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métodos Analíticos

01 - ÁCIDOS GRAXOS TOTAIS (AGT)

1. Introdução
Os ácidos graxos, unidades fundamentais da maioria dos lipídios, são ácidos orgânicos, pos-
suindo de 4 a 24 átomos de carbono. Eles podem ser de cadeias curtas (4 a 6 átomos de carbo-
no), de cadeias médias (8 a 12 átomos) e de cadeias longas (mais do que 12). Além do tamanho
da cadeia de carbono, os ácidos graxos se diferenciam pelo número e pela posição das duplas
ligações. Quase todos possuem número par de átomos de carbono. Os mais abundantes são os
que contêm 16 ou 18 carbonos, como o palmítico e esteárico, respectivamente. Os de cadeias
curtas são mais abundantes na manteiga e na gordura de coco.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a óleos e gorduras de origem vegetal e animal, com exceção de coco, palmiste e similares.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Álcool etílico absoluto (C2H5OH).
7.3. Éter de petróleo
7.4. Hidróxido de potássio (KOH)
7.5. Alaranjado de metila
7.6. Solução de ácido clorídrico 1+1
Diluir uma parte de ácido clorídrico em uma parte de água.

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7.7. Solução indicadora de alaranjado de metila 0,1% (m/v)
Dissolver 0,1 g de alaranjado de metila em aproximadamente 60 mL de água quente. Após
o esfriamento, filtrar se necessário e transferir para balão volumétrico de 100 mL. Completar o
volume com água e homogeneizar.
7.8. Solução de hidróxido de potássio 50% (m/v)
Dissolver 100 g de hidróxido de potássio em água. Esfriar e completar o volume para 200 mL.
7.9. Balão de Soxhlet 250 mL
7.10. Condensador de refluxo ou equipamentos extratores de gordura ou rotaevaporador
7.11. Funil de separação de 500 mL
7.12. Papel de filtro qualitativo
7.13. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Estufa de secagem a 100°C (precisão ± 5°C)
8.3. Banho-maria

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Se usar mais de 1 g de amostra, manter a proporção de no mínimo 1,4 g de hidróxido de
potássio para cada grama de amostra.

10. Procedimento
10.1. Pesar 1 g de amostra em béquer de 250 mL.
10.2. Adicionar 50 mL de álcool etílico e 5 mL de solução de hidróxido de potássio 50% (m/v).
10.3. Tampar com vidro de relógio e aquecer em banho-maria em ebulição por 30 minutos
ou até completa saponificação (pastoso), agitando freqüentemente. A completa saponificação é
determinante, devendo-se tomar cuidados para que não ocorra a queima da amostra.
10.4. Adicionar 100 mL de água e aquecer em banho-maria até completa dissolução da
amostra saponificada.
10.5. Adicionar 3 a 5 gotas de solução indicadora de alaranjado de metila 0,1% (m/v) e neu-
tralizar com solução de ácido clorídrico 1+1 até permanência da coloração vermelha.
10.6. Homogeneizar agitando lentamente e acrescentar 1 mL de solução de ácido clorídrico
1+1. Esfriar a temperatura ambiente.
10.7. Em capela de exaustão de gases, transferir quantitativamente o conteúdo do béquer

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para funil de separação.
10.8. Lavar o béquer com porções de éter de petróleo para retirada de toda a amostra. Essas
porções deverão ser transferidas também para o funil de separação.
10.9. Adicionar 50 mL de éter de petróleo ao funil de separação, agitar lentamente o funil
aberto com movimentos tipo titulação para a liberação dos gases e após tampar, agitar vigoro-
samente durante 1 minuto. Deixar em repouso até a separação das fases.
10.10. Recolher a camada inferior (vermelha) em béquer para nova extração e transferir a
camada superior (amarela) para um segundo funil de separação.
10.11. Repetir os itens 10.7 a 10.10 por mais quatro vezes ou até que a fase etérea esteja límpida.
10.12. Filtrar os extratos combinados da fase etérea (superior) do segundo funil de separação so-
bre papel de filtro qualitativo, para balão de Soxhlet previamente tarado. Lavar com éter de petróleo
o funil de separação e o papel de filtro até a completa transferência dos ácidos graxos retidos.
10.13. Recuperar o éter de petróleo em conjunto Soxhlet, similar ou em rotaevaporador
10.14. Transferir o balão contendo os extratos para estufa à 100 °C por 1 hora.
10.15. Esfriar em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente. Pesar e repetir a
operação de secagem durante 30 minutos, até peso constante.

11. Cálculos

Onde:
A Massa do balão de Soxhlet + resíduo, em g
B Massa do balão de Soxhlet, em g
m Massa da amostra, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY. Official methods and recommended practices of
the American Oil Chemists Society. 6ª Ed, AOCS, 2009, Official method, Ca 5b-71 – Crude
fatty acids.

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 972.28

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02 - ATIVIDADE UREÁTICA

1. Introdução
A avaliação da atividade da enzima urease, que se baseia na variação de pH em função da amônia
liberada pela ação dessa enzima, e que é comparada com o pH de uma prova em branco, permite uma
extrapolação desses resultados para indicar presença de fatores antinutricionais presentes em alguns
grãos e leguminosas. Tal correlação é feita devido esses fatores antinutricionais serem termolábeis
(destruídos pelo calor), como a urease. De uma maneira geral, essa análise determina se o grão rece-
beu processamento térmico suficiente para inativar os seus fatores antinutricionais ou não.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Deve-se ter cuidado para evitar contaminação de toda a vidraria ou eletrodos. Caso o pHmetro
não dê uma leitura rápida e estável, investigar. Freqüentemente, o fluxo do eletrólito através dos
poros do eletrodo pode ser retardado pela formação de cobertura de uma fração solúvel da soja.
Quando isto for observado, recomenda-se que o eletrodo do potenciômetro fique imerso em
solução de pepsina 10 g/L.
O pH das soluções, tempo, reações enzimáticas e a temperatura do banho termostático devem ser
observados rigorosamente, pois são fatores críticos para a precisão da análise.

3. Escopo
Aplicável a grão de soja e outras leguminosas e seus subprodutos.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Solução tampão: soluções que possuem a capacidade de resistir a variações de pH, pela adição a
ela de ácidos ou de bases. Elas são constituídas geralmente por sistemas de doadores e receptores de
prótons, dissolvidos no mesmo solvente.

6. Reações

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7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido fosfórico (H3PO4)
7.2. Fosfato di-básico de potássio (K2HPO4)
7.3. Fosfato monobásico de potássio (KH2PO4)
7.4. Hidróxido de potássio (KOH)
7.5. Ureia ((NH2)2CO)
7.6. Solução de ácido fosfórico 5 % (v/v)
Medir 5 mL de ácido fosfórico e transferir para balão volumétrico de 100 mL contendo 50 mL de
água. Completar o volume e homogeneizar.
7.7. Solução de hidróxido de potássio 5% (m/v)
Pesar 5 g de hidróxido de potássio, dissolver em água e transferir para balão volumétrico de 100
mL. Completar o volume e homogeneizar.
7.8. Solução tampão de fosfato pH = 7,0 / 0,05 mol/L
Pesar exatamente 3,402 g de fosfato monobásico de potássio e exatamente 4,354 g de fosfato di-
básico de potássio, previamente secos por 03 horas em estufa a 105 ºC. Dissolver em água, transferir
para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar. Ajustar o pH para 7,0 com
uma solução de ácido fosfórico 5% (v/v) ou hidróxido de potássio 5% (m/v) antes de utilizá-la. Essa
solução pode ser conservada em geladeira por até um mês.
7.9. Solução tampão de ureia pH 7,0
Dissolver 1,5 g de ureia em 50 mL de solução tampão de fosfato pH 7,0. Ajustar o pH para 7,0 com
solução de ácido fosfórico 5% (v/v) ou hidróxido de potássio 5% (m/v) antes de utilizá-la. Preparar
esta solução tampão momentos antes do uso.
7.10. Tubo de ensaio com tampa ou rolha
7.11. Timer ou cronômetro
7.12. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Banho termostático para 30,0 ± 0,5 ºC
8.3. Potenciômetro, com sensibilidade de ± 0,02 unidades de pH.
8.4. Estufa de secagem a 105 ºC (precisão ± 5 ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Moer a amostra, evitando aquecimento, de modo que passe em peneira de 0,5 mm

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10. Procedimento
10.1. Pesar 0,2 g de amostra moída e homogênea para uma prova real e outra alíquota de idênti-
ca massa para uma prova em branco.
10.2. Transferir uma das alíquotas para um tubo de ensaio e adicionar 10 mL de solução tampão
de fosfato de pH = 7,0. Esta será a prova em branco.
10.3. Transferir a outra alíquota para um outro tubo de ensaio e adicionar 10 mL de solução
tampão de ureia pH = 7,0. Esta será a prova real.
10.4. Tampar os tubos e colocá-los em banho termostático durante 30 minutos, à temperatura
de 30˚C. Permitir um intervalo de 5 minutos entre a preparação do teste (uréia) e o branco (fosfato).
Os tubos devem ser agitados de 5 em 5 minutos sem invertê-los.
10.5. Decorrido este tempo, deve-se retirar os tubos do banho, esperar mais 5 minutos e trans-
ferir cuidadosamente o líquido sobrenadante para béquer de 10 mL, mantendo os 5 minutos de
intervalo entre o teste e branco. Medir o pH no potenciômetro. Determinar o pH do sobrenadante
após exatamente 5 minutos de retirado do banho (não deve exceder este tempo).

11. Cálculos

12. Bibliografia
• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY. Official methods and recommended practices of the Ame-
rican Oil Chemists Society. 6ª ed. AOCS, 2009. Official method Ba 9-58.

• AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS. Approved Methods of Analysis of AACC.


9. ed. 1999. Official Method 22-90

• NOGUEIRA, A. R. de A. et. al. Manual de Laboratórios: Solo, Água, Nutrição Vegetal, Nutrição
Animal e Alimentos. 1. ed. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2005. 313 p.

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03 - CÁLCIO E MAGNÉSIO POR COMPLEXIOMETRIA

1. Introdução
Fundamenta-se na titulação complexiométrica de sais de cálcio por uma solução de sal sódico do
EDTA em presença de indicador.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método utilizado exclusivamente para calcário.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações (representando EDTA por H2Y2-)

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido calcon carboxílico (C21H14N2O7S)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Carbonato de cálcio (CaCO3)
7.4. Cianeto de potássio (KCN)
7.5. Cloreto de amônio (NH4Cl)
7.6. Cloreto de sódio (NaCl)
7.7. EDTA (C10H16N2O8)
7.8. Hidróxido de amônio (NH4OH)
7.9. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.10. Preto de eriocromo (C20H12N3O7SNa)
7.11. Sulfato de potássio (K2SO4)
7.12. Trietanolamina (C6H15NO3)

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7.13. Solução volumétrica padronizada de EDTA 0,02 mol/L.
Pesar com exatidão 7,445 g de EDTA, dissolver e transferir quantitativamente para balão vo-
lumétrico de 1000 mL. Completar o volume com água e homogeneizar. Armazenar esta solução
em frasco de polietileno.
Padronização: Pesar exatamente 0,506 g de carbonato de cálcio previamente seco em estufa a 105
ºC por duas horas. Transferir para Erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 10 mL de solução de ácido clorí-
drico 50% (v/v). Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 250 mL com água, completar
o volume e homogeneizar. Pipetar volumetricamente uma alíquota de 25 mL para Erlenmeyer de 300
mL e adicionar 5 mL da solução de trietanolamina 20% (v/v), 20 mL da solução de hidróxido de sódio
4 mol/L e 5 ml de cianeto de potássio 0,1 mol/L. Adicionar uma pitada de solução de ácido calcon car-
boxílico 10% (m/m) e titular com solução de EDTA 0,02 mol/L , até viragem de roxo para azul nítido.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
m Massa do carbonato de cálcio na alíquota, em mg
V Volume da solução de EDTA 0,02 mol/L gasto na titulação, em mL
100 Massa molar do carbonato de cálcio
MR Molaridade real da solução de EDTA 0,02 mol/L
7.14. Solução de ácido calcon carboxílico 10% (m/m)
Misturar 10 g de ácido calcon carboxílico com 90 g de sulfato de potássio e triturar com o uso de
almofariz. Armazenar em frasco âmbar.
7.15. Solução reagente de hidróxido de sódio 4 mol/L
Pesar 160 g de hidróxido de sódio em balão volumétrico de 1000 mL. Dissolver e completar o
volume com água.
7.16. Solução reagente de cianeto de potássio 0,1 mol/L.
Pesar 6,512 g de cianeto de potássio em balão volumétrico de 1000 mL. Dissolver e completar o
volume com água.
7.17. Solução reagente de trietanolamina 20 %. (v/v)
Medir 200 ml de trietanolamina, transferir para balão volumétrico de 1000 mL e completar o vo-
lume com água e homogeneizar.
7.18. Solução reagente de ácido clorídrico 50% (v/v)
Medir 50 ml de ácido clorídrico e transferir para balão volumétrico de 100 mL contendo 30 mL de
água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.

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7.19. Solução de preto de eriocromo 2% (m/m)
Pesar 2 g de preto de eriocromo e misturar com 98 g de cloreto de sódio. Triturar em almofariz.
7.20. Solução pH 10
Dissolver 720 g de cloreto de amônio em 570 ml de hidróxido de amônio e diluir com água para
1000 mL.
7.21. Papel de filtro qualitativo
7.22. Vidro de relógio
7.23. Bureta de 50 mL
7.24. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Placa aquecedora
8.3. Estufa de secagem 105ºC (precisão ± 5ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Pesar 1 g de amostra em béquer de 250 mL, adicionar 50 mL de solução de ácido clorídri-
co 50% (v/v), cobrir com vidro de relógio e levar a placa aquecedora até que haja redução de 1/3 do
volume. Esfriar.
10.2. Filtrar sobre papel de filtro qualitativo para balão volumétrico 500 mL. Completar o volu-
me com água e homogeneizar.
10.3. Pipetar volumetricamente uma alíquota de 25 mL e transferir para Erlenmeyer de 250 mL.
10.4. Adicionar 5 ml de trietanolamina 20% (v/v), 20 ml de hidróxido de sódio 4 mol/L, 5 ml de
cianeto de potássio 0,1 mol/L. Respeitar a ordem de adição descrita.
10.5. Elevar o volume a 300 ml com água e adicionar uma pitada de solução de ácido calcon
carboxílico 10% (m/m), sob agitação.
10.6. Titular com EDTA 0,02 mol/L. O ponto final da titulação se dá quando a coloração passa
de roxo para azul nítido
Determinação de Magnésio: Seguir procedimento acima até item 10.3. Após este item, seguir con-
forme descrito abaixo:
10.7. Adicionar 20 ml de solução tampão pH 10, 5 mL de cianeto de potássio 0,1 mol/L e 5 mL
de trietanolamina a 20% (v/v).

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10.8. Elevar o volume a 300 ml com água, adicionar uma pequena pitada de preto de eriocromo
2% (m/m).
10.9. Titular com EDTA 0,02 mol/L. O ponto final da titulação se dá quando a coloração passa
de vermelho para o azul intenso.

11. Cálculo
Para determinação de cálcio:

Onde:
V Volume da solução de EDTA 0,02 mol/L gasto na titulação, em mL
M Molaridade real da solução de EDTA 0,02 mol/L
m Massa da amostra, em g
40,08 Massa molar do cálcio
500 Volume do balão, em mL
25 Volume da pipeta, em mL
Para determinação de magnésio:

Onde:
V2 Volume gasto da solução de EDTA 0,02 mol/L na titulação com preto de eriocromo, em mL
V1 Volume gasto da solução de EDTA 0,02 mol/L na titulação com calcon, em mL
M Molaridade real da solução de EDTA 0,02 mol/L
m Massa da amostra, em g
24,31 Massa molar do magnésio
500 Volume do balão, em mL
25 Volume da pipeta, em mL

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos e
físicos para análise de alimentos, v.1. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 724, 727 e 744.

• E. MERCK AG. Métodos Complexiométricos de Valorización com Titriplex, 3. Ed. Darmstadt,


Alemanha, p.25.

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métodos Analíticos
04 - CÁLCIO POR OXIDIMETRIA

1. Introdução
O cálcio, inicialmente solubilizado, é precipitado sob a forma de oxalato em pH 4,0 para impedir
interferências dos íons fosfatos e o precipitado é lavado e dissolvido em ácido sulfúrico diluído. O
ácido oxálico gerado é, então, titulado com a solução padrão de permanganato de potássio.
O manganês é reduzido pelo oxalato em meio ácido, de +7 para +2, tornando a solução de per-
manganato incolor. A primeira gota que não for reduzida dará à mesma uma tonalidade rosa.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Realizar o preparo das soluções em capela de exaustão.
A solução de permanganato de potássio deve ser armazenada ao abrigo da luz.
As soluções de oxalato atacam o vidro.
Na presença de grandes quantidades de sódio e magnésio é aconselhável fazer-se uma segun-
da precipitação.
A pós-precipitação do oxalato de magnésio pode introduzir erros apreciáveis, quanto mais tempo
ficar o precipitado em contato com a solução.
Não calcinar amostras inorgânicas.

3. Escopo
Método aplicável a produtos ou subprodutos de origem animal, vegetal, mineral, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
• MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 28,
de 27 de julho de 2007, Método 4.3

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações

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7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Ácido sulfúrico (H2SO4).
7.3 Hidróxido de amônio (NH4OH)
7.4. Nitrato de prata (AgNO3)
7.5. Oxalato de amônio ((NH4)2C2O4.H2O)
7.6. Oxalato de sódio (Na2C2O4)
7.7. Permanganato de potássio (KMnO4)
7.8. Solução de ácido clorídrico 1+1 (v/v)
Diluir uma parte de ácido clorídrico em uma parte de água.
7.9. Solução de ácido clorídrico 1+3 (v/v)
Diluir uma parte de ácido clorídrico em três partes de água.
7.10. Solução de ácido sulfúrico 1+19 (v/v)
Diluir uma parte de ácido sulfúrico em dezenove partes de água.
7.11. Solução de hidróxido de amônio 1+1 (v/v)
Diluir uma parte de hidróxido de amônio em uma parte de água.
7.12. Solução de oxalato de amônio saturada
Pesar 80g de oxalato de amônio e transferir para béquer de 2000 mL, completar o volume com
água para 1000 mL, aquecer até a completa dissolução, esfriar a temperatura ambiente.
7.13. Solução de hidróxido de amônio 1+50 (v/v)
Diluir uma parte de hidróxido de amônio em 50 partes de água.
7.14. Solução de nitrato de prata 0,1 mol/L
Pesar 8,494 g de nitrato de prata, dissolver com água e transferir para balão volumétrico de 500
mL âmbar ou envolto com folha de alumínio. Completar o volume e homogeneizar. Armazenar em
frasco âmbar ao abrigo da luz, no máximo por 30 dias.
7.15. Solução padronizada de permanganato de potássio 0,01 mol/L.
Dissolver 1,6 g de permanganato de potássio em béquer contendo aproximadamente 300/400 mL de
água e aquecer a 60/70 °C por duas horas. Esfriar, transferir quantitativamente para balão volumétrico de
1000 mL, completar o volume e homogeneizar. Deixar em repouso por no mínimo 12 horas ao abrigo da
luz. Filtrar sobre o cadinho de vidro sinterizado, amianto ou lã de vidro e estocar em frasco âmbar.
Padronização: Pesar em triplicata, aproximadamente 0,1 g (precisão de décimo de mg) de oxalato de sódio
previamente seco em estufa a 105 ºC por 2 horas, passar para Erlenmeyer de 500 mL e adicionar 150 mL de

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ácido sulfúrico 1 + 19 (v/v), levar à chapa e aquecer entre 70 e 80 ºC. Titular rapidamente com a solução de per-
manganato de potássio 0,01 mol/L, até coloração levemente rosa (persistência de 30 segundos). Validade 1 mês.
Cálculo:

Onde:
MR Molaridade real da solução de permanganato de potássio 0,01 mol/L
V Volume de solução de permanganato de potássio 0,01 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do oxalato de sódio, em g
2/5 Relação estequiométrica entre oxalato de sódio e permanganato de potássio
134 Massa molar do oxalato de sódio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.16. Vermelho de metila
7.17. Solução alcoólica indicadora de vermelho de metila 1,0 g/L
Dissolver 0,1 g de vermelho de metila em aproximadamente 40 mL de água. Transferir para balão
volumétrico de 100 mL, completar o volume com etanol e homogeneizar.
7.18. Papel de filtro qualitativo
7.19. Bureta âmbar de 25 (div. 0,05mL) e 50 mL
7.20. Cadinho de porcelana ou quartzo
7.21. Cadinho de vidro borossilicato com placa porosa (10 a 16 micra) ou papel de filtro
faixa branca ou azul.
7.22. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Forno Mufla
8.3. Placa Aquecedora
8.4. Estufa de secagem a 105ºC (precisão ± 5ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Desenvolver paralelamente uma prova em branco e amostra de verificação, contendo os mesmos
volumes de reagente misto e água.

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10.1. Para ingredientes e misturas de origem mineral
De acordo com a concentração estimada do mineral na amostra, pesar de 1,0 a 3,0 g.

Cálcio esperado % volume estoque alíquota


0 – 1% 200 ml 100
1 – 4% 200 ml 50
4 – 10% 250 ml 20
10 – 20% 250 ml 10
20 – 40% 500 ml 10

10.2. Para ingredientes, produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, rações e concentrados:
Pesar conforme o item 10.1, porém, realizar a pesagem da amostra em cadinho de porcelana ou
quartzo e calcinar por quatro horas a 550 ºC.
10.3. Com o auxílio de bastão de vidro, transferir a massa de 10.1 ou matéria mineral obtida em
10.2 para béquer de 250 ou 300 mL. Lavar o cadinho com pequenas porções de solução de ácido
clorídrico 1+1 totalizando 40 mL, em seguida lavar com água, cobrir com vidro de relógio e levar à
placa aquecedora até que haja redução de 1/3 do volume, se necessário. Esfriar.
10.4. Transferir para balão volumétrico adequado. Completar o volume com água e homogenei-
zar. Esse material constituirá a "Solução Estoque", será utilizado para a determinação de cálcio por
oxidimetria e de fósforo por colorimetria.
10.5. Filtrar e pipetar volumetricamente a alíquota conforme a tabela do item 10.1 para béquer
de 250 ou 300 mL. Adicionar 2 a 3 gotas de vermelho de metila 1,0 g/L e diluir com água até apro-
ximadamente 50 mL.
10.6. Aquecer brandamente em placa aquecedora até próximo à fervura. Adicionar solução de
hidróxido de amônio 1+1, gota a gota sob agitação constante, até que a coloração mude de verme-
lho para rosa. Se houver mudança da coloração para amarelo, gotejar solução de ácido clorídrico
1+3 até retorno para rosa. Acrescentar sob agitação constante 25 mL de solução saturada de oxalato
de amônio quente. Deixar em repouso por 45 a 60 minutos.
10.7. Filtrar sob vácuo, em cadinho de vidro borossilicato com placa porosa ou papel de filtro faixa
branca ou azul. Lavar o béquer e o precipitado no mínimo 3 vezes com solução de hidróxido de amônio
1+50 ou até que algumas gotas do filtrado não reajam com solução de nitrato de prata 0,1 mol/L.
10.8. Transferir o cadinho de vidro borossilicato com o precipitado para o béquer original.
Adicionar água até cobrir o cadinho e 10 mL de solução de ácido sulfúrico 1+19. Opcionalmente,
poderá ser realizada a dissolução do precipitado contido no cadinho com sucessivas lavagens de áci-
do sulfúrico 1+19 a quente, até 150 mL. No caso de uso de papel de filtro, lavar o precipitado nele

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métodos Analíticos
contido para o béquer original e reservar o papel de filtro na borda interna do mesmo, tomando a
precaução de não permitir que a solução titulante caia sobre o mesmo.
10.9. Aquecer até completa dissolução do precipitado (próximo à ebulição) e titular com permanga-
nato de potássio 0,01 mol/L, sob constante agitação, até coloração rósea clara persistente por 30 segun-
dos. Cuidar para que durante a titulação a temperatura não fique abaixo de 60 °C. Neste momento, no
caso de uso do papel de filtro, mergulhar o mesmo na solução titulada e observar possível mudança de
cor. Caso isto ocorra, continuar a titulação até coloração rósea clara persistente por 30 segundos.

11. Cálculos

Onde:
VT Volume de permanganato de potássio gasto na titulação (mL)
MR Molaridade real da solução de permanganato de potássio (mol/L)
Vb Volume do balão volumétrico (mL)
va Volume da alíquota pipetada (mL)
m Massa de amostra (g)
40,08 Massa molar do Cálcio
5/2 Relação estequiométrica entre permanganato de potássio e ácido oxálico

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos físico-quími-
cos para análise de alimentos. 4. ed. Brasília, 2005. 385/IV p.723

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 921.01 – Calcium in plants

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of A.O.A.C.


International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 927.02 – Calcium in animal feed, dry ash method

• AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Philadelphia. ASTM. 1990 annual
book of ASTM standards,1990.

• JEFFERY, G.H., BASSETT, J., MENDAHAM, J., DENNEY, R.C.,VOGEL. Análise química quanti-
tativa. 5a. ed. LTC, Rio de Janeiro: 1992. P. 367.

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05 - CINZAS OU MATÉRIA MINERAL

1. Introdução
É o resíduo inorgânico resultante da queima da amostra a uma temperatura de 550–600 ºC, for-
necendo dados da quantidade de minerais totais, principalmente na forma de óxido, contidos nos
produtos de origem vegetal, animal ou de misturas.
O resíduo obtido na queima da amostra, pode não representar toda a substância inorgânica, pois
alguns constituintes inorgânicos sofrem redução ou volatilização nesta faixa de temperatura.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a produtos ou subprodutos de origem animal, vegetal ou mineral, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido nítrico (HNO3) ou água oxigenada (H202) 30% (130 volumes)
7.2. Cadinho ou cápsula de porcelana
7.3. Dessecador com cloreto de cálcio anidro ou sílica gel

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Forno mufla 550-600ºC

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métodos Analíticos
9. Amostragem
A amostra deve estar homogênea, devendo-se avaliar a necessidade de moagem prévia.

10. Procedimento
10.1. Pesar o cadinho ou cápsula de porcelana, limpo e previamente calcinado em forno mufla a
550-600ºC por uma hora (após atingir a temperatura) e resfriado em dessecador até equilíbrio com
a temperatura ambiente.
10.2. Pesar de 2 a 3 g da amostra no cadinho ou cápsula.
10.3. Levar ao forno mufla e gradualmente aumentar a temperatura (550-600 °C) até obtenção
de cinzas claras (3 horas no mínimo). Opcionalmente, pode-se efetuar pré-queima em placa aque-
cedora ou bico de Bunsen, transferindo em seguida para o forno mufla (550-600 °C).
10.4. Não se obtendo cinzas claras após o período mínimo de calcinação, recomenda-se a adição
de 2 a 3 gotas de ácido nítrico ou água oxigenada 30% (130 volumes) e retorno ao forno mufla por
mais uma hora.
10.5. Retirar a 250-300ºC, esfriar em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente.
10.6. Pesar.

11. Cálculo


Onde:
A Massa do recipiente + resíduo, em g (calcinado)
B Massa do recipiente, em g
m Massa da amostra original, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)


12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-quími-
cos para análise de alimentos, v.1. 4.ed. São Paulo: PROL, 2005. P. 105 – 106

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of A.O.A.C.


International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 942.05 – Ash of animal feed (4.1.10)

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06 - CLORETOS SOLÚVEIS EM ÁGUA - MÉTODO DE MOHR

1. Introdução
A análise de cloretos é realizada pelo método de Mohr, cujo princípio fundamenta-se na precipitação
dos cloretos sob a forma de cloreto de prata, em pH 8,3, em presença de cromato de potássio como in-
dicador. O final desta reação é dado pela formação do precipitado vermelho tijolo de cromato de prata.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Realizar o preparo das soluções em capela de exaustão.
Para amostras com altos teores de cloretos (sais e misturas minerais), proceder às diluições adequadas.
Não calcinar amostras inorgânicas, alterações na estrutura molecular elevam o resultado esperado.

3. Escopo
Aplicável a produtos ou subprodutos de origem animal, vegetal, mineral, rações e concentrados. O
método é aplicável somente para cloretos solúveis em água.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações

7. Reagentes, Soluções e Materiais


7.1. Carbonato de cálcio (CaCO3)
7.2. Cloreto de sódio (NaCl)
7.3. Cromato de potássio (K2CrO4)
7.4. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.5. Nitrato de prata (AgNO3)
7.6. Solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L

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métodos Analíticos
Pesar 0,4 g de hidróxido de sódio, dissolver com aproximadamente 50 mL de água e transferir para
balão volumétrico de 100 mL. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.7. Solução de cromato de potássio 10% (m/v)
Pesar exatamente 10,0 g de cromato de potássio em béquer e adicionar aproximadamente 50 mL
de água. Dissolver e transferir quantitativamente para balão volumétrico de 100 mL, completando o
volume com água. Armazenar em frasco âmbar ao abrigo da luz, no máximo por 30 dias.
7.8. Solução padronizada de nitrato de prata 0,1 mol/L
Pesar 8,494 g de nitrato de prata, dissolver com água e transferir para balão volumétrico de 500
mL âmbar ou envolto com folha de alumínio. Completar o volume e homogeneizar. Armazenar em
frasco âmbar ao abrigo da luz, no máximo por 30 dias.
Padronização: Pesar exatamente 0,070 g de cloreto de sódio, previamente seco em forno mufla a
300 °C por 1 hora. Transferir para Erlenmeyer e dissolver com aproximadamente 100 mL de água.
Acrescentar 1 mL de solução de cromato de potássio 10% (m/v) e titular com nitrato de prata 0,1
mol/L até viragem para coloração vermelho tijolo clara.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de nitrato de prata 0,1 mol/L
m Massa do cloreto de sódio em g
V Volume da solução de nitrato de prata 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
58,5 Massa molar do cloreto de sódio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.9. Cadinho de porcelana ou quartzo
7.10. Materiais usuais de laboratório.

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Forno Mufla
8.3. Placa Aquecedora

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem

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10. Procedimento
10.1. Não calcinar amostras inorgânicas. Pesar em béquer ou Erlenmeyer e seguir para o item 10.2.
Para rações, pesar de 5 a 7 g da amostra em cadinho ou cápsula de porcelana e levar ao forno mufla
a 550 °C por quatro horas. Retirar e esfriar até equilíbrio com a temperatura ambiente;
10.2. Adicionar 03 porções sucessivas de 30 mL de água quente, agitar e filtrar sobre papel de
filtro qualitativo, recebendo o filtrado em Erlenmeyer.
10.3. Se o pH da solução estiver ácido (abaixo de 6,5), neutralizar com solução de hidróxido de
sódio 0,1 mol/L ou carbonato de cálcio até pH entre 6,5 e 9,0.
Se utilizar carbonato de cálcio, aquecer em placa aquecedora até ebulição para desprendimento
completo do CO2 formado.
10.4. Adicionar 1 mL da solução de cromato de potássio 10% (m/v) e titular com solução de
nitrato de prata 0,1 mol/L até viragem para coloração vermelho tijolo clara.
Nota: Para amostras com teores elevados, pesar de 0,5 a 2 g e realizar as diluições adequadas. Fazer
o acerto de pH da solução, conforme item 10.3. Transferir com auxílio de pipeta volumétrica uma
alíquota para Erlenmeyer e titular conforme item 10.4.
10.5. Proceder paralelamente prova em branco dos reagentes utilizados.

11. Cálculos


O cálculo do cloreto de sódio considera que todo cloreto seja proveniente de cloreto de sódio.
Onde:
Va Volume da solução de nitrato de prata 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Vb Volume da solução de nitrato de prata 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
0,0355 1 mL de nitrato de prata 0,1 mol/L equivale a 0,0355 g de cloreto
0,0585 1 mL de nitrato de prata 0,1 mol/L equivale a 0,0585 g de cloreto de sódio
m Massa da amostra, em g
MR Concentração real da solução de nitrato de prata 0,1 mol/L

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos químicos e
físicos para análise de alimentos, 4.ed. Brasília: Editora MS, 2005. p.112 e 719.

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métodos Analíticos
07 - COBALTO - MÉTODO VOLUMÉTRICO

1. Introdução
A determinação de cobalto é realizada por complexometria de EDTA, usando-se murexida como
indicador, em meio alcalino.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Não secar a amostra, para evitar perda de água de hidratação.

3. Escopo
Aplicável na determinação do teor de cobalto em sulfato de cobalto.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Sulfato de cobalto é o sal proveniente da reação do cobalto e do ácido sulfúrico. Poderá ser usado
na forma mono hidratada (CoSO4 . H2O) ou hepta hidratada (CoSO4 . 7H2O). O sulfato de cobalto
mono hidratado apresenta coloração rosa choque e o hepta hidratado apresenta coloração mais aver-
melhada.

6. Reações


7. Reagentes e Materiais
7.1. Acetato de amônio (CH3COONH4)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Ácido calcon carboxílico (C21H14N2O7S.2H2O)
7.4. Carbonato de cálcio (CaCO3)
7.5. EDTA (C10H14N2Na2O8.2H2O)
7.6. Hidróxido de amônio (NH4OH)
7.7. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.8. Trietanolamina (C6H15NO3)

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7.9. Solução reagente de hidróxido de sódio 4 mol/L
Pesar 16 g de hidróxido de sódio, solubilizar em água, transferir para balão volumétrico de 100 mL
e completar o volume com água.
7.10. Solução reagente de ácido clorídrico 10% (v/v)
Transferir 10 mL do ácido clorídrico para balão volumétrico de 100 mL contendo 50 mL de água
e completar o volume com água.
7.11. Solução reagente de trietanolamina 20% (v/v)
Transferir 20 mL de trietanolamina para balão volumétrico de 100 mL e completar o volume
com água.
7.12. Solução volumétrica padronizada de EDTA 0,1 mol/L
Pesar com exatidão 37,22 g de EDTA, dissolver e transferir quantitativamente para balão volumé-
trico de 1000 mL. Completar o volume com água e homogeneizar. Armazenar esta solução em frasco
de polietileno.
Padronização: Pesar exatamente 2,528 g de carbonato de cálcio previamente seco em estufa a 105
°C por duas horas. Transferir para Erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 30 mL de solução de ácido
clorídrico 10% (v/v). Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 250 mL com água, com-
pletar o volume e homogeneizar. Pipetar volumetricamente uma alíquota de 25 mL para Erlenmeyer
de 300 mL e adicionar 5 mL da solução de trietanolamina 20% (v/v) e 3 mL da solução de hidróxido
de sódio 4 mol/L. Adicionar uma pitada de calcon e titular com solução de EDTA 0,1 mol/L
Cálculo da molaridade real:


Onde:
m Massa do carbonato de cálcio na alíquota, em mg
V Volume da solução de EDTA 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
100 Massa molar do carbonato de cálcio
MR Molaridade real da solução de EDTA 0,1mol/L
7.13. Indicador murexida (NH4C8H4N5O6)
7.14. Papel de filtro qualitativo
7.15. Bureta (divisão de 0,05mL)
7.16. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Agitador magnético com bastão magnético

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métodos Analíticos
9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Triturar e homogeneizar em almofariz.

10. Procedimento
10.1. Pesar aproximadamente 5 g da amostra previamente triturada e homogeneizada. Anotar a
massa pesada e transferir para um béquer. Dissolver em água com leve aquecimento.
10.2. Esfriar e filtrar, se necessário, sobre papel de filtro qualitativo, recolhendo em balão volu-
métrico de 500 mL. Completar o volume com água e homogeneizar.
10.3. Transferir, com auxílio de pipeta volumétrica, uma alíquota de 25 mL para Erlenmeyer de
500 mL.
10.4. Adicionar 5 g de acetato de amônio e ajustar o pH com hidróxido de amônio, para um
valor próximo de 12.
10.5. Adicionar uma pitada de murexida e titular com solução de EDTA 0,1 mol/L, com auxílio
de bureta, até viragem de amarelo para lilás, passando pela coloração vinho.

11. Cálculos

Onde:
V Volume da solução de EDTA 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
M Molaridade real da solução de EDTA 0,1 mol/L
m Massa da amostra, em g
58,93 Massa molar do cobalto
500 Volume do balão, em mL
25 Volume da pipeta, em mL

12. Bibliografia
• ACS COMMITTEE ON ANALYTICAL REAGENTS. American Chemical Society Specifications.
Reagent chemicals. 10. ed. 2006. p. 265

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08 - COBRE - VIA ÚMIDA

1. Introdução
Os sais cúpricos liberam iodo quando tratados com iodeto de potássio. O iodo cuproso formado
é insolúvel em ácido acético e solúvel em excesso de iodeto de potássio. O iodo liberado pela ação
do acetato cúprico sobre o iodeto de potássio é determinado por titulação com tiossulfato de sódio.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método aplicável em sulfato de cobre.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações


7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido acético glacial (CH3COOH)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Ácido nítrico (HNO3)
7.4. Amido solúvel (C6H10O5)
7.5. Carbonato de sódio anidro (Na2CO3)
7.6. Dicromato de potássio (K2Cr2O7).
7.7. Hidróxido de amônio (NH4OH)
7.8. Iodeto de potássio (KI)
7.9. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)

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métodos Analíticos
7.10. Solução de ácido nítrico 25% (v/v)
Adicionar lentamente 25 mL de ácido nítrico em 75 mL de água.
7.11. Solução de hidróxido de amônio 50% (v/v)
Adicionar lentamente 50 mL de hidróxido de amônio em 50 mL de água.
7.12. Solução de amido 10 g/L
Pesar 1,0 g de amido solúvel, acrescentar pequena quantidade de água em ebulição, formando
uma pasta. Dissolver esta pasta em aproximadamente 80 mL de água em ebulição. Deixar em fervura
por 1 minuto. Resfriar e se apresentar turbidez, filtrar.
Obs: Só se deve usar soluções de amido recentemente preparadas. Quando apresentar alguma
turbidez, desprezar a solução.
7.13. Solução de ácido clorídrico 1 mol/L
Medir 85 mL de ácido clorídrico em proveta de 100 mL e transferir para balão volumétrico de 1000
mL, contendo aproximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume com água e homogeneizar.
7.14. Solução padronizada de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
Pesar 24,82 g de tiossulfato de sódio penta hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio, dissolver em
béquer contendo aproximadamente 100 mL de água fervida e fria. Transferir quantitativamente para
balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água fervida e fria. Homogeneizar e estocar
em frasco âmbar
Padronização: Pesar exatamente 0,123 g de dicromato de potássio previamente seco em estufa a
105 ºC por duas horas. Dissolver em Erlenmeyer de 250 mL com tampa, com aproximadamente
70 mL de água fervida e fria. Adicionar 2 g de iodeto de potássio e solubilizar. Adicionar 20 mL de
solução de ácido clorídrico 1 mol/L. Tampar o Erlenmeyer e estocar imediatamente ao abrigo da luz
por 10 minutos. Titular gotejando a solução de tiossulfato de sódio penta hidratado 0,1 mol/L até
aproximadamente 15 mL. Acrescentar 1 mL da solução indicadora de amido 1% (m/v) e continuar a
titulação até desaparecimento da coloração azul.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do dicromato de potássio, em g
6 Relação estequiométrica entre iodeto de potássio e dicromato de potássio
294,2 Massa molar do dicromato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

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7.15. Bureta volumétrica
7.16. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Agitador magnético e barras magnéticas
8.3. Chapa aquecedora
8.4. Estufa a 105 ºC (precisão ± 5 ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Triturar e homogeneizar em almofariz

10. Procedimento
10.1. Pesar 0,2 g de amostra, previamente triturada e homogeneizada. Transferir para Erlenmeyer.
10.2. Adicionar 12,5 mL de solução de ácido nítrico 25% (v/v) e dissolver.
10.3. Adicionar 12,5 mL de água e adicionar solução de hidróxido de amônio 50% (v/v) gota a
gota até coloração azul escuro, formando um precipitado de hidróxido de cobre II.
10.4. Ferver em chapa aquecedora durante 3 minutos.
10.5. Acrescentar 4 mL de ácido acético glacial para dissolver o precipitado. Esfriar.
10.6. Adicionar 1,0 g de iodeto de potássio e titular com solução de tiossulfato de sódio 0,1
mol/L até mudança da coloração marrom para amarelo. Titular rapidamente para que não ocorra
perda por oxidação.
10.7. Adicionar 1 mL de solução de amido 10 g/L e prosseguir a titulação cuidadosamente até
que a coloração azul desapareça.

