Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito
Diana Pedro
São Paulo
2015
UNINOVE – UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
Direito
Diana Pedro
São Paulo
2015
AGRADECIMENTOS
O objetivo desta pesquisa é buscar uma definição do que pode ser considerado como
qualidade na oferta da Educação Básica para, dentro desse conceito, realizar uma
análise do que pode ser exigido por meio de demandas judiciais. A partir de um breve
resgate histórico da evolução do Direito à Educação, que possibilitará compreender a
legislação educacional atual, serão extraídas as definições de qualidade da legislação
e de documentos oficiais. Em seguida será realizada um levantamento de quais
mecanismos judiciais estão disponíveis para exigir o Direito à educação, finalizando
com um diagnóstico a partir de decisões recentes do Judiciário sobre o tema, que
possibilitarão uma visão de quais instrumentos jurídicos têm sido mais utilizados,
quais os aspectos do Direito à Educação têm sido mais exigidos e qual o
comportamento do Poder Judiciário diante dessas demandas, para concluir qual papel
tem assumido o Poder Judiciário na efetivação do Direito Fundamental à uma
Educação de qualidade.
The objective of this research is to find a definition of what can be considered as quality
in the Basic Education to offer, within that concept, conduct an analysis of what may
be required by lawsuits. From a brief historical review of the evolution of the right to
education, which will allow understand the current educational legislation, the quality
settings of legislation and official documents will be produced. Then a survey of which
judicial mechanisms will be made available to demand the right to education, ending
with a diagnosis from recent decisions of the judiciary on the issue that will allow a
vision of what legal instruments have been most used, what aspects the right to
education have been most demanded and what the Judiciary behavior towards these
demands, to complete what role the judiciary has played in the realization of the
fundamental right to a quality education.
INTRODUÇÃO................................................................................................... 7
CONCLUSÃO...................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS................................................................................................... 60
7
INTRODUÇÃO
Por fim, esta pesquisa permitirá, pela análise não exaustiva de decisões
judiciais que tratem do tema Educação, observar qual tem sido o objetivo das
demandas que atingem a busca por esse direito, relacionando as soluções fornecidas
pela Justiça brasileira com o intuito de verificar se a qualidade na Educação já foi
incorporada enquanto direito, passível de ser buscada e viabilizada juridicamente.
2 Idem, Locke fundamenta a existência do Estado na garantia da liberdade, propriedade e igualdade entre os
indivíduos.
3 ...quem quer que detenha o poder... de qualquer Estado está obrigado a governá -lo por meio de leis fixas
estabelecidas, promulgadas e conhecidas pelo povo... MORRIS, Clarence. Os grandes filósofos do Direito.
11
4 ... impossível desenvolver as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais
... [educação é o direito com o qual] não é possível transigir sem a perda irreparável de algumas gerações... –
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, AZEVEDO, F. apud CUNHA, Célio da in Justiça pela qualidade na
Educação, Saraiva, 2013
12
Anísio Teixeira, por sua vez, não manteve sua defesa pela Educação Pública
apenas no âmbito da universalização; ele vai além e afirma a indissociabilidade entre
qualidade e cultura, defendendo uma escola integral que não se limitasse apenas ao
ensino da escrita, leitura e operações, mas que possibilitasse a prática e a construção
de hábitos saudáveis de socialização, apreciação, pensamento e reflexão para os
direitos, enfim, produtora da democracia.
5CAGGIANO, Monica Hermano S. A Educação. Direi to Fundamental, pag. 29. In RANIERI, Nina Beatriz Stocco.
Direito à Educação – aspectos constitucionais, EDUSP, 2009
14
6RANIERI, Nina Beatriz Stocco, O direito educacional no sistema jurídico brasileiro. In Justiça pela qualidade na
Educação, Saraiva
16
7 COSTA,A. C. G. e LIMA, I. M. S. O. Estatuto e LDB: Direito à Educação in Pela Justiça na Educação – FUNDESCOLA/
MEC, 2000.
