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a comunicação como A
comunicação humana é um me- dinâmica interpretando uma comuni- avanço da comunicação digital, vemos
canismo que se atribui a um cação virtuosa. que esse movimento comunicacional
processo artificial, ou seja, exis- Segundo o Documento 100 da foi demandando toda uma reestrutu-
tem meios pelos quais a pessoa CNBB, “Comunidade de Comunidades: ração não apenas do pensamento da
se utiliza de artifícios para atingir seus uma nova paróquia” é notável a evolução Igreja sobre a comunicação, mas das
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cultura que evangeliza através dos versos para levar avante a missão. O o utilizamos e pela cultura mediática mercial, mercantilista e outros “is- nas colaboram. Poucas mídias são ini-
meios de comunicação social, simboli- fato de escrever, na época, era um assim entendida”, analisa. mos” que comprometeriam radical- ciativas de leigos! Para ser comunicação
zados pelas expressões que transfor- instrumento de comunicação reno- A partir dessa reflexão, pensamos mente a nossa missão”, ressalta. eclesial deveria haver mais ousadia do
mam a vida comunitária em diversos vador que abria novos espaços para a que a Igreja sempre soube que a co- Pelo que percebemos, esse conheci- laicato!”, salienta Pe. Zezinho.
“
níveis de relacionamento humano. evangelização. Mas a passagem da municação em seu ambiente formati- mento por meio das no- O que é expoente nes-
Logo, a comunicação bem elaborada é cultura da linguagem oral para a es- vo é a ferramenta que cria um “bios” vas invenções atribuídas se espaço transformado
a extensão de toda forma de sabedoria crita, preservando uma e acolhendo tecnológico intimamente tecido pela para viabilizar essa criati- A linguagem católica por uma comunicação
aplicada para unir às mentes e cora- a outra foi uma revolução cultural inovação que sempre soube explorar. vidade para movimentar ainda é hermética; vale sempre em busca de ino-
ções que buscam formação espiritual. De maneira reflexiva e prática, há Igreja, Padre Alem é cri-
Em um contexto humanista, quando
sem precedentes. Hoje estamos em
uma nova revolução cultural com a uma inteligibilidade que unifica e en- terioso quando diz que “o
dizer que ainda precisa ser var seus recursos e alcance
é essencial observar a lin-
a Igreja se preocupa comunicar de ma- criação dos meios elétricos e eletrô- globa todo o ‘ser comunicador’ que a ‘investimento’ supõe pes- mais traduzida de manei- guagem. Nesse sentido,
neira inculturada, basicamente percebe- nicos e toda a cultura midiática. Isso Igreja busca avivar entre todos os que soas antes de tudo, em ra que o povo entenda os unimos nossa reflexão
mos essa evolução quando atestamos é para a Igreja um desafio e, ao mes- recebem a sua mensagem, com a li- processo permanente de diante da novidade e os
evangelização, com since- termos católicos usados no exemplos que a Igreja uti-
“ ”
alagar os seus horizontes contemplando mo tempo, um compro- berdade que Cristo co-
em si o diálogo profundo que brota de misso. Avançar na mis- Hoje estamos em municou. ra decisão de viver o rádio e na televisão liza em vista de sua pre-
fundamentos históricos e filosóficos para são de evangelizar por A propósito o que Evangelho que reconhe- sença marcante na esfera
que a própria Igreja saiba discutir sobre todos os meios possí- uma nova revolução cultu- declara o Decreto “Inter çam nesses meios os instrumentos ap-
uma visão de totalidade para o mundo. veis”, completa. ral com a criação dos meios Mirifica” (Vaticano II) tos para ampliar o campo da missão.