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métodos Analíticos
11. Cálculos

Onde:
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
m Massa da amostra, em g
63,55 Massa molar do cobre.

12. Bibliografia
• ASSUMPÇÃO, Rosely M. Viegas; MORITA, Tokio. Manual de Soluções Reagentes e Solventes –
padronização, preparação, purificação. 2. ed. 1972

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09 - DIGESTIBILIDADE PROTEICA EM PEPSINA NO
SOBRENADANTE

1. Introdução
Na formulação de rações é muito importante o conhecimento da digestibilidade protéica, pois
essa informação nos leva a alcançar melhores resultados para o crescimento dos animais e para o
ambiente, reduzindo o excesso de nutrientes excretados. Um dos métodos para predizer o valor
protéico é através da solubilidade das proteínas de origem animal em pepsina. Esse procedimen-
to mantém uma boa correlação com os métodos “in vivo”, tendo a vantagem de ser de fácil e
rápida execução e de ter um custo reduzido, além de ser muito bem aceito entre os laboratórios
das fábricas de rações animais.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Para a execução deste método, utilizam-se também as soluções reagentes, materiais e equipamen-
tos descritos nos métodos n˚. 45 – Proteína Bruta – Método Kjeldahl – Recebimento em Ácido Bórico
ou método n˚. 46 – Proteína Bruta – Método Kjeldahl – Recebimento em Ácido Sulfúrico, estes com
utilização sistema macro ou método n˚. 44 - Proteína - Método Dumas.

3. Escopo
Esse procedimento é aplicável a fontes protéicas de origem animal e tem por objetivo quantificar
“in vitro” a solubilidade em pepsina da fração protéica de amostras de produtos e subprodutos de
origem animal (farinha de carne, farinha de penas, farinha de sangue, etc.).

4. Referências Normativas
Não aplicável

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
6.1. Reações enzimáticas:
O princípio da reação é a formação do complexo “chave-fechadura”, que se forma no momento em
que a enzima (pepsina) entra em contato com seu substrato (amostra em questão).

30 |
métodos Analíticos
6.2. Demais reações
As demais reações envolvidas no processo dependerão do procedimento para determinação de
proteína escolhido.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Pepsina 1:10000
7.3. Solução de ácido clorídrico 0,0744 mol/L
Em um balão volumétrico de 2000 mL contendo aproximadamente 1500 mL de água, adicionar
12,50 mL de ácido clorídrico. Completar o volume com água e homogeneizar.
7.4. Solução pepsina 0,02% (m/v)
Pesar 20 mg de pepsina (atividade digestiva de 1:10000) em um béquer de 100 mL. Dissolver
com aproximadamente 50 mL da solução de ácido clorídrico 0,0744 mol/L. Depois de dissolvida a
pepsina, transferir para um balão volumétrico de 100 mL, lavando o béquer com pequenas porções
da solução de ácido clorídrico 0,0744 mol/L. Completar o volume com a solução de ácido clorídrico
0,0744 mol/L e homogeneizar. Preparar a solução imediatamente antes de sua utilização.
7.5. Solução pepsina 0,002 % (v/v)
Em um balão volumétrico de 1000 mL, transferir os 100 mL da solução pepsina 0,02 % (m/v) e
completar o volume com ácido clorídrico 0,0744 mol/L. Preparar a solução imediatamente antes da
sua utilização.
7.6. Solução pepsina 0,0002 % (v/v)
Em um balão volumétrico de 1000 mL, transferir 100 mL da solução pepsina 0,002 % e com-
pletar o volume com ácido clorídrico 0,0744 mol/L. Preparar a solução imediatamente antes da sua
utilização.
7.7. Frasco com tampa ou Erlenmeyer de 250 mL
7.8. Papel de filtro qualitativo
7.9. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Estufa de secagem a 45 ºC (precisão ± 5 ºC)
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Estufa com agitação tipo Wagner ou equivalente

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8.4. Centrífuga a 1500 rpm
8.5. Materiais usuais de laboratório

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Não é necessário desengordurar a amostra.

10. Procedimento
Em caso de necessidade, pode ser feita a digestibilidade sem o uso de estufa com agitação. O pre-
paro será o mesmo e a incubação será por 63 horas a 45°C, sem agitação rotativa. O coeficiente de
variação do resultado desta análise parada em relação ao método padrão (16 horas sob agitação) é
aproximadamente 10% para substratos disponíveis (carne, peixe, sangue, etc.) e até 20% para subs-
tratos indisponíveis (penas e vísceras).
10.1. Pesar 1,000 g da amostra em Erlenmeyer de 250 mL ou frasco com tampa específico para
estufa de pepsina. Adicionar 75 mL da solução pepsina na concentração adequada (0,02%, 0,002%
ou 0,0002%) para a amostra (substrato em questão), conforme solicitação.
0.2. Homogeneizar para que toda a amostra entre em contato com a solução. Tampar o frasco e
incubar por 16 horas a 45 °C, com agitação 20 rpm, em estufa agitadora tipo Wagner.
10.3. Transferir o conteúdo do frasco de incubação para tubo de centrífuga e centrifugar por 10
minutos ou até que não haja partículas em suspensão no sobrenadante.
10.4. Filtrar o sobrenadante com papel de filtro qualitativo em béquer de 100 mL.
10.5. Transferir alíquota de 10 mL do extrato filtrado para tubo de macro Kjeldahl ou balão Kjeldahl.
Seguir o procedimento de determinação de proteína do método n˚. 45 – Proteína Bruta – Método Kjel-
dah – Recebimento em Ácido Bórico ou método n˚. 46 – Proteína Bruta – Método Kjeldahl – Recebimento
em Ácido Sulfúrico, estes com utilização sistema macro ou método n˚. 44 - Proteína - Método Dumas.
Sugestões para concentração de pepsina e preparo do Erlenmeyer com vermelho de metila (méto-
do n˚. 46 – Proteína Bruta – Método Kjeldahl – Recebimento em Ácido Sulfúrico):

amostra conc. pepsina (%) volume de ácido (mL)


farinha de sangue 0,002 10
farinha de carne 0,002 8
farinha de peixe 0,002 8
farinha de penas 0,02 8
farinha penas e vísceras 0,02 8
farinha de vísceras 0,02 8

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métodos Analíticos
11. Cálculos
É necessário o valor de proteína bruta para calcular o teor de digestibilidade proteica em pepsina.
11.1. Cálculo da proteína bruta no sobrenadante

Onde:
ma Massa da amostra na alíquota, em g
m Massa da amostra, em g
Vp Volume pipetado, em mL
75 Volume total da reação, em mL
11.2. Cálculo da proteína bruta no sobrenadante utilizando-se o método de Proteína Bruta (rece-
bimento em ácido bórico)
Proteína Bruta no Sobrenadante

Onde:
Va Volume da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
M Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L
ma Massa da amostra na alíquota, em g
14 Massa molar do nitrogênio
F Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio (100/16 = 6,25).
11.3. Cálculo da proteína solúvel utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em
ácido sulfúrico)
Proteína Bruta no Sobrenadante

Onde:
V1 Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2 Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
ma Massa da amostra na alíquota, em g
14 Massa molar do nitrogênio
F Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio (100/16 = 6,25).

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11.4. Digestibilidade proteica em pepsina

Digestibilidade Proteica em Pepsina (%)

Onde :
PBA Proteína bruta no sobrenadante da amostra, em g/Kg
PB Proteína bruta da amostra, em g/Kg

12. Bibliografia
• BELLAVER, C. Zanotto D. L. Determinação da digestibilidade da proteína em pepsina.
EMBRAPA. 2003.

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 971.09 – Pepsin digestibility of
animal protein feeds (4.4.04)

34 |
métodos Analíticos
10 - ENXOFRE TOTAL POR OXIDAÇÃO

1. Introdução
O enxofre elementar é insolúvel na maioria das soluções. O elemento reage com hidróxido de
potássio formando tiossulfatos e sulfetos. Pela ação do peróxido de hidrogênio, estes compostos são
oxidados a sulfatos que posteriormente são precipitados pela reação com cloreto de bário. O precipi-
tado poderá ser quantificado gravimetricamente após secagem a 250 ºC. A precipitação realizada em
condições adequadas de tamponamento gera uma turbidez que poderá ser quantificada em colorí-
metro a 450 nm de comprimento de onda.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança e manuseio
dos produtos químicos.

3. Escopo
Aplica-se a misturas contendo fonte de enxofre elementar e/ou fontes de sulfatos, para estes últi-
mos, dispensando a fase de oxidação (10.2.2 a 10.2.4).

4. Referências Normativas
• INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 28, de 27 de julho de 2007, Método 6.2 - MAPA, Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

5. Definições
Enxofre elementar: enxofre na forma “S0” normalmente originário do produto mineral amarelo
(bright ou dark) ou borra de enxofre. Ainda não está oxidado e é insolúvel.
Sulfato: condição de formação de alguns sais (XxSO4), que são utilizados como matérias primas. Os
sulfatos (SO4-2), em sua grande maioria são solúveis em água.
As principais exceções são: CaSO4, SrSO4, BaSO4 e PbSO4.

6. Reações

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7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Álcool etílico (C2H5OH)
7.3. Cloreto de bário di hidratado (BaCl2 . 2H2O), na forma de cristais.
7.4. Cloreto de sódio (NaCl)
7.5. Hidróxido de potássio (KOH)
7.6. Peróxido de hidrogênio (H2O2)
7.7. Sulfato de potássio (K2SO4)
7.8. Solução alcoólica de hidróxido de potássio 100 g/L
Pesar 100 g do hidróxido de potássio e solubilizar com 1000 mL de álcool etílico. Deixar em re-
pouso de um dia para outro e filtrar em papel de filtro.
7.9. Solução de peróxido de hidrogênio a 130 volumes ou 400 mL/L
Aconselhável a aquisição da solução pronta.
7.10. Solução de ácido clorídrico 1:1 (v/v)
Diluir 1 parte de ácido clorídrico em 1 parte de água.
7.11. Solução tampão de cloreto de sódio e ácido clorídrico
Em recipiente de 2 litros, adicionar 900 mL de água. Adicionar lentamente e sob agitação 240 g de
cloreto de sódio. Adicionar 20 mL de ácido clorídrico e homogeneizar.
7.12. Solução padrão de sulfato - 500 mg/L
Pesar exatamente 0,453 g de sulfato de potássio previamente seco em estufa por 2 horas de 105 a
110 ºC. Transferir o sal quantitativamente para balão volumétrico de 500 mL. Completar o volume
com água e homogeneizar. Guardar em frasco de polietileno identificado.
7.13. Solução de cloreto de bário - 100 g/L
Pesar 100 g de cloreto de bário e dissolver em 1L de água.
7.14. Solução de nitrato de prata 10 g/L
Pesar 10 g de nitrato de prata e dissolver em 1L de água. Guardar em frasco âmbar com tampa
esmerilhada.
7.15. Papel filtro qualitativo e faixa branca.
7.16. Papel de filtro fino
7.17. Cadinho de porcelana
7.18. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Placa aquecedora
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)

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métodos Analíticos
8.3. Estufa a 105 ºC (precisão ± 5 ºC)
8.4. Dessecador com sílica-gel
8.5. Espectrofotômetro Visível (450 nm)
8.6. Cronômetro
8.7. Agitador magnético e barras magnéticas de tamanhos aproximados
8.8. Banho-maria
8.9. Mufla

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
De acordo com os teores esperados serão feitas as adequações nas massas e diluições.
Produtos originalmente na forma de sulfato dispensam os itens 10.2.2 a 10.2.4 do Procedimento.
10.1. Preparação da curva de calibração de sulfato por turbidimetria
10.1.1. Transferir para béqueres de 250 mL, com auxílio de bureta volumétrica, os volumes
respectivos da solução padrão de sulfato: 6,0, 5,0, 4,0, 3,0, 2,0, e 1,0 mL e um branco. Completar o
volume até 100 mL com água (94, 95, ... etc). As soluções assim preparadas apresentam concentra-
ção em mg/kg de sulfato, respectivamente: 3000, 2500, 2000, 1500, 1000 e 500.
10.1.2. Adicionar a cada béquer, 20 mL de solução tampão de cloreto de sódio e ácido clorídrico
e uma barra magnética.
10.1.3. Adicionar 1,0 g de cloreto de bário di hidratado e agitar exatamente 1 minuto. Deixar em
repouso por exatamente 4 minutos. Durante o repouso, acertar o equipamento em 450 nm de compri-
mento de onda e ajustar a leitura em 0,000 de absorbância com o branco. Ler a absorbância dos padrões.
OBS.: podem ser realizadas as agitações e leituras de forma sequencial, respeitando-se sempre o
tempo de 1 minuto de agitação e 4 minutos de repouso.
10.1.4. Introduzir sequencialmente as soluções padrões, após agitação de 1 minuto e repouso de
4 minutos, anotando os valores de absorbância obtidos.
10.1.5. Com os valores de absorbância (x) versus mg/kg de sulfato dos padrões, calcular a equa-
ção da reta por regressão linear (y = ax + b), obtendo as constantes “a” e “b”.
10.2. Análise da amostra por turbidimetria
Fazer em paralelo um branco com os reagentes.
10.2.1. Pesar 1,0 g de amostra em béquer de 400 mL, forma alta.
10.2.2. Adicionar 50 mL da solução alcoólica de hidróxido de potássio 100 g/L e levar para
aquecimento, deixando sob fervura até reduzir a 1/3 do volume.

| 37
10.2.3. Esfriar e acrescentar lentamente 40 mL (de 10 em 10 mL) da solução de peróxido de hidro-
gênio 130 volumes. Cuidar da formação de espuma e se for excessiva, adicionar gotas de álcool etílico.
10.2.4. Lavar as paredes com água e deixar sob aquecimento em banho-maria a 80 °C por
01 hora.
10.2.5. Adicionar 10 mL de ácido clorídrico concentrado e água até aproximadamente 100 mL.
Ferver por 10 minutos, retirar do aquecimento e resfriar.
A partir deste ponto, pode-se optar pelo método turbidimétrico (passos 10.2.6 a 10.2.9) ou méto-
do gravimétrico (seguindo para 10.3).
10.2.6. Transferir para balão volumétrico de 250 mL, completar o volume com água e homogeneizar.
10.2.7. Pipetar alíquota que contenha de 500 a 3000 mg/kg de sulfato e transferir para béquer
de 250 mL. Pipetar volume similar do branco.
10.2.8. Adicionar volume de água para completar 100 mL e 20 mL da solução tampão de cloreto
de sódio e ácido clorídrico.
10.2.9. Sob agitação, iniciando pelo branco, adicionar 1,0 g de cloreto de bário di hidratado
e agitar exatamente 1 minuto. Deixar em repouso por 4 minutos. Durante o repouso acertar o equi-
pamento em 450 nm de comprimento de onda. Após exatamente 4 minutos de repouso, ajustar a
leitura em 0,000 de absorbância com o branco e ler a absorbância da amostra.
OBS. Podem ser realizadas as agitações e leituras de forma sequencial, respeitando-se sempre o
tempo de 1 minuto de agitação e 4 minutos de repouso.
10.3. Análise da amostra por gravimetria
Realizar o ensaio descrito para a análise da amostra por turbidimetria (item 10.2), do passo 10.2.1
até o passo 10.2.5. Em seguida, proceder conforme abaixo:
10.3.1. Adicionar lentamente 20 mL da solução de cloreto de bário, cobrir com vidro de relógio
e manter aquecido a 80-90 ºC por 1 hora; retirar do aquecimento e deixar esfriar;
10.3.2. Filtrar por papel de filtro de porosidade fina (filtração lenta), usando sucção suave, se
necessário; lavar o béquer e o filtro com 10 porções de 10 mL de água a 80-90 °C.Testar a presença
de cloreto no filtrado recebendo 2 mL do mesmo em tubo de ensaio e adicionar gotas da solução
de nitrato de prata: precipitação ou turvação indicam a presença de cloreto. Neste caso, continuar a
lavagem até o filtrado não acusar mais a presença de cloreto;
10.3.3. Transferir o papel de filtro contendo o precipitado para um cadinho de porcelana de tara
conhecida e levar à estufa a 105-110 °C por 15 minutos para secar;
10.3.4. Transferir o cadinho seco para uma mufla e elevar a temperatura lentamente até 800°C,
mantendo a porta da mufla entreaberta durante a elevação da temperatura; fechar a mufla e manter
nessa temperatura durante 1 hora;
10.3.5. Retirar o cadinho da mufla, colocar em dessecador, esperar esfriar e pesar.

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métodos Analíticos
11. Cálculos
11.1. Por turbidimetria

Onde:
LA Leitura da amostra em absorbância (x na equação da reta)
aeb Constantes da equação da reta
dilução Volume do balão / volume da pipeta, em mL
1000 Conversão entre unidades de massa (g e mg).
m Massa da amostra, em g
3 Conversão de SO4 para S
11.2. Por gravimetria

Onde:
mC Massa do cadinho com amostra calcinada, em g
mB Massa do cadinho vazio, em g
mA Massa da amostra, em g
0,1374 Relação molar S / BaSO4
3 Conversão de SO4 para S

12. Bibliografia
• FARMACOPÉIA BRASILEIRA: oficializada pelo governo federal, decreto número 78840 de
25/11/76. São Paulo: Andrei, 1977. 3. ed. rev e compl. p. 417

• MELLOR, J.W.; PARKERS, G.D. Modern Inorganic Chemistry. Long Mans, Green and C.O.

| 39
11 - ESPECTROFOTOMETRIA DE REFLECTÂNCIA NO
INFRAVERMELHO PRÓXIMO (NIR)

1. Introdução
A radiação no infravermelho próximo (NIR) é utilizada principalmente para a determinação
quantitativa rotineira de espécies como água, proteínas, hidrocarbonetos de baixo peso mo-
lecular e gorduras em produtos das indústrias agrícolas, alimentícias, petrolíferas e químicas.
Tanto medidas de reflexão como de transmissão são utilizadas, embora a reflectância seja mais
empregada. Suas absortividades molares são pequenas e os limites de detecção estão na ordem
de 0,1%.
A parte do espectro eletromagnético visível ao olho humano se estende de 400 a 730 nm,
enquanto que o espectro eletromagnético do infravermelho (IV) vai de 2500 a 600000 nm. A
região intermediária entre o IV e o espectro visível (730 a 2500 nm) é denominada de infraver-
melho próximo.

2. Recomendações
A estabilidade do equipamento pode ser interferida por variações na corrente elétrica (picos
de energia), vibração na bancada (local onde se encontra o aparelho instalado), corrente de ar.
A heterogeneidade das amostras também provoca interferência nos resultados. De forma ge-
ral, as amostras devem ser homogêneas e consistentes com a amostra da calibração.
Realizar testes de estabilidade, linearidade e reprodutibilidade no equipamento conforme re-
comendações do fabricante antes do início das análises.

3. Escopo
Aplicável em amostras de origem orgânica.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Calibração: Sugere-se que uma calibração deve conter no mínimo 100 amostras, de acordo com a
recomendação do fabricante, com análises via úmida, inserindo os resultados no espectro da amostra.
Considera-se que uma calibração ideal deve apresentar um coeficiente de correlação ≥ 95%.
Amostra de referência: é aquela utilizada para verificar a calibração do equipamento.
NIR: Near Infrared – Infravermelho próximo.

40 |
métodos Analíticos
6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Moinho
7.2. Célula de Leitura
7.3. Espátula
7.4. Pincel

8. Equipamentos
8.1. Espectrofotômetro de infravermelho próximo.

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
As amostras devem ser preparadas conforme a necessidade de cada equipamento (moído ou não moído),
considerando a homogeneidade como um fator importante para a representatividade da curva de calibração.

10. Procedimento
10.1. Preparar a amostra.
10.2. Transferir a amostra previamente homogeneizada para a célula com auxílio da espátula.
10.3. Inserir a célula no equipamento e selecionar a curva de acordo com a amostra a ser ana-
lisada. O início da leitura será selecionado de acordo com o manual do equipamento.
10.4. Ao término da leitura o programa apresentará o resultado.

11. Cálculos
Cada programa realizará o cálculo de acordo com a curva de calibração.

12. Bibliografia
TM
• FOSS QUICK START GUIDE ISIscan . Infrasoft International 2001. ISIscan Website.
http://216.23.177.12/html/isiscan/isiscan/isiscanhome.htm

• PERKIN ELMER. Manual do equipamento FT – NIR System.

• SILVERSTEIN, Robert M. Identificação Espectrométrica de Compostos Orgânicos. 6. ed. Rio


de janeiro: LCT, 2000.

| 41
12 - EXTRATO ETÉREO - HIDRÓLISE ÁCIDA

1. Introdução
Os lipídios constituem uma classe grande de compostos que incluem as gorduras, os óleos e
as ceras, além de uma variedade de outros compostos como o colesterol, os fosfolipídios e as li-
poproteínas. Em alguns produtos que sofreram algum tipo de processamento, uma fração desses
lipídIos pode estar ligada a proteínas e/ou carboidratos. Nesses casos, uma hidrólise ácida per-
mite a liberação desses lipídios contribuindo assim para melhor quantificação desses compostos.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Todo o procedimento analítico deste método deve ser realizado em capela de exaustão, por
risco de incêndio.

3. Escopo
Aplicável a produtos e subprodutos extrusados, lácteos e outros que exijam hidrólise ácida
devido ao tipo de processamento empregado.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Álcool etílico (C2H5OH)
7.3. Éter de petróleo
7.4. Éter etílico (C4H10O)
7.5. Solução de ácido clorídrico 70% (v/v)
Misturar 7 partes de ácido clorídrico em 3 partes de água.

42 |
métodos Analíticos
7.6. Solução de éter de petróleo e éter etílico 1+1
Misturar 1 parte de éter de petróleo em 1 parte éter etílico.
7.7. Dessecador com sílica gel ou cloreto de cálcio anidros
7.8. Erlenmeyer com tampa esmerilhada 250 mL (ou outro recipiente equivalente, com tampa)
7.9. Balão de fundo chato de 250 mL
7.10. Algodão hidrófilo
7.11. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Estufa de secagem à 105ºC (precisão ± 5ºC)
8.3. Sistema de evaporação (chapa aquecedora termostatizada, banho-maria, rotavapor, etc.)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
A amostra deve ser previamente moída.

10. Procedimento
10.1. Pesar 2 g de amostra, em seguida transferir para Erlenmeyer de 250 mL.
10.2. Adicionar 2 mL de álcool etílico e agitar de maneira a umedecer todas as partículas da amostra.
10.3. Adicionar 10 mL da solução de ácido clorídrico 70% (v/v), tampar e agitar vigorosamente.
10.4. Levar ao banho-maria a temperatura de 70 ºC-80 ºC, manter por 40 minutos, agitando
a cada 10 minutos.
10.5. Remover o frasco do banho-maria e deixar a temperatura ambiente.
10.6. Adicionar 10 mL de álcool etílico e agitar vigorosamente.
10.7. Adicionar 50 mL da solução de éter de petróleo e éter etílico 1+1, tampar e agitar vigo-
rosamente durante 30 segundos.
10.8. Remover cuidadosamente a tampa e deixar os vapores saírem.
10.9. Lavar a tampa com pequenas porções de solução de éter de petróleo e éter etílico 1+1,
transferindo para dentro do frasco a gordura e partículas aderidas.
10.10. Tampar e deixar em repouso até que o sobrenadante esteja límpido.
10.11. Filtrar o sobrenadante sobre algodão firmemente adaptado em funil, para balão de
fundo chato de 250 mL previamente seco em estufa a 105 ºC e tarado.
10.12. Lavar a boca do frasco e tampa, após a transferência com pequenas porções de solução
de éter de petróleo e éter etílico 1+1.

| 43
10.13. Repetir no mínimo por 3 vezes os itens 10.7 a 10.11, usando 25 mL da solução de éter
de petróleo e éter etílico 1+1.
10.14. Completadas todas as extrações, lavar com solução de éter de petróleo e éter etílico
1+1 a boca do frasco, a tampa, o algodão (até o desaparecimento da cor amarela), o funil e a
haste do funil.
10.15. Evaporar a mistura de éteres em sistema de evaporação adequado na temperatura má-
xima de 60 ºC e levar o balão de fundo chato para estufa a 105 ºC por uma hora e meia a duas
horas, até peso constante.
10.16. Esfriar em dessecador e pesar.

11. Cálculo



Onde:
A Massa do balão com gordura, em g
B Massa do balão vazio, em g
m Massa da amostra inicial, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 954.02 – Fat (crude) or ether
extract in pet foods (4.5.02)

44 |
métodos Analíticos
13 - EXTRATO ETÉREO - HIDRÓLISE ALCALINA

1. Introdução
Em produtos que sofreram algum tipo de processamento, especificamente em laticínios em
geral, os lipídios podem estar ligados a proteínas e carboidratos e, nesses casos, uma hidrólise
básica permite a liberação dos mesmos para melhor quantificação. Nesse método, a amostra é
tratada com hidróxido de amônio e álcool para hidrolisar a ligação proteína-gordura, e a gordura
separada é então extraída com éter de petróleo e éter etílico. O álcool precipita a proteína que é
dissolvida no amônio e a gordura separada pode ser extraída com éter.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Todo o procedimento analítico deste método deve ser realizado em capela de exaustão, por
risco de incêndio.

3. Escopo
Aplicável a produtos e subprodutos extrusados, lácteos e outros que exijam hidrólise alcalina
devido ao tipo de processamento empregado.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Álcool etílico (C2H5OH)
7.2. Éter de petróleo
7.3. Éter etílico (C4H10O)
7.4. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.5. Hidróxido de amônio (NH4OH).

| 45
7.6. Solução de éter de petróleo e éter etílico 1+1
Misturar 1 parte de éter de petróleo em 1 parte éter etílico.
7.7. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Dissolver 1 g de fenolftaleína em aproximadamente 40 mL de álcool etílico, transferir para
balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.8. Dessecador com sílica gel ou cloreto de cálcio anidros
7.9. Erlenmeyer com tampa esmerilhada 250 mL (ou outro recipiente equivalente, com tampa)
7.10. Balão de fundo chato de 250 mL
7.11. Algodão hidrófilo
7.12. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Estufa de secagem à 105 ºC (precisão ± 5 ºC)
8.3. Sistema de evaporação (chapa aquecedora termostatizada, banho-maria, rotavapor, etc.)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
A amostra deve ser previamente moída.

10. Procedimento
10.1. Pesar 1 g da amostra e transferir para Erlenmeyer de 250 mL que deverá conter 10 mL
de água pré-aquecida a 65 ºC.
10.2. Adicionar 1,5 mL de hidróxido de amônio, tampar e agitar de maneira que todas as
partículas da amostra fiquem úmidas.
10.3. Adicionar 10 mL de álcool etílico e 3 gotas de fenolftaleína 1% (m/v), tampar e agitar
vigorosamente.
10.4. Adicionar 25 mL de éter etílico, tampar e agitar vigorosamente durante 1 minuto.
10.5. Remover cuidadosamente a tampa e deixar os vapores saírem.
10.6. Adicionar 25 mL de éter de petróleo, tampar e agitar vigorosamente durante 1 minuto.
10.7. Remover cuidadosamente a tampa e deixar os vapores saírem.
10.8. Lavar a tampa com pequenas porções de solução de éter de petróleo e éter etílico 1+1,
transferindo para dentro do frasco a gordura e partículas aderidas.
10.9. Repetir no mínimo por 3 vezes os itens 10.3 a 10.8, sendo que a partir da segunda ex-
tração não usar álcool etílico.

46 |
métodos Analíticos
10.10. Tampar e deixar em repouso até que o sobrenadante esteja límpido.
10.11. Filtrar o sobrenadante sobre algodão firmemente adaptado em funil, para balão de
fundo chato de 250 mL previamente seco em estufa a 105 ºC e tarado.
10.12. Lavar a boca do frasco e tampa, após a transferência com pequenas porções de solução
de éter de petróleo e éter etílico 1+1.
10.13. Colocar o balão de fundo chato em sistema de evaporação adequado na temperatura
máxima de 60 ºC até a completa evaporação da solução de éter de petróleo e éter etílico 1+1.
10.14. Levar o balão para estufa à 105 ºC por uma hora e meia, até peso constante.
10.15. Esfriar em dessecador e pesar.

11. Cálculo



Onde:
A Massa do balão com gordura, em g
B Massa do balão vazio, em g
m Massa da amostra inicial, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 989.05 – Fat in milk modified
Mojonnier (33.2.26)

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14 - EXTRATO ETÉREO - MÉTODO SOXHLET

1. Introdução
Os lipídios constituem uma classe grande de compostos que incluem as gorduras, os óleos
e as ceras, além de uma variedade de outros compostos como o colesterol, os fosfolipídios e as
lipoproteínas. Esses compostos podem ser extraídos de uma amostra por contato com um sol-
vente orgânico. A extração é feita por repetidas lavagens com um solvente que fica sob refluxo
em uma vidraria específica. Após a evaporação do solvente, obtêm-se o resíduo que corresponde
ao teor de lipídios da amostra.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a produtos e subprodutos de origem animal ou vegetal, rações e concentrados, desde que
não submetidos a processo de extrusão. Não aplicável para produtos lácteos e glúten de milho 60.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Não aplicável. Os processos que ocorrem são meramente físicos, pois os lipídios transferidos
para o solvente são recuperados sem nenhuma reação química.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Éter de petróleo ou hexano (CH3(CH2)4CH3)
7.2. Balão de fundo chato ou copo tipo reboiler
7.3. Dessecador com sílica gel ou cloreto de cálcio anidros
7.4. Papel de filtro qualitativo previamente desengordurado ou cartucho extrator de cerâmica
ou celulose
7.5. Materiais usuais de laboratório

48 |
métodos Analíticos
8. Equipamentos
8.1. Aparelho extrator tipo Soxhlet ou Goldfish
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Estufa de secagem à 105ºC (precisão ± 5ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na produção, vide capítulo Amostragem.
Para amostras acima de 18% de umidade é necessário proceder à secagem prévia do cartucho
contendo amostra por no mínimo 1 hora à temperatura de 105ºC.
A amostra deve ser previamente moída.

10. Procedimento
10.1. Pesar 2 g de amostra e em seguida transferir para cartucho extrator ou cartucho prepa-
rado com papel de filtro.
10.2. Secar o balão ou copo tipo reboiler em estufa a 105 ºC, por uma hora, esfriar em desse-
cador até a temperatura ambiente e pesar.
10.3. Introduzir o cartucho no extrator.
Nota: Para o equipamento Goldfish, onde o cartucho fique imerso, adicionar quantidade de
solvente suficiente para manter o cartucho imerso durante a análise.
10.4. Proceder à extração.
10.4.1. Para o equipamento Soxhlet, extrair por um período mínimo de 3 horas com o solven-
te em ebulição e a velocidade de condensação de 2 a 4 gotas por segundo.
10.4.2. Para o equipamento Goldfish, extrair por 1 hora e meia com o cartucho submerso e o
solvente em ebulição; após este período suspender o cartucho e deixar em refluxo com o solven-
te por 1 hora à velocidade de 2 a 4 gotas por segundo.
10.5. Recuperar o solvente.
10.6. Secar o balão ou copo reboiler em estufa a 105 ºC até peso constante (aproximadamente
uma hora e meia) por 30 minutos. A estufa de secagem pode ser com circulação de ar forçado.
10.7. Esfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesar.
10.8. Repetir a operação de secagem até que a diferença entre duas pesagens sucessivas não
seja superior a 0,1% do peso da amostra.
10.9. Conduzir sempre uma prova em branco, testando a qualidade do solvente utilizado e
fazer a correção, se necessário.

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11. Cálculos

Onde:
A Massa do balão ou copo reboiler + resíduo, em g
B Massa do balão ou copo reboiler vazio, em g
m Massa da amostra inicial, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos, V.1. 4.ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 117-118

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 920.39 - Fat (crude) or ether
extract in animal feed (4.5.01)

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method D 2003.05 Crude fat in feeds,
cereal grains and forages Randall/ Soxtec/ Diethylether Extraction-Submersion Method

50 |
métodos Analíticos
15 - EXTRATO ETÉREO HIDRÓLISE ÁCIDA - MÉTODO DIRETO

1. Introdução
Os lipídios constituem uma classe grande de compostos que incluem as gorduras, os óleos e
as ceras, além de uma variedade de outros compostos como o colesterol, os fosfolipídios e as li-
poproteínas. Em alguns produtos que sofreram algum tipo de processamento, uma fração desses
lipídios pode estar ligada a proteínas e/ou carboidratos. Nesses casos, uma hidrólise ácida per-
mite a liberação desses lipídios contribuindo assim para melhor quantificação desses compostos.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Todo o procedimento analítico deste método deve ser realizado em capela de exaustão, por
risco de incêndio.

3. Escopo
Aplicável a produtos e subprodutos extrusados, lácteos e outros que exijam hidrólise ácida
devido ao tipo de processamento empregado.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Terra diatomácea
7.3. Solução de nitrato de prata (AgNO3) 0,1 mol/L
Pesar 8,494g de nitrato de prata, dissolver com água e transferir para balão volumétrico de
500 mL âmbar ou envolto com folha de alumínio. Completar o volume e homogeneizar. Arma-
zenar em frasco âmbar ao abrigo da luz, no máximo por 30 dias.

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7.4. Solução de ácido clorídrico 40% (v/v)
Adicionar cuidadosamente 400 mL de ácido clorídrico em um balão volumétrico de 1000 mL
contendo aproximadamente 500 mL de água. Esperar esfriar a temperatura ambiente, completar
o volume com água e homogeneizar.
7.5. Balão de fundo chato de 250 mL com junta 24 X 40 ou Erlenmeyer de 250 mL ou 500
mL com boca esmerilhada
7.6. Papel de filtro quantitativo faixa branca Ф = 12,5 cm
7.7. Funil de vidro 60º
7.8. Papel de filtro qualitativo Ф = 12,5 cm
7.9. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Aparelho digestor adaptado com condensador de bolas
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Estufa de secagem a 105 ºC (precisão + 5 ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
É importante secar bem o papel com resíduo, pois a umidade dificulta a extração.

10. Procedimento
10.1. Pesar 3 g de amostra de teste, transferir para balão ou Erlenmeyer de boca esmerilhada.
Com auxílio de uma proveta adicionar 50 mL da solução de ácido clorídrico 40% (v/v) agitando
vagarosamente para solubilização, tomando o cuidado de não deixar amostra aderida à parede
do frasco.
10.2. Adaptar o balão ou Erlenmeyer ao condensador de bolas, verificar se a água para refrige-
ração dos condensadores está aberta e colocar em refluxo no aparelho digestor por 45 minutos,
após a solução entrar em ebulição, com agitações ocasionais.
OBS: Pode-se utilizar outro sistema de condensação e refluxo para digestão.
10.3. Terminado o tempo de digestão, lavar o condensador com pequenas porções de água
quente, retirar o recipiente do aparelho e tampar.
10.4. Levar a capela de exaustão de gases, destampar o frasco, adicionar pequena porção de
terra diatomácea na solução e agitar lentamente.
10.5. Filtrar, evitando perdas, sobre papel de filtro qualitativo, previamente umedecido com
água, lavando o Erlenmeyer com porções de água quente para retirar toda solução do frasco.

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métodos Analíticos
10.6. Lavar o resíduo com água quente (aproximadamente 400 mL) até que o filtrado torne-
-se límpido. Em seguida, realizar o teste com solução de nitrato de prata 0,1 mol/L. Se o filtrado
ainda contiver precipitado branco, continuar lavando o resíduo com água; caso já esteja límpido,
colocar o papel com o resíduo retido em um béquer ou vidro de relógio e secar por uma hora em
estufa a 105 ºC.
10.7. Após secar e esfriar a temperatura ambiente, dobrar o papel envolvendo-o com outro
papel de filtro qualitativo, evitando perda de resíduo (pode-se usar um grampeador de papéis
para fechá-lo).
10.8. Proceder à extração conforme metodologia de extrato etéreo Soxhlet deste compêndio,
a partir do item 10.3 do método.

11. Cálculo


Onde:
A Massa do balão ou copo + resíduo (extrato etéreo), em g
B Massa do balão ou copo vazio, em g
m Massa da amostra inicial, em g
1000 Fator de conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• PROCEDIMENTO B. Diretiva Européia 98/64/CE. Journal Officiel des Communautés Euro-
péennes. 19 de setembro de 1998.