18
8 OLIVEIRA JÚNIOR, Valdir Ferreira de. O Estado solidarista: estratégias para sua efetivação. “O mínimo existencial
tem regime jurídico previsto na Lei n. 8742/ 1993 (...). Em seu art. 1º estabelece: A assistência social, direito do
cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais,
realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades básicas”. Em sentido contrário AGRA, Walber de Moura. Direitos Sociais. “Não se
defende a terminologia conteúdo mínimo dos direitos humanos porque se passa a ideia de que a intensidade
normativa protegida, inexoravelmente teria que ser mínima”
9 A esse respeito pronuncia-se o STF na ADPF 45-9, pelo Ministro Celso de Melo: “Ao apurar os elementos
fundamentais dessa dignidade [o mínimo existencial], estar -se-ão estabelecendo exatamente os alvos
prioritários dos gastos públicos. (...) O mínimo existencial, como se vê, associado ao estabelecimento de
prioridades orçamentárias, é capaz de conviver produtivamente com a reserva do possível (...) se tais poderes
do Estado ... procederem com ... injustificável inércia estatal ou abusivo comportamento governamental... , aí
então, justificar-se-à, como precedentemente já enfatizado – e até mesmo por razões fundadas em um
imperativo ético-jurídico – a possibilidade de intervenção do Poder Judiciário...” in GRINOVER, A. P. O controle
das Políticas Públicas pelo Judiciário.
19
Para essas situações é imperioso o papel dos magistrados, que cada vez mais
precisam buscar fundamentação para suas decisões, embasando-as em argumentos
relevantes e justificáveis, amparados pelos objetivos e princípios constitucionais, de
forma equilibrada e pragmática, para que não se distancie da Lei e se torne arbitrário,
sem tampouco transformar suas determinações em um emaranhado de teoria, que na
prática não consegue atingir a função social da justiça, que é a de garantir os Direitos
conquistados historicamente, colaborando para a construção dos direitos das novas
gerações.
De acordo com XIMENES 10, ainda que não expressa no mundo jurídico, não
se pode aceitar que se oferte uma educação de má qualidade apenas porque a
legislação tenha se omitido, pois trata-se de um princípio, que de acordo com
DWORKIN, “é um padrão que deve ser observado, não porque vá promover ou
assegurar uma situação econômica, política ou social considerada desejável, mas
porque é uma exigência de justiça ou equidade ou alguma outra dimensão da
moralidade.”11
10 XIMENES, Salomão Barros. Padrão de Qualidade do Ensino: desafios institucionais e bases para a construção
de uma teoria jurídica. “Com anterioridade lógica ao fenômeno j urídico poderíamos concluir, inclusive, que é
moralmente inaceitável a oferta de uma educação de má qualidade ou ainda que o Estado se mantenha omisso
em tal dimensão. (...) haveria, independente da positivação constitucional, um argumento de princípio em favor
do reconhecimento da qualidade do ensino como componente universal do direito à educação.”
11 DWORKIN, 2002, p. 36. In XIMENES, S. B. Padrão de Qualidade do Ensino: desafios institucionais e bases para
Por estas definições é possível afirmar que a qualidade só pode ser afirmada
dentro de parâmetros pré-estabelecidos que indiquem o que é esperado da educação
para que ela seja considerada de boa qualidade, sendo que as características serão
definidoras das ações em políticas educacionais, na busca de uma equiparação aos
padrões e às metas definidas.
15 In CABRAL, K. M. e DI GIORGI, C. A. G.
16 O Brasil foi classificado na 38ª posição, em uma lista de 40 países analisados pela PEARSON, empresa britânica
de publicação em Educação, que compara diferentes rankings internacionais e combina dados de aprendizagem
e fatores sociais para determinar o Índice Global de habilidades cognitivas e desempenho escolar. In The Larning
Curve. PEARSON, 2014. E dentre os 65 países participantes do PISA em 2012 – Programa Internacional de
avaliação de alunos - da OCDE – Organização para cooperação e desenvolvimento econômico – , o Brasil obteve
24
Uma análise das legislações pertinentes e dos rumos das políticas públicas
no que se refere à Educação brasileira torna possível extrair os sentidos de qualidade
e requisitos de exigibilidade possíveis de serem utilizados no âmbito jurídico.