Ou seja, a Igreja sabe comunicar e tende Padre José Alem am- sobre conhecer “novas Para isso supõe competência pessoal,
plia sua reflexão pontu- elétricos e eletrônicos e toda invenções tecnólogas” e
”
cada vez mais ser solidária ao acesso pelo comunicacional, profissional, tecnoló-
que entendemos na qualidade de expec- ando que “mesmo antes a cultura midiática o que deve ser investido gica e também a “qualidade” na produ-
tador, ouvinte e fiel. do Concílio do Vaticano na proximidade com os ção, publicação e utilização dessas lin-
O Diretório da CNBB indica um II havia já expressões da Igreja atenta guagens e meios.
critério muito bem definido para os ao uso dos meios de comunicação pre- O maior desafio é entender que ‘é im-
dias de hoje: “em um ambiente marca- sentes e os que surgiam. Nas últimas possível não comunicar. Todo comporta-
do pela rapidez da informação e pela décadas o desenvolvimento tecnológi- mento é comunicação’. Entender isso e
abrangência do contato, o testemunho co e a criação de novas linguagens e suas implicâncias e competências podem
do Evangelho por parte de todo o povo meios é para a Igreja uma ousada tare- levar a uma reviravolta na nossa maneira
de Deus não deve se basear em critérios fa. Reconhecer esses meios e conhecer de pensar, sentir e agir”, esclarece.
como popularidade, celebridade, aceita- suas linguagens é um desafio perma- Se quisermos entender sempre mais
bilidade, persuasão, atratividade. A nente. O interesse e o desenvolvimento e melhor sobre o crescimento e impor-
verdade do Evangelho não é algo que de vários projetos na área assim como tância das novas tecnologias, bem como Pe. Zezinho, SCJ
possa ser objeto de consumo ou de frui- a Pastoral da Comunicação e o recente “novos aerópagos” em comunicação
ção superficial, mas dom que requer Diretório de Comunicação da Igreja Pe. José Alem social, é aprofundar esse dinamismo comunicacional e sua linguagem própria
uma resposta livre (n. 194)”. Esse cuida- no Brasil expressam o interesse pelo que cerca nosso cotidiano midiático. e fundamentada em valores da missão.
do, a Igreja sinaliza quando percorre o assunto”, afirma. fiéis, Pe. José Alem dedica sua aprecia- Isto implica que há um poder positivo Com muita perspicácia e observação
caminho da mensagem que eleva as Nesse sentido, Padre Alem observa ção afirmando que “a Igreja fala pela nesse sentido que equilibra as diversas criteriosa e crítica, Padre Zezinho explica
mais notáveis formas de comunicar que “há muito que se aprender e fazer. primeira vez em um Concílio sobre os formas de se comunicar na atualidade. que “a linguagem católica ainda é hermé-
com verdade, sabendo que existe um Desafios como entender melhor a co- meios de comunicação. O documento Há uma singularidade nas formas de tica; vale dizer que ainda precisa ser mais
universo ainda a ser explorado com municação humana no sentido mais Inter Mirifica, entre as coisas maravi- pensar sobre como intensificar as novas traduzida de maneira que o povo enten-
muita perspicácia e vontade. profundo, antropológico, filosófico, teo- lhosas, expressa um passo novo e um formas de comunicar por meio de uma da os termos católicos usados no rádio e
A respeito de um ambiente midiá- lógico, assim como conhecer as diversas reconhecimento para que a Igreja na mídia expressiva e de linguagem trans- na televisão. Houve progresso na geração
tico na atualidade, soba a luz do Docu- linguagens que usamos para nos comu- atualidade encontre novos meios para formada. A partir dessas ideias, Padre de imagens. Mas expressiva quantidade
mento de Aparecida, Pe. José Alem nicar, conhecer e vivenciar de maneira levar sua Mensagem a todos. Como Zezinho, SCJ, aponta-nos alguns ques- de sacerdotes pregadores precisa de atua-
Pedagogo, Professor de comunicação, competente os meios de comunicação tudo que fazemos na vida, temos sem- tionamentos acerca desse movimento lização teológica, e carecem de conheci-
filosofia, Especialista em comunica- para expressar de maneira mais clara, pre que aprender, conquistar, reconhe- comunicacional, quando afirma que “é mentos de sociologia, psicologia até
ção, Logoterapia, Espiritualidade, convincente, competente e sobretudo cer, partilhar. As novas invenções tec- notável o esforço de atualização dos no- mesmo de catequese. Na falta de mais
explica que “a missão da Igreja é testemunhal é um enorme desafio. O nológicas são meios novos de vos ‘areópagos’. De vinte anos para hoje, estudos muitos que falam nos microfo-
evangelizar, no sentido amplo e pro- grande desafio, porém, é reconhecer o comunicação e isso supõe também no- produção de vídeos, programas de TV e nes e diante das câmeras navegam no
fundo da palavra. Trata-se de um essencial: nossa missão é viver e anun- vas linguagens. rádio, novos canais, novas propostas óbvio e no excesso de lugares comuns.
