Você está na página 1de 81

UNIDADE V

Unidade V – Atendimento Educacional Especializado – AEE para AH/SD:


Conteúdo específico para capacitar o professor no seu fazer diário,
aplicando metodologias, estratégias e o conhecimento no atendimento de
estudantes com altas habilidades/superdotação no AEE.

Convite ao Estudo

“Para reconhecer alunos superdotados é necessário ao


professor que o limite de seu horizonte comece onde a
maioria dos horizontes terminaria.” (Maria Lúcia Prado
Sabatella)

É com muita alegria e também já com saudades que chegamos à última


unidade do nosso Curso de Aperfeiçoamento em “Práticas educacionais
inclusivas para estudantes com altas habilidades/superdotação”. Certamente as
nossas angústias e inquietações já não são as mesmas do início do curso, não é
mesmo?
Em nossa caminhada, aprendemos bastante com os casos fictícios e reais
compartilhados sempre com o intuito de articular teoria à prática. Ainda, também
foi possível contextualizar os casos apresentados às situações reais que ocorrem
em sala de aula a partir das necessidades educativas dos nossos estudantes.
Na unidade anterior, conhecemos um pouco sobre práticas educacionais
para AH/SD, bem como sobre as técnicas de modificação do currículo propostas
por Renzulli e Reis (1997). Esse processo foi vivenciado em conjunto com as
professoras Nádia, Benedita e Consolação e nos proporcionou aprendizagens
sobre a compactação curricular, a aceleração e a introdução de conteúdos mais
aprofundados no programa (enriquecimento).
Também aprendemos sobre a diversificação e flexibilização do processo de
ensino e aprendizagem: pesquisas individuais ou em pequenos grupos; tarefas
diferenciadas; projetos individuais; monitorias; tutorias, mentorias, dentre outros.
Esses conhecimentos são de grande relevância para a nossa caminhada em
busca de saberes e práticas que contribuam para a nossa formação, ampliando,
consequentemente, a nossa práxis pedagógica.
O objetivo desta unidade é propiciar condições para o entendimento do
serviço de Atendimento Educacional Especializado – AEE para Altas
habilidades/Superdotação. Com isso, buscamos instigar você à leitura, reflexão e
posicionamento quanto à formulação de processos educativos que flexibilizem e
considerem a educação do estudante com AH/SD. O nosso intuito é promover o
potencial desses alunos no contexto da educação inclusiva.
No decorrer dessa unidade você terá a oportunidade de revisitar os
conhecimentos adquiridos nas unidades anteriores. Vamos relembrar que a
estruturação do AEE para AH/SD passa pelas etapas de identificação,
conhecimento das áreas de interesses, habilidades e
comportamentos/características de superdotação. Em face disso, teremos
diversos momentos de interação e de trabalho mediado.
Esperamos que você desenvolva um excelente aprendizado ao revisitar os
conhecimentos já adquiridos nas unidades anteriores em consonância com os
novos saberes. Para transitar nos conteúdos desta unidade de ensino
continuaremos a nossa aprendizagem em conjunto com as professoras
Consolação, Benedita e Nádia que nos acompanham desde o início do curso.
Ao final desse estudo, esperamos que você, querida/querido cursista, seja
capaz de compreender a dinâmica do atendimento educacional especializado
para AH/SD. Além disso, que você consiga planejar alternativas de
enriquecimento curricular para o estudante com altas habilidades/superdotação.
Consideramos que a proposta aqui apresentada instrumentalize você na
elaboração do plano de atendimento de forma a contemplar as demandas
específicas de cada estudante com AH/SD com a possibilidade de evolução no
processo de ensino e aprendizagem. O nosso intuito é que você aprenda sobre o
Plano de Desenvolvimento Individual – PDI a partir da aplicabilidade desse
instrumento em diferentes situações de ensino.
Temos a expectativa de que você amplie as possibilidades de
aprendizagem dos alunos com AH/SD. Bem como a sua visão quanto à atribuição
social da escola inclusiva, seu currículo, suas práticas e as implicações em
relação à inclusão educacional do estudante com altas habilidades/superdotação.

Curiosidades

Você conhece Bibi, a professora mirim?

Figura 1

Fonte: Portal G1

Bianca Cavalcanti é de Sorocaba (SP) e com apenas 3 anos viralizou nas


redes sociais com vídeos reagindo aos erros de português da mãe . A “professora
mirim” como é chamada, tem um perfil no Instagram com mais de 100 mil seguidores,
sendo que um de seus vídeos teve mais de um milhão de visualizações.
Andreza Cavalcanti Ferreira Santos, mãe da Bibi (como carinhosamente é
chamada), disse que tudo começou quando a bebê corrigiu a avó e todos que viram a
cena ficaram sem acreditar. Incrível essa história não é mesmo?! Que tal fazer uma
visita em seu perfil para conhecer um pouco mais das habilidades dessa pequena
talentosa?

Clique nos links indicados para conhecer um pouco mais sobre a incrível
história dessa menininha esperta:

https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2022/10/15/aos-3-anos-
professora-mirim-faz-sucesso-na-web-ao-corrigir-erros-de-portugues.ghtml

https://www.youtube.com/watch?v=9iuM1SaBtiM

https://www.youtube.com/watch?v=lLOyhuAKxGY

Estudantes do CEAM/AHS são premiados na Olimpíada Brincsmath.com+ 1

O Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar


https://www.facebook.com/gepahsudi/ para Altas
Habilidades/Superdotação - CEAM/AHS, do Governo do Estado do Mato Grosso
do Sul, vinculado à Coordenadoria de Políticas para a Educação Especial -
COPESP, participou de 19 de outubro a 22 de novembro de 2021, da Competição
On-line Internacional de Matemática e Lógica (BRICSMATH.COM). De acordo
com essa reportagem, a BRICSMATH.COM é uma competição interativa e
envolvente que ajuda a despertar o interesse na aprendizagem, reunindo sete (7)
países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Indonésia e Vietnã. O principal
objetivo da competição é desenvolver as habilidades lógicas.
Eliane Morais Fraulob, a gerente pedagógica do CEAM/AHS, enfatiza que
“a competição por meio de resolução de quebra-cabeças de Matemática é uma
forma eficaz de desenvolver as habilidades lógico-matemáticas, além de
despertar o interesse de resolver enigmas de forma independente e enriquecer o
raciocínio dos estudantes". No período de realização da competição, cada
estudante pode começar a resolver os exercícios em qualquer dia e hora, tendo

1
Curiosidades com dados publicados na reportagem disponível em:
https://www.sed.ms.gov.br/estudantes-do-ceam-ahs-sao-premiados-na-olimpiada-brincsmath-com/
Acesso em: 10 jan. 2023
60 minutos para completar as tarefas da navegação oficial. Podem participar da
Olimpíada os estudantes desde o 1º ano do Ensino Fundamental até o último ano
do Ensino Médio das escolas públicas ou privadas.

Vencedores de prêmio internacional da NASA, jovens de Salvador se


preparam para conhecer a agência espacial2

O Brasil é repleto de grandes talentos, vejam o caso de cinco jovens de


Salvador, na Bahia, desenvolveram um dispositivo “inovador, criativo, viável e
escalável” para retirar os microplásticos dos oceanos. Batizado de Ocean Ride, o
dispositivo é inspirado no Gerador Van Der Graaff, uma máquina eletrostática
inventada no início do século 20, nos Estados Unidos. Esse aparato tecnológico é
considerado fundamental para diversas descobertas de Física Nuclear, uma vez
que produz altas tensões e as usa para acelerar partículas de átomos.

Figura 2

Fonte: Revista Afirmativa

A equipe Cafeína, formada pelo estudante de Engenharia Química, Ramon


de Almeida, 22 anos, pelos alunos de Administração Antonio Rocha, 18, Pedro
Dantas, 19, e Genilson Brito, 18, e pelo futuro analista e desenvolvedor de
sistemas, Thiago Barbosa, 23, venceram o torneio internacional NASA Space

2
Disponível em: https://revistaafirmativa.com.br/jovens-de-salvador-vencedores-de-premio-
internacional-da-nasa-se-preparam-para-conhecer-a-agencia-espacial/ Acesso em: 01 mar. 2023
Apps Challenge 2019. Esse evento internacional foi realizado em tempo real em
230 cidades de 83 países diferentes e contou com a participação de 29 mil
pessoas em outubro do ano de 2020.
Como premiação, esses estudantes irão conhecer o Nasa Kennedy Space
Center, que fica no estado da Flórida, nos Estados Unidos e terão a oportunidade
de fazer a apresentação do projeto. De acordo com uma das reportagens, o grupo
disputou o primeiro lugar entre 2.076 projetos, na primeira etapa. O objetivo do
projeto é tentar retirar os resíduos plásticos que podem ser ingeridos por animais
marinhos.

Clique no link indicado para conhecer o incrível Projeto Pitch Ocean Ride
desenvolvido pela brilhante Equipe Cafeína:

https://www.youtube.com/watch?v=G02nxFdtxpg

Nádia ficou empolgada ao conhecer a Space Apps, a maior maratona de


https://www.facebook.com/gepahsudi/
inovação do mundo. Ela comentou com as colegas Benedita e Consolação que o
hub Space Terra oferece o Nasa Talks pelo YouTube de maneira gratuita e com
conteúdos sobre os desafios em português para apoio aos participantes.
Aproveite para saber mais sobre assunto e conhecer infinitas
possibilidades de desenvolver um trabalho criativo, dinâmico e atual com a sua
turma. Navegue no canal para acessar as trilhas educativas e os desafios
propostos.

Clique abaixo:

https://www.youtube.com/@SpaceTerra/playlists

Após assistir as playlists com assuntos atualizados e em contexto com as


temáticas sobre o espaço e https://www.facebook.com/gepahsudi/
a terra com o subsídio da Nasa, Consolação acessou
o site Space Terra para conhecer as mentoras e mentores de áreas específica, a
saber: aeroespacial, ambiental, astronomia e astrofísica, audiovisual/design,
engenharias em geral, concepção de projetos sem foco financeiro, dentre outros.
Temos certeza que você também ficou fascinado(a) em conhecer mais
sobre esse projeto proposto pela Nasa. Nesse site você vai encontrar um material
robusto para desenvolver diferentes projetos com sua turma e até mesmo contar
com a mentoria de profissionais com expertise na área.

Quer saber mais? Clique aqui:

https://nasa.spaceterra.org/

Atendimento Educacional Especializado - AEE

Como vimos na unidade anterior, as professoras Nádia, Consolação e


Benedita desenvolveram uma parceria de estudos e aprofundaram seus
https://www.facebook.com/gepahsudi/
conhecimentos sobre AH/SD, iniciando planejamento de estratégias e atividades
criativas com a turma da sala regular. Então, ao ter um olhar mais observador
com uma prática voltada para atender as diferenças em sala, elas conseguiram
identificar não apenas o Carlinhos, mas também um grupo de estudantes com
interesses mais específicos.
Mediante esse fato, a professora Consolação criou um grupo de
enriquecimento no AEE a fim de observar o perfil de aprendizagem dos
estudantes com comportamentos de AH/SD para assim, promover atividades
significativas, coletivas ou individuais, coerentes com as inteligências
identificadas. Diante dessa observação, você deve estar se perguntando:

Onde deve acontecer o atendimento aos estudantes


com indicadores de AH/SD?

Os alunos com Altas Habilidades/Superdotação terão suas atividades de


enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino
regular em interface com os Núcleos de Atividades para Altas
Habilidades/Superdotação-NAAHS e com as instituições de Ensino Superior e
institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos
esportes (BRASIL, 2009, s/p).
No contexto regular, Alves (2006) sugere que, as salas de recursos
multifuncionais - SRM para alunos com AH/SD ofereça:

[...] estratégias de ensino planejadas para promover altos níveis


de aprendizagem, produção criativa, motivação e respeito às
diferenças de cada aluno; oportunidades para a descoberta do
potencial dos alunos nas diversas áreas do ensino; identificação e
realização de projetos do interesse, áreas de habilidade e
preferências dos alunos; atividades de enriquecimento incluindo
estudos independentes, pequenos grupos de investigação,
pequenos cursos e projetos envolvendo métodos de pesquisa
científica; desenvolvimento de projetos de acordo com as
necessidades sociais da comunidade, com a finalidade de
contribuir para o desenvolvimento local por meio de sugestões
para a resolução de problemas enfrentados pela população;
procedimentos de aceleração que possibilitem o avanço dos
alunos nas séries ou ciclos (ALVES, 2006, p. 34).

Em face disso, ao contextualizar com a demanda identificada e seguindo


as orientações legais e pedagógicas, a professora Consolação percebeu a
necessidade da criação de projetos que possibilitem conhecer quais habilidades e
talentos são emergentes no grupo. Ela observou que isso deveria ocorrer ao
mesmo tempo em que proporcionasse aos estudantes oportunidade de conhecer
melhor seus pontos fortes e fracos na área de interesse.
Nesse momento, a professora Consolação comentou com suas colegas de
curso sobre a importância pungente de retomar os construtos teóricos de Gardner
(1995) e Renzulli (2004), estudados nas unidades anteriores. Esses autores são
referências atuais para construção de instrumentos e processos de
avaliação/observação das características e indicadores das Altas Habilidades/
Superdotação em educação. Assim como também na construção de propostas de
AEE com base no conceito multidimensional, dinâmico e criativo do potencial de
inteligências superiores.
Nesse caso, o Modelo triádico de Renzulli (2004) e a Teoria das
inteligências múltiplas de Gardner (1995) são pressupostos fundamentais, já que
o primeiro apresenta os traços que podem ser identificados em qualquer das
inteligências múltiplas do grupo que está sendo formado pela professora
Consolação. Após análise inicial dos domínios apresentados pelos estudantes na
área das inteligências e comportamentos de Superdotação, algumas
considerações importantes devem ser levadas a efeito ao planejar as atividades,
projetos, pesquisas, no contexto da SRM, e também o envolvimento familiar e
demais ambientes que se fizerem necessários.
De acordo com Renzulli, Gentry e Reis (2003), são categorias de alocação
de grupos, de acordo com leitura, audição e visão: escrita e fala; artes; pessoas
ou culturas; investigação e gerenciamento de recursos. Em seus estudos, Chen
(2001) explica que mecânica e construção, ciências, música, movimento,
matemática, entendimento social, linguagem e artes visuais, podem ser por
categorias de alocação de grupos de acordo com inteligências múltiplas.
Para ter maior conhecimento sobre o tipo de atividade a ser oferecido, a
professora Consolação verificou que existem várias modalidades de intervenção
pedagógica apontadas pela literatura, que podem ser utilizadas nos Grupos de
Enriquecimento do AEE no contexto da escola. Vamos conhecê-las?

Clique aqui para ler sobre a construção de práticas educacionais para


alunos com AH/SD desenvolvidas em parceria com o MEC:

http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/superdotacao

https://www.facebook.com/gepahsudi/
O fazer pedagógico complementar/ suplementar no espaço
escolar e extra-escolar

O serviço de AEE para AH/SD se dá pela complementação/suplementação


pedagógica no contra- turno da escolarização3, a princípio na sala de recursos
multifuncionais - SRM, por ser um espaço apropriado às atividades planejadas.
Esse tipo de serviço apresenta como alternativa aprofundar os conhecimentos por
meio do enriquecimento extra-curricular ou extra-classe, o qual deve proporcionar
uma aprendizagem significativa, prazerosa, com problemas e pesquisas da vida
real dos estudantes.
Chagas (2007) explica que esse tipo de agrupamento é denominado de
grupo de talentos ou enriquecimento 4, geralmente compostos de oficinas mais
especializadas ou de projetos multidisciplinares. Como exemplo disso, o NAAHS
3
Resolução nº 4 de 2009 que institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional
Especializado na Educação Básica.
4
No texto serão tratados por grupos de enriquecimento, a partir dos estudos de Freedman e
Guenther (2000).
do Acre, já atendeu mais de 300 estudantes no período do contraturno por meio
de atividades desenvolvidas nas salas de recursos multifuncionais-SRM nas
próprias escolas em que eles estão matriculados.

Figura 3

Disponível em: https://www.sed.ms.gov.br/revista-super-d-a-revista-do-superdotado-e-lancada-pelo-


ceam-ahs/

Para que isso ocorra com vistas a alcançar êxito nas ações educativas
junto aos estudantes com AH/SD, é preciso planejamento, organização e trabalho
em conjunto. Como exemplo de parceria de sucesso entre os professores de
SRM compartilhamos com você o criativo projeto Super D. Esse projeto foi
realizado nos anos de 2020 e 2021 (em meio aos períodos de aulas on-line,
remotas e retorno das aulas presenciais) e contemplou a cidade de Campo
Grande, além de 22 (vinte e dois) Municípios do interior do Estado do Mato
Grosso do Sul com suas Coordenadorias Regionais (CRE’S) e professores de
Sala de Recursos Multifuncionais (SRM).
A primeira edição da Revista Super D contou com 56 páginas de ações
dos estudantes superdotados do Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar
para Altas Habilidades/Superdotação (CEAM/AHS), vinculado à Coordenadoria de
Políticas para a Educação Especial (COPESP).
De acordo com a reportagem consultada, o objetivo desse projeto é dar
visibilidade e promover os estudantes Superdotados ao aplicarem seus
conhecimentos, habilidades gerais e específicas, interesses, criatividade e
envolvimento, com uma tarefa em um pensamento científico ou criador. De
acordo com a matéria de Júnior (2021),

[...] a revista possibilita ao leitor conhecer os estudantes


superdotados, suas aptidões e competências nas Olimpíadas, por
meio de sua trajetória e desenvolvimento nas competições, bem
como compreender como ocorre a suplementação, a
diferenciação, o aprofundamento e o enriquecimento
curricular, realizados no AEE pelos professores. (JÚNIOR, 2021,
página principal, grifos nossos)

Essa edição da revista foi elaborada para apresentar o projeto


CEAMLÍMPICOS, idealizado pela gerência pedagógica, coordenação e
professores do Atendimento Educacional Especializado – AEE. A reportagem
explica que durante a leitura, o leitor vivenciará os comportamentos de
superdotação numa visão multidimensional nas áreas cognitivas, sócio-afetivas e
acadêmicas desses jovens e crianças extraordinários.
Essas ações exitosas sobre o fazer pedagógico complementar/suplementar
no espaço escolar e extra-escolar serviram de motivação para a Professora
Consolação se inspirar em propostas para desenvolver as potencialidades dos
seus alunos. A partir dessas iniciativas, Consolação se sentiu motivada com
sugestões diferentes para discutir com as suas colegas de curso. Afinal, ela
pretende desenvolver um trabalho em parceria com as professoras e com o
envolvimento de outros profissionais da escola.

