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Os benefícios cognitivos de interagir com a natureza

Artigo em Ciência Psicológica · Janeiro de 2009

DOI: 10.1111/j.1467-9280.2008.02225.x · Fonte: PubMed

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1.782 23.837

3 autores, incluindo:

Marc G Berman
Universidade de Chicago

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CIÊNCIA PSICOLÓGICA
Relatório de pesquisa
Os benefícios cognitivos da
Interagindo com a Natureza
Marc G. Berman,1,2 John Jonides,1 e Stephen Kaplan1,3
1 2
Departamento de Psicologia, Departamento de Engenharia Industrial e de Operações, e
Engenharia e Ciência da Computação, Universidade de Michigan
RESUMO— Comparamos os efeitos restauradores no funcionamento cognitivo de
interações com ambientes naturais versus urbanos. A teoria da restauração da atenção
(ART) fornece uma análise dos tipos de ambientes que levam a melhorias nas
habilidades de atenção dirigida. A natureza, repleta de estímulos intrigantes, atrai
modestamente a atenção de baixo para cima, permitindo que as habilidades de
atenção direcionada de cima para baixo tenham uma chance de reabastecer. Ao
contrário dos ambientes naturais, os ambientes urbanos são repletos de estímulos
que captam a atenção dramaticamente e, adicionalmente, requerem atenção
direcionada (por exemplo, para evitar ser atropelado por um carro), tornando-os menos
restauradores. Apresentamos dois experimentos que mostram que caminhar na
natureza ou ver imagens da natureza pode melhorar as habilidades de atenção
direcionada, medidas com uma tarefa de extensão de dígitos invertida e a Tarefa da
rede de atenção, validando assim a teoria da restauração da atenção.
Imagine uma terapia que não tivesse efeitos colaterais conhecidos,
estivesse prontamente disponível e pudesse melhorar seu funcionamento
cognitivo a custo zero. Essa terapia é conhecida por filósofos, escritores e
leigos: interagir com a natureza. Muitos suspeitaram que a natureza pode
promover um melhor funcionamento cognitivo e bem-estar geral, e esses
efeitos foram recentemente documentados.
A teoria da restauração da atenção (ART; Kaplan, 1995, 2001) oferece
uma nova abordagem para identificar e restaurar um mecanismo cognitivo.
O ART é baseado em pesquisas anteriores que mostram a separação da
atenção em dois componentes: atenção involuntária, onde a atenção é
capturada por estímulos inerentemente intrigantes ou importantes, e
atenção voluntária ou direcionada, onde a atenção é direcionada por
processos de controle cognitivo. Essa separação foi proposta por James
(1892), e pesquisas posteriores têm valido
Endereço de correspondência para Marc G. Berman, Departamento
de Psicologia, Universidade de Michigan, 530 Church St., Ann Arbor,
MI 48109-1043, e-mail: bermanm@umich.edu.
Volume 19—Número 12 r 2008 Associação
baixado de
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3
Departamento de Elétrica
datou a distinção de James entre atenção voluntária e involuntária, tanto
comportamentalmente (Fan, McCandliss, Fossella, Flom baum, & Posner,
2002; Jonides, 1981) quanto neuralmente (Buschman & Miller, 2007;
Corbetta & Shulman, 2002; Fan, McCandliss, Sommer , Raz, & Posner,
2005). Além do controle de cima para baixo, a atenção direcionada1
envolve a resolução de conflitos, quando é preciso suprimir a estimulação
distrativa. A ART identifica a atenção dirigida como o mecanismo cognitivo
que é restaurado pelas interações com a natureza.
Não somos os primeiros a propor um papel crucial para a atenção
dirigida no funcionamento cognitivo eficaz. Um dos principais temas do
