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A Chave do Tamanho

Personagens:

1. Dona benta
2. Narizinho
3. Pedrinho
4. Visconde
5. Emília
6. Saci
7. Juquinha
8. Candoca
9. Toninho
10. Tia Nastácia

Cena 1

( Estão sentados na sala, Dona Benta, Pedrinho, Narizinho, Emília e Visconde.


É noite e eles conversam distraidamente.)

Dona Benta: Que maravilhoso fenômeno é o pôr do sol!

Emília: Por que é que se diz “Pôr do sol”, Dona Benta? Que é que o sol pôe?
Algum ovo?

Dona Benta: O sol não se pôe nada, bobinha. O sol pôe-se a si mesmo.

Emília: Então ele é o ovo de si mesmo. Que graça!

Dona Benta: Pôr do sol é um modo de se dizer. Você bem sabe que o sol não
se pôe nunca; a Terra e os outros planetas é que se movem em redor dele. Mas
a impressão nossa é de que o Sol e move em redor da Terra- e portanto nasce
pela manhã e põe-se à tarde.
Emília: Estou cansada de saber disso! A minha implicância é com o tal de pôr.
Pôr sempre foi botar uma coisa em certo lugar. A galinha põe o ovo no ninho.
O Visconde põe a cartola na cabeça. Pedrinho põe o dedo no nariz

Pedrinho(que estava pondo o dedo no nariz) Mentira!

Emília(continuando)Mas o sol não põe cartola na cabeça, nem tem o péssimo


costume de tirar ouro do nariz.

Dona Benta: É um modo de dizer, já expliquei

(O carteiro bate na porta. Pedrinho vai atender)

Carteiro: Aqui está o jornal e uma carta para o Sr. Visconde de Sabugosa.

(Emília avança em cima do carteiro e toma a carta de sua mão)

Visconde:: Deve ser a resposta a uma consulta que fiz sobre as vitaminas do
pó de pirlimpimpim .

Narizinho: Não abra, Emília! Vovó já disse que o sigilo da correspondência é


inviolável. Carta é uma coisa sagrada. Só o destinatário pode abrir.

Emília(para oVisconde) Coma, beba o seu sigilo.

Pedrinho(lendo o jornal) Novo bombardeio de Londres, vovó. Centenas de


aviões voaram sobre a cidade. Um colosso de bombas. Quarteirões inteiros
destruídos. Inúmeros incêndios. Mortos à beça.

(Dona benta abaixa a cabeça e fica triste)

Emília: Não fique assim, vovó. A coisa foi em Londres, muito longe daqui.

Dona Benta: Não há tal, minha filha. A humanidade forma um corpo só. Cada
país é um membro desse corpo, como cada dedo, cada unha, cada mão, cada
braço ou perna faz parte do nosso corpo. Uma bomba que cai numa casa de
Londres e mata uma vovó de lá, como eu, e fere uma netinha como você ou
deixa aleijado um Pedrinho de lá, me dói tanto como se caísse aqui.É uma
perversidade tão monstruosa, isso de bombardear inocentes, que tenho medo
de não suportar por muito tempo o horror desta guerra. Vem-me vontade de
morrer.Desde que a imensa desgraça começou não faço outra coisa senão
pensar no sofrimento de tantos milhões de inocentes. Meu coração anda cheio
de dor de todas as avós e mães distantes, que choram a matança de seus pobres
filhos e netinhos.

Emília: Eu ainda vou acabar com essa guerra! Podem acreditar nisso. Ou eu
não me chamo Emília, a boneca de pano.

Narizinho: Ora Emília, que pretensão! Como isso seria possível?

Emília: Deverá haver um jeito! Eu hei de descobrir uma maneira!

Dona Benta: Bem ,crianças, está na hora de dormir! Amanhã a gente continua
a conversa.

Narizinho e Pedrinho(dando um beijo em Dona Benta) Boa noite vovó!

Dona Benta: Durmam com Deus, meu anjinhos.

(Saem )

Emília: Hei Visconde!