Clique aqui para fazer download da Revista Super D:

https://online.fliphtml5.com/zspsw/rwpb/#p=1

https://www.facebook.com/gepahsudi/
Estratégias de enriquecimento utilizadas junto aos estudantes com AH/SD

Na unidade anterior nós acompanhamos que após estudos e observações,


a gestão e a equipe escolar entraram em consenso que a professora Nádia, no
âmbito da Educação Infantil, e as professoras Benedita e Consolação no Ensino
Fundamental, em conjunto com as demais professoras, deveriam criar os grupos
de enriquecimento intra e extracurricular. Antes disso, o foco do trabalho das
professoras recairia sobre o processo de identificação dos alunos.
Para tanto, as professoras se reuniram para pensar em conjunto sobre
como poderiam promover articulações para que o enriquecimento curricular fosse
oferecido aos estudantes identificados com características de altas habilidades.
Nesse ponto, elas contaram com os estudos de Chagas (2007) e Fleith (2007) em
que apontam três tipos de estratégias, a saber:

Quadro 1

INTERCLASSE INTRACLASSE EXTRACLASSE

Encontros no mesmo turno São grupos com autonomia Encontros no turno inverso
de aula regular visando e responsabilidade de se da escolarização, em dias e
possibilitar encontros e autodirigir, de forma horários previamente
projetos de trabalhos em independente, ficando sob combinados.
comum, com estudantes de a orientação do professor
diferentes turmas da do ensino regular. Nesses
escola. grupos, os estudantes
gerenciam o tempo e
tomam decisões sobre as
etapas do processo.

Elaborado pelas autoras com base em Chagas (2007) e Fleith (2007)

A partir do estudo e do contexto em que atuam, as professoras optaram por


desenvolver grupos extraclasse em sala de recursos multifuncionais. Além disso,
elas consideraram estabelecer parcerias com NAAHS e com universidades, com
o enfoque em atividades e conteúdos distintos do currículo comum da escola.
Dessa forma, é importante que as práticas educacionais, a organização e o
encaminhamento a serem adotados no AEE tenham como propósito os serviços
de suplementação direcionados aos interesses dos estudantes. Nesse processo,
os estudos de Cupertino (2008), de Freitas e Peréz (2012), orientam que devem
ocorrer ações educativas que promovam o desenvolvimento da autoria de
pensamento e utilização de estratégias de metacognição na resolução de
possíveis problemas.
Nessa perspectiva, o AEE que busca contemplar de forma integral o grupo
de talentos, necessita compreender e incorporar em sua estrutura situações que
envolvam os três tipos de enriquecimento que foram planejados para os contextos
tanto do ensino regular quanto do especializado. Para tanto, retomamos os
estudos conforme o Modelo de Renzulli (2000), apresentado nas unidades
anteriores. De acordo com esse pesquisador, os Tipos I, II e III comportam o
desenvolvimento de habilidades que estimulam os estudantes a serem produtores
de conhecimento, mais do que simplesmente consumidores (RENZULLI, 2000).

Acesse o link para conhecer o trabalho desenvolvido pela Secretaria de


Estado da Educação do Distrito Federal voltado aos alunos com AH/SD

https://www.youtube.com/watch?v=bFd6jtXmM5A

Enriquecimento Escolar

Para relembrar os estudos das unidades anteriores, retomamos Chagas,


Maia-Pinto e Pereira (2007) que explicam que o Enriquecimento Escolar do Tipo I,
Tipo II e Tipo III são atividades que dizem respeito ao Modelo Triádico do
Enriquecimento proposto por Joseph S. Renzulli. Os pesquisadores também
afirmam que esse modelo é bastante democrático, uma vez que pode ser
implementado sem promover mudanças substanciais na estrutura escolar.
Outro ponto importante é que no contexto de enriquecimento escolar, o
aluno assume o papel de protagonista do processo educativo e na elaboração do
conhecimento, já que ele aprende a buscar assuntos de seu interesse. Esse novo
contexto demanda do professor uma postura mediadora no sentido de facilitar a
aprendizagem a partir do interesse dos alunos na promoção dialógica da
construção do conhecimento.
Em relação ao modelo triádico de enriquecimento proposto por Renzulli
(2014), importa saber que,

No Modelo Triádico, o enriquecimento do tipo I foi elaborado para


expor os alunos a uma ampla variedade de disciplinas, temas,
profissões, hobbies, pessoas, locais e eventos que normalmente
não estão incluídos no currículo regular. Nas escolas que utilizam
essa abordagem, frequentemente, uma equipe de enriquecimento
de pais, professores e alunos organiza e planeja as experiências
do tipo I conseguindo recursos humanos e meios para oferecer
esses tipos de exposição. O enriquecimento do tipo II foi
principalmente elaborado para estimular novos interesses que
levam ao seguimento do tipo II ou III pelos alunos que ficam
motivados pelas experiências do tipo I. O enriquecimento do tipo I
pode ser oferecido a grupos em geral ou a alunos que já
expressaram um interesse na área do tema. (RENZULLI, 2014, p.
545 - 546)

A partir de agora, vamos aprender de maneira mais esmiuçada sobre cada


tipo de enriquecimento, com seus objetivos, exemplos e planejamento. Por meio
deste estudo, fique atenta/atento para articular os tipos de enriquecimento e as
atividades propostas de maneira contextualizada com as necessidades e o
desenvolvimento dos potenciais da sua turma. Vamos lá?

Figura 4

Fonte: https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/14676

Enriquecimento do tipo I

Esse tipo de enriquecimento é composto por atividades ou experiências


exploratórias de tópicos que normalmente não são contemplados pelo currículo
do ensino regular. Em função de sua natureza, elas podem ser aplicadas a todos
os alunos e não somente àqueles que apresentam indicativos de altas
habilidades/superdotação.
De acordo com Chagas, Maia-Pinto e Pereira (2007),

As atividades de enriquecimento do tipo I devem ser fascinantes e


atraentes! Devem abarcar tópicos e metodologias pouco utilizados
na escola. Elas devem ser alvos de propaganda e divulgação. A
escola pode elaborar um calendário contendo as atividades
exploratórias que serão realizadas ao longo do semestre ou ano
letivo. Esse cartaz deve ficar exposto em local estratégico e os
alunos poderão fazer sua inscrição nas atividades, a partir do seu
interesse e disponibilidade. (CHAGAS; MAIA-PINTO; PEREIRA,
2007, p. 59-60).

As pesquisadoras também orientam que as atividades de enriquecimento


Tipo I devem promover o contato dos estudantes com uma gama de variedades
de tópicos que sejam de seu interesse e que despertem a sua curiosidade
(CHAGAS; MAIA-PINTO; PEREIRA, 2007).

Clique no link indicado para ter acesso a exemplos de


atividades de enriquecimento do Tipo I elaboradas por
Chagas (2018)

https://youtu.be/IRv5MyG1lHo.

A partir das considerações apresentadas até aqui somadas às propostas


de atividades que você visualizou no vídeo acima, observe os objetivos, exemplos
e planejamento dessa etapa de enriquecimento. Não é demais enfatizar que a sua
leitura deve ser norteada pelo contexto da sua sala de aula a partir das
necessidades dos seus alunos. Isso vai favorecer o seu processo de
entendimento na elaboração de possíveis atividades de enriquecimento do Tipo I.

Para ter acesso à sugestão de plano de atividades


do Tipo I - Visita ao Museu, clique em:

https://planosdeaula.novaescola.org.br/fundamental/8ano/ingles/dimen
sao-intercultural-visita-a-um-museu-virtual/2845.

De acordo com os autores, essa atividade se refere à habilidade a BNCC


(EF08LI18): Construir repertório cultura por meio do contato com manifestações
manifestações artístico-culturais vinculadas à língua inglesa (artes plásticas e
visuais, literatura, música, cinema, dança, festividades, entre outros), valorizando
a diversidade entre culturas. Observamos com isso que as diferentes atividades
de enriquecimento do tipo I podem ser elaboradas à luz das habilidades da Base
Nacional Curricular Comum na proposta de um trabalho articulado.
Quadro 2

OBJETIVOS EXEMPLOS PLANEJAMENTO

Expandir e enriquecer a Assistir a filmes, shows, concertos; Selecionar e refinar tópicos por
experiência de todos os alunos; área de interesse;
Visitar museus, bibliotecas, hospitais,
Estimular novos interesses que parques, antiquários, feiras, Listar as possibilidades de
possam desencadear atividades universidades, centros de pesquisa, atividades e experiências;
do tipo II e III (individuais ou em laboratórios, exposições;
Listar a quantidade de recursos
pequenos grupos);
Promover palestras e debates existentes na comunidade;
Propiciar aos professores
Fazer demonstrações e simulações; Listar a quantidade de
direções para decidirem sobre
profissionais, especialistas ou
atividades do tipo II que devem Promover o acesso à internet, artigos
instituições que possam ser
ser selecionadas para um grupo de revistas e jornais;
contactados;
particular de alunos;
Promover passeios ecológicos ou
Decidir atividades específicas
Promover atividades orientadas caminhadas;
(tempestade de ideias);
por eventos.
Promover atividades esportivas,
Montar cronograma de atividades;
mini-cursos;
Divulgar (cartazes, cartas, jornais,
Desenvolver gincanas.
convites);
Avaliar a atividade com todos os
envolvidos.
Elaborado pelas autoras com base nos estudos de Chagas; Maia-Pinto; Pereira (2007).

Nesse ponto do estudo, a professora Consolação comentou com as


colegas Nádia e Benedita sobre a possibilidade de desenvolverem algumas ações
em conjunto. Além disso, elas organizaram as suas anotações para apresentarem
à direção no sentido de buscar apoio e de estabelecer parcerias para atividades
orientadas por eventos.

Enriquecimento do tipo II

Esse tipo de enriquecimento é composto pelo “como fazer”. As atividades


do Tipo II compreendem os procedimentos e o desenvolvimento de habilidades de
pesquisa e de processos de pensamento crítico, afetivo e criativo como: fluência,
flexibilidade, elaboração, originalidade, avaliação.
A esse respeito, Chagas, Maia-Pinto e Pereira (2007) explicam que

Nas atividades de enriquecimento do tipo II são utilizados


métodos, materiais e técnicas instrucionais que contribuem para o
desenvolvimento de níveis superiores de pensamento (analisar,
sintetizar e avaliar), de habilidades criativas e críticas, de
habilidades de pesquisa (por exemplo, como conduzir uma
entrevista, analisar dados e elaborar um relatório), de busca de
referências bibliográficas e processos relacionados ao
desenvolvimento pessoal e social (habilidades de liderança,
comunicação e desenvolvimento de um autoconceito positivo).
(CHAGAS; MAIA-PINTO; PEREIRA, 2007, p. 60).

Nessa etapa, os estudantes podem aprender a como fazer pesquisa, a


como sistematizar as informações por meio de fontes de referência de nível
avançado, anotações, resumos, dentre outras possibilidades de caráter científico.

Quadro 3

OBJETIVOS EXEMPLOS PLANEJAMENTO

Desenvolver habilidades de Construir roteiros de entrevista, Selecionar materiais que


pensamento criativo, lógico, questionários e escalas; encorajem o desenvolvimento de
afetivos, crítico e de solução de atividades do tipo III;
Usar matrizes e ferramentas para
problemas;
geração, seleção, implementação e Selecionar material, atividades que
Desenvolver habilidades de avaliação de ideias; exijam uma resposta ativa do
pesquisa e de como “aprender a estudante e que contemplem a
Usar técnicas avançadas de
aprender”; diversidade dos interesses, das
processamento e de pesquisa de
habilidades, das inteligências, das
Desenvolver habilidades para o informações: programas, estatística,
necessidades, dos estilos de
uso apropriado e em níveis banco de dados;
aprendizagem e dos modos de
avançados de referências;
Usar técnicas avançadas de uma expressão;
Desenvolver habilidades de área específica;
Identificar materiais com diferentes
comunicação escrita, oral e
Coletar, selecionar, classificar e níveis de complexidade e
visual, a fim de maximizar o
analisar dados; programar a sequência das
impacto do produto para cada tipo
atividades: do simples para o
de audiência. Usar técnicas de liderança e complexo, do conhecido para o
gerenciamento; desconhecido;
Promover estudos e debates sobre
Divulgar e avaliar as atividades
valores éticos, estéticos e morais.

Elaborado pelas autoras com base nos estudos de Chagas; Maia-Pinto; Pereira (2007).

Como exemplo, Virgolim (2006, p. 116) aponta que “[...] o estudante que se
interessou por fósseis, após uma atividade do Tipo I, pode se engajar em leituras
mais avançadas e aprofundadas sobre paleontologia”. A autora enfatiza que é
nessa etapa que o aluno vai se dedicar ao planejamento para execução das
atividades e à aprendizagem sobre os métodos de pesquisa característicos desse
campo do conhecimento.

Clique aqui para conhecer as atividades do Tipo II


desenvolvidas pelo NAAHS/DF

https://www.youtube.com/watch?v=1Bpl3ogzsbs
Enriquecimento do tipo III

O terceiro tipo de enriquecimento proposto por Joseph S. Renzulli


possibilita o “fazer”. A partir dessa ótica, as atividades são planejadas para
possibilitar que os estudantes desenvolvam um conhecimento específico sobre
determinado assunto de interesse oportunizado por habilidades reais de pesquisa.
Nessa etapa, Virgolim (2007, p. 64) explica que é necessário que o aluno
“[...] esteja pronto para dedicar grande parte do seu tempo para a aquisição de um
conteúdo mais avançado; e que queira participar de um processo de treinamento
mais complexo, no qual assume o papel de aprendiz em primeira-mão”.
No entanto, a pesquisadora nos apresenta um alerta:

É importante ressaltar que a ênfase dada às experiências de tipo


III muda da aprendizagem sobre determinado tópico para a
aprendizagem do como se obtém, categoriza, analisa e avalia a
informação em determinados campos; e envolve o uso de
métodos autênticos de pesquisa em um determinado campo de
estudo. Desta forma, o estudante pode ultrapassar o tradicional
papel de reprodutor do conhecimento para assumir o papel de
investigador em primeira-mão, absorvendo paulatinamente o
papel de agentes de mudança, com impacto no mundo que os
rodeia. (VIRGOLIM, 2007, p. 65).

Ao encontro dessas afirmações, Renzulli (2014) elucida que esse tipo de


enriquecimento abrange os estudantes que se interessam em pesquisar uma área
de interesse específica. Nesse intuito, os alunos comprometem tempo e esforços
necessários para o desenvolvimento de pesquisas nas quais eles assumem a
responsabilidade de pesquisadores de primeira categoria.
Para você conhecer mais sobre as atividades do Tipo III e se inspirar na
elaboração de uma proposta ao encontro dos interesses da sua turma, acesse o
vídeo abaixo.

Clique aqui para acessar as atividades do Tipo III


desenvolvidas pelo NAAHS/DF

https://www.youtube.com/watch?v=AgUfMEZL-Ck
A seguir, observe as informações sistematizadas sobre os objetivos,
exemplos e planejamento do enriquecimento do Tipo III.

Quadro 4

OBJETIVOS EXEMPLOS PLANEJAMENTO

Adquirir nível avançado de Construir a árvore genealógica da Decidir tópico a ser aprofundado e
entendimento de conteúdos ou família; formular questões a serem
processos auto-selecionados e investigadas;
Construir um playground;
aplicá-los em: área específica,
Selecionar a metodologia
problema “real” ou estudos Fazer uma exposição de pinturas;
adequada;
interdisciplinares;
Apresentar performance: teatro,
Definir o tipo de produto final
Desenvolver produtos autênticos que música, dança;
causem impacto em audiência Definir a audiência adequada;
específica; Escrever estória em quadrinhos;
Fazer um documentário; Definir os instrumentos, materiais e
Desenvolver habilidades de estudo e providências a serem tomadas ao
aprendizagem auto-direcionados: Solucionar problema da
longo do processo;
planejamento, organização, comunidade local;
utilização de recursos, tomada de Contactar especialistas que
Moderar um e-group ou gerenciar
possam orientar na realização de
decisão e auto-avaliação; uma página na web;
projetos;
Desenvolver altos níveis de Reunir receitas de pratos típicos
Definir um cronograma;
envolvimento com a tarefa, auto- regionais num livro;
confiança e criatividade; Comunicar ou apresentar o
Promover feiras de ciências.
produto;
Aprender a interagir de forma efetiva,
criativa e afetiva com colegas, Avaliar: pessoa, processo e
profissionais e especialistas produto.
envolvidos no processo.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos estudos de Chagas; Maia-Pinto; Pereira (2007)

Nesse ponto do estudo, Consolação retomou as suas anotações referentes


a cada tipo de enriquecimento. A partir das perguntas motivadoras “O que
promove? O que pode ser?” ela organizou as possibilidades de atividades a
serem desenvolvidas em um quadro para sistematizar a sua aprendizagem. As
colegas Benedita e Nádia gostaram bastante dessa proposta e retomaram o seu
estudo a partir do quadro elaborado por Consolação.

Quadro 5

TIPO I TIPO II TIPO III

O que promove? O que promove? O que promove?

Por meio de atividades O desenvolvimento de níveis Incentiva a investigação de


exploratórias ou introdutórias superiores de pensamento, de problemas reais, a produção
que colocam o aluno em habilidades criativas e críticas de conhecimento novo, a
contato com ampla em pesquisa, resolução de solução de problemas ou a
diversidade de tópicos que problemas e busca de apresentação de um produto.
sejam de seu interesse e referências bibliográficas. O aluno assume o papel de
despertem sua curiosidade. protagonista na elaboração do
As atividades indicadas são
conhecimento.
aquelas que envolvem a
utilização de métodos,
materiais e técnicas
instrucionais, ou seja, como
fazer, registrar, entrevistar,
resumir, classificar, entre
outras .

O que pode ser? O que pode ser? O que pode ser?

