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Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Direito
Trabalho de Conclusão de Curso

Possibilidade Jurídica da Inclusão do Direito Constitucional


no Ensino Médio

Autor: Fellipe Eduardo Braga Vieira


Orientador: Msc. Joel Arruda de Souza

Brasília - DF
2014
FELLIPE EDUARDO BRAGA VIEIRA

A POSSIBILIDADE JURÍDICA DA INCLUSÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL


NO ENSINO MÉDIO

Monografia apresentada ao curso de


graduação em direito da Universidade
Católica de Brasília, como requisito
parcial para obtenção do Título de
Bacharel em Direito.

Orientador: Msc. Joel Arruda

Brasília
2014
Dedico aos meus pais,
A todos os meus familiares,
que me ajudaram nesta jornada,
e aos meus amigos que me ajudaram
nesta caminhada.
AGRADECIMENTOS

A todos que, de alguma forma, contribuíram para o alcance dos objetivos


deste trabalho acadêmico.
RESUMO

Referência: VIEIRA, Fellipe. Possibilidade Jurídica da Inclusão do Direito


Constitucional no ensino médio. 45 páginas. Escola de Direito- Universidade
Católica de Brasília, Brasília, 2014.

A educação brasileira está em um nível, que necessita de uma atualização de sua


grade curricular, pois atualmente a grade disponibilizada pela Lei de Bases e
Diretrizes da Educação (LDB) Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, já está
desatualizada. Neste sentido existem projetos de lei que versam sobre pequenas
atualizações na grade curricular do ensino básico. Um destes projetos é o Projeto de
Lei n° 6.184/2013 (para incluir como conteúdo obrigatório do currículo do ensino
médio noções básicas de Direito Constitucional) ele pede uma alteração no art. 36
da Lei n° 9.394/96 pedindo a inclusão do Direito Constitucional dentro do currículo
de ensino médio. Este projeto tem como objetivo não apenas a alteração do
currículo escolar, pois dentro de seu aparato jurídico justifica-se a necessidade da
inclusão da disciplina de Direito Constitucional, para que o desenvolvimento social
seja alcançado, pela população brasileira, que constitucionalmente é resguardada.

Palavras-Chaves: Projeto de Lei sobre Educação. Direito Constitucional na


Educação. Lei de Bases e Diretrizes da Educação.
ABSTRACT

Reference: VIEIRA, Fellipe. Legal possibility of inclusion of Constitutional Law at the


high school. 45 pages. School right- Catholic University of Brasília, Brasília, 2014.

Brazilian education is at a level that requires an update of their curriculum, because


nowadays the grid provided by the Basic Law and Guidelines for Education (LDB)
Law No. 9,394 of December 20, 1996, is already outdated. In this sense, there are
bills that deal with minor updates in the curriculum of primary education. One of these
projects is the Bill n ° 6184/2013 (to include as mandatory content of the high school
curriculum basics of constitutional law) he requests a change in art. 36 of Law No.
9.394 / 96 calling for the inclusion of constitutional law within the secondary
education curriculum. This project aims not only to change the school curriculum, for
within its legal apparatus justified the need for the inclusion of the subject of
constitutional law, that social development is achieved by the Brazilian population,
which is constitutionally safeguarded.

Keywords: Draft Law on Education. Constitutional Law on Education. Guidelines and


Framework Law of Education.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................8

1 – O DIREITO SOCIAL À EDUCAÇÃO, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.9

1.1 - A Constituição Brasileira à luz da Educação........................................................9

1.2 - Desenvolvimento da educação no Brasil............................................................11

1.3 - A educação no século XXI..................................................................................13

2 - PROJETO DE LEI, QUE VERSA SOBRE O DIREITO CONSTITUCIONAL NO


ENSINO MÉDIO..........................................................................................................18

2.1 - O que é um Projeto de Lei?................................................................................18

2.2 - Projeto de Lei n° 6.184/2013 (para incluir como conteúdo obrigatório do


currículo do ensino médio noções básicas de Direito Constitucional)........................18

2.3 - Princípio da Dignidade da Pessoa Humana no Ensino......................................21

2.4 - Acerca da Base curricular estipulada pela lei 9.394/96......................................22

3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DA INCLUSÃO DA DISCIPLINA DE DIREITO


CONSTITUCIONAL NO ENSINO MÉDIO..................................................................25

3.1 - Quais são as metas de qualidade na Educação?..............................................25

3.2 - O custo elevado para se ter uma educação de qualidade.................................27

3.3 - A maturidade dos alunos de ensino médio.........................................................30

3.4 - Os programas sociais de inclusão a educação..................................................32

CONCLUSÃO..............................................................................................................34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................35

ANEXO A - PROJETO DE LEI N° 6954/2013.............................................................39

ANEXO B – PROJETO DE LEI N° 7969/2014............................................................41

ANEXO C – PROJETO DE LEI N° 8010/2014............................................................43


8

INTRODUÇÃO

O estudo da educação traz consigo o conhecimento e dele se perfaz a


sabedoria. Sendo um retrocesso não permitir a evolução do seu conhecimento.

Diante dessas palavras este trabalho buscou como objetivo geral o estudo de
um projeto de lei, que versasse sobre a mudança necessária para uma melhora, no
que tange ao nível da educação, e como objetivos específicos demonstrar a relação
da Constituição Federal de 1988 com a educação; o desenvolvimento da Educação
Brasileira; a necessidade de inclusão do Direito Constitucional no Ensino Médio para
efetivar o desenvolvimento nacional.

O trabalho foi dividido em capítulos, sendo o primeiro uma forma de


demonstrar os gastos, a relação jurídica da Constituição Federal com a Educação e
maneiras de melhorar ou atualizar as metodologias de ensino.

O segundo capítulo tratará sobre o Projeto de Lei 6.184/2013 para incluir


como conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio noções básicas de Direito
Constitucional, não apenas isso, mas também e demonstrado a necessidade da
inclusão do Direito Constitucional.

O terceiro capítulo demonstra as vantagens e desvantagens da inclusão do


Direito Constitucional no ensino médio, tratando sobre a maturidade, os gastos, as
metodologias e o nível de qualidade exercido pelo estado brasileiro.

Estudar possibilidades de inclusão do Direito Constitucional no Ensino médio


em consonância com a Lei nº 9.394/96 diretrizes e bases da educação (LDB) e a
Carta Magna. Objetivando os itens a seguir:

 Tratar sobre novas modalidades de inclusão do Direito Constitucional,


demonstrando a necessidade de um novo currículo escolar;
 Incentivar o projeto de lei que versa sobre a inclusão do Direito
Constitucional;
 Demonstrar os gastos feitos pelo estado acerca da educação;
 Mostrar o nível do desempenho dos alunos de ensino médio, tanto nas
escolas públicas quanto nas escolas particulares;
9

1 – O DIREITO SOCIAL À EDUCAÇÃO, SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

1.1 - A Constituição Brasileira à luz da Educação

Com a promulgação da Constituição de 1988, trouxe consigo um aparato de


tamanha importância para a educação com abrangência inexorável quanto a sua
importância dentro do ordenamento jurídico brasileiro. Nesta Constituição foi incluso
o artigo 205 entre outros, que versa sobre a educação de forma exemplar:

Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.1

Neste sentido, vivemos em uma época, que o direito à educação e


proveniente do estado. Todavia não podemos atribuir toda a responsabilidade ao
estado, pois necessitamos da prática conjunta, acarretando em um direito, no qual
todos adquiriram, mas pra ser efetivado de fato, precisamos pratica-lo. Este Direito
subjetivo necessita de ampla participação da população. No entanto não devemos
simplificar tal direito a mera participação de uso, mas uma participação presente na
constante busca do conhecimento. Pois vivemos em uma época mundial de crises
econômicas, em que a única saída para o desemprego e analfabetismo é a
educação.
Segundo Beatriz: “É direito fundamental social, é direito individual e também
direito difuso e coletivo, de concepção regida pelo conceito de dignidade da pessoa
humana”.2
O sujeito passivo dessa relação nada mais é, que a população, que vai em
busca da efetivação de tais direitos, que nos são protegidos pela ordem
constitucional inaugurada em 1988, na qual foi feita para resguardar o cidadão,
conhecida como a Constituição Cidadã. Segue abaixo frase retirada de um guia de
direitos.