Visconde: O que é?

Emília: Você pode me arrumar um pouco do pó de pirlilmpimpim?

Visconde: O que é que você está maquinando boneca?

Emília: Depois eu te conto. Me dê um pouquinho do pó.

Visconde(Tirando um vidro do bolso) Está aqui. Mas vê lá o que você vai


fazer!

Emília: Não se preocupe, Visconde, eu sei o que estou fazendo.

Visconde: Eu espero!

(Sai)
Emília: Agora eu vou tentar ir para a casa das Chaves. Lá deve existir as
chaves que controlam tudo no mundo. Lá deve estar a Chave da Guerra,
aquela que controlará essa maldita guerra.
Então lá vou eu...(Joga o pó sobre si) Pirlimpimpim!

(Dá-se uma explosão. Emília cai no chão. Ela está em outra dimensão.)

Emília: Isto deve ser o fim do mundo, e eu devo estar dentro da Casa das
Chaves. Que pó certeiro o do Visconde! Onde será que estão as chaves?
Deixa-me ver. (Dá uma volta pelo palco) Ah, aqui estão elas. Hão de ser as
chaves que regulam e graduam todas as coisas do mundo. Uma delas é a chave
que abre e fecha as guerras. Mas qual?(Pensativa) Acho que terei de aplicar o
método experimental que Visconde usa em seu laboratório. Vou mexendo nas
chaves , uma a uma, até dar com a da guerra.

(Emília escolhe uma chave e a puxa até o fim. Ouve-se um Barulho de


diminuição. E um enormwe pano cai sobre sua cabeça).

Emília: Meu Deus! Que monte de pano é esse sobre a minha cabeça?Meu
vestido ficou enorme! Onde é que está a saída? Preciso encontrar a saída,
antes que esta panaria me mate afogada!

(Sai)

Cena 2

(Cenário de uma caixa de fósforo. No interior alguns palitos de tamanho


descomunal).

Emília(dando com a caixa e os palitos enormes) Nossa, o que será que está
acontecendo? Será que eu estou dentro da maior caixa de fósforos que jamais
houve no mundo? Hum, já sei. Isto é a caixa de fósforos que eu trouxe e está
do tamanho que sempre foi. Eu é que diminui. Fiquei pequeníssima; e, como
estou pequeníssima, todas as coisas me parecem tremendante grandes.
(Pensativa) Só pode ser uma coisa: por causa da descida daquela chave. Logo,
aquela chave é a que regula o meu tamanho.(Para a platéia) Regula só o meu
tamanho, ou regula o tamanho de todas as criaturas vivas, ou só o das criaturas
humanas? Quantos problemas, meu Deus! (vai para lá e para cá).
Se todas as criaturas ficaram pequenas como eu fiquei; então o mundo inteiro
deve estar na maior atrapalhação e com as cabeças tão transtornadas quanto a
minha. Mas a guerra acabou! Ah, isso acabou! Pequeninos como eu, os
homens não podem mais matar-se uns aos outros, nem lidar com aquelas
terríveis armas de aço. O mais que poderão fazer é cutucar-se com alfinetes
ou espinhos. Já é uma grande coisa...Ah, ah, ah....

(Entram Dona benta, Pedrinho, Visconde, o Saci e Narizinho. Ao verem


Emília correm a abraçá-la).

Emília: Vovó! Que bom que vocês estão bem...quero dizer...inteiros!

Dona benta: Emília, explique-nos uma coisa. O que está acontecendo? Eu


estava fazendo tricô quando de repente a agulha de crochê ficou imensamente
grande eu cai pelo buraquinho da cadeira de balanço e fui dar dentro da cesta
de costura. A minha sorte é que havia vários novelos de lã que me serviram de
colchão...senão eu teria me esborrachado inteira!

Pedrinho(tomando a palavra) E eu? Que quase morri afogado! Eu estava


tomando banho, quando de repente a água do chuveiro se transformou em
gotas enormes e quando vi estava num dilúvio sem fim! Tratei de nadar até
próximo azuleijo que ficava a metros de distância do chão do banheiro,
quando eu consegui nadar até lá e me salvei! Huff...Eu poderia estar morto
agora!