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16 - FERRO - MÉTODO VOLUMÉTRICO

1. Introdução
Podemos encontrar o elemento ferro no sulfato ferroso, em dois estados de oxidação, nas formas
de ferro II e III. O sulfato ferroso é determinado através da titulação com permanganato de potás-
sio e o sulfato férrico, presente em quantidades pequenas, é determinado através da titulação com
tiossulfato de sódio. Com a somatória dos dois teores obtém-se o teor de ferro total.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a sulfato ferroso anidro, mono hidratado e outros sulfatos de ferro hidratados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações


7. Reagentes e Materiais
A solução de permanganato de potássio utilizada na determinação de ferro II deve ser estoca-
da em frasco âmbar.
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.3. Amido solúvel (C6H10O5)n

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métodos Analíticos
7.4. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.5. Dicromato de potássio (K2Cr2O7)
7.6. Iodeto de potássio (KI)
7.7. Oxalato de sódio (Na2C2O4)
7.8. Permanganato de potássio (KMnO4)
7.9. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3 . 5H2O)
7.10. Solução padronizada de permanganato de potássio 0,1 mol/L
Pesar 3,2 g de permanganato de potássio, transferir para um béquer de 1000 mL e completar
para 800 mL com água. Aquecer por 2 horas a 60 / 70 ºC. Resfriar e transferir para um balão
volumétrico de 1000 mL. Completar o volume com água e homogeneizar. Filtrar com papel de
filtro qualitativo e armazenar em frasco âmbar.
Padronização: Pesar exatamente 0,066 g de oxalato de sódio seco em estufa a 120 ºC por 2
horas. Transferir para um Erlenmeyer e adicionar 50 mL de água. Adicionar 5 mL de ácido sul-
fúrico e aquecer até 60 ºC. Titular vagarosamente com a solução de permanganato de potássio
0,1 mol/L até viragem do incolor para rosa.
Cálculo:

Onde:
MR1 Molaridade real da solução de permanganato de potássio 0,1 mol/L
V Volume da solução de permanganato de potássio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do oxalato de sódio, em g
2
/5 Relação estequiométrica entre oxalato de sódio e permanganato de potássio
1000 Massa molar do oxalato de sódio
Conversão unidades de volume (mL e L)
7.11. Solução padronizada de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
Pesar 24,82 g de tiossulfato de sódio penta hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio, dissolver
em béquer contendo aproximadamente 100 mL de água fervida e fria. Transferir quantitativa-
mente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água fervida e fria. Homo-
geneizar e estocar em frasco âmbar
Padronização: Pesar exatamente 0,123 g de dicromato de potássio previamente seco em estufa
a 105 °C por duas horas. Dissolver em Erlenmeyer de 250 mL com tampa, com aproximada-
mente 70 mL de água fervida e fria. Adicionar 2 g de iodeto de potássio e solubilizar. Adicionar
20 mL de solução de ácido clorídrico 1 mol/L. Tampar o Erlenmeyer e estocar imediatamente ao

| 55
abrigo da luz por 10 minutos. Titular gotejando a solução de tiossulfato de sódio penta hidratado
0,1 mol/L até aproximadamente 15 mL. Acrescentar 1 mL da solução indicadora de amido 1%
(m/v) e continuar a titulação até desaparecimento da coloração azul.

Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do dicromato de potássio, em g
6 Relação estequiométrica entre iodeto de potássio e dicromato de potássio
294,2 Massa molar do dicromato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.12. Solução de amido 10 g/L
Pesar 1,0 g de amido solúvel, acrescentar pequena quantidade de água, formando uma pasta.
Dissolver esta pasta em aproximadamente 80 mL de água em ebulição. Deixar em fervura por 1
minuto. Resfriar e completar o volume a 100 mL. Só se devem usar soluções de amido recente-
mente preparadas. Quando apresentar alguma turbidez, desprezar a solução.
7.13. Erlenmeyer com tampa esmerilhada
7.14. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Estufa de secagem ajustável para 105 °C
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Placa aquecedora
8.4. Agitador magnético.

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
A determinação do teor de ferro total é realizada em duas etapas envolvendo a titulação de
soluções contendo ferro II e ferro III.

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métodos Analíticos
10.1. Determinação do Ferro II
10.1.1. Pesar de 4 a 6 g da amostra em um béquer. Anotar o peso. Adicionar 50 mL de água
e 20 mL de ácido sulfúrico. Levar ao aquecimento em placa aquecedora até que todo o material
seja solubilizado.
10.1.2. Deixar esfriar e transferir para um balão volumétrico de 250 mL. Completar com água
e homogeneizar.
10.1.3. Transferir uma alíquota de 20 mL para um Erlenmeyer. Adicionar 50 mL de água e
titular com a solução de permanganato de potássio 0,1 mol/L até viragem do incolor para rosa.
10.2. Determinação do Ferro III
10.2.1. Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra, transferir para Erlenmeyer com tampa esmerilhada e
anotar o peso. Adicionar 50 mL de água e 5 mL de ácido sulfúrico, agitar até que todo o material
seja solubilizado.
10.2.2. Adicionar 2 g de iodeto de potássio, tampar o Erlenmeyer e repousar ao abrigo da luz
por 30 minutos.
10.2.3. Titular com tiossulfato de sódio 0,1 mol/L até viragem do caramelo para a cor ante-
riormente encontrada, na solubilização descrita no item 10.2.1.

11. Cálculos

Onde
V1 Volume da solução de permanganato de potássio 0,1 mol/L gasto na determinação do
Ferro II, em mL
MR1 Molaridade real da solução de permanganato de potássio 0,1 mol/L
m1 Massa da amostra de ferro II, em g
V2 Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na determinação do Ferro
III, em mL
MR2 Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
M2 Massa da amostra de ferro III, em g

| 57
55,85 Massa molar do ferro
250 Volume do balão, em mL
20 Volume da pipeta, em mL

12. Bibliografia
• MORITA, Tokio; ASSUMPÇÃO, Rosely M.V.; Manual de soluções, reagentes e solventes: Pa-
dronização – Preparação – Purificação. 12. ed. reimp. 2003. p.28-29,104,106-107, 118, 120-
121

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. ed. (1.
ed. digital). 2008. p. 934, 936

58 |
métodos Analíticos
17 - FERRO - VIA ÚMIDA

1. Introdução
Fundamenta-se na solubilização do ferro em meio ácido e a quente e posterior redução do
Fe+++ a Fe++ pelo cloreto estanoso. Sua concentração é medida por volumetria de oxirredução
com permanganato de potássio.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método aplicável para sulfato de ferro.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Ácido fosfórico (H3PO4)
7.3. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.4. Cloreto estanoso (SnCl2)
7.5. Cloreto mercúrico (HgCl2)
7.6. Oxalato de sódio (Na2C2O4)
7.7. Permanganato de potássio (KMnO4)
7.8. Sulfato de manganês mono hidratado (MnSO4 . H2O)
7.9. Solução reagente de ácido sulfúrico 1+1 (v/v)
Diluir uma parte de ácido sulfúrico em uma parte de água.

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7.10. Solução reagente de ácido clorídrico 1 + 2 (v/v)
Diluir uma parte de ácido clorídrico em duas partes de água.
7.11. Solução reagente de cloreto estanoso 150 g/L
Pesar 7,5 g de cloreto estanoso e dissolver em béquer com aproximadamente 20 mL da so-
lução de ácido clorídrico 1 + 2 (v/v). Transferir para balão volumétrico de 50 mL, completar o
volume com solução de ácido clorídrico 1 + 2 (v/v) e homogeneizar. Preparar esta solução mo-
mentos antes da utilização.
7.12. Solução reagente de ácido clorídrico 47,5% (v/v)
Medir 47,5 mL de ácido clorídrico e transferir para balão volumétrico de 100 mL, contendo
aproximadamente 40 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.13. Solução de Zimmermann-Reinhardt
Dissolver 70 g de sulfato de manganês mono hidratado em 500 mL de água. Adicionar 125 mL de
ácido sulfúrico e 125 mL de ácido fosfórico. Agitar e completar o volume para 1000 mL com água.
7.14. Solução reagente de cloreto de mercúrio 50 g/L
Dissolver 5 g de cloreto de mercúrio em béquer contendo aproximadamente 70 mL de água.
Transferir quantitativamente para balão de 100 mL, completar o volume e homogeneizar.
7.15. Solução de oxalato de sódio 0,05 mol/L
Pesar exatamente 6,70 g de oxalato de sódio previamente seco em estufa a 105° C por duas
horas. Dissolver em béquer com aproximadamente 100 mL de água, transferir para balão volu-
métrico de 1000 mL, homogeneizar e completar o volume.
7.16. Solução volumétrica padronizada de permanganato de potássio 0,02 mol/L
Dissolver 3,16 g de permanganato de potássio em béquer contendo aproximadamente
300/400 mL de água e aquecer a 60/70° C por duas horas. Esfriar, transferir quantitativamente
para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar. Deixar em repouso
no mínimo por 12 horas ao abrigo da luz.
Filtrar sobre cadinho de vidro sinterizado, amianto ou lã de vidro e estocar em frasco âmbar.
Padronização: Pipetar 20 mL da solução de oxalato de sódio 0,05 mol/L, transferir para Er-
lenmeyer, adicionar 10 mL de solução de ácido sulfúrico 1+1 (v/v), aquecer a 70/80° C e titular
nessa temperatura gotejando a solução de permanganato de potássio 0,02 mol/L numa velocida-
de de 2 a 3 gotas por segundo até coloração levemente rósea persistente por 30 segundos.

Cálculo da molaridade real:

60 |
métodos Analíticos
Onde:
MR Molaridade real da solução de permanganato de potássio 0,02 mol/L
V Volume de permanganato de potássio, em mL
m Massa do oxalato de sódio, em g
2/5 Relação estequiométrica entre oxalato de sódio e permanganato de potássio
134 Massa molar do oxalato de sódio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

7.17. Cadinho de vidro sinterizado, amianto ou lã de vidro


7.18. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Agitador magnético e barras magnéticas
8.3. Chapa aquecedora

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Triturar e homogeneizar em almofariz

10. Procedimento
10.1. Pesar 0,3 g da amostra previamente preparada e homogeneizada. Transferir para Erlen-
meyer de 500 mL.
10.2. Adicionar 50 mL da solução de ácido clorídrico 47,5% (v/v), aquecer em placa e eva-
porar até quase secura.
10.3. Gotejar solução de cloreto estanoso 150 g/L quente até tornar-se incolor. Esfriar.
10.4. Adicionar 10 mL da solução de cloreto de mercúrio 50 g/L, 100 mL de água e 25 mL da
solução de Zimmermann-Reinhardt.
10.5. Deixar em repouso por 5 minutos. Adicionar 25 mL de água.
10.6. Titular com solução de permanganato de potássio 0,02 mol/L até coloração levemente
rósea persistente.

11. Cálculos

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Onde
V Volume da solução de permanganato de potássio 0,02 mol/L gasto na titulação, em mL
M Molaridade real da solução de permanganato de potássio 0,02 mol/L
m Massa da amostra, em g
5 Estequiometria da reação
55,85 Massa molar do ferro

12. Bibliografia
• VOGEL, Arthur Israel. Análise química quantitativa. 5. ed. 1992. p. 646-654.

62 |
métodos Analíticos
18 - FIBRA BRUTA

1. Introdução
Sob o termo fibra bruta encontram-se as frações de celulose e lignina insolúvel.
Fibra bruta é a parte dos carboidratos resistente ao tratamento sucessivo com ácido e base
diluídos, representando a grande parte da fração fibrosa dos alimentos.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Recomenda-se desengordurar amostras com teores de extrato etéreo superiores a 8%.

3. Escopo
Aplicável em forrageiras, produtos e subprodutos de origem vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável

7. Reagentes e Materiais
7.1. Acetona (C3H6O)
7.2. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.3. Álcool etílico (C2H5OH)
7.4. Álcool octílico (C8H18O) ou álcool amílico (C5H12O) ou solução antiespumante
7.5. Fibras de óxido de alumínio ou de silicato de alumínio
7.6. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.7. Solução reagente de ácido sulfúrico 1,25% (v/v) (0,1275 mol/L)
Medir 7,0 mL de ácido sulfúrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, contendo
aproximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.8. Solução reagente de hidróxido de sódio 1,25% (m/v) (0,313 mol/L)

| 63
Pesar exatamente 12,5 g de hidróxido de sódio em béquer, solubilizar com água e transferir quantita-
tivamente para balão volumétrico de 1000 mL. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.9. Balão fundo chato 250 mL com junta esmerilhada 24/40
7.10. Cadinho de Gooch capacidade 40/50 mL ou cadinho de vidro borossilicato com placa
porosa 1 (90 a 150 µ)
7.11. Dessecador com cloreto de cálcio ou sílica gel anidros
7.12. Funil de Büchner ± 10 cm de diâmetro
7.13. Kitassato de 500 mL
7.14. Tela de nylon de 100 mesh ou similar
7.15. Tubo digestor de fibra com capacidade de 350 mL ou béquer de 600 mL forma alta
7.16. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Aparelho extrator de fibra
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Sistema de vácuo
8.4. Estufa de secagem a 105 ºC (precisão ± 5 ºC)
8.5. Forno mufla

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Para substituir a tela de nylon utilizada no procedimento poderão ser utilizados tela de aço
inox 200 mesh ou poliéster.
A camada de fibras de óxido de alumínio no cadinho de Gooch deverá ter, após boa compac-
tação, espessura suficiente para não permitir a passagem do resíduo.
Utilizando o cadinho de borossilicato, adotar durante calcinação temperatura máxima de 500
ºC e tempo máximo de 3 horas.
10.1. Pesar 3 g da amostra e transferir para o tubo digestor ou béquer (sistema manual) ou ca-
dinho de borossilicato (sistema automático). Adicionar 200 mL de ácido sulfúrico 1,25% (0,1275
mol/L) para sistema manual, ou 150 mL para sistema automático e algumas gotas de antiespuman-
te/álcool amílico/álcool octílico. Digerir em refluxo por 30 minutos a partir da ebulição.
10.2. Filtrar quantitativamente a quente sob vácuo, em funil de Büchner provido de tela de
nylon ou cadinho de vidro borossilicato (sistema automático). Proceder a lavagens sucessivas do

64 |
métodos Analíticos
resíduo com água fervente até completa neutralização.
10.3. Retornar o resíduo ao sistema manual ou automático, lavando a tela com 200 mL de
hidróxido de sódio 1,25% (0,313 mol/L), para sistema manual, ou 150 mL para sistema auto-
mático e algumas gotas de antiespumante/álcool amílico/álcool octílico. Digerir em refluxo por
30 minutos a partir do início da ebulição.
10.4. Para o sistema manual, transferir quantitativamente a quente sob vácuo diretamente no
cadinho de Gooch contendo camada densa de fibras de silicato de alumínio ou fibras de óxido
de alumínio.
10.5. Lavar bem com porções de água fervente e em seguida com aproximadamente 20 mL de
álcool etílico e 20 mL de acetona.
10.6. Levar para estufa a 105 ºC até peso constante (4 a 6 horas). Retirar, esfriar em desseca-
dor até equilíbrio com a temperatura ambiente e pesar.
10.7. Incinerar em forno mufla à 550 ºC a 600 ºC por 2 horas. Retirar à temperatura de 250 ºC –
300 ºC. Esfriar em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente e pesar.

11. Cálculo



Onde:
A Massa do cadinho + resíduo, em g
B Massa do cadinho + cinzas, em g
m Massa da amostra, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY (AOCS). Official and recommended practices. 5th.
ed, 2003 second printing. Bc 6-49

| 65
19 - FIBRA DETERGENTE ÁCIDO (FDA)

1. Introdução
A parede celular encontrada em matérias primas de origem vegetal é constituída na sua quase
totalidade de lignocelulose, ou seja, lignina e celulose. Uma solução detergente ácida “quater-
nária” é usada para dissolver o conteúdo celular, hemicelulose e minerais solúveis, deixando
um resíduo fibroso constituído de celulose, lignina e proteína danificada pelo calor e parte da
proteína da parede celular e minerais insolúveis (cinzas).

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Amostras com pectina devem ser analisadas em modo sequencial, ou seja, a análise de FDA é
realizada com o resíduo da análise de FDN.
Devido à contaminação com solo, o conteúdo de FDA das forragens e dos alimentos pode ser
corrigido para cinzas, isto é, deduzindo o conteúdo de cinzas do valor de FDA.

3. Escopo
Aplicável em forrageiras, produtos e subprodutos de origem vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável

7. Reagentes e Materiais
7.1. Acetona (C3H6O).
7.2. Ácido sulfúrico (H2SO4) 96% - 98%
7.3. CTAB (brometo de cetil-trimetilamônio) (C19H42BrN)
7.4. Solução reagente de ácido sulfúrico 0,5 mol/L
Medir 28,5 mL de ácido sulfúrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL contendo

66 |
métodos Analíticos
aproximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar. Corrigir a mo-
laridade, se necessário.
7.5. Solução detergente ácido
Pesar 20 g de CTAB (brometo de cetil-trimetilamônio) e adicionar em 1000 mL de solução de
ácido sulfúrico 0,5 mol/L. Agitar até a completa dissolução.
7.6. Béquer de 600 mL forma alta ou Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada
7.7. Cadinho de vidro borossilicato com placa porosa (90 a 150 micra) cap. 50 mL
7.8. Dessecador com cloreto de cálcio ou sílica gel anidros
7.9. Frasco Kitassato
7.10. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Bomba de vácuo
8.3. Conjunto para determinação de fibra bruta (unidade de refluxo)
8.4. Estufa de secagem 105 °C (precisão ± 5 °C)
8.5. Placa aquecedora

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
A amostra deve ser previamente moída, no mínimo em malha de 1 mm e homogeneizada.

10. Procedimento
10.1. Pesar aproximadamente 1 g de amostra e transferir para tubo digestor do aparelho ex-
trator de fibra.
10.2. Adicionar 100 mL de solução de detergente ácido, escorrendo-a lentamente pela parede
do tubo, evitando assim formação de espuma.
10.3. Colocar o tubo no bloco digestor a 150 °C, acoplado ao condensador de refluxo.
10.4. Após atingir ebulição, reduzir a temperatura do bloco para 100 ºC e controlar para que
não forme espuma; digerir por 1 (uma) hora.
10.5. Durante a digestão, observar se partículas de amostra aderem à parede do tubo acima
do nível da solução. Se isto ocorrer, levantar os condensadores e, com mínimo de água fervente,
lavar a parede do tubo, levando amostra que estiver aderida novamente para a solução.
10.6. Terminada a digestão, filtrar amostra sob vácuo em cadinho de placa porosa, previa-
mente tarado, utilizando Kitassato como auxílio. Transferir o conteúdo do tubo para o cadinho

| 67
utilizando pisseta com água fervente, tomando o cuidado de lavar bem o tubo de fibra para que
toda amostra passe para o cadinho.
10.7. Lavar o filtrado no mínimo por 3 vezes com água fervente, tomando o cuidado de fechar
o vácuo, a cada vez que a água fervente for adicionada. Este processo deve ser repetido até que
a solução detergente ácido tenha sido completamente retirada.
10.8. Lavar, igualmente, o filtrado 2 vezes com acetona (30/40 mL) , interrompendo o vácuo
cada vez que a acetona for adicionada ao filtrado, permitindo que fique de molho por no mínimo
15 a 30 segundos.
10.9. Retirar o cadinho do Kitassato e secar em estufa por no mínimo 4 horas a 105 °C, até
peso constante. Deixar esfriar em dessecador e pesar.
10.10. Incinerar os resíduos dos cadinhos por 3 horas em mufla a 550-600 °C. Retirar à tem-
peratura de 250 ºC – 300 ºC. Deixar esfriar em dessecador e pesar.
Nota: A etapa 10.10 é opcional e utilizada quando se deseja expressar resultados de FDA
isentos de cinzas.

11. Cálculo




Observação: O valor obtido em cinzas insolúveis em FDA deve ser descontado do valor em
g/kg de FDA.
Onde:
A Massa do cadinho + resíduo, em g
B Massa do cadinho, em g
C Massa da amostra, em g
D Massa do cadinho + resíduo incinerado, em g

68 |
métodos Analíticos
12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 973.18 – Fiber (acid detergent)
and lignin (K2SO4) in animal feed (4.6.03)

• SILVA, Dirceu Jorge. Análise de Alimentos – Métodos químicos e biológicos. 3. ed. 2006. p.
100-107

• PEREIRA, João Ricardo Alves; ROSSI JR., Paulo. Manual prático de avaliação nutricional de
alimentos. Piracicaba: FEALQ, s.d. p 3-4

• DE SOUZA, Gilberto Batista. Pré-tratamento e caracterização dos constituintes nutricionais


em amostras de alimento animal. Dissertação de mestrado, IQSC-USP, 2003.

| 69
20 - FIBRA DETERGENTE NEUTRO (FDN)

1. Introdução
A amostra é digerida em solução de detergente neutro que solubiliza o conteúdo celular, for-
mado principalmente de proteínas, gorduras, carboidratos solúveis, pectina e outros constituin-
tes solúveis em água. FDN corresponde às frações de celulose, lignina, hemicelulose e proteína
danificada pelo calor e proteína da parede celular.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Recomenda-se desengordurar amostras com teores de extrato etéreo superiores a 10%.
Para amostras com alto teor de amido, inicia-se o procedimento com uma pré-digestão, adi-
cionando 30 mL de uma solução 8 mol/L de ureia e 0,5 mL de amilase estável ao calor. Esta
mistura deve ser aquecida em banho-maria ou manta de aquecimento de 80 a 90 °C por cinco
minutos. A mistura é então diluída com 100 mL de solução de detergente neutro, com a adição
opcional de mais 0,5 mL de amilase. A análise prossegue como o descrito no procedimento.
A adição de 0,5 g de sulfito de sódio durante a digestão é opcional. O seu propósito é reduzir
o nível de proteína e remover resíduos de queratina de origem animal.

3. Escopo
Aplicável em forrageiras, produtos e subprodutos de origem vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável

7. Reagentes e Materiais
7.1. Acetona (C3H6O)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)

70 |
métodos Analíticos
7.3. Álcool octílico (C8H18O) ou álcool amílico (C5H12O) ou solução antiespumante
7.4. Alfa amilase (estável ao calor)
7.5. Borato de sódio (B4Na2O7.10H2O)
7.6. EDTA dissódico (C10H12CaN2Na2O8)
7.7. Fosfato dissódico (Na2HPO4)
7.8. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.9. Lauril sulfato de sódio (C12H25NaO4S)
7.10. Sulfito de sódio (Na2SO3)
7.11. Trietilenoglicol (C6H14O4)
7.12. Ureia ((NH2)2CO)
7.13. Solução de ureia 8 mol/L
Pesar 480,48g de ureia e dissolver com água em béquer de 500 mL sob aquecimento. Esfriar
e transferir para balão de 1000 mL. Completar o volume e homogeneizar.
7.14. Solução detergente neutro
7.14.1. Pesar 18,61g de EDTA dissódico e 6,81 g de borato de sódio, transferir para béquer de
500 mL contendo cerca de 300 mL de água, Aquecer, se necessário, para dissolução. Adicionar
30 g de lauril sulfato de sódio e 10 mL de trietilenoglicol.
7.14.2. Pesar 4,56 g de fosfato dissódico e transferir para outro béquer de 500 mL, contendo
cerca de 300 mL de água. Aquecer, se necessário, para dissolução.
7.14.3. Misturar as soluções “7.14.1.” e “7.14.2”, completar o volume para 1000 mL com água
e homogeneizar. O pH deve estar entre 6,9 e 7,1. Corrigir, se necessário, com solução de ácido
clorídrico 10% ou solução de hidróxido de sódio 10%
7.15. Solução de ácido clorídrico 10% (v/v)
Transferir 10 mL de ácido clorídrico para balão volumétrico de 100 mL contendo 50 mL de
água e completar o volume com água.
7.16. Solução de hidróxido de sódio 10% (m/v)
Pesar 10 g de hidróxido de sódio para balão volumétrico de 100 mL contendo 50 mL de água
e completar o volume com água.
7.17. Béquer de 600 mL forma alta ou Erlenmeyer de 500 mL com junta esmerilhada
7.18. Cadinho de vidro borossilicato com placa porosa (90 a 150 micra) capacidade 50 mL
7.19. Dessecador com cloreto de cálcio ou sílica gel anidros
7.20. Frasco Kitassato
7.21. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos

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8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Bomba de vácuo
8.3. Conjunto para determinação de fibra bruta (unidade de refluxo)
8.4. Estufa de secagem 105 °C (precisão ± 5 °C)
8.5. Placa aquecedora

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
A amostra deve ser previamente moída, no mínimo em malha de 1 mm e homogeneizada.

10. Procedimento
10.1. Pesar aproximadamente 1 g de amostra e transferir para tubo digestor do aparelho ex-
trator de fibra.
10.2. Adicionar 100 mL de solução de detergente neutro e algumas gotas de solução anties-
pumante, escorrendo-as lentamente pela parede do tubo, evitando assim formação de espuma.
10.3. Colocar o tubo no bloco digestor a 150 °C, acoplado ao condensador de refluxo. Após
atingir ebulição reduzir a temperatura do bloco para 100 ºC e controlar para que não forme
espuma. Digerir por 1 (uma) hora.
10.4. Durante a digestão, observar se partículas de amostra aderem à parede do tubo acima
do nível da solução. Se isto ocorrer, levantar os condensadores e, com mínimo de água fervente,
lavar a parede do tubo, levando amostra que estiver aderida novamente para a solução.
10.5. Terminada a digestão, filtrar amostra sob vácuo em cadinho de placa porosa, previa-
mente tarado, utilizando Kitassato como auxílio. Transferir o conteúdo do tubo para o cadinho
utilizando pisseta com água fervente, tomando o cuidado de lavar bem o tubo de fibra para que
toda amostra passe para o cadinho.
10.6. Lavar o filtrado no mínimo por 3 vezes com água fervente, tomando o cuidado de fechar
o vácuo, a cada vez que a água fervente for adicionada. Este processo deve ser repetido até que
a solução detergente neutro tenha sido completamente retirada.
10.7. Lavar, igualmente, o filtrado 2 vezes com acetona (30/40 mL), interrompendo o vácuo
cada vez que a acetona for adicionada ao filtrado, permitindo que fique de molho por no mínimo
15 a 30 segundos.
10.8. Retirar o cadinho do Kitassato e secar em estufa por no mínimo 4 horas a 105 °C, até
peso constante. Deixar esfriar em dessecador e pesar.
10.9. Incinerar os resíduos dos cadinhos por 3 horas em mufla a 550-600 °C. Retirar à tem-
peratura de 250 ºC – 300 ºC. Deixar esfriar em dessecador e pesar.

72 |
métodos Analíticos
Nota: A etapa 10.9 é opcional e utilizada quando se deseja expressar resultados de FDN isen-
tos de cinzas.

11. Cálculo

Observação: O valor obtido em cinzas insolúveis em FDN deve ser descontado do valor em
g/kg de FDN.
Onde:
A Massa do cadinho + resíduo, em g
B Massa do cadinho, em g
C Massa da amostra, em g
D Massa do cadinho + resíduo incinerado, em g

12. Bibliografia
• VAN SOEST, P.J.; ROBERTSON J.B.; LEWIS, B.A. Methods for dietary fiber, neutral deter-
gent fiber and non-starch polysaccharides in relation to animal nutrition. J. Dairy Science, v.74,
p. 3583-3597, 1991.

• SILVA, Dirceu Jorge. Análise de Alimentos – Métodos químicos e biológicos. 3. ed. 2006. p.
100-104

• PEREIRA, João Ricardo Alves; ROSSI JR., Paulo. Manual prático de avaliação nutricional de
alimentos. Piracicaba: FEALQ, s.d. p 1-2

• DE SOUZA, Gilberto Batista. Pré-tratamento e caracterização dos constituintes nutricionais


em amostras de alimento animal. Dissertação de mestrado, IQSC-USP, 2003.

| 73
21 - FLÚOR - MÉTODO POTENCIOMÉTRICO

1. Introdução
O eletrodo de fluoreto é um sensor íon seletivo. O elemento principal do eletrodo de fluoreto
é um monocristal de fluoreto de lantânio, que estabelece um potencial entre a solução de fluo-
reto interna do eletrodo e a solução cuja concentração pretende-se determinar. O cristal entra
em contato com a amostra em uma face e uma solução interna de referência com a outra face.
A atividade do íon depende da força iônica total, do pH e das espécies complexantes do íon
fluoreto na solução. A adição de um tampão adequado permite manter a força iônica uniforme e
constante, ajustar o pH e liberar o íon fluoreto dos complexos existentes.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a fosfatos naturais, industrializados e misturas que os contenham.
O método potenciométrico com eletrodo de íon seletivo de fluoreto é adequado para amostras
com teores acima de 50 mg/kg. A adição de solução tampão elimina algumas interferências e,
nestes casos, evita-se a destilação prévia. As vantagens deste método são: alta seletividade, sim-
plicidade e rapidez.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido acético (C2H4O2)
7.2. Ácido cítrico hidratado (C6H8O7. H2O)
7.3. Ácido clorídrico (HCl)

74 |
métodos Analíticos
7.4. Álcool etílico (C2H5OH)
7.5. Azul de bromotimol (C27H28Br2O5S)
7.6. CDTA - Ácido 1,2 – ciclohexylenediamino tetra acético- (C14H22N2 O8.H2O)
7.7. Cloreto de sódio (NaCl)
7.8. Fluoreto de sódio (NaF)
7.9. Hidróxido de amônio (NH4OH)
7.10. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.11. Solução reagente de ácido cítrico 70 g/L
Pesar 7,0 g de ácido cítrico para cada 100 mL de solução. Dissolver em água, transferir para
balão volumétrico, completar o volume com água e homogeneizar.
7.12. Solução de citrato neutro de amônio - pH 7,0
Dissolver 370 g de ácido cítrico em 1,5 L de água. Neutralizar com 345 mL de hidróxido de
amônio. Esfriar e acertar o pH em 7,0 com solução de hidróxido de amônio 1+1, ou solução
de ácido cítrico 70 g/L. Armazenar e conferir periodicamente o pH, aceitando uma variação de
6,97 a 7,03.
7.13. Solução reagente de hidróxido de sódio 6 mol/L
Pesar 24,6 g de hidróxido de sódio em béquer. Dissolver com água. Transferir quantitativa-
mente para balão volumétrico de 100 mL. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.14. Solução tampão TISAB IV pH 5,3-5,4
Em béquer de 500 mL, dissolver em água 145 g de cloreto de sódio, 142,5 mL de ácido
acético, 10 g de CDTA. Ajustar o pH em 5,3 - 5,4 com hidróxido de sódio 6 mol/L, transferir
quantitativamente para balão volumétrico de 1000 mL e completar o volume com água. O pH
final deverá ser 5,3 a 5,4.
Obs: No preparo da solução tampão, a temperatura deve ser controlada, pois o CDTA decom-
põe-se em temperaturas superiores a 55 °C.
7.15. Solução reagente de hidróxido de amônio 1+1
Diluir uma parte de hidróxido de amônio em uma parte de água.
7.16. Solução padrão de flúor 1000 mg/L
Pesar 2,210 g de fluoreto de sódio, previamente seco em estufa a 105 °C por 2 horas, resfriado
em dessecador por 30 minutos e transferir para balão volumétrico de 1000 mL. Dissolver com
água, completar o volume e homogeneizar.
7.17. Solução padrão de flúor 100 mg/L
Diluir na proporção de 1:10 a solução padrão de flúor 1000 mg/L em balão volumétrico.
Completar o volume com água e homogeneizar.
7.18. Soluções padrões de trabalho

| 75
Definir os valores a utilizar na curva padrão do equipamento, conforme a faixa de concen-
tração das amostras. Pipetar volume igual a cada valor definido acima, da solução padrão de
flúor 100 mg/L e transferir para balão volumétrico de 100 mL. Completar o volume com água
e homogeneizar.
NOTA: para realizar curva em mV ou mV relativo, os padrões devem ser em razão decimal
entre eles (Ex.: 0,20; 2,0 e 20,0 mg/L).
7.19. Solução indicadora de azul de bromotimol 1,0 g/L
Dissolver 0,1 g de azul de bromotimol em 20 mL de álcool etílico. Transferir para balão volu-
métrico de 100 mL, completar o volume com água e homogeneizar.
7.20. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Estufa de secagem a 105 °C (precisão + 5 °C)
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Balança semi-analítica (resolução de 0,01g)
8.4. Placa aquecedora
8.5. Potenciômetro com escala em mV ou concentração.
8.6. Eletrodo de pH
8.7. Eletrodo de referência
8.8. Eletrodo íon específico para flúor
8.9. Agitador magnético e barras magnéticas

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
As condições de leituras potenciométricas das amostras, tais como tempo de estabilização, tem-
peratura da solução e agitação são as mesmas utilizadas na preparação da curva de calibração.
Para confecção da curva padrão do equipamento, proceder conforme abaixo, ou seguir orien-
tações específicas do Manual do Equipamento.
10.1. Em mV ou mV Relativo
10.1.1. Adicionar 20 mL dos respectivos padrões de trabalho em 3 béqueres de 50 mL iden-
tificados e 20 mL de solução tampão de citrato neutro de amônio pH 7,0 ou solução TISAB IV.
10.1.2. Acertar em “zero” com o padrão intermediário (relação mV), com agitação constante.
Deixar estabilizar e em seguida ler o padrão inferior e superior, que apresentarão respectivamen-

76 |
métodos Analíticos
te leituras positiva e negativa.
10.1.3. Plotar as leituras em gráfico (monolog) ou fazer uma equação de regressão (logaritmo
da concentração mg/kg x mV). O coeficiente de correlação deve estar no mínimo 0,990.
10.2. Em concentração
10.2.1. Medir volumetricamente 20 mL dos respectivos padrões de trabalho em, no mínimo
3 béqueres de 50 mL respectivamente identificados, outro com 20 mL de água (zero) e adicionar
20 mL de solução tampão de citrato neutro de amônio pH 7,0.
10.2.2. Inserir o eletrodo sequencialmente nos padrões, por ordem crescente de valor. Após
a estabilização, sob agitação constante, ajustar o resultado ao valor esperado.
10.2.3. Após estabelecer a curva padrão, conferir com uma amostra de verificação, com teor
conhecido.
10.3. Procedimento Analítico
10.3.1. Pesar de 0,5 a 5,0 g de amostra e transferir para béquer.
10.3.2. Adicionar de 5 a 15 mL de ácido clorídrico, aquecer brandamente e adicionar água até 100 mL.
NOTA: não deixar entrar em ebulição.
10.3.3. Adicionar de 4 a 5 gotas de solução indicadora de azul de bromotimol. Adicionar
lentamente solução de hidróxido de amônio 1+1 para precipitação dos metais (turvação da so-
lução), até aparecimento de coloração azul.
10.3.4. Adicionar solução de ácido cítrico 70 g/L para complexação dos metais, até a viragem
de azul para amarelo.
10.3.5. Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 250 mL ou adequado à con-
centração, sem filtrar. Completar o volume com água e homogeneizar.
10.3.6. Pipetar volumetricamente uma alíquota de 20 mL, transferir para béquer e adicionar
20 mL de solução de citrato neutro de amônio pH 7,0 ou solução TISAB IV.
10.3.7. Proceder à leitura potenciométrica em mV ou concentração (mg/kg), com agitação
constante e após estabilização.

11. Cálculos
O volume da alíquota utilizado não é considerado no cálculo da concentração do flúor conti-
do na amostra, como também não é considerado na preparação da curva.
As leituras realizadas em mV são transformadas em mg/kg empregando o gráfico ou a equação
de regressão.

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Onde:
L Leitura de flúor (mg/kg)
V Volume do balão utilizado, em mL
m Massa da amostra, em g.

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. ed.
2005. p. 364.

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métodos Analíticos
22 - FÓSFORO SOLÚVEL EM ÁCIDO CÍTRICO 2% POR
COLORIMETRIA

1. Introdução
Consiste em solubilizar o fósforo da amostra numa solução de ácido cítrico a 20 g/L por agi-
tação, com posterior formação de complexo colorido entre o fosfato, vanadato e molibdato de
amônio, de cor amarela, cuja absorbância ou transmitância é medida entre 400 e 430 nm de
comprimento de onda.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a fosfatos naturais, industrializados e misturas minerais que os contenham.

4. Referências Normativas
• MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. INSTRUÇÃO NORMATIVA nº
28, de 27 de julho de 2007, Método 2.4.2

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido cítrico hidratado (C6H8O7. H2O)
7.2. Ácido nítrico (HNO3)
7.3. Fosfato de potássio monobásico (KH2PO4)
7.4. Metavanadato de amônio (NH4VO3)
7.5. Molibdato de amônio ((NH4)6Mo7O24.4H2O )
7.6. Solução reagente de ácido cítrico 20 g/L
Pesar 20 g de ácido cítrico, solubilizar em água e transferir para balão volumétrico de 1000
mL. Completar o volume e homogeneizar.

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7.7. Solução reagente de metavanadato de amônio 2,5 g/L
Pesar 2,5 g de metavanadato de amônio e solubilizar em 500 mL de água quente (80/90 ºC).
Esfriar e adicionar lentamente com agitação 350 mL de ácido nítrico. Esfriar e transferir para
balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar. Estocar ao abrigo da luz.
7.8. Solução reagente de molibdato de amônio 50 g/L
Pesar 50 g de molibdato de amônio e solubilizar em 500 mL de água quente (80/90 ºC).
Esfriar e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
Estocar ao abrigo da luz.
7.9. Solução corante
Juntar 1 parte da solução de metavanadato de amônio com 1 parte da solução de molibdato de
amônio e homogeneizar. Poderá ser preparado volume maior da solução corante, observando-se
as proporções de massa e volume, assim como a junção poderá ser realizada durante a solubili-
zação dos reagentes. Recomendação: observar a correta temperatura de preparação, evitando a
precipitação de um dos reagentes.
7.10. Solução padrão de fósforo 0,1 mg/mL
Pesar exatamente 0,439 g de fosfato de potássio monobásico previamente seco em estufa a
105 °C por duas horas. Solubilizar e transferir quantitativamente para balão volumétrico de
1000 mL. Adicionar aproximadamente 500 mL de água e agitar até a solubilização. Completar
o volume e homogeneizar.
7.11. Padrão de trabalho (1,5 mg)
Pipetar 15 mL da solução padrão de fósforo 0,1 mg/mL e transferir para balão volumétrico
de mesmo volume a ser utilizado no procedimento (10.2.7). Este padrão deverá ser preparado
no momento da análise e a concentração pode ser alterada de acordo com a sensibilidade do
equipamento (próximo de 0,800 de absorbância).
7.12. Balões volumétricos ou garrafas Stohlman
7.13. Papel de filtro quantitativo, filtração média
7.14. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Agitador tipo Wagner ou similar ou agitador magnético
8.3. Fotocolorímetro ou espectrofotômetro (400 a 430 nm).