1
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 08 de out.
2014.
2
BEATRIZ, N.S.R. Justiça pela qualidade na educação: O direito educacional no sistema
jurídico brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 55.
10

A primeira etapa na busca pelo direito à educação foi vencida com o


reconhecimento constitucional de que este é um direito fundamental do
cidadão e que cabe aos Estado suprir. A segunda etapa é conseguir fazer
isto valer no cotidiano das crianças, adolescentes, jovens e adultos que
frequentam as escolas.3

Podemos elencar o princípio da dignidade da pessoa humana, no que tange o


artigo 205 da Constituição Federal de 1988, pois de forma concreta o estado
concedendo a educação de forma obrigatória e gratuita, está cumprindo com o seu
papel perante a sociedade brasileira. O sujeito passivo tendo acesso à educação,
cresce junto da sua sociedade evoluindo o nível intelectual, trazendo consigo
inúmeras vantagens, algumas como por exemplo: uma menor dificuldade para
interpretação das próprias leis do seu estado.
A educação anda lado a lado com a nossa constituição brasileira, todavia
temos problemas de efetivação, de uma educação de qualidade e semânticos na
palavra educação, pois na Constituição Federal de 1988 não se fala em “direito à
educação”, mas sim educação de forma isolada.
O que acaba tirando uma certa efetividade, quando adentramos a Leis de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que em todo o seu aparato jurídico
descreve como ensino, e dentro dele contém etapas, desde o fundamental ao ensino
superior. Ocorrendo problemas, que segundo Beatriz “[...]... que se pode notar na
grande maioria dos julgados do Supremo Tribunal Federal, nos quais a Educação é
tomada mais pelas suas finalidades que pelo seu conteúdo” 4. Concluindo uma certa
preocupação nos julgados, mas estes problemas semânticos não são os “piores”
problemas acerca da educação brasileira.
Quando adentramos ao termo qualidade devemos fazer referência as
palavras de Becker, ganhador do prêmio Nobel de 1992, “indaga que um dos fatores
realmente decisivo para o desenvolvimento de um país, consiste no treinamento e
na educação de sua gente”5, afirmação contundente, pois de fato se é necessário a
educação para a evolução de um país e não somente isto, mas também a educação

3
GUIA DE DIREITOS. Como fazer valer os seus direitos na área da educação. Disponível em:
<http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=475&Itemid=176>
Acesso em: 06 de ago. de 2014.
4
BEATRIZ, N.S.R. justiça pela qualidade na educação: o direito educacional no sistema jurídico
brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 73.
5
ANDRÉ.LAHÓZ. Lição de casa. Disponível em:
<http://exame.abril.com.br/revista-exame/noticias/licao-de-casa-m0051168> Acesso em: 06 de ago.
2014.
11

vinculada com a carta magna, devendo ser demonstrada aos futuros trabalhadores
do país. Que de fato são eles quem possibilitaram um crescimento no Brasil.

Não podemos deixar de lado o regime jurídico do direito à educação que é


vinculado a Constituição Federal, pois é de onde se extrai as suas características,
sendo elas a própria prestação estatal.
Segundo Beatriz:
[...]... os direitos sociais dependem de opções políticas do legislador ou do
administrador público e/ou da conformação dos direitos a prestações
positivas proporcionadas pelo Estado, direta ou indiretamente. Em outras
palavras, sendo direitos de igualdade material, supõem a criação e a
efetivação de condições que não são nem inerentes à pessoa nem
preexistentes ao Estado.6

Estas prestações que coadunam com os impostos pagos pelo contribuinte para
“financiar o estado” na sua batalha diária pela luta contra o analfabetismo. Segundo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) conceitua-se analfabetismo
como “pessoa que não sabe ler e escrever um bilhete simples no idioma que
conhece”. Essas pessoas que estão a mercê do estado sem poder desempenhar o
seu papel da relação de reciprocidade com o estado brasileiro.

1.2 - Desenvolvimento da educação no Brasil

No estudo da evolução da educação, Martins conceitua, a retratação das


formas de aprendizado.
O conceito de educação sofreu influência do nativismo e do empirismo. O
primeiro era entendido como o desenvolvimento das potencialidades
interiores do homem, cabendo ao educador apenas exterioriza-las, e o
segundo era o conhecimento que o homem adquiria através da
experiência.7

O cidadão que tem o conhecimento intelectual terá uma certa facilidade para
uma visualização da forma prática, haja vista, que ele detém o conhecimento teórico.
Neste Sentido é visível a necessidade da parte teórica exemplificativa, para adentrar
a parte prática utilizada no dia a dia laboral da sociedade.

6
BEATRIZ, N.S.R. Justiça pela qualidade na educação: O direito educacional no sistema
jurídico brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 86.
7
MARTINS, R. M. S. F. Direito à Educação: aspectos legais e constitucionais. Rio de Janeiro:
Editora Letra Legal, 2004. p. 13.
12

Adentrando as formas de análise feita pelo estado para mensurar o nível


escolar. Podemos citar o método utilizado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais), que utiliza de índices feitos pelo IDEB (Índice de
desenvolvimento da educação básica).
Como é calculado o IDEB?

O Ideb é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento


escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados
aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo
Escolar, realizado anualmente pelo Inep.  As médias de desempenho
utilizadas são as da Prova Brasil (para Idebs de escolas e municípios) e do
Saeb (no caso dos Idebs dos estados e nacional).8

Com base nessa metodologia de cálculo gera as estatísticas a seguir acerca


da educação no Brasil. O primeiro índice utilizado, será acerca da educação de
forma geral no Brasil, sendo esta feita nas escolas públicas para calcular a média
dos alunos de ensino médio e metas pretendidas pelo IDEB:

Ensino Médio

IDEB Observado Metas


2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2021
Total 3.4 3.5 3.6 3.7 3.7 3.4 3.5 3.7 3.9 5.2
Dependência Administrativa
Estadual 3.0 3.2 3.4 3.4 3.4 3.1 3.2 3.3 3.6 4.9
Privada 5.6 5.6 5.6 5.7 5.4 5.6 5.7 5.8 6.0 7.0
Pública 3.1 3.2 3.4 3.4 3.4 3.1 3.2 3.4 3.6 4.9
Os resultados marcados em verde referem-se ao Ideb que atingiu a meta.
Fonte: Saeb e Censo Escolar (2014)9

Esses dados foram feitos a partir da pesquisa pretendida pelo IDEB, sendo
marcados de verde aqueles que foram alcançadas as metas daquele ano letivo. É
visível a tamanha deficiência do ensino público no Brasil em comparação com o
ensino privado.

8
Disponível em: <http://www.educacao.al.gov.br/sistema-estadual-de-educacao/indice-de-
desenvolvimento-da-educacao-basica-ideb/como-o-ideb-e-calculado> Acesso em: 02 de out. 2014.
9
Índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB), Disponível em:
<http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultadoBrasil.seam?cid=5633238> Atualizado em
14/08/2012. Acesso em: 02 de out. de 2014.
13

Citando o Distrito Federal, veremos que algumas escolas particulares, já


lecionam matérias como Direito Constitucional na sua grade curricular. Cito a escola
ALUB, que em seu portal da web está transcrito as seguintes palavras:
O Colégio ALUB é o único a oferecer matérias de Direito e Ética aos 1º, 2º e
3º anos do Ensino Médio, sem custos adicionais. O objetivo é formar
cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, necessários para qualquer
que seja a carreira escolhida. Apesar de não haver qualquer
direcionamento, a aprovação em concursos públicos é uma consequência. 10

Neste sentido formar cidadãos conscientes está diretamente ligado ao


princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e não somente este, mas
também tem ligação com o artigo 3º da Constituição Federal, no qual versa sobre o
desenvolvimento nacional. Assim entende-se que o direito é necessário, para que
qualquer civilização cresça, não apenas juridicamente, mas também socialmente.
Pois vivemos em um país democrático, sendo ele de direito.

1.3 - A educação no século XXI

Com o passar dos anos, vivemos inúmeras evoluções na educação e


atualmente no século 21, vivemos uma enorme discrepância acerca da educação no
Brasil, na qual estamos sendo tragados pelo consumismo exacerbado, entre outros
problemas. Tudo pela falta de educação em sentido amplo. Podemos entender o
quão importante é a educação, como Souza demonstra:
Nada mais verdadeiro do que afirmar que o processo educacional tem um
significado imprescindível para o desenvolvimento do ser humano, tanto no
passado, como no mundo atual. A educação traz ao homem avanços
significativos, no sentido da garantia de um futuro melhor para todos. 11

A educação no Brasil desde tempos antigos, vem evoluindo, mas seguindo


um modelo de grade curricular de outros países desenvolvidos, nós ainda estamos
estagnados com nossa educação. Podemos citar inúmeros projetos de lei, que
versam sobre a inclusão do direito no Ensino médio, que de fato é uma evolução na
educação brasileira, pois o estado brasileiro só tem a ganhar com uma sociedade,
que conheça sobre o direito. De fato apenas o direito constitucional é pouco, mas

10
Disponível em: <http://www.alub.com.br/alub/diferenciais/colegio-alub/> Acesso em: 02/10/2014.
11
SOUZA. Carlos, Evolução histórica do conceito de educação e os objetivos constitucionais da
educação brasileira. 2006. p. 129, tese (Mestrado em educação) Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. São Paulo.
14

deveria se alocar novas disciplinas que tenham referência com o dia-a-dia do


cidadão, para diminuir toda a distância que temos com a justiça, por desconhecer os
mecanismos e as formas, que devemos saber para poder utilizar em sua celeridade
máxima.