processo que abrange o ser humano ciar o Evangelho que escolhemos como Fundamental é reconhecer a razão aconteceram. Sem dúvida alguma, o Melhoraria muito se todos passassem
nas suas múltiplas dimensões e nas ideal de vida e utilizar de outros meios e a motivação de utilizar esses meios ambiente midiático da Igreja se am- por um teste de conhecimentos gerais a
suas estruturas socioculturais. Isso é para testemunhá-lo. Há o perigo imen- para comunicar a Mensagem. Prepa- pliou. Timidamente os leigos tentam cada cinco anos! Pode ser radical, mas a
um desafio e sempre o será. Desde os so em reduzir o Evangelho a um “pro- rar pessoas com clara e profunda op- tomar nas mãos estes instrumentos. pregação seria muito mais fundamenta-
tempos apostólicos vemos Pedro e duto” de consumo e a fé em uma ideolo- ção por Cristo, que vivam o Evangelho Mas a iniciativa permanece mais nas da! RARAMENTE se vê citações de en-
Paulo abrindo espaços, criando no- gia religiosa. Os meios de comunicação para poder trabalhar nessa missão e mãos de sacerdotes. A mídia católica cíclicas, documentos e livros ricos de
vas linguagens, utilizando meios di- favorecem muito isso pelo modo como não ser reducionista, tecnicista, co- ainda está clericalizada! Os leigos ape- conteúdo!”, completa.
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O que Padre Zezinho verbaliza, se- tico, pessoas que deixaram de partici- porta que anunciemos Jesus Cristo. E ficas. Outro investimento cada vez
ria um sentimento que ressoa com par da vida eclesial. São os chamados isso começa por uma comunicação in- mais necessário, especialmente com o
muita seriedade e preocupação, para “desigrejados”. Elas dizem: “sim” a Jesus terpessoal, paroquial e diocesana cada avanço da mobilidade dos aparelhos de Papa Francisco
que a Igreja tenha comunicadores sa- Cristo e “não” à Igreja. A evangelização vez mais aberta a novos paradigmas. comunicação, são os aplica-
“
cerdotes que impulsionam e levam a voltada a elas precisa estar ligada à con- Muitas vezes nossa comunicação é mui- tivos para celular voltados “Comunicação ao serviço de
mensagem de Jesus Cristo pelo mere- versão. Por fim, quem evangeliza atra- to cartesiana, feita por meio de gaveti- para o público católico, seja Uma boa co- uma autêntica cultura do
cido ministério que exercem. Assim, a vés dos novos meios de comunicação nhas. É urgente uma visão mais amplia- de uso mais pessoal – oração, municação ajuda-nos encontro”, Papa Francisco,
comunicação se instaura de modo precisa ir ao encontro daqueles que, da da realidade. Uma visão mais global, leituras espirituais, etc –, concluíra uma análise feno-
muito próprio nos campos de atuação ainda, não conhecem Jesus Cristo ou mas que contemple as pequenas coisas quanto para promover uma a estar mais perto e a menológica sobre mundo
“
da Igreja na sociedade. não quiseram conhecê-lo. que a vida nos traz a todo instante. interação maior entre os fi- conhecer-nos melhor contemporâneo em que vi-
Em sintonia como essa Quando desco- mental partilharmos a feli- Quando
A essas pessoas é funda- descobrimos que o ordinário é éis, favorecendo um maior vemos, chamando assim
contato entre as diversas rea- entre nós, a sermos atenção para o fato que
”
reflexão crítica e atualiza- extraordinário, fazemos uma comunica-
da, contamos com a cola- brimos que o ordinário é cidade que temos por ca- ção mais simples, sem perder a profun- lidades eclesiais. E, às vezes, mais unidos “hoje, vivemos em um mun-
boração de mais um comu- extraordinário, fazemos minharmos com Jesus. didade. Talvez, esse novo paradigma nem se trata de investimen- do que está a tornar-se cada