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

80 |
métodos Analíticos
A amostra deve apresentar granulometria correspondente à no máximo 0,425 mm.

10. Procedimento
10.1. Confecção da Curva Padrão: (solução padrão 0,1 mg/mL de fósforo).
10.1.1. Efetuar pelo menos 5 pipetagens de maneira a obter o intervalo de concentrações
desejadas de 0,2 a 1,5 mg, podendo esta faixa ser alterada de acordo com a sensibilidade do
equipamento (0,100 a 0,800 de absorbância).
10.1.2. Pipetar volumetricamente alíquotas das soluções preparadas, seguindo os itens 10.2.6
a 10.2.8 do procedimento analítico.
10.1.3. Fazer a equação de regressão entre as leituras de absorbância ou transmitância versus
a concentração (mg) das soluções. O ideal é que a correlação esteja no mínimo em 0,999, para
considerar que o equipamento está operando de forma linear.
10.2. Procedimento analítico:
A coloração amarela do complexo formado possui estabilidade limitada, devendo ser obede-
cido o tempo de espera para realização das medições.
10.2.1. Pesar 1,0 g de amostra e transferir para um balão volumétrico de 250 mL ou garrafa Stohlman.
10.2.2. Adicionar 100 mL de solução de ácido cítrico 20 g/L.
10.2.3. Agitar durante 30 minutos à velocidade de 30 - 40 rpm (agitador tipo Wagner). Em-
pregando-se outro sistema, a velocidade deve ser branda, mas suficiente para provocar completa
agitação do material.
10.2.4. Completar o volume até 250 mL com água, homogeneizar e filtrar em papel filtro médio.
10.2.5. Pipetar volumetricamente alíquota da solução estoque e transferir para balão volu-
métrico de volume que proporcione leitura na faixa de 40% a 71% de transmitância ou 0,100 a
0,800 de absorbância.
10.2.6. Paralelamente preparar, respectivamente em balões de mesmo volume, um branco
com 20 mL de água e padrão de trabalho. É recomendável incluir uma amostra de verificação
(teor conhecido).
10.2.7. Adicionar solução corante em cada balão, na proporção de 1 mL para cada 5 mL do
balão. Completar o volume com água, homogeneizar e aguardar no mínimo 10 minutos e no
máximo 30 minutos para efetuar a leitura.
10.2.8. Fazer a leitura em absorbância ou transmitância após zerar com o branco, usando
comprimento de onda de 420 nm ou o estabelecido entre 400 e 430 nm por meio de varredura
do melhor pico de absorbância.
10.2.9. Calcular pela fórmula abaixo. Ao utilizar amostra de verificação, primeiramente con-
firmar que está na faixa de desvio analítico aceitável, ou realizar os ajustes aplicáveis.

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11. Cálculos

Onde:
LA Leitura da amostra (abs ou T)
LP Leitura do padrão (abs ou T)
VP Valor do padrão de trabalho (mg)
C Concentração de fósforo na alíquota, em mg
B Volume do balão, em mL
m Massa da amostra, em g
V Volume da alíquota, em mL

Solubilidade em ácido cítrico 2%

Onde:
Ps Fósforo Solúvel
Pt Fósforo Total

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. ed.,
2005. p. 748.

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métodos Analíticos
23 - FÓSFORO TOTAL POR COLORIMETRIA

1. Introdução
Fundamenta-se no ataque químico fortemente ácido e a quente da amostra, visando extrair
todo o seu conteúdo de fósforo. Em seguida procede-se à formação de um complexo colorido
entre o fosfato e os reagentes vanadato e molibdato de amônio, de cor amarela, cuja absorbância
é medida na faixa de 400 a 430 nm de comprimento de onda.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Produtos ou subprodutos de origem animal, vegetal e mineral, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
• MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. INSTRUÇÃO NORMATIVA nº
28, de 27 de julho de 2007, Método 2.1.2

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Ácido nítrico (HNO3)
7.3. Fosfato de potássio monobásico (KH2PO4)
7.4. Metavanadato de amônio (NH4VO3)
7.5. Molibdato de amônio ((NH4)6Mo7O24.4H2O)
7.6. Solução reagente de ácido clorídrico 1+3
Diluir 1 parte de ácido clorídrico em 3 partes de água.
7.7. Solução reagente de metavanadato de amônio 2,5 g/L
Pesar 2,5 g de metavanadato de amônio e solubilizar em 500 mL de água quente (80/90 ºC).

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Esfriar e adicionar lentamente com agitação 350 mL de ácido nítrico. Esfriar e transferir para
balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar. Estocar ao abrigo da luz.
7.8. Solução reagente de molibdato de amônio 50 g/L
Pesar 50 g de molibdato de amônio e solubilizar em 500 mL de água quente (80/90 ºC).
Esfriar e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
Estocar ao abrigo da luz.
7.9. Solução corante
Juntar 1 parte da solução de metavanadato de amônio com 1 parte da solução de molibdato de
amônio e homogeneizar. Poderá ser preparado volume maior da solução corante, observando-se
as proporções de massa e volume, assim como a junção poderá ser realizada durante a solubili-
zação dos reagentes.
Recomendação: observar a correta temperatura de preparação, evitando a precipitação de um
dos reagentes.
7.10. Solução padrão de fósforo 0,1 mg/mL
Pesar exatamente 0,439 g de fosfato de potássio monobásico, previamente seco em estufa
a 105 °C por duas horas. Solubilizar e transferir quantitativamente para balão volumétrico de
1000 mL. Adicionar aproximadamente 500 mL de água e agitar até a solubilização. Completar
o volume e homogeneizar.
7.11. Padrão de trabalho (solução de fósforo 1,5 mg/mL)
Pipetar 15 mL da solução padrão de fósforo 0,1 mg/mL e transferir para balão volumétrico
de mesmo volume a ser utilizado no procedimento (10.2.7). Este padrão deverá ser preparado
no momento da análise e a concentração pode ser alterada de acordo com a sensibilidade do
equipamento (próximo de 0,800 de absorbância).
7.12. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Forno mufla
8.3. Fotocolorímetro ou espectrofotômetro (400 a 430 nm)
8.4. Placa aquecedora
8.5. Cadinho de porcelana ou quartzo

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

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métodos Analíticos
10. Procedimento
10.1. Confecção da curva padrão de fósforo (solução padrão de fósforo 0,1 mg/ml)
10.1.1. Efetuar pelo menos 5 pipetagens de maneira a obter o intervalo de concentrações de
0,2 a 1,5 mg, podendo esta faixa ser alterada de acordo com a sensibilidade do equipamento
(0,100 a 0,800 de absorbância).
10.1.2. Pipetar volumetricamente alíquotas das soluções preparadas, seguindo os itens 10.2.8
a 10.2.10 do procedimento analítico.
10.1.3. Fazer a equação de regressão entre as leituras de absorbância ou transmitância versus
a concentração (mg) das soluções. O ideal é que a correlação esteja no mínimo em 0,999, para
considerar que o equipamento está operando de forma linear.
10.2. Procedimento analítico
A coloração amarela do complexo formado possui estabilidade limitada, devendo ser obede-
cido o tempo de espera para a realização das medições.
10.2.1. Para ingredientes e misturas minerais
De acordo com a concentração estimada do metal na amostra, pesar de 0,5 a 3,0 g com apro-
ximação de 0,0001 g. Desenvolver paralelamente uma prova em branco e amostra de verificação,
contendo os mesmos volumes de solução corante e água.
10.2.2. Para produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, rações e concentrados
Pesar conforme o item 10.2.1, porém, realizar a pesagem da amostra em cadinho de porcelana
ou quartzo e calcinar por quatro horas a 550 ºC.
10.2.3. Transferir a massa pesada em 10.2.1 ou a matéria mineral obtida em 10.2.2 após a
calcinação, para béquer ou Erlenmeyer e adicionar 50 mL de solução de ácido clorídrico 1+3.
NOTA: usar a solução de ácido clorídrico 1+3 para transferir a matéria mineral obtida em 10.2.2.
10.2.4. Levar à placa aquecedora, aquecer e reduzir a 1/3 do volume inicial.
10.2.5. Transferir para balão volumétrico de capacidade adequada. Lavar o material com por-
ções de água até a completa transferência da amostra.
10.2.6. Completar o balão com água, avolumar e homogeneizar. Filtrar se necessário, em pa-
pel de filtro de porosidade média.
10.2.7. Pipetar alíquota da solução filtrada acima, transferir para balão volumétrico de volume
que proporcione leitura na faixa de 40% a 71% de transmitância ou 0,100 a 0,800 de absorbância.
10.2.8. Paralelamente preparar, respectivamente em balões de mesmo volume, um branco
com 20 mL de água e um padrão de trabalho. É recomendável incluir uma amostra de verifica-
ção (teor conhecido).
10.2.9. Adicionar solução corante em cada balão, na proporção de 1 mL para cada 5 mL do
balão. Completar o volume com água, homogeneizar e aguardar no mínimo 10 minutos e no

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máximo 30 minutos para efetuar a leitura.
10.2.10. Fazer a leitura em absorbância ou transmitância após zerar com o branco, usando
comprimento de onda de 420 nm ou estabelecido entre 400 e 430 nm por meio de varredura do
melhor pico de absorbância.
10.2.11. Calcular pela fórmula abaixo. Ao utilizar amostra de verificação, primeiramente con-
firmar que está na faixa de desvio analítico aceitável, ou realizar os ajustes aplicáveis.

11. Cálculos

Onde
C Concentração de fósforo na alíquota, em mg
LA Leitura da amostra (abs ou T)
LB Leitura do padrão (abs ou T)
VP Valor do padrão de trabalho, em mg
B Volume do balão inicial, em mL
m Massa da amostra, em g
V Volume da alíquota, em mL

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. ed,
2005. p. 748.

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 965.17 – Phosporus in animal
feed and pet food – photometric method (4.8.14)

86 |
métodos Analíticos
24 - GLICÍDIOS (AÇÚCARES REDUTORES EM GLICOSE,
NÃO REDUTORES EM SACAROSE, AMIDO E LACTOSE)

1. Introdução
Neste grupo de compostos, que são hidratos de carbono, têm-se os mais variados tipos de subs-
tâncias, desde os monossacarídeos, representados pela glicose e frutose, os dissacarídeos dos quais os
mais frequentes em alimentos são sacarose e lactose, até os polissacarídeos, como amido e celulose.
Os monossacarídeos, glicose e frutose são açúcares redutores (isto é sofrem oxidação – doam
elétrons) por possuírem grupo carbonílico e cetônico livres, capazes de se oxidarem na presença
de agentes oxidantes em soluções alcalinas. Os dissacarídeos, que não possuem essa caracte-
rística sem sofrerem hidrólise prévia da ligação glicosídica, são denominados de açúcares não
redutores. Ao sofrerem hidrólise por ácidos diluídos ou pela ação da enzima invertase, liberam
a glicose e a frutose e passam a ser denominados açúcares invertidos, que possuem maior poder
adoçante e não formam cristais.
No método, o cobre do reativo de Fehling (solução alcalina de sulfato de cobre em tampão de
tartarato duplo de sódio e potássio) é reduzido a óxido cuproso.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a produtos ou subprodutos de origem vegetal, rações, concentrados e lácteos.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Acetato de zinco (CH3COO)2Zn2) ou sulfato de zinco (ZnSO4)

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7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Azul de metileno (C16H18N3SCl)
7.4. Ferrocianeto de potássio (K3Fe(CN)6)
7.5. Glicose anidra (C6H12O6)
7.6. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.7. Fehling A (sulfato de cobre penta hidratado (CuSO4.5H2O))
7.8. Fehling B (tartarato duplo de sódio e potássio tetra hidratado (KNaC4H4O6.4H2O) +
hidróxido de sódio (NaOH))
7.9. Solução padrão de glicose
Pesar exatamente 0,500g de glicose, previamente seca em estufa a 70 °C, durante uma hora.
Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 100 mL com auxilio de água. Dissolver
bem e completar o volume com água. A solução de glicose deve ser recentemente preparada.
7.10. Solução indicadora de azul de metileno 10 g/L
Dissolver 1,0 g de azul de metileno em 10 mL de álcool etílico. Transferir com água para um
balão volumétrico de 100 mL, completar o volume e homogeneizar.
7.11. Soluções de Fehling
Fehling A: Dissolver 34,639 g de sulfato de cobre penta hidratado em água. Transferir quanti-
tativamente para balão volumétrico de 1000 mL. Completar o volume com água e homogeneizar.
Fehling B: Dissolver exatamente 173,0 g de tartarato duplo de sódio e potássio (sal de Rochel-
le) e 125,0 g de hidróxido de sódio em água. Transferir quantitativamente para balão volumétri-
co de 1000 mL. Completar o volume com água e homogeneizar.
Padronização: Colocar na bureta a solução padrão de glicose. Transferir com pipeta volumétri-
ca, 10 mL de cada solução de Fehling (A e B) para um Erlenmeyer de 250 mL. Adicionar 40 mL
de água e aquecer até ebulição. Titular com a solução padrão de glicose, até o aparecimento de
um precipitado de cor vermelho tijolo e o desaparecimento total da cor azul original. Mantendo
a ebulição, adicionar uma gota de azul de metileno 10 g/L, continuar a titulação até nova viragem
(desaparecimento total da cor azul). O consumo estimado da glicose é aproximadamente 10 mL.
O tempo de titulação não deve ultrapassar três minutos.

Cálculo do fator F das soluções de Fehling em g:

Onde:
VG Volume gasto de solução de glicose, em mL

88 |
métodos Analíticos
0,500 Massa de glicose, em g
100 Diluição

7.12. Solução hidróxido de sódio 400 g/L


Dissolver 40 g de hidróxido de sódio em água. Transferir quantitativamente para um balão
volumétrico de 100 mL, deixar esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.13. Solução de ferrocianeto de potássio 150 g/L
Dissolver 15 g de ferrocianeto de potássio em água. Transferir quantitativamente para um
balão volumétrico de 100 mL, completar o volume e homogeneizar.
7.14. Solução de acetato de zinco 300 g/L
Acrescentar o acetato de zinco à água aos poucos, assim, a sua dissolução será mais rápida.
Dissolver 30 g de acetato de zinco em água. Transferir quantitativamente para balão volumé-
trico de 100 mL, completar o volume e homogeneizar.
7.15. Solução de sulfato de zinco 300 g/L
Dissolver 30 g de sulfato de zinco em água. Transferir quantitativamente para balão volumé-
trico de 100 mL, completar o volume e homogeneizar
7.16. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução 0,0001g)
8.2. Balança semi-analítica (resolução de 0,01g)
8.3. Banho-maria
8.4. Chapa aquecedora / bico de Bunsen

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Glicídios redutores em glicose (GRG)
10.1.1. Pesar com aproximação de 1 mg, 5 g da amostra em béquer de 150 mL e dissolver
com cerca de 50 mL de água.
10.1.2. Transferir para balão volumétrico de 250 mL, lavando bem o béquer.
10.1.3. Adicionar 5 mL da solução de ferrocianeto de potássio 150 g/L e 5 mL de solução de
acetato de zinco 300 g/L. Agitar, completar o volume com água e deixar sedimentar por 15 minutos.
10.1.4. Filtrar em papel de filtro seco e receber o filtrado em Erlenmeyer seco.

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10.1.5. Transferir o filtrado para uma bureta.
10.1.6. Em Erlenmeyer de 250 mL, pipetar volumetricamente 10 mL das soluções de Fehling
(A e B). Adicionar 40 mL de água e aquecer até ebulição.
10.1.7. Colocar a solução amostra na bureta e gotejar no Erlenmeyer, até o desaparecimento
da coloração azul. Mantendo a ebulição, adicionar de 1 a 2 gotas de azul de metileno a 10 g/L e
continuar a titulação até que se forme um precipitado vermelho tijolo e a coloração azul desapa-
reça totalmente. A titulação não deve ultrapassar 3 minutos.
10.2. Glicídios não-redutores em sacarose
10.2.1. Transferir 50 mL do filtrado (da amostra) para um béquer de 250 mL. Adicionar 2 mL
de ácido clorídrico concentrado e deixar em banho-maria em ebulição ou em refluxo por 30 a
45 minutos.
10.2.2. Deixar esfriar e neutralizar com solução de hidróxido de sódio 400 g/L.
10.2.3. Esfriar e completar o volume a 100 mL em balão volumétrico.
10.2.4. Filtrar em papel de filtro qualitativo para Erlenmeyer seco.
10.2.5. Proceder à titulação conforme item 10.1.5 a 10.1.7.
10.3. Amido
10.3.1. Pesar com aproximação de 1 mg, 5 g de amostra, adicionar 100 mL de água e misturar.
10.3.2. Adicionar 10 mL de ácido clorídrico concentrado. Deixar em banho-maria em ebuli-
ção ou em refluxo por 30 minutos.
10.3.3. Deixar esfriar e neutralizar com hidróxido de sódio 400 g/L.
10.3.4. Transferir para balão volumétrico de 250 mL e adicionar 10 mL de ferrocianeto de
potássio 150 g/L e 10 mL de acetato de zinco ou sulfato de zinco 300 g/L. Agitar, deixar esfriar
e completar o volume do balão volumétrico com água.
10.3.5. Filtrar em papel de filtro qualitativo para Erlenmeyer seco.
10.3.6. Proceder à titulação conforme item 10.1.5 a 10.1.7.
10.4. Lactose
10.4.1. Siga o procedimento descrito para glicídios redutores em glicose.

11. Cálculo
11.1. Glicídios redutores em glicose, (GRG) em g/kg:


Onde:
250 Volume da solução da amostra, em mL

90 |
métodos Analíticos
F Fator da solução de Fehling em açúcar redutor, em g
V Volume de amostra gasto na titulação, em mL
m Massa da amostra, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

11.2. Glicídios não-redutores em sacarose em g/kg

Onde:
500 Volume da solução da amostra, em mL
F Fator da solução de Fehling em açúcar redutor, em g
V Volume de amostra gasto na titulação, em mL
m Massa da amostra, em g
GRG Glicídios redutores em glicose, em g/kg
0,95 Fator de transformação de hexoses para sacarose

11.3. Açúcares totais e amido


Onde:
250 Volume da solução da amostra, em mL
F Fator da solução de Fehling em açúcar redutor, em g
V Volume de amostra gasto na titulação, em mL
m Massa da amostra, em g

11.3.1. Quando a amostra só contiver amido, multiplicar o resultado por 0,90, que é o fator
de transformação da glicose em amido, em g/kg:

11.3.2. Se a amostra contiver Sacarose:

| 91
11.3.3. Se a amostra contém sacarose e glicose:

11.4. Lactose

Onde:
250 Volume da solução da amostra, em mL
F Fator da solução de Fehling em açúcar redutor, em g
V Volume de amostra gasto na titulação, em mL
m Massa da amostra, em g
1,39 Fator de transformação de hexoses para lactose
1000 Conversão entre unidades de massa (g e Kg)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos, v.1. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 125-130.

92 |
métodos Analíticos
25 - GRANULOMETRIA

1. Introdução
Este método baseia-se na determinação das proporções com que as partículas de diferentes
dimensões compõem a amostra.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método aplicável a produtos e subprodutos de origem animal, vegetal, mineral e misturas que
os contenham.

4. Referências Normativas
• PORTARIA N˚. 108, de 04 de setembro de 1991. Diário Oficial da União, Seção 1. p.
19813. 17 de setembro de 1991

• INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 28, de 27 de julho de 2007. MAPA, Ministério da Agricultu-


ra, Pecuária e Abastecimento, Capítulo 1-B.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Conjunto de peneiras metálicas com tampa e fundo.
7.2. Ar comprimido ou pincéis para limpeza das peneiras.

8. Equipamentos
8.1. Balança semi-analítica (resolução de 0,01 g).
8.2. Aparelho vibrador para peneiras (granulômetro).

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9. Amostragem
Para a retirada de amostras na produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
O número de peneiras e a abertura das malhas deverão ser estabelecidos conforme o tipo do
produto e o objetivo da análise.
10.1. Pese individualmente as peneiras e fundo, previamente limpos e secos.
10.2. Monte o conjunto de peneiras no aparelho vibrador, sobrepondo-as em ordem crescente
de abertura das malhas, ficando a de malha maior acima.
10.3. Pese entre 100 e 200 g da amostra e transfira para peneira superior do conjunto.
10.4. Tampe e fixe o conjunto no vibrador.
10.5. Ajuste o reostato do equipamento na regulagem recomendada pelo fabricante, corres-
pondente a 750 vibrações por minuto.
10.6. Ligue e deixe por 5 a 10 minutos.
10.7. Pese individualmente as peneiras e fundo com as frações retidas.

11. Cálculos
Calcule a fração retida R, em cada peneira com a equação abaixo, sendo R1 a peneira com
maior abertura.

Para cálculo de fração retida acumulada, ao resultado obtido na peneira R2 soma-se o retido
em R1, e assim sucessivamente:

Onde:
mA Massa da peneira mais a amostra retida nela, em g
mB Massa da peneira ou fundo vazios, em g
mC Massa da amostra pesada inicialmente, em g

12. Bibliografia
Ver referências normativas.

94 |
métodos Analíticos
26 - ÍNDICE DE ACIDEZ EM LEITE

1. Introdução
Este método consiste na determinação da acidez do leite utilizando-se indicador e solução
alcalina, onde os resultados são expressos em % de ácido lático.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável em leite em pó integral ou desnatado e soro de leite.

4. Referências Normativas
• INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 68, de 12 de dezembro de 2006. Diário Oficial da União nº
239, Seção 1, 14/12/06, p.15

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Álcool etílico absoluto (C2H5OH)
7.2. Biftalato de potássio (C8H5KO4)
7.3. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.4. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.5. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Dissolver 1,0 g de fenolftaleína em 60 mL de álcool etílico. Transferir para balão volumétrico
de 100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.6. Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Pesar aproximadamente 4,1 g de hidróxido de sódio em béquer de 250 mL e dissolver em
água. Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e
homogeneizar.

| 95
Padronização: Pesar aproximadamente 0,4 g de biftalato de potássio previamente seco em
estufa a 105 °C por 2 horas. Transferir para um Erlenmeyer de 250 mL, dissolver com 75 mL de
água, adicionar 4 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e titular com a solução
de hidróxido de sódio 0,1 mol/L.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa do biftalato de potássio, em g
V Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
204,23 Massa molar do biftalato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.7. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica ou semi-analítica (resolução mínima de 0,01 g)
8.2. Estufa de secagem a 105ºC (precisão ± 5ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Conduzir prova em branco para testar os reagentes empregados.
10.1. Pesar aproximadamente 5 g de amostra em Erlenmeyer de 250 mL.
10.2. Dissolver em 35 mL de água, adicionar 10 gotas da solução de fenolftaleína 1% (m/v).
10.3. Titular com hidróxido de sódio 0,1 mol/L até coloração rósea persistente por 30 segundos.

11. Cálculo

Onde:
VA Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da amostra, em mL

96 |
métodos Analíticos
VB Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da prova em
branco, em mL
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa da amostra, em g
90 Massa molar do ácido láctico
100 Fator percentual
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos, V.1. 4a. Ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 831-832

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27 - ÍNDICE DE ACIDEZ I - ACIDEZ ALCOÓLICA

1. Introdução
Os ácidos graxos livres (AGL) presentes em óleos e gorduras (ou produtos que os contenham)
são resultantes da hidrólise de alguns triglicerídios, na ligação éster entre o glicerol e o ácido graxo.
A acidez está associada à caracterização do estado de conservação de grãos e da deterioração de
óleos e gorduras, por conseguinte a ocorrência de ácidos graxos livres indica a perda da integridade
da molécula, antes neutra e totalmente apolar. A hidrólise dos lipídios pode ocorrer por diversos
fatores como: condições impróprias de armazenamento (temperatura e umidade elevadas), ataque
enzimático de microrganismos ou de lipases naturais existentes no material.
Como os ácidos graxos são ácidos fracos, é necessário usar uma base forte como o hidróxido de sódio
para titulá-los. Pelo mesmo motivo, o ponto de equivalência estequiométrica, quando titulados com
uma base forte, está no lado alcalino. Por isso a acidez causada pelos ácidos graxos livres é estimada pela
titulação com hidróxido de sódio em solução alcoólica, usando fenolftaleína como indicador.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
• PORTARIA nº 108, de 04 de setembro de 1991. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária
- Métodos analíticos para controle de alimentos para uso animal.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
6.1. Hidrólise de uma molécula de triglicerídio (formação dos AGL):

98 |
métodos Analíticos
6.2. Reação de neutralização dos ácidos graxos livres (AGL) com hidróxido de sódio

7. Reagentes e Materiais
7.1. Álcool etílico absoluto (C2H5OH)
7.2. Biftalato de potássio (C8H5KO4)
7.3. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.4. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.5. Álcool etílico absoluto neutralizado
O álcool etílico absoluto neutralizado deve ser preparado momentos antes do uso.
Manter o frasco de álcool etílico absoluto bem fechado para evitar a formação de ácido carbônico.
Adicionar 4 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e com agitação constante,
gotejar a solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L até coloração levemente rósea.
7.6. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Dissolver 1,0 g de fenolftaleína em 60 mL de álcool etílico absoluto. Transferir para balão vo-
lumétrico de 100 mL, completar o volume com álcool etílico absoluto e homogeneizar.
7.7. Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Pesar aproximadamente 4,1 g de hidróxido de sódio em béquer de 250 mL e dissolver em água.
Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar aproximadamente 0,4 g de biftalato de potássio previamente seco em
estufa a 105ºC por 2 horas. Transferir para um Erlenmeyer de 250 mL, dissolver com 75 mL de
água, adicionar 4 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e titular com a solução
de hidróxido de sódio 0,1 mol/L.

Cálculo da molaridade real:



Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa do biftalato de potássio, em g
V Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL

| 99
204,23 Massa molar do biftalato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.8. Carvão ativado
7.9. Papel de filtro qualitativo
7.10. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica ou semi-analítica (resolução mínima de 0,01 g)
8.2. Estufa de secagem 105 °C (precisão + 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Para amostras visualmente grosseiras, recomenda-se a moagem prévia.

10. Procedimento
Conduzir prova em branco para testar os reagentes empregados
10.1. Pesar aproximadamente 5 g de amostra em Erlenmeyer ou béquer de 250 mL.
10.2. Adicionar 150 mL de álcool etílico absoluto neutralizado e deixar em repouso por 30
minutos, agitando ocasionalmente (a cada 5 minutos aproximadamente) e deixando decantar
nos últimos 5 minutos.
10.3. Filtrar o sobrenadante sobre papel de filtro para Erlenmeyer de 300 mL. Caso o sobrena-
dante se apresente turvo ou colorido, adicionar carvão ativado no papel de filtro antes da filtragem.
10.4. Adicionar ao resíduo mais 100 mL de álcool etílico absoluto neutralizado e deixar em
repouso por 15 minutos, agitando ocasionalmente (a cada 5 minutos aproximadamente).
10.5. Filtrar sobre o mesmo papel de filtro, juntando ao filtrado obtido no item 10.3;
10.6. Adicionar 4 a 5 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e titular com so-
lução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L até coloração rósea persistente por 30 segundos.

11. Cálculo

Onde:
VA Volume de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da amostra, em mL
VB Volume de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da prova em branco, em mL

100 |
métodos Analíticos
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa da amostra, em g
40 Massa molar do hidróxido de sódio

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. v. 1. p. 809-810.

• MEHLENBACHER, V. C. The analysis of fats and oils. Champaign: Garrard Press, 1960.
Stability, c. 4. p. 188-235

• BACCAN, N.; ANDRADE, J.C.; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S. Química analítica quan-
titativa elementar. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. Práticas de laboratório, c. 8. p. 191-270.

| 101
28 - ÍNDICE DE ACIDEZ II - ÓLEOS E GORDURAS

1. Introdução
Os ácidos graxos livres (AGL) presentes em óleos e gorduras (ou produtos que os contenham)
são resultantes da hidrólise de alguns triglicerídios, na ligação éster entre o glicerol e o ácido graxo.
A acidez está associada à caracterização do estado de conservação de grãos e da deterioração de
óleos e gorduras, por conseguinte a ocorrência de ácidos graxos livres indica a perda da integridade
da molécula, antes neutra e totalmente apolar. A hidrólise dos lipídios pode ocorrer por diversos
fatores como: condições impróprias de armazenamento (temperatura e umidade elevadas), ataque
enzimático de microrganismos ou de lipases naturais existentes no material.
Como os ácidos graxos são ácidos fracos, é necessário usar uma base forte como o hidróxido de sódio
para titulá-los. Pelo mesmo motivo, o ponto de equivalência estequiométrica, quando titulados com
uma base forte, está no lado alcalino. Por isso a acidez causada pelos ácidos graxos livres é estimada pela
titulação com hidróxido de sódio em solução alcoólica, usando fenolftaleína como indicador.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a óleos brutos e refinados, vegetais e animais e gorduras animais.

4. Referências Normativas
• PORTARIA nº 108, de 04 de setembro de 1991. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária
- Métodos analíticos para controle de alimentos para uso animal.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
6.1. Hidrólise de uma molécula de triglicerídio (formação dos AGL):

102 |
métodos Analíticos
6.2. Reação de neutralização dos ácidos graxos livres (AGL) com hidróxido de sódio

7. Reagentes e Materiais
7.1. Álcool etílico absoluto (C2H5OH)
7.2. Biftalato de potássio (C8H5KO4)
7.3. Éter etílico (C4H10O)
7.4. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.5. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.6. Solução reagente éter-álcool (2+1) neutralizada
A solução reagente éter-álcool (2+1) neutralizada deve ser preparada momentos antes do uso.
Importante manter o frasco da solução reagente éter-álcool neutralizada bem fechado para
evitar a formação de ácido carbônico.
Misturar 2 partes de éter etílico com 1 parte de álcool etílico absoluto. Adicionar 4 gotas de
solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e com agitação constante, gotejar a solução de hi-
dróxido de sódio 0,1 mol/L até coloração levemente rósea.
7.7. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Dissolver 1,0 g de fenolftaleína em 60 mL de álcool etílico. Transferir para balão volumétrico
de 100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.8. Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Pesar aproximadamente 4,1 g de hidróxido de sódio em béquer de 250 mL e dissolver em água.
Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar aproximadamente 0,4 g de biftalato de potássio previamente seco em
estufa a 105 ºC por 2 horas. Transferir para um Erlenmeyer de 250 mL, dissolver com 75 mL de
água, adicionar 4 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e titular com a solução
de hidróxido de sódio 0,1 mol/L.

Cálculo da molaridade real:

| 103
Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa do biftalato de potássio, em g
V Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
204,23 Massa molar do biftalato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.9. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica ou semi-analítica (resolução mínima de 0,01 g)
8.2. Estufa de secagem a 105 ºC (precisão ± 5ºC)
8.3. Banho-maria em torno de 60 ºC

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Importante agitar bem o frasco contendo amostra, para obter uma amostra bem homogênea e
líquida, antes de realizar a pesagem.

10. Procedimento
Conduzir prova em branco para testar os reagentes empregados
10.1. Pesar aproximadamente 5 g de amostra em Erlenmeyer ou béquer de 250 mL; para
amostras de coloração escura, pesar apenas 1 g.
10.2. Adicionar 100 mL da solução éter-álcool 2+1 neutralizada e agitar até completa dissolu-
ção. Para amostras de difícil dissolução, levar ao banho-maria, evitando excesso de aquecimento
que pode provocar elevação do valor de ácidos graxos livres.
10.3. Adicionar 4 a 5 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e titular com so-
lução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L até coloração rósea persistente por 30 segundos.

104 |
métodos Analíticos
11. Cálculo


Onde:
VA Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da amostra, em mL
VB Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da prova em
branco, em mL
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa da amostra, em g
282,5 Massa molar do ácido oléico
100 Fator percentual
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos, V.1. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 596

• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY (AOCS). Official and recommended practices. 5th.
ed, 2003 second printing. Ca 5a – 40 – Free fatty acids

• KRISHNAMURTY, R. G. Cooking oils, salad oils and salad dressings. In: SWERN, D. Bailey’s
industrial oil and fat products. 4 ed. New York: Wiley-Interscience, 1982. v. 2. p. 320-326

• MEHLENBACHER, V. C. The analysis of fats and oils. Champaign: Garrard Press, 1960.
Stability, c. 4. p. 188-235

• BACCAN, N.; ANDRADE, J.C.; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S. Química analítica quan-
titativa elementar. São Paulo: Edgard Blücher, 2001. Práticas de laboratório, c. 8. p. 191-270

| 105
29 - ÍNDICE DE ACIDEZ III - MELAÇO DE CANA

1. Introdução
O melaço é um subproduto da fabricação do açúcar de cana que se apresenta na forma líquida
viscosa e não cristalizável de açúcares, tais como glicose e frutose. Ele é utilizado na pecuária
como elemento energético e palatabilizante de alto valor na alimentação animal. O melaço apre-
senta-se naturalmente contaminado com microrganismos, principalmente por Saccharomyces
cerevisiae, Acetobacter ou Gluconobacter, capazes de transformar os açúcares em álcool e con-
seguinte em ácido acético, por isso a importância do controle de acidez, que se fundamenta na
neutralização com solução alcalina padrão dos ácidos extraídos por solvente.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a melaço de cana e seus semelhantes.

4. Referências Normativas
• PORTARIA nº 108, de 04 de setembro de 1991. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária
- Métodos analíticos para controle de alimentos para uso animal.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Reação de neutralização dos ácidos orgânicos com hidróxido de sódio:

7. Reagentes e Materiais
7.1. Álcool etílico absoluto (C2H5OH)
7.2. Biftalato de potássio (C8H5KO4)
7.3. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.4. Hidróxido de sódio (NaOH)

106 |
métodos Analíticos
7.5. Solução água-álcool (1+1) neutralizada
A solução água-álcool (1+1) neutralizada deve ser preparada momentos antes do uso.
Manter o frasco de solução água-álcool (1+1) neutralizada bem fechado para evitar a formação
de ácido carbônico.
Misturar 1 parte de água com 1 parte de álcool etílico absoluto. Adicionar 4 gotas de solução
indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e com agitação constante, gotejar a solução de hidróxido
de sódio 0,1 mol/L até coloração levemente rósea.
7.6. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Dissolver 1,0 g de fenolftaleína em 60 mL de álcool etílico. Transferir para balão volumétrico
de 100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.7. Solução padronizada de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
Pesar aproximadamente 4,1 g de hidróxido de sódio em béquer de 250 mL e dissolver em
água. Transferir quantitativamente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e
homogeneizar.
Padronização: Pesar aproximadamente 0,4 g de biftalato de potássio, previamente seco em
estufa a 105 ˚C por 2 horas. Transferir para um Erlenmeyer de 250 mL, dissolver com 75 mL de
água, adicionar 4 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e titular com a solução
de hidróxido de sódio 0,1 mol/L.

Cálculo da molaridade real:


Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa do biftalato de potássio, em g.
V Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
204,23 Massa molar do biftalato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.8. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica ou semi-analitica (resolução mínima de 0,01 g)
8.2. Estufa de secagem a 105 ºC (precisão ± 5 ºC)

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9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Conduzir prova em branco para testar os reagentes empregados.
10.1. Pesar aproximadamente 2 g de amostra em Erlenmeyer ou béquer de 250 mL.
10.2. Adicionar 100 a 150 mL de solução água-álcool (1+1) neutralizada e agitar até completa
dissolução.
10.3. Adicionar 4 a 5 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e titular com so-
lução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L até coloração rósea persistente por 30 segundos.

11. Cálculo



Onde
VA Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da amostra, em mL
VB Volume de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da prova em branco, em mL
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L
m Massa da amostra em g
60 Massa molar do ácido acético
100 Fator percentual
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

12. Bibliografia
Ver Referências Normativas.

108 |
métodos Analíticos
30 - ÍNDICE DE DISPERSIBILIDADE PROTEICA

1. Introdução
O índice de dispersibilidade protéica determina o quanto a proteína presente na soja é solúvel
em água nas condições do método.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
O ácido sulfúrico é prejudicial à saúde se inalado ou se entrar em contato com a pele e olhos,
portanto a solução de catalisador líquido deve ser preparada em capela com o uso de luvas ade-
quadas e óculos de segurança.
Para ao cálculo do índice de dispersibilidade protéica (IDP ou PDI) é necessário realizar a
análise de proteína bruta.

3. Escopo
A presente metodologia é aplicável a grãos de soja moídos, farelo de soja, sojas extrusadas,
integrais e semi-integrais, com ou sem gordura. Os resultados obtidos com esse método são de-
pendentes do equipamento usado e devem ser estabelecidos adequadamente.

4. Referências Normativas
Não aplicável

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
As reações envolvidas dependerão do procedimento para determinação de proteína adotado.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido acético (CH3COOH).
7.2. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.3. Álcool etílico absoluto (C2H5OH)
7.4. Biftalato de potássio (C8H5KO4)
7.5. Hidróxido de potássio (KOH)

| 109
7.6. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.7. Selenito de sódio (Na2SeO3)
7.8. Sulfato de cobre penta hidratado (CuSO4.5H2O)
7.9. Sulfato de sódio anidro (Na2SO4)
7.10. Solução alcalina diluída (hidróxido de potássio 3% (m/v) utilizado para correção de pH)
Dissolver em béquer 3 g de hidróxido de potássio com água e transferir para balão volumé-
trico de 100 mL. Completar o volume e homogeneizar. A validade recomendada é de 6 meses
7.11. Solução de ácido acético 3 % (v/v) (utilizado para correção de pH)
Pipetar 3 mL de ácido acético em um béquer contendo aproximadamente 60 mL de água. Trans-
ferir para balão volumétrico de 100 mL e completar o volume. A validade recomendada é de 6 meses
7.12. Vermelho de Metila
7.13. Bloco digestor
7.14. Funil de Büchner
7.15. Kitassato
7.16. Algodão
7.17. Tubo de centrífuga
7.18. Tubo para macro
7.19. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Liquidificador ou agitador (Waring Blender)
8.2. Centrífuga
8.3. Balança analítica ou semi-analítica (resolução mínima de 0,01 g)
8.4. Destilador de proteína Kjeldahl
8.5. Microbureta ou bureta semi-automática calibrada
8.6. Repipetador com dosagem regulável (dispenser)
8.7. Bomba de vácuo

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Pesar 20g de amostra em um béquer de 600 mL de plástico.
10.2. Adicionar com proveta 300 mL de água neutra (pH entre 6,8 – 7,2). A temperatura da água
deve estar em 25 °C, pois a dispersibilidade protéica está diretamente relacionada com a temperatura.