Utilizando-se de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística) Calgaro comenta: “Em educação, o que impede o IDHM de avançar mais
é a escolaridade da população adulta. Em 1991, 30,1% da população com 18 anos
de idade ou mais tinham concluído o ensino fundamental. Em 2010, esse percentual
era para 54,9%”12. Com base nestes dados, podemos ver que cresceu o número de
pessoas adultas que estão a mercê da educação mesmo em sua vida adulta, o que
podemos notar é que o crescimento acerca da educação não foi satisfatório. E
dentro de 20 anos o Brasil encontra-se em 85ª em uma análise global sobre os
índices da educação.
Importante ressaltar, que no século XXI a educação já não é mais a mesma e
segundo o professor Freitas:

A educação é fundamental para a transformação de uma nação, os países


que não valorizam a ética, o trabalho e a educação em geral, apresentam
economia frágil, os rendimentos são inferiores, refletindo em todo
seguimento, como habitação, saúde, qualidade e expectativa de vida. 13

Com estas sábias palavras do Professor Freitas, entendemos, que os países,


que contém uma educação elevada, tem melhorias na sua economia, que diga-se de
passagem a do Brasil é uma das maiores economias do mundo. O que poderia ser
feito neste aspecto seria uma tentativa de busca de diferentes formas de ensino para
uma máxima maior.

Navalón em entrevista dada no portal aprendiz da UOL, na qual lhe foram


feitas algumas perguntas acerca da educação no século XXI, gostaria de salientar
uma pergunta extremamente atual ao nosso contexto de desenvolvimento da
educação:
12
CALGARO, Fernanda. Brasil avança, mas educação freia desenvolvimento, indica IDH dos
municípios. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/07/29/pais-
avanca-mas-educacao-segura-desenvolvimento-indica-idhm.htm> Acesso em 10 de mai. 2014.
13
FREITAS, Eduardo. Educação, base do desenvolvimento. Graduado em Geografia, Disponível
em: <http://www.brasilescola.com/geografia/educacao-base-desenvolvimento.htm> Acesso em: 06
ago. 2014.
15

Portal Aprendiz – Um dos grandes problemas da educação brasileira é


o baixo nível de aprendizagem. Como o senhor enxerga esse tipo de
questão?
Navalón - O que falta é cumplicidade. A educação do século 21 não é mais
aquela em que a criança vai durante um determinado tempo ao colégio. A
educação do século 21 é movida por interação e estímulo à curiosidade.
Não pode ser que as crianças brasileiras encontrem nas ruas e na televisão
mais provocações do que encontram em sala de aula. 14 (Grifo nosso).

Este escritor participou do Congresso “Visão XXUNO: O desafio de construir a


escola, em Orlando, Estados Unidos”. Congresso no qual discutia-se as novas
maneiras a se portar com os alunos do século XXI, o escritor ainda frisa, que os
professores devem aprender com os novos alunos, pois em sua época o silêncio,
que reinava entre os pensadores, por conta das ditaduras.
No Brasil temos um investimento até elaborado na educação, mas não tão
satisfatório, quanto os países desenvolvidos, entretanto o Brasil vem crescendo
cada vez mais em seu Produto Interno Bruto (PIB), mas infelizmente ainda não se é
o suficiente para de fato a educação no Brasil evoluir ao nível de um país
desenvolvido, tanto por conta da má administração, quanto pela falta de fiscalização
ou até mesmo investimentos não apenas do estado, mas de outras instituições.

Existem nações que investem menos que o Brasil como consta em tabela
abaixo e tem uma posição superior ao Brasil. Não seria apenas uma análise de PIB,
mas também podemos enquadrar todo um rol de fatores, como quantidade e nível
técnico. Conforme Reinaldo de Azevedo versa detectamos os investimentos na
educação de forma mundial, segue abaixo tabela:

14
NAVALÓN, A. A educação do século 21 é movida por interação e curiosidade. Disponível em:
<http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/04/27/a-educacao-do-seculo-21-e-movida-por-
interacao-e-curiosidade-afirma-escritor/> Acesso em: 06 de ago. 2014.
16

Fonte: Revista Veja Abril (2014)15


[...]... maiores investimentos não necessariamente acompanham, na
mesma proporção, uma melhora no desempenho dos estudantes. O Brasil é
o 15º que mais investe o PIB na área na lista da OCDE. Os lanternas no
ranking foram Indonésia (investimento de 3% do PIB), Índia (investimento de
3,5%), Japão (3,8%), Eslováquia (4,1%) e República Tcheca (4,4%). 16

Complexo de se entender a aplicação do PIB dentro da educação, pois o


Brasil investe cerca de 5.70% do seu PIB, mas ainda assim ocupa a 53ª posição do
rank.
Em contrapartida podemos utilizar das palavras do Professor Freitas, que
segue abaixo:
As nações que priorizam e valorizam a educação têm, com esse objetivo,
maneiras concretas de ascensão profissional-econômica através do esforço
em anos de estudo e trabalho. O contrário ocorre nos países que não
valorizam a educação, a maioria visa uma mudança de vida sem dedicação

15
AZEVEDO, Reinaldo. O Brasil investe em educação um percentual do PIB de Primeiro Mundo e
colhe um resultado de Terceiro. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-brasil-
investe-em-educacao-um-percentual-do-pib-de-primeiro-mundo-e-colhe-um-resultado-de-terceiro-e-
dinheiro-que-falta-nao-e-competencia-mesmo-mas-nao-se-diga-isso-na-era-petista/> Acesso em: 06
de ago. 2014.
16
Ibidem.
17

e esforço, quer uma ascensão a partir de prêmios lotéricos, no ramo


artístico e esportivo.17

O que entendemos, com as explicações tanto econômica, quanto social é que


estamos em uma constante evolução da educação, pois Navalón, comenta que a
educação hoje deve ser mais interativa, e o que o Professor Freitas frisa, que a
sociedade, que tem um alto nível de investimento só tende a crescer com os anos. E
o repórter Azevedo comenta, que enquanto o Brasil não souber como investir dentro
da educação, não se adianta investir 10% do PIB, que nada mudará. Então o que
necessitamos hoje nada mais é que uma sociedade que saiba buscar os seus
direitos na fonte, para uma melhor aplicação de tais investimentos e manobras de
ensino avançado. Objetivando a mudança na sociedade, sendo assim o primeiro
passo será a utilização de uma sociedade que conheça as suas leis.

17
FREITAS, Eduardo. Educação, base do desenvolvimento. Graduado em Geografia, Disponível
em: <http://www.brasilescola.com/geografia/educacao-base-desenvolvimento.htm>. Acesso em: 06
ago. 2014.
18

2 - PROJETO DE LEI, QUE VERSA SOBRE O DIREITO CONSTITUCIONAL NO


ENSINO MÉDIO.

2.1 - O que é um Projeto de Lei?

Quando adentra-se a uma conceituação referente ao projeto de lei, cita-se, a


carta magna de 88 que elenca em seu artigo 61, a competência para a criação das
leis, sendo:

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 18

Com base neste artigo acontece a criação das leis, todavia ainda existe o
processo legislativo para poder analisar se o projeto de lei é viável, como é
demonstrado de forma singela abaixo:

Projeto de Lei é um tipo de proposta normativa submetida à deliberação de


um órgão legislativo, com o objetivo de produzir uma lei. Normalmente, um
projeto de lei depende ainda da aprovação ou veto pelo Poder
Executivo antes de entrar em vigor.19

Sendo assim, está conceituação é uma análise do procedimento estipulado


para a criação de uma lei.

2.2 - Projeto de Lei n° 6.184/2013 (para incluir como conteúdo obrigatório do


currículo do ensino médio noções básicas de Direito Constitucional)

Dentro de uma análise do Projeto de Lei n° 6.184/2013, em seu artigo 1°,


pede-se a alteração do art. 36 da lei 9.394/1996 Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) pedindo a inclusão do Inciso V “será conteúdo obrigatório do
currículo noções básicas de Direito Constitucional”.

