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Escola Superior da Magistratura Tocantinense – Esmat/TJ-TO

Núcleo de Capacitação e Aperfeiçoamento de Servidores (NUCAS)

CURSO:

A PEDAGOGIA JURÍDICA E O
ASSESSORAMENTO TÉCNICO AO
JUDICIÁRIO

MÓDULO II

PEDAGOGIA JURÍDICA: CONTEXTO E ATUAÇÕES

AUTORIA:

Ms. Cyntia A. de Araújo

(Pedagoga Jurídica do Tribunal de Justiça de Goiás)

Texto adaptado de: BERNARDES, Cyntia A. de A. Pedagogia Jurídica: contribuições do


pedagogo em Varas de Infância e Juventude. São Paulo: Editora Dialética, 2021. (de autoria
da própria docente)
Cyntia Aparecida de
Araújo Bernardes
Graduada em Pedagogia. Especialista em Ensino
Interdisciplinar em Infância e Direitos Humanos Mestra em
Educação, com bolsa Cnpq, todas pela Universidade Federal de
Goiás (UFG). É servidora efetiva no Tribunal de Justiça de Goiás
(TJGO), atuando como assistente técnica em Pedagogia na
Secretaria Interprofissional Forense da Corregedoria Geral de
Justiça, cujas atribuições envolvem coordenar, planejar, avaliar,
capacitar, dar apoio e assessoramento técnico às Equipes
Interprofissionais do Estado de Goiás; prestar assessoramento
técnicos aos juízes corregedores do TJGO em processos administrativos, por meio de avaliações
técnicas da área de competência da Pedagogia e/ou interprofissionais e no desenvolvimento de
projetos. É tutora e instrutora da Escola Judicial de Goiás (EJUG). Possui habilitação para atuar como
facilitadora e instrutora de Círculos de Justiça Restaurativa e Construção de Paz. Tem experiência como
docente na Educação Básica e na área de Pedagogia Empresarial. Integrou grupos de estudos e de
pesquisa, assim como projetos de extensão vinculados à Universidade Federal de Goiás (UFG). Autora
de livro e artigos científicos sobre Pedagogia Jurídica.
Sumário
UNIDADE 2 ....................................................................................................................... 5

CONSTITUIÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA DA PEDAGOGIA JURÍDICA .................................... 5

2.1 CONCEITO DE PEDAGOGIA JURÍDICA .............................................................. 5

2.1.1 Sentidos da Pedagogia Jurídica ................................................................ 6

2.2 MARCOS LEGAIS E HISTÓRICOS DA PEDAGOGIA NO ÂMBITO JURÍDICO:


onde a Pedagogia e o Direito se encontram ............................................................. 9

2.3 OBJETO, SUJEITOS E FINALIDADES DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NO


JUDICIÁRIO ................................................................................................................. 16

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 19

1 Lorem

2 double
UNIDADE 2

CONSTITUIÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA DA PEDAGOGIA


JURÍDICA

2.1 CONCEITO DE PEDAGOGIA JURÍDICA

Se você já atua ou não como pedagogo(a) jurídico(a) já deve ter se deparado com a
pergunta: “Mas o que faz um pedagogo no Tribunal de Justiça?” ou... “Pedagogia
Jurídica? O que é isso?”

Muitos de nós que atuamos no judiciário, tivemos que buscar as respostas somente
depois que começamos nossa caminhada nesse novo contexto de atuação de
pedagogos(as) e nesse percurso temos construído a prática pedagógica jurídica e
também, a partir dela, o aparato teórico para subsidiá-la (FRANCO, 2008), por meio
de estudos, pesquisas e produção do conhecimento sobre o assunto. Nesse
caldeirão da fabricação pedagógica (HOUSSAYE et.al., 2004), isto é, na reunião
mútua e dialética entre teoria e prática, pautando-nos nos fundamentos da
Pedagogia, seguimos renovando a ciência pedagógica.

Então, nossa tarefa nesse Módulo é construir o conceito de Pedagogia Jurídica a


partir da sua historicidade e também de outros marcadores ou elementos que a
circundam e se entrelaçam nesse processo de constituição.