recente capítulo da Revisão Anual de Psicologia de Posner e Rothbart
(2007) é exatamente este tópico: como a atenção direcionada desempenha
um papel proeminente no funcionamento cognitivo e emocional bem-
sucedido. Além disso, pesquisas recentes implicaram um papel importante
para a atenção direcionada na memória de curto prazo (ver Jonides et al.,
2008) e sucesso escolar (Diamond, Barnett, Thomas e Munro, 2007).
De acordo com o ART, interagir com ambientes ricos em estímulos
inerentemente fascinantes (por exemplo, pôr do sol) invoca atenção
involuntária modestamente, permitindo que os mecanismos de atenção
direcionada tenham uma chance de reabastecer (Kaplan, 1995). Ou seja,
a necessidade de atenção direcionada em tais ambientes é minimizada,
e a atenção é normalmente captada de baixo para cima pelas
características do próprio ambiente. Então, a lógica é que, após uma
interação com ambientes naturais, a pessoa consegue ter um melhor
desempenho em tarefas que dependem de habilidades de atenção
dirigida. Ao contrário dos ambientes naturais, os ambientes urbanos
contêm estímulos de baixo para cima (por exemplo, buzinas de carros)
que captam a atenção de forma dramática e adicionalmente requerem
atenção direcionada para superar esse estímulo (por exemplo, evitar o
tráfego, ignorar a publicidade, etc.), tornando os ambientes urbanos menos restauradores .
Pesquisas anteriores forneceram suporte para a hipótese de que as
interações com a natureza melhoram a atenção e a memória (Berto,
2005; Cimprich, 1992, 1993; Cimprich & Ronis, 2003; Faber
1
Fan et ai. (2002, 2005) referem-se a este tipo de atenção como atenção executiva.
de Ciências Psicológicas 1207
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Benefícios Cognitivos da Interação com a Natureza
Taylor, Kuo e Sullivan, 2002; Hartig et al., 2003; Ottosson & Grahn, 2002; Tennessen
& Cimprich, 1995). O presente estudo estende esses resultados. Primeiro,
controlamos as atividades que os participantes realizavam enquanto interagiam
com a natureza. Em segundo lugar, usamos um projeto intrassujeitos para comparar
o funcionamento cognitivo após interações com a natureza ou ambientes urbanos.
Mais importante ainda, testamos diretamente o ART, prevendo quais tipos de teste
em uma tarefa de atenção se beneficiariam das interações com a natureza e quais
não. Tais previsões testam se a atenção é melhorada em geral ou se a atenção
direcionada especificamente é melhorada após a interação com a natureza.
EXPERIMENTO 1
O Experimento 1 foi projetado para explorar como as interações com a natureza e
as áreas urbanas afetariam o desempenho cognitivo medido com uma tarefa de
extensão de dígitos invertida.
Método
Sujeitos
Trinta e oito2 (23 mulheres, 15 homens; média de idade 5 22,62 anos)
Estudantes da Universidade de Michigan participaram deste estudo. Todos os
participantes deram consentimento informado, conforme supervisionado pelo
conselho de revisão institucional da universidade. Os participantes receberam $ 20
por sessão por sua participação.
Medidas
Usamos o Esquema de Afetos Positivos e Negativos (PANAS; Watson, Clark e
Tellegen, 1988) para avaliar o humor dos participantes.
Adjetivos relacionados ao humor (por exemplo, entusiasmado) foram classificados
em uma escala de 1 a 5 para quão bem cada adjetivo descrevia o humor atual dos
participantes (1 5 muito ligeiramente ou nada, 5 5 extremamente). Analisamos
apenas os adjetivos de afeto positivo porque eles podem estar relacionados a
melhorias no funcionamento cognitivo.