18
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 08 de out.
2014.
19
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_de_lei> Acesso em: 05 de out. 2014.
19

No que concerne a justificação é tratado que o art. 27 da LDB versa sobre, “a


difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos
cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática” 20. Com esta
justificação fica explícita a real importância do Direito Constitucional. Não apenas
para crescer conforme a LDB, mas para um crescimento constitucional arguido no
art. 3°, que constitui os objetivos da República Federativa do Brasil:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 21

Perfazendo assim, a suma importância da garantia do desenvolvimento


nacional estipulada nesse artigo.

O Deputado Marcos Rogério, trata neste projeto de lei a sua fundamentação


em consonância com o art. 35 da LDB, que versa sobre as finalidades do ensino
médio entre elas, em seu inciso II:

A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para


continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade
a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores. 22

Esta preparação básica para o trabalho nada mais é, que a própria


constituição na sua real essência cidadã, que trata em seus artigos 6° ao 11°, sobre
os direitos sociais, aqueles que dão o ensejo ao trabalhador, versando sobre o seu
piso salarial entre outros direitos assegurados constitucionalmente.
Se pensarmos em um princípio que abarca sobre tudo no direito esse seria o
princípio da dignidade da pessoa humana, que é um princípio constitucional, não há
que se falar em uma sociedade que tenha dignidade, sem ter de fato o
20
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em:
05 de out. 2014.
21
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 08 de out.
2014. Acesso em: 05 de outubro de 2014.
22
BRASIL. Congresso Nacional. Projeto de Lei n° 6.184/2013: para incluir como conteúdo
obrigatório do currículo do ensino médio noções básicas de Direito Constitucional. Disponível
em http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?
codteor=1120568&filename=PL+6184/2013 Acesso em: 05 de out. 2014.
20

conhecimento das suas leis vigentes. Pois o desconhecimento das leis de um


Estado pela sua própria população, seria o mesmo que não conhecer o idioma
natural de sua própria região.
De acordo com o Deputado Marcos Rogério acerca desse projeto lei e sua
necessidade, segue abaixo:

Assim, um dos grandes desafios da escola de ensino médio é, a partir de


um currículo adequado, calcado nos valores fundamentais ao interesse
social, nos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à
ordem democrática, oferecer condições para que tais finalidades se
cumpram. Nessa tarefa, estamos certos de que oferecer o conhecimento
das noções básicas do Direito Constitucional é aliado imprescindível. 23

Desafio que é vivenciado diariamente pela população brasileira pela falta de


conhecimento jurídico constitucional, mesmo com a total publicação das leis, ainda
se deve ter a interpretação para de fato entendê-las, e nada melhor que as leis
constitucionais estando dentro do amparo do ensino médio, sendo lecionados por
professores.

De fato, que se ter o conhecimento do Direito Constitucional no ensino médio


abrirá a mente dos jovens. E falando sobre abrir a mente dos jovens devo citar Lev
Semenovitch Vygotsky, pensador na área da aprendizagem e desenvolvimento
intelectual, que comenta abaixo:

Os educadores – os pais, a professora, as gerações adultas, os parceiros


mais experientes – têm papel essencial nesse processo, pois as crianças
não têm condições de decifrar sozinhas as conquistas da cultura humana.
Isso só é possível com a orientação e a ajuda constante dos parceiros mais
experientes, no processo da educação e do ensino. Nesse sentido é que o
educador é o mediador da relação da criança com o mundo que ela irá
conhecer, pois os objetos da cultura só fazem sentido quando aprendemos
seu uso social, e só pode ensinar o uso social das coisas quem já sabe usá-
las.24

Com esse entendimento, podemos adentrar a um patamar efetivo do ensino


do direito constitucional, que segundo Vygotsky todas as pessoas em volta, que
detém tal conhecimento devem reproduzir para os mais jovens, no intuito, dos

23
BRASIL. Congresso Nacional. Projeto de Lei n° 6.184/2013: para incluir como conteúdo
obrigatório do currículo do ensino médio noções básicas de Direito Constitucional. Disponível
em http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?
codteor=1120568&filename=PL+6184/2013 Acesso em: 05 de out. 2014.
24
AMARAL, Suely. Introdução à psicologia da educação: A escola de Vygotsky. São Paulo:
Editora Avercamp, 2004. 140/141 p.
21

jovens adquirirem este conhecimento. Sendo uma forma de crescimento ideológico


social. Importante frisar, que Vygotsky viveu no século XVIII e suas análises são
válidas até hoje para o mundo relacionado a educação.

Essa efetivação deve ser cumprida pelo estado alterando a LDB para uma
melhor efetivação de tal ensino. E que de fato seja feito o que é versado na
Constituição Federal no art. 3° e incisos citados anteriormente.

Atualmente no Brasil no período de 2013 para 2014, houve outros projetos de


lei referente à inclusão do Direito Constitucional no ensino básico, mas incluo os
projetos de leis de n° 6.954/2013, 7969/2014 e 8010/2014. Projetos que versam
sobre a inclusão do Direito Constitucional no Ensino Básico, disponibilizado em
anexo. Sendo estes um projeto que detém o mesmo intuito do projeto de lei
supracitado, que é a busca de uma educação de qualidade e a diminuição das
desigualdades sociais. Todas elas sendo utilizado o Direito Constitucional para tal
feito.

2.3 - Princípio da Dignidade da Pessoa Humana no Ensino

A Carta magna, há inúmeros princípios constitucionais, dentre eles o princípio


da dignidade da pessoa humana, que em consonância com o ensino gera uma
proteção junto do artigo 205, da Constituição Federal, acerca do ensino. Neste
sentido a educação no Brasil é abarcada de princípios constitucionais, que trazem
consigo proteções ao cidadão brasileiro.

Segundo Villar dignidade é “consciência do próprio valor; honra; modo de


proceder que inspira respeito; distinção; amor próprio.” 25 Com base nessa afirmação
do Dicionário, podemos versar que a Dignidade da pessoa humana traz consigo a
honra, na qual é necessária para se viver em uma sociedade.

Quanto a palavra educação, podemos trazer o entendimento dado pelo


dicionário online Michaelis:

educação 
sf (lat educatione) 1 Ato ou efeito de educar. 2 Aperfeiçoamento das
25
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss de língua portuguesa. 2.
ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004, p. 248.
22

faculdades físicas intelectuais e morais do ser humano; disciplinamento,


instrução, ensino. 3 Processo pelo qual uma função se desenvolve e se
aperfeiçoa pelo próprio exercício: Educação
musical, profissional etc. 4Formação consciente das novas gerações
segundo os ideais de cultura de cada
povo. 5 Civilidade. 6 Delicadeza. 7 Cortesia. 8 Arte de ensinar e adestrar os
animais domésticos para os serviços que deles se exigem. 9 Arte de cultivar
as plantas para se auferirem delas bons resultados. E. física: a que
consiste em formar hábitos e atitudes que promovam o desenvolvimento
harmonioso do corpo humano, mediante instrução sobre higiene corporal e
mental e mediante vários e sistemáticos exercícios, esportes e jogos. 26

Neste sentido, quando se encontra a palavra dignidade e educação, temos


uma junção de significados, que entram em consonância. Trazendo consigo a
interpretação majestosa, podendo ser ligada ao princípio da dignidade da pessoa
humana no ensino, como um princípio que resguarda a educação.

Segundo artigo jurídico publicado no portal da web DireitoNet, por Rodrigues


“A Dignidade da Pessoa Humana se tornou um princípio norteador de todo o
ordenamento jurídico, influindo inclusive na aplicação dos demais princípios que
estão condicionados a dignidade.” 27 Comentário saudoso publicado nesta revista
virtual de artigos. Exprime diafaneidade o significado deste princípio.

Princípio Constitucional necessário na educação, para que, haja um


crescimento justo e honroso dos cidadãos da sociedade brasileira. No que tange não
apenas o ensino, mas também o conhecimento jurídico. Concluindo uma
necessidade do estudo das leis constitucionais, no ensino médio.