nicador sacerdote que Apresentarmos Jesus Cris- possa nos ajudar na caminhada com Je- to, mas de valorização e bom uso da- vez menor, parecendo, por isso mesmo,
também atua nos meios de uma comunicação mais to como o maior dos bens sus e na convivência fraterna com nos- quilo que se tem. Por exemplo, quantos que deveria ser mais fácil fazer-se pró-
comunicação evangelizan- simples, sem perder a que possuímos. Se não es- sos irmãos”, conclui. ximo uns dos outros. Os progressos dos
”
sites de dioceses e paróquias estão de-
do de maneira significativa truturamos nossa comuni- Em uma análise criativa sobre as satualizados, com poucas informações, transportes e das tecnologias de comu-
e feliz. Pe. Agnaldo José é profundidade cação nesses ambientes, es- novas invenções tecnológicas a serviço em que coisas básicas, como o horário nicação deixam-nos mais próximo, in-
taremos lançando palavras ao vento. da Igreja, Moisés Sbardelotto, observa das missas, nem são disponibilizadas terligando-nos sempre mais, e a globa-
Não se pode dizer qualquer coisa, de ou estão escondidas em algum “canto” lização faz-nos mais interdependentes.
qualquer jeito, sem saber para quem do site. O melhor investimento é perce- Todavia, dentro da humanidade, per-
estamos dizendo”, certifica Pe. Agnaldo. ber as necessidades e os desejos de manecem divisões, e às vezes muito
O dinamismo que a Igreja aprofun- cada realidade local, das pessoas que acentuadas”. Essa mensagem justa-
da está também relacionado às inova- fazem parte das comunidades específi- mente aguça o que o cristão conscien-
ções tecnológicas em um sentido em cas e responder a isso com qualidade, te acredita e busca discernir quanto
Crédito imagem: Sonia Mele
que a comunicação cada vez se instaura sem tentar “inventar a roda” ou criar deve observar como a comunicação é
permitindo mais acesso facilitado. Nesse inovações forçadas, que não interes- instrumento de formação ou apenas
sentido, Padre Agnaldo explica de forma sam a ninguém. Acima de tudo, o desa- um meio de informação. Isso se deve
contundente de como investir em uma fio é aprofundar a autorreflexão e o ao poder que os meios de comunica-
comunicação que viabilize explorar discernimento constantes, para sempre ção exercem. O Papa ainda se pergun-
mais e melhor o universo da comunica- avaliar se todo o investimento humano ta sobre qual pode ser o verdadeiro
Pe. Agnaldo José papel que os meios de comunicação
ção, mostrando que “a grande marca da e financeiro da Igreja no âmbito da co-
vida das primeiras comunidades cristãs municação contribui para o objetivo podem e devem desempenhar em um
Mestre em Comunicação na Contem- era a unidade. Elas faziam do dia a dia, mais elevado e profundo de toda a mundo assim descrito alegando que
poraneidade, Jornalista, Cantor, Com- da convivência, da fração do pão, da Moisés Sbardelotto Igreja, que é colaborar na construção “neste mundo, os mass-media podem
positor e Escritor, possui vários CD’s partilha dos bens e da oração, verdadeira do Reino de Deus”, argumenta. ajudar a sentir-nos mais próximo uns
“
gravados pela Paulinas-Comep, apre- comunicação com o Evan- dos outros; a fazer-nos perceber um
senta os programas “Caminhos da Fé” gelho. As novas invenções O melhor investi- ainda que “não acredito MEIO E MENSAGEM DE FÉ, VIDA E COMU- renovado sentido de unidade da famí-
(TV Século 21) e “Deus com a gente” tecnológicas derrubaram que haja uma resposta úni- NICAÇÃO lia humana, que impele à solidarieda-
