Você está na página 1de 20

Química Inorgânica I

ELEMENTOS DO VA)
Elementos constituintes: Nitrogénio, fósforo, arsénio, antimónio, bismuto e
ununpentio.
Características gerais
Apresentam cinco electrões na camada mais externa e o estado de oxidação
máxima é +5
Apresentam no último nível a configuração electrónica: nS 2 nP3
Podem reagir:
a) Ganhando três electrões e apresentando o carácter iónico, o que se verifica só
com Nitrogénio (N3- iões nitreto) e Fósforo (P3-)
Exemplo 6Na + N2 → 2Na3N
b) Emparelhando electrões e formam compostos com mais variados nox

A remoção dos cinco elétrons da camada de valência implica numa energia de


ionização muito elevada, de modo que não se formam iões M5+. Contudo, os
elementos maiores do grupo (Sb e Bi) podem ser transformados em iões M3+,
perdendo três de seus elétrons externos.
Somente o nitrogénio existe sob a forma de molécula diatómica, porque os demais
átomos do grupo são grandes
Nos hidretos destes elementos a energia de ligação e a estabilidade decrescem
de cima para baixo no grupo. Assim, a arsina (AsH3), a estibina (SbH3) e a
bismutina(BiH3) só são obtidas em pequenas quantidades. Tanto a arsina quanto
a estibina são gases tóxicos.
Descendo pelo grupo, verifica-se uma tendência crescente dos elementos Sb e Bi
para formar compostos monovalnetes. A monovalência pode ser explicada se os
elétrons s externa permanecem emparelhados, não participando assim da ligação.
É o chamado efeito do par inerte. Se a energia necessária para desemparelhar
os elétrons for maior que a energia liberada na formação da ligação, então os
elétrons permanecerão emparelhados.
O estado de oxidação inferior se torna mais estável de cima para baixo no grupo.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 1


Química Inorgânica I

NITROGÊNIO
Símbolo: N
Número atómico: 7
Massa atómica: 14
Último subníveis: 2S2 2P3
Apresenta vários estados de oxidação:
-3 na amônia (NH3); -2 na hidrazina (N2H4); -1 na hidroxilamina (NH2OH);
0 no nitrogénio molecular (N2); +1 no óxido nitroso (N2O); +2 no óxido nítrico
(NO);
+3 no ácido nitroso (HNO2); +4 no dióxido de nitrogénio (NO2) e +5 no ácido
nítrico (HNO3).

Grandeza Valor

Número de oxidação +/- 3, 5, 4, 2

Densidade 0,81 g/cm3

Ponto de fusão -210 ºC

Ponto de ebulição -195,8 ºC

Calor especifico 0,247 Cal/gºC

Volume atómico (massa/densidade) 17,3

Eletronegatividade 3,0 Pauling

HISTÓRICO: O nitrogénio foi descoberto em 1722, por Priestley.


OCORRÊNCIA NATURAL: O nitrogénio gasoso constitui cerca de 78% do ar
atmosférico da Terra e forma vários sais solúveis presentes no solo, que são
utilizados pelas plantas, como por exemplo as proteínas.
OBTENÇÃO
a) Industrialmente
1. Pela liquefacção do ar e em seguida, destilação fraccionada do ar liquido.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 2


Química Inorgânica I

b) Laboratorialmente
1. Pela reacção de cloreto de amónio e nitrito de sódio
Iónica: NH+4 + NO-2 → N2 + 2H2O
Molecular: NH4Cl + NaNO2 → NaCl + NH4NO2
NH4NO2 → N2 + 2H2O
2. Pela decomposição de azida de sódio
2NaN3 300ºC
2Na + 3N2
3. Pela acção de amónia sobre óxido de cobre
3CuO + 2NH3 → 3Cu + 3H2O + N2

PROPRIEDADES QUÍMICAS:
O nitrogénio é diatómico de grande estabilidade, precisando de muita energia na
ordem de 225kcal/mol
N2 → N• + N•
Com isto, vê-se o nitrogénio é praticamente inerte em temperaturas baixas.
Em temperaturas elevadas ele se dissocia, formando o nitrogénio atómico que é
muito activo, podendo reagir com:
1. Ar sob acção de descarga eléctrica
N2 + O2 → 2NO;
NO + ½ O2 → NO2;
2. Não metais
N2 + 3H2 → 2NH3
3. Metais do I e II grupo A formando Nitretos, que contém iões N 3-
N2 + 6Li → 2Li3N; N2 + 6Na → 2Na3N; N2 + 3Ca → Ca3N2;