(...)
55º lugar nas habilidades de leitura e interpretação, o 58º lugar nas habilidades matemáticas, e o 59º lugar nas
habilidades de Ciências, enquadrando-se dentro de níveis e pontuações abaixo da média definida pela
Organização, que realiza uma avaliação internacional a cada três anos e compara diferentes habilidades e fatores
sociais na elaboração de seus indicadores. Resultados do PISA 2012 em foco: o que os alunos sabem aos 15 anos
de idade e o que podem fazer com o que sabem. OCDE, 2014.
25
(...)
(...)
(...)
(...)
ANEXO
(...)
28
(...)
2.3 Análise das teorias e práticas atuais e da posição do país nos rankings
educacionais
18 Declariación del Foro ONG 2015. Hacia el derecho a la Educación Pública, inclusiva y de calidad y el aprendizaje
a lo largo de toda la vida después de 2015.
30
posto em prática, e que em 2010 foi estabeleceu o valor de R$ 2.776,34 por aluno nos
anos iniciais do Ensino Fundamental, sendo que o repasse real realizado pelo
FUNDEB – Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica foi de R$ 1.413,15 no
mesmo ano.19
Essa breve análise nos leva a percepção de que além da garantia de vagas,
são necessárias condições que permitam ao aluno não se evadir, ser estimulado a
frequentar a escola, e isso só se conquista quando ele acredita na necessidade de
frequentar a as aulas, adquire novos conhecimentos e se sente acolhido pela
instituição, o que requer que as instituições escolares estejam prontas para atender
às diferenças individuais, até mesmo no que diz respeito a oferta de formas
alternativas de ensino para os que vivem no campo, em comunidades indígenas ou
quilombolas; e que os profissionais que atuam na escola tenham condições de lhes
proporcionar atividades estimulantes, valorização e atenção às suas necessidades
individuais no que diga respeito à sua forma de aprender.
Por essa breve síntese já é possível elencar alguns aspectos que devem ser
garantidos e que fundamentam o direito à qualidade na Educação, podendo ser
exigidos quando observadas sua violação:
Todas essas garantias não podem ser consideradas dissociadas dos índices
das avaliações nacionais e internacionais (às quais o Brasil é vinculado) sobre a
aprendizagem dos alunos, seus indicadores e metas; nem tampouco da
disponibilização de receitas a serem destinadas à sua concretização, que são fatores
que estruturam e norteiam os rumos da Educação, respeitando vinculações
constitucionais e dispositivos legais de percentuais mínimos a serem destinados às
atividades de ensino.
32
20 XIMENES, S. B.
33
e que esses fatores, aliados a uma escola que oferece menos oportunidades e
condições, apenas perpetuam diferenças sociais, de conhecimento e oportunidades.
REGIÃO 2005 2007 2009 2011 2013 2005 2007 2009 2011 2013
Brasil 3,6 4,0 4,4 4,7 4,9 5,9 6,0 6,4 6,5 6,7
Norte 2,9 3,3 3,8 4,2 4,3 5,5 5,6 5,9 6,1 6,1
Nordeste 2,7 3,3 3,7 4,0 4,1 5,4 5,5 5,8 6,0 6,2
Sudeste 4,4 4,6 5,1 5,4 5,6 6,3 6,3 6,8 6,8 6,9
Sul 4,3 4,6 5,0 5,4 5,6 6,2 6,3 6,7 7,0 7,2
Centro-oeste 3,8 4,2 4,8 5,1 5,3 5,9 5,9 6,4 6,7 6,8
23 XIMENES, S. X.
24 Anuário Brasileiro da Educação Básica, 2015
35
Não se pode esperar que a mesma proposta pedagógica adotada por uma
escola da área urbana de uma região centralizada, quando utilizada por uma escola
da área rural ou que se localize na área urbana, mas em regiões mais distantes do
centro produza os mesmos resultados. Tampouco se deseja que cada escola construa
36
seus objetivos e elenque as competências que espera desenvolver nos alunos sem
respeitar nenhum parâmetro.