2.4 - Acerca da Base curricular estipulada pela lei 9.394/96

Em entrevista feita pelo portal da web, UOL com Pacheco, é versado pelo
entrevistado, que a nossa base curricular é falha e desnecessária atualmente.
Entrevista a seguir:

UOL - Qual é a sua avaliação sobre a definição de uma base curricular


nacional?
Pacheco - Seria útil rever currículos. As ditas "grades" de língua
portuguesa, por exemplo, são amontoados de conteúdos inúteis. Para que

26
Disponível em <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=educa%E7%E3o> Acesso em 04 out. 2014.
27
RODRIGUES, Lincoln. Dignidade da Pessoa Humana: do conceito a sua elevação ao status de
princípio constitucional
Disponível em <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/7095/Dignidade-da-Pessoa-Humana-do-
conceito-a-sua-elevacao-ao-status-de-principio-constitucional> Acesso em 05 de out. 2014.
23

serve decorar termos como "dígrafo", ou expressões como "sujeito nulo


subentendido"? O leitor saberá o que são "plantas epífitas", ou em que
consiste um "ato elocutório diretivo"? Nem eu! Mas os alunos são
receptáculos de uma acumulação cognitiva, que nem mil horas de "carga"
poderiam contemplar. Quando aluno, fiz decoreba dos afluentes da margem
esquerda de rios africanos e outras lengalengas que me ocupam a memória
de longo prazo e que não me fizeram mais sábio nem mais feliz. 28

O tipo de base curricular escolar que usamos atualmente será projetada para
os próximos 10 anos da educação segundo o Plano Nacional da Educação (PNE).
Observa-se as referidas críticas do Professor Eduardo José Pacheco como um
basta para os ensinamentos desnecessários. Como a utilização de matérias, que
você nunca utilizará em sua vida inteira. Seguindo o modelo da Lei 9.394/96 ela não
estaria elevando o conhecimento do aluno, nem tão pouco o preparando para
adentrar a sociedade.

Sendo assim uma nova reformulação da grade curricular acarretará em


mudanças significativas para a educação Brasileira, seria analisado novas matérias
dentro do currículo escolar, trazendo consigo ganhos para o educando.

Uma iniciativa plausível nestes tempos, de fato, é a utilização do ensino


Constitucional no Ensino Médio, pois o mesmo encurtaria a distância da sociedade
com a justiça. Sendo está muito carente de informação jurídica:

O acesso ao judiciário se torna falho ou restrito a uma parte da população


por diversos fatores de ordem econômica, social, cultural, psicológica, legal,
falta de conhecimento e a lentidão da justiça. Cada um desses fatores
isolados é o suficiente para impossibilitar o contato de uma pessoa com o
Poder Judiciário, em maior ou menor proporção.29

Como é demonstrado, um deste fatores é a distância pela falta de


conhecimento, que pela falta de “inclusão” acaba acarretando estes problemas
diários para o judiciário. Sendo que com o Direito Constitucional no ensino, poderia
mudar essa vertente. Diminuindo a distância da sociedade com o judiciário.
Segundo a Carta Magna de 88 e dever do estado em seu art. 5°, inciso XXXV
“onde é garantida a inafastabilidade do judiciário quando alguém se achar em
ameaça ou lesão no seu direito”. Abarcando esta necessidade do ensino jurídico
dentro da educação brasileira.
28
PACHECO, José. O que fazer para melhorar a educação? O educador José Pacheco dá pistas.
Disponível em <http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/09/29/o-que-fazer-para-melhorar-a-
educacao-o-educador-jose-pacheco-da-pistas.htm> Acesso em 05 de out. 2014.
29
SANTANA, M.N. Acesso à Justiça: Abismo, população e Judiciário.
Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7498> Acesso em 05 de out. 2014.
24

3 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DA INCLUSÃO DA DISCIPLINA DE


DIREITO CONSTITUCIONAL NO ENSINO MÉDIO
25

3.1 - Quais são as metas de qualidade na Educação?

Vamos partir do princípio que na legislação vigente sobre educação, contém


artigos que estabelece metas, ideais, objetivos entre outros parâmetros. Seguindo
essa linha de raciocínio podemos citar o artigo 22 da Lei n° 9.394/96, que é versado
abaixo:

Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,


assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores.30

Desta forma a educação tem como finalidade o desenvolvimento do


educando. Conclui-se que o educando necessita da formação dada pelo estado,
para que possa integrar a vida em sociedade. Tendo o conhecimento do que for
necessário para fazer essa integração.

O compromisso do poder público em relação as essas metas integradoras


podem ser tratadas como Chaves preceitua:

Compromissos do Poder Público:


1.1 com a melhoria ou manutenção do padrão de qualidade da educação básica
na rede de ensino sob sua responsabilidade, expresso por meio de
indicadores claros de rendimento escolar dos estudantes, aferido pelo
sistema nacional e local de avaliação, e de fluxo escolar;
1.2 com o atendimento universal ao ensino obrigatório, em suas diferentes
modalidades, e à demanda ativa para as demais etapas da educação
básica.31

Metas nas quais o estado está obrigado a cumprir como poder estatal regente
e munido de todo o aparato jurídico. Dentre essas metas utiliza-se mecanismos para
poder medir e fiscalizar a efetivação da própria lei da educação. Um desses
mecanismos é o IDEB que faz a indicação estática. Que Segundo o INEP, acerca do
IDEB:

O Ideb é mais que um indicador estatístico. Ele nasceu como condutor de


política pública pela melhoria da qualidade da educação, tanto no âmbito
nacional, como nos estados, municípios e escolas. Sua composição
possibilita não apenas o diagnóstico atualizado da situação educacional em

30
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em:
05 de out. 2014.
31
CHAVES, R.C.R.M. Qualidade pela educação: Metas de qualidade na educação básica. São
Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 554.
26

todas essas esferas, mas também a projeção de metas individuais


intermediárias rumo ao incremento da qualidade do ensino. 32

Todos estes mecanismos estão com o único intuito de fazer com que o estado
possa entender aonde se deve investir, para que, haja uma melhor efetivação do
ensino. Podendo ser utilizado na sua máxima e respeitando todos os preceitos
constitucionais, que estão elencados na nossa Constituição Federal, que é o nosso
mais alto amparo jurídico.

Sendo assim o INEP que estabeleceu os parâmetros técnicos para se avaliar


a qualidade da educação. E ao mesmo tempo poder analisar a desigualdade dentro
dessa apuração de qualidade da educação. Pois fica melhor demonstrado as
desproporcionalidades de níveis da educação pelo Brasil, visto neste paragrafo feito
pelo INEP:

No caso das redes e escolas com maior dificuldade, as metas prevêem um


esforço mais concentrado, para que elas melhorem mais rapidamente,
diminuindo assim a desigualdade entre esferas. O Ministério da Educação
prevê apoio específico para reduzir essa desigualdade. 33

A maior desigualdade no Brasil, atualmente é a falta de conhecimento do


povo brasileiro, que subsiste em um país riquíssimo e ainda assim tem o índice de
desenvolvimento humano tão baixo. Neste sentido com uma melhora no padrão da
educação acarretará em um índice de desenvolvimento humano maior. Com isto
podemos citar a necessidade do conhecimento do Direito Constitucional na
educação.

A vantagem da inclusão do direito na educação, pois seria efetivado de fato


os artigos estipulados na LDB, que versam sobre a sociedade e a inclusão dos
jovens dentro da sociedade, in verbis:

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem


na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade
civil e nas manifestações culturais.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
prática social.34
32
Disponível em <http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/o-que-sao-as-metas> Acesso em: 05 de
out. 2014.
33
Ibidem.
34
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em:
27

Necessita-se dessa vinculação direta ao mundo do trabalho, e qual seria a


melhor forma, se não aquela em que conhecêssemos o direito. Na sua essência,
que está contida na nossa Constituição Federal. Sendo está uma vantagem para a
educação, pois aumentaria o nível do ensino, que ensejaria na “qualidade” da
educação.

3.2 - O custo elevado para se ter uma educação de qualidade

Quando fala-se de custo é necessário frisar sobre o investimento feito na


educação no Brasil, segundo nossa Constituição Federal em seu art. 211 e
seguintes e versado acerca da organização e das finanças:

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios,


financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade
do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios; 

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na


educação infantil. 

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino


fundamental e médio. 

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a
assegurar a universalização do ensino obrigatório. 

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino


regular. 35

O artigo 212 demonstra a aplicação de fato em valores de porcentagem, para


uma melhor análise e com a finalidade de prover o desenvolvimento do ensino:

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

05 de out. 2014.
35
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 08 de out.
2014. Acesso em: 05 de outubro de 2014.
28

§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos


Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto
neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão
considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os
recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao
atendimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a
universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do
plano nacional de educação. 
§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde
previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento
a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na
forma da lei. 
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social
do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de
alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de
ensino.36

Quando falamos do órgão que cuida da análise desses investimentos


devemos citar o INEP, pois segundo ele:

O investimento de recursos públicos na área educacional compreende os


valores financeiros brutos aplicados pelo setor público no atendimento de
demandas educacionais, como no custo de bens e serviços - inclusive bens
de capital - e nas transferências, excetuando-se a depreciação e a
amortização dos investimentos em estoque. O conceito utilizado para a
agregação corresponde à finalidade dos recursos alocados por área de
atuação.37

Estes investimentos tem a finalidade de suprir as demandas educacionais e


melhorar o desenvolvimento da educação no Brasil.