Estes nitretos são facilmente hidrolisados, dando amónia e o hidróxido metálico


Na3N + 3H2O → 3NaOH + NH3

Elaborado por Jorge Ernesto Página 3


Química Inorgânica I

Aplicação: O nitrogénio líquido (-180º C) é muito utilizado na conservação de


embriões, sémen e outros materiais, além de encontrar emprego na medicina,
como anticéptico e para retirada de verrugas na pele;
Os nitratos são empregados como fertilizantes agrícolas e na fabricação de
explosivos; O nitrito é usado em testes laboratoriais, Junto com o ácido clorídrico,
o ácido nítrico (na proporção 3:1) forma a água-régia - único solvente capaz de
dissolver o ouro e outros metais nobres, mais resistentes a ácidos.

FÓSFORO
Símbolo: P
Número atómico: 15
Massa atómica: 30,9
Último subníveis: 3S2 3P3
O fósforo apresenta variedades alotrópicas:
Fósforo branco é venenoso e instável, que oxida-se espontaneamente a
temperaturas próximas de 40ºC, gerando uma intensa luminosidade e liberando
grande quantidade de calor. Por isso ele deve ser conservado imerso em água.
Aquecendo-se o fósforo branco a temperaturas entre 250-300o C por cerca de
duas horas, obtém-se o fósforo vermelho.
Fósforo vermelho é estável e não-venenosa, formada por dois tetraedros de
átomos de fósforo ligados um ao outro (dimerização do fósforo branco).

Fósforo negro resulta do aquecimento o fósforo branco a cerca de 200o C,


porém, a alta pressão. Trata-se de uma forma polímera, constituída de várias
moléculas tetraédricas unidas entre si, formando longas cadeias. É uma
substância cinza-escura e de densidade maior do que as outras formas
alotrópicas.

Grandeza Valor

Elaborado por Jorge Ernesto Página 4


Química Inorgânica I

Número de oxidação +/- 3, 5, 4

Densidade 1,82 g/cm3

Ponto de fusão 44,2 ºC

Ponto de ebulição 280 ºC

Calor especifico 0,177 Cal/gºC

Volume atómico (massa/densidade) 17,0

Electronegatividade 2,1 Pauling

Histórico: O fósforo foi isolado pela primeira vez em 1669, pelo alquimista Brand.
Ocorrência Natural: O fósforo é muito difundido na crosta terrestre, constituindo
cerca 0,1%, onde aparece combinado sob a forma de:
Fosfatos: Ca3(PO4)2;
Fluorapatita : CaF2.3Ca3(PO4)2;
Cloroapatita : CaCl2.3Ca3(PO4)2;
Hidroxiapatita: Ca(OH)2.3Ca3(PO4)2
O fosfato de cálcio constitui aproximadamente 60% dos ossos.
Obtenção:
A extracção do fósforo pode ser feita pelo aquecimento em forno eléctrico, a
temperaturas próximas a 1500ºC, da mistura de fosfato de cálcio, coque e sílica.
2Ca3(PO4)2 + 6SiO2 → 6CaSiO4 + P4O10
P4O10 + 10C → P4 + 10CO

Propriedades Químicas:
O fósforo branco apresenta uma afinidade muito grande pelos demais elementos:
1. Reacção de combustão
P4 + 5O2 → 2P2O5 ou P4 + 5O2 → P4O10
O fósforo vermelho reage lentamente a uma temperatura de 260ºC, formando
também o P4O10

