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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

MÁRIO TAKANAGE JUNIOR

A Família vista pela Família – Uma análise sociológica do pensar


católico na família católica atual.

CAMPINAS
NOVEMBRO/ 2015
MÁRIO TAKANAGE JUNIOR – R.A. 15600174

A Família vista pela Família – Uma análise sociológica do pensar


católico na família católica atual.

Trabalho apresentado ao Prof. Ms. Pe.


José Antonio Boareto, da disciplina
História e Sociologia das Religiões para
o cumprimento de atividades avaliativas,
do curso de Teologia.

Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Campinas – 26/11/2015
A Família vista pela Família Católica – Coleta de Dados

A “família vista pela família” tratou-se de uma pesquisa voltada para a família
católica que buscou recolher informações a respeito do pensamento e da vivência da fé
católica de vários paroquianos do território Paroquial de São José, na cidade de
Araraquara, estado de São Paulo, entre 15 e 48 anos.
Dentre as diversas perguntas, podemos constatar, desde um primeiro olhar,
uma clara diversidade, ou se preferirmos, uma pluralidade de pensamentos e concepções
das formas que se vive a fé católica nas diversas idades, classes sociais e realidades
acadêmicas. Não trata-se de um ato de julgar as diversas formas, mas de constatá-las, e
aqui infiro de imediato, que ao parecer, esta pluralidade é quem mantêm, junto ao
Espírito Santo quem sopra tantas realidades, a Igreja viva.
Porém também é perceptível que a visão de Igreja que muitos possuem difere
da própria doutrina muitas vezes aclamada diante da mídia, informada no Catecismo e
no pensamento muito radical de alguns conservadores eclesiásticos.
Claro está que é necessário fazer um trabalho e buscar sempre acompanhar o
passo que caminha a sociedade, buscando responder ao que se faz imperativo do tempo.
Por exemplo, como percebemos em um caso muito específico onde o referido
entrevistado é maior de 30 anos, afirma não aceitar um filho homossexual, se diz
católico, é contra a comunhão eucarística para casais de segunda união, a favor dos
métodos contraceptivos, ou seja, deve haver aqui um trabalho que busque ajudar a
conciliar conceitos, pois não se trata certamente de uma pessoa que tenha clareza no que
expressam os pensamentos da Igreja, mas ao contrário, que adere a uma fé com as suas
perspectivas.
No que diz respeito à pesquisa em si, o número de pessoas que responderam
50, onde 50% homens e 50% mulheres, sendo a maioria, 46% casados uma única vez,
com um índice baixíssimo de divorciados (6%) e 4% que afirmam uma união estável.
Interessante perceber que a faixa etária que mais respondeu está entre 21 e 30 anos, o
que torna fato a realidade de um povo jovem que abre-se a novas realidades, mas que ao
mesmo tempo assume ser católico. Casas habitadas por, em 32% dos casos, três
moradores, e onde a renda por família está melhor localizada, com 46%, entre 3 e 4
salários mínimos, sendo 12% os que possuem renda acima de 7 salários e 40% dos
entrevistados possuem Ensino Superior e 20% estão cursando.
De 50 entrevistados, apenas 8 alegam possuir membros de outras
denominações religiosas em suas casas, o que faz que 84% vivam apenas entre
católicos, ainda que em opiniões diferentes e formas diferentes de expressar a fé. Neste
sentido, com exceção do sacramento da ordem que foi recebido apenas por 2 pessoas
(dois padres), e da unção dos enfermos que foi ministrada somente a um fiel, os outros
sacramentos possuem uma participação de pelo menos alguma vez na maioria dos
casos, sendo em primeiro lugar a Eucaristia com 98%, o Batismo e o Crisma com 96%,
Reconciliação (confissão) 76% e 52% o matrimônio.
No que diz respeito às perguntais mais sensacionalistas midiáticas atuais,
apenas 2%, ou seja, 1 participante não aceitaria um filho homossexual, 68% são a favor
da comunhão eucarística para casais de segunda união, 8% não e 24% a favor em alguns
casos – como vai sugerir o Sínodo das Famílias. Quase que a mesma proporção se
aplica ao caso de métodos anticoncepcionais e contraceptivos, sendo 66% a favor do seu
uso, 8% contra e 26% em alguns casos. Diante desta realidade, também apresentam-se
64% como não tendo casos de dependência química na família e o restante dividindo-se
entre há e já houve.
A pergunta que mais chama a atenção, é onde não existe nenhum totalmente a
favor do aborto, mas que consideram 80% totalmente contra e 20% favoráveis em
alguns casos.
Trata-se, portanto, de perceber como já foi mencionado, a pluralidade de
pensamentos em relação a tantas realidades que não estão alheias à Igreja, mas que
devem ser respondidas por ela, à luz do evangelho e do caminhar que ela mesma se
propôs através do Concílio Vaticano II: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são
também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de
Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no
seu coração”(GS 1).

Referência bibliográfica:

______CONSTITUIÇÃO GAUDIUM ET SPES sobre a Igreja no mundo atual; In:


Concilio Vaticano II 1962-1965:
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
ii_const_19651207_gaudium-et-spes_po.html , acessado em 26.11.2015 às 20h.

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