Todas estas informações remetem a aplicação das verbas destinadas a


educação, quanto ao custo por aluno do ensino básico atualmente, utiliza-se de
dados de 2013 que indicam os gastos em cada estado da federação:

Valor anual por aluno do ensino médio urbano estimado para 2013

Acre R$ 3.337,71

Alagoas R$ 2.666,08

36
Ibidem.
37
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/estatisticas-gastoseducacao> Acesso em: 05 de out. 2014.
29

Amazonas R$ 2.666,08

Amapá R$ 3.747,98

Bahia R$ 2.666,08

Ceará R$ 2.666,08

Distrito Federal R$ 3.436,35

Espírito Santo R$ 3.845,99

Goiás R$ 3.226,61

Maranhão R$ 2.666,08

Minas Gerais R$ 2.804,97

Mato Grosso do Sul R$ 3.205,45

Mato Grosso R$ 2.672,75

Pará R$ 2.666,08

Paraíba R$ 2.666,08

Pernambuco R$ 2.666,08

Piauí R$ 2.666,08

Paraná R$ 2.755,67

Rio de Janeiro R$ 3.005,20

Rio Grande do Norte R$ 2.758,19

Rondônia R$ 3.146,20

Roraima R$ 4.383,26
30

Rio Grande do Sul R$ 3.488,75

Santa Catarina R$ 3.347,14

Sergipe R$ 3.153,76

São Paulo R$ 3.781,82

Tocantins R$ 3.455,67

Fonte: MEC (2013)38

Com base nesses dados podemos ver o custo por aluno no Brasil, sendo
assim o custo de certa forma elevado, segundo Eduardo José Pacheco, “a manter-
se a prevalência do modelo epistemológico do século 19, de que enferma a maioria
das escolas brasileiras, a destinação de 10% do PIB apenas dará aso a um maior
desperdício de recursos.”39 Mesmo que o estado brasileiro investisse 10% do
Produto Interno Bruto (PIB), não seria o suficiente, pois utilizamos de uma grade
curricular falha, que não acompanha a evolução da educação.
Desta forma ressalta-se uma necessidade de inovação dentro da Lei 9.364/96
uma dessas inovações seria de fato a inclusão do Direito Constitucional em sua
grade curricular.

3.3 - A maturidade dos alunos de ensino médio

No âmbito da psicologia, podemos entender como é feito a análise da


maturidade dos alunos do ensino médio, de forma que a inserção do Direito
Constitucional no ensino médio possa trazer consigo alguns males, tanto para o
governo quanto para a sociedade. Pois é analisado a mentalidade dos alunos.
Quando adentra-se a está análise, pode-se citar a teoria histórico-cultural, que
segundo Amaral é a teoria que está ligada a garantir a criação de aptidões que são
inicialmente externas aos indivíduos.

38
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/09/29/o-que-fazer-para-melhorar-a-
educacao-o-educador-jose-pacheco-da-pistas.htm> acesso em: 06 de out. 2014.
39
Ibidem.
31

[...]... para garantir a criação de aptidões nas novas gerações, é necessário


que as condições de vida de educação possibilitem o acesso indivíduos das
novas gerações à cultura historicamente acumulada.40

Em conformidade com história da evolução das metodologias aplicadas,


durante gerações necessita-se de constantemente atualizações em seu tipo de
método utilizado, com isso pode-se entender, que a evolução da educação traz
consigo o viés das novas implementações.

Ensejando na análise dos educandos durante o seu estudo e não somente


isso, mas também a análise do educador. O ensino médio, público e privado
necessita de constantes evoluções acerca das metodologias, pois a sociedade está
em constante evolução.

Citando os pensadores antigos podemos demostrar o entendimento de Jonh


Locke, para ele o “educador é aquele que, através de um juízo dotado de retidão,
forma, livremente, o caráter de dado ser humano, estando sempre aberto a novas
formas de pensar, podendo, assim, rever seus pontos de vista”. 41 Sendo assim
Locke versa que estamos em constante mudança da nossa mente, sempre
mudando nossas ideias para melhores opções.
Com o passar dos anos percebe-se que a evolução humana tem ligação
direta com a educação estipulada em cada época. E em nossa época é necessária
uma atualização do currículo escolar para uma evolução cultural sadia. Segundo
Immanuel Kant “o homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela
educação”42.

Mesmo se tendo aspectos negativos acerca da maturidade dos educandos é


importante comentar, que mudanças na sociedade dependem de tempo e de
observação, para utilizar dos mecanismos efetivos para uma mudança.

3.4 - Os programas sociais de inclusão a educação

40
AMARAL, Suely. Introdução à psicologia da educação: A escola de Vygotsky. São Paulo:
Editora Avercamp, 2004. 140/141 p.
41
LOCKE, John. Segundo tratado sobre el gobierno civil. Editora Madrid: Alianza, 2000. p. 28.
42
KANT, Immanuel. Sobre a pedagogia. 5. ed. Piracicaba: UNIMEP, 2005. p. 15.
32

Segundo Pae quanto ao nível de matéria conhecida, adquirida e lecionada. E


pertinente o comentário a se falar que a inclusão da sociedade dentro do âmbito
educacional traz consigo inúmeras melhorias ao estado, tão quanto no
conhecimento, quanto no ensino ministrado pelos docentes. Sendo assim uma forma
de melhorar a qualidade do ensino.

[...]... é possível aferir a qualidade da Educação por meio de padrões que


tem sido compreendidos como um sistema de diferentes instrumentos e
processos. Os padrões de conteúdo também chamados de padrões
curriculares referem-se àquilo que os professores devem ensinar e o que os
alunos devem aprender. Eles constituem-se numa descrição clara e
especifica das habilidades e conhecimentos que devem ser ensinados aos
alunos. Os padrões de desempenho escolar definem graus de domínio ou
níveis de sucesso e servem para indicar o que os estudantes dominaram do
material estipulado pelos padrões de conteúdo. Finalmente, os padrões de
oportunidades para aprender referem-se à disponibilidade de programas,
recursos humanos e demais recursos que a escola proporciona para que os
alunos possam ser capazes de atingir os padrões de conteúdo e de
desempenho. 43

Deve-se dar oportunidade como forma de aproximação dos alunos ao melhor


tipo de educação disponível. Com base nisto podemos adentrar as metas
estipuladas pelo plano educacional de educação de 2014, que oferece a inclusão
dos alunos de ensino médio.

Qualidade e inclusão
Oferecer educação em tempo integral para pelo menos 25% dos alunos do
ensino básico em pelo menos 50% das escolas públicas;
Fomentar a qualidade da educação, com melhoria do fluxo escolar e da
aprendizagem, para atingir, em 2021, o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb) de 6,0 nos anos iniciais do fundamental, de 5,5 nos
anos finais do fundamental e de 5,2 no ensino médio;
Garantir que todas as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos
com necessidades especiais tenham acesso à educação básica com
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de
ensino.44

Nesta ótica a inclusão é necessária e não somente isso, mas a inclusão dos
alunos a um ensino das leis. Diminuiria a distância da sociedade com a justiça,
sendo assim a justiça seria mais eficaz, quanto ao conhecimento jurídico. Este plano

43
PAE, Richard; ROBERTO, José. Justiça pela qualidade na educação: Responsabilidade
públicas, controles e exigibilidade do direito a uma educação de qualidade. São Paulo: Editora
Saraiva, 2013. 713 p.
44
Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/06/entenda-os-principais-pontos-do-
plano-nacional-de-educacao.html> Acesso em: 05 de out. 2014.
33

também traz consigo o princípio da isonomia, que tenta abarcar os tratamentos


desiguais para um nível de igualdade.

Dentro da inclusão social da educação devemos citar os programas de


educação inclusiva feitos pelo Ministério da Educação, abaixo um destes programas:

No que diz respeito à educação inclusiva o Ministério da Educação


implementou o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade que visa
disseminar a política de inclusão e apoiar o processo de construção e
implementação de sistemas educacionais inclusivos nos municípios
brasileiros. Tal projeto envolve o apoio às escolas para que estejam
habilitadas a trabalhar com as diferenças e que possam envolver a
comunidade na colaboração dessa prática. Para tanto é necessário que
sejam oferecidos aos professores subsídios para que venham a desenvolver
esta prática inclusiva. 45

Este projeto tem como intuito diminuir as diferenças entre as pessoas dentro
dos municípios. Existem outros projetos de inclusão acerca da educação no Brasil.
Gostaria de frisar o Projeto desenvolvido pela Universidade Católica de Brasília,
sendo ele o “Projeto Sementes do Saber, que tem como objetivo levar conhecimento
sobre os direitos do cidadão. Projeto necessário para incluir a sociedade dentro do
conhecimento jurídico.”46

Conclui-se, que os projetos de inclusão social a educação têm se mostrado


necessários dentro do ordenamento da educação. Pois ocorre a tentativa de
preencher as lacunas observadas na falta da efetivação da lei ou na sua omissão
aparente que é detectada. Lacuna está que é na sua necessidade de
acompanhamento extra curricular para o ensinamento dos direitos básicos de
cidadão.