Elaborado por Jorge Ernesto Página 5


Química Inorgânica I

Também forma vários óxidos de carácter ácido: P2O3 (P com valência +3), P2O5 (P
com valência +5), P2O4 (P com valências +3 e +5).
2. Forma também o hidreto PH3 (fosfina).
P4 + 6H2 → 4PH3
PH5 não existe porque o hidrogénio não possui orbitais d para distorcer a
nuvem electrónica do fósforo e hibridizá-lo.
3. Reacção com ácidos fortemente oxidantes:
P4 + 10HNO3 + H2O → 4H3PO4 + 5NO + 5NO2
4. Reacção directa com cloro formando os cloretos.
P4 + 6Cl2 → 4PCl3;
Fazendo-se borbulhar o cloro através do tricloreto, que é líquido à temperatura
ambiente, obtém-se o pentacloreto
PCl3 + Cl2 → PCl5;
5. Reacção com solução concentrada de hidróxidos de sódio ou potássio a
quente:
P4 + 3OH- + 3H2O → 3H2PO-2 + PH3;
E também: P4 + 4OH- + 4H2O → 4H2PO-2 + 2H2;
6. Reacção com água
P4 + 16H2O → 4H3PO4 + 10H2

UTILIZAÇÃO: O ácido fosfórico é empregado na produção de fosfatos que são


utilizados como fertilizantes.
Os fosfatos de sódio e potássio são ainda usado como aditivos em detergentes.
Os cloretos de fósforo (PCl3 e PCl5) são muito utilizados em várias sínteses
orgânicas, como agente clorador.
O P2O5 constitui um dos melhores agentes desidratantes disponíveis no
laboratório e na indústria.

Arsênio
Símbolo: As

Elaborado por Jorge Ernesto Página 6


Química Inorgânica I

Número atómico: 33
Massa atómica: 74,9
Último subníveis: 4S2 4P3
O arsénio existe sob três formas alotrópicas:
Arsénio cinza-escuro é estável á temperatura ambiente é uma substância
cristalina e de brilho metálico.
Arsénio amarelo é instável, constituído por moléculas tetratômicas, cristalino no
sistema cúbico, é volátil e solúvel em solventes apolares.
Arsénio negro é instável é amorfo, resultando da decomposição térmica do
hidreto de arsénio AsH3 (arsina).
A arsina pode ser obtida pela seguinte reacção:
As2O3 + 6Zn + 6 H2SO4 → 2AsH3 + 6ZnSO4 + 3H2O
Substituindo-se os hidrogénios da arsina por radicais orgânicos pode-se obter
derivados orgânicos do arsénio.

Grandeza Valor

Número de oxidação +/- 3, 5,

Densidade 5,72 g/cm3

Ponto de fusão 817 ºC

Ponto de ebulição 613 ºC

Calor especifico 0,082Cal/gºC

Volume atómico (massa/densidade) 13,1

Eletronegatividade 2,0 Pauling

Histórico: O arsénio foi isolado no século XIII, por Roger Bacon.


Ocorrência natural: Constitui cerca de 0,0005% da crosta terrestre, ocorrendo
sob a forma de Sulfetos:
Arsenopiritas : FeAsS; Ouro-pigmentado: As2S3; Realgar: AsS e Arsenolita:
As2O3
E ainda ocorre sob a forma de Arsenetos: Nicolita-NiAs

Elaborado por Jorge Ernesto Página 7


Química Inorgânica I

OBTENÇÃO:
O arsénio é obtido ustulando-se os sulfetos de arsénio e em seguida reduzindo o
óxido com carbono:
2As2S3 + 9O2 ∆
2As2O3 + 6SO2
2As2O3 + 6C ∆
4As + 6CO

Também pode ser obtido por aquecimento em ausência de ar do Arsenopiritas:


FeAsS ∆
FeS + As

PROPRIEDADES QUÍMICAS:
A altas temperaturas o arsénio combina-se com:
1. oxigénio do ar
4As + 3O2 → 2As2O3 ou 4As + 3O2 → As4O6
2. cloro formando cloreto.
2As + 3Cl2 → 2AsCl3;
AsCl3 - um líquido oleoso e incolor, muito venenoso e instável na presença de ar.
3. Ácidos fortemente oxidantes formando o ácido arsénico.
4As + 10HNO3 + H2O → 4H3AsO4 + 5NO + 5NO2
4. álcali fundido formando Arsenito e desprendendo hidrogénio
4As + 12OH- → 4AsO3-3 + 6H2
“Entre os halogenetos mais conhecidos está o AsCl3, Fazendo passar uma
corrente de gás sulfídrico (H2S) através de uma solução de ácido arsênico
(H3AsO4), forma-se um precipitado amarelo - o pentassulfeto (As2S5) - que
se dissolve em presença de íons sulfeto”

