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A organização política de juventude por trás das lutas pela educação pública, da democracia e
assistência estudantil.
Em meio aos descasos com o transporte público, Meris Fabiola, estudante de 24 anos,
se viu aprisionada em meio a escuridão de um ponto de ônibus santanense enquanto
tentava voltar para sua casa após um dia tomado pelas aulas do Campus UNIFAP-
Santana.
Devido a escuridão, e da demora, a estudante vivia à mercê de uma rotina “perigosa”,
e foi a partir desse momento que sentiu a necessidade de ingressar em um movimento
em que se sentisse representada, onde pudesse realizar ações para mudar a realidade
complicada de uma universitária. “Eu sou da Unifap Santana, e durante o período de
2019, quando eu entrei, não tinha ônibus pra galera se deslocar, já faltava muita coisa
dentro da universidade e por isso eu resolvi me engajar nas causas sociais”.
A estudante de filosofia, acabou ingressando no movimento estudantil UJS-AP , e foi lá
que pode participar de atos em defesa da educação, e adquirindo proximidade com a
política, e as atividades que aconteciam dentro do próprio âmbito educacional.
Entretanto, dentre os projetos os quais já esteve a frente, o mais impactante para ela,
foi durante o período pandêmico.
A estudante, relata que durante o período em que a UNIFAP manteve as portas fechadas, ela em
conjunto de centenas de jovens Amapaenses realizaram a coleta de cestas básicas para distribuir na
comunidade, e foi impactada. “Eu vi pessoas do meu meio, pessoas que eu conhecia, passando fome, e
não tinha ninguém para os acolher”, e cita essas ações como um meio de facilitar a vida das famílias que
precisavam se isolar e haviam perdido toda a sua renda.
A UJS
A sigla UJS significa União da Juventude Socialista.
“O reitor não escuta a gente, mas escuta um deputado ou um senador”, por conta disso, a
organização busca estabelecer um relacionamento com os mandatos. “A gente precisa de
suporte, não adianta a gente ficar gritando, se no fim é preciso alguém com uma caneta para
resolver”. Uma solução encontrada por esses grupos de jovens, é de tentar eleger pessoas
inseridas nas pautas sociais.
A Cientista Social, Rayanne Pontes, 26, participa de discursões sobre o que desperta o jovem a
ingressar nas causas políticas. Ela alertou que muitas vezes esses jovens não sentem que as
políticas públicas para educação, emprego, saúde e lazer, condizem com a sua realidade e
atendem as problemáticas enfrentadas por esse público em específico, nesse contexto, surge a
necessidade de se fazer ouvir. E é aí que surge o interesse pela política, a existência de
necessidades não atendidas, ou não atendidas efetivamente, aliada à sensação de falta de
representatividade.