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O ESTIGMA ASSOCIADO ÀS DOENÇAS MENTAIS NA SOCIEDADE BRASILEIRA

O estigma associado às doenças psiquiátricas acompanha a humanidade desde os seus


tempos mais remotos. Durante a idade média, as psicopatologias eram associadas às
possessões demoníacas, sendo tratadas com orações e sessões de exorcismo.
Ademais, alguns doentes eram trancafiados em navios e lançados ao mar. Já no
Renascimento, os enfermos eram internados compulsoriamente em “Hospitais Gerais”,
que com o tempo originaram os manicômios. No início do século XX, novos tratamentos,
tão desumanos quanto os anteriores, foram surgindo: comas induzidos, lobotomia,
eletrochoque. Felizmente, com a descoberta dos sedativos em meados do século XX e
com o fim dos manicômios, o tratamento das doenças mentais tornou-se mais
humanizado. Todavia, essa discriminação acerca das psicopatologias perpetuada
durante os séculos passados, ainda é muito presente na sociedade brasileira
contemporânea. O fato de ter uma pessoa mentalmente doente sugere um defeito de
origem genética, que reflete negativamente na posição social da família. Esse estigma é
um obstáculo para o tratamento psiquiátrico, uma vez que cria uma resistência em
reconhecer a necessidade de auxílio médico e em procurar tratamento, tanto por parte
dos doentes quanto por parte dos familiares. As psicopatologias possuem causas
diversas. No entanto, segundo uma pesquisa realizada em 2017 no Reino Unido, quando
diagnosticadas em jovens, frequentemente estão relacionadas ao consumo excessivo
das mídias sociais. Essas redes permitem aos usuários a auto expressão. Entretanto os
expõem ao bullying e criam preocupações acerca de sua imagem corporal, o que
contribui com o surgimento da depressão. De acordo com dados divulgados pela OMS,
322 milhões de pessoas sofrem dessa doença, sendo ela a mais incapacitante do
mundo. Logo, doenças mentais estão mais presentes no cotidiano da sociedade do que
se imagina. Assim como o diabetes e a hipertensão precisam de intervenção médica para
promover qualidade de vida a seus portadores, a depressão também. Com a finalidade
de extinguir o estigma social acerca das psicopatologias e de aumentar a adesão e o
sucesso do tratamento psiquiátrico, o governo deve expandir o número de especialistas
nas unidades básicas de saúde. Essa medida visa também diminuir o tempo de espera
por uma consulta bem como promover uma interação entre os profissionais e a
comunidade local. Além disso, é importante manter esses trabalhadores atualizados,
sendo necessário promover frequentemente cursos de aperfeiçoamento e atualização
destinados a eles.
1) Podemos observar em "O estigma associado às doenças mentais na sociedade
brasileira" que  a intertextualidade foi utilizada como fio condutor para a argumentação que
estrutura todo o texto. Desse modo, após realizar uma leitura atenta da redação acima, descreva de
que modo isso foi feito, e qual a intencionalidade por trás da escolha da autora ao fazê-lo: *

R.:
_________________________________________________________________________________________

2) Como se define o tipo de intertextualidade empregada pela autora do texto? *


( ) Citação direta
( ) Citação indireta
( ) Epígrafe
( ) Paródia
( )Paráfrase

3) No excerto abaixo, destacado do segundo parágrafo do texto, nota-se uma referência ao


pensamento de um conhecido pensador contemporâneo: "Este quadro de inoperância das esferas
de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as
descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem seu papel com eficácia. Desse
modo, é imprescindível que, para a refutação da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja
revertida"  (Segundo parágrafo, linhas 7-11).
Que fator de coerência precisa ser mobilizado pelo leitor para uma compreensão mais profunda a
respeito da contribuição trazida pelo emprego dessa citação indireta para a argumentação da
autora?
( )Elementos linguísticos
( )Conhecimento de mundo
( )Implícitos (Inferência)
( )Intertextualidade

4) Que inferências são presumíveis a respeito da escolha da autora acerca da relação estabelecida
entre a tragédia pessoal de um personagem fictício (Arhur Fleck - o Coringa) e a realidade brasileira
no que diz respeito às dificuldades enfrentadas pelas pessoas que vivenciam o  estigma  do
transtorno mental atualmente?

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