Filmes e documentários Desenvolvimento de técnicas Investigação de problemas


variados que instiguem a de observação, seleção, reais; Desenvolvimento de
reflexão; classificação, organização, projetos coletivos e
análise e registro de dados individuais;
Discussão de temas de
pesquisados como tabelas,
noticiários por meio de
gráficos, esquemas etc; Grupos de pesquisa em
diferentes maneiras;
Treinamento para seminários áreas de estudos
Oficinas variadas que específicos;
e outras apresentações orais;
permitam experimentações
diversas e contato com algo Desenvolvimento de Desenvolvimento de
inusitado; habilidades da competência produtos criativos e
leitora e escritora em originais (roteiro de peça,
Passeios, visitas e excursões
situações de estudo como revista, maquete, poesia,
para lugares como: museus,
resumir e elaborar esquemas, relatório de pesquisa, livro,
zoológicos, jardins botânicos,
fichamentos, relatórios etc; mural etc);
laboratórios, empresas etc;
Treinamento em Divulgação dos produtos
Entrevistas, palestras e rodas
apresentações de produtos
de conversa com especialistas elaborados como a
como álbuns, cartazes,
em áreas específicas e sejam apresentação de uma peça
maquetes, experimentos etc;
temas novos para a turma; teatral, exposição, feira
Treinamento de habilidades cultural, feira de
Uso de TDIC, que podem ser
sociais com estratégias para experimentos científicos,
jogos pedagógicos digitais,
resolver conflitos por meio de
enciclopédias e tutoriais publicação, organização de
rodas de conversa, simulação
digitais etc;
de júri, dinâmicas de grupo;
sessão de autógrafos com
livros dos alunos, etc.
Oficinas para desenvolver
habilidades específicas que
normalmente o currículo
escolar não oferece como
domínio de uma linguagem de
programação, robótica,
organização de eventos,
trabalhos laboratoriais etc.
Elaborado pelas autoras com base nos estudos de Bergamin (2018)

Enriquecimento do tipo IV

As pesquisadoras brasileiras Freitas e Pérez (2012) aprimoraram o


modelo de Renzulli e inseriram as atividades do tipo IV. Esse tipo de
enriquecimento considera o “Fazer mais” como parte do processo de produção
criativa concreta em nível profissional.
Essas atividades buscam gerar produtos especializados como resultado
do avanço de investigações; pesquisas ou produtos desenvolvidos nas atividades
do tipo III e realizados de maneira individual ou em grupo. O fruto do trabalho
desenvolvido no enriquecimento do tipo IV é sempre socializado na comunidade.

Diagrama 2

•A escola ou o professor propõe um passeio a um museu de ciências


tipo I
• No retorno à escola, um aluno com AH/SD manifesta seu interesse
na pesquisa histórica, em especial, da arqueologia. Juntamente
com o professor especializado esse aluno elabora um projeto de
pesquisa arqueológica de um prédio antigo da cidade que tem
tipo III como objetivo coletar, analisar e divulgar sua pesquisa em um
artigo científico.

• Para isso, o professor especializado procura um arqueólogo da


universidade que oferece uma oficina sobre arqueologia, ensinando a
esse aluno (e a outros que possam se interessar) métodos de coleta e
análise de materiais, formas de registro dos achados, metodologia para
tipo II a escrita de um artigo científico, dentre outras atividades específicas
dessa área do conhecimento.

Elaborado pelas autoras com base nos estudos de Freitas e Pérez (2012)

A possibilidade apresentada por Freitas e Pérez (2012) aponta as etapas


de um projeto de trabalho que pode ocorrer como atividades de enriquecimento
do AEE no grupo de talentos. Nessa situação hipotética, as autoras destacam que

Uma vez instrumentalizado com os conhecimentos de arqueologia


e de escrita científica adquiridos nas oficinas, o aluno põe em
prática seu projeto do prédio antigo escrevendo seu artigo sobre a
pesquisa de campo. Posteriormente, ele apresenta seu trabalho
em um congresso de arqueologia, que é publicado nos anais do
evento e continua aprofundando seus conhecimentos na área,
particularizando suas investigações na cerâmica encontrada
nesse prédio e fazendo descobertas inéditas (atividades do tipo
IV). (FREITAS; PÉREZ, 2012, p. 77)

Essas considerações apontam para os objetivos, os exemplos e o


planejamento das atividades sistematizadas no quadro a seguir.
Quadro 6
OBJETIVOS EXEMPLOS PLANEJAMENTO

Desenvolver produtos a Uma comunicação ou uma palestra em um Colocar em prática o seu


partir de atividades do tipo Congresso ou Encontro de especialistas; projeto na área de
III e/ou desenvolver interesse com sugestões
Um produto novo comercializado;
produtos mais avançados; inovadoras para novos
Uma descoberta científica comprovada e aceita públicos;
Promover o
pela comunidade científica;
aprofundamento em Buscar formas de
atividades artísticas e/ou Uma peça teatral; continuar aprofundando os
de pesquisa que derivam conhecimentos e
do tipo III, gerando Uma composição musical nova interpretada por produções na área,
impacto social mais amplo. músicos conhecidos na comunidade; desenvolvendo ideias
Um livro publicado e comercializado em livrarias inéditas.
da comunidade maior;
Um atleta que é selecionado para representar seu
país em instâncias superiores.

Elaborado pelas autoras com base nos estudos de Freitas e Pérez (2012)

A partir das contribuições de Freitas e Perez (2012), o modelo de


enriquecimento proposto por Renzulli (2004) compreende as atividades do tipo IV
como o “Fazer mais”. De acordo com Freitas e Pérez (2012, p. 77), esse processo
deriva das atividades do tipo III que buscam evoluir “[...] a níveis ainda mais
avançados e particularizados da pesquisa ou desenvolvimento de produtos”.
A partir dos estudos de Freitas e Pérez (2012) a integração das etapas de
enriquecimento pode ocorrer de diferentes maneiras aliadas aos interesses e às
habilidades dos estudantes com AH/SD. As autoras elaboram um modelo como
exemplo da integração dessas etapas do enriquecimento, nas quais os
estudantes podem ingressar em qualquer momento e nível de complexidade das
propostas desenvolvidas. Inclusive, é possível transitar pela atividade do tipo II e
seguir para as do tipo III, ou ainda, iniciar diretamente nas atividades do tipo III.
Destacamos que também é possível percorrer o caminho contrário, uma
vez que o processo é elaborado com vistas a atender as necessidades do aluno
com AH/SD para o desenvolvimento de suas potencialidades. Com base nesse
exemplo, poderão ocorrer diferentes tipos de integração que favoreçam o
processo de enriquecimento por meio das atividades.
Observe que a proposta apresenta diferentes maneiras de articulações que
se encontram entrelaçadas no sentido de promover uma educação pautada no
desenvolvimento das habilidades e dos potenciais apresentados pelos estudantes
com AH/SD. Cabe ainda destacar que este modelo pode ser empregado no
trabalho de pontos que carecem ser mais bem explorados pela turma.

Figura 5

Fonte: Freitas e Pérez (2012)

Atualidades - Onde?

Nas atualidades da nossa última unidade do curso, selecionamos algumas


ações exitosas que estão ocorrendo nas escolas de nosso país para inspirar você
na elaboração de propostas para desenvolver o potencial e as habilidades dos
seus alunos. Mas antes disso, você vai conhecer a história de Sofia Santos
Oliveira, de 18 anos, que foi aprovada em três das mais conceituadas
universidades do mundo.
Nessas histórias selecionadas para compartilhar com você, o nosso intuito
é que te inspire a continuar com um olhar atento às habilidades e aos potenciais
apresentados por cada um dos seus estudantes. Até aqueles que apresentam
comportamentos mais difíceis podem ter indicadores de AH/SD e estão à espera
de serem descobertos para desenvolver todo o seu potencial.
Harvard, Stanford ou Yale?

Imagine se você fosse aprovado(a) em três universidades de grande


prestígio internacional? Qual delas você escolheria? Sofia, aluna de escola
pública municipal durante o ensino fundamental, passou pelo dilema de ter que
escolher uma dentre essas três universidades.
Vamos conhecer um pouco a trajetória de Sofia?

Figura 6

Fonte: Ismart5

De família humilde, Sofia Santos de Oliveira de 18 anos, não tinha condições


de pagar seus estudos e desde muito cedo buscou ajuda por meio de bolsa de
estudos. Foi bolsista do Sesi e do Instituto Social para Motivar, Apoiar e
Reconhecer Talentos (Ismart), uma ONG que oferece bolsas de estudo para jovens
de baixa renda em escolas conceituadas.
Além de conseguir bolsa de estudos, Sofia aprendeu inglês estudando
sozinha, pois sempre teve muita determinação e vontade de aprender cada vez

5
Disponível em:
https://www.instagram.com/ismart.oficial/?utm_source=ig_embed&ig_rid=306d47c9-3f9d-4b5c-
9446-47523ce2f588 Acesso em: 03 mar. 2023
mais. Foi assim que Sofia ganhou uma bolsa para estudar o ensino médio no
Colégio Santo, um dos colégios mais reconhecidos da capital mineira.
Para a reportagem do site O tempo 6, Sofia conta que "Lá eu percebi que
tinha condições para conseguir o que eu queria. Continuei estudando, fiz
Olimpíadas, fiz pesquisa, fiz alguns intercâmbios online por causa da pandemia e
muitos projetos sociais também. Sempre gostei de estudar, então era um prazer",
diz ela.
Sofia conta que o processo de inscrição em uma universidade americana é
bem diferente em comparação do de instituições brasileiras. Segundo ela, o
colégio e os professores a apoiaram durante as inscrições com tudo que era
necessário. Em outra reportagem7, a jovem que tem como uma de suas
inspirações o educador Paulo Freire, explica que “O processo é mais holístico,
então, tive que fazer redações contando a minha história de vida, tive que fazer
entrevistas, enviar cartas de recomendação dos meus professores e o meu
currículo com as coisas que eu fiz ao longo do ensino médio”.

Quer conhecer mais sobre a trajetória dessa moça


incrível? Clique aqui:

https://www.pragmatismopolitico.com.br/2022/06/e
studante-bolsista-mg-aprovada-harvard-stanford-
yale.html

A escolha de Sofia foi Harvard. A universidade oferece bolsa de estudos


integral que cobre gastos com mensalidade, moradia, alimentação, materiais e
despesas pessoais, desde que a necessidade de obter o auxílio seja comprovada
com documentos.
A Sofia é um dos exemplos que alcançou êxito em aprovação em
universidades de prestígio em função do suporte acadêmico de desenvolvimento
de habilidades e potenciais oferecido por institutos como o Ismart. Essa ONG
reconhece jovens talentos que não têm condições financeiras de pagar por seus

6
Disponível em: https://www.otempo.com.br/brasil/estudante-de-baixa-renda-de-bh-e-aprovada-
em-harvard-stanford-e-yale-1.2680109 Acesso em: 03 mar. 2023
7
Disponivel em: https://www.pragmatismopolitico.com.br/2022/06/estudante-bolsista-mg-
aprovada-harvard-stanford-yale.html Acesso em: 03 mar. 2023
estudos e lhes concede bolsas em escolas particulares de excelência, cobrindo
os custos com mensalidade, alimentação e transporte.
Aproveite para conhecer outras histórias de sucesso como fruto do
trabalho desenvolvido no Ismart, tais como a Rafaela Herrera, o Lucas Lelis, o
João Marcos Barros, o Fabrício Neri, e tantos outros casos. Vamos lá?!

https://www.ismart.org.br/category/historias-de-sucesso/

E para ampliar o seu conhecimento, que tal conhecer também um pouco


do trabalho desenvolvido pelo Ismart e sua contribuição no desenvolvimento de
talentos? De acordo com o site do instituto, a ONG foi criada em 1999. O Instituto
Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos (Ismart) é uma entidade
privada, sem fins lucrativos, que identifica jovens talentos de baixa renda, de 12 a
15 anos de idade, e lhes concede bolsas em escolas particulares de excelência e
o acesso a programas de desenvolvimento e orientação profissional, do ensino
fundamental à universidade.
Navegue no site do Ismart e fique por dentro das ações e projetos que
esse instituto desenvolve junto a parceiros. Fique atento(a) e acompanhe os sites
de ONGs e institutos como o Ismart que buscam promover o pleno potencial de
jovens talentos acadêmicos.

https://www.ismart.org.br/sobre/

Outra noticia bem atual sobre reconhecimento de talentos de nossos


estudantes é a do Alpha Lumen. Uma das instituições que oferecem
oportunidade de aprimoramento dos potenciais para aqueles que se destacam,
como é o caso da classificação e premiação de seus estudantes em destaque
mundial.
De acordo com o site da instituição, o instituto Alpha Lumen é uma ONG
que busca soluções de impacto social por meio de ações educativas,
desenvolvendo inúmeros projetos de ação e inspiração junto à comunidade. Entre
eles, o Projeto Escola – trabalhando com jovens e crianças para formar lideranças
capazes de refletir a construção da própria história, impactar positivamente seu
entorno e alcançar o mundo.
A página do Alpha Lumen divulga eventos científicos tais como o V
Science Days – 2023, a Jornada Espacial– OICEA 2023, Olimpíada Brasileira de
Tecnologia – OBT, entre outros eventos que estão com inscrições abertas. Que
tal navegar na página em busca de eventos científicos para propor uma
participação com a sua turma?

Figura 7

Fonte: Alpha Lumen

https://alphalumen.org.br/#
Prêmios internacionais colocam Alpha Lumen em destaque mundial 8

O Instituto Alpha Lumen mostrou no último dia 13 de dezembro que está


entre as melhores instituições de educação no hemisfério sul do planeta e entre
as líderes nos países em desenvolvimento. A prova disto veio na classificação de
dois trabalhos científicos como finalista do High School Science Awards 2022, que
obtiveram o 1º e o 4º lugar na classificação geral da categoria Mathematics
Awards.
A final da High School Science Awards 2022 foi mostrada em tempo real
para todos os concorrentes numa live ocorrida às 10 horas da manhã, pelo comitê
organizador do evento. O estudo em Física, que conseguiu seu bicampeonato
mundial neste ano, conquistou novamente o 1° lugar entre 1211 escolas inscritas
de todos os continentes.
A pesquisa sob a denominação ‘Eletromagnetic Interaction’, foi
desenvolvida pelos estudantes do terceiro ano do ensino médio. O grupo é
formado por Ana Carolina Theodosio de Carvalho Ayres de Camargo, Guglielmo
Gariglio e João Felipe Magalhães Diniz, os dois últimos são bolsistas na
instituição. A concorrência foi acirrada entre Brasil, Finlândia, Alemanha e EUA.
Já em Matemática, o Instituto Alpha Lumen conquistou o 4° lugar em meio
a 347 escolas de vários países. O aluno do 2º ano pertencente ao Projeto Escola
da ONG de São José dos Campos, Pedro Pereira Carvalho, disputou com o
trabalho em matemática intitulado ‘Rotations and Hipervolumes in Euclidian
Space’. Ele concorreu com estudos individuais de escolas dos Estados Unidos,
Dinamarca e Holanda.
Além dos prêmios internacionais recebidos pelos alunos da instituição,
outro caso que merece destaque é Vitor Alexandre Theodosio de Carvalho Ayres
de Camargo. Na reportagem do site O Vale9 consta que o Vitão, como é chamado
pelos colegas, acabou de se formar no Ensino Médio e traz a conquista de ter

8
Excertos da matéria disponível na página da Alpha Lumen. Disponível em:
https://alphalumen.org.br/premios-internacionais-colocam-alpha-lumen-em-destaque-mundial/
Acesso em: 03 mar. 2023
9
Aluno de São José dos Campos passa em mais de 10 universidades ao redor do mundo; entre
elas, Yale Disponível em: https://sampi.net.br/ovale/noticias/559024/o-vale/2022/04/aluno-de-s-o-
jose-dos-campos-passa-em-mais-de-10-universidades-ao-redor-do-mundo-entre-elas-yale Acesso
em: 03 mar. 2023
passado em mais de 10 universidades de prestígio, entre elas Yale, nos Estados
Unidos.
Figura 8

Fonte: O Vale

Ainda de acordo com a reportagem, o jovem talentoso aluno da Alpha


gabaritou o SAT- Scholastic Aptitude Test - um dos exames mais difíceis dos
EUA, utilizado pelas universidades estadunidenses em seus processos de
admissão para graduação. Foi aprovado em seis universidades internacionais, e
ainda tem mais oito na lista de espera, além da Faculdade de Moscou pela inédita
conquista da Medalha de Ouro na OIE - Olimpíada Internacional de Economia,
também sendo aprovado na Universidade Yale, situada em New Haven,
Connecticut, que é o foco do aluno.
Mas não foi somente em universidades do exterior que Vitor foi aprovado.
No Brasil, ele foi aprovado nas melhores universidades, como exemplo, na
Universidade de São Paulo, no curso de Engenharia Aeronáutica; na
Universidade Federal do Rio de Janeiro, no curso de Medicina. Sua pontuação
alcançada no ENEM foi digna de destaque e o aluno recebeu da instituição Alpha
Lumen uma placa em homenagem ao feito.

Para conhecer mais sobre o Vitor:

https://sampi.net.br/ovale/noticias/559024/o-
vale/2022/04/aluno-de-s-o-jose-dos-campos-
passa-em-mais-de-10-universidades-ao-redor-do-
mundo-entre-elas-yale

https://youtu.be/2L9G_V5VoEA
Diálogo aberto

A promoção da ambiência para o desenvolvimento de talentos

Um ambiente motivador é primordial para desenvolver talentos e


potencialidades. Em decorrência disso, as situações do ambiente tanto podem
promover quanto impedir o desenvolvimento dos alunos, sejam eles com AH/SD
ou não. Os condicionantes externos por meio de estímulos e incentivos
requeridos para o pleno desenvolvimento das habilidades e dos potenciais
carecem estar alinhados à criação de um ambiente que atenda às necessidades
dos estudantes.
A promoção da ambiência para o desenvolvimento de talentos demanda
parceria entre escola e família no sentido de otimizar os resultados. A exemplo
disso apresentamos a você um menino muito esperto de 11 anos que comemorou
um importante marco literário: em 2022 ele leu cerca de 600 livros.
Gustavo Henrique Santana Marques é o nome do garoto leitor que estuda
no ensino fundamental da Escola Municipal Dom Pedro I. A reportagem do G1 10
conta que toda essa quantia, segundo sua mãe, Taís Batista Santana, é referente a
livros que ele e sua mãe buscam na biblioteca da biblioteca municipal da escola Dom
Pedro I.

Figura 9

Fonte: G1 Globo

10
Disponível em: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2023/01/01/aos-10-anos-menino-ja-leu-
mais-de-1-mil-livros-leio-por-paixao.ghtml Acesso em: 03 mar. 2023
A mãe de Gustavo conta que sempre incentivou o gosto pela leitura em casa,
organizando um cantinho especial para o filho se dedicar aos livros. Taís afirma que ela
também se envolve nas atividades do garoto, “Nós dois juntos lemos toda a Bíblia em cinco
meses. Comecei a pegar os livros no início do ano, e ele lê até cinco por dia. A maioria era
dehistórias infantis, livros de imagens e das matérias da escola”, contou a mãe.
Gustavo chegou a fazer uma lista com o nome de todos os livros que leu e
anotou tudo em um caderno para mostrar à professora. Entre os nomes estão: A
Princesa Maribel, de Patacrua; Os Sinos, de Manuel Bandeira e Meu Reino, de
Kitty Crowther; Ponto de tecer poesia, de Sylvia Orthof, dentre mais de 400 livros.
Vangna Rosa dos Santos, diretora da escola, conta que a mãe de Gustavo vai à
biblioteca municipal da escola semanalmente para buscar livros para o filho.
Observamos com isso a importância da parceria entre escola e família para promover
uma ambiência de leitura para Gustavo. A professora conta que “Ele é muito aplicado, é
o que mais lê na escola. Por causa da pandemia, todas as aulas foram online na turma
dele, mas a mãe buscava os livros toda semana na biblioteca”.