A princípio, é importante destacar que partimos do entendimento de que a


Pedagogia Jurídica é um “campo” do conhecimento, a partir do conceito de
Bourdieu, que define o campo como um:

[...] microcosmo social dotado de certa autonomia, com leis e regras


específicas, ao mesmo tempo em que influenciado e relacionado a
um espaço social mais amplo. É um lugar de luta entre os agentes
que o integram e que buscam manter ou alcançar determinadas
posições. Essas posições são obtidas pela disputa de capitais
específicos, valorizados de acordo com as características de cada
campo […]. Os campos são formados por agentes, que podem ser
indivíduos ou instituições, os quais criam os espaços e os fazem
existir pelas relações que aí estabelecem. (PEREIRA, 2015, p.341)

Estamos falando, portanto, de um campo em construção e recentíssimo, do ponto


de vista histórico, propiciado por marcos sociais, políticos, legais e normativos que
contribuíram para abertura de um campo profissional e com isso de um novo

5
campo de conhecimento, com especificidades e características próprias. Por isso,
algumas perguntas são fundamentais para um olhar mais aproximado, tais como:

2.1.1 Sentidos da Pedagogia Jurídica

O termo Pedagogia Jurídica tem recebido diferentes sentidos e atribuições que


foram explicitadas por Bernardes, Melo e Santos (2021) no livro “Pedagogia Jurídica
no Brasil: questões teóricas e práticas de um campo em construção.

Em pesquisa ao uso do termo, as autoras identificaram três designações, sendo a


primeira relacionada ao ensino jurídico para a formação dos futuros operadores do
Direito (MARTÍNEZ, 2012); a segunda à educação jurídica do cidadão (BROCHADO,
2006) e a terceira como a Pedagogia desenvolvida por pedagogos(as) no Sistema de
Justiça.

Na primeira designação, o autor (MARTÍNEZ, 2012) propõe um método do


ensino do Direito pautado na teoria pedagógica de Paulo Freire, em crítica ao ensino
tradicional. Isso retrata as confusões conceituais históricas inerentes à própria
Pedagogia que apresentamos no Módulo I, ou seja, a histórica equivalência
equivocada entre Pedagogia e Didática.

Relembrando, a ciência que tem como objeto as teorias e práticas de ensino e


aprendizagem é a Didática (LIBÂNEO, 2010) e elas se concretizam na relação teórico-
prática do exercício da docência. Por outro lado, a Pedagogia sendo ciência da e
para a educação, estuda a educação e também a instrução e o ensino, sendo a
Didática um ramo de estudos da Pedagogia (LIBÂNEO, 1994). Nesse sentido,
“embora Martínez (2012) denomine sua proposta de ensino jurídico como

6
Pedagogia Jurídica, trata-se essencialmente de uma compreensão da pedagogia
freireana voltada ao ensino do Direito” (BERNARDES; MELO; SANTOS, 2021, p.44),
uma didática de ensino do Direito.

Na segunda, Bernardes, Melo e Santos (2021) indicam que trata-se de uma


proposta de educação jurídica para a cidadania, na qual a autora (BROCHADO, 2006,
p.166 e 177) aponta para a construção de um projeto pedagógico de educação que
extraia o “sentido ético da normatividade jurídica” e apresente de forma
diferenciada ao cidadão, desde “os níveis mais elementares de sua formação”.
Novamente, vê-se a referência a componentes inerentes aos processos de ensino,
objeto da Didática: conteúdos, objetivos, ensino, aprendizagem, métodos e
organização, pois, para Libâneo (2004),

O processo didático define a ação didática e determina as condições


e modalidades de direção do processo de ensinar tendo em vista a
preparação dos alunos para as tarefas sociais. O processo de
ensino opera a mediação escolar de objetivos, conteúdos e
métodos; sintetiza na aula a ação didática em sua globalidade [...].
(LIBÂNEO, 1994, p.92. grifo nosso)

Enfim, chegamos ao sentido defendido por Bernardes, Melo e Santos (2021, p.49)
de que a Pedagogia “é o campo epistemológico que se dedica aos estudos e
compreensões dos fenômenos educativos”, que “a educação é o seu objeto
epistêmico” e que o(a) pedagogo(a) “é o profissional que emprega em sua prática
elementos e intenções, de cunho pedagógico, destinados ao fenômeno educativo”.
Além disso, em concordância com Franco (2008, p.84), que a práxis pedagógica
configura-se no “exercício do fazer científico da pedagogia sobre a práxis educativa”.