Não basta a garantia de matrícula em uma instituição escolar, pois a vaga, por
si só, não significa o cumprimento da garantia do Direito à Educação de qualidade,
que só se efetivará se a Educação for oferecida dentro de padrões mínimos que
respeitem a garantia de professores valorizados e que participem de formações
constantes; a existência de recursos e insumos mínimos por aluno; prédios com
condições físicas e estruturais inclusivas, para que as escolas permitam uma
educação contextualizada e a maior autonomia dos estudantes na construção de seu
conhecimento; garantia de adequação entre número de alunos por turma e professor,
com carga horária que possibilitem o ensino; recursos humanos e pedagógicos
adequados e em quantidade suficiente por escola; verbas e destinação orçamentária
coerentes com as necessidades de cada realidade; conteúdos curriculares mínimos e
avaliação adequada às diferentes realidades e o exercício da Gestão Democrática,
que possibilitará a participação de todos os envolvidos e interessados na construção
da Educação de Qualidade, que formará as futuras gerações.
Nesse sentido também a ADPF 45-9, sob relatoria do Ministro Celso de Mello,
julgada em 2004, ao analisar o descumprimento do princípio da Separação dos
26BUCCI, 2006, p.31 in SILVEIRA, Adriana A. Dragone. Judicialização da Educação para a efetivação do Direito à
Educação Básica
39
Poderes nas decisões que determinam direitos fundamentais, afirma que, apesar de
não estar incluída entre as funções do Poder Judiciário a atribuição de formular e
implementar políticas públicas, por ser encargo dos Poderes Legislativo e Executi vo,
“tal incumbência, no entanto, embora em bases excepcionais, poderá atribuir-se ao
Poder Judiciário, se e quando os órgãos estatais competentes, por descumprirem os
encargos políticos-jurídicos que sobre eles incidem, vierem a comprometer, com tal
comportamento, a eficácia e a integridade dos direitos individuais e/ ou coletivos
impregnados de estatura constitucional, ainda que derivados de cláusulas revestidas
de conteúdo programático.”
direitos nem sempre reclamam por não saberem como fazê-lo ou não ter real
consequência de que tiveram um direito ferido. Também é preciso considerar a
existência de cidadãos que se consideram totalmente impotentes para reivindicar seus
direitos diante das dificuldade de acesso ao Judiciário, conforme afirma SADEK 27,
quando diz que “expressivos setores da população acham-se marginalizados dos
serviços judiciais”.
27 SADEK, 2004 in SILVEIRA, Adriana A. Dragone. Judicialização da Educação para a efetivação do direito à
educação básica
28 BARROSO, Luis Roberto. O novo direito constitucional brasileiro. In CASTRO, Alessandra Rodrigues e COSTA,
Lucas Sales. Ativismo Judicial e política pública de educação: estudo de caso do Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo, 2014.
41
Por fim os Conselhos Tutelares, definidos pelo artigo 131 do ECA como
órgãos permanentes e autônomos, não jurisdicionais, com a função de zelar pelo
29 DUARTE, Clarice Seixas, 2006 in SILVEIRA, Adriana Dragone. Atuação do Tribunal de Justiça de são Paulo com
relação ao direito de crianças e adolescentes à Educação. 2012
42
cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes, são outra instituição que
tem plenas condições de prestar auxílio na melhoria das condições do ensino, pois
detém o poder de requisição em relação a serviços públicos, após deliberação pelos
seus membros.
