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CENA II
JOSÉ Cano?
VELHO Cano, é.
JOSÉ Não, senhor. É o meu tio. Meu tio está doente. (O velho não
entende).
JOSÉ Mas que cano, doutor? Não tem cano doutor. É o meu tio, está
doente. Doente.
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JOSÉ É, doutor.
VELHO Coitado.
JOSÉ É.
JOSÉ Não tem cano, amigo, não tem. Quero que o senhor examine ele.
Examine. O senhor não é doutor? Doutor?
JOSÉ Encanador?
JOSÉ Não.
CENA V
SRA. AZEVEDO Como assim, sem que você percebesse? Me parece que a
ausência de um marido, principalmente à noite, dá pra ser notada!
SRA. AZEVEDO Ora, minha filha, o de... (Susto) Não me diga que dormem
em quartos separados?
SRA. AZEVEDO Mas quer dizer então que o Molina passou a noite fora...
SRA. AZEVEDO Acorda, minha filha. Um marido não passa a noite com as
estrelas. Você não desconfia de ninguém? Não surpreendeu nada?
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CENA VI
MOLINA Sogrinha!
SRA. AZEVEDO Sogrinha? Como é que é? Ah... mas eu vou te dar uns
tapas no meio da fuça, seu cara de pau! Irei direito ao que interessa. Você conhece essa
luva?
SRA. AZEVEDO Molina, você acha que eu sou besta? Você quer saber
minha opinião? Você é um marido abominável. Um desavergonhado! (Ameaça) Escute
bem o que vou lhe dizer, Molina. Se você trair minha filha, vai ter que se ver comigo!
Se liga, hein. (Sai).
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CENA IV
CENA IV
OFÉLIA É!
TOBIAS Seu José da Silva, me perdoe pela franqueza. Eu sei que o senhor
é pobre... mas compromisso é compromisso. Assim como o senhor tem uma vida, uma
família, eu também tenho a minha. Também preciso me sustentar e colocar um prato de
comida na mesa. Tenho esposa, filhos. E a vida não está fácil. Eu dependo do dinheiro
do aluguel dos meus imóveis para sobreviver. Lhe dou o prazo de 2 semanas para me
pagar tudo o que me deve. Caso não, lhe colocarei na justiça e você será despejado.
Maldito!
absurdo. É uma falta de consideração com o homem dessa casa. Eu que mando nessa desgraça!
Cadê essa comida, mulher?
MARIA ROSA Não precisa gritar, credo. Já estou aqui. Tu já chegou né,
homem...
MANOEL Já! Não tá vendo eu aqui? É essa comida? Mas que porcaria! Ô
mulher, que carne dura é essa?
MARIA ROSA Salgado? Ah, meu filho... é porque não tinha mais tempero, daí
tasquei sal! E coma assim mesmo!
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ADMA (Raivosa) Celeste!
ADMA Pra você ver, Celeste... pra sair de Copacabana pra esse
muquifo no Centro, significa que é coisa séria! Eu posso saber o que é isto? (Mostra um vestido
rasgado)
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CELESTE É um vestido!
CELESTE Digo!
ADMA Digo! Eu quero saber o porquê que você rasgou o meu vestido,
sua empregadinha dos infernos!
ADMA Eu não tenho nada a ver com isso. Eu lhe pago para lavar e
passar minhas roupas decentemente. Se continuar assim terei que trocar de criada o mais rápido
possível!
ADMA Então, faça por merecer. Conserte isto o mais rápido possível.
Espero que saiba costurar... afinal, me surpreenderia com gente do seu nível social pobre que
não saiba fazer esse tipo de serviço.
MOLINA Fala baixo, Barcelos. Tá maluco? Ivone não pode descobrir isso
em hipótese alguma.
BARCELOS Sei, sei... Pensasse isso antes da traição. Se alguém contar pra
Ivone, acabou pra você.
MOLINA Qual foi, cara?! Isso tem que ser segredo, entende?
MOLINA (Ameaça) Tu vai mesmo falar pra todo mundo? Dez mil pratas
eu não tenho... mas acho que a gente pode resolver nossa pendência na mão!