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Seminário Especial

Repatriação de Ativos e Regularização de Sociedades Offshores.


Aderir ou não aderir? Eis a questão!

Palestrante: Newton José de Oliveira Neves


Local: São Paulo – SP Realização Data –
12/04/2016

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MÓDULO I - O QUE DIZ A LEI E SUA
REGULAMENTAÇÃO.

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● QUEM PODE ADERIR AO REGIME
ESPECIAL DE REGULARIZAÇÃO CAMBIAL
E TRIBUTÁRIA (RERCT)?

* Residentes ou Domiciliados no Brasil em 31/12/14;


* Sejam Proprietários ou Titulares de Ativos, Bens ou
Direitos de Origem Lícita em período anterior a 31/12/14,

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não declarados ou declarados com omissão ou incorreção
mesmo sem saldo atual;
* Aplica-se ao Espólio;
* Incide o ITCMD (Imposto de Transmissão Causa
Mortis) nesse caso?

● QUEM RESPONDE INQUÉRITO OU AÇÃO


PENAL PODE ADERIR?
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*Sim. Desde que não haja condenação, ainda que de
primeira instância;

● QUAIS OS RECURSOS QUE PODEM SER


DECLARADOS?

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* Recursos ou patrimônio Não Declarados ou Declarados
com omissão ou incorreção em relação a dados
essenciais;

* Recursos ou Patrimônio de origem lícita;


* Recursos ou patrimônio repatriados objeto do RERCT;

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* Recursos ou patrimônio remetidos ou mantidos no
exterior;

* Titular: Efetivo Proprietário;

* Ativos Sujeitos ao Programa:

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I - depósitos bancários, certificados de depósitos, cotas de
fundos de investimento, instrumentos financeiros,
apólices de seguro, certificados de investimento ou
operações de capitalização, depósitos em cartões de
crédito, fundos de aposentadoria ou pensão;

II - operação de empréstimo com pessoa física ou


jurídica;

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III - recursos, bens ou direitos de qualquer natureza,
decorrentes de operações de câmbio ilegítimas ou não
autorizadas;

IV - recursos, bens ou direitos de qualquer natureza,


integralizados em empresas estrangeiras sob a forma de
ações, integralização de capital, contribuição de capital ou
qualquer outra forma de participação societária ou direito

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de participação no capital de pessoas jurídicas com ou
sem personalidade jurídica;

V - ativos intangíveis disponíveis no exterior de qualquer


natureza, como marcas, copyright, software, know-how,
patentes e todo e qualquer direito submetido ao regime de
royalties;

VI - bens imóveis em geral ou ativos que representem


direitos sobre bens imóveis; e
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VII - veículos, aeronaves, embarcações e demais bens
móveis sujeitos a registro em geral, ainda que em
alienação fiduciária.

Fundamentação: (inciso I a VII do art.3° da INRFB


1.627/16;

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● O ACRÉSCIMO PATRIMONIAL BASE DE
CÁLCULO.

* Acréscimo Patrimonial Adquirido em 31/12/2014


convertido pelo dólar norte-americano para vendo do
BACEN em 31/12/2014 ou seja, cotação de R$ 2,6562;

Alíquota: 15%.
Multa: Sobre o valor do imposto apurado multa de 100%.

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Remissão de quaisquer outras Sanções.
Exceção: A REMISSÃO E A REDUÇÃO DAS
MULTAS PREVISTAS NÃO ALCANÇAM OS
TRIBUTOS RETIDOS PELO SUJEITO PASSIVO,
NA CONDIÇÃO DE RESPONSÁVEL E NÃO
RECOLHIDOS AOS COFRES PÚBLICOS NO
PRAZO LEGAL;

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*A Multa não se aplica para valores somados que não
ultrapassem R$ 10.000,00 em 31/12/2014;

● COMO DEVERÁ SER FEITA A


DECLARAÇÃO À SECRETARIA DA RECEITA
FEDERAL DO BRASIL?