Usamos uma tarefa de extensão de dígitos invertida como nosso ensaio de
mudanças no desempenho da atenção direcionada. Os participantes ouviram
sequências de dígitos e foram solicitados a repeti-las em ordem inversa.
As sequências tinham de três a nove dígitos de comprimento e eram apresentadas
em comprimento crescente. As sequências corretas foram pontuadas da mesma
forma, independentemente do comprimento da sequência, com uma pontuação
máxima de 14 (comprimentos de sete dígitos vezes duas repetições de cada
comprimento). A tarefa de digitação invertida depende das habilidades de atenção
direcionada porque os participantes devem mover itens para dentro e para fora de
seu foco de atenção (Cowan, 2001), que é um componente importante da memória
de curto prazo (Jonides et al., 2008).
Procedimento
Os participantes primeiro tiveram seu humor avaliado com o PANAS.
Em seguida, os participantes realizaram a tarefa digit-span invertida. Em seguida,
os participantes receberam uma tarefa de esquecimento direcionado
2
Um participante foi removido por ter uma pontuação inicial invertida extremamente baixa.
Dois participantes tinham dados de humor ausentes.
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que envolvia a supressão de informações na memória de curto prazo, que era
usada para fatigar ainda mais os participantes. A tarefa consistia em 144 tentativas
e durava 35 minutos. Pensava-se que sobrecarregar as habilidades de atenção
dirigida dos participantes além da tarefa de digitação invertida aumentaria a
sensibilidade aos efeitos da intervenção na natureza.
Os participantes foram aleatoriamente designados para fazer uma caminhada
de 50 a 55 minutos no Ann Arbor Arboretum (um parque perto do campus) ou
caminhar no centro de Ann Arbor. As caminhadas foram pré-definidas para os
participantes e foram equacionadas em comprimento total (2,8 milhas).
Cada participante recebeu um mapa exibindo o caminho de cada caminhada e usou
um relógio GPS para garantir o cumprimento. A caminhada do arbore tum era
arborizada e isolada do tráfego e das pessoas.
A caminhada pelo centro da cidade foi em grande parte na Huron Street, com
tráfego intenso, que é ladeada por prédios de universidades e escritórios.
Após a caminhada, os participantes retornaram ao laboratório e realizaram a
tarefa de digitação invertida, o PANAS, e responderam a perguntas avaliando sua
caminhada. Uma semana depois, os participantes retornaram ao laboratório e
repetiram o procedimento, caminhando no local complementar. A ordem dos locais
de caminhada foi contrabalançada entre os participantes.
Resultados e Discussão
Conforme indicado na Tabela 1, o desempenho na amplitude de dígitos invertidos
melhorou significativamente quando os participantes caminharam na natureza, mas
não quando caminharam no centro da cidade. Além disso, esses resultados não
foram influenciados por mudanças de humor, nem foram afetados por diferentes
condições climáticas.
Para fundamentar essas conclusões, realizamos uma análise de variância
(ANOVA) de medidas repetidas com dois fatores intra-sujeitos: local da caminhada
(natureza x centro da cidade) e tempo do teste (antes da caminhada x depois da
caminhada). A interação localização por tempo foi de maior interesse e confiável,
F(1, 36) 5 6,055, 5,95, mostrando que a melhora no desempenho da amplitude de
preparação dos dígitos para trás foi maior ao caminhar na natureza do que
TABELA 1
Resultados Comportamentais dos Experimentos 1 e 2
cenário natural ambiente urbano
Antes Depois Antes Depois
Medir interação interação interação interação
Expansão para