(TV Aparecida) e ajuda-nos a entender as barreiras. Contudo, há o mento é perceber as ne- ca, porque depende muito Uma linguagem direta e objetiva de e a um compromisso sério para uma
esse ambiente midiático responsável risco de conhecermos o cessidades e os desejos de das necessidades e dos de- segue um vínculo que expressa o cui- vida mais digna. Uma boa comunica-
pelas mais variadas formas de expres- mundo e desconhecermos sejos locais, específicos de dado que a Igreja tem para com seus ção ajuda-nos a estar mais perto e a
são na Igreja, assegurando que “a Igreja, nossa própria realidade. cada realidade local, das cada realidade da Igreja. destinatários. O fato é, a comunidade conhecer-nos melhor entre nós, a ser-
sobretudo, depois do Concílio do Vati- Posso estar conectado a al- pessoas que fazem parte Por exemplo, há uma ini- eclesial exige comunhão fraterna, par- mos mais unidos”. Esta última afirma-
cano II, tem valorizado os modernos guém do outro lado do ciativa interessante, chama- ticipa e possui um engajamento que ção é um resumo explícito para que a
meios de comunicação para o anúncio planeta e desconectado de das comunidades espe- da ‘episcopo.net’, que busca com os valores acrescidos de uma co- Igreja, paróquias e comunidades, pro-
alguém próximo a mim. cíficas e responder a isso favorecer a comunicação e
”
do Evangelho de Jesus Cristo. O querig- municação equilibrada e atual, certa- movam o exercício criativo e verda-
ma precisa estar presente nesses novos Os cristãos leigos, religio- ajudar algumas realidades mente, seu alcance é extremo. Por deiro para uma construção da unida-
ambientes midiáticos. Todavia, é preci- sos, padres e bispos, rece-
com qualidade eclesiais, favorecendo, por isso, o exemplo que a Santa Sé expõe de entre os irmãos e irmãs e juntos
so ter o olhar voltado para três realida- beram de Jesus Cristo o mandato de exemplo, a realização de videoconfe- por meio da mensagem de Sua Santi- tenham real conhecimento do valor
des de pessoas que vivem mergulhadas anunciar o Evangelho “em cima dos te- rências. Para dioceses com territórios dade, o Papa Francisco, assegura que da família cristã.
nesses “novos areópagos”. Há aquelas lhados”. Hoje, existem muitas possibili- grandes, nem sempre as reuniões do o dinamismo na comunicação cria A partir desse tema, Papa Francis-
que frequentam a Igreja, participam de dades de obedecermos a esse pedido do clero são baratas, porque demandam um envolvimento intenso, além da co ainda exorta em sua mensagem para
uma paróquia, muitas vezes fazendo Mestre: cinema, rádio, TV, internet, re- grandes deslocamentos, hospedagens, reflexão e ensinamento sobre questões o 49º Dia Mundial das Comunicações
parte de uma pastoral ou de movimen- des sociais e outros que a inteligência alimentação, etc. Por isso, a internet atuais. No 48º Dia Mundial da Comu- neste ano de 2015, cujo tema é “Comu-
to. Há também, nesse ambiente midiá- humana criar. Não importa o meio: im- pode facilitar essas dificuldades especí- nicação Mundial (2014), cujo tema nicar a família: ambiente privilegiado
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do encontro na gratuidade do amor”, dade de TVs católicas, rádios em tan- Mirifica (Vaticano II). Assim, Pe. Ma- Luz de Cristo para o Mundo. Toda a questões que incentivam uma comuni-
pois nossa reflexão cria esta expectati- tas Igrejas particulares, o incremento tias ainda contribui a esse respeito Igreja é povo de Deus. Os Bispos, Pres- cação em profunda ação pastoral,
va quando Sua Santidade abre as por- da Pastoral da Comunicação, a cria- acreditando que “o Concílio do Vatica- bíteros, Diáconos, Consagrados(as) como também uma atividade profícua
