termos de complexidade. Uma coisa é o profissio-
nal de Logística estar empenhado em compreender as interações e possíveis
relações entre os elementos de custos na Logística da empresa como um todo,
outra, diversa. é buscar, por exemplo, uma solução para o abastecimento de de-
terminada peça na linha de montagem.
Com esse intuiw. na gestão dos processos logísticos, é relevante que se
reconheça o tratamento das diversas atividades neles existentes como um siste-
ma integrado, bem como suas imeraçóes com OUITas arividades da empresa,
agregando valor a clientes e acionistas. Em função da relevância dessa questão,
trataremos a seguir sobre Vantagem Competitiva e o Valor em Logística.