* Através da apresentação à RFB e ao BCB da Dercat –


Declaração de Regularização Cambial e Tributária;

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* O envio ao BCB ficará a cargo da RFB;

* Para elaboração da Dercat acessar o sítio da RFB:


http://rfb.gov.br através de certificado digital pelo próprio
contribuinte ou representante do contribuinte;

* Bens e Direitos de propriedade de interposta pessoa


devem ser informados na Dercat do Titular e conter a
identificação daquela interposta pessoa;

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* No caso de Dercat de Espólio nome do meeiro e do
inventariante;

* Para atribuição do valor em Reais dos recursos em


ativos líquidos considera-se o documento disponibilizado
pela instituição financeira custodiante;

* Para participações em empresas estrangeiras o valor do


patrimônio líquido proporcionalmente à participação
societária ou direito de participação do declarante no
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capital da pessoa física apurado em 31/12/14, conforme
balanço patrimonial levantado nessa data;

* Para ativos intangíveis, bens imóveis em geral ou ativos


que os representam e veículos, aeronaves, embarcações e
demais bens sujeitos a registro geral, ainda que em
alienação fiduciária, o valor de mercado apurado
conforme avaliação por entidade especializada;

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* Para ativos não mais existentes ou que não sejam de
propriedade do declarante em 31/12/2014, o valor
presumido nessa data, apontado por documento idôneo
que retrate o bem ou a operação a ele referente;

* A declaração se aplica ainda que o bem original tenha


sido repassado à trust, fundações, sociedades
despersonalizadas, fideicomissos, ou dispostos mediante a
entrega a pessoa física ou jurídica, personalizada ou não,
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para guarda, depósito, investimento, posse ou propriedade
de que sejam beneficiários efetivos o interessado, seu
representante ou pessoa por ele designada, tendo como
base o valor dos ativos em 31/12/2014;

* Cada declarante poderá apresentar uma única Dercat


onde conste todos os ativos sujeitos à regularização;

* O beneficiário do trust ou fundação de qualquer espécie


é declarante da Dercat;
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* O instituidor do trust ou fundação que não figure em
31/12/2014, na condição de beneficiário poderá
apresentar a Dercat como valor presumido em
31/12/2014;

* A Dercat retificadora terá a mesma natureza da


declaração originariamente apresentada, substituindo-
a integralmente, e servirá para declarar novos bens ou

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direito, aumentar ou reduzir os valores informados ou
efetivar qualquer alteração a eles vinculados;

* A Dercat poderá ser retificada até 31/12/2014;

* Na hipótese de regularização de recursos, bens e


direitos possuídos em condomínio, cada condômino
deverá apresentar uma Dercat em relação à parcela de
quem é titular;

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* Na hipótese de conta bancária de mais de uma
titularidade, cada titular deve informar conforme a sua
participação e, na impossibilidade de identificação do
valor atribuído a cada titular, o valor deve ser
proporcionalizado igualmente entre os titulares;

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● QUAIS CRIMES TERÃO A PUNIBILIDADE
EXTINTA EM RAZÃO DA ADESÃO AO
PROGRAMA?

* Crimes Contra a Ordem Tributária (Sonegação Fiscal);


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* Sonegação de Contribuição Previdenciária

* Falsificação de Documento Público;

* Falsificação de Documento Particular;

* Falsidade Ideológica;

* Uso de Documento Falso;

* Evasão de Divisas;

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* Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores;

* CONTUDO, TODAS AS TIPIFICAÇÕES SÓ


PODEM TER POR FUNDAMENTO A
OCULTAÇÃO DE ATIVOS DE ORIGEM
LÍCITA!!!;

MÓDULO II - AS INCONSISTÊNCIAS,
INCONSTITUCIONALIDADES E

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ILEGALIDADES DA LEI E SUA
REGULAMENTAÇÃO.

● É CONSTITUCIONAL A COBRANÇA DO
TRIBUTO SOBRE ESSE SUPOSTO
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL?

* Tese da Decadência.

