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Proteção de Sistemas

Elétricos de Potência

Proteção de Geradores e Motores


Frederico Avelar Martins dos Santos
fred.avelar7@gmail.com
Sistema Elétrico

Valores suportados pelo motor, NEMA MG1-2009, Artigo 20.45.

Motores devem operar com sucesso em carga nominal com uma variação de:

±10% da tensão nominal.

±5% da frequência nominal.

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Sistema Elétrico

Grandes motores são normalmente especificados para partir com tensões terminais de
70% a 85% da nominal.

Tensão baixa na partida de um motor pode impedir que a rotação nominal seja atingida ou
fazer com que o tempo de aceleração seja estendido, resultando em aquecimento
excessivo do rotor e dos enrolamentos do estator.

Motores síncronos, podem não atingir velocidade suficiente para que o campo seja
aplicado.

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Sistema Elétrico

Curva A: 100% Tensão

Curva B: 90% Tensão

Curva C: 80% Tensão

TENSÃO IP/IN TEMPO PARTIDA

TENSÃO IP/IN TEMPO PARTIDA

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Sistema Elétrico

Entendimento sistêmico da subtensão:

Um grande motor de indução girando a velocidade nominal, ou um grande motor


síncrono com excitação fixa, pode ser aproximado em condições de estado
estacionário como um dispositivo kVA constante para uma determinada carga de
eixo.

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Sistema Elétrico
Entendimento sistêmico da subtensão:

A baixa tensão enquanto o motor está funcionando resulta em correntes


operacionais mais altas do que o normal e no caso de motores de indução, resulta
em aumento do aquecimento do enrolamento do estator e do rotor.

Current in motor windings with one phase open circuited: wye-connected motor
IEEE Std C37.96-2012 - IEEE Guide for AC Motor Protection

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Sistema Elétrico
Entendimento sistêmico de perturbações na performance do motor

- A velocidade varia diretamente com a frequência aplicada e aumenta ligeiramente


com o aumento da tensão.

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Sistema Elétrico
Entendimento sistêmico de perturbações na performance do motor

Temperatura de operação varia com o quadrado da corrente do motor


As perdas no cobre se elevam bastante com aumento da corrente.
Entende-se carga como corrente.

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Proteções de Tensão

As tensões de funcionamento que se desviam das tensões nominais superiores à tolerância


dada no NEMA MG-1-2009 podem sujeitar os motores a falhas, os quais podem ser
necessárias formas especiais de proteção. No contexto atual, a tensão anormal abrange o
seguinte:

Subtensão (ANSI 27)

Sobretensão (ANSI 59)

Desbalanço de tensão e falta de fase (ANSI 47)

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Proteções de Tensão

Subtensão (ANSI 27)

Ao determinar os requisitos de proteção contra subtensão para motores grandes, deve-se


considerar tanto a subtensão de longa duração quanto a subtensão de curta duração (0 ciclos
a 15 ciclos)

Transitória
- Durante eliminação de falta em circuito adjacente.
- Durante a partida de um grande motor.

Regime
- Transformador com tap errado.

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Proteções de Tensão

Subtensão (ANSI 27)

Transitória

Muitas vezes, as subtensões duram apenas 5 ciclos a 15 ciclos (base de 60 Hz) e, na maioria
dos casos, nenhum dano é feito aos motores.

Ao aplicar a proteção a essas instalações, o desligamento do motor não deve ser mais rápido
ou mais sensível do que o necessário.

No caso de grandes motores que fornecem cargas críticas de processo, geralmente é


desejável executar estudos de estabilidade, levando em conta a inércia total do motor e da
carga acionada, a duração da queda de tensão e as características do motor.

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Proteções de Tensão

Subtensão (ANSI 27)

Regime

A ocorrência de baixa tensão nos terminais do motor, alteram os seguintes fatores


operacionais do motor (MAMEDE FILHO, 2011):

• A corrente de plena carga aumenta aproximadamente na proporção inversa da tensão


aplicada;

• A corrente de partida diminui na proporção direta da tensão aplicada;

• O conjugado de partida diminui com o quadrado da tensão aplicada;

• O escorregamento aumenta, ocasionando no aumento de temperatura


nos enrolamentos do motor;

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Proteções de Tensão

Subtensão (ANSI 27)

Atuação

O dispositivo de subtensão pode ser ligado para acionar o contator ou disjuntor do motor.

Deve ser incluído um atraso de tempo para permitir que as falhas ou perturbações do
sistema se dissipem.

O atraso de tempo depende e deve ser coordenado com o tempo para limpar ou isolar falhas
do sistema por operações de relé de backup, permitir partidas de grandes motores.

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Proteções de Tensão

Subtensão (ANSI 27)

Ajustes típicos

Em motores de baixa tensão, o ajuste será feito geralmente na entrada do CCM.