CONCLUSÃO

A inclusão do Direito Constitucional é uma forma de diminuir a distância da


sociedade com a justiça, reduzindo as desigualdades sociais fazendo com que o
45
Disponível em: <http://www.idecrim.com.br/index.php/direito/26-inclusao-escolar> Acesso em: 05 de
out. 2014.
46
Disponível em: <http://www.ucb.br/Noticias/2/4776/SementesDoSaberEmEscolasPublicasDoDf/>
Acesso em: 25 de out. 2014.
34

Brasil cresça e se desenvolva como é versado no art. 3° da Constituição Federal de


1988.

Esta Constituição, que nos traz sempre princípios constitucionais que


resguardam a população brasileira. Um deste princípios é o da dignidade da pessoa
humana, que sendo um dos maiores princípios constitucionais em um Estado
Democrático de direito tratando sobre o valor moral dentro da sociedade.

Outro princípio é o da isonomia, Devemos tratar igualmente os iguais e


desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade segundo Aristóteles.

O projeto de lei n° 6184/2013, seria uma evolução dentro do ensino, pois


estamos evoluindo pouco a pouco em busca do desenvolvimento nacional.

Direito Constitucional com sua abrangência elenca os direitos mais básicos do


cidadão e sendo o direito a uma educação de qualidade, importante frisar o art. 205
da Carta Magna, nele é versado sobre o crescimento em conjunto com a população
e com estado, com o objetivo de promover e incentivar a educação.

Conclui-se que os objetivos traçados pelo trabalho foram alcançados, e no


que tange ao Direito Constitucional é importante frisar a sua necessidade, para o
crescimento nacional e educacional, pois ele nos demonstra o conhecimento básico
para se integrar ao mercado de trabalho.

Ensejando assim um conhecimento necessário para a população, que é


demonstrado neste trabalho, que teve o intuito de tratar sobre as vantagens e
desvantagens da inclusão do Direito Constitucional no ensino médio, tanto pelo lado
da lei da educação como pela carta magna.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


Brasília, DF: Senado Federal, 2014. Disponível em:
35

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>
Acesso em: 08 de out. 2014.
2
BEATRIZ, N.S.R. Justiça pela qualidade na educação: O direito educacional
no sistema jurídico brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 55.
3
GUIA DE DIREITOS. Como fazer valer os seus direitos na área da educação.
Disponível em: <http://www.guiadedireitos.org/index.php?
option=com_content&view=article&id=475&Itemid=176> Acesso em: 06 de ago. de
2014.
4
BEATRIZ, N.S.R. justiça pela qualidade na educação: o direito educacional no
sistema jurídico brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 73.
5
ANDRÉ.LAHÓZ. Lição de casa. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-
exame/noticias/licao-de-casa-m0051168> Acesso em: 06 de ago. 2014.
6
BEATRIZ, N.S.R. Justiça pela qualidade na educação: O direito educacional
no sistema jurídico brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 86.
7
MARTINS, R. M. S. F. Direito à Educação: aspectos legais e constitucionais.
Rio de Janeiro: Editora Letra Legal, 2004. p. 13.
8
Disponível em:
<http://www.educacao.al.gov.br/sistema-estadual-de-educacao/indice-de-
desenvolvimento-da-educacao-basica-ideb/como-o-ideb-e-calculado> Acesso em:
02 de out. 2014.
9
Índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB), Disponível em:
<http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultadoBrasil.seam?cid=5633238>
Atualizado em 14/08/2012. Acesso em: 02 de out. de 2014.

Disponível em: <http://www.alub.com.br/alub/diferenciais/colegio-alub/> Acesso


10

em: 02/10/2014.
11
SOUZA. Carlos, Evolução histórica do conceito de educação e os objetivos
constitucionais da educação brasileira. 2006. p. 129, tese (Mestrado em
educação) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo.
12
CALGARO, Fernanda. Brasil avança, mas educação freia desenvolvimento,
indica IDH dos municípios. Disponível em:
<http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/07/29/pais-avanca-mas-
educacao-segura-desenvolvimento-indica-idhm.htm> Acesso em 10 de mai. 2014.
13
FREITAS, Eduardo. Educação, base do desenvolvimento. Graduado em
Geografia, Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/educacao-base-
desenvolvimento.htm> Acesso em: 06 ago. 2014.
14
NAVALÓN, A. A educação do século 21 é movida por interação e curiosidade.
Disponível em: <http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/04/27/a-educacao-do-
36

seculo-21-e-movida-por-interacao-e-curiosidade-afirma-escritor/> Acesso em: 06 de


ago. 2014.

15
AZEVEDO, Reinaldo. O Brasil investe em educação um percentual do PIB de
Primeiro Mundo e colhe um resultado de Terceiro. Disponível em:
<http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-brasil-investe-em-educacao-um-
percentual-do-pib-de-primeiro-mundo-e-colhe-um-resultado-de-terceiro-e-dinheiro-
que-falta-nao-e-competencia-mesmo-mas-nao-se-diga-isso-na-era-petista/> Acesso
em: 06 de ago. 2014.
6
Ibidem.
17
FREITAS, Eduardo. Educação, base do desenvolvimento. Graduado em
Geografia, Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/educacao-base-
desenvolvimento.htm>. Acesso em: 06 ago. 2014.
18
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>
Acesso em: 08 de out. 2014.
19
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_de_lei> Acesso em: 05 de out.
2014.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e


20

bases da educação nacional. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em: 05 de out. 2014.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.


21

Brasília, DF: Senado Federal, 2014. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>
Acesso em: 08 de out. 2014. Acesso em: 05 de outubro de 2014.

BRASIL. Congresso Nacional. Projeto de Lei n° 6.184/2013: para incluir como


22

conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio noções básicas de Direito


Constitucional. Disponível em
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?
codteor=1120568&filename=PL+6184/2013 Acesso em: 05 de out. 2014.
23
BRASIL. Congresso Nacional. Projeto de Lei n° 6.184/2013: para incluir como
conteúdo obrigatório do currículo do ensino médio noções básicas de Direito
Constitucional. Disponível em:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?
codteor=1120568&filename=PL+6184/2013 Acesso em: 05 de out. 2014.

AMARAL, Suely. Introdução à psicologia da educação: A escola de Vygotsky.


24

São Paulo: Editora Avercamp, 2004. 140/141 p.


37

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss de língua


25

portuguesa. 2. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004, p. 248.


26
Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?
lingua=portugues-portugues&palavra=educa%E7%E3o> Acesso em 04 out. 2014.

RODRIGUES, Lincoln. Dignidade da Pessoa Humana: do conceito a sua


27

elevação ao status de princípio constitucional


Disponível em <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/7095/Dignidade-da-
Pessoa-Humana-do-conceito-a-sua-elevacao-ao-status-de-principio-constitucional>
Acesso em 05 de out. 2014.
28
PACHECO, José. O que fazer para melhorar a educação? O educador José
Pacheco dá pistas.
Disponível em <http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/09/29/o-que-fazer-para-
melhorar-a-educacao-o-educador-jose-pacheco-da-pistas.htm> Acesso em 05 de
out. 2014.

SANTANA, M.N. Acesso à Justiça: Abismo, população e Judiciário.


29

Disponível em <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7498> Acesso em 05 de out. 2014.
30
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em: 05 de out. 2014.
31
CHAVES, R.C.R.M. Qualidade pela educação: Metas de qualidade na
educação básica. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. p. 554.
32
Disponível em <http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/o-que-sao-as-metas>
Acesso em: 05 de out. 2014.
33
Ibidem.
34
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em: 05 de out. 2014.
35
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal, 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>
Acesso em: 08 de out. 2014. Acesso em: 05 de outubro de 2014.
36
Ibidem.
37
Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/estatisticas-gastoseducacao> Acesso em:
05 de out. 2014.
38
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/noticias/2014/09/29/o-que-fazer-para-
melhorar-a-educacao-o-educador-jose-pacheco-da-pistas.htm> acesso em: 06 de
out. 2014.
38

39
Ibidem.

AMARAL, Suely. Introdução à psicologia da educação: A escola de Vygotsky.


40

São Paulo: Editora Avercamp, 2004. 140/141 p.