(Emília observa tudo com um certo ar de inteligência)

Narizinho: Comigo não foi diferente! Estava na cozinha de Tia Nastácia


sentada na boca do fogão de lenha descascando algumas batatas , quando de
repente a batata ficou do tamanho de uma montanha e eu pude escapar graças
à chapa do fogão que me protegeu de ser esborrachada pelas enormíssima
batata! Mas depois disso não consegui encontrar Tia Nastácia. Para eu poder
sair de lá tive que escorregar pelo cabo da vassoura que ela estava
varrendo,mas mesmo assim não a vi mais. Será que o gato Manchinha comeu
a Tia Nastácia vovó?(começa a chorar) Ai, coitadinha da Tia Nastácia, será
que ela está na barriga do gato? Meu Deus! Que fim triste!

Dona Benta: Calma Narizinho. Ela deve ter se perdido de nós...Provavelmente


ela deve estar bem...nada de ruim deve ter lhe acontecido! Teremos que ter
paciência para encontrá-la, e tudo ficou imensamente grande e nós temos que
ter astúcia para podermos fugir dos perigos que agora nos perseguem.
Saci: Mas afinal de contas, o que nos fez ficar deste tamanho?

Emília: Fui parar na casa das chaves e pensando que puxava a chave da
guerra, puxei a chave do tamanho e todos os seres humanos ficaram pequenos
como nós! Assim acabei com a guerra que estava acontecendo.

Dona Benta: Virgem Santa, então foi você a causadora desse desastre! Que
boneca levada!

Visconde: Você...você quase acabou com a humanidade toda, e fica aí com


essa cara de que nada aconteceu?

Emília: A mesma chave serve para todas as pessoas. Logo, toda a humanidade
está reduzida- e impedida de fazer guerra. Uf! Acabei com a guerra! Viva!
Viva!

(Todos ficam indignados com a alegria da boneca)

Emília: a prova de que essa chave só regula o tamanho das criaturas vivas,
está aqui nesta caixa de fósforos na qual nós estamos dentro. Se esta caixa de
fósforo também tivesse diminuído, estaria proporcional ao meu corpo, e não
imensa como está.

Visconde: Exatamente como eu havia pensado. Posso calcular o nosso


tamanho por comparação com as letras da palavra FÓSFOROS. Essas letras
tinham um terço de centímetro no tempo em que eu tinhá 40. Ora, se eu tinha
40 centímetros, era 12 vezes maior que um terço de centímetro. E agora? Qual
o meu tamanho em relação a essas letras?

Narizinho: Meu Deus! Esse raciocínio parece me ter dado um nó na cabeça!

Visconde: (deitando-se sobre a letra F) A minha altura tem um terço da letra


F, logo, eu estou reduzido a justamente um centímetro de altura.

Pedrinho: Que coisa! O Visconde e a Emília estão reduzidos a apenas um


centímetro de altura. Então eu, a Narizinho, a vovó e o saci devemos estar
reduzidos a três centímetros e meio.

Saci: E o que vamos fazer agora?


Emília: Tenho várias soluções a escolher. Uma, é largar tudo do jeito que está.
Outra, é levantar novamente a chave e deixar as coisas como eram. Isto me
parece o melhor, porque se nós sairmos daqui, corremos grande perigo de
sermos devorados pelo gato Manchinha.

(Ouve-se um Miado bem alto)

Todos: É ele, o gato Manchinha!

(Desespero Geral)

Dona Benta: Ai meu senhor, protegei-nos!


(O gato começa a mexer na caixa e o pessoal cai de um lado para o outro)

Pedrinho: Ele está querendo abrir a caixa para nos devorar!

Emília: Pense em alguma coisa Visconde, você não é o sabe-tudo?

Visconde: Estou pensando....estou pensando.