Diante disso, assim como as referidas autoras, pelos motivos expostos e pelos
elementos epistemológicos e ontológicos em destaque no Módulo I, estamos
falando da Pedagogia Jurídica como a Pedagogia, a ciência da e para a
educação, desenvolvida por pedagogos(as) no Sistema de Justiça.

Além disso, para a compreensão desse sentido atribuído à Pedagogia Jurídica, outra
pergunta a ser respondida é: “Por que Jurídica?”. Isso porque outros adjetivos
poderiam ser apropriados, tais como: Pedagogia Forense ou Pedagogia Judiciária ou,
ainda, Pedagogia Judicial.

Bernardes, Melo e Santos (2021, p.50-51) apresentam as seguintes considerações,


em síntese, que justificam a não adequação das outras denominações em questão:

7
▪ “forense” - de etimologia latina (forensis), está relacionado aos foros judiciais,
aos tribunais de justiça. Logo, a adjetivação da Pedagogia nessa perspectiva
reduziria o fazer pedagógico ao locus dos fóruns, ou seja, ao espaço físico
onde funcionam os órgãos do Poder Judiciário em determinada comarca;

▪ “judiciário” - em latim judiciarius, em sua forma substantivada, relaciona-se


ao Poder Judiciário, órgão governamental. Enquanto que, na função de
adjetivo, é sinônimo de “judicial” e está relacionado ao que é próprio do juiz
e do órgão judiciário. Portanto, a exclusão desses dois termos, “judiciário” e
“judicial”, dá-se pelo mesmo caráter reducionista do termo “forense”.

▪ “jurídico” - refere-se ao Direito de forma geral, ao que é lícito, legal. Tem


origem etimológica no latim juridicus e está relacionado com a justiça. Logo,
“cumpre sua função de adjetivação da Pedagogia, que tem se constituído na
interlocução com o Direito, como um campo epistemológico em construção”.

Portanto,

[...] a Pedagogia Jurídica abarca a pedagogia forense e a judicial


ou judiciária. Nesse sentido, dada a associação desses contextos
com o próprio Direito, a atuação profissional do pedagogo
nesses locais legitima-se como uma prática pedagógico-
jurídica. (BERNARDES; MELO;SANTOS, 2021, p. 51. grifo nosso)

Nessa lógica, vamos à resposta da primeira pergunta que lançamos no início desta
Unidade: “O que é Pedagogia Jurídica? (definição)”:

A PEDAGOGIA JURÍDICA...

É o campo do conhecimento da práxis (teoria e prática) pedagógica em


interlocução com o Direito, no contexto do assessoramento técnico inerente
ao Sistema de Justiça, e voltado especialmente a sujeitos em situação de
vulnerabilidade.
(BERNARDES, 2021; BERNARDES; SANTOS; MELO, 2021)

8
E quem é o(a) pedagogo(a) jurídico(a)?

O(A) PEDAGOGO(A) JURÍDICO(A)...

é o(a) profissional com formação em Pedagogia e sujeito da práxis


pedagógica no âmbito jurídico. Isto é, aquele que, articulando os saberes
pedagógicos aos jurídicos, desenvolve a Pedagogia no contexto do
assessoramento técnico inerente ao Sistema de Justiça.
(BERNARDES, 2021; BERNARDES; SANTOS; MELO, 2021)

Estes profissionais lançam mão do domínio dos conhecimentos “científicos,


filosóficos e técnico-profissionais" próprios à Pedagogia, bem como daqueles
relativos ao campo do Direito, a depender da área na qual está atuando (Infância
e Juventude, Família, Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, entre outros)
e também da matéria (adoção, violência sexual contra criança e adolescente,
disputa de guarda, medidas protetivas, tutela, curatela, ato infracional, etc.), para
subsidiar os Magistrados em suas decisões judiciais.