c. Ação civil pública – prevista pela Lei 7.347 de 1985, é instrumento jurídico
para a defesa de qualquer interesse difuso ou coletivo que tenha sido
ameaçado ou violado por ação ou omissão de agentes públicos ou
particulares e pode ter como sentença a condenação em perdas e danos
ou a obrigação de fazer ou não fazer. Pode ser proposta pelo Ministério
Público, que também tem o dever de atuar como fiscal da lei, ainda que
não seja parte, por órgãos públicos bem como associações que defendam
os interesses indisponíveis, entre eles a Educação, ressaltando que o
Ministério Público é o único órgão que possui legitimidade extraordinária
para o manejo da Ação Civil Pública também na esfera de interesses
individuais relativos à infância e à adolescência, nos termos do artigo 201,
inciso V, do ECA. Permite a concessão de tutela antecipada para proteger
de forma mais célere o direito ameaçado. O Ministério Público, conforme
prevê o artigo 129, inciso III da Constituição Federal, pode promover o
Inquérito civil, procedimento administrativo investigatório para a coleta de
elementos de convicção que sirvam de elemento à propositura de uma
ação civil pública. “Dada a amplitude que lhe conferem, tanto a Lei 8069/
1990 quanto à Lei 7347/ 1985, a ação civil pública presta-se não apenas
para garantir a oferta do ensino fundamental e demais níveis do ensino,
mas também (...) para assegurar que a educação básica como um todo
atenda aos princípios e objetivos estabelecidos pela Constituição Federal
e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Tendo em vista que a
garantia de acesso, permanência e sucesso na escola faz parte de um
contexto mais amplo de proteção integral aos direitos infanto-juvenis, ação
civil pública pode ser também manejada de modo a compelir o sistema de
ensino a, nesse sentido, desenvolver ações e programas específicos, de
31 DIGIÁCOMO, Murillo José. Instrumentos Jurídicos para Garantia do Direito à Educação. 2004
47
32 DIGIÁCOMO, Murillo José. Instrumentos Jurídicos para a garantia do Direito à Educação. 2004
33 DIGIÁCOMO, Murillo José. Instrumentos Jurídicos para a garantia do Direito à Educação . 2004
48
34 DIGIÁCOMO, Murillo José. Instrumentos Jurídicos para a garantia do Direito à Educação. 2004
49
Uma análise das produções sobre o tema revela que também é crescente o
número de pesquisas e produções bibliográficas que investigam a crescente procura
pelo Sistema Judiciário para exigir o Direito à Educação.
Nº DE
CATEGORIAS TEMAS
DECISÕES
EDUCAÇÃO INFANTIL 175
ENSINO FUNDAMENTAL 73
ENSINO MÉDIO 1
ACESSO À EDUCAÇÃO
EJA 6
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 10
BÁSICA
EDUCAÇÃO ESPECIAL 17
NÃO DEFINE A ETAPA/ MODALIDADE 2
35SILVEIRA, Adriana A. Dragone. Judicialização da Educação para a efetivação do Direito à Educação Básica.
2011
52
escolar mantêm relação com a garantia de acesso, pois são demandas que visam
garantir a matrícula e a frequência da criança e adolescente na unidade escolar.
Acórdãos elaborados no Tribunal de Justiça de Minas Gerais com tratamento de questões relacionadas
à educação básica no período de 1999 a 2013.36
36 CURY, Carlos roberto Jamil; AMARAL, Cláudia Tavares do. O Direito à Educação básica: análise inicial dos
julgamentos do tribunal de Justiça de Minas Gerais. 2013
37 Ibdem
53
Assuntos dos Acórdãos elaborados no Tribunal de Justiça de Minas Gerais com tratamento das questões
relacionadas à Educação Básica no período de 1999 a 2013. 38
38 CURY, Carlos Roberto Jamil; AMARAL, Cláudia Tavares do. O Direito à Educação básica: análise inicial dos
julgamentos do tribunal de Justiça de Minas Gerais. 2013
54
conclusão da educação básica visto que havia sido aprovado em vestibular sem ter
finalizado a educação em pauta”39
A maioria das ações foi proposta pelo Ministério Público e após o Mandado
de Segurança, a Ação Civil Pública aparece como ação mais utilizada na busca por
aspectos do Direito à Educação.