110 |
métodos Analíticos
10.3. Acoplar o béquer com amostra ao agitador Waring Blender e agitar a aproximadamente
8500 rpm por 10 minutos.
10.4. Retirar o béquer do agitador e deixar em repouso até decantação da amostra.
10.5. Transferir aproximadamente 40 mL do sobrenadante para um tubo de centrífuga.
10.6. Centrifugar por 10 minutos ou até que o sobrenadante esteja isento de partículas em suspensão.
10.7. Pipetar volumetricamente 15 mL do sobrenadante para tubo de macro.
10.8. Seguir o procedimento Kjeldahl (recebimento em ácido bórico ou em ácido sulfúrico)
para determinação de proteína bruta.

11. Cálculo
11.1. Cálculo da massa da amostra na alíquota

Onde:
ma Massa da amostra na alíquota, em g
m Massa da amostra, em g
Vp Volume pipetado, em mL
300 Volume total da reação, em mL

11.2. Cálculo da proteína dispersível pelo método Kjeldahl com recebimento em ácido bórico

Onde
Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1mol/L
Massa da amostra na alíquota, em g
Massa molar do nitrogênio
Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio
(100/16 = 6,25).
11.3. Cálculo da proteína dispersível pelo método Kjeldahl com recebimento em ácido sulfúrico

Para cálculo do branco:

| 111
Onde:
Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio

Onde:
Valor do branco
Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
Massa da amostra na alíquota, em g
Massa molar do nitrogênio
Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio
(100/16 = 6,25).
11.4. Índice de dispersibilidade protéica

12. Bibliografia
• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY (AOCS). Official and recommended practices. 5th.
ed, 2003 second printing method Ba 10a-05

• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY (AOCS). Official and recommended practices. 5th.
ed, 2003 second printing method Ba 10a-65

• AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS. 11. ed. AACC, 1999. Method 46-
24.01 (modificado)

112 |
métodos Analíticos
31 - ÍNDICE DE IODO - MÉTODO DE WIJS

1. Introdução
O índice de iodo de um óleo ou gordura é a medida do seu grau de insaturação. Considerando
que o iodo reage com as duplas ligações, verifica-se que quanto maior o grau de insaturação,
maior será proporcionalmente o índice de iodo. Cada óleo possui um intervalo característico do
valor do índice de iodo. A fixação do iodo ou de outros halogênios se dá nas ligações etilênicas
dos ácidos graxos.
Os resultados são obtidos em termos de número de miligramas de iodo absorvidos por grama
de amostra.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a óleos e gorduras de origem vegetal e animal que não contenham ligações duplas
conjugadas.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Amido solúvel (C6H10O5)
7.3. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.4. Clorofórmio (CHCl3)
7.5. Dicromato de potássio (K2Cr2O7)
7.6. Iodeto de potássio (KI)

| 113
7.7. Solução de Wijs
7.8. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)
7.9. Solução reagente de iodeto de potássio 15% (m/v)
Dissolver 15 g de iodeto de potássio em água fervida e fria. Transferir para balão volumétrico
de 100 mL, completar o volume com água fervida e fria e homogeneizar.
7.10. Solução indicadora de amido 1% (m/v)
Pesar 1 g de amido e transferir para béquer de 250 mL. Adicionar aproximadamente 50 mL
de água e aquecer até ebulição. Esfriar. Transferir para balão volumétrico de 100 mL, completar
o volume com água e homogeneizar. Preparar esta solução momentos antes do uso.
7.11. Solução padronizada de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
Pesar 24,82 g de tiossulfato de sódio penta hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio, dissolver
em béquer contendo aproximadamente 100 mL de água fervida e fria. Transferir quantitativa-
mente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água fervida e fria. Homo-
geneizar e estocar em frasco âmbar
Padronização: Pesar exatamente 0,123 g de dicromato de potássio previamente seco em estufa
a 105 °C por duas horas. Dissolver em Erlenmeyer de 250 mL com tampa, com aproximadamen-
te 70 mL de água fervida e fria. Adicionar 2g de iodeto de potássio e solubilizar. Adicionar 20 mL
de solução de ácido clorídrico 1 mol/L. Tampar o Erlenmeyer e estocar imediatamente ao abrigo
da luz por 10 minutos. Titular gotejando a solução de tiossulfato de sódio penta hidratado 0,1
mol/L até aproximadamente 15 mL. Acrescentar 1 mL da solução indicadora de amido 1% (m/v)
e continuar a titulação até desaparecimento da coloração azul.

Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do dicromato de potássio, em g
6 Relação estequiométrica entre iodeto de potássio e dicromato de potássio
294,2 Massa molar do dicromato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

7.12. Frasco de iodo âmbar ou Erlenmeyer âmbar de 500 mL

114 |
métodos Analíticos
7.13. Papel vegetal
7.14. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Estufa a 105 °C (precisão + 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Fazer no máximo 3 amostras e 1 branco para não ultrapassar o tempo de reação.
Titular inicialmente o branco cujo gasto de solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L deve ser
de 47 a 50 mL, em condições normais.
Dobrar o papel vegetal de maneira a ter o formato de um recipiente.

Peso da amostra conforme índice de iodo esperado:

Índice de iodo esperado Peso da amostra (g)


<5 3,0000
5 – 20 1,0000
21 – 50 0,4000
51 – 100 0,2000
101 – 150 0,1300
151 – 200 0,1000

10.1. Pesar a amostra isenta de umidade e impurezas em papel vegetal, conforme a porcenta-
gem de iodo esperada (acima).
10.2. Transferir para Erlenmeyer âmbar de 500 mL contendo 20 mL de clorofórmio e agitar
até a completa dissolução da amostra.
10.3. Adicionar volumetricamente 25 mL da solução de Wijs. Tampar e agitar vagarosamente
até completa homogeneização.
10.4. Deixar em repouso por 30 minutos ao abrigo da luz e temperatura aproximada de 25 °C.
10.5. Decorrido o tempo de reação, adicionar volumetricamente 20 mL da solução de iodeto
de potássio 15% (m/v) recém-preparada. Havendo necessidade para melhor visualização da vi-

| 115
ragem, adicionar 100 mL de água recentemente fervida e fria.
10.6. Titular lentamente com solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L, com agitação cons-
tante até uma fraca coloração amarela.
10.7. Adicionar 1 mL de solução de amido 1% (m/v) recentemente preparada e continuar a
titulação até o desaparecimento da coloração azul.

11. Cálculos

Onde
V2 Volume da solução tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação do branco, em mL
V1 Volume da solução tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação da amostra, em mL
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
12 Massa da amostra, em g
69 Equivalência molar entre tiossulfato de sódio e iodo

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 597-599

• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY (AOCS). Official and recommended practices. 5th.
ed, 2003 second printing, Cd 1 -25.

116 |
métodos Analíticos
32 - ÍNDICE DE PERÓXIDO - MÉTODO A FRIO

1. Introdução
O peróxido oxida o iodeto a iodo elementar que, por sua vez, forma com o amido um com-
plexo de inclusão de cor característica escura.
Os peróxidos são substâncias que apresentam uma ligação oxigênio-oxigênio e que contenham
o oxigênio em estado de oxidação -1. Geralmente se comportam como substâncias oxidantes.
A peroxidação lipídica é iniciada por formas químicas de oxigênio, de grande reatividade,
chamadas radicais livres, e a sua formação é acelerada pela presença de metais, principalmente
ferro (Fe), cobre (Cu), zinco (Zn) e níquel (Ni), por altas temperaturas, efeito da luz solar, pela
concentração de oxigênio e por outros tipos de irradiações, como microondas, raio X, etc. Os
microrganismos possuem enzimas que podem exercer efeito oxidante.
Os peróxidos formados podem se ligar a um grande número de produtos instáveis, que destroem a
molécula de ácido graxo, originando os produtos de oxidação, que são tóxicos. Muitos deles são peque-
nos e voláteis, liberando odor característico de ranço, percebidos em processos de avançado estado de
oxidação. Esta etapa, geralmente é lenta, podendo durar horas, semanas ou meses, dependendo do tipo
de gordura e das condições ambientais, porém uma vez iniciado o processo, é muito difícil de controlar.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a produtos alimentícios secos (farinhas de origem animal e vegetal, rações, etc.) ou
úmidos (carnes, salsichas, peixes, etc.) e óleos e gorduras susceptíveis a oxidação.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

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7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido acético (C2H4O2)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Álcool metílico (CH3OH)
7.4. Amido solúvel (C6H10O5)n
7.5. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.6. Clorofórmio (CHCl3)
7.7. Dicromato de potássio (K2Cr2O7)
7.8. Iodeto de potássio (KI)
7.9. Sulfato de sódio anidro (Na2SO4)
7.10. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)
7.11. Solução de sulfato de sódio 1,5% (m/v)
Pesar 1,5 g de sulfato de sódio anidro e dissolver em 100 mL de água.
7.12. Solução de iodeto de potássio saturado (m/v)
Adicionar 20 mL de água fervida e fria em um béquer de 50 mL e ir adicionando iodeto de
potássio até a saturação. Preparar a solução momentos antes do uso. Estocar em frasco âmbar.
OBS: 2 mL de água a 20 °C dissolvem aproximadamente 2,88 g de iodeto de potássio
7.13. Solução indicadora de amido 1% (m/v)
Pesar 1 g de amido em béquer de 250 mL. Adicionar 50 mL de água e aquecer até ebulição.
Esfriar. Transferir para balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com água e homoge-
neizar. Preparar esta solução momentos antes do uso.
7.14. Solução de ácido clorídrico 1 mol/L
Diluir 8,5 mL de ácido clorídrico em balão volumétrico de 100 mL contendo 50 mL de água.
Completar o volume e homogeneizar.
7.15. Solução padronizada de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L
Pesar 2,482 g de tiossulfato de sódio penta hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio, dissolver
em béquer contendo aproximadamente 100 mL de água fervida e fria. Transferir quantitativa-
mente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água fervida e fria. Homo-
geneizar e estocar em frasco âmbar
Padronização: Pesar exatamente 0,0123 g de dicromato de potássio previamente seco em estu-
fa a 105 °C por duas horas. Dissolver em Erlenmeyer de 250 mL com tampa, com aproximada-
mente 70 mL de água fervida e fria. Adicionar 2 g de iodeto de potássio e solubilizar. Adicionar
20 mL de solução de ácido clorídrico 1 mol/L. Tampar o Erlenmeyer e estocar imediatamente ao
abrigo da luz por 10 minutos. Titular gotejando a solução de tiossulfato de sódio penta hidratado
0,01 mol/L até aproximadamente 15 mL. Acrescentar 1 mL da solução indicadora de amido 1%

118 |
métodos Analíticos
(m/v) e continuar a titulação até desaparecimento da coloração azul.

Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do dicromato de potássio, em g
6 Relação estequiométrica entre iodeto de potássio e dicromato de potássio
294,2 Massa molar do dicromato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

7.16. Erlenmeyer de 250 mL com tampa esmerilhada
7.17. Papel de filtro qualitativo
7.18. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Centrífuga de baixa rotação (ou funil de decantação)
8.2. Agitador / barra magnética de agitação ou mesa agitadora
8.3. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.4. Estufa a 105 °C (precisão + 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
A amostra deve estar homogênea, devendo-se avaliar a necessidade de moagem prévia.

10. Procedimento
Os volumes de solventes que serão adicionados inicialmente (25, 50 e 20 mL), correspondem
a uma relação em volume de 1:2:0,8 clorofórmio: metanol: água. Nessa proporção os três sol-
ventes coexistem em uma solução homogênea.
No entanto em um segundo momento quando da adição de mais clorofórmio e mais água muda-se
a proporção para 2:2:1,8, causando a separação total de clorofórmio que carrega os lipídios (camada in-
ferior), portanto, teoricamente todos os lipídios da amostra ficam dissolvidos em 50 mL de clorofórmio.

| 119
10.1. Pesar em um Erlenmeyer de 250 mL, uma quantidade de amostra suficiente para que
contenha no mínimo 2 g de óleo, ou seja, massa da amostra(g) x teor de óleo (%) / 100 = 2 g.
Geralmente para amostras em que o teor de gordura é elevado (acima 18%), pesar 10 g e para
amostras com baixo teor de gordura, pesar 20 g.
10.2. Adicionar 50 mL de álcool metílico, 25 mL de clorofórmio e suficiente quantidade
de água que, somada à água da amostra (proveniente da umidade) resulte em 20 mL. (ex.: a
umidade de 10 g de amostra é 5%, então 20 mL – 0.5 mL = 19.5 mL de água necessária a ser
adicionada). Colocar a barra magnética e tampar hermeticamente o Erlenmeyer, ou usar agitador
tipo Kline, durante 30 minutos.
10.3. Adicionar, em seguida, 25 mL de clorofórmio e 25 mL de solução de sulfato de sódio
1,5% (m/v). Tampar e agitar por mais 2 minutos.
10.4. Transferir a solução com a amostra para um funil de separação e deixar separar as ca-
madas de forma natural (ou centrifugar a 1000 rpm por dois minutos para acelerar a separação).
10.5. Deixar verter a camada inferior (clorofórmio + lipídio) para um funil pequeno contendo
papel de filtro e um pouco de sulfato de sódio anidro (para remover os traços de água que, invariavel-
mente, são arrastados) recolhendo o filtrado em Erlenmeyer de 125 mL. A solução deve ficar límpida.
10.6. Pipetar exatamente 10 mL do filtrado e transferir para um béquer de 50 mL previamen-
te tarado (é recomendável que este passo seja levado adiante após a confirmação de peróxido
positivo; este dado somente será necessário para o cálculo). Colocar na estufa a 105 °C por 60
minutos, resfriar em dessecador e pesar.
10.7. Com outra pipeta volumétrica, tomando os mesmos cuidados, pipetar exatamente 20
mL do filtrado para um Erlenmeyer de 250 mL, adicionar 20 mL de ácido acético concentrado e
0,5 mL de solução fresca de iodeto de potássio saturado. Agitar e deixar o Erlenmeyer tampado
por 1 minuto em local escuro.
10.8. Após 1 minuto adicionar 30 mL de água e 1 mL de amido 1% (m/v). Se ao acrescentar o amido,
imediatamente aparecer alguma alteração de cor (mesmo que pequena), continuar a titulação. Caso não
se verifique mudança alguma de coloração, dar como encerrada a análise, ou seja, 0,00 de peróxido.
10.9. Titular o iodo liberado com tiossulfato de sódio 0,01 mol/L, com agitação constante. O
ponto final é quando a cor azul desaparece totalmente.
10.10. Fazer uma prova em branco com reagentes, sendo que a titulação desta prova não deve
gastar mais que 0,5 mL de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L.

11. Cálculo

120 |
métodos Analíticos
Onde:
A Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L gasto na titulação da amostra, em mL
B Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L gasto na titulação da prova branco, em mL
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0.01 mol/L
m Massa da gordura extraída na alíquota x 2 (massa do béquer mais gordura-massa do
béquer vazio), em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• BLIGH, E.G. & DYER, W.J. A rapid method of total lipid extration and purification. Can. J.
Biochem. Physiol. 37:911, 1959.

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo, 1985. v. 1. Método 17.9, p. 256

| 121
33 - ÍNDICE DE PERÓXIDO - MÉTODO A QUENTE

1. Introdução
O peróxido oxida o iodeto a iodo elementar que, por sua vez, forma com o amido um com-
plexo de inclusão de cor característica escura.
Os peróxidos são substâncias que apresentam uma ligação oxigênio-oxigênio e que contenham
o oxigênio em estado de oxidação -1. Geralmente se comportam como substâncias oxidantes.
A peroxidação lipídica é iniciada por formas químicas de oxigênio, de grande reatividade,
chamadas radicais livres, e a sua formação é acelerada pela presença de metais, principalmente
ferro (Fe), cobre (Cu), zinco (Zn) e níquel (Ni), por altas temperaturas, efeito da luz solar, pela
concentração de oxigênio e por outros tipos de irradiações, como microondas, raio X, etc. Os
microrganismos possuem enzimas que podem exercer efeito oxidante.
Os peróxidos formados podem se ligar a um grande número de produtos instáveis, que des-
troem a molécula de ácido graxo, originando os produtos de oxidação, que são tóxicos. Muitos
deles são pequenos e voláteis, liberando odor característico de ranço, percebidos em processos
de avançado estado de oxidação. Esta etapa, geralmente, é lenta, podendo durar horas, semanas
ou meses, dependendo do tipo de gordura e das condições ambientais, porém uma vez iniciado
o processo, é muito difícil de controlar.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a produtos alimentícios secos (farinhas de origem animal e vegetal, rações, etc.) ou
úmidos (carnes, salsichas, peixes, etc.) e óleos e gorduras susceptíveis a oxidação.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

122 |
métodos Analíticos
7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido acético (C2H4O2)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Amido solúvel (C6H10O5)n
7.4. Butilhidroxitolueno (BHT) (C15H24O)
7.5. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.6. Clorofórmio (CHCl3)
7.7. Dicromato de potássio (K2Cr2O7)
7.8. Éter de petróleo
7.9. Iodeto de potássio (KI)
7.10. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)
7.11. Solução de ácido acético + clorofórmio (3:2) (v/v)
Misturar 3 partes de ácido acético em 2 partes de clorofórmio.
7.12. Solução reagente de ácido clorídrico 1 mol/L
Medir 8,5 mL de ácido clorídrico e transferir para balão volumétrico de 100 mL contendo
aproximadamente 50 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.13. Solução indicadora de amido 1% (m/v)
Pesar 1 g de amido em béquer de 250 mL. Adicionar 50 mL de água e aquecer até ebulição.
Esfriar. Transferir para balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com água e homoge-
neizar. Preparar a solução momentos antes do uso.
7.14. Solução reagente de iodeto de potássio saturada
Adicionar 20 mL de água fervida e fria em um béquer de 50 mL e ir adicionando iodeto de
potássio até saturação. Preparar a solução momentos antes do uso. Estocar em frasco âmbar.
OBS: 2 mL de água a 20 ºC dissolvem aproximadamente 2,88 g de iodeto de potássio
7.15. Solução de éter de petróleo + BHT
Dissolver 1 g de BHT em 1000 mL de éter de petróleo.
7.16. Solução padronizada de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L
Pesar 2,482 g de tiossulfato de sódio penta hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio, dissolver
em béquer contendo aproximadamente 100 mL de água fervida e fria. Transferir quantitativa-
mente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água fervida e fria. Homo-
geneizar e estocar em frasco âmbar
Padronização: Pesar exatamente 0,0123 g de dicromato de potássio previamente seco em estu-
fa a 105 °C por duas horas. Dissolver em Erlenmeyer de 250 mL com tampa, com aproximada-
mente 70 mL de água fervida e fria. Adicionar 2 g de iodeto de potássio e solubilizar. Adicionar
20 mL de solução de ácido clorídrico 1 mol/L. Tampar o Erlenmeyer e estocar imediatamente ao

| 123
abrigo da luz por 10 minutos. Titular gotejando a solução de tiossulfato de sódio penta hidratado
0,01 mol/L até aproximadamente 15 mL. Acrescentar 1 mL da solução indicadora de amido 1%
(m/v) e continuar a titulação até desaparecimento da coloração azul.

Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do dicromato de potássio, em g
6 Relação estequiométrica entre iodeto de potássio e dicromato de potássio
294,2 Massa molar do dicromato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.17. Bureta de 25 mL (div 0,05mL)
7.18. Erlenmeyer de 250 mL com tampa esmerilhada
7.19. Funil analítico
7.20. Papel de filtro qualitativo
7.21. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Placa aquecedora
8.2. Banho-maria (70 °C – 80 °C)
8.3. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.4. Estufa a 105 °C (precisão ± 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
A amostra deve estar homogênea, devendo-se avaliar a necessidade de moagem prévia.

10. Procedimento
10.1. Óleos e gorduras: pesar 5 g da amostra em Erlenmeyer de 250 mL e seguir o procedi-
mento a partir do passo 10.4.
10.2. Outros produtos: pesar 50g de amostra e adicionar 100 mL da solução de BHT + éter de

124 |
métodos Analíticos
petróleo e agitar vigorosamente repetidas vezes, deixar decantar e em seguida filtrar em funil de
vidro contendo papel de filtro qualitativo ou algodão (opcionalmente pode-se centrifugar à 2500
rpm durante 10 minutos, desde que a centrífuga seja à prova de explosão).
10.3. Em um Erlenmeyer de 250 mL, previamente tarado, receber o filtrado e evaporar o re-
síduo de éter em banho-maria à 80 ºC. Colocar em estufa a 105 ºC, durante 10 minutos. Esfriar
em dessecador e repesar.
10.4. Após a pesagem do frasco contendo a gordura, adicionar 30 mL da mistura ácido acético
+ clorofórmio e 0,5 mL da solução de iodeto de potássio saturada, agitar até completa dissolução.
10.5. Tampar o frasco e deixar em repouso por 1 minuto no escuro (ao abrigo da luz).
10.6. Acrescentar 30 mL de água e agitar vagarosamente.
10.7. Adicionar 1 mL da solução de amido. Se ocorrer mudança da cor escura (azul/violeta),
mesmo que a mudança de tonalidade seja sutil, proceder a titulação com a solução de tiossulfato
de sódio 0,01 mol/L até o completo desaparecimento da coloração azul.
10.8. Fazer um branco com os reagentes, sendo que a titulação desta prova não deve gastar
mais que 0,5 mL de solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L.

11. Cálculo


Onde:
A Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L gasto na titulação da amostra, em mL
B Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L gasto na titulação da prova branco, em mL
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,01 mol/L
m Massa da gordura, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 965.33 – Peroxide value of oils
and fats (41.1.16)

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos. 4. ed. São Paulo: Prol, 2005. p. 593-594

| 125
34 - IODO - VIA ÚMIDA

1. Introdução
Os sais iodatos, quando tratados com iodeto de potássio em meio ácido, liberam iodo. O iodo
liberado pela ação do iodeto de potássio e ácido sulfúrico é determinado por titulação com o
tiossulfato de sódio.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método aplicável para iodato de cálcio e iodato de potássio.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Amido solúvel (C6H10O5)
7.4. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.5. Dicromato de potássio (K2Cr2O7)
7.6. Iodeto de potássio (KI)
7.7. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)
7.8. Solução reagente de iodeto de potássio 100 g/L
Dissolver 50 g de iodeto de potássio em água previamente fervida e resfriada. Transferir para
balão volumétrico de 500 mL, completar o volume com água fervida e resfriada e homogeneizar.

126 |
métodos Analíticos
7.9. Solução reagente de ácido clorídrico 1 mol/L
Medir 85 mL de ácido clorídrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, contendo
aproximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.10. Solução de ácido sulfúrico 100 g/L
Medir 5,6 mL de ácido sulfúrico e transferir para balão volumétrico de 100 mL, contendo
aproximadamente 70 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
7.11. Solução volumétrica padronizada de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
Pesar 24,82 g de tiossulfato de sódio penta hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio, dissolver
em béquer contendo aproximadamente 100 mL de água fervida e fria. Transferir quantitativa-
mente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água fervida e fria. Homo-
geneizar e estocar em frasco âmbar
Padronização: Pesar exatamente 0,123 g de dicromato de potássio previamente seco em estufa
a 105 °C por duas horas. Dissolver em Erlenmeyer de 250 mL com tampa, com aproximada-
mente 70 mL de água fervida e fria. Adicionar 2 g de iodeto de potássio e solubilizar. Adicionar
20 mL de solução de ácido clorídrico 1 mol/L. Tampar o Erlenmeyer e estocar imediatamente ao
abrigo da luz por 10 minutos. Titular gotejando a solução de tiossulfato de sódio penta hidratado
0,1 mol/L até aproximadamente 15 mL. Acrescentar 1 mL da solução indicadora de amido 1%
(m/v) e continuar a titulação até desaparecimento da coloração azul.

Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do dicromato de potássio, em g
6 Relação estequiométrica entre iodeto de potássio e dicromato de potássio
294,2 Massa molar do dicromato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.12. Solução indicadora de amido 1% (m/v)
Pesar 1g de amido e transferir para béquer de 250 mL. Adicionar aproximadamente 50 mL de
água e aquecer até ebulição. Esfriar. Transferir para balão volumétrico de 100 mL, completar o
volume com água e homogeneizar. Preparar momentos antes do uso.
7.13. Materiais usuais de laboratório

| 127
8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Estufa a 105 °C (precisão ± 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Moer e homogeneizar em almofariz se necessário.

10. Procedimento
10.1. Pesar 0,1 g da amostra previamente moída e homogeneizada. Transferir para Erlenmeyer
de 300 mL com tampa esmerilhada.
10.2. Adicionar 100 mL da solução de iodeto de potássio 100 g/L.
10.3. Adicionar 10 mL da solução de ácido sulfúrico 100 g/L.
10.4. Agitar até dissolução e deixar em repouso por 10 minutos ao abrigo da luz.
10.5. Titular lentamente com solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L até uma fraca coloração amarela.
10.6. Adicionar 1 mL da solução de amido 1% (m/v) recentemente preparada e continuar a
titulação até o desaparecimento da coloração azul.

11. Cálculos

Onde
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
M Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
m Massa da amostra, em g
0,02116 Equivalência molar entre tiossulfato de sódio 0,1 mol/L e iodo.
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• FARMACOPEIA PORTUGUESA VII. 2002. Método Iodo (I2), v.2. p.318

128 |
métodos Analíticos
35 - LIGNINA

1. Introdução
A lignina é uma macromolécula tridimensional amorfa, encontrada na maioria das plantas terres-
tres e que, associada à celulose na parede celular, tem como função conferir rigidez, impermeabilida-
de e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos aos tecidos vegetais. Na alimentação animal é
a fração não digestível das forrageiras e, quando a lignina está associada a carboidratos estruturais da
parede celular, reduz a digestibilidade destes pelos ruminantes. Desta maneira, a lignina não digeri-
da forma uma “barreira física” à digestão dos nutrientes contidos no interior das células.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável em forrageiras, produtos e subprodutos de origem vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.2. Solução de ácido sulfúrico 72%
Adicione 408 mL de água em um béquer de 2 L, em seguida, 666 mL de ácido sulfúrico con-
centrado. Adicione o ácido lentamente ao béquer com água.
Deixe esfriar a solução, em seguida transfira para um balão volumétrico de 1000 mL, previa-
mente pesado.
A massa da solução final, descontada a massa do balão, deve ser de 1634 g, com o menisco
do balão ajustado.

| 129
Caso o volume da solução se apresente com massa final superior ou inferior ao indicado,
deve-se proceder da seguinte maneira para corrigi-la:
• massa superior: retirar solução do balão e completar o volume com água para corrigir a
densidade para 1,634 g/cm3;
• massa inferior: retirar a solução e completar o volume com ácido sulfúrico para corrigir a
densidade para 1,634 g/cm3.
7.3. Béquer de 2 L
7.4. Bandeja de vidro
7.5. Dessecador com sílica gel
7.6. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução 0,0001 g)
8.2. Bomba de vácuo
8.3. Estufa de secagem à 105 ºC (precisão ± 5 ºC)
8.4. Mufla

9. Amostragem
Para esta análise, utiliza-se o resíduo da análise da FDA.

10. Procedimento
10.1. Utilizar o resíduo da determinação da FDA (Método n° 19) não incinerado.
10.2. Adicionar a solução de ácido sulfúrico a 72% em cadinhos alojados em bandejas de
vidro até cobrir a amostra.
10.3. Inserir um bastão de vidro em cada cadinho, que servirá para homogeneizar o produto
e acelerar a digestão.
10.4. Completar frequentemente o volume do cadinho, com solução de ácido sulfúrico a 72%
para que as amostras fiquem totalmente submersas, durante as 3 horas consecutivas da análise.
10.5. Após as 3 horas, filtrar sob vácuo até esgotar todo o ácido. Lavar abundantemente o ca-
dinho e o bastão de vidro com água fervente, até a retirada total do ácido, tanto do lado interno
como do externo, para evitar o acúmulo de resíduo ácido na amostra e no cadinho.
10.6. Levar os cadinhos para estufa a 105 °C, por no mínimo 4 horas. Esfriar em dessecador e pesar.
10.7. Após esse procedimento, levar os cadinhos a mufla para serem incinerados a 550-600 °C,
por 3 horas após atingir a temperatura.
10.8. Retirar os cadinhos da mufla a 250 °C, esfriar em dessecador e pesar.

130 |
métodos Analíticos
11. Cálculo



Onde:
A Massa do cadinho vazio, em g
B Massa do cadinho + lignina, em g
C Massa do cadinho + cinzas, em g
m Massa da amostra utilizada na extração do FDA, em g

12. Bibliografia
• SILVA, Dirceu Jorge. Análise de Alimentos – Métodos químicos e biológicos. 3. ed. 2006. p.
113-115

• PEREIRA, João Ricardo Alves; ROSSI JR., Paulo. Manual prático de avaliação nutricional de
alimentos. Piracicaba: FEALQ, s.d. p 5-6

• NUSSIO, Luiz Gustavo; NUSSIO, Carla Maris Bittar; CAMPOS, Fábio Prudêncio. Métodos
de Análises de Alimentos. Piracicaba: ESALQ/USP, 2002, p 45-46

| 131
36 - MANGANÊS POR COLORIMETRIA

1. Introdução
A determinação de Manganês por colorimetria é utilizada como alternativa à metodologia por
Espectrometria de Absorção Atômica.
Fundamenta-se na oxidação do manganês em meio ácido. O periodato oxida lentamente os sais
de manganês a permanganato, com coloração característica que é medida colorimetricamente.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método aplicável em sulfato de manganês e óxidos de manganês.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Ácido fosfórico (H3PO4)
7.3. Ácido nítrico (HNO3)
7.4. Metaperiodato de potássio (KIO4)
7.5. Sulfato de manganês mono hidratado (MnSO4.H2O)
7.6. Ampola padrão de manganês (1,000 ± 0,002 g). Utilizar para diluir e preparar a solução de
1,0 mg ou preparar a solução diretamente conforme abaixo.
7.7. Solução padrão de manganês 1 g/L
Pesar exatamente 0,3076 g de sulfato de manganês mono hidratado, solubilizar e transferir

132 |
métodos Analíticos
quantitativamente para balão volumétrico de 100 mL. Completar o volume e homogeneizar.
7.8. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Fotocolorímetro ou Espectrofotômetro
8.3. Placa aquecedora

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Confecção da Curva Padrão:
10.1.1. Transferir volumetricamente alíquotas de 0,5 mL; 1,0 mL; 2,0 mL e 3,0 mL da solução
padrão de 1,0 mg para béquer de 600 mL. Preparar um branco com todos os reagentes utilizados
no preparo da curva, exceto a solução padrão.
10.1.2. Adicionar em cada alíquota 100 mL de água, 10 mL de ácido nítrico, 10 mL de ácido
fosfórico e 0,5 g de metaperiodato de potássio.
10.1.3. Ferver por 10 minutos até que a solução adquira coloração semelhante à do permanganato.
10.1.4. Esfriar e transferir para balão volumétrico de 200 mL, completar o volume e homogeneizar.
10.1.5. Fazer as leituras em absorbância após zerar com o branco, usando 530 nm de compri-
mento de onda ou o estabelecido por meio de varredura.
Nota: A linearidade deverá ser avaliada, devendo estar idealmente o mais próximo possível de
1,000. A equação da reta poderá ser estabelecida para cálculo dos resultados.
10.2. Procedimento analítico
A alíquota a ser tomada da solução a ser analisada deverá estar na faixa da curva padrão.
10.2.1. Pesar 0,5 g da amostra previamente moída e homogeneizada. Transferir para béquer
de 250 mL.
10.2.2. Adicionar 8 mL de ácido clorídrico, aquecer em placa aquecedora e evaporar até
quase secura.
10.2.3. Dissolver em água e transferir quantitativamente para balão volumétrico de 500 mL,
completar o volume e homogeneizar. Filtrar, desprezando os primeiros 10 mL.
10.2.4. Retirar do filtrado uma alíquota de 5 mL, transferir para béquer de 600 mL e prosseguir
conforme os passos 10.1.2, 10.1.3, 10.1.4 e 10.1.5.

| 133
11. Cálculos

Onde:
C Concentração de manganês na alíquota, em mg
LA Leitura da amostra (abs ou T)
LP Leitura do padrão (abs ou T)
VP Valor do padrão de trabalho (mg)
Vb Volume do balão inicial, em mL
m Massa da amostra, em g
Va Volume da alíquota, em mL

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 917.04 – Manganese (acid-solu-
ble) in animal feed, colorimetric method (4.8.12)

134 |
métodos Analíticos
37 - MATÉRIA INSAPONIFICÁVEL

1. Introdução
Matéria insaponificável são substâncias que frequentemente se encontram dissolvidas nas gor-
duras e óleos e que não podem ser saponificadas por tratamento usual com soda (NaOH), mas
são solúveis em solventes normais para gorduras e óleos. Incluem-se neste grupo de componen-
tes, alcoóis alifáticos de alto peso molecular, esteróis (sitosterol, colesterol, tocoferóis), pigmen-
tos e hidrocarbonetos.
Geralmente os níveis encontrados e aceitáveis são:
• Teor em óleos vegetais – em geral, entre 1 a 2%.
• Óleo de abacate: até 7% (avocatinas).
• Óleo de café: até 12% (alcoóis diterpênicos).

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
O método é aplicável a gorduras e óleos animais e vegetais, não sendo adequado para gordu-
ras e óleos contendo quantidade excessiva de matéria insaponificável, como os óleos marinhos.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Álcool etílico 95% (C2H5OH).
7.2. Éter de petróleo
7.3. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.4. Hidróxido de potássio (KOH)

| 135
7.5. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.6. Solução reagente de hidróxido de potássio 50% (p/v)
Dissolver 100 g de hidróxido de potássio em água, esfriar e completar o volume para 200 mL.
7.7. Solução volumétrica padronizada de hidróxido de sódio 0,02 mol/L
Pesar cerca de 0,820 g de hidróxido de sódio e dissolver em água. Transferir quantitativamen-
te para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar 0,080 g de biftalato de potássio previamente seco em estufa a 105 °C por
duas horas. Dissolver em Erlenmeyer com aproximadamente 75 mL de água. Adicionar 4 gotas
de solução indicadora de fenolftaleína e titular gotejando a solução de hidróxido de sódio 0,02
mol/L até coloração levemente rósea.

Cálculo da molaridade real

Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio
m Massa do biftalato de potássio, em g
204,23 Massa molar do biftalato de potássio
V Volume da solução de hidróxido de sódio 0,02 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

7.8. Álcool etílico 95% neutralizado
O álcool etílico 95% neutralizado deve ser preparado momentos antes do uso.
Manter o frasco de álcool etílico 95% bem fechado para evitar a formação de ácido carbônico.
Adicionar 4 gotas de solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v) e com agitação constante,
gotejar a solução de hidróxido de sódio 0,02 mol/L até coloração levemente rósea.
7.9. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Dissolver 1,0 g de fenolftaleína em aproximadamente 60 mL de álcool etílico. Transferir para
balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.10. Solução de álcool etílico 10% (v/v)
Misturar 10 mL de álcool etílico 95% em 90 mL de água
7.11. Bureta (div. 0,05 mL)
7.12. Condensador de refluxo
7.13. Erlenmeyer ou balão Soxhlet de 250 mL

136 |
métodos Analíticos
7.14. Funil de separação de 500 mL
7.15. Papel de filtro qualitativo
7.16. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Banho termostático (60-70 °C)
8.3. Estufa de secagem com circulação de ar forçada 100 °C (precisão ± 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Fazer um branco sem a presença de óleo ou gordura e proceder da mesma maneira que a amostra.
10.1. Pesar em Erlenmeyer ou balão Soxhlet, 5 g da amostra bem homogeneizada.
10.2. Adicionar 30 mL de álcool etílico 95% e 5 mL da solução de hidróxido de potássio
50% (p/v). Aquecer suavemente, mas de modo constante, sob refluxo durante uma hora ou até
completa saponificação. Saponificação completa (quando a fase líquida transforma-se em pasta)
é essencial.
10.3. Adicionar 40 mL de álcool etílico 95% e 40 mL de água previamente fervida e resfriada
até aproximadamente 50 °C para solubilizar a amostra saponificada.
10.4. Transferir a amostra fria para um funil de separação de 500 mL, lavando as paredes do
recipiente com pequenas porções de éter de petróleo, para retirada de toda a amostra.
10.5. Adicionar 50 mL de éter de petróleo. Agitar antes de tampar o funil de separação para a
liberação dos gases e, após tampar, agitar vigorosamente durante 1 minuto. Deixar em repouso
até que as fases se separem.
10.6. Recolher a camada inferior em béquer para nova extração e transferir a camada superior
para um segundo funil de separação.
10.7. Retornar a fase inferior para o primeiro funil de separação e repetir os itens 10.5 e 10.6
por mais 6 vezes, juntando as fases superiores no segundo funil.
10.8. Lavar os extratos combinados no segundo funil de separação no mínimo 5 vezes, com
porções de 25 mL de solução de álcool etílico 10% (v/v), agitando vigorosamente e desprezando
a camada alcoólica (inferior). Esta etapa é importante, pois indica a presença de hidróxido de
potássio residual o qual afeta a etapa de titulação. A lavagem com álcool etílico 10% (v/v) deve
ser realizada até que a solução de lavagem não apresente mais coloração rosa após a adição de

| 137
uma gota de solução alcoólica indicadora de fenolftaleína.
10.9. Transferir a fração etérea (superior), filtrando sobre papel de filtro para balão Soxhlet ou
Erlenmeyer previamente tarado. Lavar o papel de filtro com porções de éter de petróleo.
10.10. Recuperar o éter de petróleo em conjunto Soxhlet e evaporar o solvente remanescente
em banho termostático. Completar a secagem em estufa com circulação de ar forçada a 100 °C
por uma hora. Esfriar em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente e pesar. Repetir
a operação de secagem durante 30 minutos até peso constante.
10.11. Após a pesagem, dissolver o resíduo em 50 mL de álcool etílico neutralizado. À tempe-
ratura aproximada de 50 °C, titular com solução de hidróxido de sódio 0,02 mol/L até coloração
rósea, usando solução alcoólica indicadora de fenolftaleína.