2.2 MARCOS LEGAIS E HISTÓRICOS DA PEDAGOGIA NO ÂMBITO


JURÍDICO: onde a Pedagogia e o Direito se encontram

Os marcadores legais e históricos que constituem o campo da Pedagogia Jurídica,


coincidem com o início de uma demanda social por pedagogos(as) na instituição
judiciária, mais especificamente nas Varas de Infância e Juventude, ou seja, com a
constituição de uma nova área profissional para pedagogos(as).

Esse processo é iniciado no Brasil pelo Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA


(Lei nº 8.069/1990), marco regulatório representativo da movimentação social de
setores das ciências e de práticas sociais (PAULA; PAULA, 2015), que promoveu
mudanças significativas no que tange ao olhar e à atenção à infância e à
adolescência e também integra uma nova concepção da prática do Direito, em prol
da proteção aos direitos dessa população, considerando sua condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.

O ECA, além de incorporar inovações trazidas pela Constituição Federal (CF) de 1988
e por Tratados Internacionais1, no reconhecimento da criança e do adolescente

1
Citam-se: a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1959), o Pacto de San José da Costa Rica (Convenção
Americana de Direitos Humanos) de 1969, ratificado pelo Brasil em 1992, que estabeleceram as Regras Mínimas
das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e da Juventude, também denominada de Regras de
Pequim ou de Beijing (1980), a Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Resolução 44/25
da ONU, 1989), entre outros.
9
como sujeito de direitos, a serem protegidos e garantidos pelo Estado, pela
sociedade e pela família com prioridade absoluta (art. 227, CF, 1988), inaugura o
paradigma da proteção integral na legislação brasileira em substituição à “doutrina
da situação irregular” presente no Código de Menores de 1979, cujos objetivos
perseguidos se vinculavam mais à vigilância de “menores” e não à sua proteção.

Diferentemente daquele contexto advindo do referido Código, no qual o Juiz


apreciava as demandas que envolviam crianças e adolescentes a partir das fontes
tradicionais do direito e à sua própria percepção da realidade, o ECA inclui a
compreensão de “serviços auxiliares” ao introduzir equipes interdisciplinares para
o assessoramento técnico aos Juízos competentes.

A inclusão dos chamados serviços auxiliares no Sistema de Justiça é definida na


Constituição Federal de 1988 (art. 96, inciso I, alínea “b”) que, ao discriminar as
competências dos Tribunais, define como uma delas: “organizar suas secretarias e
serviços auxiliares e os juízos que lhes forem vinculados […]” (BRASIL, 1988).

O ECA, ao tratar da estrutura das Varas de Infância e Juventude, define sobre os


serviços auxiliares, nos artigos 150 e 151:

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta


orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e
da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local,
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos
de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção
e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista
técnico.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores
públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela
realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras
espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por
determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à
nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei nº 13.105, de
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017). (BRASIL, 1990, grifo nosso)

Outro marco normativo importante é a Recomendação nº 02/2006 do Conselho


Nacional de Justiça (CNJ), que orientava os Tribunais de Justiça estaduais na adoção

10
das “providências necessárias para a implantação de equipe interprofissional” em
todas as comarcas do estado, para atender as “causas relacionadas a família,
crianças e adolescentes” (BRASIL, 2006b), em observância aos art. 150 e 151 do ECA.
Em seguida, o CNJ publica também a Resolução nº 94/2009, que “determina a
criação de Coordenadorias da Infância e Juventude no âmbito dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal”, cuja estrutura também deve conter equipe
multiprofissional, preferencialmente do quadro de servidores do Judiciário (art. 3º,
§ 2º). Essas Coordenadorias, consoante o artigo 2º da referida Resolução, são órgãos
permanentes de assessoria das Presidências dos Tribunais estaduais na matéria da
Infância e Juventude.

Porém, o documento definidor da inclusão de pedagogos(as) nas equipes


interprofissionais foi o Provimento nº 36/2014 CNJ que, em seu art. 1º, inciso III,
descreve a composição das equipes multidisciplinares, “de, ao menos, psicólogo,
pedagogo e assistente social”. Também, no inciso IV do art.1º, define que os
Tribunais estaduais elaborassem projeto de implementação progressiva dessas
equipes “em cada uma das demais varas com atribuição cumulativa da Infância e
Juventude ou ao menos de criação de núcleos multidisciplinares regionais efetivos ou
solução similar”.