Deve desligar para tensão zero, evitando reaceleração e partidas inadvertidas.

Atuação monofásica ** Muito cuidado em sistemas isolados ou com resistor de alto valor
Ôhmico
Ajustes 27 (subtensão)
TRIP ALARME

 Pick-up: 80% Vn  Pick-up: 85% Vn

 Tempo: 2s a 5s  Tempo: 2s a 5s

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Proteções de Tensão

Sobretensão (ANSI 59)

Regime
A operação de motores de indução e síncronos em sobretensão moderada em regime
permanente dentro da tolerância dos padrões do motor não é considerada prejudicial.

A sobretensão causa um aumento na corrente de magnetização devido a um aumento nas


perdas de ferro na máquina.

Do ponto de vista da carga de potência constante, a sobretensão causa uma diminuição na


corrente de carga em proporção praticamente inversa a tensão aplicada, salvo aumento das
perdas.

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Proteções de Tensão

Sobretensão (ANSI 59)


Regime
Em grandes motores, corrente de magnetização é menor percentualmente que em pequenos
motores, portanto, pequenos motores irão sentir mais os impactos da sobre temperatura.

Ao partir um motor com sobretensão, a corrente do rotor bloqueado é maior do que a


corrente inicial nominal em proporção direta ao aumento da tensão.

O conjugado de partida varia com o quadrado da tensão aplicada.

O relé de rotor travado protege o motor contra danos térmicos quando a tensão não está
mais de 10% acima da tensão nominal no momento da partida. (Ponto de RTB para nova
corrente será alguns segundos menor)
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Proteções de Tensão

Sobretensão (ANSI 59)

Transitórias

As sobretensões transitórias são danosas aos motores.

A proteção dos motores para tais condições deve ser obtida através da utilização de
capacitores de surto e para raios instalados o mais próximo possível dos terminais dos
motores, geralmente na caixa de ligação do equipamento.

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Proteções de Tensão

Sobretensão (ANSI 59)

Ajustes típicos

Em motores de baixa tensão, o ajuste será feito geralmente na entrada do CCM.

Atuação monofásica ** Muito cuidado em sistemas isolados ou com resistor de alto valor
Ôhmico

Ajustes 59 (sobretensão)

TRIP ALARME

 Pick-up: 110% Vn  Pick-up: 105% Vn

 Tempo: 3s a 5s  Tempo: 3s a 5s

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Proteções de Tensão

Desequilíbrio e falta de Fase


(ANSI 47)

Tensões desequilibradas e
faltas de fase são fenômenos
semelhantes, diferindo apenas
no grau de desequilíbrio.
Quando as tensões fornecidas
a um motor se desequilibram,
a corrente de sequência
positiva permanece inalterada
e uma corrente de sequência
negativa flui devido ao
Current in motor windings with one phase open circuited: wye-connected motor
desequilíbrio. IEEE Std C37.96-2012 - IEEE Guide for AC Motor Protection

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Proteções de Tensão

Desequilíbrio e falta de Fase


(ANSI 47)

A combinação de correntes de
sequência positiva e negativa
produz correntes de fase de
aproximadamente 1,73 vezes
a carga anterior em cada fase
e corrente zero na fase aberta.
Devido a perdas adicionais do
motor (principalmente no
cobre) o valor real da corrente
de fase do motor em cada fase Sequence currents for open-phase supply to motor
é mais próximo do dobro da IEEE Std C37.96-2012 - IEEE Guide for AC Motor Protection

corrente de carga anterior.

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Proteções de Tensão
Desequilíbrio e falta de Fase (ANSI 47)

Cálculo da corrente de desequilíbrio.


A impedância da sequência negativa em pu de qualquer tipo de motor é aproximadamente igual a
impedância de sequencia positiva de rotor bloqueado.

Exemplo:
Um motor tem um rotor bloqueado de seis vezes In, qual a impedância de sequencia negativa e qual
percentual de desbalanço de corrente irá apresentar para tensão com 5% de componente de sequência
negativa?

Assim, uma tensão com 5% de componente de sequencia negativa produz uma corrente de sequência
negativa do estator de 30% da corrente de carga total.
(IEEE Std C37.96-2012 Guide for AC Motor Protection)

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Proteções de Tensão
Desequilíbrio e falta de Fase (ANSI 47)

A gravidade desta condição é indicada pelo fato de que, com essa corrente extra, o motor
pode ter aumento de 40% a 50% da temperatura.

As correntes de fase de sequência negativa produzem um fluxo que gira em uma direção
oposta à rotação do rotor, atuando como um freio e tendo velocidade relativa ao rotor de
120 Hz, gerando tensão pronunciada e elevada corrente do rotor.
O aquecimento excessivo pode ocorrer com a corrente de fase menor que a corrente nominal
do motor.