tas para o diálogo atual sobre como ção de grupos de Facebook, Whatsapp, no II abriu as portas da Igreja para que têm uma identidade, mas sempre a no que se refere aos que nutrem os
fundamentar e levar a mensagem da Twitter e afins. Não tenho dúvida que o diálogo com o mundo contemporâ- partir de uma eclesiologia de comu- meios de comunicação para haver e
Boa-Nova pelos meios de comunica- ainda podemos avançar muito mais. neo fosse a atitude indissociável da nhão. O que vejo para que a relação manter esse diálogo em vista da evan-
ção. Sob a luz da mensagem pontifícia, Por exemplo, e aqui falo a partir da identidade da Igreja, no seu papel interna seja fortalecida pela comunica- gelização em sua completude. O avan-
iluminada pelo tema proposto por experiência pastoral, ainda usamos missionário (Ad Gentes, 2). O docu- ção, é antes de tudo que seja gerado ço tecnológico é um incentivo para que
Francisco: “A família é o primeiro lugar muito pouco os espaços das rádios mento Inter Mirifica deve ser interpre- uma “cultura do encontro” dentro da as lideranças eclesiais busquem igual-
onde aprendemos a comunicar”, cria comunitárias. Em quase todos os re- tado nesta perspectiva. Estas novas própria Igreja. Os Bispos, Presbíteros, mente explorar de forma íntegra e
um envolvimento intimamente ligado cantos deste nosso imenso Brasil, já maravilhas devem ser instrumentos Diáconos e Consagrados(as) não po- aproveitar seus recursos para que pes-
ao universo familiar tendo em vista existem estes meios de comunicação. que permitam a maior abertura da der viver como estranhos dentro da soas e fiéis sejam os verdadeiros desti-
esse comprometimento com os ideais A Igreja tem que ocupar estes espaços. Igreja para que as angústias e as ale- Igreja. Eis um tremendo contra teste- natários dessa Boa-Nova que permite
que atingem a magnitude das ações A preocupação da V Conferência de municação aliados à tecnologia, por grias dos discípulos de Jesus sejam munho! Parece-me que o ponto de unir almas, corações e por meio da
que a Igreja investe quando se trata de Aparecida e tudo o que estamos “per- isso, Pe. Matias observa que “o que é também as da Igreja. Esta intenção partida é antes de tudo relacional. O atitude de servir. Desse modo, “dentre
comunicar o bem e a verdade. O pontí- cebendo” do magistério do Papa Fran- comum à estrutura de comunicação da dialógica pensada pelo Concílio para sentimento de pertença. O sentido da estas invenções, porém, destacam-se
fice expressa que “o desafio que hoje se cisco é que devemos promover a cul- Igreja do Brasil, hoje? Que canais de ser testemunhal para a realidade Ad mística eclesial. O que as “novas inven- aqueles meios que não só por sua natu-
nos apresenta, é aprender de novo a tura do encontro. Existe uma interação existem para que o que é Extra da Igreja, é necessário que come- ções” devem transmitir é antes de tudo reza são capazes de atingir e movimen-
narrar, não nos limitando a produzir preocupação primordial, que é gerar a eclesial seja abarcado pelo tribal/gru- ce a acontecer Ad Intra. Para que com- o testemunho de sentir com a Igreja e a tar os indivíduos, mas as próprias
e consumir informação, embora esta proximidade das pessoas. A cultura pal? As diferenças regionais do nosso preendamos a eclesiologia do Concílio, convicção de que “todos somos Discí- multidões e a sociedade inteira...” (In-
seja a direção para a qual nos impe- pós-moderna relativiza esta dimen- país exigem esta postura estratégica e se faz necessário que leiamos conjunta- pulos Missionários” de Jesus Cristo. O ter Mirifica 1460).