Os Tribunais de Justiça Estaduais foram adequando-se, paulatinamente, em atenção


às regulamentações, iniciando o processo de implantação de equipes
interdisciplinares na Infância e Juventude por meio da abertura de concursos
públicos. Desse modo, os pedagogos inseridos neste espaço em conjunto com
assistentes sociais e psicólogos, no diálogo com os operadores do Direito, passaram
a ocupar espaços em atividades periciais ou não, assessorando os Juízos não apenas
das Varas de Infância e Juventude, como também das Varas de Família, Varas
Criminais, Violência Doméstica Familiar e contra a mulher e Alternativas Penais,
sendo que alguns atuam em equipes interdisciplinares exclusivas da Infância e
Juventude, outros possuem atribuição cumulativa, ou seja, atendem demandas de
diversas varas.

Essa expansão de atribuições às equipes foi validada pela própria legislação, tendo
em vista que outras leis, relacionadas a outras áreas, foram incorporando a
demanda por equipes interprofissionais para assessoramento aos magistrados,
como vê-se:

▪ Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/2006);


▪ Lei da Guarda Compartilhada (Leis n° 11.698/2008 e n° 13.058/2014);

11
▪ Lei da Alienação Parental (Lei n° 12.318/2010);
▪ O Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), que prevê a presença
do perito para assistir o juiz, quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico;
▪ Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência.

Concomitante ao desenvolvimento normativo,


acompanha uma movimentação no que se refere ao
conhecimento sobre o desenvolvimento histórico para
a efetivação da lei, por meio de pesquisas, como é o
caso do Levantamento da Associação Brasileira de
Magistrados, Promotores e Defensores Públicos
(ABMP, 2008), publicado na ocasião da celebração de
18 anos do ECA (Figura 1)

O estudo indicava, entre outros aspectos, poucos


avanços no que se refere à estruturação das equipes
interprofissionais nas Varas de Infância e Juventude e Figura 1
apontava para a necessidade de ampliação da
diversidade de formação da equipe técnica, em sua maioria composta por apenas
assistentes sociais e psicólogos, sugerindo que esta composição incluísse não
somente pedagogos, como também outros profissionais como médicos e
antropólogos. Dos resultados dessa pesquisa efetuada pela ABMP, identificou-se a
presença de pedagogos em equipes das Varas de Infância e Juventude da seguinte
maneira: dos 18 estados2 apresentados nos resultados, apenas 4 deles contavam
com 18 pedagogos, distribuídos entre: Bahia (2), Distrito Federal (5), Paraná (9) e
Pará (2).

2
Além do Distrito Federal, foram citados os seguintes estados nos resultados: Ceará, Rio Grande do Norte, Acre,
Alagoas, Bahia, Piauí, Tocantins, Pará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul,
Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.

12
Em 2012, o CNJ, em parceria com o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), realizou outra
pesquisa, cujo relatório foi publicado com o título:
“Justiça Infantojuvenil: situação atual e critérios de
aprimoramento”. Nele, identifica-se a indicação do
pedagogo “como o mais recente profissional a se
somar aos já estabelecidos assistentes sociais e
psicólogos, ou seja, aos auxiliares de juízes […]” (SILVA;
SILVA, 2018, p.46).

Neste levantamento, percebe-se uma maior


representatividade dos(as) pedagogos(as) nas equipes
Figura 2
técnicas das Varas de Infância e Juventude, de modo
que nos 26 estados e Distrito Federal pesquisados, identificam-se 43 pedagogos, no
Pará (10), Ceará (2), Pernambuco (8), Espírito Santo (2), Paraná (2), Rio Grande do Sul
(4), Distrito Federal (3).

Naquela circunstância, segundo o relatório do CNJ/IPEA (BRASIL, 2012), as Regiões


Sul, Centro-Oeste e Nordeste não contavam com equipes em suas varas
cumulativas.

Contudo, em comparação com outras áreas, nas 91 varas exclusivas, a maior


representação era de assistentes sociais (381), seguidos de psicólogos (261) e
pedagogos (36). Do mesmo modo, nas 50 varas de competência cumulativa,
destacavam-se os assistentes sociais (109), depois psicólogos (67) e, em número
bastante reduzido, os pedagogos (7).