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra:


https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2023/01/01/a
os-10-anos-menino-ja-leu-mais-de-1-mil-livros-
leio-por-paixao.ghtml

Situações de interesse e talento como as de Gustavo Henrique estão


presentes em nosso contexto educacional. Contudo, em função da invisibilidade pela
não identificação dos potenciais e pela ausência de um ambiente estimulador, tais
aspectos acabam prejudicando o desenvolvimento das habilidades.
Após conhecer o caso do garoto que é um leitor voraz com apenas 9 anos,
convidamos você para acessar o nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA e
participar do Fórum de discussão da Atividade 1. Retome suas anotações referentes
à leitura do texto básico desta unidade para exercitar os conhecimentos aprendidos.

Vamos conversar?

1. Em sua escola existe biblioteca, laboratório de informática ou outro contexto


de ambiência que estimule a leitura e a produção linguística?
2. Converse com seus colegas de curso sobre como essa oferta dos serviços
de suplementação podem favorecer o estímulo dos talentos.

Bom trabalho!!

Não pode faltar!

O assessoramento pedagógico

A Resolução nº 4 de 2009 que institui as Diretrizes Operacionais para o


Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, prevê em seu artigo
10 que “O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a
oferta do AEE” (BRASIL, 2009). No inciso VIII esse documento legal destaca a
necessidade de promover a participação dos alunos nas atividades escolares e,
para tanto, é preciso “[...] estabelecer articulação com os professores da sala de
aula comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e
de acessibilidade e das estratégias [...]” (BRASIL, 2009).
As diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado
na Educação Básica, modalidade Educação Especial também prevêem

VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da


formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos,
serviços e equipamentos, entre outros que maximizem o AEE.
(BRASIL, 2009).

Essas considerações apontam para a relevância do assessoramento


pedagógico como respaldo às ações desenvolvidas no contexto do AEE. Nessa
perspectiva, o trabalho desenvolvido ocorre em parceria com a sala de aula,
envolvendo outros profissionais da escola de acordo com as demandas dos
estudantes com AH/SD.
Na unidade IV aprendemos que o enriquecimento intracurricular
compreende uma das possibilidades de trabalho que pode ocorrer em parceria
entre os professores do AEE e sala comum, visto que se constitui por estratégias
durante o período de aula ou em turno inverso. Dessa maneira, busca
desenvolver o conteúdo da sala comum com o objetivo de aprofundar
conhecimentos.
Sobre o trabalho de assessoramento, Delpretto e Zardo (2010) orientam
que
Ao expressar essa articulação entre a sala de aula comum e a
sala de recursos multifuncionais, através de projetos de trabalho
consistentes, o planejamento coletivo possibilita acompanhar a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos do
ensino regular, bem como estabelecer parcerias na elaboração de
estratégias e disponibilização de serviços do atendimento
educacional especializado para os alunos com altas
habilidades/superdotação. (DELPRETTO, ZARDO, 2010, p. 22)

Além disso, ao prestar assessoramento, o professor do AEE deve realizar


o estudo de caso para identificar as necessidades específicas, efetuando
orientações de acessibilidade e adequações significativas e não significativas 11
indispensáveis ao atendimento em sala de aula/escola junto ao estudante com
AH/SD. Isso pressupõe uma revisão do processo de ensino e aprendizagem, dos
conteúdos, das metodologias e das estratégias de avaliação aplicadas a esses
estudantes.
Nesse processo, o professor do AEE atua sempre em colaboração com o
professor da sala de aula comum na tomada de decisões, no registro do
desenvolvimento dos alunos por meio de portfólio, relatório ou prontuário
educativo na promoção de um acompanhamento compartilhado dos casos e/ou
atendimentos. Em síntese, esse trabalho colaborativo ocorre com vistas a ofertar
espaços apropriados que propiciem a sinergia dos contextos regular e especial.

Saiba mais

Estudantes da EE Jonas Belarmino da Silva são selecionadas para Programa


Futuras Cientistas12

O Programa Futuras Cientistas tem como objetivo instigar o interesse e


promover a participação de mulheres professoras e estudantes do Ensino Médio nas
áreas de Ciência e Tecnologia, por meio de sua aproximação aos Centros
Tecnológicos e Instituições de Ensino e Pesquisa. Recentemente foram ofertadas
470 vagas espalhadas pelo Brasil.

11
Para relembrar sobre as adaptações curriculares nas modalidades não significativas e
significativas, reveja o Quadro 1 da Unidade IV.
12
Disponível em: https://www.sed.ms.gov.br/estudantes-da-ee-jonas-belarmino-da-silva-sao-
selecionadas-para-programa-futuras-cientistas/ Acesso em: 03 mar. 2023
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul,
as estudantes da Rede Estadual de Ensino (REE) Jordana de Brito Caires e Marielly
Vieira Martins Silva, matriculadas na Escola Estadual Jonas Belarmino da Silva,
foram selecionadas para participar do programa Futuras Cientistas promovido pelo
Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene). As atividades científicas
do programa ocorreram de forma remota durante os dias de 03 a 31 de janeiro de
2023.
As atividades desenvolvidas oportunizaram diversas experiências, tais como
em laboratórios, desenvolvimento de projetos científicos, tutorias teóricas e práticas
com profissionais das áreas, palestras, e vários outras. Além disso, as estudantes
selecionadas recebem bolsa-auxílio ofertado pelo Programa/CNPQ. As futuras
cientistas também receberam um kit especial do programa e um certificado das
ações desenvolvidas.
De acordo com o coordenador pedagógico do EMTI (Ensino Médio em Tempo
Integral) Cleiton Rodrigues de Araújo, “o Programa garantiu o protagonismo das
estudantes no processo de abertura ao novo e de obtenção de novos
conhecimentos”.
Conheça mais sobre o programa e suas protagonistas acessando o link
indicado abaixo:

https://www.sed.ms.gov.br/estudantes-da-ee-jonas-belarmino-da-silva-sao-
selecionadas-para-programa-futuras-cientistas/

O que é Sobre-excitabilidade nas AH/SD?

Agora chamamos a sua atenção para uma temática que é pouco discutida
em nossas instituições: a sobre-excitabilidade nas AH/SD. A sobre-excitabilidade
é um conceito fundamental da Teoria da Desintegração Positiva proposto
inicialmente por Dabrowski (1972) e indica uma tendência de reagir intensa e
sensivelmente perante estímulos internos e/ou externos.
Para discutir sobre esse assunto, a live de Patrícia Neumann apresenta
estudos e informações de pesquisas de Dabrovsky à luz de estudos de outra
perspectiva da superdotação, e diferente da perspectiva de Renzulli.

Figura 10

Fonte: YouTube

Que tal conhecer mais sobre as nuances das altas habilidades? Acesse o
link abaixo para ver assistir a live que trata desta temática tão interessante.

Sobre-excitabilidade e Superdotação

https://youtu.be/MKX1ANkIYNY

Agora convidamos você a fazer uma leitura do documento elaborado pela


diretoria do ConBraSD com esclarecimentos sobre o uso de testes psicológicos
para a avaliação das Altas Habilidades Superdotação. Esse documento é muito
importante para organização de serviços , avaliação e identificação de pessoas
com altas Habilidades.

Esclarecimento do ConBraSD sobre o uso de testes psicológicos para


a avaliação das Altas Habilidades Superdotação
https://conbrasd.org/wp-content/uploads/2021/08/Esclarecimentos-
sobre-o-uso-de-testes.pdf
Vocabulário

Nessa parte, vamos fazer uma revisão do vocabulário das Unidades 1, 2, 3 e 4.


Assim você poderá relembrar os conceitos que já estudou anteriormente, além de
aprender novos conceitos relacionados a essa unidade.

Aceleração escolar - Nas palavras de Sabatella (2008, p.122), acelerar significa:


cumprir o programa escolar em menor tempo. De acordo com Freeman e Guenther
(2000), existem diferentes formas de aceleração 13:
 Entrada mais cedo na fase seguinte do processo educativo – desde o nível
da Educação Infantil e daí para a frente;
 Saltar séries escolares – promoção acima dos pares etários, um ou mais
anos;
 Aceleração por disciplina – frequentar séries mais adiantadas em
determinadas disciplinas;
 Classes mistas – com ampla variedade de idades e séries, de modo que os
mais novos possam trabalhar com os mais velhos, e mais avançados;
 Estudos paralelos – uma criança freqüentando o Ensino Fundamental ao
mesmo tempo em que o Ensino Médio, e assim por diante;
 Estudos compactados – quando o currículo normal é completado em metade
ou terça parte do tempo previsto;
 Planos de estudo auto-organizados – que os alunos desenvolvem enquanto
esperam o resto da classe completar o que eles já fizeram ou aprenderam.

Adaptações curriculares - Constituem possibilidades educacionais para atuar


frente às condições de aprendizagem dos alunos com altas habilidades/
superdotação. Pressupõem que se realize a adequação para enriquecimento ou
aprofundamento do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado
às peculiaridades dos alunos. De acordo com Brasil (2003), não se trata de um
novo currículo, mas de um currículo dinâmico, alterável, passível de ampliação,
para que atenda realmente a todos os educandos.

13
As diferentes formas de aceleração estão pontuadas no livro Um olhar para as altas habilidades:
construindo caminhos. Disponível em:
http://cape.edunet.sp.gov.br/cape_arquivos/Um_Olhar_Para_As_Altas_habilidades_2%C2%B0_E
di%C3%A7%C3%A3o.pdf Acesso em: 11 nov. 2021
Altas habilidades - Habilidades acima da média em um ou mais domínios:
intelectual, das relações afetivas e sociais, das produções criativas, esportivas e
psicomotoras (OUROFINO; GUIMARÃES, 2007). O conceito de alunos com altas
habilidades/ superdotação utilizado pela Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo, de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva, publicada pelo MEC em 2008, é o seguinte: “Alunos com altas
habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das
seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança,
psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse”. O
talentoso/pessoa com altas habilidades é aquele indivíduo que, quando
comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente superior
em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias áreas.
(ConBraSD). (CUPERTINO; ARANTES, 2012, grifos nossos).

Assessoramento pedagógico - Ao expressar essa articulação entre a sala de aula


comum e a sala de recursos multifuncionais, através de projetos de trabalho
consistentes, o planejamento coletivo possibilita acompanhar a funcionalidade e
aplicabilidade dos recursos pedagógicos do ensino regular, bem como estabelecer
parcerias na elaboração de estratégias e disponibilização de serviços do
atendimento educacional especializado para os alunos com Altas
Habilidades/Superdotação14 (MEC, 2010, p. 22).

Autoconceito15 - Autoconceito consiste nas crenças que o indivíduo tem a respeito


de si mesmo, nas quais ele baseia suas expectativas e, à luz destas, os seus atos e
realizações (PERES, citado em VIRGOLIM; FLEITH; NEVES PEREIRA, 2006). É
composto por todas as crenças e atitudes que o indivíduo mantém sobre si mesmo
(CANFIELD; WELLS, 1976). Constitui um determinante importante da pessoa que
somos; determina ainda o que pensamos a respeito de nós mesmos, o que fazemos
e o que acreditamos que podemos fazer e alcançar (ALENCAR, 1993).

14
Disponível em: https://lepedi-ufrrj.com.br/wp-content/uploads/2020/09/Fasc%C3%ADculo-10-
Altas-habilidades-e-superdota%C3%A7%C3%A3o.pdf Acesso em: 08 jan. 2023
15
Definições de Autoconceito em A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas
Habilidades / Superlotação | Volume 2: Atividades de Estimulação de Alunos. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab3.pdf Acesso em: 08 jan. 2023
Comportamentos de superdotação - podem ser exibidos em certas crianças (mas
não em todas elas), em alguns momentos (não em todos os momentos) e sob certas
circunstâncias (e não em todas as circunstâncias de sua vida). (VIRGOLIM, 2007).

Criatividade – De acordo com Martinez (2001, p. 92), a criatividade, como


conceito, constitui uma construção teórica elaborada na busca de apreender uma
realidade psicológica que se define, essencialmente, por dois critérios que são
relativos: os critérios de novidade e de valor; existindo consenso entre os
especialistas de que a criatividade se refere à capacidade de produzir algo que,
simultaneamente, é novo e valioso em algum grau. Existem vários conceitos
sobre criatividade. Em geral, todos concordam que algo criativo tem que atender
aos critérios de ser original e útil, em um determinado tempo histórico. Pereira
(2007, p. 16) pontua que um produto ou ideia, para ser considerado criativo, tem
que contar com a concordância de um grupo social, em um determinado momento
do tempo.

Desenho Universal - concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a


serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto
específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva (BRASIL, 2015)16.

DUA - O termo Desenho Universal para a Aprendizagem diz respeito a uma série de
referências cientificamente válidas para guiar a prática educativa que: a)
Proporciona flexibilidade nas formas que as informações são apresentadas, nos
modos que os estudantes respondem ou demonstram seus conhecimentos e
habilidades, e nas maneiras que os estudantes são motivados e se comprometem
com seu próprio aprendizado. b) Reduz as barreiras na forma de ensinar,
proporciona adaptações, apoios/ajudas e desafios apropriados, e mantém altas
expectativas de êxito para todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências e

16
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm Acesso
em: 08 jan. 2023
os que se encontram limitados por sua competência linguística no idioma da
aprendizagem17. (SEBASTIÁN-HEREDERO, 2020, p. 737).

Dupla excepcionalidade – Tem sido definida como a coexistência de altas


habilidades/superdotação com uma deficiência/transtorno/distúrbio/síndrome
(FOLEY-NICPON et al., 2011; KAUFMAN, 2018; REIS; BAUM; BURKE, 2014;
RONKSLEY-PAVIA, 2015).

Enriquecimento extracurricular - É outra forma de desejável de flexibilização


curricular que pode ocorrer na escola do aluno ou em outro ambiente educacional.
Esse tipo de enriquecimento pode ser realizado em salas de recursos, centros de
atendimento ou outros programas específicos. O Modelo Triádico de
Enriquecimento sugerido por Renzulli (1994) é um exemplo, no qual propõe-se
que o atendimento aos alunos com altas habilidades/superdotação deve englobar
atividades dos tipos I, II e III.

Enriquecimento intracurricular - Envolve estratégias que modificam, flexibilizam


e diversificam esse currículo, considerado como o “quê, quando e como ensinar”
e, consequentemente, o “quê, como e quando avaliar” (BRASIL, 1999, p. 31). São
estratégias que poderão contribuir para orientar os professores de sala de aula na
compactação, flexibilização e desenvolvimento de atividades de enriquecimento
na própria sala de aula como proposto por Renzulli (1997) no seu Modelo de
Enriquecimento para toda a escola. Freitas (2012) elucida que essas ações são
desenvolvidas pelo professor regente ou pelo professor das diferentes disciplinas
na sala de aula regular.

Heterogeneidade - as pessoas superdotadas não apresentam, de forma simultânea


ou mesmo em graus semelhantes, as habilidades citadas na definição brasileira de
1994 (VIRGOLIM, 2007).

17
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbee/a/F5g6rWB3wTZwyBN4LpLgv5C/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 08
jan. 2023
Multipotencialidades - confluência de habilidades que representa mais uma
exceção do que uma regra entre os indivíduos superdotados (VIRGOLIM, 2007).

Níveis de habilidades - diferem uns dos outros também por seus interesses, estilos
de aprendizagem, níveis de motivação e de autoconceito, características de
personalidade, e principalmente por suas necessidades educacionais (VIRGOLIM,
2007).

Plano de Desenvolvimento Individual – PDI - É um instrumento de avaliação e


intervenção pedagógica para auxiliar o professor que atua no atendimento
educacional especializado. Documento elaborado pelo professor do Atendimento
Educacional Especializado com o apoio do coordenador pedagógico da unidade
escolar. O PDI serve para registrar os dados da avaliação do aluno e o plano de
intervenção pedagógico especializado que será desenvolvido pelo professor na Sala
de Recursos Multifuncional (POKER, 2013,p. 21).

PTT - O Portfólio do Talento Total pode ser utilizado para se obter informação sobre
as áreas fortes dos alunos, nível de desempenho em áreas de aptidão, interesses
gerais e específicos do estudante no contexto escolar e fora dele, além das formas
individuais de aprender e mostrar o que aprendeu (VIRGOLIM, 2014, p. 596).

Superdotação18 - Superdotado é o indivíduo que demonstra desempenho superior


ao de seus pares em uma ou mais das seguintes áreas: habilidade acadêmica,
motora ou artística, criatividade e liderança.

TA – Transtorno de Aprendizagem. Os transtornos de aprendizagem se configuram


como uma desordem acentuada que interfere no modo de adquirir conhecimentos 19.

TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O Transtorno do Déficit


de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas

18
Cupertino e Arantes (2012) apresentam as diferentes nomenclaturas utilizadas para se referir às
pessoas com altas habilidades/superdotação. Disponível em:
http://cape.edunet.sp.gov.br/cape_arquivos/Um_Olhar_Para_As_Altas_habilidades_2%C2%B0_E
di%C3 %A7%C3%A3o.pdf Acesso em: 08 jan. 2023
19
Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/os-principais-tipos-
deproblemas-de-aprendizagem Acesso em: 08 jan. 2023
genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por
toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).
Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD20.

TEA - O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do


desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância.
São elas: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de
Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem
outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de
Asperger21.

Trabalho colaborativo - Compreendido como uma estratégia pedagógica a ser


utilizada pelo professor para favorecer a aprendizagem dos conteúdos contidos no
currículo escolar para os alunos público-alvo da educação especial. O objetivo do
trabalho colaborativo é o desenvolvimento de metodologias de ensino para o acesso
ao currículo, enriquecimento curricular, formas diferenciadas de avaliação para
melhoria no desempenho acadêmico (SANTOS; MAKISHIMA; SILVA, 2015 p. 06).
De acordo com os estudos de Carvalho (2007), o trabalho colaborativo pode
oferecer ao participante a possibilidade de: participar de maneira ativa e constante
das intervenções do grupo; desenvolver progressivamente sua autonomia e sua
capacidade de interagir de maneira eficaz; desenvolver competências, tais como:
análise, síntese, resolução de problemas e avaliação.