Aplicação: Muitos compostos de arsénio são poderosos agentes venenosos,


decorrendo daí sua aplicação como insecticidas e raticidas. EX: o anidrido
arsenioso e os arseniatos de chumbo e cálcio.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 8


Química Inorgânica I

No caso de envenenamento humano por arsénio, o Ca(OH) 2, o MgSO4 e o


Fe(OH)3 são antídotos convenientes, pois todos eles provocam a formação de
compostos insolúveis de arsénio, impedindo, dessa forma, sua acção.
Alguns compostos aromáticos de arsênio são empregados como medicamentos.
Ex: para-amino-fenil-arsenato de sódio, conhecido como Atonil;
3,3-diamino-4,4-diidróxi-arsenobenzeno, chamado Salvarsan. É empregado no
tratamento de algumas formas de malária e também no combate à sífilis.

ANTIMÔNIO
Símbolo: Sb
Número atómico: 51
Massa atómica: 121,8
Último subníveis: 5S2 5P3
“É um sólido acinzentado, aparentemente metálica e que apresenta dificuldades
na transmissão de calor e oferece grande resistência à passagem de corrente
eléctrica.”
Apresenta-se sob forma alotrópica:
Antimónio negro ou β é metálico, cristalino, com brilho argênteo e conduz a
corrente eléctrica
Antimónio amarelo ou α é não metálico, metastável a -90º C.e que, a -40o C, dá
origem ao antimônio negro.
Antimónio explosivo, obtido por electrólise do tricloreto (SbCl 3), trata-se de uma
variedade instável que, ao ser aquecida, explode e se converte na forma cinzenta
comum.

Grandeza Valor

Elaborado por Jorge Ernesto Página 9


Química Inorgânica I

Número de oxidação +/- 3, 5,

Densidade 6,62 g/cm3

Ponto de fusão 630,5 ºC

Ponto de ebulição 1380 ºC

Calor especifico 0,049Cal/gºC

Volume atómico (massa/densidade) 18,4

Eletronegatividade 1,9 Pauling

Histórico: O antimónio foi descoberto em 1450, pelo alemão Thölde.


Ocorrência Natural: O antimónio só existe livre em pequenas quantidades.
Encontra-se sempre associado a outros elementos, sendo praticamente constante
a presença de enxofre:
Estibinita ou antimonita (Sb2S3);
Mineral negro (Sb2S3.4Cu2S);
Blenda de antimónio e prata (Sb2S3.3Ag2S);
Bournotita [3S(PbCu2).Sb2S3]
No entanto, de todos esses minerais apenas a antimonita é usada como fonte de
obtenção do semimetal, pois é o mais rico em antimônio e também o mais
difundido. Suas principais jazidas estão na China, Japão, Bolívia, México, Peru e
Jugoslávia.

Obtenção
O antimónio pode ser obtido através de:
1. aquecimento de sulfeto de antimónio com ferro
Sb2S3 + 3Fe → 2Sb + 3FeS

2. Calcinação do sulfeto e posterior redução do óxido por coque ou carvão


2Sb2S3 + 9O2 →2Sb2O3 + 6SO2

Elaborado por Jorge Ernesto Página 10


Química Inorgânica I

2Sb2O3 + 3C → 4Sb + 3CO2


Entretanto, o antimônio assim obtido é bastante impuro. Através de sucessivas
refinações eletrolíticas pode-se obtê-lo com elevado grau de pureza (99,9%).
Propriedades Químicas:
O antimónio combina-se com:
1. oxigénio do ar
4Sb + 3O2 ∆
2Sb2O3
2. cloro espontaneamente formando pentacloreto de antimónio
2Sb + 5Cl2 → 2SbCl5

Aplicação: Apenas o antimónio negro é aproveitado industrialmente,


principalmente na preparação de ligas.
É usado também na preparação de vernizes, cerâmica e esmaltes.