trás Experimento 1 7,90 (0,37) 9,40 (0,41) 7,90 (0,30) 8,40 (0,33)
Experiência 2 7,92 (0,96) 9,33 (0,86) 7,83 (1,04) 8,83 (0,90)
Efeitos ANT (ms)
Executivo 86 (11,30) 67 (8,45) 81 (15,50) 93 (17,96) 47 (6,46) 55
orientando (7,33) 46 (10,01) 43 (4,73) 32 (6,86) 31 (5,23) 36 (6,52)
Alerta 46 (5,63)
Observação. A tabela apresenta pontuações médias, com erros padrão entre parênteses.
Todas as medidas da Tarefa de Rede de Atenção (ANT) são escores de contraste,
calculados da seguinte forma: atenção executiva 5 tempo de resposta incongruente (RT)
– RT congruente; orientando a atenção 5 centro RT – RT espacial; alertando a atenção
RT 5 sem sugestão – RT com sugestão central.
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Marc G. Berman, John Jonides e Stephen Kaplan
ao caminhar no centro da cidade (1,50 dígitos vs. 0,50 dígitos). Com testes t pareados,
exploramos os principais efeitos e descobrimos que a melhora ao caminhar na natureza
era altamente confiável, t(36) 5 4,783, prep 5 ,99; mas não foi ao caminhar pelo centro,
t(36) 5 1.708, prep 5 .88. Além disso, não houve efeitos principais ou interações
associadas à ordem de caminhada (isto é, caminhada natural primeiro ou segundo).
Portanto, os efeitos restauradores da natureza melhoraram o desempenho além de
simplesmente repetir a tarefa de extensão de dígitos invertida uma segunda vez.
O mês durante o qual os sujeitos foram testados foi adicionado como um fator entre
sujeitos (quatro níveis: setembro, novembro, janeiro e julho) à nossa ANOVA inicial,
mas não foi confiável, F(3, 33) 5,998, mostrando que a estação em que os indivíduos
foram testados não teve impacto. Em uma ANOVA de medidas repetidas separadas
com humor como variável dependente, descobrimos que o humor melhorou quando os
participantes caminharam na natureza em comparação com o centro da cidade, F(1,
35) 5 9,639, prep 5,98, mas as mudanças no humor não se correlacionaram com
mudanças no desempenho do intervalo de dígitos inverso (natureza: r 5 .206, prep
5.80; baixa: r 5 .029, prep 5 .54).
Finalmente, as avaliações dos participantes sobre o quão revigorante foi a
caminhada na natureza correlacionaram-se de forma confiável com o dígito 5,96 pós-
de dígitos 5,41, do intervalo caminhada para trás, quando as pontuações iniciais
pontuações do intervalo de preparação , r foram eliminadas. Esta descoberta indica
que os participantes podem ter tido alguma consciência da qualidade refrescante de
uma caminhada na natureza. Em resumo, as interações com a natureza melhoraram
as habilidades de atenção direcionada avaliadas com uma tarefa de digitação invertida.
Este achado é consistente com o ART.
EXPERIMENTO 2
Nosso objetivo no Experimento 2 foi testar o ART usando o Teste de Rede de Atenção
(ANT; Fan et al., 2002, 2005; usamos a versão ANT do site de Jin Fan: http://
www.sacklerinstitute.org/ users/ jin.fan/). Esta tarefa identifica três diferentes funções
atencionais: alerta, orientação e atenção executiva. Essas diferentes funções são
dissociáveis tanto comportamentalmente (ou seja, Fan et al., 2002) quanto neuralmente
(Fan et al., 2005). Prevemos que as interações com a natureza melhorariam apenas
as funções executivas, mas não o alerta e a orientação, porque essas duas últimas
funções exigem menos controle cognitivo em comparação com as funções executivas.
Método
Indivíduos
Doze (8 mulheres, 4 homens; idade média 5 24,25 anos) estudantes da Universidade
de Michigan participaram deste estudo. Todos os participantes deram consentimento
informado conforme administrado pelo conselho de revisão institucional da