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* Tese da Criação de Novo Tributo – Necessidade de
Respeitar a Anterioridade (art.150 da CF).

* Fato Gerador 31/12/2014, Acréscimo Patrimonial –


Sem Lei – Inconstitucionalidade.

* Novos Tributos – Necessidade de Emenda


Constitucional ou Lei Complementar.

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* Se se tratar de remissão haveria necessidade de
adequação ao art.172 do CTN.

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● A MULTA DE 100% COBRADA SOBRE O
MONTANTE DO TRIBUTO DEVIDO PODE
SER CONSIDERADA CONFISCATÓRIA? SE
AFIRMATIVA A RESPOSTA QUAIS AS
MEDIDAS JUDICIAIS CABÍVEIS PARA
ADERIR AO PROGRAMA SEM O
PAGAMENTO DESSA MULTA?

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* Sim. Vide decisões do STF e do STJ;

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● E SE SOBRE O IR SONEGADO JÁ OPEROU
A DECADÊNCIA, SERÁ POSSÍVEL A ANISTIA
APENAS NO CAMPO PENAL? QUAIS AS
MEDIDAS JUDICIAIS CABÍVEIS?

* Em tese sim, porém irá depender de discussões judiciais


com impetração de Mandado de Segurança ou Ação
Ordinária com pedido de Antecipação de Tutela
Jurisdicional;
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● E SE O CONTRIBUINTE NÃO SONEGOU,
MAS SOMENTE OCULTOU O PATRIMÔNIO,
HAVERIA A OBRIGAÇÃO DO PAGAMENTO
DO TRIBUTO E DA MULTA OU, NESSE CASO,
A ANISTIA PODERÁ SE DAR APENAS NA
SEARA PENAL?

● QUAIS AS MEDIDAS JUDICIAIS CABÍVEIS?

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* Não haveria necessidade de pagar o tributo e a multa.

* Mandado de Segurança ou Ação Ordinária com Pedido


de Antecipação de Tutela.

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● PODEM HAVER IMPUTAÇÕES
TRIBUTÁRIAS RELATIVAS AOS TRIBUTOS
INDIRETOS EM CASO DE ADESÃO AO
PROGRAMA? QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS?

* A princípio não!

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● A ADESÃO DE CONTRIBUINTES JÁ
CONDENADOS EM AÇÃO PENAL NÃO
TRANSITADA EM JULGADO. MEDIDAS
JUDICIAIS CABÍVEIS.

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* É inconstitucional a restrição.

* Contradição entre o §5° do art.1° da Lei 13.254/16 c/c o


§2° II do art.5° da mesma Lei. Inconstitucionalidade e
Ilegalidade da Lei 13.254/16 e INRFB 1.627/16, §3° do
art. 4°.

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MÓDULO III – O CONTRIBUINTE E O
PLANEJAMENTO NECESSÁRIO.

* COMO REGULARIZAR A OFFSHORE NÃO


DECLARADA? QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS?

* Com a apresentação da Dercat e pagamento do tributo e


da multa correspondente;

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* No caso de trust, fundações, o nome do instituidor
(settlor), dos beneficiários, do administrador (trust) e,
quando houver, do fiscalizador (protector);

* No caso de offshore, IBC e entidades assemelhados a


identificação de todos os sócios e seus poderes e de
identificação dos diretores e sua relação com os sócios;

* A identificação da condição de holding, se for o caso;

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* A importância do art.15 da INRFB c/c o art.138 do
CTN para os rendimentos, frutos e acessórios
decorrentes do aproveitamento, no exterior ou no
Brasil, dos recursos bens ou direitos de qualquer
natureza regularizados por meio da Dercat, auferidos
a partir de 31/12/14;

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* Pessoa Física - Declaração Retificadora de Ajuste
Anual do IR ano-calendário de 2014 e posteriores;

* Pessoa Jurídica - na escrituração contábil, societária


relativa ao ano-calendário da adesão;

* Para ativos financeiros de valor global superior a US$


100.000,00 – informação do saldo e moeda em
31/12/2004 via SWIFT, pela instituição financeira
sediada no exterior;
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● COMO MANTER O PATRIMÔNIO
PROTEGIDO MESMO APÓS A ADESÃO AO
PROGRAMA?