Assimile

Plano de Desenvolvimento Individual – PDI22

Nos estudos do curso de aperfeiçoamento, Consolação, Nádia e


Benedita, tiveram contato com o material do MEC intitulado A Construção de

20
O que é TDAH? Disponível em: https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/ Acesso em: 02 out.
2021
21
O que é autismo? Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/ Acesso
em: 08 jan. 2023
22
De acordo com a Resolução Nº 4 de 2 de outubro de 2009, Art. 10 inciso IV, o Plano do AEE
deve contemplar a identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, definição
dos recursos necessários e das atividades a serem desenvolvidas; cronograma de atendimento
dos alunos.
Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação e
também o Fascículo 10 – Altas habilidades/Superdotação, que orientam e
esclarecem sobre a área das AH/SD. Nesses materiais são apresentadas
propostas e sugestões que devem ser contempladas na construção do Plano de
Desenvolvimento Individual - PDI e no atendimento para AH/SD.
Em seus estudos sobre o PDI, Consolação encontrou nos materiais
disponibilizados no curso de aperfeiçoamento o modelo de plano elaborado por
Poker (2013) e outras pesquisadoras. Trata-se de uma proposta desenvolvida em
um curso de Especialização em AEE na modalidade EaD em parceria entre a
Unesp e o MEC. As autoras elaboraram um documento para orientar a
organização do trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor do AEE.
O PDI elaborado por Poker (2013) et al é composto por duas partes que
se complementam, com roteiro, avaliação e intervenção pedagógica para os
estudantes que frequentam a Sala de Recurso Multifuncional. Na segunda parte,
as autoras apresentam a elaboração da intervenção pedagógica especializada. O
Plano Pedagógico Especializado ou PDI deve enfocar além de proposições para o
atendimento pedagógico do estudante, sua potencialidade de aprendizagem.
Além disso, é preciso considerar propostas/projetos de trabalho coerentes com os
talentos e habilidades emergentes no âmbito da escola, da sala de aula, da
família e dos serviços de apoio. (POKER et al, 2013).

Clique aqui para acessar a proposta de PDI elaborado


pelas autoras.
Parte I – p. 25 a 30
Parte II – p. 34 a 37
https://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/af-
livro_9_poker_v7.pdf

Poker et al (2013) apresentam a sua proposta voltada ao atendimento dos


alunos com deficiência. Contudo, embora não seja elaborado de maneira
específica para atender os estudantes com AH/SD, a organização do atendimento
educacional especializado destaca áreas relevantes que oportunizam o
acompanhamento processual que é pontual para novos planejamentos.
Dessa forma, se for feita a opção pela utilização desse instrumento é
preciso realizar as adequações pertinentes às áreas das habilidades e
inteligências múltiplas de Gardner (1995). Outro ponto a ser considerado na
adaptação do instrumento é a proposta de Renzulli e Reis (1997) sobre os
comportamentos de superdotação.
Após conhecerem essa proposta, as professoras Nádia e Consolação se
sentiram ainda mais motivadas para pesquisar sobre outras possibilidades de
Plano de Desenvolvimento Individual – PDI. Elas encontraram um modelo
desenvolvido pelo Programa de Atendimento a Alunos com Altas
Habilidades/Superdotação - PAAAH/SD da Universidade Federal Fluminense -
UFF coordenado pela professora Cristina Maria Carvalho Delou.
A fundamentação teórica referente ao Plano de Ensino Individualizado –
PEI com elaboração de Delou (2012) foi publicada no livro Altas
Habilidades/Superdotação, Inteligência e Criatividade, publicado pela Editora
Papirus de Campinas - SP, em 2014. Este livro conquistou o Prêmio Jabuti em
2015.
Segue a proposta de Plano de Atendimento Educacional Especializado -
Plano Individual de Ensino, desenvolvida por Delou (2012).

PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO


Plano Individual de Ensino
(Para Aplicação da PNEEPI da Resolução CNE/CEB nº 04/2009 e do decreto nº 761/2011)*

Acompanhamento da aplicação do Currículo Funcional para Terminalidade Específica ou


Enriquecimento Curricular e Aceleração de Estudos, da aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade no ensino regular.

Parecer Final: ( ) Objetivos Alcançados; ( ) Objetivos não alcançados

Recomendação: ( ) Currículo funcional; ( ) Terminalidade Especifica


( ) Enriquecimento Curricular; ( ) Aceleração de Estudos

Utilize outra folha de papel se necessário.


Responsável: _________________________________________________- Data: _______________

*Sugestão elaborada pela professora Cristina Delou, UFF (2012). Autorizada a reprodução.
PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Plano Individual de Ensino
(Para Aplicação da PNEEPI da Resolução CNE/CEB nº 04/2009 e do decreto nº
761/2011)*

Nome: Idade: Data nasc.: Datas Individuais e


______________________ ______ _________ pessoas da equipe
________________________ _ __ que participam no
____ planejamento da
PCCE
Escola: Ano: Nível __________________
______________________ ______ Escolar: __
__ _________ __________________
___

Professor/a:
Responsável:
Local do ( ) Sala de recursos Multifuncionais da Escola;
AEE ( ) Centro de Atendimento Educacional Especializado da Rede
Pública
( ) Instituição comunitária, confessional ou filantrópica sem fins
lucrativos: ___________________
( ) IES; ( ) Naah/S;
( ) Instituto de desenvolvimento e promoção da pesquisa, das
artes e dos esportes: _____________
Necessidades educacionais identificadas:
______________________________________________________
Áreas de interesse de talento:
_______________________________________________________________
Serviços de Saúde e assistente social envolvido:
Recursos Pedagógicos Disponíveis:
Recursos Pedagógicos Necessários:
Acessibilidades disponíveis:
Acessibilidades necessárias:
Número de atendimentos previstos: Número de atendimentos realizados:
Período de Aplicação do Plano de Atendimento Educacional Especializado:
Observações do/a aluno/a em situação livre e dirigidas com base em
instrumento científico de observação do comportamento (p. ex: DELOU, C.M.C.
Lista Base de Indicadores de Superdotação. Parâmetros de Observação na
Sala de Aula. 1987/2011.

* Sugestão elaborada pela professora Cristina Delou, UFF (2012). Autorizada a


reprodução.
PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Plano Individual de Ensino
(Para Aplicação da PNEEPI da Resolução CNE/CEB nº 04/2009 e do decreto nº 761/2011)*

Finalidade do AEE ( )Complementação ( ) Currículo ( )


Curricular Funcional T.E23.

( ) Suplementação
Curricular Enriquecimento ( )
A.E24.
Curricular ( )
ÁREAS CURRICULAES - OBJETIVOS - PONTOS RECURSOS BÁSICOS ATIVIDADES
FORTES - CRITÉIOS DE AVALIAÇÃO (Livros didáticos PEDAGÓGICAS
acessíveis, tecnologias DESENVOLVID
assistidas, TICs) AS POR ÁREA
CURICULAR
______________________________________
_______

*Sugestão elaborada pela professora Cristina Delou, UFF (2012). Autorizada a reprodução.

Aqui você também pode acessar o Plano de Ensino


Individualizado proposto por Delou (2012):
https://especialeinclusiva.blogspot.com/2018/09/plano-de-
ensino-individualizado.html

Não é demais colocar em relevo que os instrumentos aqui sugeridos


compreendem um modelo técnico e pedagógico para exemplificação. De acordo
com o contexto da sua escola, você poderá elaborar o seu instrumento com vistas
a contemplar as informações básicas para a sua implementação, monitoramento
e avaliação.
Para ampliar o leque de possibilidades, compartilhamos outros dois
modelos de instrumentos para a sua apreciação. Essas propostas não foram
elaboradas de maneira específica para o atendimento dos alunos com AH/SD. No
entanto, elas podem ser readequadas para atender a esse propósito. Importante
frisar que como recurso pedagógico, o PDI carece direcionar as ações de modo a

23
Terminalidade Específica
24
Aceleração de estudos
dialogar com as necessidades educacionais, habilidades e potenciais dos
estudantes com altas habilidades/superdotação.

Clique aqui para acessar as etapas de um estudo Clique aqui para acessar a estrutura
de caso, partindo da Proposição do Caso à do Plano de Desenvolvimento
elaboração do Plano de AEE proposto por Ropoli Individual - PDI proposta para a
et al (2010) Rede Estadual de Ensino de Minas
Gerais na página Anexo III – p.48
Anexos I, II e III - p. 42 a p. 48
https://srefabricianodivep.files.wordp
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_do
ress.com/2019/02/cartilha-pdi-plano-
cman&view=download&alias=7103-fasciculo-1-
de-desenvolvimento-individual-do-
pdf&category_slug=novembro-2010-
estudante.pdf
pdf&Itemid=30192

A partir desses apontamentos, urge, dessa forma, a necessidade de que


você verifique como funciona a estrutura da Educação Especial na sua localidade.
Faz-se necessário também buscar informações junto à secretaria de educação do
seu Município, Estado ou do Distrito Federal sobre formulários e normas que são
utilizados na área da Educação Especial.
Reforçamos com Poker et al. (2013) que o atendimento educacional
realizado pelo professor especializado na SRM constitui-se um suporte
fundamental para garantir a participação e a aprendizagem do aluno público-alvo
da educação especial na classe comum. Nas atividades desenvolvidas pela
escola, sua ação será delineada pelo Plano de Desenvolvimento Individual (PDI),
documento elaborado pelo professor do Atendimento Educacional Especializado
com o apoio do coordenador pedagógico da unidade escolar.

Reflita

Consolação, Nádia e Benedita estão comprometidas com a promoção de


espaços de vivências, experiências e saberes que propiciem o desenvolvimento
de novos talentos e habilidades de seus alunos. Para tanto, elas desenvolveram
um projeto que envolve toda a escola para apresentar o Modelo da Tríade de
Enriquecimento atualizado com as contribuições de Freitas e Pérez (2012). O
objetivo é compartilhar a importância do modelo na flexibilização e passos para
oferta dos serviços do AEE por meio de oficinas e projetos.
Em se tratando da observação individual dos alunos, as colegas buscaram
respaldo nos estudos de Delou (2001). A pesquisadora argumenta que é preciso
analisar com cuidado e minúcia a lista base de indicadores a ser observada no
estudante.
Em suas palavras,

A Forma Individual deve ser utilizada em observações


separadas, individuais de cada aluno, após o levantamento
realizado na forma grupal. O professor deverá reservar uma ficha,
da forma individual, para cada aluno e, agora, verificar a
consistência e a frequência de cada característica da Lista e não
somente as apontadas na Forma Grupal. (DELOU, 2001, p.4)

Nesse processo, ao avaliar e acompanhar as habilidades do estudante, é


importante iniciar pela primeira característica apresentada por esse aluno. Nesse
ponto, vamos retomar o exemplo do Carlinhos apresentado na unidade anterior.
Além de participar do grupo de enriquecimento com os outros estudantes
desenvolvendo projetos de invenções e astronomia, ele demonstrou interesse e
habilidade em outras línguas e na área de computadores/informática.
Para um atendimento preciso, Consolação promoveu a continuidade do
trabalho na coleta de informações junto à família de Carlinhos. Esses dados serão
imprescindíveis para a elaboração de um trabalho que atenda às necessidades do
aluno na promoção dos seus talentos e potenciais. Adentrar o universo social e
familiar dos estudantes demanda um tempo de qualidade junto aos pais e/ou
familiares mediado por uma postura investigativa do professor na coleta de
informações sobre os interesses e as habilidades dos alunos.
A partir disso, Consolação agendou um primeiro encontro para o
acolhimento dos pais de Carlinhos em um primeiro contato. Carlinhos tem 4 anos,
é aluno do 2º Período da Educação Infantil e é filho único. A mãe relatou um
pouco da história de vida do filho. O menino nasceu de 38 semanas, engatinhou
aos 8 meses e andou aproximadamente com 11 meses e 15 dias. De acordo
com a mãe, ele iniciou a fala por volta de 1 ano de idade.
Aos 2 anos a criança já sabia o alfabeto, visto que sua babá ensinou as
letras para o pequeno e aos 3 anos o menino já sabia ler. Segundo os pais,
Carlinhos aprendeu a ler sozinho. Eles contam que o filho tem excelente memória
fotográfica em tudo que ouve e lê, bem como ótima leitura e oralidade, com
português fluente e rapidez de pensamento. Quando está em casa, a área de
maior interesse é assistir desenho e jogar com aparelhos celulares.
O garoto começou a demonstrar interesse por computadores e iPads
desde os 2 anos, apresentando muita habilidade em manuseá-los. Ele já sabe
pesquisar sites em inglês utilizando os aparelhos. Apesar da pouca idade, o
menino fica muito feliz ao falar de assuntos do seu interesse e escrever sobre
situações que o instigam. Ainda segundo os pais, o filho é uma criança de poucos
amigos, mas quando está em grupo, sempre se interessa pelas atividades dos
outros, procurando liderar e conduzir para atividades de seu interesse.
Carlinhos é muito disciplinado com a utilização do seu tempo,
principalmente ao executar as tarefas escolares. De acordo com os pais, o filho
adora ir ao shopping e ao clube. No aspecto emocional algo que chama atenção
dos familiares é a dificuldade em receber um “não”. Eles observam que a escola
está contribuindo com a saúde emocional e orientação do talento de Carlinhos.
O primeiro contato com os pais de Carlinhos foi muito produtivo e rendeu
boas anotações. Consolação registrou os dados coletados junto à família para um
posterior estudo somado às anotações no contexto escolar. Em sala de aula,
sempre a partir de um olhar atento, a professora Consolação fez as suas
anotações e observou que Carlinhos apresentou as seguintes características:

 Possui ideias originais mediante os contextos e situações problemas;


 Recupera rapidamente o que foi ensinado;
 É curioso e demonstra boa memória;
 É independente e apresenta interesse por atividades que envolvem
resolução de problemas e por outras línguas (Inglês);
 Quando executa as atividades é perfeccionista, com muito
comprometimento, habilidade e energia;
 Irrita-se com rotinas;
 Tem percepção polida e, quando irritado e/ou contrariado, manifesta
comportamentos agressivos (corporais e verbais);
 Apresenta facilidade em compreender o significado de conceitos numéricos
acima de 100;
 Tem facilidade em construir estratégias para resolver um problema;
 Apresenta habilidade e raciocínio rápido no computador;
 Possui habilidades em fazer perguntas para entender como as coisas
funcionam;
 Área do domínio espacial: apresenta muita facilidade em planejar
cuidadosamente o uso do espaço onde se encontra; também em organizar
e agrupar objetos e habilidade em interpretar mapas e gráficos.

Após acompanhar o caso de Carlinhos e o registro das informações


coletadas por Consolação, professora do AEE, agora é a sua vez de assumir essa
postura investigativa. Desde o início do nosso curso você tem registrado o seu
desenvolvimento no Diário de Bordo com questões específicas em cada unidade,
não é mesmo?
A última tarefa que vamos realizar como registro no diário é para inspirar
você na continuidade de anotações da sua prática pedagógica. Acesse a
Atividade 2 - Diário de Bordo para fazer uma coleta de dados.
O objetivo aqui é que você desenvolva um olhar atento às características
apresentadas por um aluno/uma aluna que tenha chamado a sua atenção por
apresentar indicadores de AH/SD. Retome a leitura desse tópico para observar as
anotações da Professora Consolação sobre as características apresentadas por
Carlinhos em sala de aula.
Após o registro das características apresentadas por sua aluna/seu aluno,
anote um esboço de possíveis atividades a serem desenvolvidas no sentido de
ampliar as suas habilidades e os seus potenciais. É importante também
considerar os aspectos que precisam ser trabalhados e quais atividades poderiam
contribuir nesse processo.
A partir dessa prática, esperamos que você desenvolva o hábito de
registrar as características, os comportamentos e as necessidades educativas dos
seus alunos. O registro dessas informações poderá contribuir para o
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem de toda a turma, uma
vez que ocorre a partir de um olhar atento e crítico voltado às necessidades
educativas dos estudantes.

Exemplificando com dois casos

Gabaritando com Caio Temponi

Você precisa de ajuda para entender sobre geometria plana, produtos


notáveis e trigonometria avançada? A sua turma tem alunos com interesse em
prestar o vestibular do Instituto Tecnológico da Aeronáutica e/ou o concurso do
Instituto Militar do Exército e precisam entender sobre as questões de
conhecimento específico dos testes?
Vamos apresentar para você um menino genial de apenas 14 anos que
entende sobre isso e muito mais! O seu nome é Caio Temponi. O professor
mirim tem um canal nas redes sociais e faz uso dessa ferramenta para ensinar
conteúdos nas áreas de exatas com resolução de questões. Caio explica que faz
resolução de questões para ajudar as pessoas.
De acordo com ele, “Aquelas que não possuem material educativo como
apostilas e livros, aquelas que participam de olimpíadas e questões do dia a dia
de escola mesmo. Fico muito feliz em ajudar as pessoas. Me sinto muito
realizado”. O canal Gabaritando com Caio Temponi conta com 37 mil inscritos e
seus vídeos tem uma quantidade significativa de visualizações.
Em seu canal, Caio ensina sobre questões de concursos, xadrez, questões
“bugantes” de geometria plana, resolve exercícios da prova para ingresso na
Escola Preparatória de Cadetes do Ar, dentre outros testes. Gabaritando com
Caio Temponi foi criado com o objetivo de ajudar as pessoas no estudo de
concursos militares, olimpíadas e vestibulares.
Caio deixa um recado para quem está se preparando para alguma prova:
“Estude, dê o melhor de si com foco e concentração, e também se inscreva lá no
meu canal, pois eu tenho certeza que vai ajudar muitas pessoas”.

Clique aqui para acessar


Gabaritando com Caio Temponi
https://www.youtube.com/c/GabaritandoComCaioTemponi/videos
Link do grupo do zap com dicas, ebook gratuito e link de lives:
https://chat.whatsapp.com/Iu9PBysGo17...