As setas não indicam sentido real de rotação, apenas representam a inversão nos sentidos de rotação do motor

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Proteções de Tensão

Desequilíbrio e falta de Fase (ANSI 47)

Detectar assimetrias de tensão. Perda de uma fase, duas fases ou reversão de fase.

Alguns relés tem a opção de detectar apenas inversão de fase (ON/OFF).

Ajustes típicos

Ajustes 47 (Reversão de fase)


ON (Inibição de partida)
 Tempo: 5 s

Ajustes 47 (seq.negativa)
TRIP ALARME
 Pick-up: 3 a 5 % de tensão seq. negativa  Pick-up: 2% de tensão seq. negativa
 Tempo: 10s  Tempo: 10s

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Proteções de Corrente

Corrente de Sequência Negativa (ANSI 46)

A função ANSI 46 é mais sensível que a função ANSI 47, pois as variações de corrente são
mais significativas que as de tensão.

Os falhas que sensibilizam essa função são similares:


 Tensão desbalanceada, falta de fase, falta monofásica ou carga desbalanceada

 Rebobinamento desigual do motor, desequilíbrio interno.

 Curtos entre espiras no estator.

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Proteções de Corrente

Corrente de Sequência Negativa (ANSI 46)

Curtos entre espiras no estator


Uma falha comum em motores é o curto entre espiras nas bobinas do estator, esse tipo de
falha (quando não envolve a terra) gera apenas componentes de sequencia negativa, sendo
imprescindível a função 46.

As falhas de isolamento em motores


elétricos normalmente surgem com um
curto circuito entre espiras, avançando
para entre grupos de bobinas e finalmente
entre em fases distintas.

http://surgetestbrasil.com.br/

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Proteções de Corrente

Corrente de Sequência Negativa (ANSI 46)

Relação entre desbalanço e sequencia negativa.

Premissas:

Sem uma fase temos 100% de desbalanço

Sem uma fase temos 57,8% de seq. Negativa

Manual do relé sempre deve ser consultado


para verificar qual método de cálculo é
utilizado.
Máxima corrente de sequência negativa no motor: perda de fase.
Das propriedades das componentes simétricas O Setor Elétrico / Agosto de 2010

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Proteções de Tensão

Corrente de Sequência Negativa (ANSI 46)


Ajustes típicos
Ajustes típicos Trip
Alarme Ajustes 46 (Seq. neg.)
Ajustes 46 (Seq. neg.)
 Pick-up: 15% da corrente do motor
 Pick-up: 10% da corrente do motor  Tempo: 3,5s
 Tempo: 3,5s

Ajustes 46 (Desequilíbrio)
Ajustes 46 (Desequilíbrio)
 Pick-up: 25% da corrente do motor
 Pick-up: 20% da corrente do motor  Tempo: 3,5s
 Tempo: 3,5s

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Proteções de Tensão

Esquema de aplicação das funções de desequilíbrio

ANSI 47 com viés mais sistêmico

ANSI 46 mais dedicada a motores

Device 47 VT locations and Device 46 CT location for motor protection


IEEE Std C37.96-2012 - IEEE Guide for AC Motor Protection

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Proteções Corrente

Os circuitos de motores devem ter uma unidade de sobrecorrente em cada condutor de fase,
pode ser dispositivo em série com circuito de potência como disjuntor e fusível, ou indiretos
como relé de proteção.

As proteções de corrente de fase deverão operar quando o motor falhar em sua aceleração,
apresentar sobrecorrente por tempo elevado ou quando for identificado curto circuito.
Curvas de tempo inversa são usadas para sobrecargas e partidas incompletas, enquanto
tempos definidos de atuação protegem contra curto circuito.
Para proteção contra sobrecorrentes de fase:
• Sobrecorrente de Fase Instantânea (ANSI 50)
• Sobrecorrente de Fase Tempo Definido/ Curva Inversa (ANSI 51)
• Fusíveis

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Proteções Corrente

Particularidade – Capacitor chaveado junto com o motor

Em algumas situações, são instalados capacitores junto aos motores para suprir o reativo
requerido pelo motor, no entanto, a corrente vista pelo relé de proteção não irá representar em
sua totalidade a corrente do motor.

O Setor Elétrico
Proteção de Motores

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Proteções Corrente

O Setor Elétrico - Proteção de Motores

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Instantânea (ANSI 50)

Unidades IOC 50 são usados para detectar falhas no cabo de alimentação do motor, bem
como falhas graves no estator.

Para utilização desta função, temos uma regra geral sugerida pela IEEE Std C37.96-2012 :
 Se a potência do motor (KVA) for inferior a metade da potência do transformador, relés
instantâneos podem ser utilizados.

 Quando a potência do motor (KVA) é superior à metade da potência, o valor da


corrente de partida se aproxima da corrente de falha, impedindo ajuste seguro, nesse
caso devem ser utilizados relés diferenciais.

