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Gerenciamento de Recursos Hídricos

Os recursos hídricos são todas as parcelas de água doce que podemos


encontrar no meio superficial e subterrâneo.
A água é de fundamental importância para a sobrevivência de todos os seres
vivos e para a sobrevivência de toda a flora.
Durante muitos anos, os seres humanos vêm utilizando da água em seu dia a
dia em todas suas atividades, e isso ocasiona na poluição e a contaminação dessas
águas. Diante disso, no Brasil, foram criadas Leis e instrumentos que visa proteger e
gerenciar esse bem de forma racionada e consciente.
As águas foram divididas em classes, e quanto maior sua classificação,
menos usos são permitidos.
De acordo com a Resolução CONAMA 357, de 2005, as águas são
classificadas em:

I. Águas doces (as quais englobam as águas presentes em rios,


lagos ou subterrânea): essas águas devem apresentar índices de
salinidade inferiores ou igual a 0,5%.
II. Águas salobras (estuários ou lagoas): nesse caso, as águas
devem apresentar salinidade superior a 0,5% e inferior a 30%. Ou
seja, a água deve apresentar entre 0,5 e 2 partes por mil partes por
trilhão de sais dissolvidos totais.
III. Águas salinas (águas do mar): apresentam salinidade superior a
30%.

Classe especial: é uma água que praticamente não sofreu alterações


devido às atividades antrópicas, ou seja, os parâmetros físicos,
químicos e microbiológicos são os mesmos aos que são encontrados
na natureza. Dentre os usos permitidos para essas águas estão o
consumo humano (desde que haja uma desinfecção para eliminar
eventuais organismos patogênicos), bem como toda e qualquer
atividade que tenha contato direto. Porém, essas águas devem ser
preservadas, não podendo ser lançado nenhum tipo de
efluente/rejeito.
Classe 1: são águas utilizadas para o abastecimento humano (desde
que haja ao menos um tratamento simplificado). Poderá haver
também atividades de recreação e lazer, com contato direto, como
natação, mergulho, dentre outras. Essa água também pode ser
utilizada para irrigação de lavouras/culturas agrícolas.
Classe 2: da mesma forma que a classe 1, essa água pode ser
utilizada para o abastecimento humano (desde que haja um
tratamento convencional). O contato direto, como natação, esqui
aquático e mergulho estão liberados. Da mesma forma que a
irrigação de hortaliças, plantas frutíferas, parques e jardins. Ainda na
classe 2, a pesca está liberada, sem haver prejuízos à saúde
humana.
Classe 3: já na classe 3, os usos permitidos caem significativamente
devido aos contaminantes presentes na água. O abastecimento para
consumo humano é permitido, desde que haja um tratamento
convencional ou avançado. A irrigação ainda é possível, mas apenas
no que se refere a culturas arbóreas (eucaliptos, pinus, dentre
outros), cerealíferas e forrageiras. A pesca ainda é liberada, mas
apenas de forma amadora, não mais sendo permitida para fins
econômicos. A dessedentação animal é permitida, porém a água
pode causar prejuízos aos animais.
Classe 4: devido à grande quantidade de poluentes, as águas podem
ser utilizadas apenas para a navegação e harmonia paisagística.

Dentro desses instrumentos, um dos mais importante é a outorga, com a


outorga é possível realizar um controle qualitativo e quantitativo, além de ser um ato
administrativo no qual o poder público responsável concede ao requerente o direito
de usar a água com um prazo determinado.
Concluímos, com base nessas informações, e diante do caso apresentado, o
poder público responsável por emitir a outorga será a Agência Nacional de Águas –
ANA, uma vez que o rio passa por mais de um estado brasileiro, conforme determina
a Constituição Federal (BRASIL, 1988). Cabe à ANA analisar a solicitação e verificar
se essa captação ocasionará em algum tipo de contaminação da água, realizando
também uma análise quantitativa e qualitativa do recurso hídrico.

REFERENCIAS

Lei 9.433 de 8 de janeiro de 1997. Política Nacional de Recursos Hídricos.


Constituição Federal.

Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março e 2005.

Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Disponível em:


<https://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/sngrh/sistema_nacional_de_gerencia
mento_de_recursos_hidricos.html>.

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