11. Cálculos

Onde
A Massa do resíduo obtido após a secagem, em g
B Massa do ácido graxo determinado por titulação, em g. Fazer conversão conforme
abaixo, antes de fazer o cálculo da matéria insaponificável:
Peso ácidos graxos (g) = mL gasto da solução de hidróxido de sódio
0,02 mol/L x MR x 0,0056
C Massa do branco determinado por titulação, em g
m Massa da amostra, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.: Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 606-608

• AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY (AOCS). Official and recommended practices. 5th.
ed, 2003 second printing method Ca 6a-40

138 |
métodos Analíticos
38 - MATÉRIA PRÉ-SECA

1. Introdução
Matéria seca é a fração do alimento excluída a umidade natural deste.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Deve-se levar em consideração que se forem realizadas determinações na amostra pré-seca,
como proteína bruta, fibra bruta, extrato etéreo, matéria mineral, macro e microminerais, entre
outras, os resultados deverão ser expressos com a observação “resultados obtidos em matéria
pré-seca”, se assim forem divulgados.

3. Escopo
Aplicável a produtos ou subprodutos de origem animal e vegetal que apresentem teores eleva-
dos de umidade, impossibilitando determinados procedimentos analíticos na amostra in natura
ou quando ocorrem alterações de nutrientes ou perdas em condições ambientes.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Massa da bandeja refere-se à massa da bandeja de alumínio vazia.

6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Bandejas de alumínio ou recipiente adequado à temperatura de trabalho

8. Equipamentos
8.1. Balança semi-analítica (resolução de 0,01 g)
8.2. Estufa de secagem com renovação e circulação forçada de ar 55 ºC (precisão ± 5 ºC)

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9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Forragens verdes, silagens e tubérculos devem ser cortados com instrumento inoxidável, antes
da pré-secagem.

10. Procedimento
10.1. Pesar aproximadamente 300g de amostra, dispondo-a de forma homogênea em reci-
piente previamente tarado.
10.2. Colocar em estufa a 55 ºC por um período de 48 a 72 horas ou até que o material apre-
sente consistência quebradiça, permitindo a moagem.
10.3. Retirar da estufa e deixar esfriar a temperatura ambiente
10.4. Pesar o conjunto recipiente + amostra seca.

11. Cálculos

Onde:
A Massa do recipiente + amostra após secagem, em g
B Massa do recipiente, em g
C Massa da amostra, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• SILVA, Dirceu Jorge, QUEIROZ, Augusto César de. Análise de Alimentos – Métodos Quími-
cos e Biológicos. 3.ed. Viçosa: Ed. UFV, 2006. p. 23-29

140 |
métodos Analíticos
39 - MICOTOXINAS (AFLATOXINAS B1, B2, G1 E G2,
OCRATOXINA, ZEARALENONA E ESTERIGMATOCISTINA

1. Introdução
Micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por alguns fungos denominados de fungos
toxigênicos, sendo os principais representantes os dos gêneros Aspergillus, Penicillium e Fusa-
rium, que infectam produtos e subprodutos agrícolas.
Estas toxinas são carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas e, dependendo da dosagem,
causam doenças ou mesmo a morte quando ingeridas pelo homem ou pelos animais domésticos.
As Micotoxinas não são completamente removidas por processos de descontaminação industrial, por
isso a importância do controle de qualidade. Entre as principais micotoxinas de interesse na área de ali-
mentos citamos: aflatoxinas, patulina, ocratoxina, zearalenona, tricotecenos, fumonisinas entre outras.
As Micotoxinas determinadas por este método são:
Aflatoxinas: produzidas por fungos do gênero Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus. Estes
fungos produzem vários tipos de Aflatoxinas como B1, B2, G1, G2 e M1, entretanto, a Aflatoxina
B1 é a mais freqüente de todas e a mais potente em toxicidade. A aflatoxina M1 é derivada da
ingestão de aflatoxina (B1, B2, G1, G2) ela é encontrada no leite e seus derivados.
Porcentagem de Toxicidade das Aflatoxinas:
Aflatoxina B1 tem 100%;
Aflatoxina B2 tem 50%;
Aflatoxina G1 tem 25%;
Aflatoxina G2 tem 12,5%;
Esterigmatocistina: produzida por fungo do gênero Aspergillus versicolor e Aspergillus nidulans.
Ocratoxina: produzida por fungo do gênero Aspergillus ochraceus e várias espécies do fungo
Penicillium, somente a Ocratoxina A é de importância toxicológica.
Zearalenona: é uma micotoxina estrogênica produzida pelo fungo do gênero Fusarium grami-
nearum e Fusarium moniliforme.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança e manu-
seio dos produtos químicos e padrões de toxinas.
O material contaminado deve ser tratado com hipoclorito de sódio a 5% (v/v) e acetona antes
de ser descartado e lavado. Enxaguar bem todo o material para que não fique nenhum resíduo
oxidante utilizado. Como alternativa, deixar o material contaminado pelo período de 30 minu-
tos em solução de hidróxido de sódio a 5% (m/v).

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3. Escopo
Aplicável em milho, amendoim, trigo, triticale, cevada, centeio, farelos, canjicas, quireras,
farinhas, rações e outros tipos de alimentos destinados para consumo humano ou animal.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Rf – Tempo de retenção
AFB – Aflatoxina B
AFG – Aflatoxina G

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Acetato de etila (CH3COOC2H5)
7.2. Acetona (CH3COCH3)
7.3. Ácido fórmico (CH2O2)
7.4. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.5. Ácido trifluoracético (C2HF3O2)
7.6. Álcool etílico (C2H5OH)
7.7. Álcool metílico (CH3OH)
7.8. Cloreto de alumínio (AlCl3.6H2O)
7.9. Cloreto de potássio KCl
7.10. Clorofórmio (CHCl3)
7.11. Dicromato de potássio (K2Cr2O7)
7.12. Padrões para Aflatoxinas, Ocratoxina, Esterigmatocistina e Zearalenona (Diluídos)
7.13. Sulfato de amônio ((NH4)2SO4)
7.14. Sulfato de cobre penta hidratado (CuSO4.5H2O)
7.15. Sulfato de sódio anidro (Na2SO4)
7.16. Terra diatomácea
7.17. Toluol (C6H5CH3)
7.18. Solução de ácido sulfúrico 0,009 mol/L
Pipetar 1 mL de ácido sulfúrico para balão volumétrico de 2000 mL e completar o volume com água.

142 |
métodos Analíticos
7.19. Solução A (dicromato de potássio 0,25 mM)
Pesar aproximadamente 0,078 g de dicromato de potássio previamente seco e dissolver em
1000 mL de ácido sulfúrico 0,009 mol/L.
7.20. Solução B (dicromato de potássio 0,125 mM)
Pipetar 25 mL da solução A, transferir para um balão de 50 mL e completar o volume com
solução de ácido sulfúrico 0,009 mol/L.
7.21. Solução C (dicromato de potássio 0,0625 mM)
Pipetar 25 mL da solução B, transferir para balão de 50 mL e completar o volume com solução
de ácido sulfúrico 0,009 mol/L.
7.22. Solução de cloreto de potássio 4% (m/v)
Pesar 40 g de cloreto de potássio e diluir com água em balão volumétrico de 1000 mL.
7.23. Solução de sulfato de amônio 30% (m/v)
Pesar 300 g de sulfato de amônio e diluir com água em balão volumétrico de 1000 mL.
7.24. Solução de sulfato de cobre penta-hidratado 10% (m/v)
Pesar 100 g de sulfato de cobre penta-hidratado e diluir com água em balão volumétrico de 1000 mL.
7.25. Solução de ácido sulfúrico 20% (v/v)
Adicionar cuidadosamente 20 mL de ácido sulfúrico concentrado em um béquer contendo 50 mL
de água. Após esfriar, transferir para balão volumétrico de 100 mL e completar o volume com água.
7.26. Solução de álcool etílico 74% (v/v)
Medir 74 mL de álcool etílico, transferir para balão de 100 mL e completar o volume com água.
7.27. Solução de cloreto de alumínio 20% (m/v)
Pesar 20 g de cloreto de alumínio e dissolver em balão volumétrico de 100 mL com álcool etílico a 74%.
7.28. Cromatofolhas ou cromatoplacas de sílica gel 20x20 cm e 0,25 mm de espessura
7.29. Cuba com tampa para cromatografia em camada delgada
7.30. Frasco âmbar (≅ 20 mL)
7.31. Funil de separação tipo pera de 500 mL
7.32. Lã de vidro
7.33. Micropipeta
7.34. Microseringa
7.35. Nebulizador de vidro de 150 mL (Sistema com ar comprimido ou semelhante)
7.36. Papel de filtro qualitativo
7.37. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)

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8.2. Banho-maria
8.3. Câmara Escura - Luz Ultra Violeta 366 nm
8.4. Espectrofotômetro UV/VIS
8.5. Liquidificador
8.6. Ultra-Som

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Procedimento de verificação:
10.1.1. Avaliação de desempenho espectrofotômetro
10.1.1.1. Ler as absorbâncias das soluções 0,25 / 0,125 e 0,065 mM de dicromato de potássio a
350 nm, usando como branco a solução de ácido sulfúrico 0,009 mol/L. Em seguida, calcular separa-
damente a absortividade molar de cada uma das soluções e o fator de correção do espectrofotômetro.
Cálculo:

Absortividade molar

Onde:
A Absorbância das soluções de dicromato de potássio, calculadas separadamente.
C Concentração das soluções de dicromato de potássio em mM
Tirar a média dos 3 valores de absortividade molar:

Absortividade molar média

Onde:
εa Absortividade molar da solução de dicromato de potássio 0,25 mM
εb Absortividade molar da solução de dicromato de potássio 0,125 mM
εc Absortividade molar da solução de dicromato de potássio 0,065 mM

Determinar o fator de correção (CF) para o espectrofotômetro substituindo na equação:

144 |
métodos Analíticos
Onde:
3160 Valor de absortividade molar para soluções de dicromato de potássio.
_
ε Absortividade molar média

O intervalo de aceitabilidade do fator de correção (CF) é o obtido entre 0,95 e 1,05. Se o valor
do fator de correção estiver fora do intervalo aceitável, testar novamente o aparelho. Se o valor
persistir, o aparelho está descalibrado e necessita de reparo técnico.
10.1.2. Checagem da concentração de micotoxinas
10.1.2.1. Dissolução dos padrões de micotoxina em solventes:

Faixa de Comprimento Absortividade Peso


Micotoxinas Conc. Ideal Solvente de onda molar (ε) molecular
(µg/ml) (λ) nm (g/mol)

Aflatoxina B1 8 -10 1 360 21800 312


2 353 19300
5 350 20600
6 350 19100
7 345 20300
1 362 24000
Aflatoxina B2 8 -10 21000 314
2 355
Aflatoxina G1 8 -10 2 355 16400 328

Aflatoxina G2 8 -10 2 357 18300 330


Ocratoxina A 40 –70 3 333 5550 403,8

40 - 70 4 317 6060
Zearalenona 1 314 6000 318

Esterigmatocistina 20 - 40 1 318 15200 324

Solvente 1 = metanol
Solvente 2 = tolueno-acetonitrila (9+1)
Solvente 3 = benzeno-ácido acético (99+1)
Solvente 4 = benzeno
Solvente 5 = clorofórmio
Solvente 6 = tolueno
Solvente 7 = heptano

10.1.2.2. Após a dissolução dos padrões de micotoxinas em seus respectivos solventes, ler
as absorbâncias nos comprimentos de onda de máxima absorção, e a concentração, usando os
dados fornecidos na tabela acima, através do seguinte cálculo:

Micotoxina (µg/mL)

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Onde:
A Absorbância
CF Fator de correção do aparelho
PM Peso molecular da micotoxina
ε Absortividade molar da micotoxina

10.1.3. Procedimento analítico


10.1.3.1. Pesar 50 g de amostra moída e bater no liquidificador por 5 minutos com 270 mL
de álcool metílico e 30 mL de solução cloreto de potássio 4% (m/v).
10.1.3.2. Filtrar qualitativamente toda a amostra e retirar, utilizando proveta, 150 mL do fil-
trado. Transferir para um béquer de 600 mL. Adicionar 150 mL de sulfato de amônio 30% (ou
solução de sulfato de cobre 10%) e 10g de terra diatomácea, misturar com um bastão de vidro
e filtrar qualitativamente.
Nota: para feijão, arroz e amendoim, use como clarificante a solução de cobre 10% e para
milho e mandioca, a solução de sulfato de amônio 30%.
10.1.3.3. Retirar 150 mL do filtrado e transferir quantitativamente com 150 mL de água e 10
mL de clorofórmio para um funil de separação de 500 mL.
10.1.3.4. Agitar cuidadosamente por 3 minutos (abrindo a torneira do funil para aliviar o gás
formado) e deixar separar as fases.
10.1.3.5. Recolher a fase do clorofórmio em um béquer de 50 mL. Repetir a extração com
mais 10 mL de clorofórmio. Recolher a fase clorofórmica no mesmo béquer e homogeneizar. Re-
tirar uma alíquota de 10 mL e passar em um funil contendo algodão e sulfato de sódio. Receber
em um béquer de 50 mL ou frasco âmbar, lavar o funil com pequenas porções de clorofórmio
(+/- 10 mL). Em seguida, levar para evaporar o clorofórmio em banho-maria.
10.1.3.6. Diluir o produto da evaporação em clorofórmio de acordo com a conveniência (normalmen-
te 300 µL), utilizando micropipeta. Preferencialmente dissolver em ultrassom por cerca de 30 segundos.
10.1.4. Triagem das micotoxinas
10.1.4.1. Aplicar 4 vezes na cromatoplaca 3, 5 ou 7µL do extrato da amostra, utilizando micro-
seringa. Sobre uma das alíquotas, aplicar uma quantidade adequada dos padrões, geralmente 1µL.
10.1.4.2. Colocar a cromatofolha em cuba de vidro, contendo a fase móvel tolueno-acetato de
etila-ácido fórmico (60:40:10).
10.1.4.3. Deixar eluir até restar aproximadamente 1 cm para atingir a borda superior da placa.
10.1.4.4. Retirar da cuba e deixar evaporar em capela.
10.1.4.5. Observar a placa em câmara escura e lâmpada UV a nível qualitativo, para verificar
presença de aflatoxina e ocratoxina.

146 |
métodos Analíticos
10.1.4.6. Em seguida, nebulizar a placa com cloreto de alumínio 20% e levar à estufa 105 °C
por 3 minutos.
10.1.4.7. Decorrido o tempo de 3 minutos, observar novamente sob lâmpada UV a possível
presença das toxinas zearalenona e esterigmatocistina.
10.1.5. Quantificação
10.1.5.1. Aplicar, separadamente para cada micotoxina, volumes correspondentes a 3, 5, 7 e
10 µL do extrato da amostra e do padrão.
10.1.5.2. Para quantificação de aflatoxinas, desenvolver as placas em acetona-clorofórmio (10:90).
10.1.5.3. Para quantificação de ocratoxina A desenvolver as placas em tolueno-acetato de
etila-ácido fórmico (50:40:10).
10.1.5.4. Para quantificação de zearalenona e esterigmatocistina, desenvolver as placas em
tolueno-acetato de etila-ácido fórmico (60:40:10), seguida de pulverização com solução de clo-
reto de alumínio 20%.
10.1.5.5. Comparar a intensidade de fluorescência da mancha da micotoxina da amostra com
as do padrão e determinar qual das manchas da amostra corresponde a uma das do padrão. Se a
intensidade da fluorescência da mancha de menor volume da amostra for maior que a do padrão,
a amostra deverá ser diluída e recromatografada.
10.1.6. Testes confirmatórios para aflatoxinas
10.1.6.1. A confirmação da micotoxina analisada poderá ser realizada da seguinte maneira:
10.1.6.1.1. Reação com ácido sulfúrico: Pulverizar a placa com solução de ácido sulfúrico
20% (v/v). Deixar secar e observar sob lâmpada UV. A fluorescência da aflatoxina muda de azul
(AFB) ou verde (AFG) para amarelo. Este teste somente confirma a ausência de aflatoxinas.
10.1.6.1.2. Reação com TFA (ácido trifluoroacético): Marcar uma placa, verticalmente, divi-
dindo-a em duas regiões e em cada uma delas cromatografar dois pontos da amostra e dois do
padrão. Em uma das regiões sobrepor 1 µL da solução de TFA em um dos pontos da amostra
e em um dos pontos dos padrões (em cima do spot de B1). Aquecer a placa por 10 minutos a
(35-40) ºC e desenvolver o cromatograma com clorofórmio-acetona (85:15 ou 9:1). Examinar
a placa sob lâmpada UV. A aflatoxina com TFA aparecerá em 1/3 do Rf da aflatoxina original.
10.1.6.1.3. Testes confirmatórios para ocratoxina A:
a) mudança da fase móvel para hexano-acetato de etila-ácido acético (10:30:10);
b) reação química: expor a placa com a mancha suspeita de conter ocratoxina A ao vapor de
amônia. A fluorescência da ocratoxina A na luz UV passa de verde para azul brilhante com au-
mento da sua intensidade.

| 147
11. Cálculo

Conc. Micotoxina

Onde:
Conc Pd Concentração do padrão, em µg/mL
Vol apl Pd Volume aplicado do padrão, em µL, comparado com aquele que asse-
melha ao da amostra
Dil final do extrato Diluição final do extrato feita com clorofórmio, em µL, depois da evaporação
Vol apl am Volume aplicado da amostra, em µL, comparado com aquele que asse-
melha ao do padrão
massa am Massa da amostra na partição, em g

12. Bibliografia
• AMAYA, Délia B. Rodrigues; SOARES, Lúcia Valente. Screening and quantification of ochratoxin
A in corn, peanuts, beans, rice and cassava. J. Assoc. Off. Anal. Chem., 1985. v. 68 p. 1128-1130.

• AMAYA, Délia B. Rodrigues; SOARES, Lúcia Valente. Survey of Aflatoxins, Ochratoxin A,


Zearalenone and Sterigmatocystin in Some Brazilian Foods by using Multi-toxins thin-layer chro-
matografic Method. J. Assoc. Off. Anal. Chem., 1989. v. 72. p. 22-26.

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. ed.


2005. método 407/IV.

148 |
métodos Analíticos
40 - MINERAIS E CONTAMINANTES INORGÂNICOS POR
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA (EAA)

1. Introdução
Baseia-se na extração, por calcinação e/ou digestão ácida, do elemento mineral contido na amostra
e a determinação da sua concentração por meio da técnica de espectrometria de absorção atômica.
A espectrometria de absorção atômica é o processo que ocorre quando átomos gasosos no
estado fundamental absorvem luz de um comprimento de onda específico e são elevados a um
estado mais elevado de energia. A energia resultante da transição dos elétrons entre os diferentes
níveis de energia pode ser quantificada.
A emissão atômica utiliza a medição quantitativa da emissão óptica de átomos excitados para
determinar a concentração da substância a ser analisada. Os átomos do analito na solução são aspi-
rados na região de excitação onde são dissolvidos, vaporizados e atomizados por uma chama, des-
carga ou plasma. Estas fontes de atomização a altas temperaturas fornecem energia suficiente para
promover os átomos a altos níveis de energia. Os átomos voltam a níveis mais baixos emitindo luz.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Para esta técnica, recomenda-se utilizar água de alta pureza (condutividade < 2 µS), bem
como reagentes de alta pureza.

3. Escopo
Método aplicável para determinação de cálcio, magnésio, sódio, potássio, cobalto, cobre, zin-
co, ferro, manganês, níquel, cromo, cádmio e chumbo em ingredientes minerais e suas misturas,
produtos ou subprodutos de origem animal e vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Não aplicável.

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7. Reagentes e Materiais
Podem-se usar padrões diluídos certificados (ampolas ou similar) para preparação dos pontos da
curva analítica. Recomenda-se utilizar a solução matriz de 1000 mg/L (solução estoque) para preparar
a solução padrão intermediária (100 mg/L) e a partir desta, preparar as soluções de trabalho.
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Trióxido de lantânio (La2O3)
7.3. Solução de ácido clorídrico 1+3 (v/v)
Adicionar uma parte de ácido clorídrico sobre três partes de água e homogeneizar.
7.4. Solução supressora de trióxido de lantânio 50 g/L
Pesar 58,65 g de trióxido de lantânio. Sob refrigeração, lenta e cuidadosamente, adicionar
250 mL de ácido clorídrico. Esfriar, transferir para balão volumétrico de 1000 mL e completar o
volume com água. Homogeneizar.
NOTA: por questão de segurança, poderá ser utilizado este volume de ácido clorídrico pre-
viamente diluído em água.
7.5. Solução matriz do elemento - 1000 mg/L
Preparar através de ampola padrão, padrões primários ou similares do elemento de interesse.
Solução padrão pronta poderá ser adquirida, preferencialmente com certificado.
Seguir orientações do fabricante, quando aplicável.
7.6. Solução padrão intermediária do elemento - 100 mg/L
Solução padrão pronta poderá ser adquirida, preferencialmente com certificado. Partindo da
matriz de 1000 mg/L, realizar diluição proporcional de 1:10. Transferir para balão volumétrico,
completar o volume com água e homogeneizar. Armazenar em frasco de polietileno.
7.7. Soluções padrões de trabalho
Pipetar da solução padrão intermediária 100 mg/L do elemento e transferir para balões volu-
métricos, pelo menos 3 diferentes alíquotas, estabelecidas de acordo com a faixa ótima de traba-
lho do equipamento, conforme orientação do fabricante. Pode-se usar a seguinte equação para
calcular o volume a pipetar, para as soluções de trabalho desejadas:

NOTA: Partindo da solução de 100 mg/L e utilizando balão final de 100 mL, os volumes a
pipetar serão iguais aos valores desejados.

Adicionar 5 mL da solução de ácido clorídrico 1+3 (v/v) a cada balão de 100 mL, ou na pro-
porção para atingir concentração final de aproximadamente 10 mL/L do ácido.

150 |
métodos Analíticos
Para determinação de cálcio, magnésio e sódio, adicionar 10 mL da solução supressora trióxido de lantânio
50 g/L ou outra indicada pelo fabricante do equipamento. Completar os volumes com água e homogeneizar.
7.8. Branco
Adicionar 5 mL da solução de ácido clorídrico 1+3 (v/v) em balão de 100 mL, ou na proporção
para atingir concentração final de aproximadamente 10 mL/L do ácido. Para determinação de
cálcio, magnésio e sódio, adicionar 10 mL da solução supressora trióxido de lantânio 50 g/L ou
outra indicada pelo fabricante do equipamento. Completar o volume com água e homogeneizar.
7.9. Cadinho de porcelana ou quartzo de 50 mL
7.10. Pipetas volumétricas, preferencialmente micro pipetas
7.11. Papel de filtro qualitativo
7.12. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança Analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Espectrofotômetro de absorção atômica (EAA)
8.3. Forno Mufla
8.4. Placa Aquecedora

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Desenvolver paralelamente uma prova em branco e amostra de verificação.
10.1. Para ingredientes e misturas minerais
De acordo com a concentração estimada do mineral/contaminante inorgânico na amostra,
pesar de 0,5 a 5,0 g.
10.2. Para produtos e subprodutos de origem animal e vegetal, rações e concentrados, proce-
der conforme o item 10.1, porém, realizar a pesagem da amostra em cadinho de porcelana ou
quartzo e calcinar por quatro horas a 550 ºC.
10.3. Transferir a massa pesada em 10.1 ou a matéria mineral obtida em 10.2 após a calcina-
ção, para béquer ou Erlenmeyer e adicionar 50 mL de solução de ácido clorídrico 1+3.
NOTA: usar a solução de ácido clorídrico 1+3 para transferir a matéria mineral obtida em 10.2.
10.4. Levar à placa aquecedora, aquecer e reduzir a até 1/3 do volume inicial.
10.5. Transferir para balão volumétrico de capacidade adequada. Lavar o material com por-
ções de água até a completa transferência da amostra.

| 151
10.6. Completar o balão com água e homogeneizar. Filtrar, se necessário, em papel de filtro qualitativo.
10.7. Fazer outras diluições, se necessário, adequando a concentração do elemento na amos-
tra à curva padrão previamente estabelecida.
NOTA: igualar a adição de ácido clorídrico entre os padrões e a amostra.
Para as determinações de cálcio, magnésio e sódio, adicionar 10 mL de trióxido de lantânio
50 g/L ou outra indicada pelo fabricante do equipamento nas soluções finais do branco, padrões
e amostras. Completar o volume com água e homogeneizar.
10.8. Colocar o EAA (combinação de gases, queimador, lâmpada, comprimento de onda, fenda, chama
adequada, etc.) nas condições operacionais para determinação do elemento, conforme orientação do fabricante.
10.9. Calibrar o aparelho com o branco e os padrões. Conferir a calibração, mediante a leitura
da amostra de verificação.
10.10. Fazer a leitura da concentração da amostra.

11. Cálculos
Mineral / Contaminante inorgânico

Mineral / Contaminante inorgânico

Onde:
C Concentração do elemento na solução da amostra, em mg/L
V Volume do balão inicial da solução da amostra, em mL
m Massa da amostra, em g
FD Fator de diluição (volume do 2º. balão / alíquota, ambos em mL)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. ed., 2005. p. 740.

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 968.03 – Minerals in animal
feed and pet food – atomic absorption spectrophotometric method (4.8.02)

• VOGEL, Arthur Israel. Análise química quantitativa. 5. ed, 1992. p. 646-654

• ASSUMPÇÃO, Rosely M. Viegas; MORITA, Tokio. Manual de Soluções Reagentes e Solventes


– padronização, preparação, purificação. 2. ed., 1972. p. 399, 414.

152 |
métodos aNALÍTICOS
41 - MINERAIS POR ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓPTICA
POR PLASMA INDUTIVAMENTE ACOPLADO (ICP-OES)

1. Introdução
Mineral em nutrição animal refere-se a substâncias de origem inorgânica que são constituintes
do organismo e são responsáveis por diversas funções metabólicas e muitas vezes essenciais de
acordo com sua concentração no corpo do animal.
Os elementos minerais são classificados em dois grupos principais:
Macrominerais: Estão presentes em maior quantidade na dieta (cálcio, magnésio, fósforo, po-
tássio, sódio, cloro e enxofre).
Microminerais: presentes em menor quantidade (cobre, cobalto, cromo, estanho, ferro, flúor, iodo,
manganês, molibdênio, níquel, selênio, silício, vanádio e zinco).
Todos esses minerais têm exigências específicas pelo animal e estão relacionados com a estrutura, meta-
bolismo, produção de enzimas e envio de sinais entre diferentes células do organismo. Além dessas exigên-
cias individuais, existem relações entre eles que devem ser levadas em consideração, como por exemplo,
no caso do cálcio e fósforo não fítico (disponível), que devem apresentar uma relação aproximada de 2:1
na dieta. O desbalanço pode, às vezes, interferir na absorção de um mineral em outro e ocasionar prejuízos.
A análise desses minerais pela técnica de espectrometria de emissão óptica (ICP-OES) consiste numa
prévia digestão ácida da matriz a ser analisada e introdução em uma fonte de plasma indutivamente aco-
plado. O extrato líquido proveniente da digestão é transformado em aerossol e transportado ao plasma
gerado por uma fonte de argônio à alta temperatura (7.000 a 10.000 K) por radiofrequência. Os elementos
presentes na amostra são atomizados e ionizados, onde irão emitir radiação em diferentes comprimentos
de onda. As radiações emitidas são separadas por sistemas ópticos e têm suas intensidades medidas por de-
tectores que correlacionam a concentrações definidas em curvas de calibração obtidas por prévia medição.
OBSERVAÇÃO: Este método abrange dois diferentes tipos de digestão: via vaso aberto (aque-
cimento por chapa) e vaso fechado (microondas).

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manu-
seio dos produtos químicos e dos equipamentos.
Para esta técnica, recomenda-se utilizar água de alta pureza (condutividade < 0,1 µS/cm-1),
bem como reagentes com alto grau de pureza.
Para este método, recomenda-se o uso de ácido nítrico ou uma mistura de ácido nítrico e clorí-
drico na proporção aproximada de 1:1 para a digestão ácida das amostras, seja ela feita via chapa
aquecedora (vaso aberto) ou por microondas (vaso fechado), visto que o ácido nítrico possui alto

| 153
poder de oxidação e consegue solubilizar grande parte dos elementos analisados, transformando-os
em nitratos que são totalmente estáveis em água. Por outro lado o ácido clorídrico, apesar de agir de
maneira semelhante, é incompatível com o cobre e o chumbo, formando cloretos insolúveis em água.
É sugerido o uso de soluções padrões primárias, rastreáveis metrologicamente e de concentra-
ção de 1000 mg/L ou equivalente.

3. Escopo
Método aplicável para determinação de cálcio, magnésio, sódio, potássio, cobalto, cobre, zin-
co, ferro, manganês, fósforo, cádmio, arsênio, selênio, chumbo e cromo em ingredientes minerais
e suas misturas, produtos ou subprodutos de origem animal e vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Ácido nítrico (HNO3)
7.3. Peróxido de hidrogênio (H2O2)
7.4. Soluções padrão elementares de 1000 mg/L
7.5. Solução de ácido clorídrico 50% (v/v)
Misturar uma parte de ácido clorídrico concentrado em uma parte de água ultrapura.
7.6. Solução de ácido nítrico 50% (v/v)
Misturar uma parte de ácido nítrico concentrado em uma parte de água ultrapura.
7.7. Solução de ácido nítrico 50% / ácido clorídrico 50% (1:1)
Misturar uma parte de solução de ácido nítrico 50% e uma parte de solução de ácido clorídrico 50%.
7.8. Solução de ácido nítrico 10% (v/v)
uma parte de ácido nítrico concentrado para dez partes de água ultrapura.
7.9. Papel de filtro quantitativo
7.10. Cadinho de porcelana
7.11. Materiais usuais de laboratório

154 |
métodos aNALÍTICOS
8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Espectrofotômetro de emissão óptica por plasma indutivamente acoplado (ICP-OES)
8.3. Forno mufla
8.4. Chapa aquecedora
8.5. Forno microondas

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Desenvolver em paralelo uma prova em branco acidificado e uma amostra de referência para ga-
rantir a qualidade dos resultados e eliminar possíveis contaminações.
Desenvolver métodos específicos que atendam as necessidades de análise de cada elemento
desejado no ICP. Procurar selecionar as linhas de calibração que apresentem melhor relação entre
intensidade de sinal do elemento e sensibilidade desejada, visto que quanto mais intensa a linha
selecionada, maior sensibilidade ela possui. Algumas linhas sugeridas:

elemento linha
cÁLCIO 317.933 / 211.276
cobalto 231.406 / 228.616
cROMO 206.158 / 276.259
cobre 218.963 / 324.754
fERRO 260.709 / 259.940
pOTÁSSIO 769.897 / 766.491
mAGNÉSIO 280.270 / 279.553
manganês 280.108 / 294.921
sÓDIO 330.237 / 588.995
FÓSFORO 178.222 / 213.618
SELênio 196.026 / 203.985
zinco 206.200 / 213.856
ARSÊNIO 189.042 / 196.696
cÁDMIO 228.802 / 214.439
cHUMBo 220.353 / 217.000

| 155
Desenvolver curvas de calibração com seis pontos que satisfaçam as necessidades de cada laborató-
rio, de acordo com os níveis esperados das amostras e diluições realizadas, utilizando-se das soluções
padrões de cada elemento. Pode-se utilizar a equação abaixo para o preparo dos pontos de curva de
calibração:

OBS: É recomendada a adição de 10 ml de solução de ácido nítrico 10% (v/v) a cada ponto da
curva de calibração, para garantir estabilidade das soluções padrão. É possível excluir algum ponto da
curva de calibração, no caso da leitura não ter sido satisfatória ou não havendo linearidade; ao final,
a curva deve permanecer com no mínimo três pontos.
10.1. Método para forno microondas:
10.1.1. Pesar quantidade de amostra de acordo com o grupo que ela pertence: inorgânicas,
ingredientes, orgânicas, rações e produtos de origem animal:
Para amostras inorgânicas e orgânicas é recomendado pesar 0,5 g, para ingredientes, rações e
amostras de origem animal 0,1 g.
10.1.2. Transferir as amostras pesadas para um tubo de microondas apropriado e adicionar 9 ml
de solução de ácido nítrico 50% (v/v) e 1 ml de peróxido de hidrogênio para ingredientes, amos-
tras inorgânicas e orgânicas. Para rações e amostras de origem animal, adicionar 5 ml de solução
de ácido nítrico 50% (v/v), 4 ml de solução de ácido clorídrico 50% (v/v) e 1 ml de peróxido de
hidrogênio.
10.1.3. Deixar os tubos em repouso de 5 a 15 minutos para uma pré-digestão das amostras.
10.1.4. Lacrar os tubos e levá-los ao forno de microondas, utilizando métodos pré-programados
adequados.
10.1.5. Retirar os tubos do microondas e transferi-los para balões volumétricos adequados, com
a diluição dos níveis esperados para cada amostra. Se necessário, filtrar os extratos com papel de
filtro quantitativo antes de analisá-los no ICP, para evitar partículas muito grandes que causam entu-
pimento no sistema de introdução de amostras.
10.1.6. Analisar as alíquotas de amostras previamente filtradas e/ou diluídas em ICP-OES de-
vidamente calibrado e verificado. É recomendada a leitura em triplicata da concentração de cada
amostra para um melhor aproveitamento de resultados.
10.1.7. Tratar os resultados observando se as triplicatas lidas são constantes e se as concentrações
lidas permaneçam entre o primeiro e o último ponto das curvas de calibração.
10.2. Método para chapa aquecedora:
10.2.1. Pesar quantidade de amostra de acordo com o grupo que ela pertence: inorgânicas,
ingredientes, orgânicas, rações e produtos de origem animal:

156 |
métodos aNALÍTICOS
Para amostras inorgânicas, é recomendado pesar 0,5 g; para ingredientes, pesar 0,1 g e para rações,
amostras de origem animal e amostras orgânicas, pesar 1g.
10.2.2. Para as amostras inorgânicas e ingredientes, transferir a massa pesada para um Erlen-
meyer de 250 ml e adicionar 20 ml de solução de ácido nítrico 50% / ácido clorídrico 50% (1:1)
e deixar reduzir o volume em chapa para aproximadamente metade do volume inicial, sem deixar
entrar em ebulição.
10.2.3. Para rações, amostras de origem animal e amostras orgânicas, transferir a massa pesada
para cadinho de porcelana e levar à mufla de 550 ºC a 600 ºC por no mínimo 3h30min. Retirar da
mufla, deixar esfriar e adicionar 20 ml de solução de ácido nítrico 50% / ácido clorídrico 50% (1:1)
e deixar reduzir o volume em chapa para aproximadamente metade do volume inicial, sem deixar
entrar em ebulição.
10.2.4. Transferir os extratos digeridos para balões volumétricos adequados com a diluição dos
níveis esperados para cada amostra. Se necessário, filtrar os extratos com papel de filtro quantita-
tivo antes de analisá-los no ICP, para evitar partículas muito grandes que causam entupimento no
sistema de introdução de amostras.
10.2.5. Analisar as alíquotas de amostras previamente filtradas e/ou diluídas em ICP-OES de-
vidamente calibrado e verificado. É recomendada a leitura em triplicata da concentração de cada
amostra para um melhor aproveitamento de resultados.
10.2.6. Tratar os resultados observando se as triplicatas lidas são constantes e se as concentrações
lidas permaneçam entre o primeiro e o último ponto das curvas de calibração.

11. Cálculos
OBSERVAÇÃO: Informar o valor da massa pesada de cada amostra e o fator de diluição utilizado
para o cálculo dos resultados em mg/Kg ou equivalente.

Mineral / Contaminante inorgânico

Mineral / Contaminante inorgânico

Onde:
C Concentração do elemento na solução da amostra, em mg/L
V Volume do balão inicial da solução da amostra, em mL
m Massa da amostra, em g
FD Fator de diluição (se utilizado)

| 157
12. Bibliografia
• EMBRAPA. Minerais, Janeiro 2003 disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.
br/FontesHTML/Ave/ProducaodeFrangodeCorte/Minerais.html acesso em 01 Junho 2013.

• NUNES, Ilto José, 1942 – Nutrição Animal Básica/ Ilto Jose Nunes, 2ª Edição, rev. Aum. Belo
Horizonte: FEP-MVZ Editora, 1998.pág. 153 à 159.

• SEM AUTOR, Ácido Clorídrico, disponível em: https://sites.google.com/site/scientiaestpotentia-


plus/acido-cloridrico acesso em 01 Junho 2013

158 |
métodos aNALÍTICOS
42 - NITROGÊNIO INSOLÚVEL EM DETERGENTE ÁCIDO
(NIDA)

1. Introdução
O nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) é aquele que permanece no resíduo de fibra
em detergente ácido. Estas formas nitrogenadas podem estar presentes naturalmente nas plantas,
complexadas com as ligninas e taninos, ou serem provenientes de composto de Maillard produzidos
pelos efeitos antinutricionais das proteínas causados pelo calor durante o armazenamento ou pro-
cessamento. O nitrogênio em amostras excessivamente aquecidas é normalmente indisponível para
os animais, são resistentes ao ataque microbiano e enzimático, sendo totalmente insolúveis no trato
gastrointestinal.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança e manuseio
dos produtos químicos.
Para a execução deste método utiliza-se também as soluções reagentes, materiais e equipamentos
descritos nos métodos Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína
– Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Bórico (para estes, utilizando sistema macro) e Fibra
Detergente Ácido.

3. Escopo
Aplicável em forrageiras, produtos e subprodutos de origem vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável

7. Reagentes e Materiais
7.1. Dessecador com sílica gel
7.2. Kitassato de 1000 mL

| 159
7.3. Papel de filtro faixa preta, previamente seco em estufa a 105 ºC
7.4. Frascos de macro Kjeldahl
7.5. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Estufa de secagem a 105 ºC (precisão ± 5 ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Para a determinação do NIDA, utilizar o resíduo obtido na análise de FDA (fibra detergente
ácido), método nº 19 deste compêndio, substituindo no momento da filtração o cadinho filtrante por
papel de filtro previamente seco em estufa a 105 ºC por no mínimo 1 hora ou até peso constante.
10.2. No final do tempo de refluxo da amostra de FDA, filtrar em papel de filtro previamente
seco e pesado, sob vácuo mínimo.
10.3. Em paralelo fazer uma prova em branco, filtrando a solução de FDA sobre um papel de
filtro, para calcular o nitrogênio do papel e dos reagentes.
10.4. Dobrar o papel de filtro contendo a amostra, secar por três horas ou até peso constante em
estufa a 105 ºC e repesar.
10.5. Registrar a massa (esta massa é necessária para o cálculo de FDA, mas não entra no cálculo
de NIDA).
10.6. Inserir o papel de filtro mais a amostra em frascos de macro Kjeldahl e determinar o nitro-
gênio, conforme método Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína
– Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Bórico. Faça o mesmo procedimento para o branco.