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Instantânea (ANSI 50)

O ajuste deve ser insensível a contribuição do motor para faltas externas e permitir a
corrente de partida do motor.

Se o dispositivo de manobra do motor é um contator, deve-se bloquear esta função,


deixando-a a cargo dos fusíveis, pois se ocorrer um curto-circuito de elevada magnitude os
contatores não terão capacidade para interromper a corrente.

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Instantânea (ANSI 50)

Conforme demonstrado, o motor contribui para curto circuitos externos em


aproximadamente 1,6 vezes a corrente de partida, considerando corrente assimétrica para
X/R = 20. O ajuste deve ser insensível a este transitório.

O ajuste para ser considerado seguro não pode ser maior que 0,7 vezes o curto circuito
mínimo. (Icc simétrico a 0,95pu de tensão até 1 kV e 1 pu para tensões superiores).

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Instantânea (ANSI 50)

Ajustes típicos

Ajustes 50 (Sobrecorrente)

TRIP

• Pick-up: = (Não podendo ser superior a 0,7xIcc)


• Tempo: 0s

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Proteções Corrente

Fusíveis

Os fusíveis, geralmente vão estar presentes nos acionamentos de motores feitos via contator.

O objetivo do fusível é prover proteção contra curtos circuitos, operação em sobrecarga


ficará a cargo de relés inteligentes ou dispositivos térmicos.
O rompimento do elo fusível durante a partida é uma das maiores preocupações, para tanto
deve ser considerado 125% do tempo de aceleração do motor com carga para selecionar o
fusível.
Sem dados do conjunto motor carga, é uma boa prática assumir corrente de rotor bloqueado
como 6 vezes a nominal e 10 segundos para aceleração, sem exceder em 300% a corrente
nominal do motor.

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Proteções Corrente

Fusíveis

Critérios de ajuste:

1- Os fusíveis devem suportar, sem fundir, o pico de corrente de partida (Ip) durante o tempo
de partida do motor (Tp).

2 –Corrente nominal do fusível de no mínimo 125% a corrente nominal (In) do motor e no


máximo 300%.

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Proteções Corrente
CURVA TEMPO x CORRENTE PARA O FUSÍVEL “NH”
Fusíveis

Exemplo de aplicação
Dimensionar o fusível para proteger
o motor supondo que o seu tempo
de partida seja de 5s (partida
direta).
Dados do motor:
In = 14A
IP/IN = 7,2
Tensão = 220V – 60Hz

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Proteções Corrente
CURVA TEMPO x CORRENTE PARA O FUSÍVEL “NH”
Fusíveis

Resolução:

Corrente de partida =

Tempo de Partida = 5 segundos

Verificação gráfica – Curva 35A

Corrente nominal = 14A

Ajuste mínimo =

Ajuste máximo =

Fusível de 35A atende a todos os critérios

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Tempo Definido/ Curva Inversa (ANSI 51)

O relé de sobrecorrente de tempo inverso, (tempo de atuação inversamente proporcional a


corrente passante), deve ser ajustado para fornecer proteção ao estator e ao rotor,
permitindo que o rotor acelere até a velocidade de funcionamento sem trip indesejado.

Normalmente conseguimos adotar ajuste seguro entre curva térmica de aceleração do motor
e a curva de partida, devendo ter atenção especial para cargas de alta inércia onde o tempo
de partida se aproxima do tempo de rotor bloqueado.

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Tempo Definido


/ Curva Inversa (ANSI 51)

- Permitir a partida do motor em diferentes


condições de tensão

- Proteger o motor contra sobrecarga.

Possível ajuste 51

A curva de ajuste foi feita a mão, nem sempre


é possível coordenarmos bem para as
diferentes condições operacionais com apenas
um tipo de curva inversa

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Tempo Definido


/ Curva Inversa (ANSI 51)

Utilização de dois estágios de TOC para obter


coordenação com os limites térmicos do motor
durante partida e rotor bloqueado.

51-1 Protege limite térmico do motor,


sobrecargas leves e moderadas

51-2 Protege contra sobrecargas pesadas,


travamento de eixo, partida longa

Thermal damage protection utilizing two overcurrent relays


with different pickups and timing characteristics
IEEE Std C37.96-2012 - IEEE Guide for AC Motor Protection

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Proteções Corrente

Sobrecorrente de Fase Tempo Definido/ Curva Inversa (ANSI 51)

As funções de sobrecorrente temporizadas são normalmente utilizadas de forma


complementar à função de proteção térmica (PHAITANKAR, 2003).

Fator de corrente normalmente adotado de 1,1 a 1,25.

Ajustes 51 (Sobrecorrente)

TRIP

• Pick-up:

• Tempo: Curva Inversa que coordene com ajuste a montante, permita


partida e proteja ponto de RTB.