Mas foi a pesquisa dos pedagogos jurídicos Pedro Rodrigo Silva e Mirelly Shirleide
Silva (2021), publicada no livro “As práticas do pedagogo nos Tribunais de Justiça
Brasileiros: a emergência de uma Pedagogia (Jurídica)?”, que mapeou, sistematizou
e contextualizou pela primeira vez a inserção e atuação de pedagogos(as) no
judiciário em nível nacional.

Os autores indicam que a Pedagogia passou acompor os quadros de servidores do


Judiciário a partir de 1996 pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) e, mais
especificamente a partir dos anos 2000, quando foram abertos os primeiros
concursos para essa especialidade pelos Tribunais estaduais Brasil afora (SILVA;
SILVA, 2021), o que aconteceu com maior ênfase após o posicionamento do CNJ por

13
meio do Provimento nº 36/2020 (BRASIL, 2014) quanto ao cumprimento dos art. 150
e 151 do ECA (BRASIL, 1990).

Também, concluem que “[...] a porta de entrada para a maior parte das pedagogas
que chegaram aos fóruns foram precisamente as Equipes Interprofissionais da
Infância e Juventude” (SILVA;SILVA;MELO, 2021) e constatam uma realidade um
tanto quanto animadora se comparada aos números de 2012 (43 profissionais), já
que identificaram incialmente a presença de 148 profissionais, e em publicação
recente e atualizada (SILVA; SILVA; MELO, 2021) foram 171 pedagogos(as) jurídicos
pertencentes aos quadros dos Tribunais brasileiros, distribuídos conforme quadro
a seguir.

Figura 3 - Tabela retirada de SILVA;SILVA;MELO, 2021, p.139.

São números animadores, pois, se o parâmetro de comparação for a colocação de


assistentes sociais e psicólogos, que hoje apresentam uma representação

14
contundente, trata-se de um campo promissor em oportunidade de inserção para
outros pedagogos.

Dessa forma, concordamos com Silva e Silva (2018), ao afirmarem que

[…] à maneira dos assistentes sociais e psicólogos jurídicos que os


precederam, os pedagogos vêm demarcando espaços comuns e
exclusivos de atuação, conquistando outros espaços em Varas
de competências diversas e ajudando a tornar mais
consistente e eficaz o trabalho interdisciplinar das equipes
técnicas, obviamente, em movimentos dialéticos de avanço e
recuo. (SILVA; SILVA, 2018, p.48. grifo nosso)

Podemos, então, afirmar que a entrada dos pedagogos nos Tribunais estaduais,
embora tenha sido regida por uma regulamentação nacional, tem ocorrido de
forma diversificada e heterogênea, com uma quantidade de pedagogos que tem se
mostrado ainda insuficiente, considerando que alguns estados não incluíram
profissionais desta área em suas equipes.

Ante o exposto, percebe-se que foi em face da demanda social exposta e pela
competência inerente ao profissional da pedagogia no que tange o conhecimento
específico sobre educação, e desta como formação humana, que pedagogos e
pedagogas parassam a compor os serviços auxiliares das equipes interprofissionais
para oferecer subsídios aos magistrados nas decisões judiciais.

Vale reiterar, portanto, que a partir da abertura deste novo campo profissional
para a atuação de pedagogos(as) desencadeia-se um processo de construção
teórico-prática da Pedagogia Jurídica enquanto campo de conhecimento em
construção, de modo que os subsídios teóricos para a práxis pedagógica-
jurídica vem se ampliando desde então.

As principais obras publicadas até então, além do livro de Silva e Silva (2021), são:
“Pedagogia Jurídica: as práticas do Pedagogo no Judiciário” (MELO;SANTOS, 2015),
considerado a certidão de nascimento do campo da Pedagogia Jurídica; “Pedagogia
Jurídica no Brasil: questões teóricas e práticas de um campo em construção”
(AMARAL; SEVERO; ARAÚJO, 2021) e “Pedagogia Jurídica: contribuições do pedagogo
em Varas de Infância e Juventude” (BERNARDES, 2021).