Saci: Tenho uma idéia! Me ajudem a pegar esse palito de fósforo. Vamos
botar fogo na caixa e aí o bichano sairá com o focinho queimado e nos deixará
em paz. Aí teremos tempo de nos esconder.

Visconde: Boa saci! Excelente idéia!

Saci: Me ajudem aqui.

(O saci, Pedrinho e Visconde levantam um palito de fósforo imenso e fazem


ele pegar fogo, depois disso colocam fogo na caixa e o gato assustado, sai
correndo. Enquanto a caixa pega fogo, Narizinho e Pedrinho amparam a sua
avó. )

Narizinho: Vovó, a senhora está bem?

Dona Benta: Um pouco cansada, minha filha,mas já me recupero!

Visconde: Coseguimos nos livrar de uma bem difícel! Já pensou se este


bichano nos pega? Já éramos comida para gato!
Narizinho(olhando em redor) Nossa! Como tudo está enorme! Eu fico um
pouco tonta de ver o tamanho dos objetos dessa casa! Tudo gigantesco!

Pedrinho: Onde será que estamos agora?


Visconde: Pela similitude dos objetos, estamos na sala de estar, perto da
cozinha.

Emília: Cozinha? Huumm, essa palavra me dá uma fome. Faz horas que não
como nada. Estou com uma fome danada!

Pedrinho: Eu também!

Emília: Será que não encontramos nada para comer?

Pedrinho(voltando-se para o outro lado) Vejam! Uma batata frita!

Narizinho: É mesmo! Por sorte, ontem eu fui jantar na sala e deixei cair uma
no chão!

Emília( Pegando um pedaço da massa) Vamos nos alimentar. Tome vovó, isso
é para matar a fome!

Dona Benta: Obrigada bonequinha!

(Todos estão comendo, quando aparecem duas crianças. Quando vêem os


outros se escondem de medo)

Emília: Não tenham medo! Também sou gente. Sou Emília, lá do Sítio de
Dona Benta, que fiquei pequenininha e ando à procura de Tia Nastácia. Vocês
por um acaso a viram?

Juquinha(A Candoca) É a Emília mesmo, Candoca! Conheço os livros que


falam dela. A cara é a mesma, o jeito é o mesmo. Só faltam a roupinha de
xadrez.

Emília: E quem é você?

Juquinha: Sou o Juquinha. E esta é a Candoca, minha irmã.

Emília: Como vocês vieram parar aqui?


Juquinha: Estávamos a caminho do Sítio, eu e minha irmã, para entregar uma
encomenda da Tia Febrônia para a sua cozinheira, a Tia Nastácia. De repente,
uma panaria sem fim nos enleou e foi um custo para sairmos de dentro. E
todas as coisas ficaram enormes-enormíssimas, como a senhora vê. Tudo
aconteceu no jardim, onde estávamos, e foi um custo e tanto para subirmos as
escadas e chegarmos até aqui.

Visconde(para Emília) É melhor não explicarmos a eles o motivo do


encolhimento, senão a cabeça dessas pobres criaturas poderão não agüentar.
(Aos meninos) Muito bem! Agora que vocês encontraram gente como a gente,
deverão se juntar a nós e tentaremos solucionar o problema.

Candoca: Como foi que tudo isso aconteceu, senhor Visconde?

Visconde: Sabe, Candoca, isso é coisa que nós estamos tentando descobrir.
Mas não se preocupe, tudo há de acabar bem.

Emília: Bem, vamos continuar a caminhada até a cozinha, pois foi lá que a Tia
Nastácia sumiu.

Dona Benta: Acho melhor vocês irem andando na frente,eu não agüento mais
caminhar!

Narizinho: Imagine se eu vou deixar a senhora aqui sozinha. Se ficar, eu


ficarei com a senhora vovó.

Visconde: Dona Benta, sei que sua idade não lhe ajuda muito a fazer
caminhadas, mas não é bom que a senhora fique aqui sozinha. Tudo ficou
muito perigoso, porque agora nosso tamanho não passa de cinco centímetros,
e com isso aumentou também a nossa fragilidade.