BISMUTO
Símbolo: Bi
Número atómico: 83
Massa atómica: 208,9
Último subníveis: 6S2 6P3
É um metal branco argênteo, brilhante, duro e quebradiço;

Grandeza Valor

Número de oxidação +3, 5,

Densidade 9,8 g/cm3

Ponto de fusão 271,3ºC

Ponto de ebulição 1560ºC

Calor especifico 0,034Cal/gºC

Volume atómico (massa/densidade) 21,3

Eletronegatividade 1,9 Pauling

Elaborado por Jorge Ernesto Página 11


Química Inorgânica I

HISTÓRICO: O bismuto foi descoberto em 1753, por Georgius Agricola.

OCORRÊNCIA NATURAL: O bismuto ocorre na natureza em pequenas


quantidades, principalmente sob a forma de minerais:
Bismutina ou Bismutinita: Bi2S3;
Bismita ou Bismutocre: Bi2O3;
Bismutita: Bi2CO3(OH)4;
Telurobismutita: Bi2Te3
Tetradimita: Bi2Te2S;
Galena de cobre e bismuto: Cu2S.Bi2S3;
Galena de prata e bismuto: Ag2S.Bi2S3
As maiores reservas mundiais encontram-se nos EUA, Peru, México, Bolívia e
Canadá.

OBTENÇÃO
O bismuto é preparado a partir dos óxidos que vem dos sulfetos
2Bi2S3 + 9O2 → 2Bi2O3 + 6SO2
2Bi2O3 + 3C → 4Bi + 3CO2

PROPRIEDADES QUÍMICAS:
O bismuto reage com:
1. oxigénio á elevadas temperaturas formando óxido de bismuto
Bi + O2 → Bi2O3
Bi2O3 é um óxido básico de coloração amarelo-escura, insolúvel em água.
Bi2O3 + HCl → BiCl3 + H2O
BiCl3 é um sal volátil e solúvel em água.
2. halogénos quando aquecido
2Bi + 3X2 → 2BiX3
3. Dissolvendo-se o bismuto em ácido nítrico, forma-se o nitrato, que com um
excesso de água, precipita-se sob a forma de um sal básico.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 12


Química Inorgânica I

Bi + HNO3 + H2O → Bi(OH)2NO3

Aplicação: O bismuto é utilizado na preparação de ligas de baixo ponto de fusão,


usadas na fabricação de fusíveis protectores de circuitos eléctricos.
Também usa-se o bismuto no endurecimento de placas de chumbo dos
acumuladores. Outros compostos de bismuto são usados no tratamento da úlcera
gástrica, da artrite e ainda como cicatrizante.

COMPOSTOS
Os compostos mais importantes deste grupo são:
HIDRETOS
Os principais são:
Amoníaco NH3;
Azoteto de hidrogénio HN3;
Hidrazina N2H4;
Fosfina PH3;
Difosfina P2H4;
Arsina AsH3;
Estibina SbH3;

AMÔNIACO
É um gás incolor, com cheiro característico, liquefaz facilmente e é muito solúvel
em água.
Obtenção
É obtido industrialmente pela combinação directa de nitrogénio com hidrogénio
(pressão 200atm, 500ºC e Catalisador):
N2 + 3H2 ↔ 2NH3
Propriedades Químicas
A solução aquosa é uma base fraca:
NH3 + H2O → NH4OH
NH4OH ↔ NH+4 + OH-

Elaborado por Jorge Ernesto Página 13


Química Inorgânica I

A amónia reage com:


1. Ácidos formando sais
NH3 + H+ → NH+4
NH3 + HCl → NH4Cl
NH4OH + HNO3 → NH4NO3 + H2O
2. Oxigénio em temperaturas elevadas
4NH3 + 3O2 → 2N2 + 6H2O
E na presença de platina como catalisador
4NH3 + 5O2 → 2NO + 6H2O
3. Óxidos metálicos
3CuO + 2NH3 → 3Cu + N2 + 3H2O
4. Metais alcalinos
2Na + 2NH3 → 2NaNH2 + H2

HIDRAZINA
É um líquido fumegante quando exposto ao ar, de cheiro semelhante ao da
amónia. Alguns de seus derivados são utilizados como combustíveis para
foguetes e ônibus espaciais.
A hidrazina é obtida pelas seguintes reacções:
NH3 + NaOCl → NH2Cl + NaOH - (lenta)
2NH3 + NH2Cl → N2H4 + NH4Cl - (rápida)

AZOTETO DE HIDROGÉNIO
É um ácido fraco: HN3 → H+ + N-3
Forma sais azotetos ou azidas de metais: NaN 3; Pb(N3)2, que se decompõe com o
aquecimento.