15
Ainda assim, como salientam Galo e Melo (2021, p.106), “é possível afirmar que a
produção teórica sobre a Pedagogia Jurídica não tem acompanhado a disseminação e
profusão de práticas realizadas por pedagogos nesse âmbito, provocando um
esvaziamento epistemológico do seu fazer profissional, que muitas vezes se efetiva de
modo intuitivo e teoricamente frágil”.

Por isso o nosso empenho neste Curso! Nosso objetivo é que você possa se
apropriar dos elementos necessários a uma práxis comprometida, ética e
fundamentada, tendo em vista o impacto que a sua atuação técnica tem na
vida das pessoas, para além dos processos judiciais.

2.3 OBJETO, SUJEITOS E FINALIDADES DA INTERVENÇÃO


PEDAGÓGICA NO JUDICIÁRIO

Percorrido o contexto histórico de construção da Pedagogia Jurídica (Quando?), a


definição do que entendemos por Pedagogia Jurídica (O que é?) e a compreensão
de quem são os sujeitos da prática (Quem?), outras perguntas precisam ser
respondidas: O quê? (Qual o seu objeto específico de estudo?; Para quê? (Quais as
finalidades que norteiam a ação de pedagogos(as) jurídicos(as)?); Por quê? (motivo

16
de existir, seu sentido ontológico) e; Para quem? (sujeitos que recebem a ação
pedagógica).

De acordo com Galo e Melo (2021)3,

O OBJETO da Pedagogia Jurídica é o processo de formação humana dos


sujeitos sociais em sua integralidade, compreendendo os contextos de
convivência e as relações interpessoais que influenciam no seu
desenvolvimento global, na constituição da sua autonomia e na construção
de sua cidadania.
(GALO; MELO, 2022)

Nesta perspectiva a
intervenção
pedagógica no
Judiciário, que está
direcionada por duas
finalidades
fundamentais: uma
jurídica e outra
pedagógica, de modo
que não se restringem
ao aspecto técnico ou ao assessoramento técnico em si, sua finalidade jurídica, que
envolve também os direitos e deveres dos cidadãos, mas essencialmente tem como
alvo a emancipação dos sujeitos envolvidos nas lides processuais, especialmente
aqueles em situação de vulnerabilidade.

Assim, sendo o sentido ontológico da educação (objeto da Pedagogia) o sujeito, a


centralidade da atenção pedagógica sempre será o sujeito e sempre estará
integrada a um sentido emancipatório e à busca pela transformação da
realidade. Por isso, alinhando-nos a uma perspectiva crítico-dialética de
educação, concordamos com Franco (2008) ao afirmar que,

Se considerarmos que sua ação deve estar diretamente vinculada à


humanização da sociedade, ela será sempre um instrumento
político, portanto é fundamental que ela funcione como uma ação
social inclusiva e participativa, e que fique clara sua posição a

3
Disponível em aula ministrada por Ana Paula Galo e Simony Freitas Melo:
https://www.youtube.com/watch?v=CIyh5F7Bo8U&list=PLTDJfmByybx7t33WbujFJUpBlvWqSytvz&index=21&t=559
0s

17
favor da humanização, da equalização de oportunidades, da
construção da justiça e da paz entre os homens […]. (FRANCO,
2008, p.73, grifo nosso)

Agora que percorremos os fundamentos da Pedagogia Jurídica, no que se refere aos


seus marcadores sócio-históricos, ontológicos, epistemológicos, legais/normativos
e teóricos, adentraremos naqueles constitutivos da prática, dos modos de fazer
relacionados ao assessoramento técnico especializado no contexto das equipes
interprofissionais do Judiciário.

18
REFERÊNCIAS

ABMP – Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores


Públicos na Infância e Juventude. O Sistema de Justiça da Infância e Juventude
nos 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente: desafios na especialização
para a garantia de direitos de crianças e adolescentes. Brasília: ABMP, 2008.

AMARAL, Maria Gerlaine B.; SEVERO, José Leonardo Rolim; ARAÚJO, Talita Medeiros
de. (orgs.) Pedagogia Jurídica no Brasil: questões teóricas e práticas de um campo
em construção. Fortaleza: Ed. UECE, 2021. Disponível em:

BERNARDES, Cyntia Aparecida de Araújo. Concepções de formação de


professores: perspectiva emancipatória na produção acadêmica do centro-
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