universidade. Os participantes receberam $ 20 por sessão por sua participação.
Medidas O
PANAS e a tarefa de extensão de dígitos reverso foram usados como no Experimento
1 para replicar esses resultados. Além disso, nós
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administrou o ANT, no qual os participantes responderam à direção de uma seta
apresentada centralmente. O alerta contrasta tentativas nas quais uma sugestão
central alerta os participantes de que uma próxima tentativa está se aproximando com
tentativas nas quais nenhuma dica é dada (a sugestão facilita o desempenho). A
orientação contrasta tentativas nas quais uma dica espacial informa aos participantes
onde as setas aparecerão (em cima ou embaixo) com tentativas em que uma dica
central não fornece nenhuma informação espacial (aqui, a dica espacial facilita o
desempenho). A atenção executiva compara tentativas nas quais a direção da seta
central é incongruente com a direção das setas laterais com tentativas nas quais a
direção das setas laterais coincide com a seta central (aqui, a incongruência piora o
desempenho). Houve 96 tentativas congruentes, 96 tentativas incongruentes, 72
tentativas de sugestão espacial, 72 tentativas de sugestão central e 72 tentativas sem
sugestão. Além disso, havia 72 tentativas que tinham um asterisco duplo (aparecendo
na parte superior e inferior da tela) e 96 tentativas que não tinham estímulos
flanqueadores ao redor da seta-alvo. Houve 288 tentativas no total nesta tarefa. Um
diagrama esquemático da ANT é mostrado na Figura 1.
Procedimento
No Experimento 2, os participantes visualizaram fotos da natureza ou áreas urbanas
para controlar ainda mais a experiência de cada participante.
A pesquisa mostrou que apenas ver imagens da natureza pode ter benefícios
restauradores (por exemplo, Berto, 2005).
Os participantes executaram o PANAS e a tarefa de extensão de dígitos invertidos
como no Experimento 1. Os participantes então realizaram o ANT, após o qual
visualizaram fotos da natureza (paisagens da Nova Escócia) ou cenários urbanos
(fotos de Ann Arbor, Detroit e Chicago). 3 A visualização das fotos durou
aproximadamente 10 minutos, durante os quais os participantes avaliaram em uma
escala de 1 a 3 o quanto gostaram de cada foto; foram 50 fotos de natureza e 50 fotos
urbanas. As imagens foram exibidas por 7 segundos, seguidas de um intervalo de
avaliação que durou até que o participante respondesse. Após a visualização da
imagem, os participantes realizaram a tarefa de digitação invertida, o ANT e o PANAS
uma segunda vez. Os participantes retornaram ao laboratório uma semana depois e
realizaram o mesmo procedimento, mas visualizaram o conjunto complementar de
imagens. A ordem do tipo de imagem foi contrabalançada entre os participantes.
Resultados e Discussão Nossos
resultados confirmaram nossas previsões baseadas em ART; melhorias foram
encontradas apenas nas porções executivas da ANT e somente após a visualização
de fotos da natureza em comparação com áreas urbanas.
Além disso, replicamos os resultados do Experimento 1, pois os participantes
melhoraram de forma confiável seu alcance de dígitos invertidos apenas ao visualizar
imagens da natureza.
Fomos levados a essas conclusões por uma ANOVA de medidas repetidas
multivariadas (executivas, orientadoras e alertas) no tempo de resposta ANT para
tentativas corretas com dois fatores dentro dos assuntos:
3
Nossos estímulos podem ser baixados em http://www-personal.umich.edu/
bermanm/RestorationPictures/.
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Benefícios Cognitivos da Interação com a Natureza