Saci: É muito perigoso a senhora ficar aqui sozinha.Pode aparecer algum


inseto e atacar a senhora. Agora nós é que somos as presas. Devemos tomar
muito cuidado.

Dona benta: É que estou cansada de andar e minha coluna está doendo.

Pedrinho: Eu ajudo a senhora, vovó(dando-lhe o braço) Venha!


Dona Benta: Obrigada, meu neto. Você é mesmo um amor!

(Continuam andando, quando de repente se ouve a voz de Tia Anastácia


gritando por socorro)

Narizinho: Vocês ouviram? É a voz de Tia Nastácia!

Visconde: A voz vem de lá.

Emília: Esperem um momento! Ela deve estar no meio dessa panaria toda. Ela
deve ter encolhido e ter se perdido no meio de suas roupas. Vamos ver se nós
a achamos.

Pedrinho(A Juquinha e Candoca) Ajudem-nos a procurar!

(Todos procuram Tia Nastácia até que finalmente ela é encontrada)

Narizinho:Tia Nastácia. Que bom ver a senhora viva!

Emília: Cubra-se com esse pedacinho de pano.

Tia Nastácia(emocionada) Virgem Maria Santíssima! O que foi que aconteceu


que eu estava limpando a casa e de repente uma panaria sem fim me enrolou
de uma tal maneira que não consegui mais sair. Graças a Deus que vocês estão
aqui!(Correa abraçar Dona Benta)

Dona Benta: Nós encolhemos porque a Emília puxou a Chave do Tamanho


para impedir que a guerra continuasse!

Tia Nastácia(Se benzendo)Cruz Credo! Isso está me cheirando a bruxaria! O


que é que esta bonequinha andou aprontado agora, heinh?

Narizinho: Como a vovó mesma disse! Nós estamos à procura do pó de


pirlimpimpim para irmos até à casa das Chaves e subirmos a chave que
controla o tamanho e voltarmos ao normal.

Tia Nastácia: Eu vi um vidro do pó na estante de remédios.

Visconde: Bem, pelos meus cálculos. Nós estamos exatamente sob a


prateleira, porque nos encontramos debaixo da mesa de jantar.
Pedrinho: É verdade. Daqui eu estou vendo a estante de remédios!

Emília: Como conseguiu avistar se daqui a gente vê as coisas quarenta vezes


maiores do quer o normal? Os vidros são como montanhas avistadas do
horizonte.

Pedrinho: É por causa do colorido dos vidros. Veja Emília, aquele ali parece
ser o vidro do pó. Ele é um vidro pequeno e bojudinho. Como é o único vidro
deste tamanho, suponho que seja o tal vidro do Visconde.

Visconde: Está com a dedução científica bem apurada, meu caro Pedrinho. De
fato é o vidro que esqueci ontem na estante de remédios, quando fui tomar um
comprimido para dor de cabeça.

Emíla: Pode deixar que eu subo até lá.

Dona Benta: É melhor você deixar o Pedrinho, porque ele está mais
acostumado a subir nas jabuticabeiras do Sítio. Depois você pode cair e se
machucar.

Saci: Carapuça! Esta estante me parece da altura de um sobrado de três


andares.

Candoca: É alto mesmo. Deve ter a altura de um prédio.

Juquinha( para Pedrinho) Você quer que eu subo com você?

Pedrinho: Pode deixar. Eu subo sozinho.(Começa a trepar na estante e subir)

Dona Benta: Enquanto isso nós vamos para a cozinha ver se achamos a
fruteira para comermos um pouco. Emília, você fica com o Pedrinho, e
quando ele conseguir tirar o pó do vidro, você nos chama para irmos até a
Casa das Chaves juntos, está bem?

Emília: Está bem, vovó! Podem ir almoçar.

(Saem Dona Benta, Tia Nastácia, Narizinho, o Saci, Candoca e Juquinha).