De acordo com o site “Amo Direito”25, essas são as aprovações de Caio em


diferentes instituições de ensino no Brasil:

• 1º lugar no Colégio Militar de Juiz de Fora (CMJF)

25
Disponível em: https://www.amodireito.com.br/2023/03/14-anos-mais-jovem-aprovado-ita-
estudar-direito-federal.html Acesso em: 02 mar. 2023
• 1º lugar na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar) da FAB (Força Aérea
Brasileira)

• 1º em administração na Universidade Estadual do Ceará (UECE)

• 1º em direito na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

• 1º lugar em engenharia civil na Universidade Federal do Cariri (UFCA);

• Aprovado na Academia da Força Aérea (AFA)

• Duas vezes aprovado em medicina na Universidade de Fortaleza (Unifor)

• Duas vezes aprovado em medicina no Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)

• 14º lugar em engenharia no ITA, considerado o vestibular mais difícil

• Aprovado em matemática na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

• 3.º lugar em direito na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Figura 11

Fonte: Tribuna de Minas

Após ter conseguido o feito histórico de ser o mais jovem aprovado no


Instituto Tecnológico de Aeronáutica que é considerado um dos exames mais
difíceis do país, Caio decidiu estudar direito na Universidade Federal de Juiz de
Fora (UFJF), em Minas Gerais. A sua escolha foi influenciada pelo sonho de ser
juiz federal.
O jovem que faz parte de duas sociedades de alta inteligência, a Mensa e a
Intertel, havia sido aprovado em primeiro lugar no curso de Direito da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em 2022 quando ele ainda cursava
o 2º ano do ensino médio. A aprovação foi pelo sistema do SISU, pela prova do
ENEM.
Além dessa aprovação, a mãe de Caio conta que aos 12 anos o filho
passou em primeiro lugar no exame da Escola Preparatória de Cadetes do Ar
(Epcar), em Barbacena (MG), acertando todas as questões. Laurismara Temponi
explica que o Caio é muito disciplinado em seus estudos e organiza o seu tempo
entre o colégio, as aulas de olimpíadas de física e de matemática, estuda inglês
na modalidade online e ainda sobra tempo para brincar.
De acordo com a reportagem, para participar do vestibular da UECE o
garoto foi adiantado em três séries. Com laudo de altas habilidades, esse
processo foi acompanhado por uma psicóloga e, além disso, Caio fez prova de
nível de série. Atualmente, Caio está ansioso pelo início das aulas do curso de
Direito na UFJF previsto para final de março deste ano de 2023. O ingresso do
adolescente na universidade ocorrerá em termos legais, já que apesar da idade,
Caio concluiu o ensino médio no final de 2022.

Clique aqui para ler a reportagem da Tribuna de Minas


com Caio Temponi
https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/03-03-2023/com-apenas-
14-anos-jovem-e-aprovado-na-faculdade-de-direito-da-ufjf.html

Menino brasileiro de 7 anos entra para o seleto clube dos gênios

Nas unidades anteriores conhecemos alguns casos de crianças com altas


habilidades/superdotação que fazem parte da Mensa, a maior e mais antiga
sociedade de alto QI do mundo. Conhecemos o Gustavo Saldanha que em 2021,
se tornou o brasileiro mais novo a entrar para a Mensa, você se lembra?
Recentemente, a lista dos membros na Mensa Brasil foi ampliada com a
aceitação de Romeu Gutvilen para fazer parte dessa sociedade. Com apenas 8
anos, o menino ocupa agora o título que antes era de Gustavo. O garoto tem
raciocínio rápido e apurado, com um QI de 138 e 99, 43 de percentil. Uma das
paixões de Romeu é jogar xadrez.
Romeu Gutvilen já é um dos melhores jogadores de xadrez do país. O
menino xadrezista está em primeiro lugar dentre os três melhores jogadores
brasileiros na categoria infantil nas modalidades “blitz” e xadrez clássico. Sua mãe
conta que começou a perceber a inteligência do filho desde aos 2 anos de idade
quando ele já conhecia as letras do alfabeto.
Quando Romeu tinha 4 anos ele já sabia ler e compreender textos, afirma
Rachel Gutvilen. Além disso, a criança sempre demonstrou paixão por
matemática e também pela música, já que ele ama tocar piano. A mãe também
conta que em meados de 2019 estava muito preocupada com o filho porque ele
só se sentia feliz quando estava envolvido com os números, cálculos e desafios
mentais.

Figura 12

Fonte: Rede social de Romeu Gutvilen


De acordo com a reportagem26, Rachel procurou ajuda através da
neuropsicóloga Leninha Wagner. Leninha conta que ficou surpresa com os
resultados de Romeu, uma vez que ele tinha apenas quatro anos e meio quando
foi submetido a entrevistas e testes diversos que resultaram em percentil 99. Além
disso, foram identificadas habilidades sociais bem desenvolvidas, maturidade
emocional para além da idade cronológica, resultados tão positivos para tão tenra
idade que causaram um forte impacto na neuropsicóloga.
Certamente você está curiosa/curioso para conhecer um pouco mais sobre
as habilidades do mais novo integrante da Mensa Brasil.

Clique aqui para assistir a reportagem com


Romeu Gutvilen
https://www.youtube.com/watch?v=NU2t9ztGlko

Para ver rede social:


https://www.instagram.com/romeugutvilen/

Após a leitura do texto e de ter assistido às reportagens com os incríveis


Caio Temponi e Romeu Gutvilen, convidamos você para acessar o nosso
Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA e participar do Fórum de discussão da
Atividade 3. Retome suas anotações referentes à leitura do texto básico desta
unidade para exercitar os conhecimentos aprendidos.

Vamos conversar?

Considere uma situação hipotética em que você atua como


professora/professor da classe comum regular na escola em que o Caio e Romeu
estudam.

1. Quais as ações necessárias para que o potencial desses meninos geniais


não seja desperdiçado?
2. Como organizar o trabalho em sala de aula/contexto escolar?
3. Cite um ou mais exemplos de projeto/proposta de enriquecimento escolar
que você poderia desenvolver em parceria com o professor de AEE como
trabalho de assessoramento para esses estudantes.

26
Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/menino-de-7-anos-
entra-para-clube-dos-genios-brasileiros.phtml Acesso em: 16 jan. 2023
Sem medo de errar

Avaliação
Um aspecto relevante durante todo o processo é a Avaliação, assim é
interessante que os estudantes construam um Portfólio para o registro de suas
pesquisas, pois o mesmo é uma ferramenta preciosa para acompanhá-los ao
longo de sua trajetória, fornecendo subsídios para desenvolver estratégias de
enriquecimento extracurricular pelo professor do AEE – AH SD podendo ser
aplicado como instrumento de avaliação visto que confirma aspectos das
habilidades acima da média, comprometimento com a tarefa e criatividade
(FREITAS; PÉREZ, 2016).
De igual importância é o acompanhamento processual do estudante ao
longo de sua trajetória. Assim, as professoras Consolação e Nádia combinaram
de fazer o acompanhamento processual com elaboração de Parecer
pedagógico27.
As colegas acreditam que para um processo avaliativo contínuo obter êxito
é preciso registrar todos os resultados do desempenho e do desenvolvimento do
estudante em fichas específicas. Além disso, é preciso acompanhar o seu
histórico escolar para o estudo do desenvolvimento do seu talento e potencial da
sua vida acadêmica.

Atenção

Não é demais considerar que todas as atividades de enriquecimento


devem encontrar respaldo no projeto pedagógico. A esse respeito, Vieira (2014, p.
325) orienta que “O projeto pedagógico é o ponto de referência na definição da
prática educacional e na orientação da operacionalização do currículo”. Outro
documento que define que o projeto pedagógico institucional deverá prever o AEE
é a Resolução n. 4 que consta também da sua organização, da elaboração do
Plano do AEE, do cronograma de atendimento, dentre outros aspectos (BRASIL,
2009).

27
Trata-se de um instrumento elaborado por Pérez e Freitas (2016) utilizado para sistematizar os
resultados de cada um dos instrumentos usados para a identificação dos indicadores de Altas
Habilidades/Superdotação.
De acordo com a documentação legal, o AEE tem por objetivo atender as
necessidades de aprendizagem dos estudantes público-alvo da educação
especial, por meio de recursos, metodologias e acompanhamento pedagógico
adequados. Diante disso, o projeto pedagógico deverá contemplar as ações a
serem desenvolvidas no AEE de modo que promovam o diálogo com os principais
documentos norteadores da instituição.

Caso

Para refletir sobre altas habilidades/superdotação existentes no cotidiano


escolar, tome como exemplo a Situação Geradora de Aprendizagem a seguir.
Maria atua há dez anos como professora dos anos finais do Ensino Fundamental,
em um colégio estadual de sua cidade. A professora acreditava que nunca teve
contato com alunos com AH/SD e não conseguia pensar em ninguém da sua
turma com essas características. Essa realidade estava prestes a mudar.
Em um projeto desenvolvido pelas colegas de escola, Consolação, Nádia e
Benedita abordaram a temática das Altas Habilidades/Superdotação. A partir
desse projeto, Maria começou a entender melhor sobre esse conceito, as
características apresentadas pelas pessoas com AH/SD, os amparos legais da
educação para esses alunos, dentre outros aspectos.
O grupo de estudo do projeto promoveu um seminário sobre Gardner
(1995) e suas pesquisas sobre as Inteligências múltiplas. A contar disso, Maria
aprendeu que a pessoa com AH/SD pode desenvolver e expressar sua
inteligência de maneira isolada ou combinada (mais de uma). A professora
aprendeu ainda que os superdotados apresentam raciocínios e aprendizagens
rápidas, são curiosos e pesquisadores natos.
Um fato que chamou a atenção de Maria é que para efetivar a inclusão
escolar do aluno com AH/SD é imprescindível que ocorram mudanças quanto ao
enriquecimento curricular e à criação de estratégias inclusivas, desde a
reelaboração do projeto político pedagógico da escola até a formação do
educador. A professora compreendeu que a inclusão deve ter início na
conscientização do educador encontrando respaldo em seu fazer pedagógico a
partir de práticas inclusivas. Dessa maneira, o processo de ensino e
aprendizagem deve dialogar com o projeto político pedagógico da escola com o
enfoque na diversidade e no desenvolvimento integral dos estudantes.
Em face dessa aprendizagem, a professora Maria ficou bastante
interessada em conhecer mais sobre as altas habilidades/superdotação e as
práticas educativas voltadas a esse público alvo da educação especial. Ela
procurou as colegas que elaboraram o projeto e demonstrou interesse em
participar do grupo de estudo. Desde então, Maria é uma das integrantes do
grupo que pesquisa sobre práticas educacionais inclusivas para estudantes com
altas habilidades/superdotação.
No meio do ano letivo uma aluna em especial despertou a atenção da
professora. A aluna Vanessa era excelente em suas produções textuais, tirava
notas altas, tanto em Português – Redação, como também no aprendizado de
outros idiomas. Maria percebeu que a estudante não tinha amigos, ficava sozinha
nos intervalos e apresentava dificuldades para desenvolver trabalhos em grupo.
Além disso, mesmo tirando excelentes notas a aluna demonstrava certa
desatenção nas aulas
Essas características e o comportamento de Vanessa também foram
relatados por outros professores na reunião de conselho de classe. Diante disso,
a coordenação convidou os pais da aluna para uma conversa com o objetivo de
conhecer sobre a sua história de vida. O relato da família apontou que Vanessa
começou a falar precocemente, aprendeu a ler sozinha e aos 3 anos demonstrou
interesse pela aprendizagem de outras línguas, o inglês e o japonês. Dentre
outras características relatadas pelos pais, a professora observou que elas
poderiam apontar para o fato de que Vanessa apresenta altas
habilidades/superdotação na área de linguística.
Maria ficou reflexiva sobre esse assunto e algumas questões a
inquietavam: “Como pode ocorrer o processo de identificação de Vanessa? Caso
seja confirmado o laudo de AH/SD, ela terá que ser acelerada de ano no ensino
fundamental? Como posso contribuir para auxiliar no aprimoramento das
habilidades da aluna?”. Esses questionamentos foram apresentados ao grupo de
estudo que, além de outras iniciativas, apresentou a demanda de formação
profissional para atuar nas AH/SD à direção. A direção buscou parceria junto à
Superintendência Regional de Ensino – SRE para promover cursos de
aperfeiçoamento sobre os desafios da identificação das pessoas com Altas
Habilidades/Superdotação.
Nesse processo de formação dos educadores, o grupo de estudo
continuou as pesquisas e reuniões com os professores para auxiliar nos casos já
identificados e na promoção do trabalho de assessoramento entre sala de aula
regular e AEE. Consolação, coordenadora do grupo de pesquisa, entrou em
contato com a universidade local e descobriu que a instituição tem profissionais
que pesquisam na área de AH/SD. Ela agendou uma reunião com os
pesquisadores para convidá-los a participar do grupo de pesquisa da escola.
Consolação conheceu o grupo de pesquisa da universidade que
desenvolve ações com o objetivo de preparar os educadores para intervirem em
casos de conflitos enfrentados pelas pessoas com AH/SD no decorrer da
aprendizagem e da vida acadêmica. Em conversa com a coordenadora do grupo
de pesquisa da universidade, Consolação explicou a demanda da escola e relatou
sobre as atividades desenvolvidas por seu grupo de pesquisa. Juntas, elas
estabeleceram uma parceria entre universidade e escola para contribuir na
formação dos professores e no desenvolvimento de práticas educativas voltadas
aos estudantes com AH/SD.
A partir da demanda apresentada, o grupo de pesquisas da universidade
está se organizando para ofertar diferentes ações que visam o desenvolvimento
de talentos. Dentre os projetos, uma oficina de robótica educativa, cursos de
verão e de inverno para alunos com AH/SD, iniciação científica para alunos do
ensino médio, projeto jovens talentos, dentre outras ações.
Essas considerações vão ao encontro do disposto na Resolução CNE/CEB
Nº 04/2009 que orienta

Art. 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas


atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito
de escolas públicas de ensino regular em interface com os
núcleos de atividades para altas habilidades/superdotação e com
as instituições de ensino superior e institutos voltados ao
desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos
esportes. (BRASIL, 2009, grifos nossos).

A partir da situação relatada, observamos que o início de tudo foi uma


demanda apresentada pelas professoras Consolação, Nádia e Benedita que
sentiram a necessidade de formação em vista da sua demanda em sala de aula.
Elas se matricularam no curso de aperfeiçoamento voltado para formação
continuada de professores da rede pública fomentado pelo Ministério da
Educação – MEC em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia – UFU.
Cada vez mais comprometida em sua formação, Consolação organizou um
grupo de estudo com as colegas e estendeu o convite a toda comunidade escolar.
O grupo buscou apoio da direção para promover um seminário sobre inteligências
múltiplas para os professores da escola, dentre outras ações voltadas à formação
docente para atuar com os estudantes com AH/SD. A direção também buscou
estabelecer parceria junto à Superintendência Regional de Ensino, ao passo que
Consolação entrou em contato com o grupo de pesquisas da universidade local.
Esperamos que essa situação geradora de aprendizagem estimule você no
desenvolvimento de ações semelhantes a partir do seu contexto escolar. O
compromisso de uma educação que contemple as necessidades educativas das
pessoas com AH/SD deve envolver toda a comunidade escolar. O professor não
deve ser o único responsável nesse processo. Escola, direção, Secretaria de
Educação, família e universidades precisam caminhar juntas em prol de uma
educação voltada ao desenvolvimento de potenciais para promover um ensino de
qualidade com equidade e inclusão ao longo da vida.

Faça você mesmo

Nessa parte do curso, a professora Consolação retomou o estudo dos


fundamentos legais e o referencial teórico para organizar o plano de trabalho junto
aos seus alunos. Para tanto, ela levou em consideração os passos sugeridos por
Fleith (2007) e por Renzulli, Gentry e Reis (2003).

a) Elaborou o cronograma de funcionamento do/com grupo de


estudante(s);
Antes de iniciar as atividades do grupo de enriquecimento, Consolação
juntamente com os estudantes, elaborou um cronograma contendo os horários de
encontros. Houve consenso que o atendimento seria ora em pequenos grupos,
ora individualmente, alterando de acordo com as necessidades de cada educando
e na disponibilidade de horários dos facilitadores parceiros28.

28
Podem ser efetivadas parcerias com as universidades, visto que estas auxiliam tanto no
processo de identificação como na oferta de atividades do currículo universitário e de projetos de
pesquisa do estudante. Além disso, o terceiro setor pode ser considerado como parceiro também.
Quanto ao número de estudantes no grupo de enriquecimento, totalizou 12
estudantes de séries e professores distintos. No caso dos horários de
acompanhamento, Consolação optou por aquele adotado pela maioria dos
especialistas, tais como Renzulli, Gentry e Reis (2003). Dessa maneira, ficaram
acordados 2 dias por semana na produção de recursos/assessoramento para os
professores da escola e 3 dias oferecendo atendimento direto ao estudante. Os
encontros diários terão duração mínima de 1hora e meia, e quando forem
alternados (semanais ou quinzenais), poderão acontecer entre 2 a 4 horas.

b) Identificou os interesses do(s) estudante(s);

A professora Consolação fez um levantamento das habilidades e aptidões,


no intuito de aguçar a curiosidade e desejo para suscitar o interesse em projetos,
pesquisas, experimentos, passeios, debates, entrevistas, dentre outros. A partir
desse mapeamento, somados aos interesses apresentados pelos estudantes da
professora Nádia, e de outras turmas do ensino regular onde presta
assessoramento, o grupo iniciou atividades exploratórias gerais, para
levantamento das áreas de interesses apresentadas. Isso culminou em elementos
para elaborar o portfólio com os subsídios relevantes para a professora
Consolação constituir e orientar os trabalhos do grupo.
De acordo com Pereira (2007), o desempenho do professor nesse
momento do processo é essencial para possibilitar as atividades de
enriquecimento. Para atender a demanda do grupo de talentos, Consolação
organizou um plano geral de trabalho com desdobramentos de planejamentos
mensais, quinzenais e semanais de forma a promover enriquecimento do Tipo II
com investigação individual ou em grupos.
Nesse caminho, a professora elaborou um planejamento com atividades
dos Tipos III e IV para os estudantes cujo tema de interesse e investigação já
começava delinear-se, com possível encaminhamento para um plano mais
individualizado. Sobre isso, Chagas (2007) sugere alguns exemplos de temas
para os grupos de enriquecimento:

❖ Oficina de poetas;

❖ Equipe de robótica experimental;

❖ Companhia de desenho de móveis criativos;


❖ Luzes, câmera, ação: técnicas de produção de vídeo;

❖ Prezado Sr. Shakespeare: oficina de escrita para jovens escritores

Além das propostas supracitadas, outros temas e projetos podem compor o


trabalho de enriquecimento, tais como:

 Projetos independentes, individuais e em pequenos grupos;

 Atividades de pensamento inventivo;

 Oficina de invenções;

 Programas e concursos de ciências, letras, artes visuais e plásticas;

 Aulas de música, interpretação ou artes visuais;

 Desenvolvimento e direção de projetos de investigação e estudos


aprofundados sobre temas específicos em diferentes áreas do
conhecimento;

 Estudo de problemas sociais;

 Participação em programas extracurriculares;

 Participação em gincanas e olimpíadas.

Não é demais enfatizar que o planejamento das atividades de


enriquecimento29 deve ocorrer em conjunto com o estudante, e em regra, eles são
consultados em relação aos seus interesses de aprofundamento dos estudos. A
esse respeito, Maia-Pinto e Fleith (2004) orientam que,

Geralmente, estas atividades são implementadas individualmente,


com cada aluno por meio do estudo independente, ou são
organizadas investigações em pequenos grupos de interesse nos
quais são oportunizados minicursos e desenvolvimento de centros
de interesses. (MAIA-PINTO; FLEITH, 2004, p. 56-57).