11. Cálculo
11.1. Cálculo do NIDA utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em ácido bórico)

Onde:
Va Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Vb Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
M Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L

160 |
métodos aNALÍTICOS
m Massa da amostra usada na extração do FDA, em g
14 Massa molar do nitrogênio
11.2. Cálculo do NIDA utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em ácido sulfúrico)
Para cálculo do branco:

Onde:
V1b Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2b Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1b Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2b Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio

Onde:
B Valor do branco
V1 Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2 Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
m Massa da amostra usada na extração do FDA, em g
14 Massa molar do nitrogênio

12. Bibliografia
• SILVA, Dirceu Jorge. Análise de Alimentos – Métodos químicos e biológicos, 3. ed. 2006. p. 120-
122

• PEREIRA, João Ricardo Alves; ROSSI JR., Paulo. Manual prático de avaliação nutricional de ali-
mentos. Piracicaba: FEALQ, s.d. p 15-16

| 161
43 - NITROGÊNIO INSOLÚVEL EM DETERGENTE
NEUTRO (NIDN)

1. Introdução
O nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN) compreende as proteínas extensinas, pos-
suem taxas de degradação muito lenta, sendo pouco solúvel no rúmen, devido a sua associação com
componentes da parede celular das plantas. A quantificação destas formas nitrogenadas é realizada
no resíduo da análise de FDN.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Para a execução deste método utiliza-se também as soluções reagentes, materiais e equipamentos
descritos nos métodos Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína –
Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Bórico e Fibra Detergente Neutro.

3. Escopo
Aplicável em forrageiras, produtos e subprodutos de origem vegetal, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável

7. Reagentes e Materiais
7.1. Dessecador com sílica gel
7.2. Kitassato de 1000 mL
7.3. Papel de filtro previamente seco em estufa a 105 ºC
7.4. Frascos de macro Kjeldahl
7.5. Materiais usuais de laboratório

162 |
métodos aNALÍTICOS
8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Bomba de vácuo
8.3. Estufa de secagem a 105 ºC (precisão ± 5 ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Para a determinação do NIDN utilizar o resíduo obtido na análise de FDN (fibra detergente neu-
tro), método nº 20 deste compêndio, substituindo no momento da filtração o cadinho filtrante por papel
de filtro previamente seco em estufa a 105 ºC por no mínimo 1 hora ou até peso constante.
10.2. No final do tempo de refluxo da amostra de FDN, filtrar em papel de filtro previamente
seco e pesado, sob vácuo mínimo.
10.3. Em paralelo fazer uma prova em branco, filtrando a solução de FDN sobre um papel de
filtro, para calcular o nitrogênio do papel e dos reagentes.
10.4. Dobrar o papel de filtro contendo a amostra, secar por três horas ou até peso constante em
estufa a 105 ºC e repesar.
10.5. Registrar a massa (esta massa é necessária para o cálculo de FDN, mas não entra no cálculo
de NIDN).
10.6. Inserir o papel de filtro mais a amostra em frascos de macro Kjeldahl e determinar o nitro-
gênio, conforme método Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína
– Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Bórico. Faça o mesmo procedimento para o branco.

11. Cálculo
11.1. Cálculo do NIDN utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em ácido bórico)

Onde:
Va Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Vb Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
M Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L
m Massa da amostra usada na extração do FDN, em g
14 Massa molar do nitrogênio

| 163
11.2. Cálculo do NIDN utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em ácido sulfúrico)
Para cálculo do branco:

Onde:
V1b Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2b Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1b Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2b Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio

Onde:
B Valor do branco
V1 Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2 Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
m Massa da amostra usada na extração do FDN, em g
14 Massa molar do nitrogênio

12. Bibliografia
• SILVA, Dirceu Jorge. Análise de Alimentos – Métodos químicos e biológicos, 3. ed. 2006. p. 120-
122

• PEREIRA, João Ricardo Alves; ROSSI JR., Paulo. Manual prático de avaliação nutricional de ali-
mentos. Piracicaba: FEALQ, s.d. p 13-14

164 |
métodos aNALÍTICOS
44 - NITROGÊNIO NÃO PROTEICO (NNP)

1. Introdução
A análise de nitrogênio não protéico quantifica os compostos nitrogenados presentes na amostra,
como nitratos, nitritos, sais de amônia, ureia e outros compostos que não fazem parte da proteína
verdadeira dos alimentos. Precipita-se toda a proteína contida na amostra com solução de ácido tri-
cloroacético.

2. Recomendações
O ácido tricloroacético é cancerígeno e causa lesões de pele. Deve ser manuseado com luva e é
necessário extremo cuidado no momento da pesagem.
Para a execução deste método, utilizam-se também as soluções reagentes, materiais e equipamen-
tos descritos nos métodos Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína
– Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Bórico.

3. Escopo
Ingredientes de origem vegetal para rações (farelos, resíduos da agroindústria, etc.), rações concen-
tradas e forrageiras.

4. Referências Normativas
Não Aplicável

5. Definições
Não Aplicável

6. Reações
Proteínas

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido tricloroacético (CCI3COOH)
7.2. Solução de ácido tricloroacético 20% (m/v)
Dissolver 200 g de ácido tricloroacético em 1 L de água.
7.3. Erlenmeyer de 250 mL com tampa
7.4. Papel filtro quantitativo faixa preta

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8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Refrigerador

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Para forragens e alimentos concentrados energéticos, recomenda-se tomar uma alíquota de 20 mL.
10.1. Pesar 5,0 g de amostra com tamanho de partícula de 1 mm, em Erlenmeyer de 250 mL
com tampa.
10.2. Adicionar volumetricamente 50 mL de água e agitar vigorosamente por 10 minutos.
10.3. Deixar a solução em repouso por 30 minutos.
10.4. Adicionar volumetricamente 50 mL de solução de ácido tricloroacético 20% (m/v) e deixar
em refrigerador por 3 horas.
10.5. Filtrar em papel de filtro quantitativo desprezando os primeiros 10 mL filtrados, coletar o
filtrado restante. Tomar cuidado para não misturar o sobrenadante com a amostra.
10.6. Homogeneizar o filtrado, pipetar volumetricamente 10 mL para tubo de digestão.
10.7. Determinar N-total na alíquota seguindo método Proteína Bruta – Método Kjeldahl - Rece-
bimento em Ácido Bórico ou Proteína Bruta – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico,
para determinação de proteína bruta.

11. Cálculos

Onde:
ma Massa da amostra na alíquota, em g
m Massa da amostra, em g
Vp Volume pipetado, em mL
100 Volume total da reação, em mL
11.1. Cálculo do NNP utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em ácido bórico)

166 |
métodos aNALÍTICOS
Onde:
Va Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Vb Volume de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
M Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L
ma Massa da amostra na alíquota, em g
14 Massa molar do nitrogênio
11.2. Cálculo do NNP utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em ácido sulfúrico)
Para cálculo do branco:

Onde:
V1b Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2b Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1b Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2b Molaridade real da solução de hidróxido de sódio
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio

Onde:
B Valor do branco
V1 Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2 Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
ma Massa da amostra na alíquota, em g
14 Massa molar do nitrogênio

12. Bibliografia
• KRISHNAMOORTHY, U.; MUSCATO, T.V.; SNIFFEN, C.J.; VAN SOEST, P.J. Nitrogen fractions
in select feedstuffs. J. Dairy Sci., v. 65, p.217-225, 1982.

• G. LICITRA; HERNANDEZ, T.M. ; VAN SOEST, P.J. Standardization of procedures for nitrogen
fractionation of ruminant feeds – Animal Feed Science and Technology, Volume 57, Issue 4, March
1996, Pages 347-358

| 167
45 - PROTEÍNA - MÉTODO DUMAS

1. Introdução
No método Dumas, a amostra sofre uma combustão com oxigênio a aproximadamente 900 - 1200 ºC;
os gases formados são arrastados com auxílio de gás inerte. Os gases são purificados através de filtros
que retêm as partículas de óxidos, os gases interferentes e a água. Os óxidos de nitrogênio formados
são reduzidos a nitrogênio elementar, pelo contato com metal quente (tungstênio ou cobre), o qual é
determinado quantitativamente por detector de condutividade térmica. O conteúdo de nitrogênio é
multiplicado pelos fatores de conversão específicos para proteína.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a amostras orgânicas e inorgânicas.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Matéria orgânica + O2 CO2 + SO2 + NOx + H2O + partículas de óxidos
O NOx depois de isolado é reduzido a N2 e detectado por condutividade térmica.

7. Reagentes e Materiais
Alguns reagentes podem variar em função do equipamento. Consultar o manual de instruções do
equipamento.
7.1. Recipiente para pesagem (folhas de estanho, navículas de cerâmica ou cápsula de gel)
7.2. Espátula
7.3. Gases – o tipo de gás varia de acordo com o tipo de equipamento. Gases de combustão de-
vem ser ultra-puros
7.4. Padrão Primário – EDTA – rastreável NIST

168 |
métodos aNALÍTICOS
7.5. Padrão Secundário – EDTA – grau ACS

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Instrumento de proteína por combustão
8.3. Estufa de secagem 105 ºC (precisão ± 5 ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Ajuste do equipamento
10.1.1. Ajustar os parâmetros de operação do equipamento de combustão (temperatura do
forno, fluxo de oxigênio, valores de calibração e demais controles) de acordo com as instruções
do fabricante.
10.1.2. Estabilizar a temperatura do forno.
10.1.3. Estabilizar o sistema passando uma série de brancos (no mínimo 5 brancos são recomenda-
dos) ou até que os resultados sejam repetitivos.
10.1.4. Construir a curva de calibração periodicamente utilizando o padrão de EDTA, determinan-
do no mínimo 3 pontos, pesar de 50 a 400 mg de EDTA em duplicata.
10.1.5. Ajustar o equipamento diariamente utilizando o ponto intermediário da curva de calibração
como ponto de verificação do padrão.
10.2. Procedimento analítico
10.2.1. Pesar de 0,150 a 0,300 g de amostra no recipiente recomendado.
10.2.2. Levar as amostras pesadas para pré-secagem em estufa 105 ºC por 30 min, para retirar o
excesso de umidade, se necessário.
10.2.3. Em caso de utilização de folha de estanho, fechar a mesma adequadamente, retirando o ar
da embalagem.
10.2.4. Introduzir as amostras no equipamento.
10.2.5. Colocar os dados de identificação e massa no sistema.
10.2.6. Iniciar as análises.

11. Cálculos
Realizar as leituras do teor de Nitrogênio ou proteína diretamente no equipamento.
A maioria dos alimentos possui em média 16% de nitrogênio em suas proteínas, portanto:

| 169
16g N __________100 g proteínas
1g N __________ X g X = 100/16 = 6,25 g
Fator de transformação de N para PB.
Entretanto em alguns alimentos existe variação no teor de nitrogênio, desta forma o fator de trans-
formação empregado deve ser modificado, conforme demonstra tabela abaixo:

matéria-prima fator
carne, soja e seus derivados 6,25
leite e seus derivados 6,38
farelo de trigo e seus derivados 5,83
ovos 6,68

outros 6,25

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of A.O.A.C.
International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 992,15. p. 6-7

170 |
métodos aNALÍTICOS
46 - PROTEÍNA BRUTA - MÉTODO KJELDAHL
RECEBIMENTO EM ÁCIDO BÓRICO

1. Introdução
O ensaio é baseado na digestão de amostras nitrogenadas com ácido sulfúrico concentrado, em
presença do catalisador.
Este método se baseia em três etapas: digestão, destilação e titulação. O nitrogênio da amostra é
transformado em sulfato de amônio por digestão ácida, e em nitrogênio amoniacal por destilação em
meio alcalino. O nitrogênio então é quantificado por titulação em ácido padronizado.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
O selenito de sódio requer cuidados especiais.
Destilar de modo que o condensado seja obtido à temperatura ambiente.
O terminal do condensador deve ficar mergulhado na solução durante a fase de destilação.
Os ensaios devem ser conduzidos utilizando tubos de digestão micro ou macro, sendo assim, as in-
dicações que seguem no procedimento devem ser adaptadas de acordo com a aparelhagem utilizada.
Para amostra que apresente formação de espuma durante a fase de digestão ou destilação, utilizar
algumas gotas de solução antiespumante.

3. Escopo
Amostras nitrogenadas de origem orgânica e inorgânica, com exceção de nitratos e nitritos.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Digestão

| 171
No recipiente contendo a amostra digerida:

No recipiente com ácido bórico (onde será recolhido o destilado):

Titulação

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido bórico (H3BO3)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.4. Álcool etílico (C2H5OH)
7.5. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.6. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.7. Selenito de sódio (Na4SeO3)
7.8. Sulfato de cobre penta hidratado (CuSO4.5H2O)
7.9. Sulfato de sódio anidro (Na2SO4) ou sulfato de potássio anidro (K2SO4)
7.10. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)
7.11. Solução volumétrica padronizada de ácido clorídrico 0,1 mol/L
Medir 8,5 mL de ácido clorídrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, contendo apro-
ximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar em Erlenmeyer aproximadamente 0,133 g de carbonato de sódio, previamen-
te seco a 105 ºC por 2 horas. Dissolver em 50 mL água, Adicionar 3 gotas de solução de vermelho de
metila 0,1% (m/v). Titular até viragem para coloração rósea. Aquecer a ebulição, para eliminar o gás
carbônico. Se a coloração rósea não for persistente, esfriar e prosseguir a titulação. O ponto exato de
viragem da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L ocorre em pH 4,4.
Cálculo da molaridade real:

Onde:

172 |
métodos aNALÍTICOS
MR Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L
m Massa do carbonato de sódio, em g
105,988 Massa molar do carbonato de sódio
V Volume da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
2/1 Relação estequiométrica entre ácido clorídrico e carbonato de sódio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.12. Solução de ácido bórico 4% (m/v)
Pesar 40 g de ácido bórico e transferir para béquer de 1000 mL. Dissolver em aproximadamente
500 mL de água, utilizando agitação. Filtrar a solução em papel filtro qualitativo, para balão volumé-
trico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
7.13. Mistura catalítica ou catalisador líquido
7.13.1. Mistura catalítica
Peneirar separadamente o sulfato de sódio ou potássio anidros e o sulfato de cobre penta hidratado em
peneira com malha de 1 mm. Juntar 107,0 g de sulfato de sódio ou sulfato de potássio, 20,0 g de sulfato
de cobre penta hidratado e 10 g de selenito de sódio. Homogeneizar e guardar em frasco com tampa.
7.13.2. Catalisador líquido
Para preparar 1 litro, adicionar na ordem descrita: 5,0 g de selenito de sódio; 10,0 g de sulfato de
cobre penta hidratado; 53,5 g de sulfato de sódio anidro; 437,5 mL de água; 500 mL de ácido sulfú-
rico. Respeitar a ordem de adição dos reagentes. Esperar esfriar para poder utilizar a solução.
7.14. Solução alcoólica indicadora de vermelho de metila 0,1% (m/v)
Dissolver 0,1 g de vermelho de metila em aproximadamente 60 mL de álcool etílico. Transferir
para balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com água e homogeneizar.
7.15. Solução reagente de hidróxido de sódio 50% (m/v)
Dissolver 500 g de hidróxido de sódio em água e completar para 1000 mL em béquer.
Nota: Adicionar 30 g de tiossulfato de sódio antes de completar o volume, para evitar a carbonata-
ção quando o período de armazenamento for longo.
7.16. Solução indicadora mista
Dissolver 0,132 g de vermelho de metila em 70 mL de álcool etílico. Transferir quantitativamente para
balão volumétrico de 200 mL. Dissolver 0,066 g de verde de bromocresol em 70 mL de álcool etílico.
Juntar ao balão contendo vermelho de metila, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar. A
solução indicadora mista poderá ser incorporada à solução de ácido bórico 4% (m/v) (8 mL por litro).
7.17. Verde de bromocresol
7.18. Vermelho de metila
7.19. Bureta divisão 0,05 mL
7.20. Frasco Kjeldahl de 500 mL ou 800 mL ou tubo de digestão (macro ou micro)

| 173
7.21. Pérolas de vidro ou zinco metálico granulado 20 mesh
7.22. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Bloco digestor e destilador por arraste de vapor ou conjunto Kjeldahl para digestão e
destilação macro
8.3. Estufa de secagem 105 ºC (precisão ± 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Proceder paralelamente prova em branco dos reagentes utilizados.
Para verificação do método pode-se utilizar um composto nitrogenado de alto grau de pureza.
Fazer a análise e comparar o valor encontrado com a concentração teórica presente no composto.
Sugere-se a utilização de cloreto de amônio, L-Cistina, Lisina.
10.1. Procedimento com utilização de sistema micro
10.1.1. Pesar de 0,2 a 0,5 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.1.2. Adicionar de 1,0 a 2,5 g de mistura catalítica e 5 a 10 mL de ácido sulfúrico concentrado.
O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar de 4 a 10 mL do mesmo.
10.1.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

174 |
métodos aNALÍTICOS
Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos após
clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.1.4. Esfriar, adicionar de 15 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.
10.1.5. Colocar no Erlenmeyer aproximadamente de 20 a 25 mL de ácido bórico 4% (m/v) com
solução indicadora mista para receber o destilado.
10.1.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solução receptora.
10.1.7. Adicionar cuidadosamente 15 a 20 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjeldahl,
conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
10.1.8. Recolher aproximadamente 100 mL do destilado ou quantidade suficiente para o carre-
gamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para amarela
durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra ou
volume de ácido sulfúrico utilizados.
10.1.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular com
solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L até viragem de verde para rosa.
10.2. Procedimento com utilização de sistema macro
10.2.1. Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.2.2. Adicionar de 2,5 a 5 g de mistura catalítica e 10 a 15 mL de ácido sulfúrico concentrado. O
ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar de 20 a 30 mL do mesmo.
10.2.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos após
clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.2.4. Esfriar, adicionar de 100 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.

| 175
10.2.5. Colocar no Erlenmeyer aproximadamente 50 mL de ácido bórico 4% (m/v) com solução
indicadora mista para receber o destilado.
10.2.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solução receptora.
10.2.7. Adicionar cuidadosamente 50 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjeldahl,
conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
10.2.8. Recolher aproximadamente 200 mL do destilado ou quantidade suficiente para o carre-
gamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para amarela
durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra ou
volume de ácido sulfúrico utilizados.
10.2.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular com
solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L até viragem de verde para rosa.
10.3. Procedimento com utilização de sistema macro com balão de 500 mL
10.3.1. Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.3.2. Adicionar de 2,5 a 5,0 g de mistura catalítica e 20 a 25 mL de ácido sulfúrico concentrado.
O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar 40 mL do mesmo.
10.3.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos
após clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.3.4. Esfriar, adicionar de 200 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.
10.3.5. Colocar no Erlenmeyer aproximadamente 50 mL de ácido bórico 4% (m/v) com solução
indicadora mista para receber o destilado.
10.3.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solução receptora.

176 |
métodos aNALÍTICOS
10.3.7. Adicionar cuidadosamente 80 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjeldahl,
conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
10.3.8. Recolher aproximadamente 200 mL do destilado ou quantidade suficiente para o carre-
gamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para amarela
durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra ou
volume de ácido sulfúrico utilizados.
10.3.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular com
solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L até viragem de verde para rosa.
10.4. Procedimento com utilização de sistema macro com balão de 800 mL
10.4.1. Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.4.2. Adicionar de 2,5 a 5,0 g de mistura catalítica e 20 a 25 mL de ácido sulfúrico concentrado.
O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar 40 mL do mesmo.
10.4.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos após
clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.4.4. Esfriar, adicionar de 400 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.
10.4.5. Colocar no Erlenmeyer aproximadamente 50 mL de ácido bórico 4% (m/v) com solução
indicadora mista para receber o destilado.
10.4.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solu-
ção receptora.
10.4.7. Adicionar cuidadosamente 80 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjeldahl,
conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.

| 177
10.4.8. Recolher aproximadamente 250 a 300 mL do destilado ou quantidade suficiente para o car-
regamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para amarela
durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra ou
volume de ácido sulfúrico utilizados.
10.4.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular com
solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L até viragem de verde para rosa.

11. Cálculos

Onde:
Va Volume de solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Vb Volume de solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
M Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1mol/L
m Massa da amostra, em g
14 Massa molar do nitrogênio
F Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio (100/16 = 6,25).
A maioria dos alimentos possui em média 16% de nitrogênio em suas proteínas, portanto:
16g N __________100 g proteínas
1g N __________ X g X = 100/16 = 6,25 g
Entretanto em alguns alimentos existe variação no teor de nitrogênio, desta forma o fator de trans-
formação empregado, deve ser modificado, conforme demonstra tabela abaixo:

matéria prima fator


trigo (endosperma) 5,70
trigo (farelo) 6,31
trigo (grão) 5,83
aveia 5,83
milho 6,25
farelo de algodão 5,30
farelo de linho 5,30
amendoim 5,46
leite 6,38
OVO, carne 6,25
gelatina 5,55
Fonte: Silva, 2005

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métodos aNALÍTICOS
12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 2001.11 – Protein crude in
animal feed forage (plant issue) grain and oil seeds

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 936.15 (A.1.06)

• AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS. Aproved Methods of Analysis of


AACC. 9. ed. 1999. Official Method 46-16

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos físico-
-químicos para análise de alimentos. 4. ed. Brasília: Editora MS, 2005. p. 122-125.

• SILVA, Dirceu Jorge; QUEIROZ, Augusto César de. Análises de Alimentos. Métodos Químicos
e Biológicos. 3. ed. Minas Gerais: Editora UFV, 2005. p. 57 - 75

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47 - PROTEÍNA BRUTA - MÉTODO KJELDAHL
RECEBIMENTO EM ÁCIDO SULFÚRICO

1. Introdução
O ensaio é baseado na digestão de amostras nitrogenadas com ácido sulfúrico concentrado, em
presença do catalisador.
Este método se baseia em três etapas: digestão, destilação e titulação. O nitrogênio da amostra é
transformado em sulfato de amônio por digestão ácida, e em nitrogênio amoniacal por destilação em
meio alcalino. O nitrogênio então é quantificado por titulação em solução básica padronizada.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
O selenito de sódio requer cuidados especiais.
Destilar de modo que o condensado seja obtido à temperatura ambiente.
O terminal do condensador deve ficar mergulhado na solução durante a fase de destilação.
Os ensaios devem ser conduzidos utilizando tubos de digestão micro ou macro, sendo assim, as in-
dicações que seguem no procedimento devem ser adaptadas de acordo com a aparelhagem utilizada.
Orientação para volumes de ácido sulfúrico 0,2 mol/L a ser utilizado, de acordo com a concentra-
ção de proteína bruta esperada:

concetração pb (g/kg) ml h2so4


até 100 5
até 200 10
até 300 15
até 400 20
até 600 25
“ “

Para amostra que apresente formação de espuma durante a fase de digestão ou destilação, utilizar
algumas gotas de solução antiespumante.

3. Escopo
Amostras nitrogenadas de origem orgânica e inorgânica, com exceção de nitratos e nitritos.

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métodos aNALÍTICOS
4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Digestão

No recipiente contendo a amostra digerida:


No recipiente com ácido sulfúrico (onde será recolhido o destilado):

Titulação


7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.2. Álcool etílico (C2H5OH)
7.3. Biftalato de potássio (KHC8H4O4)
7.4. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.5. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.6. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.7. Selenito de Sódio (Na4SeO3)
7.8. Sulfato de cobre penta hidratado (CuSO4.5H2O)
7.9. Sulfato de sódio anidro (Na2SO4) ou sulfato de potássio anidro (K2SO4)
7.10. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)
7.11. Solução volumétrica padronizada de ácido sulfúrico 0,2 mol/L

| 181
Pipetar 11,2 mL de ácido sulfúrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, contendo
aproximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar aproximadamente 0,53 g de carbonato de sódio, previamente seco a 105 ºC
por 2 horas. Transferir para um Erlenmeyer de 250 mL, dissolver em 50 mL de água e adicionar 10
mL de ácido sulfúrico 0,2 mol/L medidos na bureta e 4 gotas de vermelho de metila 0,1% (m/v).
Prosseguir a titulação gotejando a solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L até obter coloração levemente
rósea. Aquecer a ebulição, para eliminar o gás carbônico. Se a coloração rósea não for persistente,
esfriar e prosseguir a titulação. O ponto exato de viragem da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
ocorre em pH 4,4.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M Massa do carbonato de sódio, em g
105,988 Massa molar do carbonato de sódio
V Volume de ácido sulfúrico 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.12. Solução reagente de hidróxido de sódio 50% (m/v)
Dissolver 500 g de hidróxido de sódio em água e completar para 1000 mL em béquer
Nota: Adicionar 30 g de tiossulfato de sódio antes de completar o volume
7.13. Mistura catalítica ou catalisador líquido
7.13.1. Mistura catalítica
Peneirar separadamente o sulfato de sódio ou potássio anidros e o sulfato de cobre penta hidratado em
peneira com malha de 1 mm. Juntar 107,0 g de sulfato de sódio ou sulfato de potássio, 20,0 g de sulfato de
cobre penta hidratado e 10 g de selenito de sódio. Homogeneizar e guardar em frasco com tampa.
7.13.2. Catalisador líquido
Para preparar 1 litro, adicionar, na ordem descrita: 5,0 g de selenito de sódio; 10,0 g de sulfato de
cobre penta hidratado; 53,5 g de sulfato de sódio anidro; 437,5 mL de água; 500 mL de ácido sulfúri-
co. Respeitar a ordem de adição dos reagentes. Esperar esfriar para poder utilizar a solução.
7.14. Solução volumétrica padronizada de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
Pesar 8,00 g de hidróxido de sódio em béquer de 250 mL e diluir com água. Após esfriar, transferir
para balão volumétrico de 1000 mL. Completar o volume com água.
Padronização: Pesar em Erlenmeyer de 250 mL 1,0212 g de biftalato de potássio, previamente

182 |
métodos aNALÍTICOS
seco à 105 °C, por 2 horas. Adicionar 40-50 mL de água e titular com hidróxido de sódio 0,2 mol/L,
usando gotas de solução de fenolftaleína como indicador até viragem levemente rosa.

Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
m Massa do biftalato de potássio, em g
204,2286 Massa molar do biftalato de potássio
V Volume de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.15. Vermelho de metila
7.16. Solução alcoólica indicadora de vermelho de metila 0,1% (m/v)
Dissolver 0,1 g de vermelho de metila em aproximadamente 60 mL de álcool etílico. Transferir
para balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com água e homogeneizar.
7.17. Solução indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Pesar 1 g de fenolftaleína em béquer e dissolver com álcool etílico. Transferir para balão de 100 mL
e completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.18. Bureta divisão 0,05 mL
7.19. Frasco Kjeldahl de 500 mL ou 800 mL ou tubo de digestão (macro ou micro)
7.20. Pérolas de vidro ou zinco metálico granulado 20 mesh
7.21. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Estufa de secagem 105 ºC (precisão ± 5 ºC)
8.3. Bloco digestor e destilador por arraste de vapor ou conjunto Kjeldhal para digestão e
destilação macro

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Proceder paralelamente prova em branco dos reagentes utilizados.

| 183
Para verificação do método pode-se utilizar um composto nitrogenado de alto grau de pureza.
Fazer a análise e comparar o valor encontrado com a concentração teórica presente no composto.
Sugere-se a utilização de cloreto de amônio, L-Cistina, Lisina.
10.1. Procedimento com utilização de sistema micro
10.1.1. Pesar de 0,2 a 0,5 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.1.2. Adicionar de 1,0 a 2,5 g de mistura catalítica e 5 a 10 mL de ácido sulfúrico concentrado.
O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar de 4 a 10 mL do mesmo.
10.1.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos após
clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.1.4. Esfriar, adicionar de 15 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.
10.1.5. Colocar no Erlenmeyer, com auxílio de bureta, o volume adequado de ácido sulfúrico
0,2 mol/L, de acordo com a concentração de proteína estimada e adicionar algumas gotas de solução
indicadora de vermelho de metila 0,1% (m/v) para receber o destilado.
10.1.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solução
receptora.
10.1.7. Adicionar cuidadosamente 15 a 20 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjel-
dahl, conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
10.1.8. Recolher aproximadamente 100 mL do destilado ou quantidade suficiente para o carre-
gamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para amarela
durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra ou
volume de ácido sulfúrico utilizados.

184 |
métodos aNALÍTICOS
10.1.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular
com solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L até viragem de vermelho para amarelo.
10.2. Procedimento com utilização de sistema macro
10.2.1. Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.2.2. Adicionar de 2,5 a 5 g de mistura catalítica e 10 a 15 mL de ácido sulfúrico concentrado.
O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar de 20 a 30 mL do mesmo.
10.2.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos após
clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.2.4. Esfriar, adicionar de 100 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.
10.2.5. Colocar no Erlenmeyer, com auxílio de bureta, o volume adequado de ácido sulfúrico
0,2 mol/L, de acordo com a concentração de proteína estimada e adicionar algumas gotas de solução
indicadora de vermelho de metila 0,1% (m/v) para receber o destilado.
10.2.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solução receptora.
10.2.7. Adicionar cuidadosamente 50 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjeldahl,
conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
10.2.8. Recolher aproximadamente 200 mL do destilado ou quantidade suficiente para o carre-
gamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para amarela
durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra ou
volume de ácido sulfúrico utilizados.
10.2.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular
com solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L até viragem de vermelho para amarelo.

| 185
10.3. Procedimento com utilização de sistema macro com balão de 500 mL
10.3.1. Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.3.2. Adicionar de 2,5 a 5,0 g de mistura catalítica e 20 a 25 mL de ácido sulfúrico concentrado.
O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar 40 mL do mesmo.
10.3.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos após
clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.3.4. Esfriar, adicionar de 200 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.
10.3.5. Colocar no Erlenmeyer, com auxílio de bureta, o volume adequado de ácido sulfúrico
0,2 mol/L, de acordo com a concentração de proteína estimada e adicionar algumas gotas de solução
indicadora de vermelho de metila 0,1% (m/v) para receber o destilado.
10.3.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solu-
ção receptora.
10.3.7. Adicionar cuidadosamente 80 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjeldahl,
conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
10.3.8. Recolher aproximadamente 200 mL do destilado ou quantidade suficiente para o carre-
gamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para amarela
durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra ou
volume de ácido sulfúrico utilizados.
10.3.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular
com solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L até viragem de vermelho para amarelo.
10.4. Procedimento com utilização de sistema macro com balão de 800 mL

186 |
métodos aNALÍTICOS
10.4.1. Pesar de 0,5 a 1,0 g da amostra e transferir para frasco Kjeldahl ou tubo de digestão.
10.4.2. Adicionar de 2,5 a 5,0 g de mistura catalítica e 20 a 25 mL de ácido sulfúrico concentrado.
O ácido deve ser adicionado cuidadosamente, escorrendo pela parede do frasco. Se optar pelo uso de
catalisador líquido, utilizar 40 mL do mesmo.
10.4.3. Adicionar pérolas de vidro. Iniciar a digestão com temperatura mínima de 100 ºC, em
intervalos de tempo definidos conforme tabela abaixo. Prosseguir, elevando até o máximo de 420 ºC,
evitando deixar pontos pretos aderidos à parede do frasco.

temperatura °c tempo médio em minutos após atingir a temperatura


100 30
150 30
200 15
250 15
300 15
350 15
420 até atingir completa digestão

Após a completa digestão, a solução ainda quente apresenta cor verde. Continuar por mais 30 minutos após
clareamento completo da mistura. Pode ocorrer formação de uma crosta cristalina com o resfriamento.
10.4.4. Esfriar, adicionar de 400 mL de água. Agitar até dissolução e esfriar.
10.4.5. Colocar no Erlenmeyer, com auxílio de bureta, o volume adequado de ácido sulfúrico
0,2 mol/L, de acordo com a concentração de proteína estimada e adicionar algumas gotas de solução
indicadora de vermelho de metila 0,1% (m/v) para receber o destilado.
10.4.6. Levar o Erlenmeyer ao destilador mergulhando o terminal do condensador na solução receptora.
10.4.7. Adicionar cuidadosamente 80 mL de hidróxido de sódio 50% (m/v) ao frasco Kjeldahl,
conectar imediatamente ao destilador e proceder à destilação.
10.4.8. Recolher aproximadamente 250 a 300 mL do destilado ou quantidade suficiente para o
carregamento de todo o nitrogênio da amostra. Quando ocorrer viragem da cor vermelha para ama-
rela durante a fase de destilação, desconsiderar a análise em processo e adequar a massa da amostra
ou volume de ácido sulfúrico utilizados.
10.4.9. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador com um pouco de água e titular
com solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L até viragem de vermelho para amarelo.

| 187
11. Cálculos
Para cálculo do branco:

Onde:
V1b Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2b Volume da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1b Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2b Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio

Onde:
B Valor do branco
Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2 Volume da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
m Massa da amostra, em g
14 Massa molar do nitrogênio
F Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio (100/16 = 6,25).
A maioria dos alimentos possui em média 16% de nitrogênio em suas proteínas, portanto:

16g N __________100 g proteínas


1g N __________ X g X = 100/16 = 6,25 g

Entretanto em alguns alimentos existe variação no teor de nitrogênio, desta forma o fator de trans-

188 |
métodos aNALÍTICOS
matéria prima fator
trigo (endosperma) 5,70
trigo (farelo) 6,31
trigo (grão) 5,83
aveia 5,83
milho 6,25
farelo de algodão 5,30
farelo de linho 5,30
amendoim 5,46
leite 6,38
OVO, carne 6,25
gelatina 5,55
Fonte: Silva, 2005

formação empregado deve ser modificado, conforme demonstra tabela abaixo:

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 984.13 Protein (crude) in ani-
mal feed and pet food 4.2.09

• AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS. Approved Methods of Analysis of


AACC. 9. ed. 1999. Official Method 46-16

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos físico-
-químicos para análise de alimentos. 4. ed. Brasília: Editora MS, 2005. p. 122-125.

• SILVA, Dirceu Jorge; QUEIROZ, Augusto César de. Análises de Alimentos. Métodos Químicos
e Biológicos. 3. ed. Minas Gerais: Editora UFV, 2005. p. 57 - 75

| 189
48 - RESÍDUO INSOLÚVEL EM ÁCIDO CLORÍDRICO

1. Introdução
É o resíduo inorgânico, insolúvel em solução de ácido clorídrico, do material resultante da queima
da amostra a uma temperatura em torno de 600 ºC, contidos nos produtos de origem mineral, vege-
tal, animal ou de misturas.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança e manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a produtos ou subprodutos de origem animal, vegetal ou mineral, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido nítrico (HNO3) ou água oxigenada (H2O2) 30 volumes
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Cadinho ou cápsula de porcelana
7.4. Dessecador com cloreto de cálcio (CaCl2) ou sílica gel anidros
7.5. Papel de filtro quantitativo, sem cinzas, filtração média
7.6. Cadinho de placa porosa (fina ou D4).
7.7. Ácido clorídrico 1:1 (v:v)
Diluir cuidadosamente uma parte de ácido clorídrico em uma parte igual de água.

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)

190 |
métodos aNALÍTICOS
8.2. Forno mufla (550 - 600 ºC)
8.3. Estufa de secagem 105 °C (precisão ± 5 °C).

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
A amostra deve estar homogênea, devendo-se avaliar a necessidade de moagem prévia.

10. Procedimento
Para materiais de origem mineral não é necessário queima da amostra, podendo pesar a amostra
diretamente em béquer de 250 mL e seguir a partir do item 10.6.
O resíduo obtido na queima da amostra pode não representar toda a substância inorgânica, pois
alguns sais sofrem redução ou volatilização nesta faixa de temperatura.
10.1. Pesar de 2 a 3 g da amostra em cadinho ou cápsula de porcelana, limpo e previamente
calcinado em forno mufla a 550 - 600 ºC por uma hora (após atingir a temperatura) e resfriado em
dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente.
10.2. Levar ao forno mufla e gradualmente aumentar a temperatura (550 - 600 ºC) até obtenção de
cinzas claras (3 horas no mínimo). Opcionalmente, pode-se efetuar pré-queima em placa aquecedora
ou bico de Bunsen, transferindo em seguida para o forno mufla (550 - 600 °C).
10.3. Não se obtendo cinzas claras após o período mínimo de calcinação, recomenda-se a
adição de 2 a 3 gotas de ácido nítrico ou água oxigenada 30 volumes e retorno ao forno mufla
por mais uma hora.
10.4. Retirar a 250 - 300 ºC, esfriar em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente.
10.5. Transferir quantitativamente as cinzas contidas no cadinho para béquer de 250 mL, la-
vando com três porções de aproximadamente 20 mL de solução de ácido clorídrico 1:1. Ferver
por 5 minutos.
10.6. Filtrar quantitativamente sobre papel de filtro, lavando o resíduo com água quente até elimi-
nação de todo o ácido.
OBS: O resíduo poderá ser filtrado em cadinho de placa porosa fina, previamente tarado.
10.7. Transferir o papel de filtro com resíduo para cápsula ou cadinho de porcelana, previamente
tarado. Levar ao forno mufla e gradualmente aumentar a temperatura. Manter por duas horas (no
mínimo) à temperatura de 550 - 600 °C. Retirar a 250 - 300 °C.
OBS: O resíduo filtrado em cadinho de placa porosa fina deve ter secagem realizada em estufa a
105 ± 5 °C por uma hora.
10.8. Resfriar em dessecador até temperatura ambiente e pesar.

| 191
11. Cálculos
Resíduo Insolúvel

Onde:
A Massa do recipiente + resíduo, em g (calcinado)
B Massa do recipiente, em g
m Massa da amostra original, em g.
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos quími-
cos e físicos para análise de alimentos. 4.ed. Brasília: Editora MS, 2005. p.109

• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of


A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 942.05 – Ash of animal feed
(4.1.10)

192 |
métodos aNALÍTICOS
49 - SELÊNIO POR VIA ÚMIDA - VOLUMETRIA IODOMÉTRICA

1. Introdução
A determinação de selênio por volumetria é utilizada como alternativa à metodologia por Espec-
trofotometria de Absorção Atômica.
O íon selenito em solução ácida é tratado com um excesso de tiossulfato de sódio padronizado. O
excesso não deve ser superior a 6 mL. O tiossulfato de sódio em excesso é quantificado por titulação
com solução padrão de iodo, utilizando amido como indicador.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método aplicável em selenito de sódio.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Amido (C6H10O5)
7.3. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.4. Dicromato de potássio (K2Cr2O7)
7.5. Iodeto de potássio (KI)
7.6. Tiossulfato de sódio penta hidratado (Na2S2O3.5H2O)
7.7. Solução de ácido clorídrico 50% (v/v)
Adicionar lentamente 500 mL de ácido clorídrico em 500 mL de água, medidos em proveta. Es-

| 193
friar, homogeneizar e armazenar.
7.8. Solução padronizada de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
Pesar 24,82 g de tiossulfato de sódio penta hidratado e 0,2 g de carbonato de sódio, dissolver em
béquer contendo aproximadamente 100 mL de água fervida e fria. Transferir quantitativamente para
balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume com água fervida e fria. Homogeneizar e estocar
em frasco âmbar
Padronização: Pesar exatamente 0,123 g de dicromato de potássio previamente seco em estufa a
105 °C por duas horas. Dissolver em Erlenmeyer de 250 mL com tampa, com aproximadamente
70 mL de água fervida e fria. Adicionar 2 g de iodeto de potássio e solubilizar. Adicionar 20 mL de
solução de ácido clorídrico 1 mol/L. Tampar o Erlenmeyer e estocar imediatamente ao abrigo da luz
por 10 minutos. Titular gotejando a solução de tiossulfato de sódio penta hidratado até aproximada-
mente 15 mL. Acrescentar 1 mL da solução indicadora de amido 1% (m/v) e continuar a titulação até
desaparecimento da coloração azul.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
m Massa do dicromato de potássio, em g
6 Relação estequiométrica entre iodeto de potássio e dicromato de potássio
294,2 Massa molar do dicromato de potássio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.9. Solução indicadora de amido 1% (m/v)
Pesar 1g de amido e transferir para béquer de 250 mL. Adicionar aproximadamente 50 mL de água
e aquecer até ebulição. Esfriar. Transferir para balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com
água e homogeneizar. Preparar momentos antes do uso.
7.10. Solução volumétrica padronizada de iodo 0,1 mol/L
Pesar 36 g de iodeto de potássio e dissolver em 100 mL de água. Acrescentar 12,75 g de iodo puro,
dissolver, transferir para balão de 1000 mL, completar o volume com água e homogeneizar. Estocar
em frasco âmbar em local escuro. Repousar por 24 horas.
Padronização: Pipetar 25 mL da solução de iodo 0,1 mol/L para Erlenmeyer de 250 mL e adicionar
10 mL de ácido clorídrico 50% (v/v). Titular com solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L até desapa-
recimento da coloração castanha característica de iodo (a solução passa de castanho a amarelo palha),
então acrescentar 2 mL de solução de amido 1% (m/v). Prosseguir a titulação gota a gota até incolor.