Sem Sugestão Sugestão Central Sugestão Espacial

Congruente incongruente

Cue Atraso Alvo ITI varia

100 ms 400 ms 1.700 ms de 600 a
3.200 ms
Tempo

Fig. 1. Diagrama esquemático da Tarefa Rede de Atenção (adaptado de Fan, McCandliss, Fossella, Flombaum, & Posner, 2005).
Inicialmente, os participantes encontraram um dos três tipos de sinais mostrados no canto superior esquerdo da figura: um sinal
apresentado centralmente, alertando que um alvo estava se aproximando; uma pista espacial, indicando onde o alvo apareceria; ou
nenhuma pista para fornecer informações espaciais ou antecipatórias. Após um intervalo de atraso, os participantes viram um conjunto
de setas na parte superior ou inferior da tela e foram solicitados a responder à direção da seta central. Os diferentes tipos de alvos são
mostrados no canto superior direito da figura. Em alvos congruentes, todas as flechas apontavam na mesma direção, e em alvos
incongruentes, a flecha central apontava em uma direção diferente das flechas de flanco. A atenção executiva é representada como a
diferença na precisão (ACC) e no tempo de resposta (RT) entre alvos congruentes e incongruentes, calculando a média de todos os
tipos de dicas anteriores (ou seja, sem dicas, dicas centrais, dicas espaciais). A atenção de orientação é representada como a diferença
no desempenho (ACC e RT) entre tentativas de pistas espaciais e tentativas de pistas centrais, com média de todos os tipos de alvos
(isto é, alvos congruentes e incongruentes). O alerta de atenção é representado como a diferença no desempenho (ACC e RT) entre
tentativas de sugestão central e tentativas sem sugestão, com média de todos os tipos de alvo (isto é, alvos congruentes e
incongruentes). O intervalo entre as tentativas (ITI) variou entre 600 e 3.200 ms (média de 2.400 ms) e dependeu em parte da resposta
do participante.

Ver Fan et al. (2005) para mais detalhes.

o tipo de imagem visualizada (natureza vs. urbana) e o tempo de teste (antes
da visualização da imagem vs. após a visualização da imagem). A interação
tipo-por-tempo da imagem foi de maior interesse e foi considerada confiável
apenas para as partes executivas do ANT, indicando que a exposição a fotos
da natureza levou a um desempenho de atenção executiva mais aprimorado
na tarefa de amplitude de dígitos inversas melhorou de forma confiável apenas
ao visualizar imagens da natureza, t(11) 5 2,972, prep 5,96, mas não ao
visualizar imagens de áreas urbanas, t(11) 5 1,436, prep 5,83.
Os resultados do ANT e do intervalo de dígitos inversos podem ser vistos na
Tabela 1.

do que a exposição a fotos urbanas, F(1 , 10) 5 17.089, prep 5 .99. Em todas
as análises, não houve efeitos principais ou interações associadas à ordem
de visualização das imagens (ou seja, visualização das imagens da natureza
primeiro ou depois). Conforme previsto, nenhuma diferença confiável foi
encontrada em contrastes de alerta ou orientação quando os participantes
visualizaram fotos da natureza em comparação com fotos urbanas. No geral,
o desempenho foi bastante preciso (ou seja, 91%) e nenhuma alteração
confiável foi associada à precisão.
Conduzimos uma ANOVA de medidas repetidas separadas para o span
para trás. A interação localização por tempo não era confiável, F(1, 10) 5
0,486, prep 5 ,68. No entanto, quando exploramos os principais efeitos com
testes t pareados, descobrimos que o desempenho
Nenhuma mudança confiável de humor foi encontrada quando os
participantes viram fotos da natureza versus fotos de áreas urbanas, t(11) 5 5
fotos de .51. No entanto, os participantes classificaram a visualização de
0,03, preparação da natureza como significativamente mais refrescante, t(11)
5 4,45, preparação 5 ,99, e mais agradável, t(11) 5 3,35, preparação 5,97, do
que fotos de áreas urbanas . Além disso, as avaliações de gosto das fotos da
natureza foram maiores do que as das fotos urbanas, t(11) 5 3,70, 5 ,98.
Essas avaliações não se correlacionaram de forma confiável com as
mudanças de preparação no desempenho na tarefa de extensão de dígitos
invertidos ou no ANT, mas foram positivas.
Em suma, o Experimento 2 estendeu os resultados do Experimento 1,
confirmando que as melhorias alcançadas através da interação com a
natureza foram seletivas para direcionar a atenção. Se as interações com