ESTIBINA
É um gás venenoso e altamente instável que sob leve aquecimento decompõe-se
em hidrogénio e antimónio.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 14


Química Inorgânica I

ÓXIDOS
Os principais óxidos são:
N2O monóxido de dinitrogénio /óxido nitroso;
NO2 dióxido de nitrogénio;
NO monóxido de mononitrogénio / óxido nítrico;
N2O3 trióxido de dinitrogénio;
N2O4 tetróxido de dinitrogénio;
N2O5 pentóxido de dinitrogénio;
NO3 trióxido de nitrogénio;
N2O6 hexóxido de dinitrogénio;
P4O6 hexóxido de tetrafósforo;
P4O8 octóxido de tetrafósforo;
P4O10 decóxido de tetrafósforo ou
P2O5 pentóxido de fósforo;
As2O5 pentóxido de diarsénio;
As4O6 hexóxido de tetrarsénio
Alguns desses óxidos são pouco estáveis e não bem caracterizados.
Exemplo: NO3; N2O6; P4O10

Características de alguns óxidos


a) Monóxido de dinitrogénio /óxido nitroso (N2O)
É um gás incolor muito usado como anestésico em pequenas quantidades.
É obtido por decomposição térmica de nitrato de amónio:
NH4NO3 200ºC
N2O + 2H2O
b) monóxido de mononitrogénio / óxido nítrico (NO)
É um gás incolor que reage imediatamente com o oxigénio do ar formando o NO 2,
castanho:
NO + ½ O2 → NO2
É obtido por:
- Reacção directa entre oxigénio e nitrogénio á altas temperaturas (3000ºC)

Elaborado por Jorge Ernesto Página 15


Química Inorgânica I

- Processo de Ostwald
4NH3 + 5O2 → 6H2O + 4NO
- Reacção entre ácido nítrico diluído e cobre
3Cu + 8HNO3 → 3Cu(NO3)2 + 4H2O + 2NO

c) Tetróxido de dinitrogénio (N2O4) e Dióxido de nitrogénio (NO2)


Estes óxidos estão em equilíbrio: 2NO2 ↔ N2O4
Castanho Incolor

Acima de 40ºC predomina o NO2 e acima de 600ºC tem-se: 2NO2 ↔ 2NO + O2


O NO2 é obtido na reacção de cobre e ácido nítrico concentrado
Cu + 4HNO3 → Cu(NO3)2 + 2H2O + 2NO2
O NO2 é considerado anidrido dos ácidos nítrico e nitroso
2NO2 + H2O → HNO3 + HNO2

d) Trióxido de dinitrogénio (N2O3)


É sólido, ligeiramente azulado e obtido pela interação de quantidades
estequiométricas de NO e O2 ou NO e NO2.

É considerado anidrido do ácido nitroso


N2O3 + H2O → 2HNO2

e) Pentóxido de dinitrogénio (N2O5)


Forma cristais incolores e é obtido por desidratação do ácido nítrico com P 2O5
2HNO3 + P2O5 → 2HPO3 + N2O5
É considerado anidrido do ácido nítrico
N2O5 + H2O → 2HNO3

f) Decóxido de tetrafósforo (P4O10 ) ou Pentóxido de fósforo (P2O5)


É muito usado como desidratante e é anidrido do ácido fosfórico
P4O10 + 6H2O → 4H3PO4
É obtido quando se queima o fósforo em excesso de oxigénio.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 16


Química Inorgânica I

g) Hexóxido de tetrafósforo (P4O6) ou P2O3


É obtido quando se queima fósforo em atmosfera limitada de ar e é anidrido do
ácido fosforoso
P4O6 + 6H2O → 4H3PO3

h) Óxido de antimónio III (Sb2O3)


É um óxido anfótero, que se dissolve em ácidos, produzindo catiões Sb(OH) 2+ ou
SbO+ e na presença de bases, dá origem a aniões SbO - ou Sb(OH)4-.