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Proteções Corrente Terra

O propósito da proteção de sobrecorrente de terra é detectar condições de falta a terra.

- Não pode ser sensibilizada por saturação dos TC’s de fase caso seja obtida pelo fechamento.
- Deve ser sensível a faltas com impedância.

Para proteção contra sobrecorrentes:


• Sobrecorrente de Neutro Instantânea (ANSI 50N)
• Sobrecorrente de Terra Instantânea (ANSI 50G)
• Sobrecorrente de Neutro Tempo Definido/ Curva Inversa (ANSI 51N)
• Sobrecorrente de Terra Tempo Definido/ Curva Inversa (ANSI 51G)

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Proteções Corrente

É recomendável que ajustes instantâneos sejam feitos apenas quando houver TC’s de
sequencia zero, toroidais, para que a função fique mais estável e robusta a transitórios.

A proteção medida utiliza de TC’s toroidais que circunda os condutores trifásicos, somando o
fluxo produzido pela corrente que passa pelos condutores dentro da TC. Esse arranjo permite
que todas as correntes de sequência positiva e negativa, incluindo seus componentes dc,
sejam canceladas magneticamente dentro do TC, de modo que apenas a corrente de falha à
terra da sequência zero apareça no relé.

TC toroidal não mede desequilíbrio de fase!

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Proteções Corrente

Dentro do TC toroidal, devem


passar apenas os condutores
de fase, os condutores de
aterramento devem estar
fora da soma.

A malha de aterramento
deve retornar por dentro do
TC e só então ser aterrada.
Ground fault overcurrent protection using a zero sequence IEEE Std 3004.8-2016
IEEE Recommended Practice for Motor Protection in Industrial and Commercial Power Systems

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Proteções de Corrente

Sobrecorrente de terra (51N/50N/51G/50G )

Ajustes típicos

Solidamente aterrado

Disjuntor
Pick-up: 20% da corrente do motor
Tempo: 0s
Contator fusível
Função bloqueada (não abre o contator) a cargo da fusão do fusível

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Proteções de Corrente

Sobrecorrente de terra (51N/50N/51G/50G )

Ajustes típicos

No caso de não se dispor de TC’s toroidais, deve ser verificado se o TC de fase tem erro
máximo condizente com ajuste proposto.

Contator está hábil a abrir correntes de falta a terra em circuitos aterrados por resistor.

Aterrado por resistor baixo valor ôhmico – Tipicamente de 50 a 400A

ANSI 50
Pick-up: 10% da corrente do resistor
Tempo: 0s

ANSI 51
Pick-up: 5% da corrente do resistor
Tempo: Curva inversa
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Proteções de Corrente

Sobrecorrente de terra (51N/50N/51G/50G )

Ajustes típicos

Aterrado por resistor alto valor ôhmico – Tipicamente de 1 a 5A

Topologia encontrada apenas na baixa tensão.

Apenas alarme
Pick-up: 10% da corrente do resistor

Tempo: 400ms

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Para proteção efetiva de um motor, termicamente, a curva de atuação da 49 deve respeitar a


curva de dano do motor tanto na condição de regime, partida ou aceleração e rotor
bloqueado.

Essa função terá muita diferença de configuração para motores de baixa tensão e motores de
média tensão, dadas as limitações impostas pelos dispositivos de proteção utilizados em
motores de baixa tensão.

Quanto mais sofisticado o relé, mais detalhado deve ser o banco de dados e mais realista será
imagem térmica do motor gerada pelo algoritmo do relé.

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

A maior parte dos relés digitais possui algoritmo interno que simula o limite térmico do
estator conforme abaixo:

Roberval Bulgarelli, Proteção Térmica de Motores de Indução


Trifásicos Industriais, Dissertação de Mestrado, USP, 2006

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

https://materialpublic.imd.ufrn.br/
Adaptado de WEG S. A. (2016).

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Seminário Tecnológico III

Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

A função térmica tem semelhança com


circuito RC

As constantes de aquecimento e
resfriamento de um motor podem ser
comparadas as constantes de tempo para
carga e descarga de capacitores via resistor.

https://www.newtoncbraga.com.br/

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Quanto melhor a capacidade do motor em trocar calor com o ambiente, menor sua
constante térmica.

Mudança rápida de temperatura = baixa constante térmica

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

A constante térmica vai ter relação direta com o tamanho e características construtivas da
máquina.

Quanto maior o motor = maior a constante térmica

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Para motores auto ventilados, o resfriamento é mais eficaz quando a máquina está ligada.

Constante térmica de aquecimento é referente ao motor rodando.

Constante térmica de resfriamento referente ao motor parado.

