UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANAS

LIBRAS
ADRIANA S. RODRIGUES, GABRIEL L. FRANCO

Este trabalho discute as concepções sobre surdez e linguagem, bem como a relação
dessas concepções com a aprendizagem da leitura. A primeira concepção a ser abordada é a
da surdez como deficiência, que considera a pessoa surda como alguém que precisa ser
corrigido, reabilitado ou integrado à sociedade ouvinte. Essa visão reduz a surdez a uma
condição meramente física e ignora as questões culturais e linguísticas que envolvem a
surdez.
A segunda concepção é a da surdez como diferença, que reconhece a surdez como
uma identidade cultural e linguística distinta, com uma língua própria – a Língua de Sinais.
Essa visão valoriza a cultura surda e a Língua de Sinais como uma forma legítima de
comunicação e expressão.
No que se refere à linguagem, é importante destacar que a Língua de Sinais é uma
língua natural, com estrutura gramatical e vocabulário próprios, e não uma simples
representação gestual da língua oral. Essa língua deve ser reconhecida e valorizada como um
meio de comunicação legítimo e eficaz para as pessoas surdas.
Quando se trata da aprendizagem da leitura, é fundamental considerar a importância
da Língua de Sinais como base para o desenvolvimento da linguagem escrita. A
aprendizagem da leitura e da escrita em língua portuguesa pode ser mais efetiva para as
pessoas surdas que já possuem uma base sólida em Língua de Sinais. Isso porque a Língua de
Sinais pode facilitar a compreensão e a internalização dos conceitos e estruturas da língua
portuguesa, além de contribuir para a formação da identidade e da autoestima da pessoa surda.
Por fim, é importante que os educadores reconheçam a surdez como uma diferença
cultural e linguística, e que busquem conhecer e respeitar a cultura e a língua da comunidade
surda. É fundamental também que sejam oferecidas oportunidades de aprendizagem que
valorizem a Língua de Sinais como um recurso pedagógico eficaz e necessário para a
aprendizagem da leitura e da escrita pelas pessoas surdas.