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a natureza melhorou todas as partes do ANT, explicações alternativas,
como aumentos na motivação ou esforço induzido por interações com a
natureza, podem ter sido defensáveis. Além disso, replicamos os
resultados do Experimento 1 com a tarefa de extensão de dígitos inversa.
DISCUSSÃO GERAL
Juntos, esses experimentos demonstram o valor restaurador da natureza
como um veículo para melhorar o funcionamento cognitivo.
Esses dados são de particular interesse, especialmente quando se
considera a dificuldade de descobrir regimes de treinamento destinados
a melhorar o desempenho cognitivo de alguma forma (Posner & Rothbart,
2007, mas ver Jaeggi, Buschkuehl, Jonides e Perrig, 2008).
Podemos ter certeza de que os mecanismos de atenção direcionada
foram restaurados nesses estudos porque apenas as partes do ANT que
envolviam atenção direcionada foram aprimoradas por interações com a
natureza. Além disso, a tarefa de extensão de dígitos inversa depende
fortemente de mecanismos de atenção direcionada porque tais medidas
de memória de trabalho têm um grande componente atencional (Jonides
et al., 2008) à medida que os itens são movidos para dentro e para fora
do foco de atenção. Cada um de nossos experimentos mostrou
melhorias consistentes na tarefa de extensão de dígitos invertidos em
função das interações com a natureza. Também houve indicações de
que as percepções dos participantes sobre o valor restaurador da
natureza eram válidas, pois essas percepções se correlacionavam com
melhorias na tarefa de extensão de dígitos invertidos.
A natureza também pode ser mais pacífica do que outros ambientes,
restaurando assim as habilidades de atenção direcionada. No entanto,
no Experimento 2, os ambientes eram igualmente pacíficos (ou seja,
ambos estavam em uma sala experimental silenciosa), mas apenas a
visualização de imagens da natureza produzia melhorias cognitivas.
Concordamos que existe um importante elemento pacífico na natureza,
mas acreditamos que essa tranquilidade é impulsionada por ambientes
naturais que captam a atenção modestamente e limitam a atenção
direcionada - não apenas à pura quietude.
Outras intervenções foram encontradas que alteram o desempenho
cognitivo, como o consumo de glicose, que pode melhorar o desempenho
em tarefas cognitivas e autorregulatórias e piorar o desempenho quando
a glicose é esgotada (Gailliot et al., 2007).
Chervin et ai. (2006) mostraram efeitos semelhantes com o sono.
A meditação pode ser outra intervenção capaz de restaurar habilidades
de atenção direcionada (Kaplan, 2001; Slagter et al., 2007; Tang et al.,
2007). Portanto, é importante comparar os efeitos dessas intervenções
com os da natureza e ver se essas intervenções afetam mecanismos
cognitivos semelhantes.
Em suma, mostramos que interações simples e breves com a natureza
podem produzir aumentos marcantes no controle cognitivo. Considerar
a disponibilidade da natureza meramente como uma comodidade falha
em reconhecer a importância vital da natureza no funcionamento
cognitivo eficaz.
Volume 19—Número 12
Transferido de pss.sagepub.com na UNIV OF CHICAGO BIBLIOTECA em 2 de novembro de 2015
Agradecimentos—Agradecemos a Jason Duvall e Ray DeYoung e ao
restante do grupo do Seminário sobre Mecanismos Adaptativos
Ambientalmente Sensíveis (SESAME) por sua ajuda. Além disso,
agradecemos a Katie Rattray, John Meixner e Courtney Behnke. Este
trabalho foi apoiado em parte por uma bolsa de pesquisa de pós-
graduação da National Science Foundation (NSF) para MGB, uma bolsa
de ciência cognitiva e neurociência cognitiva (CSCN) para MGB e uma
bolsa NSF 0520992 para JJ
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(RECEBIDO EM 18/02/08; REVISÃO ACEITA EM 28/05/08)
Volume 19—Número 12