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— considerada a Lei n. IX, contendo modificações no Código Penal e no Código de Processo Penal, de
11 de julho de 2013;
adotou a seguinte
Lei
1. A presente lei aplica-se aos delitos referidos no Título II da Lei n. VIII, contendo normas
complementares em matéria penal, de 11 de julho de 2013, e também aos delitos referidos nos artigos
372, 386, 389, 390 e 391 do Código Penal, no caso de serem cometidos em dano dum menor ou dum
sujeito a ele equiparado.
2. O prazo de prescrição dos delitos referidos no artigo 1 é de vinte anos e decorre, em caso de ofensa a
um menor, a partir do momento em que este completa dezoito anos de idade.
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1. Salvaguardado o sigilo sacramental, o funcionário público que, no exercício das suas funções, tiver
notícia ou fundados motivos para considerar que um menor é vítima dum dos delitos referidos no artigo
1, deve apresentar denúncia sem demora, mesmo se os delitos foram cometidos alternadamente:
c) durante o exercício das suas funções, pelos funcionários públicos do Estado da Cidade do Vaticano ou
pelos sujeitos referidos no ponto 3 do Motu Proprio «Ai nostri tempi», de 11 de julho de 2013.
2. Salvo se o facto constituir delito mais grave, o funcionário público que omite ou adia indevidamente a
denúncia referida no parágrafo anterior é punido com multa que varia de mil a cinco mil euros. Se o facto
for cometido por um agente ou oficial de polícia judiciária, a pena é a reclusão até seis meses.
3. Salvaguardado o sigilo sacramental, pode apresentar denúncia qualquer outra pessoa, inclusive
totalmente alheia aos factos, que tenha conhecimento de comportamentos em dano de um menor.
4. Caso o procedimento seja contra um clérigo ou um membro dum Instituto de Vida Consagrada ou
duma Sociedade de Vida Apostólica, o promotor de justiça, recebida a denúncia, informa
tempestivamente o Ordinário ou o Superior Maior competentes para a adoção das medidas previstas pelo
direito canónico.
a) é informada sobre os direitos e serviços à sua disposição, e também, se fizer requerimento, sobre os
resultados das sucessivas fases do processo;
b) é informada da adoção e da cessação, por qualquer título que seja, das providências restritivas da
liberdade pessoal, provisórias ou definitivas, dispostas contra o arguido;
c) diretamente ou por intermédio do defensor, pode fornecer provas, solicitar a realização de específicas
atividades de investigação e pedir para ser ouvida;
d) tem direito à tutela da própria imagem e privacidade, e também da confidencialidade dos dados
pessoais;
e) tem direito à adoção de medidas idóneas para evitar um contacto direto com o arguido, excetuando as
exigências inderrogáveis do processo.
a) o menor pode ser acompanhado pelo seu advogado, e também por uma pessoa de maior idade da sua
confiança admitida pela autoridade que procede;
b) a audição do menor com menos de 14 anos é realizada sempre com o auxílio dum psicólogo e segundo
modalidades adequadas ao objetivo. Do mesmo modo procede a Autoridade judicial em todos os outros
casos em que julgue oportunas tais modalidades;
c) a deposição é documentada também através duma vídeo gravação, que deve ser incluída como prova
em juízo.
Artigo 6 (Investigações)
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1. O promotor de justiça solicita a adoção, mesmo em via provisória, das medidas necessárias para:
a) assegura que as investigações sejam realizadas com caráter prioritário e no respeito pela dignidade e
integridade física e psíquica da pessoa ofendida;
4. O promotor de justiça, de acordo com a Direção dos Serviços de Segurança e Proteção Civil e com o
Serviço de Acompanhamento referido no artigo 9, adota as diretrizes acerca das modalidades a seguir nas
atividades de polícia judiciária que envolvam menores.
Artigo 7 (Julgamento)
Quando se procede por um dos delitos referidos no artigo 1, a Autoridade judicial, para tutela do menor:
b) pode dispor que o menor deponha em videoconferência ou mediante o uso dum vidro-espelho com
sistema de intercomunicação;
c) nos casos em que os representantes legais estejam em conflito de interesses com o menor, nomeia um
curador especial que, a cargo do Estado, represente os seus interesses;
d) se o arguido for um clérigo ou um membro dum Instituto de Vida Consagrada ou duma Sociedade de
Vida Apostólica, juntamente com a sentença transmite cópia das atas do processo ao Ordinário ou ao
Superior Maior competentes para a adoção das medidas previstas pelo direito canónico.
1. O Presidente do Governatorato, por proposta da Direção de Saúde e Higiene, adota diretrizes para a
tutela dos menores.
2. A Direção de Saúde e Higiene dispõe dum Serviço de Acompanhamento para as vítimas de abusos.
Aquela individua, no seu âmbito, um perito qualificado, a quem confiar, na qualidade de Responsável, a
coordenação de tal serviço.
O Serviço de Acompanhamento:
b) garante a assistência médica e social às pessoas ofendidas e aos seus familiares, incluindo a assistência
terapêutica e psicológica de urgência;
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Artigo 10 (Formação)
1. O Serviço de Acompanhamento proporciona aos menores, aos seus pais, formadores, educadores e
responsáveis uma informação adequada sobre os riscos em matéria de exploração, de abuso sexual e de
maus-tratos, e também sobre os meios úteis para individuar e prevenir tais ofensas.
2. A Comissão para a Seleção do pessoal recorre ao Serviço de Acompanhamento para adotar orientações
e definir procedimentos com a finalidade de apurar a idoneidade dos candidatos.
Ordenamos que o original da presente lei, munido com o selo do Estado, seja depositado no Arquivo das
leis do Estado da Cidade do Vaticano e o texto correspondente seja publicado, para além do Suplemento
de Acta Apostolicae Sedis, também mediante afixação no pátio de São Dâmaso, na porta dos Serviços do
Governatorato e nos Serviços do Correio do Estado, enviando-o a todos quantos compete observá-lo e
fazê-lo observar.
Francisco
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