41
LOCKE, John. Segundo tratado sobre el gobierno civil. Editora Madrid: Alianza,
2000. p. 28.
42
KANT, Immanuel. Sobre a pedagogia. 5. ed. Piracicaba: UNIMEP, 2005. p. 15.
43
PAE, Richard; ROBERTO, José. Justiça pela qualidade na educação:
Responsabilidade públicas, controles e exigibilidade do direito a uma
educação de qualidade. São Paulo: Editora Saraiva, 2013. 713 p.
44
Disponível em: <http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/06/entenda-os-
principais-pontos-do-plano-nacional-de-educacao.html> Acesso em: 05 de out. 2014.
45
Disponível em: <http://www.idecrim.com.br/index.php/direito/26-inclusao-escolar>
Acesso em: 05 de out. 2014.
46
Disponível em:
<http://www.ucb.br/Noticias/2/4776/SementesDoSaberEmEscolasPublicasDoDf/>
Acesso em: 25 de out. 2014.

ANEXO A - PROJETO DE LEI N° 6954/2013

PROJETO DE LEI Nº ,2013


(Do Sr. ROMÁRIO)
39

Altera a redação dos arts. 32 e 36 da


Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional), para inserir
novas disciplinas obrigatórias nos
currículos dos ensinos fundamental
e médio.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Os arts. 32 e 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional), passam a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 32...........................................................................................
...........................................................................................................
II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, do exercício da
cidadania, da tecnologia, das artes e dos valores morais e cívicos em que se
fundamenta a sociedade;
..........................................................................................................
§ 5º O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, a disciplina
Constitucional, além de conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos
adolescentes, tendo como diretriz a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente), observada a produção e distribuição de material didático
adequado.
.............................................................................................” (NR)
“Art. 36...........................................................................................
..........................................................................................................
IV – serão incluídas a disciplina Constitucional, a Filosofia e a Sociologia como
disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio.
.............................................................................................” (NR)
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

A promulgação da Constituição Federal de 1988, que completou 25 anos este


ano, foi o grande marco da restauração da democracia no Brasil e a renovação do
orgulho cívico no país.

Foi a maior movimentação política de várias classes sociais, sindicais e das


minorias já registrado na história da nação brasileira, marcada pela conquista de
direitos individuais e a liberdade de expressão.

O objetivo deste projeto de lei é expandir a noção cívica dos nossos


estudantes, ensinando-lhes sobre seus direitos constitucionais, como cidadão e
futuro eleitor, e, em contrapartida, aprenderem sobre seus deveres.

Ao completar 16 (dezesseis) anos o jovem brasileiro tem a faculdade de tirar


seu título de eleitor e exercer seu direito de cidadão, que é escolher seu
representante político através do voto, iniciando sua participação ativa nos assuntos
da sociedade.
40

Esses jovens estudantes já têm uma base educacional sólida ao cursar o


ensino médio para compreender a importância de ser um cidadão consciente e as
consequências geradas à gestão pública ao escolher um candidato despreparado ou
ficha suja.

Especialmente após as manifestações de junho deste ano, tornou-se


necessária maior atenção aos nossos jovens, quase adultos, que nos remetem à
lembrança dos caras pintadas de outrora.

Desta forma, certo da compreensão dos nobres Pares sobre a relevância


deste Projeto, espero o apoio de Vossas Excelências em sua rápida aprovação.

Sala das Sessões, 11 de dezembro de 2013.

ROMÁRIO

Deputado Federal – PSB/RJ

ANEXO B – PROJETO DE LEI N° 7969/2014

PROJETO DE LEI Nº , de 2014


(Do Sr. Onofre Santo Agostini)
41

Acrescenta parágrafo ao art. 26 da


Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional e dá
outras providências, para incluir o
estudo da Constituição da República
Federativa do Brasil na base
curricular nacional comum.

O Congresso Nacional Decreta:


Art. 1º O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
acrescido do seguinte parágrafo:
“Art. 26. .......................................................................................
.....................................................................................................
§ 10. Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir o estudo geral da
Constituição da República Federativa do Brasil, de forma adequada a cada etapa do
desenvolvimento do estudante.
I – no início de cada ano letivo, todo o estudante do ensino fundamental, a partir da
5º ano do ensino fundamental, e no ensino médio deve receber gratuitamente um
exemplar da Constituição da República Federativa do Brasil.” (NR)
Art. 2º Esta lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após sua publicação.

JUSTIFICATIVA

Conforme postula o artigo 22 da nossa Constituição, em seu inciso XXIV, é


competência privativa da União, e, portanto, cabe ao Congresso Nacional (art. 48 da
CF), legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional. Isso se dá,
principalmente, porque há a intenção de que prevaleça um projeto de futuro de País,
comum a todos os brasileiros, que promove a identidade nacional e acena para um
país que queremos ter.

Diante dessa importante responsabilidade, insere-se a presente proposição. A


cidadania só passa a ser plenamente exercida quando a pessoa compreende que
vive em um Estado que emana direitos e deveres, além de determinada estrutura
que lhe confere características peculiares que, ao fim, regem a vida em sociedade.

Os prejuízos advindos da ausência de uma população consciente de seus


direitos, deveres e obrigações não são mensuráveis. Principalmente porque talvez a
mais importante ferramenta de controle e fiscalização do Estado seja o controle
social. Além disso, as pessoas cultivam uma cultura de distanciamento da política, e,
muitas vezes, de desinteresse. Se as pessoas compreendessem que a política é o
que, ao fim, rege a vida em sociedade, já que dita as diretrizes do futuro de um país
na forma de normas, diretrizes programas, provavelmente buscariam influenciar e
participar mais deste mundo.

Nesse contexto se insere a necessidade de inclusão, nos currículos do ensino


fundamental e médio, de conteúdos sobre a Constituição do Brasil. De forma
adequada a cada faixa de desenvolvimento da pessoa, conteúdos sobre direitos
42

humanos, deveres e obrigações, estrutura e funcionamento do Estado, passariam a


fazer parte da vida da pessoa antes mesmo de ela adquirir direitos políticos.

Investir em conhecimento sobre a Constituição é investir num país no qual a


população tem condições efetivas de participar da vida política. Com esta ação,
pretende-se que a participação popular e o controle social e accountability, passem
do mero discurso para uma prática incorporada ao cotidiano das pessoas, arraigada
no próprio conceito de cidadania.

Sala das Comissões, em 03 de setembro de 2014.

Deputado ONOFRE SANTO AGOSTINI

PSD/SC

ANEXO C – PROJETO DE LEI N° 8010/2014

PROJETO DE LEI Nº , DE 2014


(Do Sr. Márcio Marinho)

Altera a lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996.


43

O Congresso Nacional decreta:


Art. 1º Esta lei altera o parágrafo 1º do artigo 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
de 1996.
Art. 2º O parágrafo 1º do artigo 26 da Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 26 (...)
§1º – Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o
estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e
natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil, bem como o ensino
do direito constitucional.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

O projeto de lei altera o parágrafo 1º do artigo 26 da lei nº 9.394 de 20 de


dezembro de 1996 para acrescentar o direito constitucional como disciplina
obrigatória nos currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino
médio.

A lei dispõe que os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e


do ensino médio devem ter base nacional comum, e devem ser complementados
conforme as características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia
e dos educandos.

em seu parágrafo 1º dispõe que os currículos devem abranger,


obrigatoriamente, o estudo das disciplinas da língua portuguesa e da matemática, o
conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
especialmente do Brasil.

A proposta ora apresentada tem por objetivo acrescentar o ensino do direito


constitucional como disciplina obrigatória constante do currículo escolar.

A constituição federal de 1988 é a norma fundamental de nosso país servindo


como parâmetro para todas as relações individuais e sociais no decorrer de nossas
vidas.

Ao se ter a obrigatoriedade de lecionar a disciplina direito constitucional nas


escolas estaremos contribuindo para que os nossos alunos tenham uma formação
escolar mais qualificada.

A matéria direito constitucional é de extrema relevância e ao incluí-la como


disciplina obrigatória do currículo escolar, nossas crianças e nossos jovens terão a
oportunidade de aprender desde cedo sobre a organização de nossa sociedade, os
direitos e deveres de seus integrantes, o funcionamento estatal desde a sua
formação, princípios, organização de poderes, ordem social dentre outros temas,
além de serem conscientizados sobre seus direitos e garantias fundamentais.
44

Concluirmos ser de suma importância tal aprendizado. E dessa forma será


possível formarmos cidadãos mais conscientes e compromissados com seu país,
prestigiando a sociedade e o seu desenvolvimento.
Pelo exposto apresentamos a proposta e contamos como o apoio dos nobres para
sua aprovação.

Sala das Sessões, em 25 de setembro de 2014.

Deputado Márcio Marinho

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