AÇÃO ASSUNTO POLO ATIVO POLO PASSIVO
Confederação nacional
Presidente da
ADPF 71 Definição do CAQi dos trabalhadores em
República
educação – CNTE
Ação Civil Pública Regularização do fornecimento da Município de Sapé -
Ministério Público
2007.82.00.008137-5 merenda escolar PB
Ação Civil Pública Fornecimento de merenda escolar do Município de Olinda
Ministério Público
ensino infantil e fundamental PE
Apelação Cível Município de Itupeva
Fornecimento de transporte escolar Cidadão
59.494-0/0 SP
Mandado de Segurança Município de Buritizal
Fornecimento de transporte escolar Cidadão
5383415200 SP
Ação Civil Pública Município de Teodoro
Fornecimento de transporte escolar Ministério Público
241.185-5/0-00 Sampaio – SP
39 CURY, Carlos Roberto Jamil; AMARAL, Cláudia Tavares do. O Direito à Educação básica: análise inicial dos
julgamentos do tribunal de Justiça de Minas Gerais. 2013
55
Cidadão e Ministério
Mandado de Segurança Vaga na Educação Infantil e garantia dos
Público em sede de Prefeito de Paulínia
362.019.5/6-00 insumos básicos
apelação
Mandado de Segurança Transporte Escolar para limite de Prefeitura de
Cidadão
683.982.5/0-00 município vizinho Auriflama
Representação de Cidadão e
Impedimento de frequência à escola por Conselho Tutelar de
Infração Administrativa estabelecimento de
falta de uniforme Itapira
140.739.0/4-00 ensino
Ação Civil Pública Critérios de classificação dos alunos para Escola de São
Ministério Público
150.094.0/8-00 o Ensino Fundamental Caetano do Sul
Representação de
Infração Administrativa Falta de frequência à Educação Básica Ministério Público Cidadão
700.324.4/5-64
Ação Civil Pública Estado do Rio Grande
Transporte escolar na zona rural Ministério Público
700.601.1/2-33 do Sul
Prefeitura do
Ação Civil Pública
Transporte Escolar Ministério Público Município de São
004.09.200304-08
Paulo
Modificação na formação das turmas de Prefeito de Presidente
Ação Civil Pública Ministério Público
Ensino Fundamental Prudente
Interrupção do período integral por falta
Ação Civil Pública Ministério Público Estado de São Paulo
de qualidade nas condições do ensino
Forma de avaliação que comprove
Município de Várzea
Ação Civil Pública absorção de pelo menos 50% do Ministério Público
Paulista
conteúdo
Ação Civil Pública Garantia de intérpretes em LIBRAS para Estado de São Paulo
Ministério Público
Autos 1760/09 os alunos com deficiência auditiva Presidente Prudente
Garantia de intérprete de LIBRAS para Estado de São Paulo
Ação Civil Pública Ministério Público
alunos portadores de deficiência auditiva Marília
Ação Civil Pública Estado do Rio de
Falta de professores no ensino público Ministério Público
594.018.7 Janeiro
Ação Civil Pública Estado de Santa
Transporte escolar Ministério Público
603.575 Catarina
Ação ordinária Responsabilidade do estado por Professor do ensino
Distrito Federal
1.142.245 agressão ao professor público
Ação Civil Pública Garantia de intérprete de LIBRAS para
Ministério Público Estado de São Paulo
990.1009541-3 alunos portadores de deficiência auditiva
CONCLUSÃO
Após essa análise foi possível uma comparação entre o que se entende por
qualidade e o que se busca pelo Sistema de Justiça, que é utilizado na maioria das
vezes como último recurso, verificando se a busca pela qualidade na educação já está
presente nas demandas que chegam ao judiciário.
REFERÊNCIAS