Sepam série 80 Medições e proteções

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Muitas vezes, os valores das constantes térmicas de aquecimento e resfriamento do motor


não são conhecidos. Nesses casos, os valores podem ser determinados a partir do tempo de
rotor bloqueado, normalmente fornecido na condição de operação a quente e cujo valor é
facilmente encontrado nos catálogos dos fabricantes.
Constante de tempo térmica para o motor a quente
τ = Constante térmica motor quente

τ = Tempo de rotor bloqueado quente

= Corrente de rotor bloqueado

= Corrente nominal
Proteção de Sistemas Elétricos de Potência
João Mamede Filho - 2011

Frederico Avelar M. dos Santos - Proteção de Geradores e Motores 57


Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Constante de tempo térmica para o motor a frio

τ = Constante térmica motor frio


τ
= Tempo de rotor bloqueado frio

= Corrente de rotor bloqueado

= Corrente nominal
Proteção de Sistemas Elétricos de Potência
João Mamede Filho - 2011

A obtenção das constantes térmicas utilizando as equações passadas só deve ser realizada
quando forem esgotadas as tentativas de obtenção junto ao fabricante da máquina.

Frederico Avelar M. dos Santos - Proteção de Geradores e Motores 58


Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Na ausência de informações precisas da constante de tempo térmica de resfriamento do


motor, pode ser empregado, em termos médios, valor de 4 vezes a constante de tempo
térmica de aquecimento.

Frederico Avelar M. dos Santos - Proteção de Geradores e Motores 59


Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Cálculo das características de tempo da unidade térmica do motor, curva FRIA.

Proteção de Sistemas Elétricos de Potência


João Mamede Filho - 2011

= Corrente sobrecarga motor, A. = Tempo de operação a frio, em minutos

= Corrente nominal do motor, A. τ = Constante térmica aquecimento motor


frio

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Cálculo das características de tempo da unidade térmica do motor, curva QUENTE.

Proteção de Sistemas Elétricos de Potência


João Mamede Filho - 2011

= Corrente sobrecarga motor, A. T = Tempo de operação a quente, em minutos

= Corrente nominal do motor, A τ = Constante térmica aquecimento motor quente

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Exemplo prático Proteção de Sistemas Elétricos de Potência João Mamede Filho - 2011

Determinar a curva de ajuste do relé de imagem térmica, função 49, de um motor.

Dados

- 1600 CV
- 4 polos
- 4160V
- FP 0,88
- Rendimento 0,94
- Constante térmica de aquecimento = 55 min
- IP/IN = 6,8
- Tempo rotor bloqueado a quente = 9,5s
- Tempo de rotor bloqueado a frio = 118s

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Realizar o cálculo para diversos múltiplos de


sobrecarga, para conseguir plotar a curva fria.

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Realizar o cálculo para diversos múltiplos de


sobrecarga, para conseguir plotar a curva
quente.

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica


(ANSI 49)

Verificação das cuvas térmicas


do relé em comparação com
suportabilidade do motor.

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Relé Sepam M88

ES1 = Alarme

ES2 = TRIP

T1 = Constante de aquecimento

T2 = Constante de resfriamento

Es0 = Aquecimento Inicial

Negative sequence fator


é o fator multiplicador
da corrente seq. neg. no cálculo
térmico da máquina

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Dada relevância das correntes de sequencia negativa no aquecimento das máquinas


rotativas, os relés irão considera-las com um múltiplo da corrente de sequencia
negativa, que nesse caso pode variar entre 0 e 9.

Sepam série 80 Medições e proteções

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Relé REM 615 ABB

B = Fria

A = Quente

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Relé REM 615 ABB

A equação B é usada quando os valores


das correntes das fases estão abaixo do
overload.

A equação A é usada quando qualquer


fase exceder o valor de pick-up overload.

Sempre que a corrente for menor que o


pick-up a curva quente vai cair na
proporção de 1,66% por segundo em
direção a curva fria

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Relé REM 615 ABB

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Overload fator = Ajuste para definir o pick-up da função, considerar fator de serviço do motor.

Alarm = Alarme da função térmica, geralmente ajustado entre 80 e 90% da carga nominal
possibilitando redução da carga pela operação caso estágio de alarme seja atingido.

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Esse ajuste tem o objetivo de impedir que o motor seja ligado sem capacidade térmica para
suportar a corrente de rotor bloqueado pelo tempo de partida.

O percentual térmico utilizado durante a partida é calculado conforme:

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Exemplo de cálculo:

Um motor com tempo de partida de 11 segundos, Ip/In de 6 vezes, constante de partida de


800 segundos.

Usando a curva de trip sem considerar carga inicial, pra 6 vezes In a função opera em 25
segundos.

Portando, durante a partida o motor usa 11/25 = 0,44 = 44% da sua capacidade térmica.

Para ter uma partida sucedida o motor pode estar no máximo com 100% - 44% = 56% da
capacidade disponível.

Considerando um fator de segurança de 5%, ajustar em 51% da capacidade do motor.