No caso do grupo de enriquecimento acompanhado pela professora


Consolação, ocorreu a demanda de projetos independentes, individuais e em
pequenos grupos. Os pequenos grupos optaram por desenvolver uma oficina de
29
Para aprofundar mais sobre o desenvolvimento de investigações criativas e projetos para
elaboração de enriquecimento Tipo III, leia: Altas habilidades/superdotação: manual para guiar o
aluno desde a definição de um problema até o produto final (BURNS, 2014).
invenções e astronomia. Nas oficinas foram trabalhadas atividades do tipo I, II e
III. Nesse contexto, a professora Consolação buscou especialistas nas áreas de
interesse dos estudantes para possíveis acompanhamentos como facilitadores no
aprofundamento das habilidades e talentos.
Na pesquisa individual, a escolha se deu para estudos aprofundados sobre
resolução de problemas, computadores/informática e por outras línguas (Inglês).

c) Formou um banco de interesses e de possíveis facilitadores

O estabelecimento de parcerias na escola, com familiares, especialistas,


monitores/estagiários universitários e comunidade em geral é primordial para a
oferta do enriquecimento, já que muitos não têm oficinas ou projetos
extracurriculares na própria escola. Segundo Chagas (2007), este trabalho
demanda que todos os envolvidos estejam devidamente cadastrados e envolvidos
no processo, com muito entusiasmo, desde que possuam as habilidades
adequadas ao tipo de demanda que irá contribuir.
Para definir o programa a ser trabalhado de acordo com o interesse do(s)
estudante(s), Consolação organizou um banco de dados contendo os interesses,
aptidões, habilidades e necessidades a serem atendidos. Para tanto, foi definido
um tempo para execução, acompanhamento e avaliação (um semestre, um
bimestre ou um ano escolar).

d) Iniciou o registro do(s) estudante(s) nos grupos e capacitação de possíveis


facilitadores no contexto da escola;

Para compor os grupos é indicado realizar inicialmente o registro da


participação dos estudantes no grupo de enriquecimento do AEE. Chagas (2007)
sugere que seja por meio de fichas de inscrição e pedido de autorização dos pais
para que os filhos iniciem as atividades de enriquecimento.
Outro aspecto de extrema importância é a participação em reuniões para
formação e orientação de como será o funcionamento do grupo. Nesse caso,
Consolação buscou assegurar um momento nos dias de reuniões para promover
um diálogo com os professores sobre a temática AH/SD a fim de esclarecer
dúvidas e possibilitar um melhor entendimento do grupo e seu desenvolvimento.
Por se tratar de um trabalho multidisciplinar com possíveis facilitadores de
diferentes áreas do conhecimento, a interlocução, vivências e troca de
experiências entre os profissionais são de suma importância.
Somados a isso, Sabatela e Cupertino (2007) orientam que é importante
agregar projetos e propostas pedagógicas do contexto da escola ao das áreas
das habilidades e escolhas de temas a serem investigados/ pesquisados pelos
estudantes, com o enfoque nas inteligências apresentadas. Ao encontro dessas
considerações, Araújo, Moreira e Cardoso (2016) destacam que as ações
desenvolvidas devem contribuir para a prática reflexiva dos saberes e fazeres dos
envolvidos como facilitadores.
Em relação ao resultado do desempenho e do desenvolvimento do aluno,
Pereira (2010) alerta que

Todos os resultados do desempenho e do desenvolvimento do


aluno deverão ser registrados em fichas específicas, os quais
deverão acompanhar seu histórico escolar, para o estudo do
desenvolvimento de seu potencial e de sua vida estudantil.
(PEREIRA, 2002, p.100)

A partir dessas orientações, as professoras Consolação, Nádia e demais


colaboradores decidiram fazer uma lista de avaliação de acordo com os domínios,
habilidades, motivação e comprometimento com a tarefa, apresentada pelos
estudantes do grupo de talentos. O objetivo é ofertar experiências e desafios com
base nas inteligências apresentadas pelos estudantes. Além disso, as professoras
selecionaram questionários e instrumentos de acordo com os objetivos a serem
alcançados em cada oficina e/ou projetos. O intuito é estimular os pontos fortes
dos alunos e contribuir para o desenvolvimento dos aspectos que precisam ser
aperfeiçoados.
Esse é um momento na formação de grupos e/ou subgrupos em que se
podem iniciar as reuniões para seleção de tópicos ou problemas do contexto real.
Cada grupo ou subgrupo deve analisar os assuntos a serem abordados no
planejamento em uma investigação minuciosa com vistas a propor resoluções de
forma criativa às situações problema apresentadas.
Nesse contexto é preciso propiciar condições para que os produtos
criativos tenham originalidade e autenticidade nos dados e na produção do
conhecimento de modo a atender a necessidade ou a resolução de um problema
real.
e) Reuniu com os pais para orientação, repasse do funcionamento dos grupos
e pedido de autorização aos pais;

Nesse processo surgem muitas dúvidas, questionamentos, desejo de


compreender melhor o que é o AEE para AH/SD, bem como inquietações frente a
essa proposta até então desconhecida pelos pais. É nesse momento que devem
se estreitar as relações, desenvolver uma escuta atenta e acolher as demandas
dos familiares.
Para que as ações propostas no enriquecimento obtenham êxito é de
fundamental importância a parceria entre família e escola. Diante disso, é preciso
organizar momentos de reunião com pais e/ou responsáveis para solicitar
autorização, esclarecer sobre a proposta de atendimento, definir papéis e firmar
responsabilidades.

f) Socializar os resultados dos projetos desenvolvidos

A professora Consolação e os professores facilitadores pretendem ao final


do projeto socializar os resultados alcançados por meio da exposição dos
trabalhos desenvolvidos tanto nos grupos de enriquecimento como nos projetos
individuais. Nessa etapa, Chagas (2007) sugere:

a) Planejar e criar mecanismos de reconhecimento do trabalho


realizado;
b) Elaborar cartazes, planejar cerimônias, premiações, festas e
jantares de confraternização;
c) Oferecer medalhas, diplomas, confeccionar faixas de
congratulações, destinar espaços para comunicação.
d) A mídia pode ser convidada para a apresentação dos produtos
dos grupos em feiras e show de talentos;
d) Certificados, livros, jornais, faixas de congratulação;
e) Manter o entusiasmo e contagiar com o desejo de participar
nesse tipo de atividade, dentre outros. (CHAGAS, 2007, p. 115)

A orientação das atividades/projetos de pesquisas, o acompanhamento


desde a montagem dos grupos e a mediação do processo de construção e
resolução de problemas, além de demais ações, devem ser acompanhadas pelo
professor como facilitador de todo o processo. Nesse contexto, o incentivo, a
cooperação, a solidariedade na construção e na apresentação dos
projetos/atividades contribuem significativamente para o desenvolvimento e para
a abertura de novos horizontes a todo grupo de talentos.
Como exemplo de ações exitosas, os estudantes talentosos do Centro
Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades/Superdotação de
Campo Grande (CEAM/AH/SD MS) receberam premiação no Concurso Cine Café
/ MIS – “Repensar e reimaginar o MIS antes e pós-pandemia em imagens e sons”.

Figura 13

Fonte: https://www.fundacaodecultura.ms.gov.br/premiacao-concurso-cine-cafe-mis-repensar-e-
reimaginar-o-mis-antes-e-pos-pandemia-em-imagens-e-sons/

Clique aqui para aprender mais sobre grupos de


enriquecimento:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab3.pdf

Outra maneira de celebrar o sucesso é com a premiação dos resultados


alcançados. Como exemplo, a turma da sala de recursos de sobradinho
recebendo certificação da Olimpíada Brasileira de Robótica etapa DF.

Clique aqui para conhecer o trabalho pedagógico desenvolvido


nas salas de recurso de AH/SD de Sobradinho no DF:
https://saladerecursos.com.br/indicacao-acolhimento-e-
identificacao-do-estudante-com-altas-habilidades-
superdotacao-em-sobradinho/
Figura 14

Fonte: Sala de Recursos Revista

Outra proposta que pode ser desenvolvida em escola na socialização de


resultados, são palestras e exposições desenvolvidas pelos estudantes com
AH/SD. É o caso de Gabriella Tilli com altas habilidades em artes visuais que foi
convidada pelo Projeto Ingenium para proferir uma palestra.

Figura 15

Fonte: YouTube
De acordo com Bispo e Rabelo (2021, página principal), “Os diversos pólos
de atendimentos no Distrito Federal têm, em seus históricos, muitos casos de
sucesso, produções e premiações de seus estudantes”. Como exemplo, as
autoras citam as premiações nacionais de poesia, a publicação de sete livros
literários e um livro de pesquisa acadêmica, publicações de periódicos, dentre
outros.
Nesse ponto do estudo as colegas Consolação, Nádia e Benedita já
haviam tomado nota de todas as iniciativas exitosas para desenvolver de acordo
com o contexto e com as necessidades/habilidades de seus alunos.

Plano de Desenvolvimento Individual – PDI: O caso de Carlinhos

Para elaborar uma proposta de trabalho que atenda às necessidades de


Carlinhos, vamos retomar a leitura do tópico Reflita em que são apresentadas as
características desse aluno. A partir das informações coletadas junto à família, é
fundamental para delinear uma proposta de trabalho que acolha a aptidão e a
capacidade criadora de Carlinhos.
No processo de planejamento é preciso colocar em relevo as
características apresentadas tanto na lista de indicadores (professores, amigos da
sala, avaliação e observação da professora Consolação), como também se faz
necessário o direcionamento de ações específicas. De acordo com Pereira (2002,
p. 93) é preciso desenvolver um “[...] planejamento conjunto, entre o professor da
sala de recursos, a professora da sala regular e o próprio educando, com
avaliação periódica e sistemática da programação.”
A partir dessas considerações, Consolação também se atentou para as
características listadas na avaliação/ identificação considerando a criatividade, a
persistência, a motivação intrínseca e as inteligências referentes à área do
interesse de Carlinhos. Para tanto, a professora buscou elaborar o PDI do AEE de
maneira coerente e flexível, uma vez que esse plano deve ser efetivado a partir
da identificação das singularidades/habilidades da pessoa com AH/SD.
A esse respeito, a Resolução CNE/CEB nº 4 de 2 de outubro de 2009
orienta que,
A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência
dos professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou
centros de AEE, em articulação com os demais professores do
ensino regular, com a participação das famílias e em interface
com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social,
entre outros necessários ao atendimento. (BRASIL 2009, art.9º,
p.2).

Com base nessas orientações, a ação consistiu em organizar as etapas do


projeto de trabalho, buscando estabelecer parcerias com
colaboradores/facilitadores da área de interesse de Carlinhos. Nessa etapa é
importante considerar que o enriquecimento extracurricular não está vinculado ao
conteúdo curricular.
Assim, a avaliação feita pelo professor da sala de aula regular e do AEE
deve ocorrer em função das expectativas e dos objetivos do estudante em
ambientes que favoreçam vivências significativas. Essas considerações apontam
para um questionamento:

Como elaborar o Atendimento Educacional


Especializado para Carlinhos?

Em busca de responder a esse questionamento, as professoras Nádia e


Consolação entenderam a importância de retomar o estudo de caso. De acordo
com Yin (2001, p.21), esse estudo permite “[...] uma investigação para se
preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real –
tais como ciclos de vida individuais”. Esse método de pesquisa pode contribuir
para clarificar a área do interesse, em qual(ais) área(s) das inteligências30 se
manifestam o talento e os comportamentos de superdotação. Esse processo pode
favorecer o entendimento de quem é o estudante e qual (is) encaminhamento(s)
necessário(s).
Com base nessas informações, Consolação buscou estabelecer novos
objetivos e metas em seu planejamento no enriquecimento curricular. Para tanto,
ela procurou inovar as estratégias de aperfeiçoamento dos talentos junto ao

30
Rever as inteligências propostas por Gardner (2004) e sobre comportamentos de superdotação,
retomar os estudos de Renzulli (2004).
estudante que apresentou em seu perfil muita facilidade em aprender outra
língua. Além disso, Carlinhos também demonstra interesse na área tecnológica.
Em relação ao planejamento das práticas pedagógicas, Delpretto, Giffoni,
Zardo (2010) orientam que

O planejamento das práticas pedagógicas reflete o


reconhecimento dos diferentes estilos de aprendizagem,
interesses, motivações, habilidades e necessidades, valorizando
as potencialidades de cada aluno. (DELPRETTO; GIFFONI;
ZARDO, 2010, p.25)

A partir dessa orientação, Consolação procurou traçar um perfil do


estudante mapeando as inteligências nas quais ele se destaca. Isso foi possível a
partir do estudo de caso, das observações sistemáticas com registro junto à
professora Nádia em sala comum regular, e ainda, mediante a análise da
visibilidade e presença dos domínios e habilidades nas áreas do saber ou fazer.
Carlinhos apresentou precocidade na leitura, com fluência e pontuação,
sendo capaz de escrever corretamente. Ainda, ele dispensou auxílio na realização
da atividade e demonstrou domínio na escrita de palavras com sílabas
complexas. Muito questionador, o aluno apresentou vocabulário extenso para sua
idade, confirmando aprender e assimilar rapidamente. Outro fato é que ele fez uso
das palavras de forma ativa, historiando ou escrevendo.
Nesse ponto, retomamos Gardner (1995) para considerar que a
inteligência linguística compreende a competência intelectual mais ampla e
mais democraticamente compartilhada na espécie humana. No que se refere às
inteligências relacionadas aos objetos, Carlinhos apresentou bom raciocínio
lógico matemático com interesse em pesquisar sempre coisas novas. O garoto
gosta de experimentar, questionar, resolver problemas lógicos, calcular e se sentir
desafiado por assuntos complexos.
Em relação a esse tipo de inteligência, Vieira (2005) explica que
compreende
[...] capacidade que se origina do confronto com o mundo dos
objetos, visto que, é através da ordenação e reordenação dos
objetos e da avaliação de suas quantidades que a criança adquire
seu conhecimento inicial, que é basilar nesta habilidade” (VIEIRA,
2005, p.36).
Observamos ainda que esse empenho em pesquisar e conhecer coisas
novas se relaciona ao anel do comprometimento com a tarefa constante na
concepção de superdotação sugerida por Renzulli (1998). Já em relação à
inteligência espacial, responsável pela habilidade de orientação no mundo físico
e de alcançar transformações sobre estas percepções, o estudante praticamente
apresentou todas as características de domínio.
Na inteligência intrapessoal, o pouco que foi observado apontou para
uma dissincronia em relação ao nível cognitivo considerado acima de sua idade
cronológica. No que se refere ao nível social e emocional, esses condizem com
sua cronologia. No caso de Calinhos, isso se caracteriza pela competência de
distinguir e lidar com as emoções, com pouca habilidade e flexibilidade em
situações que o incomodam.
Pontuadas as inteligências que ficaram em maior evidência no caso,
Consolação procurou tecer uma relação com a teoria de Renzulli (2004), que é
um dos autores que embasam o curso de aperfeiçoamento. Concernente às
habilidades acima da média, Carlinhos evidenciou interesse em games e em
Ipads. Apesar da pouca idade, o garoto gosta de assistir vídeos nas redes sociais
em que os programadores de computador explicam sobre os games.
No que diz respeito a assuntos diversos sobre situações que o instigam, a
criança apresentou grande capacidade em processar as informações e integrar
experiências que venham a resultar em respostas apropriadas e inovadoras.
Ainda, o menino exibiu capacidade de se envolver no pensamento abstrato
desempenhando com sucesso as atividades propostas. Essas considerações
apontam que Carlinhos se encontra em um nível superior ao de sua idade
cronológica
O comportamento relativo à criatividade apareceu em evidência pelo fato
de o estudante ser bastante questionador, imaginativo e original em seu
pensamento e na resolução de problemas. Ele exibiu traços de busca constante
por conhecimento, com persistência, dedicação, fluência e flexibilidade.
No tocante à motivação ou envolvimento com a tarefa, Carlinhos
demonstrou persistência e prática dedicada em concluir as atividades propostas
em mais de uma área do saber. O garoto também demonstrou autoconfiança,
acreditando na própria habilidade. Tais aspectos sinalizam para a escola e para
os pais a necessidade de promover uma ambiência que favoreça o
desenvolvimento das potencialidades apresentadas.
Diante do exposto, é possível afirmar que estão presentes em Carlinhos as
categorias de Altas Habilidades/Superdotação acadêmicas e as produtivo-criativa
citadas por Renzulli (2004). Em maior intensidade, se colocam em relevo nas
áreas das inteligências múltiplas, a inteligência linguística e a inteligência
lógico-matemática. Essas considerações vão ao encontro de estudos e
pesquisas sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner (1995, 2004), em
que o autor destaca que a pessoa com AH/SD pode demonstrar uma combinação
de diferentes inteligências.
Mediante o perfil do caso apresentado e levando em conta o processo de
identificação dos talentos, a demanda e as inteligências nas quais Carlinhos se
destaca, Consolação considerou desenvolver atividades sistemáticas as quais
impliquem o uso de determinados instrumentos. Nesse processo, é fundamental
se atentar para os instrumentos de avaliação, a idade, a história de vida, todas as
inteligências (não apenas o QI), o ambiente socioeconômico e cultural, e as
oportunidades oferecidas ao menino para desenvolver o potencial.
Todas as informações coletadas serviram de alicerce para a elaboração do
PDI com as metas para o trabalho a ser desenvolvido levando em conta as
necessidades educativas e o estilo de aprendizagem de Carlinhos. Outro aspecto
importante é o estabelecimento do período em que acontecerão as atividades,
quais sejam, um semestre, um bimestre ou um ano escolar.
Consolação também se atentou para a importância de considerar os
processos de adequação, suplementação curricular e complementação, casoseja
necessário. Essas considerações apontam para a necessidade de que o
estudante seja copartícipe nesse processo, na pesquisa e no desenvolvimento
dos projetos.
Sobre esse assunto, Delpretto, Giffoni e Zardo (2010) destacam que

A ampliação e o alcance dessas atividades se assentam no


projeto político pedagógico, na definição do trabalho colaborativo,
no desenvolvimento de projetos de trabalho, na interação entre os
alunos, entre os professores, entre estes e a comunidade.
(DELPRETTO; GIFFONI; ZARDO, 2010, p.25)
Ao seguir esse caminho, a professora Consolação observou no perfil de
Carlinhos muita habilidade para descobrir padrões lógicos e a habilidade de lidar
com extensas cadeias de raciocínio. Nesse sentido, um planejamento estratégico
permitirá delinear no ritmo e na intensidade possíveis que ele demandar, o uso de
jogos, enigmas, problemas matemáticos e identificação de padrões. Também
poderão ser utilizados jogos e competições escolares que desafiam o raciocínio
e estimulam a inteligência; conceitos de linguagem de programação; produção e
pesquisa de materiais; dentre outras possibilidades.
Uma atividade que Carlinhos gostou bastante foi brincar de enigmas
infantis. Sempre atenta aos interesses do aluno, Consolação agregou essa
atividade ao planejamento como forma de descontrair e aguçar os padrões de
raciocínio para “fora da caixinha”.
Figura 16

Fonte: YouTube

Clique aqui para acessar


10 Enigmas Infantis Divertidos Que Dão Um Nó Na
Cabeça de Muitos Adultos
https://www.youtube.com/watch?v=7XPlHnsI3Ms

Assim, o atendimento a Carlinhos contará com situações que o estimulem


a ser mais arrojado no sentido de desenvolver novas perspectivas por meio da
imaginação. Quanto ao direcionamento para efetivação de projetos inéditos, o
plano individual será iniciado por meio da modalidade de pesquisa como
instrumento no atendimento.
De acordo com Pereira (2002, p. 112), esses aspectos conferem identidade
e autoria ao talento, uma vez que “[...] permite direcionar seu próprio interesse,
estudar em ritmo próprio e favorecer a autonomia intelectual.” Além dessas
considerações, a autora também apresenta algumas alternativas para estimular a
realização de pesquisas. Em suas palavras,

A teorização de um determinado assunto, o registro de um


conhecimento particularmente interessante, a exploração de um
tema novo, o aprofundamento de um tema já conhecido, a busca
em checar algumas hipóteses relacionadas a uma experiência, a
elaboração de uma teoria, a sistematização de um assunto de
interesse particular, ou ainda, o registro de um tema
particularmente interessante, são algumas destas alternativas.
(PEREIRA, 2002, p. 111)

Esse contexto de pesquisa requer o diálogo com as áreas de interesse e


de curiosidade de Carlinhos. Para dinamizar e organizar práticas pedagógicas
que atendam ao seu aluno, Consolação inseriu no planejamento questões de
raciocínio e de lógica. O intuito é fazer uso de procedimentos que promovam
vivências para a construção pessoal no sentido de favorecer o pensamento crítico
e o desenvolvimento das potencialidades.
A professora também selecionou alguns problemas não convencionais de
raciocínio indutivo com observações particulares e generalizações, a fim de
possibilitar experiências em outros campos diferentes daqueles que deram origem
ao interesse. É preciso promover a curiosidade e estimular a criatividade.

