Por Paulo Ferreira: P RECONCEITO RACIAL NO BRASIL
Paulo Ferreira é graduado em Geografia pela UFC, professor da rede municipal de educação de Fortaleza, trabalha na Escola João Mendes de Andrade. pauloufcgeo@gmail.com
O preconceito racial no Brasil e no mundo está sendo questionado por grandes movimentos de rua. Racismo é uma chaga extremamente violenta às sociedades, pois sua história social foi marcada pela escravidão. Da mesma forma outros problemas sociais precisam, urgentemente, ser questionados, sendo eles: violência contra a mulher, iminência do fascismo, marginalização das populações indígenas etc.
As manifestações, por todo o mundo, são fundamentais para pautar na vida social a discussão racial que deveria ser permanente e resistente. Assim, ser antiracista é comportar-se como cidadão que respeita o pacto social estabelecido em lei e cortejado nas relações sociais cotidianas.
Em um Brasil que luta para esquecer sua história social, é mais que necessário, como ocorreu nos Estados Unidos, as demandas do movimento negro serem clarificadas - desigualdade racial, racismo estrutural, institucionalizado, cobranças por um Brasil que cumpra sua constituição, que o mercado e a economia qualifique essas populações, suas religiões sejam respeitadas, que a educação respeite os aspectos sociohistóricos, tendo a mesma relevância curricular. Contudo o que vemos é a história de vida de negros serem associada a gigantescos sacrifícios, trabalho braçal brutal, violência policial, simbólica e estrutural, suas vidas serem relacionadas a má formação educacional e profissional, que de maneira lógica, lhe imprime uma condição social super perversa.
George Floyd é um grito, um alento, uma esperança. Saliento que direito se conquista. A esperança foi posta, mas não foi conquistada. O Brasil precisa caminhar bastante para entrarmos no túnel do pensamento progressista, da garantia fundamental dos Direitos Humanos, é não da retórica política.
O que nos cabe é lutar. O desejo é construir uma sociedade igualitária, onde os bônus e ônus sejam compartilhados com todos, que a cor da pele seja apenas a cor da pele. Organizar debates, fomentar discussões sobre as temáticas celebradas a vida negra, fazer parte dos movimentos populares da sociedade organizada, praticar comportamentos antirracistas, desenvolver empatia, reflexão social e voltar-se para uma educação antirracista.