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

O manual apresenta um método conservador para cálculo da constante de sequencia negativa

Ilr = múltiplo da corrente de partida do motor

Exemplo: um motor com Ip/In de 5,7 vezes

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Esse ajuste vai definir o fator acelerador das curvas térmicas do motor.

Para utilizações tradicionais esse valor deve ser parametrizado em 50%

Normalmente um motor a plena carga 50% da sua capacidade térmica, esse ajuste em 50%,
valor default, vai representar entre 45% e 50% da capacidade térmica do motor nessa
condição.

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

São as constantes térmicas do motor, prioritariamente devem ser dados fornecidos pelo fabricante.

Cada constante térmica será usada nas condições de corrente da tabela abaixo.

É mais comum de se obter apenas constantes de aquecimento e resfriamento, nesse caso a constante de
partida deve ser adotada conforme constante de aquecimento.

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Proteção Sobrecarga Térmica

O relé poderá realizar compensação da temperatura ambiente.

Opção 1 – Sem consideração especial de temperatura

Opção 2 – É considerada temperatura do RTD usado na entrada AMB_INPUT

Opção 3 – É definido manualmente valor de temperatura ambiente fixo.

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Proteção Sobrecarga Térmica

A temperatura ambiente irá afetar a curva térmica do motor da seguinte maneira:

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Esse ajuste tem o objetivo de prevenir situações em que o relé seja religado ou situações que
a função seja desabilitada e habilitada pelo menu.

Sempre que o relé é ligado ou tem a função re habilitada, a capacidade térmica considerada
será o valor definido neste parâmetro.

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Relé REM 615 ABB

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Para motores de baixa tensão teremos os ajustes definidos pela NEMA ICS 2-2000 em
classes.

Classe 10 Trip Rápido 10s para 6 vezes In

Classe 20 Trip Intermediário 20s para 6 vezes In

Classe 30 Trip Longo 30s para 6 vezes In

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Proteção Sobrecarga Térmica Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)
Curvas de operação relés NEMA

Thermal overload curves


IEEE Recommended Practice for Motor Protection in Industrial and Commercial Power Systems

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Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Classe E, tem faixa de tolerância mais estreita


Curvas de operação relés IEC

ABNT NBR IEC 60947-4-1:2018

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Múltiplo considerado = 7,2 x In.

ABNT NBR IEC 60947-4-1:2018

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Seminário Tecnológico III
Proteção Sobrecarga Térmica
Proteção Sobrecarga Térmica (ANSI 49)

Ajustes típicos
• Ajustes de Corrente

• Pick-up: entre 1 e 1,15 x In (depende do fator de serviço)

Ajustes de tempo

• Tempo: 10% abaixo da curva de sobrecarga (limite) do motor em todos os pontos.


• Deve estar acima do tempo/corrente de partida do motor.
• Geralmente os relés térmicos possuem ajuste de “Classe (trip class)” entre 5 e 40. Deve ser
verificado junto ao manual do relé

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Proteções de Controle

Rotor bloqueado ou falha na aceleração (ANSI 48)

A falha de um motor em acelerar quando seu estator está energizado pode ser causada por
vários tipos de condições anormais, incluindo falha mecânica do motor ou dos rolamentos da
carga, baixa tensão de alimentação, falta de fase. etc.

Os tempos de partida variam dependendo do projeto do motor, do método de partida, das


condições do sistema de potência e das características do torque de carga. Os tempos podem
variar de menos de 2 s a mais de 60 s e devem ser determinados para cada aplicação.

Os relés de sobrecarga aplicados para detectar as condições do rotor bloqueado devem ser
capazes de permitir corrente de partida completa durante todo o período de aceleração sem
operar.

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Proteções de Controle
Rotor bloqueado ou falha na aceleração (ANSI 48)
Corrente Tempo de
Tipo de partida
de partida partida

Partida direta 4 a 7 In 5 a 10 s

Partida estrela-
2,5 a 3 In 3a5s
triângulo

Partida
1,5 a 2 In 2a3s
compensadora

Partida com
autotransforma 1,5 a 2 In 2a3s
dor

Partida
1 a 1,5 In Configurável
eletrônica

Reostato liquido 1 a 1,5In 30 a 60 s


https://www.docsity.com/pt/apostila-soft-starter-e-inversor-2009-i-enc/4766765/

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Proteções de Controle
Rotor bloqueado ou falha na aceleração (ANSI 48)

Quando um enrolamento do estator do motor é energizado, o motor funciona como um


transformador com enrolamento secundário carregado por resistência variável em função do
escorregamento do motor.

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Proteções de Controle
Rotor bloqueado ou falha na aceleração (ANSI 48)

O limite térmico admissível do rotor bloqueado e as curvas do limite térmico de aceleração


devem ser obtidos para o arranque da temperatura ambiente nominal (arranque a frio) e da
temperatura nominal de funcionamento (arranque a quente).