Vamos conhecer alguns dos problemas não convencionais31 selecionados


pela professora Consolação?

Habilidades: leitura e interpretação de textos, observação de regularidades e


generalização.

Problema 1 – A corrida do ouro


Carlos, Zeca, João, Felipe e Luísa apostaram uma corrida. Analise as
informações abaixo:
31
A lista de exercícios é fruto de um projeto desenvolvido em parceria com o curso de Licenciatura
em Matemática da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Pato Branco,
com o Colégio Estadual Arnaldo Faivro Busato, de Francisco Beltrão.
• Luísa chegou depois de Carlos.
• Zeca e João chegaram ao mesmo tempo.
• Felipe chegou antes de Carlos.
• Não houve empate no primeiro lugar.

Quem ganhou a corrida?

Problema 2 – Um triângulo cheio de histórias

Figura 17

Fonte: CEAFB Pibid Matemática

O triângulo acima é famoso por suas propriedades. Chama-se triângulo de


Pascal, em homenagem ao matemático que descobriu relações importantes entre
os números que o compõem.

Você pode descobrir algumas dessas propriedades, respondendo às


seguintes questões:

• Complete a última linha do triângulo.

• Calcule a soma dos números escritos em cada uma das linhas do triângulo. O
que você observou?

• Calcule a soma dos números destacados em verde-claro e, em seguida,


localize a soma desses números no triângulo. Essa propriedade vale para outros
números desse triângulo?
• Sem fazer os cálculos, escreva qual é a soma dos números escritos nos
quadrinhos verde-escuros.

Problema 3 - Que movimento nesse elevador!

O elevador de um hospital sobe alguns andares para recolher 2 pacientes,


que pedem para descer 5 andares. Quando os 2 pacientes saem do elevador, o
ascensorista vê no painel que há uma nova chamada. Então, ele sobe 3 andares
e chega ao 6º andar do hospital. Em que andar estavam os 2 pacientes?

Clique aqui para ter acesso à lista completa de exercícios com


problemas não convencionais de raciocínio indutivo:
http://ceafbpibidmatematica.blogspot.com/p/listas-de-
exercicios_4962.html

A partir do contexto de Carlinhos foi elaborado um trabalho colaborativo de


maneira que os profissionais buscaram oportunizar uma ambiência favorável ao
desenvolvimento de habilidades e potenciais. Nesse processo, foram
selecionadas atividades do tipo I com estudos e visitas a locais que desenvolvem
pesquisas no âmbito da matemática.
Consolação e Nádia fizeram uma lista de possíveis locais que foram
considerados, tais como, universidades, institutos de física e de ciência aplicada,
laboratórios de computação e robótica, dentre outras possibilidades. O objetivo foi
o desenvolvimento de atividades exploratórias que possibilitassem o
aprofundamento das áreas de interesse de Carlinhos.
Assim, após as visitas foram desenvolvidas atividades na sala de recurso
para uma retomada das novas aprendizagens e experiências vivenciadas pelo
menino. No caso específico da criação de aplicativos e estudos em robótica,
Consolação estabeleceu uma parceria de mentoria e tutoria com um grupo de
estudo da universidade local.
Depois de iniciar a pesquisa em Ciências Naturais e Robótica, Consolação
e os parceiros facilitadores promoveram o enriquecimento do tipo II. O objetivo
dessas atividades foi o de categorização, classificação, inferência, generalização,
cálculo, levantamento e averiguação de hipóteses. Importante ressaltar que a
sequência foi elaborada de maneira hierárquica do trabalho com atividades do
tipo I, II e III, apenas por questões didáticas, já que elas podem acontecer de
modo concomitante.
Para estimular a criatividade, Consolação apresentou a Carlinhos um
trabalho publicado na Revista Nova Escola. O intuito foi promover o contato com
os procedimentos apresentados, quais sejam, a observação, a pesquisa, a
investigação e a resolução de problemas. Ainda, o objetivo compreendeu o
desenvolvimento das atividades propostas na oficina de robótica com o Carlinhos
para reforçar o seu interesse pelas ciências.

Clique aqui para ter acessar a matéria Robótica sem o computador:


https://novaescola.org.br/conteudo/1192/robotica-sem-usar-o-
computador

Para definir o tipo de produto final e a audiência adequada, ocorreram


encontros e discussões na universidade com os grupos de estudo envolvendo
profissionais de diferentes áreas: estatística, física, matemática, engenharia
mecânica, construção, dentre outros. Nessa etapa, por meio de atividades
específicas de cada área, Carlinhos apresentou raciocínio rápido e demonstrou
ter habilidades de estudo e aprendizagem auto-direcionados.
Apesar da pouca idade, o menino comprovou ter planejamento,
organização, utilização de recursos, gerenciamento do tempo, tomada de decisão
e auto-avaliação. Estes componentes são fundamentais para que ocorra o
enriquecimento do tipo III. No decorrer dos atendimentos e da evolução do
trabalho de pesquisa, Carlinhos iniciou a resolução de problemas e experimentos
como observação e análise de fenômenos naturais.
O garoto recebeu treinamento específico com especialistas na área de
física, informática e robótica com a criação de alguns modelos e maquetes
elaborados a partir de diferentes materiais. Essas experiências educativas
ocorreram em diálogo com situações práticas da vida diária. O fato de a escola
estabelecer uma parceria com a universidade no desenvolvimento de projetos
contribuiu de maneira significativa na promoção do enriquecimento do tipo III.
Desde o início do projeto, Carlinhos participou da discussão e concepção
das ideias. O aluno desenhou os croquis, a planta baixa, fez pequenos cálculos e
participou da preparação de materiais para a montagem de um robô. Paralelo a
esse trabalho juntamente com a sua professora, o menino continuou com as
visitas aos locais selecionados, participou de palestras, elaborou um cronograma
de atividades e deu continuidade às suas pesquisas na internet.
O projeto se encontra agora em fase final e caminha para ser apresentado
em formato de artigo científico como fruto do trabalho do grupo de pesquisas da
universidade. Nesse processo, a participação de Carlinhos se dará por meio da
apresentação de uma palestra em conjunto com o grupo. O menino escolheu
apresentar a parte prática do projeto relacionada à construção do protótipo do
robô. Com isso, percebemos que ocorre o enriquecimento do tipo IV com
atividades que buscam gerar produtos especializados como resultado do avanço
de investigações.

Clique aqui para saber mais sobre Metodologias e estratégia de


atendimento pedagógico na área da superdotação:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashabilidades.pdf

O Plano de Desenvolvimento Individual elaborado para o Atendimento


Educacional Especializado de Carlinhos considerou as habilidades e as
competências apresentadas por ele colocando em relevo a sua condição
específica para realizar determinadas tarefas. Não é demais enfatizar que a
proposta apresentada compreende uma das diferentes possibilidades de trabalho,
visto que o enfoque recai sobre as necessidades educativas do aluno.
A esse respeito, Poker et al (2013) chamam a atenção para que o PDI

[...] não deve ser tratado como um material fechado, rígido, nem
mesmo como um conjunto de informações sobre o aluno que
obrigatoriamente precisa ser obtido. O que se pretende com ele é
constituir um instrumento de avaliação e intervenção pedagógica
para auxiliar o professor especializado na organização e condução
da sua prática na sala de recursos. Trata-se de um mecanismo
em construção contínua e passível de revisões e adaptações
devendo ajustar-se às necessidades de cada rede de ensino, de
cada escola, de cada professor e, principalmente, da realidade e
das necessidades educacionais de cada aluno atendido na Sala
de Recursos Multifuncional. (POKER et al, 2013, p. 12-13)
Com isso, colocamos em relevo a necessidade de você levar em conta
outros modelos de instrumentos de avaliação e intervenção pedagógica. Você
pode lançar mão de uma ferramenta para otimizar o processo do ensino-
aprendizagem de alunos com AH/SD a partir do PDI, o qual se constitui enquanto
um recurso pedagógico com foco na individualidade do aluno.
A proposta aqui apresentada por meio do estudo de caso de Carlinhos
objetivou demonstrar situações particulares de como o PDI pode ser aplicado a
situações específicas. O preenchimento do plano não pode e nem deve ser
generalizado, uma vez que demanda do professor o entendimento de quais são
as especificidades e heterogeneidades de cada aluno. É preciso analisar a sua
história de vida, sua família, seu estilo de aprendizagem, seus interesses, suas
habilidades, suas competências e suas dificuldades. (POKER et al, 2013).
Além disso, buscamos apontar alternativas de enriquecimento curricular
que podem ser implementadas no AEE de acordo com a particularidade, com os
interesses e com o objetivo do ensino voltados às necessidades de cada
estudante. Nesse ponto, reiteramos a necessidade de o trabalho ocorrer em
parceria com o professor regente da sala de aula regular para respaldar as ações
desenvolvidas no contexto do atendimento educacional especializado.
Importa colocar em relevo que as sugestões de PDI apresentadas neste
plano de trabalho e no curso ofertado não devem ser tratadas como a única forma
de sistematização e acompanhamento. Ainda, o instrumento não deve ser
considerado como um conjunto de informações sobre o estudante que precisam
ser preenchidas. Ao contrário, é preciso considerar o PDI como referência e com
alternativas para avaliar e acompanhar o processo de construção dos talentos de
acordo com as necessidades apresentadas em cada contexto.
Sumarizando as nossas considerações, orientamos que você retome a
leitura do texto básico desta unidade, dessa vez com um olhar enviesado pelo
contexto de sua sala de aula. Observe com atenção as demandas apresentadas
por sua turma para que você vislumbre as possibilidades de trabalho a serem
desenvolvidas. As sugestões de atividades e projetos aqui apresentados vão
servir de fonte de estímulo e inspiração para que você elabore a sua proposta.
Referências

ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S. Superdotados: determinantes, educação e


ajustamento. 2ª edição. São Paulo: EPU, 2001.

ARAÚJO, M. I de. Altas habilidades na educação infantil: relato de caso


psicopedagógico. Doxa: Revista Brasileira de Psicologia da Educação
Araraquara,v. 21, n.2, p.255-268,jul./dez. 2019. e-ISSN: 2594-8385. DOI:
https://doi.org/10.30715/doxa.v21i2.13092

ARAÚJO, M. I.; CORRÊA, P. T.; FERREIRA, L. R. C. Alunos com altas


habilidades/superdotação no ensino fundamental (5º. ao 9º. ano) de uma
escola pública mineira: identificação e encaminhamentos. Revista
Educação e Políticas em Debate – v. 5, n. 2, p. 198-209, ago./dez. 2016 - ISSN
2238-8346

ARAÚJO, M. I.; FRATARI, M. H. D.; SANTOS, C. A. O. Atendimento as altas


habilidades superdotação - AH/SD: considerações sobre o atendimento
educacional especializado - AEE no contexto da educação. Diversa Prática. v. 3
n. 1 (2016).

ARMSTRONG, T. Inteligências múltiplas na sala de aula. Traduzido por M. A.


V. Veronese. Porto Alegre: ARTMED. 2001.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 4, de 2 de outubro de


2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional
Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Disponível
em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf Acesso em: 08 jan.
2023

BURNS, D. Altas Habilidades/Superdotação. Manual para guiar o aluno desde


a definição de um problema até o produto final. Curitiba. Ed Juruá, 2014.

DELOU; C. M. C. Lista base de indicadores de superdotação - parâmetros


para observação de alunos em sala de aula. Disponível em:
https://paaahsd.uff.br/identificando-a-superdotacao/ 2001pdf . Acesso em: 08
jan. 2023

DELOU, C. M. C. Plano de Atendimento Educacional Especializado Integrado ao


Plano Individual de Ensino com vistas a Aceleração de Estudos: sugestão
adaptada do modelo de Joseph Renzulli. In: Angela M. R. Virgolim e Elisabete
Castelon Konkiewitz. (Org.). Altas Habilidades/Superdotação, Inteligência e
Criatividade. 01 ed. Campinas, SP: Papirus Editora, 2014, v. 01, p. 411-426.

DELPRETTO, B. M. L.; GIFFONI, F. A.; ZARDO, S. P. A educação especial na


perspectiva da inclusão escolar: altas habilidades/superdotação. Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Especial (Fortaleza): Universidade Federal do
Ceará, 2010. V. 10.
FLEITH, D. S. A Construção de Práticas Educacionais para Estudantes com
Altas Habilidades / Superdotação, v. 2. : Atividades de Estimulação de Alunos
Brasília/DF: Ministério da Educação, 2007.

FREEMAN, J.; GUENTHER, Z. C. Educando os mais capazes: ideias e ações


comprovadas. São Paulo, EPU, 2000.

FREEMAN, J.; GUENTHER, Z. C. Serviços de Atendimento ao Superdotado e


Talentoso. Programa de capacitação de recursos humanos do ensino
fundamental: superdotação e talento, Vol. 2. Brasília: MEC/SEESP, 1999.

FREITAS, S. N.; PÉREZ, S. G. P. B. Altas Habilidades/Superdotação:


atendimento especializado. 2ª. ed. Marília: ABPEE, 2012.

NESME, L. A. T. Desafios do Atendimento Educacional Especializado a


Estudantes com Altas Habilidades Musicais. In: Sala de Recursos Revista, vol.2,
n.2, p.35-41, maio – ago. 2021.

PEREIRA, V. L. P. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo


competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de
alunos com altas habilidades/superdotação. [2. ed.] / coordenação geral
SEESP/MEC. - Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 143 p.

POKER, R. B. et al . Plano de desenvolvimento individual para o atendimento


educacional especializado. São Paulo: Cultura Acadêmica. Marília: Oficina
Universitária, 2013. 184p.

RABELO, R. S.; BISPO, L. M. da R. Indicação, Acolhimento e Identificação do


Estudante com Altas Habilidades/Superdotação em Sobradinho-DF In: Revista
Sala de Recursos, v.2 n.1, p. 64 – 72, jan. – abril. 2021.

RENZULLI, J. S. A Rising Tide Lifts All Ships — Developing the Gifts and Talents
of All Students. Revista Phi Delta Kappan International, v. 80, N. 2 (Oct., 1998),
p. 104-111. Disponível em: https://curriculumcompacting.wikispaces.com/file/view/
Comp3.pdf. Acesso em: 08 jan. 2023

RENZULLI, J. S. Modelo de enriquecimento para toda a escola: Um plano


abrangente para o desenvolvimento de talentos e superdotação. Tradução:
Susana Graciela Pérez Barrera Pérez. Título original “The schoolwide enrichment
model: a comprehensive plan for the development of talents and giftedness”
Revista Educação Especial | v. 27 | n. 50 || p. 539-562 set./dez. 2014

RENZULLI, J. S.; REIS, S. M. The Schoolwide enrichment model: A how-to


guide for educational excellence (2a. ed.). Mansfield Center, CT: Creative
Learning Press, 1997.

ROPOLI, E. A. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar : a


escola comum inclusiva / Edilene Aparecida Ropoli ... [et.al.]. - Brasília : Ministério
da Educação, Secretaria de Educação Especial ; [Fortaleza] : Universidade
Federal do Ceará, 2010
SABATELLA, M. L.; CUPERTINO, C. M. B. Práticas Educacionais de Atendimento
ao Aluno com Altas Habilidades/Superdotação. In: FLEITH, D. S.(Org.). A
Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas
Habilidades/Superdotação - volume 1: orientação para professores. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. p. 67-80.

SANTOS, S. A.; MAKISHIMA, E. A. C.; SILVA, T. G. O trabalho colaborativo


entre o professor especialista e o professor das disciplinas – o fortalecimento
das políticas públicas para educação especial no Paraná. Disponível em:
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/18334_9281.pdf Acesso em: 08 jan.
2023

VIEIRA, N. J. W.; FREITAS, S. N. Núcleos de Acessibilidade nas Instituições de


Ensino Superior: Problematizando as ações do Núcleo de Apoio à pessoa com
deficiência e altas habilidades/superdotação na UFSM. SILUK, Ana Cláudia
Pavão (org.). Atendimento Educacional Especializado: processos de
aprendizagem na universidade. 1 ed. Santa Maria: UFSM, CE, Laboratório de
Pesquisa e Documentação, 2013.

VIRGOLIM, A. M. R. A contribuição dos instrumentos de investigação de Joseph


Renzulli para a identificação de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação .
Revista Educação Especial, v. 27, n. 50, set./dez. 2014.

VIRGOLIM, A. M. R.; FLEITH, D. S.; NEVES- PEREIRA, M. S. Toc, toc...plim,


plim! Lidando com emoções, brincando com o pensamento através da
criatividade (8a. ed.). Campinas: Papirus.

Você também pode gostar