O óxido de antimónio V (Sb2O5) é atacado por ácido nítrico concentrado em


excesso, produzindo o ácido antimónio (HSbO3 . 3 H2O). Existe ainda um óxido
em que o antimónio é aparentemente tetravalente - o Sb2O4. No entanto, trata-se
de um composto em que um dos átomos de Sb é trivalente e o outro pentavalente.

OXIÁCIDOS
O nitrogénio forma os seguintes oxiácidos:
H2N2O2 ácido hiponitroso; HNO2 ácido nitroso; HNO3 ácido nítrico

Destes apenas o ácido nítrico é estável no estado livre, enquanto que o ácido
nitroso só existe em solução e o hiponitroso pode ser isolado mas não é estável

Os hiponitritos são obtidos na redução de nitritos com amálgama de sódio:


2NO-2 + 4Na + 2H2O → N2O2-2 + 4Na+ + 4OH-

O ácido nitroso é obtido acidulando-se soluções de nitritos:


2NaNO2 + H2SO4 → 2HNO2 + Na2SO4
É um ácido fraco, suas soluções aquosas concentradas têm coloração azulada e é
instável.

O ácido nítrico é obtido industrialmente pelo processo de Ostwald

Elaborado por Jorge Ernesto Página 17


Química Inorgânica I

O fósforo forma diversos oxiácidos:


H3PO2 ácido hipofosforoso;
H3PO3 ácido fosforoso;
HPO2 ácido metafosforoso;
H4P2O5 ácido difosforoso;
H4P2O6 ácido hipofosfórico;
H4P2O4 ácido hipodifosfórico;
H3PO4 ácido ortofosfórico ou fosfórico;
HPO3 ácido metafosfórico;
H4P2O7 ácido difosfórico ou pirofosfórico;
H3PO5 ácido peroximonofosfórico;
H4P2O8 ácido peroxidifosfórico.

Desses ácidos, destacam-se o fosforoso e fosfórico:


a) O ácido fosforoso é obtido quando trióxido de fósforo ou o tricloreto de fósforo
reagem com água:
P2O3 + 3H2O → 2H3PO3
PCl3 + 3H2O → 3HCl + H3PO3

b) o ácido fosfórico é obtido quando P4O10 ou PCl5 reagem com água:


P4O10 + 6H2O → 4H3PO4
3PCl5 + 12H2O → 3H3PO4 + 15HCl

O arsénio os seguintes oxiácidos:


HAsO2 ácido arsenoso;
H3AsO4 ácido arsénico
O ácido arsenoso não existe no estado livre, sendo usado em forma de sais, os
Arsenitos AsO-2 ou AsO3-3.

O ácido arsénico é sólido e muito solúvel em água.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 18


Química Inorgânica I

COMPOSTO COM LIGAÇÃO C-N


Os mais importantes os de iões Cianeto (CN-), Tiocinato (SCN-) e Cianato (OCN-).

CIANETO DE HIDROGÉNIO (HCN)


É um liquido volátil, , incolor, muito tóxico, com odor de amêndoas amargas e é
um ácido fraco em solução: HCN + H2O ↔ H3O+ + CN-

O HCN pode ser obtido através de:


a) Acidulação de cianetos
CN- + H+ → HCN
b) Oxidação catalítica da mistura de CH4 e NH3
2CH4 + 2NH3 + 3O2 800ºC
2HCN + 6H2O

CIANATO
O cianato é obtido pela oxidação do cianeto:
KCN + PbO 700ºC
KOCN + Pb

Pela adição de ácido clorídrico ao cianato obtém se o cianato de hidrogénio:


KOCN + HCl → HOCN + KCl

O ácido ciânico é mais forte do que o ácido cianídrico, mais não é tóxico podendo
se decompor em água:
HOCN + H2O ↔ NH3 + CO2

TIOCIANATO
É obtido por fusão de cianetos alcalinos com enxofre:
KCN + S 800ºC
KSCN
KSCN + KHSO4 → K2SO4 + HSCN

O HSCN é um gás que se dissolve em água, apresentando um carácter ácido


mais forte.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 19


Química Inorgânica I

O KSCN é muito usado nos laboratórios para identificação de iões Fe 3+ dando uma
coloração vermelho sanguíneo.

Elaborado por Jorge Ernesto Página 20

Você também pode gostar