Pedrinho(Chegando ao topo da estante). Xi, meu Deus! Isto por cá é umas
verdadeira floresta de remédios. Vidrões que não acabam mais. E enormes
caixas de ungüentos. Gigantescos papeizinhos de pós. E até um vidro de iodo.
(De repente se depara com o vidro do pop de pirlimpimpim.) Deve se este
aqui! (Tenta abrir a tampa, mas a rolha está emperrada)(Grita) Minha força
não dá Emília. Temos de experimentar um jeito. Há aqui um novelo de linha e
um alfinete. Vou espetar o alfinete amarrado com a linha e dái você puxa o
vidro junto comigo. Entendeu?(Pedrinho espeta o alfinete na tampa e depois
joga a linhga para Emília). Pode puxar!

Emília: Ok!. (Emília puxa o fio)Hurra! Mais força Pedrinho!

Pedrinho: Vai que está quase abrindo...mais um pouco...Mais força Emília!

Emília: É muito grande!

(A rolha solta e se da um imenso estampido)

Emília: Viva! Conseguimos!

Pedrinho: Sim, agora vou colocar o pó neste pedacinho de fiapo e vou desce-
lo pelo mesmo fio. Você o pega aí em baixo.

Emília: Pode mandar!

(Pedrinho coloca o pó embrulhado no fiapo de remédio e joga para a Emília)

Emília: Peguei! Agora você pode descer!

Pedrinho(Desce pelo mesmo caminho) Pronto! Agora podemos chamar o


pessoal.

Emília: Eles já vem vindo.

Dona Benta: Vocês conseguiram pegar o pó?

Pedrinho: Sim, ele está aqui nesta tampa!

Dona Benta: O que é que você está esperando? Vamos até à Casa das Chaves.
Emília: Estão todos prontos?

Todos: Sim!

Emília: Então vamos lá(joga o pó) Pirlimpimpim!

Cena 3

(Aparece a Casa da Chaves)

Visconde: Ah,, é esta aqui que está abaixada.(Sobe).(Ouve-se um barulho de


aumento).

Narizinho: Viva! Estamos com o tamanho normal! Viva a volta do nosso


tamanho! Viva o Sítio do Pica-Pau Amarelo!

(Todos se abraçam)

Todos: Viva!

Emília: Gente, gente, escutem só essa!(Liga o rádio)


“E informamos que a segunda guerra mundial chegou ao seu término, porque
os soldados não conseguiram mais guerrear devido ao estranho encolhimento
que se sucedeu durante sete dias em todo o planeta. Ninguém sabe ainda a
causa de tal fato estranho, mas o que se sabe é que tudo isso contribuiu para o
fim dessa terrível guerra que assolou o planeta.
Ficamos agora com a seguinte pergunta? Essse encolhimento teria sido um
castigo divino para diminuir o orgulho e a soberba dos homens? Que puder
responder estará concorrendo a um prêmio na próxima semana. Caros
ouvintes...” (Desliga)

Emília: Viram só? Eu não disse que ia acabar com a Guerra no planreta? Eles
que se atrevam a fazeroutra, que eu pux9o de novo a bendita Chave do
Tamanho e...

Pedrinho(Tapando a boca de Emília) Chega, boneca, você já aprontou demais!


É melhor depois de tanta confusão nós irmos descansar para amanhã
retomarmos as nossas brincadeiras.
Narizinho: Depois desse susto, o que mais nos valeu foi a amizade que
tivemos com o Juquinha e a Candoca.

Dona Benta: E que isso nos sirva de lição. Que a humanidade pare para pensar
nas coisas que anda fazendo, pois diminuísse o tamanho, porém o caráter deve
ser aumentado!Vamos criançaS...Hora de dormir!

Pedrinho, Narizinho: Boa noite querida vovó!

Dona benta: Boa noite, meus anjinhos!

Emília(A Visconde) Hei Visconde?

Visconde: O que foi dessa vez, boneca?

Emília: Você tem um pouco do pó?

Visconde: Ah, não....Essa boneca é mesmo maluca! Socorro!


(Sai)

Emiíla: Boa noite a todos!

(Sai)

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