“
lem os potentes e precio- são. A partir do Evange- organizacional da ação missionária mente a Gaudium et Spes e a Lumen que precisamos para que esta relação
sos meios da comunica- O uso de todos lho, o que a Igreja tem de pastoral. O que sentimos nas bases é o Gentium. Se o primeiro trata da impor- interna seja mais profunda, é a certeza Marcelo dos Santos é Diretor Editorial da Revista Paró-
ção contemporânea. A buscar é a integração e reflexo do todo. O olhar deve ser proa- tância de uma Igreja que interpreta os de que o Evangelho é a nossa bússola quias & Casas Religiosas, Pós-Graduado em Comunica-
informação é importante, os meios e em todos os interação das pessoas”, tivo. O que é urgente é a conversão ao sinais dos tempos a partir da econo- para a comunicação das maravilhas de ção Social, Bacharel e Licenciado em Filosofia e História,
mas não é suficiente, por- lugares, juntamente com completa Pe. Matias. que é eclesial e a formação. Não esque- mia, família, cultura e outras constru- Deus”, ressalta. pela PUC-Campinas/SP, Bacharel em Teologia, pelo ITESP.
Autor do livro “Sob a Luz do Evangelho”, publicado pela
que muitas vezes simplifi- A partir dessa análise, çamos que a comunicação é meio de ções da sociedade, o segundo lembra Portanto, essa discussão até aqui
ca, contrapõe as diferen- a setorização pessoal e de acordo com a estrutu-
Editora A Partilha.
proximidade. Já mencionei, mas vale da realidade da Igreja, que deve ser apresentada, exigirá de nós, leitores, Site: www.revistaparoquias.com.br
ças e as visões diversas, geográfica da ação mis- ra que se estabelece no enfatizar que as redes sociais são o lu- pensada como a realidade que reluz à um exercício aprofundado sobre as Contato: editorial@revistaparoquias.com.br
solicitando a tomar parti-
do por uma ou pela outra,
sionária pastoral é cami- meio comunicacional, é
primordial que haja um
gar de encontro mais atrativo para as
pessoas atualmente. As pessoas as ocu-
em vez de fornecer um nho imprescindível da olhar diferenciado no se
” Ideias e soluções
pam muito vorazmente. O que se con-
olhar de conjunto”. Logo, dinâmica da Igreja refere aos meios de co- firma é que existe um desejo do outro.
essa mensagem apregoa Estar com o outro, mesmo sem ser
a favor da Fé.
um sentimento de pertença quando com o outro. Há relação, mas não há
Papa Francisco indica o caminho a se- compromisso. Estes não criaram os
guir com estas palavras que alimentam tempos líquidos; só os fortaleceram.
essa transformação comunicacional. Nesse sentido, deve haver uma grande
É um desafio que perante as novi- preocupação na estruturação humani- A Maistre Informática é a desenvolvedora do
dades tecnológicas em comunicação, zada e humanizante do seu aparelha-
é importante prestar atenção nessa mento comunicacional. Estes novos Sistema Pastoral, software de gestão completo
visão de conjunto, pois a Igreja está areópagos são novos; porém, não po- para paróquias e dioceses, que oferece:
preocupada como a mensagem dirigi- dem continuar antigos para a ação
da aos fiéis é fundamentada e verda- missionária pastoral da Igreja”, conclui.
deira para que as pessoas acessem a E nesse pensamento acerca de pro- Integração de informações em
informação com qualidade. Nesse mover e estimular o conhecimento de
sentido, Pe. Matias Soares, Vigário
uma única plataforma
novas tecnologias aliadas à comunica-
Episcopal da Arquidiocese de Natal/ ção na Igreja é importante suscitar
RN e Pároco na Paróquia São José, em uma presença sempre ativa e renovada.
Gerenciamento de rotinas
Mipibu-RN, que faz várias análises e Isso permite que os gestores de paró- administrativas e financeiras
reflexões sobre diversos temas e as- quias, comunidades, entidades, pos-
suntos, acredita que “em um primeiro sam contribuir de forma mais atenta Treinamentos gratuitos
momento estou de acordo que a Igreja alicerçando as bases de uma pastoral
esteja investindo e tenha uma grande de conjunto quando se tem a comuni- Suporte e teleatendimento
preocupação com o uso destas novas cação como aliada e permite conhecer
ferramentas para o anúncio da “ale- Pe. Matias Soares e experimentar novas técnicas a partir Geração do SPED contábil e fiscal
gria do evangelho”. Basta ver a quanti- do que apresenta o Documento Inter V
NA ISITE
02 EXPO NOS
SO
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