* A Holding Familiar Controladora e a Sucessão


Patrimonial Em Vida;

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● QUAIS AS IMPLICAÇÕES TRIBUTÁRIAS
NO CASO DE MANTER OS ATIVOS NO
EXTERIOR OU NO BRASIL APÓS A ADESÃO
À LEI DE REPATRIAÇÃO?

* Uma vez declarado, o pagamento de IR sobre


rendimentos auferidos no exterior estão sujeitos no Brasil
à tributação;

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● EM QUAIS SITUAÇÕES O CONTRIBUINTE
QUE ADERIR AO PROGRAMA PODERÁ SER
EXCLUÍDO? QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS E
QUAIS AS MEDIDAS JUDICIAIS CABÍVEIS?

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* O contribuinte que apresentar declarações ou
documentos falsos;

* Mandado de Segurança ou Ação Ordinária com Pedido


de Antecipação de Tutela Jurisdicional;

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MÓDULO IV - O CONTRIBUINTE E A
ESTRATÉGIA FUTURA NECESSÁRIA.

● QUAL O RISCO DE A DECLARAÇÃO DO


CONTRIBUINTE QUE ADERIR AO
PROGRAMA SER UTILIZADA PARA FINS DE
PROCESSO CRIMINAL OU DE NATUREZA
TRIBUTÁRIA?

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* A divulgação ou a publicidade das informações
prestadas no RERCT implica quebra de sigilo fiscal,
sujeitando-se o responsável às penas previstas do LC
105/2001 e art. 325 do Código Penal;

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* É vedado à RFB a CVM e ao BCB e demais órgãos
públicos intervenientes do RERCT a divulgação ou o
compartilhamento das informações prestadas pelo
declarante, com os Estados, Distrito Federal e
Municípios.

* Funcionário Público fica sujeito à pena de demissão e


demais sanções;
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● A MALHA FINA MUNDIAL: OS ACORDOS
DE TROCA DE INFORMAÇÕES
TRIBUTÁRIAS ENTRE BRASIL E EUA
(FATCA) E ENTRE OS MEMBROS DO G-20 E
DA OCDE. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS PARA
AQUELES QUE TÊM ATIVOS NO EXTERIOR
NÃO DECLARADOS?

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* A situação de quem manter recursos no exterior não
declarados a partir do FATCA (Foreign Account Tax
Compliance Act) já em vigor, e do G-20 (Grupo dos 20) e
da OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico) previstos para 2018, é um
dos meios para ser alcançado pelo cruzamento de
informações, com consequências na esfera tributária, com
aplicação de multas e sanções penais por crimes de

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sonegação tributária, evasão de divisas e lavagem de
dinheiro.

* Recente decisão do STF possibilita à RFB acessar


dados sem autorização judicial, mas somente em caso de
processo administrativo instaurado, com observância
do contraditório e ampla defesa;

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● NA HIPÓTESE DE, NO FUTURO, A LEI DE
REPATRIAÇÃO SER DECLARADA
INCONSTITUCIONAL, QUAIS OS RISCOS
PENAIS E TRIBUTÁRIOS PARA O
CONTRIBUINTE QUE À ELA TIVER
ADERIDO?

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* Tributo e Penalidades Cobrados Integralmente;

* Denúncia pelos Crimes Anistiados;

* Atenuante de Boa-fé;

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MÓDULO V – CONCLUSÕES E RESUMO
FINAL

* DIANTE DO EXPOSTO, DEVE SER


ANALISADO CADA CASO COM SUAS
PECULIARIDADES;

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● PRAZO PARA ADESÃO, RETIFICAÇÃO E
PAGAMENTO DO TRIBUTO E DA MULTA

31/10/2016!!!
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