Cargas de alta inércia, exigem longos tempos de aceleração.

Em casos extremos, o tempo de rotor bloqueado a frio pode ser excedido, sem atingir o limite
térmico do equipamento, pois a medida que o motor acelera o escorregamento reduz, a
impedância do rotor vista pelo estator aumenta e a magnitude da corrente reduz.

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Seminário Tecnológico III
Proteções de Corrente

Rotor bloqueado ou falha na aceleração (ANSI 48 )

Ajustes típicos

Deve permitir a partida e proteger a curva de rotor bloqueado

Pick-up: 150% a 250% da corrente do motor

Tempo: Maior que o tempo de partida e menor que o tempo de rotor bloqueado.

Geralmente em 70% do valor de rotor bloqueado


Caso o tempo de partida seja bem definido, pode ser considerado 1,3 vezes o tempo de
partida.

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Proteções de Controle

Rotor bloqueado após a aceleração(ANSI 51LR) – “Mechanical Jam”

O motor pode estar em 3 condições operativas:

Parado, Partindo, Rodando

Esta função de proteção só é habilitada quando o motor está rodando.

Em casos de travamento do rotor em funcionamento, a função térmica irá operar quando a


capacidade térmica chegar em seu limite, no entanto, a proteção de rotor bloqueado pode
retirar o motor de operação de forma antecipada minimizando stress térmico ao equipamento.

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Proteções de Corrente

Rotor bloqueado após a aceleração(ANSI 51LR)

Ajustes típicos

Cargas que tem picos de corrente como britadores ou moedores de sucata para impedir
atuações indevidas.

Bombas e cargas lineares são cargas de corrente constante e permitem ajuste seguro sem
interferência na operação do equipamento.

Pick-up: 150% a 250% da corrente do motor

Tempo: 2s

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Proteções de Controle

Partidas sucessivas (ANSI 66)

Em partidas repetidas, sucessivas, o tempo “rodando” do motor é muito pequeno de forma


que pouco calor é trocado com o ambiente através do ar induzido pela rotação do rotor,
levando ao acumulo de calor e consequente elevação da temperatura da máquina.

Motores de indução geralmente são fabricados conforme NEMA MG1-2009, artigos 12.54,
20.12, e 21.13. De forma que é permitido duas partidas seguidas quando do motor em
temperatura ambiente antes da primeira partida e uma partida a quente.

Entende-se quente a temperatura de operação nominal em função da classe de isolação.

A aplicação e a proteção dos motores com condições de partida anormais devem ser
coordenadas com o fabricante do motor.

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Proteções de Corrente

Partidas sucessivas (ANSI 66)

Ajustes típicos

- Duas partidas a frio e uma partida a quente

- 5 a 20 minutos entre partidas.

Partidas especiais o fabricante deve ser consultado.

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Isolação do Motor

A qualidade da isolação está diretamente ligada a vida útil do motor.

- Umidade, maresia.
- Estresse dielétrico excessivo, tensão fora da faixa, transitórios de manobra.
- Vibração excessiva.
- Sobrecarga térmica.
- Trancos mecânicos.

Estes eventos irão ocasionar redução da vida útil do motor, a depender da frequência e
dose.

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Isolação do Motor

- A vida útil de um sistema de isolamento é aproximadamente reduzida pela metade para


cada aumento de 10 °C da temperatura de enrolamento e aproximadamente dobrada
para cada diminuição de 10 °C. IEEE Std C37.96-2012.

- Os motores e geradores são classificados pelas normas NBR-17094 e IEC 60034-1 em A, B,


F e H em função da isolação.

- As classes de isolação vão determinar a elevação de temperatura suportada pelo estator e


rotor partindo da seguinte condição:

- Temperatura ambiente 40ºC

- Altitude máxima 1000m ( A partir desta altitude o ar se torna rarefeito reduzindo a troca
de calor do motor promovida pelas ventoinhas)

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Isolação do Motor

Elevação da temperatura por classe de isolamento

As classes B e F são as classes mais adotadas.

Composição da temperature em função da classe de isolamento Distribuição de temperatura interna


WEG WEG

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Térmica via RTD (ANSI 49S)

Para proteção térmica do equipamento via RTD, podem ser seguidos os valores da tabela de
acordo com a classe de isolação do motor.

RELÉ A E B F H

ALARME (°C) 100 115 120 145 165

TRIP (°C) 105 120 130 155 180

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Proteção Sobrecarga Térmica

Proteção Rolamento e Mancal (ANSI 38)

RTD’s instalados próximos aos rolamentos do motor são os responsáveis por identificar
falhas nesses equipamentos através do aquecimento excessivo.

O ajuste pode variar para equipamentos especiais, no entanto os valores típicos são:

RELÉ ROLAMENTO

ALARME (°C) 110

TRIP (°C) 120

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