194 |
métodos aNALÍTICOS
Cálculo:

Onde:
MR1 Molaridade real da solução de iodo 0,1 mol/L
25 Alíquota da solução de iodo 0,1 mol/L
V Volume da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
7.11. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Agitador magnético e barras magnéticas
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Chapa de aquecimento
8.4. Estufa para 150 °C (precisão ± 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Pesar de 1,0 a 3,0 g da amostra e transferir para um balão volumétrico de 100 mL. Se a
amostra apresentar resíduo insolúvel, dissolver com 3 mL de ácido clorídrico. Completar o volume
com água e homogeneizar.
10.2. Pipetar 20 mL para Erlenmeyer de 250 mL, adicionar 5 mL de ácido clorídrico 50% (v/v),
água até 100 mL e 2 mL de amido 1% (m/v).
10.3. Acrescentar 50 mL de solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L e titular imediatamente com
a solução de iodo 0,1 mol/L até coloração castanho claro.

11. Cálculos

Onde:
50 Alíquota de solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L, em mL
MR Molaridade real da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol/L
V Volume de solução de iodo 0,1 mol/L gasto na titulação, em ml

| 195
MR1 Molaridade real da solução de iodo 0,1 mol/L
m Massa da amostra, em g
5 Diluição (100/20)
0,01974 Equivalência molar entre tiossulfato de sódio 0,1 mol/L e selênio (78,96/4/1000).

12. Bibliografia
• MARINI, José Luiz. Manual de Análises de Sais Minerais e Matérias Primas. 1992. p. 65.

196 |
métodos aNALÍTICOS
50 - SOLUBILIDADE PROTEICA EM HIDRÓXIDO DE POTÁSSIO

1. Introdução
O índice de solubilidade em hidróxido de potássio determina o quanto a proteína presente em
grãos oleaginosos é solúvel em solução de hidróxido de potássio 0,036 mol/L e em sua posterior
quantificação pelos métodos de Kjeldahl ou Dumas.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Devido à alta sensibilidade do método, trabalhar com solução de hidróxido de potássio exatamente
0,036 mol/L.
Para a execução deste método utiliza-se também as soluções reagentes, materiais e equipamentos
descritos nos métodos Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Bórico, Proteína – Méto-
do Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína – Método Dumas.

3. Escopo
Grãos de oleaginosas e derivados.

4. Referências Normativas
• PORTARIA N˚. 108, de 04 de setembro de 1991. Diário Oficial da União, Seção 1. p. 19813.
17 de setembro de 1991.

5. Definições
Não Aplicável

6. Reações
As reações envolvidas dependerão do procedimento para determinação de proteína adotado.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.2. Hidróxido de potássio (KOH)
7.3. Solução volumétrica padronizada de hidróxido de potássio (0,036 mol/L)
Pesar 2,376 g de hidróxido de potássio, solubilizar em água. Transferir quantitativamente para
balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.

| 197
Padronização: Pesar com exatidão 0,184 g de biftalato de potássio, previamente seco em estufa a
105 ºC por 2 horas. Dissolver em Erlenmeyer com aproximadamente 75 mL de água, adicionar 4
gotas de solução alcoólica de fenolftaleína 1% (m/v) e titular gotejando a solução de hidróxido de
potássio 0,036 mol/L até coloração levemente rósea.
Cálculo da molaridade real

Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de potássio 0,036 mol/L
m Massa do biftalato de potássio, em g
204,23 Massa molar do biftalato de potássio
V Volume da solução de hidróxido de potássio 0,036 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
Ajustar a concentração da solução adicionando água ou hidróxido de potássio suficientes para
0,036 mol/L.
7.4. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 1% (m/v)
Dissolver 1,0 g de fenolftaleína em 60 mL de álcool etílico. Transferir para balão volumétrico de
100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.5. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Agitador com controle de rotação (magnético, tipo Kline ou tipo Wagner)
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Centrífuga (1500 rpm)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Moer a amostra de maneira que passe em peneira de 0,5 mm

10. Procedimento
10.1. Pesar 2 g da amostra, transferir para Erlenmeyer de 250 ou 300 mL e adicionar volumetrica-
mente 100 mL de solução de hidróxido de potássio 0,036 mol/L.
10.2. Agitar por 20 minutos, o mínimo suficiente para revolver toda a amostra, usando agitador
magnético, tipo Kline ou tipo Wagner com velocidade correspondente.

198 |
métodos aNALÍTICOS
10.3. Centrifugar o sobrenadante por 10 minutos a 1500 rpm.
10.4. Transferir cuidadosamente o sobrenadante para um béquer de 50 mL evitando-se a passa-
gem de partículas da amostra.
10.5. Pipetar volumetricamente 25 mL do centrifugado e transferir para frasco Kjeldahl ou 10 mL
para tubo de digestão.
10.6. Proceder conforme descrito no método Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido
Bórico, Proteína – Método Kjeldahl - Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína – Método Dumas,
para determinação de proteína bruta.
10.7. Proceder paralelamente prova em branco dos reagentes utilizados.

11. Cálculos
11.1. Cálculo da proteína solúvel

Onde:
ma Massa da amostra na alíquota, em g
m Massa da amostra, em g
Vp Volume pipetado, em mL
100 Volume total da reação, em mL
11.2. Cálculo da proteína solúvel utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em ácido bórico)

Proteína solúvel

Onde:
Va Volume da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Vb Volume da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
M Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L
ma Massa da amostra na alíquota, em g
14 Massa molar do nitrogênio
F Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio (100/16 = 6,25).
11.3. Cálculo da proteína solúvel utilizando-se o método de Proteína Bruta (recebimento em
ácido sulfúrico)
Para cálculo do branco:

| 199
Onde:
V1b Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2b Volume da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1b Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2b Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio

Onde:
B Valor do branco
V1 Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2 Volume da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
ma Massa da amostra na alíquota, em g
14 Massa molar do nitrogênio
F Fator de transformação do nitrogênio em proteína considerando 16% de nitrogênio (100/16 = 6,25).

Solubilidade Proteica

Onde:
prot bruta Resultado obtido pelo método Proteína – Método Kjeldahl
Recebimento em Ácido Bórico, Proteína – Método Kjeldahl
Recebimento em Ácido Sulfúrico ou Proteína – Método Dumas.

12. Bibliografia
• Ver referências normativas.

200 |
métodos aNALÍTICOS
51 - TANINO

1. Introdução
Taninos (do francês tanin) são polifenóis de origem vegetal. As plantas os usam como defesa quí-
mica contra o ataque de herbívoros vertebrados ou invertebrados e contra os microorganismos.
Os taninos estão concentrados na testa da semente e formam complexos com carboidratos e prin-
cipalmente proteínas, reduzindo assim sua digestibilidade e piorando a palatabilidade, pois conferem
ao sorgo sabor adstringente. O tanino pode estar presente no grão de sorgo em menor ou maior con-
centração, identificando-o como de baixo ou alto tanino. A presença de altos níveis de tanino, que
caracteriza as variedades resistentes ao ataque de pássaros, tem influência negativa no desempenho
dos animais.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança e manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Aplicável a sorgo.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido fosfomolíbdico hidratado (H3[P(Mo3O10)4].H2O)
7.2. Ácido fosfórico (H3PO4)
7.3. Ácido tânico (C76H25O46)
7.4. Carbonato de sódio anidro (Na2CO3)
7.5. Tungstato (wolframato) de sódio (Na2Wo4.2H2O)
7.6. Solução de Folin-Dennis

| 201
Pesar 2 g de ácido fosfomolíbdico hidratado e solubilizar em 75 mL de água. Pesar 10 g de tungs-
tato de sódio e solubilizar na solução de ácido fosfomolíbdico. Acrescentar 5 mL de ácido fosfórico.
Colocar em refluxo por duas horas, esfriar, transferir para balão volumétrico de 100 mL, completar o
volume com água e homogeneizar.
7.7. Solução saturada de carbonato de sódio anidro.
Dissolver 35 g de carbonato de sódio anidro em 100 mL de água a 70 – 80ºC, aquecer até dissolver
completamente. Preparar esta solução no momento do uso.
7.8. Solução padrão de ácido tânico 20 mg/L
Pesar exatamente 0,050 g de ácido tânico e dissolver em 500 mL de água. Transferir 20 mL desta
solução para balão volumétrico de 100 mL e completar o volume com água.
7.9. Balão fundo chato 250 mL junta esmerilhada 24/40
7.10. Condensador
7.11. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Centrífuga
8.3. Chapa aquecedora
8.4. Espectrofotômetro UV/VIS

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Caso o laboratório não possua centrífuga, é possível substituir deixando a amostra em repou-
so por 15 minutos.
10.1. Confecção da curva padrão
10.1.1. Pipetar para balões volumétricos de 100 mL, contendo 60 mL de água e 5 mL da solução de Fo-
lin-Dennis, alíquotas de 0,5 mL; 1,0 mL; 1,5 mL; 2,0 mL; 2,5 mL e 3,0 mL da solução padrão de ácido tânico.
10.1.2. Preparar um branco, adicionando 5 mL de solução de Folin-Dennis em balão volumétrico
de 100 mL, contendo 60 mL de água.
10.1.3. Adicionar 10 mL de solução de carbonato de sódio no branco e nos balões da curva pa-
drão, completar o volume com água, aguardar 30 minutos e proceder à leitura da curva em absorbân-
cia, após zerar com o branco, usando 760 nm de comprimento de onda. Plotar os pontos e construir
a curva padrão, pela equação da reta.

202 |
métodos aNALÍTICOS
10.1.4. Existe a possibilidade de preparar apenas um ponto da curva, para leitura juntamente com
a amostra todas as vezes que realizar análise.
10.2. Procedimento analítico
10.2.1. Pesar entre 0,5 e 5,0 g de amostra e transferir para balão de fundo chato adaptado a um
refluxo, adicionar 90 mL de água e refluxar por 2 - 5 horas.
10.2.2. Deixar esfriar, transferir para balão volumétrico de 100 mL e completar o volume com água.
10.2.3. Centrifugar por 5 minutos. Pipetar uma alíquota de 5 mL do sobrenadante e transferir
para balão volumétrico de 100 mL, adicionar 5 mL do reagente de Folin-Dennis, 10 mL da solução
de carbonato de sódio e completar o volume com água.
10.2.4. Fazer um branco com 5 mL do reagente de Folin-Dennis, 10 mL de carbonato de sódio e
completar o volume com água em balão volumétrico de 100 mL.
10.2.5. Agitar bem e aguardar por 30 minutos.
10.2.6. Fazer a leitura em absorbância, após zerar com o branco, usando 760 nm de comprimento de onda.

11. Cálculo
O cálculo poderá ser executado pela equação da reta, quando elaborada a curva padrão de calibra-
ção ou pela equação abaixo, quando utilizado somente um ponto:

Onde:
ASBA Absorbância da amostra
Cp Concentração do padrão na alíquota de leitura
ABSP Absorbância do padrão
Ca Concentração da amostra na alíquota de leitura
1000 Conversão de g em kg

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 952.03 – Tannin in distilled
liquors – spectrophotometric method (26.1.37)

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos. 4. ed.


Brasília: Instituto Adolfo Lutz, 2005. método 255/IV.

| 203
52 - TESTE DE RANCIDEZ - REAÇÃO DE KREISS

1. Introdução
Rancidez é o nome que se dá às alterações no odor e no sabor do alimento, provocada pela ação
do ar (rancidez oxidativa) ou de microrganismos (rancidez cetônica). A floroglucina reage em meio
ácido com os triglicerídeos, dando uma coloração rósea ou vermelha, cuja intensidade aumenta com
a deterioração devida, provavelmente, à presença de aldeído malônico ou de aldeído epidrínico.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança e manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.
Antioxidantes que contenham etoxiquim podem provocar o aparecimento de cor vermelha,
indicando um falso positivo para o teste de rancidez. Neste caso, deve-se buscar métodos apli-
cáveis ao tipo de amostra.

3. Escopo
Aplicável a produtos cárneos e a óleos e gorduras.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido clorídrico (HCl)
7.2. Éter etílico (C4H10O)
7.3. Éter de petróleo
7.4. Floroglucina (C6H6O3)
7.5. Permanganato de potássio (KMnO4).
7.6. Solução de floroglucina 0,1% (m/v)
Pesar 0,1g de floroglucina e dissolver em éter etílico para balão volumétrico de 100 mL. Esta so-

204 |
métodos aNALÍTICOS
lução deve ser preparada no mesmo dia do uso.
7.7. Solução de permanganato de potássio 0,002 mol/L
Pesar 0,32 g de permanganato de potássio e transferir para um béquer de 2L. Adicionar 1000
mL de água, tampar com um vidro de relógio e levar a ebulição. Deixar a solução em fervura suave
durante cerca de 20 minutos. Esfriar a temperatura ambiente, deixar em repouso em frasco fechado
por no mínimo 12 horas ao abrigo da luz e filtrar através de cadinho de Gooch com placa porosa.
Transferir o filtrado para frasco escuro, com rolha esmerilhada.
7.8. Cadinho de Gooch com placa porosa
7.9. Papel de filtro qualitativo ou algodão hidrófilo
7.10. Proveta de 25 ou 50 mL com tampa ou tubo de ensaio de no mínimo 20 mL com tampa
7.11. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Agitador Kline ou magnético
8.2. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.3. Banho-maria
8.4. Chapa de aquecimento
8.5. Estufa de secagem à 105 ºC (precisão ± 5 ºC) ou rotaevaporador

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
É possível utilizar a gordura extraída pelo extrator Soxhlet, após a determinação de extrato etéreo.
10.1. Pesar 50 g de amostra previamente moída, adicionar 100 mL de éter de petróleo e agitar em
agitador Kline ou magnético durante 30 minutos.
10.2. Filtrar em funil de vidro contendo papel de filtro qualitativo ou algodão.
10.3. Receber o filtrado em um Erlenmeyer de 250 mL e evaporar o resíduo de éter em banho-
-maria a 80 ºC.
10.4. Colocar em estufa a 105 ºC, durante 10 minutos. Esfriar em dessecador. Este processo de
evaporação também pode ser realizado, opcionalmente, no rotaevaporador.
10.5. Transferir com auxílio de uma pipeta, 5 mL da gordura fundida para uma proveta ou tubo
de ensaio com tampa. Adicionar 5 mL de ácido clorídrico, tampar e agitar por 30 segundos.
10.6. Adicionar 5 mL de solução de floroglucina 0,1% (m/v), tampar e agitar novamente por 30
segundos, com o cuidado de aliviar a pressão do tubo. Deixar em repouso por 10 minutos.

| 205
Na presença de substâncias rançosas, a camada inferior apresentará coloração rósea ou vermelha.
Se a intensidade da coloração for fraca, compare a camada inferior com uma solução de perman-
ganato de potássio 0,0012% (3,8 mL de uma solução 0,002 mol/L diluído para 100 mL de água). Se
a intensidade for a mesma, ou inferior, pode-se deixar de levar em consideração o resultado, contanto
que as características sensoriais do produto sejam satisfatórias.

11. Cálculo
Não aplicável

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.: Métodos químicos e
físicos para análise de alimentos. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 507 – 508

206 |
métodos aNALÍTICOS
53 - UMIDADE E VOLÁTEIS A 105 ºC

1. Introdução
Umidade e voláteis corresponde à perda em peso sofrida pela amostra quando aquecida em con-
dições nas quais a água e outras substâncias voláteis são removidas.

2. Recomendações
Ao utilizar estufa sem circulação de ar, recomenda-se não processar grande número de amostras
simultaneamente.

3. Escopo
Produtos e subprodutos de origem vegetal, animal e mineral, rações e concentrados.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações
Não aplicável.

7. Reagentes e Material
7.1. Pesa filtro, placa de vidro ou cápsula de alumínio
7.2. Dessecador com cloreto de cálcio ou sílica-gel anidros

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Estufa de secagem 105 ºC (precisão ± 5 ºC)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na produção, vide capítulo Amostragem.

| 207
10. Procedimento
10.1. Seque previamente o recipiente (pesa filtro, placa de vidro ou cápsula de alumínio) em estufa
a 105 ºC por uma hora e resfrie até temperatura ambiente em dessecador.
10.2. Pese em balança analítica o recipiente limpo e previamente seco.
10.3. Tare a balança com o recipiente e pese entre 2 e 5 g da amostra.
10.4. Coloque em estufa pré-aquecida a 105 ºC até peso constante.
10.5. Retire o recipiente da estufa, esfrie em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente.
10.6. Pese em balança analítica, evitando o contato direto da mão com o recipiente.

11. Cálculo

Onde:
mA Massa do recipiente + amostra antes da secagem, em g
mB Massa do recipiente + amostra após a secagem, em g
mC Massa da amostra, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz.: Métodos químicos e
físicos para análise de alimentos. 4.ed. Brasília: Editora MS, 2005. p.98

208 |
métodos aNALÍTICOS
54 - UMIDADE E VOLÁTEIS EM GRÃOS

1. Introdução
Umidade e voláteis corresponde à perda em peso sofrida pela amostra quando aquecida em con-
dições nas quais a água e outras substâncias voláteis são removidas.
Existem muitas variações quanto ao tamanho, temperaturas e tempo de método padrão sendo
esta metodologia uma sugestão que não invalida a utilização de métodos diferentes, mas que possam
reproduzir resultados semelhantes ao método sugerido.

2. Recomendações
Ao utilizar estufa sem circulação de ar, recomenda-se não processar grande número de amostras
simultaneamente.
A amostra não deve sofrer aquecimento durante o processo de moagem, pois isto acarreta em per-
da de umidade. Recomenda-se o uso de moinho do tipo ultra-centrífugo.
Não deixar os cadinhos pesa filtro, cápsulas de porcelana ou de alumínio em dessecador por um
período superior a 3 horas.

3. Escopo
Grãos de cereais e oleaginosas.

4. Referências Normativas
Não aplicável

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
Não aplicável

7. Reagentes e Materiais
7.1. Cadinho pesa filtro, cápsula de porcelana ou de alumínio
7.2. Dessecador com cloreto sílica-gel anidro

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)

| 209
8.2. Estufa de secagem 45 °C (precisão ± 2 °C) e 135 °C (precisão ± 5 °C), preferencialmente com
circulação de ar

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
10.1. Pré-secagem utilizando estufa a 45 ºC por 24 horas
10.1.1. Pesar um cadinho pesa filtro, cápsula de alumínio ou cápsula de porcelana previamente
seco em estufa a 45 °C e resfriado em dessecador até temperatura ambiente. Registrar a identificação
e o peso.
10.1.2. Pesar aproximadamente 15 g da amostra do grão no cadinho pesa filtro, cápsula de alumí-
nio ou cápsula de porcelana.
10.1.3. Colocar em estufa a 45 °C por 24 horas
10.1.4. No final deste tempo, retirar e colocar em dessecador até equilíbrio com a temperatura
ambiente.
10.1.5. Pesar, anotar e determinar a umidade da etapa de pré-secagem.
10.1.6. Moer e reservar esta amostra para secagem definitiva.
10.2. Secagem definitiva utilizando estufa a 135 ºC por duas horas
10.2.1. Pesar um recipiente previamente seco em estufa a 135 °C e resfriado em dessecador até
temperatura ambiente, registrar a identificação e o peso.
10.2.2. Pesar aproximadamente 3 g da amostra do grão que sofreu pré-secagem e moagem, no
recipiente.
10.2.3. Colocar em estufa a 135 °C por 2 horas ou até peso constante.
10.2.4. No final deste tempo, retirar e colocar em dessecador até equilíbrio com a temperatura
ambiente.
10.2.5. Pesar, anotar e determinar a umidade da etapa de secagem definitiva.

11. Cálculo
11.1. Cálculo da umidade da pré-secagem (45 °C)

Onde:
mA Massa do recipiente + amostra antes da secagem a 45 °C, em g
mB Massa do recipiente + amostra após a secagem a 45 °C, em g

210 |
métodos aNALÍTICOS
mC Massa da amostra, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)
11.2. Cálculo da umidade da secagem definitiva

Onde:
mD Massa do recipiente + amostra antes da secagem a 135 °C, em g
mE Massa do recipiente + amostra após a secagem a 135 °C, em g
mF Massa da amostra após a secagem a 45 °C, em g
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)
11.3. Cálculo da umidade corrigida
11.3.1. Fator de correção:

11.3.2. Umidade corrigida:

11.4. Cálculo da umidade total:

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007 method 934.01 – Loss on drying (mois-
ture) at 95-100 °C for feeds; dry matter on oven drying at 95-100 °C for feeds (4.1.03)

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos físico-
-químicos para análise de alimentos. 4. ed. Brasília: Editora MS, 2005. p. 98-99.

• SILVA, Dirceu Jorge; QUEIROZ, Augusto César de. Análises de Alimentos. Métodos Químicos
e Biológicos. 3. ed. Minas Gerais: Editora UFV, 2005. p. 23-29.

• LAZZARI, A. Flávio. Umidade, Fungos e Micotoxinas na Qualidade de Sementes, Grãos e


Rações. 1. ed. Curitiba: Ed. do Autor, 1993.

| 211
55 - UREIA POR DESTILAÇÃO KJELDAHL

1. Introdução
Consiste na determinação do nitrogênio da ureia, liberado pela ação enzimática da urease.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Esse procedimento é aplicável à ureia ou produtos que a contenham.

4. Referências Normativas
• PORTARIA N˚. 108, de 04 de setembro de 1991. Diário Oficial da União, Seção 1. p. 19813.
17 de setembro de 1991

5. Definições
Não aplicável

6. Reações
São várias as reações que ocorrem no processo e não serão descritas neste método.

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido bórico (H3BO3)
7.2. Ácido clorídrico (HCl)
7.3. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.4. Álcool etílico (C2H5OH)
7.5. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.6. Cloreto de cálcio (CaCl2)
7.7. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.8. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.9. Óxido de magnésio (MgO)
7.10. Urease
7.11. Ureia (CH4N2O)
7.12. Solução volumétrica padronizada de ácido clorídrico 0,1 mol/L

212 |
métodos aNALÍTICOS
Medir 8,5 mL de ácido clorídrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, contendo apro-
ximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar em Erlenmeyer aproximadamente 0,133 g de carbonato de sódio, previamen-
te seco a 105 ºC por 2 horas. Dissolver em 50 mL água, Adicionar 3 gotas de solução de vermelho
de metila 0,1% m/v. Titular até viragem para coloração rósea. Aquecer a ebulição, para eliminar o gás
carbônico. Se a coloração rósea não for persistente, esfriar e prosseguir a titulação. O ponto exato de
viragem da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L ocorre em pH 4,4.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L
m Massa do carbonato de sódio, em g
105,988 Massa molar do carbonato de sódio
V Volume da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
2/1 Relação estequiométrica entre ácido clorídrico e carbonato de sódio
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.13. Solução de ácido bórico 4% (m/v)
Pesar 40 g de ácido bórico e transferir para béquer de 1000 mL. Dissolver em aproximadamente
500 mL de água, utilizando agitação. Filtrar a solução em papel filtro qualitativo, para balão volumé-
trico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
7.14. Solução reagente neutra de urease 1% (m/v)
Determinação da alcalinidade: Pesar exatamente 0,1 g de urease, dissolver em 50 mL de água e
titular com solução volumétrica padronizada de ácido clorídrico 0,1 mol/L, utilizando solução indi-
cadora de vermelho de metila 0,1% (m/v) até viragem para coloração rósea. Anotar a quantidade de
ácido clorídrico 0,1 mol/L necessária para neutralizar 0,1 g de urease.
Pesar exatamente 1 g de urease em béquer de 100 mL e dissolver com aproximadamente 50 mL de
água. Neutralizar esta solução utilizando a relação gramas de urease/mL de ácido clorídrico 0,1 mol/L
obtida na determinação da alcalinidade. Transferir para balão volumétrico de 100 mL, completar o
volume com água e homogeneizar.
Determinação da atividade enzimática: Adicionar quantidades crescentes de solução neutra de
urease 1% a várias amostras de 0,1 g de ureia e prosseguir a partir do item 10.2 do procedimento.
Conforme os resultados obtidos, determina-se a quantidade mínima de solução necessária para hi-
drolisar 0,1 g de ureia.
7.15. Solução volumétrica padronizada de ácido sulfúrico 0,2 mol/L

| 213
Pipetar 11,2 mL de ácido sulfúrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, contendo
aproximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar aproximadamente 0,53 g de carbonato de sódio, previamente seco a 105 ºC
por 2 horas. Transferir para um Erlenmeyer de 250 mL, dissolver em 50 mL de água e adicionar 10
mL de ácido sulfúrico 0,2 mol/L medidos na bureta e 4 gotas de vermelho de metila 0,1% (m/v).
Prosseguir a titulação gotejando a solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L até obter coloração levemente
rósea. Aquecer a ebulição, para eliminar o gás carbônico. Se a coloração rósea não for persistente,
esfriar e prosseguir a titulação. O ponto exato de viragem da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
ocorre em pH 4,4.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
m Massa do carbonato de sódio, em g
105,988 Massa molar do carbonato de sódio
V Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.16. Solução volumétrica padronizada de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
Pesar 8,00 g de hidróxido de sódio em béquer de 250 mL e diluir com água. Após esfriar, transferir
para balão volumétrico de 1000 mL. Completar o volume com água.
Padronização: Pesar em Erlenmeyer de 250 mL 1,0212 g de biftalato de potássio, previamente seco
à 105 °C, por 2 horas. Adicionar 40 - 50 mL de água e titular com hidróxido de sódio 0,2 mol/L,
usando gotas de solução de fenolftaleína como indicador até viragem levemente rosa.
Cálculo da molaridade real:


Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
m Massa do biftalato de potássio, em g
204,2286 Massa molar do biftalato de potássio
V Volume da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

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métodos aNALÍTICOS
7.17. Solução indicadora mista
Dissolver 0,132 g de vermelho de metila em 70 mL de álcool etílico. Transferir quantitativamente
para balão volumétrico de 200 mL. Dissolver 0,066g de verde de bromocresol em 70 mL de álcool
etílico. Juntar ao balão contendo vermelho de metila, completar o volume com álcool etílico e homo-
geneizar. A solução indicadora mista poderá ser incorporada à solução de ácido bórico 4% (m/v) (8
mL por litro).
7.18. Solução reagente de cloreto de cálcio 25%
Pesar 25 g de cloreto de cálcio em béquer e dissolver com água. Transferir quantitativamente para
balão volumétrico de 100 mL, completar o volume e homogeneizar.
7.19. Solução indicadora de vermelho de metila 0,1% (m/v)
Dissolver 0,1 g de vermelho de metila em aproximadamente 60 mL de álcool etílico. Transferir
para balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com água e homogeneizar.
7.20. Solução antiespumante
7.21. Vermelho de metila
7.22. Verde de bromocresol
7.23. Bureta (div. 0,05 mL)
7.24. Frasco Kjeldahl de 500 ou 800 mL
7.25. Pérolas de vidro 4 a 6 mm
7.26. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001 g)
8.2. Conjunto Kjeldahl para destilação macro

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.

10. Procedimento
Quando houver viragem da cor vermelha para amarela durante a fase de destilação, desconsiderar
a análise em processo. Esta observação é válida quando se utiliza o método com recebimento em
ácido sulfúrico.
10.1. Pesar de 0,2 a 2 g da amostra, conforme o teor esperado de ureia e transferir para frasco
Kjeldahl de 500 ou 800 mL. Analisar paralelamente um branco, com todos os reagentes utilizados.
10.2. Adicionar aproximadamente 250 mL de água e 10 mL de solução neutra de urease 1% (m/v).
Tampar hermeticamente e deixar à temperatura ambiente por 1 hora ou 20 minutos a 40 °C.

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10.3. Abrir o frasco Kjeldahl e, sem agitar, adicionar 2 g de óxido de magnésio, 5 mL de solução
de cloreto de cálcio 25%, 3 mL de solução antiespumante e 7 - 8 pérolas de vidro.
10.4. Levar ao destilador, arrolhando rapidamente o frasco. Agitar e proceder à destilação. Destilar
de modo que o condensado seja obtido à temperatura ambiente.
Nota: O terminal do condensador deve ficar mergulhado na solução durante a fase de destilação.
10.5. Recolher cerca de 100 mL do destilado em Erlenmeyer de 300 mL ou 500 mL, contendo 50 mL
de solução de ácido bórico 4% (m/v) ou volume conhecido de solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L, con-
forme o percentual de ureia esperado. (Neste caso, utilizar como indicador vermelho de metila 0,1%).
Nota: Orientação para volumes de ácido sulfúrico 0,2 mol/L a serem utilizados, de acordo com o
percentual de ureia esperado:

CONCENTRAÇÃO ESPERADA DA UREIA mL H2SO4O,2 Mol/l


até 1% 5
2% 10
5% 15

Para valores esperados acima de 5%, pesar massa correspondente e usar alíquota apropriada.
10.6. Retirar o Erlenmeyer, lavar o terminal do condensador e titular com ácido clorídrico 0,1
mol/L até viragem de verde para rosa, quando a solução receptora for ácido bórico 4% (m/v), ou com
hidróxido de sódio 0,2 mol/L, até viragem de vermelho para amarelo, quando a solução receptora for
ácido sulfúrico 0,2 mol/L.
10.7. Proceda sempre a uma prova de recuperação utilizando ureia (100 a 200 mg).

11. Cálculos
11.1. Procedimento com uso de ácido sulfúrico 0,1 mol/L (titulação com solução de hidróxido de
sódio 0,2 mol/L):
Para cálculo do branco:

Onde:
V1b Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2b Volume da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1b Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2b Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio

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métodos aNALÍTICOS
Onde:
B Valor do branco
V1 Volume da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L utilizado, em mL
V2 Volume da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L gasto na titulação, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,2 mol/L
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 0,2 mol/L
2 Relação entre número de equivalentes do ácido sulfúrico e do hidróxido de sódio
m Massa da amostra, em g
14 Massa molar do nitrogênio
Fator de transformação do nitrogênio em ureia
11.2. Procedimento com uso de ácido bórico (titulação com solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L):

Onde:
Va Volume da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na titulação, em mL
Vb Volume da solução de ácido clorídrico 0,1 mol/L gasto na prova em branco, em mL
M Molaridade real da solução de ácido clorídrico 0,1mol/L
m Massa da amostra, em g
14 Massa molar do nitrogênio
2,143 Fator de transformação do nitrogênio em ureia

12. Bibliografia
• ASSOCIATION OF OFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis of
A.O.A.C. International, 18th ed, 2005, 2nd revision 2007, Method 941.04 Urea and ammoniacal
nitrogen in animal feed

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos quí-
micos e físicos para análise de alimentos, v.1. 4. ed. São Paulo: PROL, 2005. p. 919, 922 e 926

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56 - ZINCO - VIA ÚMIDA

1. Introdução
A determinação de zinco por volumetria é utilizada como alternativa à metodologia por Espectro-
metria de Absorção Atômica.
Baseia-se na reação da amostra com o cloreto de amônio, para eliminação de contaminação por
outros metais. Posteriormente é adicionado excesso de ácido sulfúrico formando sulfato de zinco e o
excesso do ácido presente é titulado com solução alcalina de concentração conhecida.

2. Recomendações
Antes da aplicação do método é imprescindível observar as condições de segurança no manuseio
dos produtos químicos e dos equipamentos.

3. Escopo
Método aplicável em óxido de zinco.

4. Referências Normativas
Não aplicável.

5. Definições
Não aplicável.

6. Reações

7. Reagentes e Materiais
7.1. Ácido sulfúrico (H2SO4)
7.2. Álcool etílico (C2H5OH)
7.3. Biftalato de potássio (C8H5KO4)
7.4. Carbonato de sódio (Na2CO3)
7.5. Cloreto de amônio (NH4Cl)
7.6. Fenolftaleína (C20H14O4)
7.7. Hidróxido de sódio (NaOH)
7.8. Vermelho de metila.

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métodos aNALÍTICOS
7.9. Solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L
Medir 27,5 mL de ácido sulfúrico e transferir para balão volumétrico de 1000 mL, contendo apro-
ximadamente 500 mL de água. Esfriar, completar o volume com água e homogeneizar.
Padronização: Pesar aproximadamente 1,325 g de carbonato de sódio, previamente seco a 105 ºC por 2
horas. Transferir para um Erlenmeyer de 250 mL, dissolver em 75 mL de água e adicionar 10 mL de ácido
sulfúrico 0,5 mol/L medidos na bureta e 4 gotas de vermelho de metila 0,1% (m/v). Prosseguir a titulação
gotejando a solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L até obter coloração levemente rósea. Aquecer a ebulição,
para eliminar o gás carbônico. Se a coloração rósea não for persistente, esfriar e prosseguir a titulação. O
ponto exato de viragem da solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L ocorre em pH 4,4.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L
m Massa do carbonato de sódio, em g
105,988 Massa molar do carbonato de sódio
V Volume da solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)
7.10. Solução volumétrica padronizada de hidróxido de sódio 1 mol/L
Pesar aproximadamente 45 g de hidróxido de sódio e dissolver em água. Transferir quantitativa-
mente para balão volumétrico de 1000 mL, completar o volume e homogeneizar.
Padronização: Pesar em Erlenmeyer de 250 mL 2,043 g de biftalato de potássio, previamente seco
à 105 °C, por 2 horas. Adicionar 75 mL de água e titular com hidróxido de sódio 1 mol/L, usando
gotas de solução de fenolftaleína como indicador até viragem levemente rosa.
Cálculo da molaridade real:

Onde:
MR Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 1 mol/L
M Massa do biftalato de potássio, em g
204,2286 Massa molar do biftalato de potássio
V Volume da solução de hidróxido de sódio 1 mol/L gasto na titulação, em mL
1000 Conversão entre unidades de volume (mL e L)

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7.11. Solução alcoólica indicadora de vermelho de metila 0,1 % (m/v)
Dissolver 0,1 g de vermelho de metila em aproximadamente 60 mL de álcool etílico. Transferir
para balão volumétrico de 100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.12. Solução alcoólica indicadora de fenolftaleína 10 g/L
Dissolver 1,0 g de fenolftaleína em aproximadamente 60 mL de álcool etílico. Transferir para balão
volumétrico de 100 mL, completar o volume com álcool etílico e homogeneizar.
7.13. Cápsula ou cadinho de porcelana
7.14. Materiais usuais de laboratório

8. Equipamentos
8.1. Balança analítica (resolução de 0,0001g)
8.2. Forno mufla
8.3. Placa aquecedora
8.4. Estufa de secagem 105 °C (precisão ± 5 °C)

9. Amostragem
Para a retirada de amostras na Produção, vide capítulo Amostragem.
Moer e homogeneizar em almofariz se necessário.

10. Procedimento
10.1. Pesar 1,5 g da amostra, previamente moída e homogeneizada, em cadinho ou cápsula de
porcelana.
10.2. Levar ao forno mufla e aumentar gradualmente a temperatura até 550-600 °C. Manter du-
rante 2 horas.
10.3. Retirar a 250 °C e resfriar em dessecador até equilíbrio com a temperatura ambiente.
10.4. Transferir quantitativamente com o auxílio de bastão de vidro e água para Erlenmeyer de 500
mL contendo 2,5 g de cloreto de amônio.
10.5. Adicionar volumetricamente 50 mL de solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L. Aquecer até
dissolução e esfriar a temperatura ambiente.
10.6. Adicionar 5 a 10 gotas de solução de vermelho de metila 0,1 % (m/v) e titular com solução
de hidróxido de sódio 1 mol/L até viragem de vermelho para amarelo.

11. Cálculos

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métodos aNALÍTICOS
Onde:
V1 Volume da solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L empregada, em mL
M1 Molaridade real da solução de ácido sulfúrico 0,5 mol/L
V2 Volume da solução de hidróxido de sódio 1 mol/L gasto na titulação, em mL
M2 Molaridade real da solução de hidróxido de sódio 1 mol/L
m Massa da amostra, em g
0,032685 Equivalência molar entre ácido sulfúrico 0,5 mol/L e zinco
1000 Conversão entre unidades de massa (g e kg)

12. Bibliografia
• ASSUMPÇÃO, Rosely M. Viegas; MORITA, Tokio. Manual de Soluções Reagentes e Solventes –
padronização, preparação, purificação. 2. ed. 1972

• INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4. ed. 2005

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